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Administração Financeira_UAN_FCS 2024 MSc.

Rui Malaquias

Universidade Agostinho Neto


Administração Financeira
2023/2024

Faculdade
Ciências Sociais

Licenciatura
Gestão e Administração Publica - 2023/2024

Cadeira Semestral
Administração Financeira - 2º Ano – 2º Semestre

Docente
MSc Rui Malaquias

Modalidade Lectiva
Aulas Teóricas e Praticas

Metodologia de Avaliação
1º Avaliação – 30%
2º Avaliação – 50%
Avaliação Contínua - 20%

Objectivos
Fornecer conhecimento e promover a aplicação prática dos fundamentos da disciplina
de finanças empresariais, fazendo uma incursão cuidada pela função do financeiro da
empresa, evidenciando os campos de actuação da função financeira moderna que se
consubstanciam na análise financeira e na gestão financeira empresarial. Pretende
dotar os estudantes das ferramentas necessárias às tomadas de decisão de
financiamento e de investimento.

No final do semestre os estudantes deveram ser capazes de:


a. Entender o a função financeira empresarial;
b. Fazer análise de tesouraria e planeamento financeiro;
c. Compreender a relação entre as decisões de investimento e de Financiamento;

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Programa Curricular da Cadeira


2021

Capitulo I – Introdução

1.1. Função Financeira

1.1.1. Função Financeira, Analise Financeira e Gestão Financeira

1.1.2. Objectivos e Limites da Função Financeira

1.1.3. Função Financeira e a Contabilidade.

Capitulo II – Analise Financeira Empresarial

2.1. Balanço (Funcional e Financeiro)

2.2. Demonstração de Resultados (por Natureza e por Funções)

2.3. Demonstração de Fluxos de Caixa

2.4. Mapa de Origens e Aplicação de Fundos

2.5. Tipos de rendibilidade

2.5.1. Impacto das operações extraordinárias/extra-exploração

2.5.2. Indicadores e sua interpretação

2.5.3. Efeito financeiro de alavanca

2.5.4. Modelos de análise da rendibilidade dos capitais próprios

2.5.5. Reestruturações económicas - metodologias, condicionantes

2.5.6. Rendibilidade dos capitais próprios e crescimento sustentável

2.6. Técnicas de Analise Financeira - Os Rácios

2.6.1. Rácios de Endividamento/Risco

2.6.2. Rácios de Liquidez

2.6.3. Rácios de Rentabilidade

2.6.4. Rácios de Alavanca Financeira

2.6. Equilíbrio Financeiro

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2.6.1. Estrutura de capital – principais teorias e condicionantes

2.6.1. Fontes de financiamento e Reestruturações financeiras

2.7. Fundo de Maneio e Tesouraria Liquida (TRL)

Capitulo III – Gestão Financeira

3.1. Planeamento Financeiro Curto Prazo

3.1.1. Orçamento de Tesouraria

3.1.2. Orçamento Financeiro

3.2. Planeamento Financeiro Médio e Longo Prazo

3.3. Fontes de Financiamento de Longo Prazo

3.3.1. O financiamento com capitais próprios

3.3.2. Capital Inicial, autofinanciamento e aumentos de capital

3.3.3. Abertura do capital e as ofertas públicas iniciais

3.3.4. O capital de risco.

3.3.5. O financiamento com dívida

3.3.5. Os empréstimos bancários

3.3.6. O leasing

3.3.7.Os empréstimos obrigacionistas

3.3.8. Empréstimos externos

3.3.8. Project Finance

Bibliografia
Autor: Neves, João Carvalho;
Título: Analise Financeira - Técnicas Fundamentais
Edição: 2
Local: Portugal
Editora: Texto
2009

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Autor Solnik , Bruno.


Título: Gestão Financeira
Edição: 33
Local: Portugal
Editora: Europa – América
1988

Autores: BREALEY, Richard. A; MYERS, Stewart. C; ALLEN, Franklin


Título: Principles of Corporate Finance
Edição: 9
Local: USA
Editora: McGraw-Hill
2008

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RESUMO APLICADO

CAPITULO I – Introdução

1.1 A Função Financeira

As funções do financeiro num ambiente institucional prendem-se com o fluxo de


entradas e saídas de dinheiro que deve ser equilibrado para evitar estrangulamentos
na gestão da empresa. Ele tem a função de manter permanente o fluxo de caixa, não
deixando, portanto, que se verifiquem roturas neste fluxo. O financeiro deve a todo
custo manter a seguinte igualdade:

Entradas Previstas + Saldo Inicial ≥ Saídas Previstas + Saldo Final desejado

Numa primeira fase a tarefa da função financeira assemelhava-se a função de


tesoureiro da empresa, pois consistia em fazer pagamentos e recebimentos
decorrentes do exercício económico, a sua preocupação principal era manter um saldo
em termos de disponibilidades que lhe permitisse assegurar o normal funcionamento
da empresa. Garantir a segurança e rapidez na cobrança aos clientes, bem como, o
escalonamento adequado da liquidação das dividas aos fornecedores. Em suma a
função financeira limitava-se a gestão de tesouraria ou mesmo a gestão das
disponibilidades.

