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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE MAXIXE

CONTABILIDADE E AUDITORIA

FUNDO DE MANEIO COMO INSTRUMENTO DE ANALISE DO


EQUILÍBRIO FINANCEIRO - CASO DE ESTUDO DO FIPAG

Pré-projecto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Departamento de (Maxixe)


como requisito básico para a conclusão do Curso de Contabilidade e Auditoria.

Tiago Arnaldo Tualufo

Esmeraldo Inácio

Marta Angelina Raice

2021
ÍNDICE
RESUMO............................................................................................................................................3
1. CAPITULO I- INTRODUÇÃO...................................................................................................4
1.1. Contextualização......................................................................................................................4
1.2. Delimitação do tema e problema da pesquisa...............................................................................6
1.3. Justificativa..............................................................................................................................8
1.4. Objectivos...................................................................................................................................10
2. CAPÍTULO II- REVISÃO DA LITERATURA............................................................................11
2.1.1. Importância do Fundo de Maneio............................................................................................12
2.1.2. Métodos de fundo de maneio...................................................................................................13
2.2. Indicadores Financeiros..............................................................................................................13
2.3. O princípio de equilíbrio financeiro renovado............................................................................14
2.4. Importância de índices financeiros..............................................................................................15
2.4.1. Principais índices.....................................................................................................................17
2.4.1.1. Índices de Liquidez...............................................................................................................17
2.4.1.2. Índices de Actividade............................................................................................................18
2.4.1.3 Índices de endividamento......................................................................................................18
2.4.1.4. Índices de Rentabilidade.......................................................................................................19
2.4.1.5. Demonstrações Financeiras...................................................................................................19
3. CAPITULO III- METODOLOGIA...........................................................................................20
3.1. Tipos de pesquisa...................................................................................................................20
3.2. Quanto aos procedimentos.....................................................................................................21
3.3. Definição da população..........................................................................................................23
3.3.1. Dados da população...........................................................................................................23
3.4. Amostra.................................................................................................................................23
3.5. Dados da Empresa.................................................................................................................24
3.6. Técnicas de recolha de dados.................................................................................................25
3.6.1. Os instrumentos param recolha de dados...........................................................................25
3.7. Análise de Dados e Resultados..............................................................................................26
4. CAPITULO IV- CRONOGRAMA............................................................................................27
4.1. Cronograma...........................................................................................................................27
5. CAPITULO V-CONCLUSÃO..................................................................................................28

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6. CAPI TULO VI- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................30

RESUMO
O objectivo deste trabalho consiste em analisar o desenvolvimento financeiro da empresa FIPAG
através do fundo de maneio. No trabalho busca-se através de indicadores financeiros uma
conclusão sobre o impacto da implementação do fundo de maneio nas grandes, medias ou
pequenas empresas como um instrumento base para o equilíbrio financeiro e para o alcance dos
objectivos que a empresa traça.

Neste âmbito, pretendemos através das demostrações contábeis fazer um estudo do histórico
financeiro da empresa que esta em estudo, neste caso a empresa seleccionada é a FIPAG a filial
de Inhambane. Para enriquecer o nosso estudo recorreu-se vários estudos e pesquisas
anteriormente realizados por vários autores sobre o mesmo assunto, considerando outras
ideologias consideradas relevantes.

O trabalho propõe uma consciencialização e normalização da aplicabilidade com rigor do fundo


de maneio na medida em que demonstra os impactos que o fundo de maneio tem no crescimento,
saúde financeira e equilíbrio financeiro da empresa. Incentiva a implementação do
gerenciamento do fundo de maneio nas empresas moçambicanas do sector privado ou publico no
campo da administração financeira e demonstra a utilidade do mesmo por meio de testes feitos
com balanços reais extraídos de algumas empresas do mesmo sector. A organização investigada
foi estratificada em empresa com lucros, com prejuízos, com dívidas, sem dívidas, com excesso
de custos e despesas, com fundo de maneio e sem fundo de maneio. Sobre estes tipos de
empresas aplicaram-se testes de hipóteses. Das hipóteses referentes à proporção da empresa com
uma dada característica foram rejeitadas. Concluiu-se,

Palavra-chave: fundo de maneio, equilíbrio financeiro, índices financeiros, empresas,


administração financeira, finanças.