A gestão de tesouraria, actualmente, consiste na continuidade da função financeira


original ou primária, que era desenvolvida pelo tesoureiro da empresa e sobre ela
temos a aflorar o seguinte:

• A gestão de activo circulante compreende, para alem da gestão das


disponibilidades, a gestão dos créditos à clientes, controlo financeiro das
existências, e a aplicação de excedentes temporários de tesouraria
(investimentos em fundo de maneio necessário);
• A gestão de passivos de curto prazo, gestão da relação financeira com os
fornecedores e restantes credores correntes da empresa (Estado e outros entes
públicos), bem como a cobertura de deficts temporários de tesouraria (pelo
recurso a créditos bancários de curto prazo);

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• O orçamento de tesouraria é o documento central da gestão financeira de


curto prazo, que não é mais do que a tradução do orçamento global da
empresa em termos de pagamentos e recebimentos previsionais com vista a
testar o equilíbrio de tesouraria a curto prazo (recebimentos + saldo inicial –
pagamentos ≥ saldo final desejado).

A função de financeiro viu o seu campo de acção ampliado, a partir do momento que,
dentro das organizações, tiveram de ser tomadas decisões de financiamento, que se
consubstancia na recolha antecipada de dados para encontrar a melhor alternativa
financiamento que deverá ter menor custo disponível no mercado, para o cabal
financiamento da empresa.

Com este cenário o financeiro passa a ter um papel mais activo na gestão da empresa
e são-lhe atribuídas algumas responsabilidades que excedem o campo restrito das
decisões operacionais ou de exploração, tais como:

• Recebimentos e pagamentos (gestão de tesouraria);


• Análise da situação económico-financeira da empresa;
• Gestão do activo circulantes e dos débitos de curto prazo;
• Obtenção vantajosa de recursos financeiros;
• Aplicação racional de recursos financeiros;
• Elaboração de diversos programas e orçamentos enquadrados no planeamento
financeiro da empresa.

O financeiro passa então a acrescentar às funções acima descritas, a tarefa de selecção


de fontes de financiamento que intimamente esta ligada com a rentabilidade (dos
capitais investidos) e o equilíbrio financeiro da própria organização.

Com a aglutinação daquele conjunto das novas funções e atribuições, a função


financeira passou a ser dividida em dois ramos específicos que são conhecidos como
gestão financeira e análise económica e financeira.

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1.2 A função financeira, a Analise Financeira e a Gestão Financeira


A concepção tradicional da função financeira relacionada com a gestão das
disponibilidades ou da tesouraria, transforma-se gradualmente numa concepção
moderna que se traduz na participação da função financeira nas decisões de
investimento, distribuição de resultados, elaboração do plano de médio e longo prazo
da empresa e no controlo da rendibilidade das aplicações dos fundos.

Neste contexto, apresentamos gestão financeira, gere as tarefas que integram a


função financeira, ela abrange principalmente um conjunto de técnicas que visam a
melhoria das decisões financeiras a tomar, com o objectivo de levar a cabo
eficazmente os objectivos da função financeira.

No que concerne a gestão financeira, foram adicionadas as tarefas do fórum financeiro


que se concentram na análise e controlo da rendibilidade previsional e efectiva das
aplicações dos fundos captados.

Tais alterações induzem o financeiro a participação, de facto, na tomada das decisões


de investimento que condicionam as decisões de financiamento e na elaboração do
plano de médio e longo prazo da organização que, por sua vez, esta amplamente
ligado ao plano de financiamento e plano de investimento.

A estratégia financeira, na qual o financeiro passou a ter papel importante, é ilustrada


mais abaixo, não é mais do que uma extensão concepcional centrada na política de
financiamento adoptada pela empresa, sendo que apresenta a seguinte descrição:

• Politica de investimento assume o papel dominante na estratégia e trata da


análise do risco e da rentabilidade das decisões de financiamento, para um
horizonte temporal alargado, decisões estas que são tomadas no sentido de
serem captados fundos hoje para em contrapartida entrarem fundos
futuramente.
• Politica de financiamento visa proporcionar a empresa os fundos que necessita
para implementar a politica de investimento e de desenvolvimento:
• Politica de distribuição de resultados têm um carácter marginal, pois depende
do desempenho da empresa, mas dedica-se ao estudo da melhor forma de

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afectar a riqueza criada pela empresa entre a retenção de reservas e o


pagamento de dividendos aos sócios;
• O plano financeiro é o documento fundamental da gestão financeira de médio
e longo prazo, consiste no esmiuçar do plano empresarial em entradas e saídas
de fundos com vista a prossecução do equilíbrio financeiro previsional a médio
e longo prazo (entradas + saldo inicial – saídas ≥ saldo final desejado).

A gestão financeira moderna engloba, assim, um conjunto de tarefas que se podem


sintetizar no seguinte esquema:
POLITICA

- De Investimento

A médio e longo prazo - De Financiamento

(estratégia financeira) - De Distribuição de Resultados

Gestão - Da Gestão de Riscos Financeiros


Financeira
GESTÃO
A curto prazo ou gestão de - Do Activo Circulante
tesouraria em sentido lato
(decisões operacioais) - Dos Débitos de Curto Prazo

- Da Remuneração de Capitais Próprios

Analise Económica e Financeira é considerada como um conjunto de técnicas que


visam elaborar o estudo da situação económico-financeira da empresa através da
análise de documentos contabilísticos (balanço, demonstração de resultados,
demonstração de fluxos de caixa e o mapa de origens e aplicação de fundos) e visa
prover um manancial de informação económica e financeira relevante para os
responsáveis e tomadores de decisão.

A análise económica e financeira é responsável pelo seguinte:

• Pelo estudo da situação económica (estrutura dos activos, composição da conta


de resultados, analise da eficiência económica, rentabilidade e risco
económico) e da estrutura financeira (relação capitais próprios e capitais
alheios, situação da tesouraria e da liquidez, equilíbrio financeiro e risco

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financeiro) e demais informações sobre a actividade, competitividade e


estratégia da empresa;
• Pela apreciação critica da função financeira, nomeadamente determinar o
montante do valor criado para os accionistas, com base numa analise de dados
históricos e também, previsionais, é ainda responsável pela explicação dos
motivos que levaram a criação ou não, e valor acrescentado para empresa de
forma a aferir sobre a sua capacidade competitiva e servir de base para a
estratégia futura.

A análise financeira das empresas tende a ser entendida como uma análise externa aos
documentos contabilísticos - financeiros históricos da empresa para procurar examinar
a evolução financeira e a rentabilidade da empresa no sentido de detectar tendências
futuras a medida em que a empresa vai funcionando. Na verdade a análise financeira
vem de certa forma auxiliar a função financeira da empresa pois transmite a
informação de como esta a ser o desempenho financeiro da empresa, mas com uma
visão “quase” externa, pois esta mesma análise financeira também é feita
internamente.

Podemos concluir que a função financeira que inicialmente tinha um âmbito


meramente de operacional ligado a gestão da tesouraria da empresa, com a
dinamização da actividade económica passou a integrar uma serie de tarefas
adicionais, passando a ser responsável pela gestão financeira e analise financeira
interna da empresa, que se descrevem como um conjunto de tarefas relacionadas com
obtenção e aplicação dos recursos financeiros, e analise/avaliação do desempenho
económico e financeiro da empresa

Sendo que actualmente a função financeira reparte as suas tarefas pela análise
económica financeira e pela gestão financeira.

Analise Económica e Financeira


FUNÇÃO FINANCEIRA MODERNA

Gestão financeira

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Objectivos e Limites da Função Financeira

Quanto aos objectivos e limites da função financeira, centravam-se na maximização


do lucro a partir do momento que não estamos perante uma entidade puramente

pública ou uma organização sem fins lucrativos. Portanto a função financeira de uma
sociedade comercial era apenas de procurar maximizar o lucro, mas o próprio conceito
de lucro em si não era muito operacional e nem tão pouco relevante para quem, como
a disciplina financeira, se preocupava com os fluxos de caixa. Dai que o novo objectivo
da função financeira passou a ser a maximização da riqueza dos accionistas da
empresa, por outras palavras procurar tirar maior rentabilidade possível dos capital
investido pelos donos da empresa, para poder distribuir cada vez mais dividendos.

Novamente temos uma alteração dos objectivos, pois maximizar a riqueza dos
accionistas, de facto refere-se apenas a um tipo de sociedade comercial, por este
motivo o objectivo passou a ser maximização do valor da empresa, que já engloba
todo tipo de sociedades

Seguidamente foram detectadas discrepâncias entre os interesses da empresa e de


todos agentes que com ela interagem (stakholders), pelo principio da racionalidade
limitada em que as pessoas apenas só tomam decisões sobre aspectos que conseguem
interpretar, sendo assim o objectivo passou a ser a criação de valor para o accionista.
Este objectivo compreende o exame dos efeitos financeiros das decisões tomadas pela
empresa, olhando especialmente para o risco (entenda-se por risco a probabilidade de
dos fluxos de caixa esperados da empresa serem diferentes dos efectivos) e
rentabilidade.

Os limites da função financeira devem ser compreendidos pelos próprios financeiros,


que devem ser os primeiros a compreender que as finanças oferecem uma pretensa
universalidade pois quantificam, em dinheiro, os factos e os efeitos das decisões
tomadas na empresa. Mas a verdade é que a natureza dos problemas não se resume
apenas a aspectos exclusivamente financeiros, nem o corpo teórico das finanças é
capaz de identificar o problema e fazer o diagnóstico completo, a realidade é que a

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fonte de criação de valor da empresa não é a sua situação financeira mas sim a sua
vantagem competitiva, no trinómio tecnologia/mercado/produto.