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1. CAPITULO I- INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Quando se constitui uma empresa é no pressuposto que a mesma tenha uma duração ilimitada.
Para que a empresa tenha uma duração ilimitada, é necessário que os seus gestores tomem
decisões correctas na determinação da política financeira e da respectiva estrutura financeira da
mesma. A urgência na procura de modelos de Balanço que sirvam para a solução de problemas
reais contribui decisivamente para acelerar o desenvolvimento da Contabilidade. A empresa
FIPAG que trabalha no ramo de abastecimento de água, tende a enfrentar alguns problemas
ligados ao equilíbrio financeiro da empresa.

A literatura sugere que as empresas poderão adoptar uma gestão conservadora do Fundo de
Maneio ou uma gestão agressiva do Fundo de Maneio. A primeira, como o próprio nome indica,
caracteriza-se por um Ciclo de Tesourarias longo, ou seja, um maior período de concessão de
crédito aos clientes, um maior volume de inventários em armazém e um reduzido período de
pagamento aos fornecedores.

A segunda política, a gestão agressiva do fundo de maneio, caracteriza-se por um Ciclo de


Tesourarias curto, ou seja, pela menor concessão de crédito aos clientes, pela manutenção de um
menor volume de inventários em armazém e pela obtenção de prazos de pagamento mais
alargados junto dos fornecedores. Contudo, a empresa terá de ter presente que a adopção de uma
gestão agressiva ou conservadora do Fundo de Maneio contém custos.

O principal dos quais, para a gestão agressiva, será a possibilidade de perda de possíveis clientes
pelo menor período de crédito concedido e o risco de ruptura no processo produtivo ou das
vendas. Para a gestão conservadora, o principal custo associado será o montante dos fundos
necessários para suportar o Ciclo de Tesourarias longo.

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Os recursos financeiros de uma empresa constituem um dos meios mais importantes para a sua
sobrevivência e desenvolvimento. Sem tais recursos, as empresas não poderão alcançar os seus
objectivos previamente estabelecidos, ou seja, não é possível fazer-se o planeamento estratégico
sem incluir tais recursos.

No entanto, a aquisição deste importante recurso requer um planeamento, aplicação eficiente e


controlo dos mesmos. Para isso, existe a gestão financeira que lida basicamente da aquisição,
aplicação e gestão eficiente e eficaz dos recursos financeiros. Ela compreende dois segmentos
principais, nomeadamente a estratégia financeira e a gestão financeira corrente, ou seja, a gestão
da tesouraria.

A gestão da tesouraria trata da gestão do activo e do passivo circulante. É uma área bastante
sensível e problemática e a sua má gestão pode levar à insolvência ou até mesmo a falência das
empresas. A falência das empresas pode ser solucionada através de uma gestão da tesouraria
eficiente e eficaz. Porém, reconhece-se que esta é uma prática difícil de se realizar, pois, existem
problemas constantes de tesouraria, caracterizados pelas difíceis situações em que a empresa
pode se encontrar. Por essa razão, e para preparar as bases para as soluções dos problemas, torna-
se crucial averiguar o tipo de problemas assim como suas origens.

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1.2. Delimitação do tema e problema da pesquisa
1.2.1. Problema de pesquisa

A empresa, segundo Pires (2006), deverá então manter um Fundo de Maneio que lhe possibilite
garantir as suas condições normais de exploração. Contudo, convém ter presente que o montante
necessário é, muitas vezes, influenciado por um conjunto de factores que se traduzem na “maior
ou menor capacidade de gestão do ciclo operacional” (Martins et al., 2009), correspondendo este
“ao período de tempo entre a aquisição de activos para processamento e a sua realização em
caixa ou equivalentes de caixa” (Rodrigues, 2009).

Nos últimos anos, a empresa FIPAG de Inhambane esta a enfrentar graves problemas
financeiros, pois esta com um Ciclo de Tesourarias cada vez mais a decrescer, o que esta levar a
empresa a falência, porque além de expandir a sua rede de abastecimento de água em mais
Bairros, já não consegue fornecer água a todos seus clientes e mesmo aos que ainda chega água
nas suas casas é com muitas restrições. Assim a cada dia que passa vai perdendo clientes e os
mesmo estão a optar por abrir furos de água nas suas casas ou a refugiarem se a pequenas
empresas de abastecimento de água nos seus Bairros.