Ainda dentro dos limites da função financeira somos a afirmar que a rentabilidade é
um imperativo necessário a qualquer empresa que pretenda se manter numa
economia de mercado, de outra forma nenhum investidor pretenderá empenhar suas
poupanças, bem como o equilíbrio financeiro é condição necessária ou indispensável
mas não suficiente para desenvolvimento da empresa.

Por fim, podemos afirmar que os resultados da aplicação de métodos e técnicas


propostos pela teoria financeira, são tão bons quanto a qualidade e a fiabilidade da
informação utilizada, das previsões e pressupostos em que se baseiam.

Neste contexto o director financeiro torna-se um gestor de um centro de resultados,


contribuindo efectivamente para o volume de negócios e rentabilidade da empresa e
deve estar equipado com um sofisticadíssimo sistema informático ligado as várias
praças financeiras internacionais, bem como as empresas do seu grupo.

A Função financeira e a Contabilidade

A análise económica e financeira manipula variáveis económicas e financeiras


registadas pela contabilidade por for a que os gestores maximizem os objectivos da
empresa e respondam a determinadas questões que se colocam no dia-a-dia da
empresa, tais como:

• A empresa está endividada?


• Qual é o grau de independência financeira?
• Que investimento realizar e como financia-los?
• Qual é a rentabilidade das vendas?
• Qual é o valor do fundo de maneio e o valor o rácio de liquidez?

Estas são as questões que a análise financeira e económica procura responder para
diagnosticar a situação da empresa. Este diagnóstico diz-se económico porque apura o
VAB, a produtividade, a rentabilidade, e os resultados gerados. Por outro lado designa-
se financeiro porque determina e analisa a liquidez e a solvabilidade do património.

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A informação que a função financeira obtém da contabilidade é proveniente de vários


domínios, da Contabilidade geral ou financeira (fornece dados sobre as rubricas do
balanço e demonstração de resultados) e da Contabilidade de analítica ou de custos
(fornece dados sobre os custos dos produtos e das secções e permite apurar os desvios
entre o que foi orçamentado e o real)

A contabilidade é de extrema importância para a análise económica e financeira e para


gestão financeira, pelo facto desta corresponder a um sistema de informação, que se
pretende rigoroso, que obedece a regras e princípios e que de forma muito objectiva
seja facilmente verificável por entidades externas. Neste contexto a função financeira
é realizada com base em documentos de natureza contabilística.

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CAPITULO II – Analise Financeira Empresarial

A análise financeira empresarial é um processo que tem por fim avaliar e interpretar a
situação económica e financeira da empresa, através do uso de um conjunto de
técnicas específicas. Esta avaliação centra-se numa serie de questões fundamentais a
sobrevivência e desenvolvimento da empresa:

• Equilíbrio financeiro
• Rentabilidade dos capitais
• Crescimento
• Risco
• Valor criado pela gestão

O processo de análise financeira é essencial não apenas para empresa, mas também
para todos agentes que com ela interagem, nomeadamente gestores, credores,
trabalhadores, fornecedores, investidores, Estado e clientes. Cada um destes agentes
tem interesses distintos, pelo que, cada um deles fará uma análise financeira
adequada aos objectivos que persegue. Mas ainda com objectivos díspares, utilizam
um conjunto de técnicas que se baseiam fundamentalmente em três mapas que
sintetizam o conjunto de informações económico-financeiras da empresa:

• Balanço
• Demonstração de Resultados Líquidos
• Demonstração de Fluxos de Caixa.

Em termos gerais, a informação económico-financeira sobre o desempenho da


empresa é essencial porque deve influenciar os mercados em que a empresa está
inserida e pode condicionar a entrada de novos investidores, bem como pode tornar
mais barato e facilitar a obtenção de novos financiamentos.

Balanço

O balanço é o documento contabilístico que expressa a situação patrimonial da


empresa em determinada data. O conjunto de bens e direitos que se encontram no
lado esquerdo do balanço correspondem ao seu activo, ao passo que o conjunto de

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obrigações que compõe o lado direito do balanço correspondem ao passivo, neste


membro também encontramos o capital próprio que corresponde a obrigações da
empresa para com os seus próprios proprietários.

Numa abordagem tradicional o balanço é visto numa óptica patrimonial, em que


sobretudo é feita uma abordagem jurídica, pois é um mapa que compara o Activo
(direitos de propriedades de credito) da empresa e o passivo (deveres e obrigações),
evidenciando o capital próprio em que encontramos as fracções do capital social dos
proprietários da empresa.

Neste contexto, o passivo e o capital próprio são denominadas as origens de fundos da


empresa, ou seja, a proveniência dos fundos que serão aplicados na empresa, sendo
que o activo corresponde as aplicações de fundos, estamos a falar de “onde e como”
foram aplicados os fundos captados pela empresa. Podemos ainda afirmar que do lado
esquerdo ou no 1º membro esta o investimento e no 2º membro o financiamento.

Colocar esquema_JCN_pg 45

O balanço apresenta as seguintes igualdades fundamentais:

Activo = Passivo + Situação Liquida

Activo = Capitais Alheios + Capitais Próprios

Aplicações de Fundos = Origens de Fundos

As equações fundamentais apresentadas justificam-se pelo facto das empresas


financiarem-se com capitais próprios e alheios, por este motivo o activo será sempre
superior ao capital alheio, pois se assim não for, se o capital alheio for superior ao
activo e consequentemente a situação líquida for negativa, então a empresa encontra-
se em falência técnica, porque a empresa deixa de estar em condições de gerar
recursos para honrar os seus compromissos/pagar as suas dívidas.

O balanço é também apresentado numa óptica funcional, pelo facto da análise


financeira moderna preocupar-se mais com o equilíbrio das origens e aplicações de
fundos das empresas. Neste contexto o balanço funcional procura fotografar em
determinada data as aplicações e recursos relacionados com os ciclos financeiros da
empresa independentemente da condição jurídico – patrimonial.

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Ciclos financeiros da empresa serão o resultado financeiro das decisões tomadas pela
empresa aos diferentes níveis – estratégico (investimento), operacional (exploração) e
financeiro.

• Ciclo de Investimento – conjunto de decisões e actividades respeitantes a


analise e selecção de investimentos ou desinvestimentos. As operações
efectuadas neste ciclo revelam o volume do imobilizado representado no
balanço na correspondente conta do activo;
• Ciclo de exploração corresponde as actividades e decisões, no âmbito do
aprovisionamento, produção e comercialização, as operações efectuadas neste
ciclo conduzem aos consumos e obtenção de recursos para empresa que
devem resultar em custos e proveitos operacionais na demonstração de
resultados. No balanço provoca necessidades para financiar clientes e
existências. Obtendo imediatamente alguns recursos provenientes créditos
concedidos por fornecedores;
• Ciclo de operações financeiras corresponde a obtenção de fundos adequados
aos investimentos que determinam as necessidades de financiamento do ciclo
de exploração. Dentro deste ciclo destacam-se dois outros ciclos que são:
- Ciclo de capital (as operações de capital visam obter fundos estáveis – médio
e longo prazo, para financiamento de activos estáveis – fixos, e gerir
eficientemente estes fundos)
- Ciclo de tesouraria (as operações de tesouraria visam as disponibilidade e
quase disponibilidades, bem como assegurar a cobertura financeira de curto
prazo em caso de insuficiência de fluxos de caixa.

Quando 1.0

CICLO APLICAÇOES RECURSOS CICLO

Aplicações de Recursos Próprios e Operações de


Investimento ou Recursos Alheios Capital
Investimento
Capital Fixo Estáveis

Activo Cíclico ou Passivo ou Recursos


Exploração Exploração

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Necessidades Cíclicos de
Cíclicas Tesouraria
Operações de Operações de
Tesouraria Tesouraria
Tesouraria Activa Tesouraria Passiva

A forma de apresentação mais corrente para a análise do equilíbrio financeiro é

Quadro 1.1 Balanço Funcional

Balanço Funcional
Rubricas 2001 2002
1 Capital Próprio
2 Capital Alheio Estável
3 CAPITAIS PERMANENTES (1+2)
4 ACTIVO FIXO
5 FUNDO DE MANEIO (3-4)
6 Clientes
7 Existências
8 Adiantamento a Fornecedores
9 Estado e Outros Entes Públicos (a receber)
10 Outros Devedores de Exploração
11 NECESSIDADES CICLICAS (6+7+8+9+10)
12 Fornecedores
13 Adiantamento de Clientes
14 Estado e Outros Entes Públicos (a pagar)
15 Outros Credores de Exploração
16 RECURSOS CICLICOS (12+13+14+15)
17 NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO (11-16)
18 TESOURARIA LIQUIDA (5-17)

Quadro 1.2 Balanço Funcional

Balanço Funcional
Aplicações Exercícios Origens Exercícios
Activo Fixo 2001 2002 Capitais Permanentes 2002 2003
Imobilizações Corpóreas Capitais Próprios
Imobilizações Incorpóreas Dividas a Pagar ML/P
Investimentos Financeiros Acréscimos e Diferimentos
Div a Receber ML/P
Acréscimos e Diferimentos
TOTAL DO ACTIVO FIXO TOTAL DOS CAP PERMANENTES

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Necessidades Cíclicas Recursos Cíclicos


Existências Fornecedores
Clientes Div pagar Exploração C/P
Div a Receber Explo. C/P
Acréscimos e Diferimentos
TOTAL DAS NECESS. CÍCLICAS TOTAL DOS RECURSOS CÍCLICOS
Tesouraria Activa Tesouraria Passiva
Div a Receb Exta -Explo. C/P Empréstimos Obtidos C/P
Disponibilidades Div a Pagar Extra Exploração C/P
Acréscimos e Diferimentos Acréscimos e Diferimentos
TOTAL TESOURARIA ACTIVA TOTAL TESOURARIA PASSIVA

TOTAL DAS APLICAÇÕES TOTAL DAS ORIGENS

Balanço Financeiro

O balanço financeiro, provem de uma necessidade de se fazerem determinadas


correcções ao balanço funcional, adicionando determinadas rubricas àquelas que já se
encontram no balanço funcional. Sendo que as rubricas podem ser as seguintes:

• Desconto bancário e letras – valor a adicionar aos clientes c/c e a tesouraria


passiva tal como se viu anteriormente;
• Dividas ao Estado e a Segurança Social – valor a ser adicionado como crédito de
tesouraria e subtraído ao circulante;
• Provisões para outros riscos e encargos - devem ser adicionadas as dividas de
curto prazo;
• Subsídio de investimentos – valor a adicionar ao capital próprio e a reduzir aos
acréscimos e deferimentos;
• Prémios de reembolso de obrigações – devem ser subtraídos aos empréstimos
obrigacionistas;
• Capital subscrito e não realizado – deve ser subtraído ao capital próprio.

Tais correcções têm o objectivo de conferir ao balanço contabilístico uma amplitude


financeira que facilite a análise económica e financeira.

Demonstração de Resultados

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A Demonstração de resultados (DR) líquidos evidencia a formação de resultados


(lucros e prejuízos) num determinado período (entre dois balanços). É um documento
de avaliação de desempenho económico no referido período. Através deste
documento, avalia-se a rentabilidade das vendas, rentabilidade dos capitais próprios
investidos na empresa, em suma é avaliada a eficiência económica da empresa.

Consiste basicamente na soma algébrica entre os custos e proveitos em grupos


homogéneos de determinado exercício económico, indicando a proveniência e
composição do resultado apurado em cada período. Existem dois tipos de
demonstração de resultados:

• Demonstração de Resultados por Naturezas;


• Demonstração de Resultados por Funções.

A DR por naturezas agrega os custos e proveitos em grupos homogéneos de acordo


com a sua natureza. Sendo que os custos e os proveitos estão convenientemente
separados, apresentamos aqui os grupos dispostos.

✓ Custos e Proveitos Operacionais – são ligados apenas a esfera produtiva da


empresa, ou seja, são custos e proveitos ligados a produção do bem final,
em termos de proveitos teremos o produto das vendas do produto final e
prestações de serviços. Em termos dos custos aqui podemos apontar os
custos com matérias-primas, com pessoal, com fornecimento de serviços e
terceiros
✓ Custos e Proveitos Financeiros – estão ligados ao processo financiamento da
empresa, financiamento em termos de capital fixo (médio e longo prazos) e
capital circulante (curto prazo). Os proveitos financeiros podem ser os
rendimentos em participações de capital (resultantes de investimentos
financeiros e participações sociais em outras empresas), rendimentos
provenientes de aplicações financeiras de curto prazo ou empréstimos
concedidos, juros e proveitos similares (resultantes de rendas de imóveis e
diferenças de cambio desfavoráveis).
Quanto aos custos financeiros teremos amortizações e provisões de
aplicações e investimentos financeiros (destinam-se a criação de

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amortizações e provisões para investimentos e outras aplicações


financeiras), juros e outros custos similares resultantes de capitais alheios
obtidos, com origem em empresas do grupo e associadas.

Na DR por Naturezas teremos as seguintes igualdades:

Resultados Operacionais = Proveitos Operacionais – Custos Operacionais

Resultados Financeiros = Proveitos Financeiros – Custos Financeiros

Resultados Extraordinários = Proveitos Extraordinários – Custos Extraordinários

Resultados Correntes = Resultados Operacionais + Resultados Financeiros

Resultados Antes dos Impostos = Resultados Correntes + Resultados Extraordinários

Resultados Líquidos = Resultados Antes dos Impostos - Imposto S/ Rendimento

Demonstração de Resultados
2002 2003
Total dos Proveitos Operacionais
Total dos Custos Operacionais
1 Resultado Bruto /Margem Bruta ou RAJIAR (EBITDA)
a Amortizações
b Provisões
2 (1 -a + b) Resultados Operacionais - RAJI (EBIT)
Total dos Proveitos Financeiros
Total dos Custos Financeiros
3 Resultados Financeiros
4 (2+3) Resultados Correntes
Total dos Proveitos Extraordinários
Total dos Custos Extraordinários
5 Resultados Extraordinários
6 (4+5) Resultados Antes dos Impostos (EBT)
c Imposto s/ Rendimento (40%)
8 (6-c) Resultado Liquido (RL)

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Na DR por Funções os custos e proveitos são agregados por funções evidenciando os


custos das funções clássicas da empresa (produção, distribuição, administrativa e
financeira).

Quadro 1.3 Demonstração de Resultado Por Funções

Demonstração de Resultados por Funções


2001
Vendas e Prestações de Serviços
Custos das vendas e prestação de Serviços
Resultados Brutos/Margem Bruta
Outros proveitos e ganhos operacionais
Custos de distribuição
Custos Administrativos
Outros custos e perdas operacionais
Resultados Operacionais
Custos Líquidos de financiamento
Ganhos (perdas) em filiais e associadas
Ganhos (perdas) em outros investimentos
Resultados Correntes
Impostos sobre os resultados correntes
Resultados Correntes após Impostos
Resultados Extraordinários
Impostos sobre os resultados extraordinários
Resultados Líquidos
Resultados Por Acção

Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)

A DFC é um documento de informação referente aos fluxos financeiros gerados e


utilizados pelas actividades operacionais, de investimento e de financiamento das
empresas. Este documento organiza-se e é gerado através das actividades que
reflectem a evolução financeira da empresa.

O seu fundamento e importância é constatado pelo facto de haver divergências entre a


óptica financeira e a óptica económica da empresa, pois o facto de a empresa acusar
proveitos ou lucros, não significa necessariamente que tenha dinheiro sonante para
pagar juros, impostos e outros encargos imediatos, ou mesmo que apresente uma
estrutura sólida.

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A DCF ao classificar os fluxos por actividades, torna-se relevante para a analise e tem
como objectivo salientar os recebimentos e os pagamentos realizados ao longos do
período em analise, complementando as informações da DR. Através do DFC o analista
consegue ter noção apurada do potencial de negócios, necessidades graves de
tesouraria da empresa, bem como potenciais cenários de falência.

O DFC dá resposta as seguintes questões:

• Permite conhecer as fontes de caixa que a empresa teve acesso durante um


determinado período de tempo, o destino dado a esses recursos, da
possibilidade de saber como foi gerado e como foi utilizado o dinheiro no
período em análise;
• Detectar problemas de tesouraria e o potencial de negócio;
• Inventariar as necessidades de capitais alheios e a capacidade de reembolsar;
• Apurar os cash flows futuros com maior fundamentação;
• Detectar variações na estrutura da empresa relativamente ao pagamento das
suas dividas de longo prazo (solvabilidade) e de curto prazo (liquidez), a sua
capacidade de gerar meios de pagamento e em que momentos para adaptar-se
melhor aos mercados;

Na elaboração do DFC é adoptada uma classificação por actividades, com a finalidade


de permitir aos utentes avaliar o impacto na situação financeira da empresa e
conhecer as quantias geradas e utilizadas. Os fluxos são considerados da seguinte
forma:

• Actividades Operacionais - Constituem o objecto das actividades da empresa e


outras que não sejam de considerar como actividades de investimento ou de
financiamento;
• Actividades de Investimento – Compreendem a aquisição e alienação de
imobilizações corpóreas e incorpóreas e aplicações financeiras não
consideradas como equivalentes a caixa;
• Actividades de Financiamento – Resultam de alterações na extensão e
composição dos empréstimos obtidos e dos capitais próprios da empresa.

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Quadro 1.4 Mapa de Fluxos de Caixa

Mapa de Fluxos de Caixa


2001
Actividades Operacionais
Recebimentos
Pagamentos
(1)Fluxo de Actividades Operacionais

Actividades de Investimento
Recebimentos
Pagamentos
(2)Fluxo de Actividades de Investimento

Actividades de Financiamento
Recebimentos
Pagamentos
(3)Fluxo de Actividades de Financiamento

(4) Variação de Caixa = 1+2+3


Caixa no inicio de ano
Caixa no fim do ano

Mapa de Origem e Aplicação de Fundos

É um mapa ou uma demonstração elaborada com base na análise comparativa de


balanços sucessivos e é um instrumento tradicional da analise financeira, constituindo
um elemento de apoio ao estudo da liquidez.

Para a sua elaboração temos de ter em conta as aplicações de capital em imobilizado,


existências, dívidas de terceiros e investimentos financeiros, bem como as fontes ou
Origens de financiamento Capital social dividas a terceiros e os resultados gerados
pela empresa.

Regra geral, no MOAF, o aumento de qualquer elemento do activo é considerado um


investimento cujo montante será igual a variação desse elemento, de um ano para o
outro, mas que teve de ser financiado por um recurso equivalente, portanto aqui
estamos a falar que, qualquer aumento nas aplicações de fundos deve corresponde a
um aumento nas origens de fundos. O MOAF será apenas um mapa, em que

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encontram-se reportados o conjunto de variações ocorridas no balanço da empresa de


um ano para o outro, em que a soma das aplicações deverá ser igual a soma dos
recursos aplicados.

Neste contexto serão consideradas aplicações todos aumentos do activo e diminuições


no passivo e da mesma forma, serão consideradas origens os aumentos do passivo e
diminuições do activo.

Aplicações de Fundos Origens de Fundos


Aumentos de elementos do Activo Aumentos dos elementos do Passivo
Diminuições dos elementos do Passivo Diminuições dos elementos do Activo

Para efeitos de ajustamentos ao mapa temos que levar em consideração que o dos
investimentos em imobilizações deverá ser igual variação dos imobilizados líquidos
mais a dotação das amortizações, em contrapartida, nas origens, temos que considerar
o auto financiamento que é lançado como variação nos capitais próprios.

Quadro 1.5. MOAF

MAPA DE ORIGENS E APLICAÇOES DE FUNDOS


Balanços
Previsionais Variações Ajustamentos Fluxos Financeiros
Activo 2001 2002 Aplicações Origens Aplicações Origens Aplicações Origens
Imobilizações
Existências
Clientes
Outros Activos
TOTAL
Passivo
Capitais Próprios
Div M/Longo Prazo
Fornecedores
Div. Curto Prazo
TOTAL

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Conceitos de Estrutura

a) Capitais Permanentes – recursos financeiros que permanecem na empresa por


mais de um ano proveniente de sócios e de terceiros;
b) Capital Próprio – fundos próprios que incluem as dividas de sócios ou
acionistas (suprimentos) não remunerados, títulos de participações e previsões
para riscos e encargos.
c) Capital Alheio Estável – dividas de medio e longo prazo ou aquelas de curto
prazo com carater de permanência (roll over), não sendo resultantes do ciclo
operacional;
d) Fundo de Maneio Necessário - corresponde ao que resta depois da empresa
pagar as dividas de exploração utilizando os montantes que recebeu dos seus
devedores de exploração. Pode também ser considerado como o que sobra do
capital médio e longo prazo após o completo financiamento dos activos fixo ou
não corrente.
e) Fundo de maneio na óptica estrutural (Capitais Permanentes > Activo Fixo ou
Capitais Permanentes - Activo Fixo > 0) é o remanescente do capital
permanente depois de financiar o activo fixo, e que pode ser utilizado para
financiar o activo circulante.
Na optica da liquidez (Activo Circulante > Passivo Circulante ou Activo
Circulante - Passivo Circulante > 0) é o remanescente do activo circulante em
relação ao passivo que lhe financia.
f) Fundo de Maneio Funcional – parcela dos capitais permanentes que financia
efetivamente às catividades cíclicas;
g) Necessidade de Fundo de Maneio (NFM) – revelam as necessidades de
financiamento do ciclo de exploração, são pagamentos a serem feitos a
fornecedores, pessoal e aos Estado, antes de se receber dos clientes. As NFM
podem ser estruturais (ligadas ao ciclo de exploração da empresa) e
conjunturais (derivadas de fatores sazonais). É a soma algébrica entre os
recursos necessários para a empresa pagar aos seus credores e as necessidades
que a empresa tem de receber dos seus devedores para posteriormente fazer
face aos seus credores e fazer face à exigências do ciclo de exploração.

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NFM > 0 -> Necessidades de Financiamento


NFM < 0 -> Excedente Financeiro do ciclo de produção
h) Necessidades Cíclicas – contas incluídas resultantes ou que são originadas do
ciclo de exploração independentemente do prazo. São necessidades originadas
do próprio ciclo de exploração empresarial, visto que a empresa espera receber
este capital para por em funcionamento o ciclo de exploração e fazer
investimentos no próprio ciclo exploração, portanto ela tem necessidade de
receber este capital
i) Recursos Cíclicos – contas incluídas no ciclo de exploração da empresa e que
geram recursos financeiros de forma recorrente. São recursos obtidos pela
empresa, provenientes de credores de varia ordem, durante o normal
funcionamento da empresa para que esta possa para aplica-los no ciclo de
exploração, mantendo este mesmo ciclo constante;
j) Tesouraria Activa – inclui activos líquidos e quase líquidos (caixa depósitos a
ordem e títulos), ou inclui rubricas do activo que não resultam do ciclo de
exploração. Corresponde aos valores monetários ou activos quase líquidos que
a empresa dispõe para fazer face as exigências de tesouraria (pagamentos) que
se vencem permanentemente.
k) Tesouraria Passiva – inclui o passivo de curto prazo ligado a operações de
financiamento, portante não ligadas ao ciclo de exploração. Correspondem a
valores monetários ou activos quase líquidos que a empresa deve considerar,
automaticamente, como saídas destinadas aos seus credores.
l) Tesouraria Liquida - Tesouraria Activa – (Tesouraria Passiva > 0), implica que
existem recursos financeiros extra exploração para honrar os compromissos
que se vencem, independentemente do recebimento de clientes.
m) Equilíbrio financeiro é alcançado quando as necessidades de fundo de maneio
são NFM cobertas pela pelo remanescente do capital permanente depois deste
ter financiado todo activo de medio e longo. Assim sendo existe equilíbrio
financeiro quando:

FMF > NFM ou FMF – NFM ≥ 0, pelo que Tesouraria Liquida ≥ 0

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