Com isso, há uma grande necessidade de optar pela implementação de boas práticas de gestão de
fundos da empresa FIPAG de Inhambane, com vista a melhorar o seu Ciclo de Tesourarias. A
eficiente Gestão de Fundo de Maneio seria fácil de obter se existisse uma perfeita sincronização
entre os recebimentos dos clientes e os pagamentos aos fornecedores. No entanto, é de senso
comum que na realidade diária das empresas tal facto não ocorre. Logo, no decorrer da sua
actividade operacional as empresas verificam oscilações das respectivas necessidades de Fundo
de Maneio.

Resulta, portanto, que a Gestão de Fundo de Maneio, uma das áreas mais importantes na gestão
financeira de uma empresa, está relacionada com a gestão dos activos e passivos correntes.

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Uma gestão eficiente, segundo Sial & Chaudhry (2012), envolve um planeamento e um controlo
ao nível desses activos e passivos correntes, para que se consiga encontrar um ponto de
equilíbrio entre ambos. Segundo Nwankwo & Osho (2010), uma eficiente Gestão de Fundo de
Maneio é então uma condição necessária para a continuidade, para a solidez e para o
desenvolvimento sustentável das empresas. Caso contrário, uma má gestão poderá provocar-lhes
graves problemas de liquidez e no limite levá-las à insolvência.

Partindo do pressuposto dessas reflexões e tendo considerações que a tesouraria é uma das áreas
mais importante dentro da uma organização, pois assegura os recursos e instrumentos financeiros
necessários para a manutenção e viabilização dos negócios da empresa, pelo que coloca-se
seguinte pergunta de partida: Até que ponto a analise do fundo de maneio pode ajudar a
melhorar a tesouraria e garantir o equilíbrio Financeiro da empresa FIPAG?

1.2.1. Delimitação do estudo

O presente trabalho pretende associar a teoria á prática em matéria de gestão de fundo de


maneio, ciclo da tesouraria, mais concretamente no âmbito da natureza e origens dos seus
problemas. Para isso, fixar-se-á atenção, em primeiro lugar, aos conceitos essenciais que
permitem uma melhor percepção da gestação de fundo de maneio, ciclo de tesouraria, os factores
que a influência, para de seguida prosseguir com os objectivos aqui pretendidos. Para a
consubstanciação deste tema, a empresa FIPAG apresenta um ciclo de tesouraria desequilibrado
e a sua verificação prática será feita com base no estudo de caso da empresa, o qual terá como
base temporal o período de últimos 3 anos, 2018, 2019 e 2020 na empresa FIPAG de Inhambane.

1.2.2. Limitações do estudo

Para a realização do trabalho, verificam-se algumas dificuldades, no que diz respeito as


informações ligadas a caracterização do departamento financeiro da empresa. Há problemas na
recolha dos dados para elaboração do balanço financeiro, pois, é quase impossível fazer a
distinção entre aquilo que eram actividades de exploração e extra exploração. Pretende fazer

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análise dos dados numa base anual e mensal. Porém, dada a confidencialidade dos dados da
empresa, não foi possível obter os dados para a análise mensal.

1.3. Justificativa
O estudo deste tema é de maior relevância visto é que a tesouraria realiza o controlo das
informações financeiras oriundas de todos os departamentos da empresa e também administra a
aplicação dos recursos operacionais.

Tal importância faz com que a área de tesouraria esteja directamente a influenciar os sectores
estratégicos e decisórios das empresas. Por outro lado, de acordo com FELÍCIO, (1996) a
matéria de gestão de tesouraria acarreta dificuldades quando diferentemente tratado ou
compreendidos nos temas expostos por alguns autores. Sendo assim, é dada sua sensibilidade,
torna-se fundamental entende-la de forma correcta e tratá-la de uma maneira previsível,
cautelosa e eficaz. Assim é que os objectivos de médio e longos prazos da empresa serão
alcançados. Portanto, perceber e dominar a natureza e origens dos problemas de gestão de
tesouraria é um meio caminho andado ás soluções destes problemas. Isto torna este tema
relevante, pois pode ser uma das condições para o sucesso da empresa

A gestão financeira quando focada na maximização de valor na administração do fundo de


maneio tem um papel essencial no desempenho de uma empresa. Segundo Matias (2007) é o
fundo de maneio que permite a materialização da liquidez, lucratividade, sobrevivência e
prosperidade da empresa. Colabora com este pensamento o Assaf Neto e Silva (2002)
fundamentando que a gestão do fundo de maneio é essencial para o sucesso da empresa. A partir
dessas teses revela-se que a gestão de fundo de maneio deve ser uma das principais funções do
administrador financeiro.

E preciso que evidenciemos o sentido de uma boa gestão financeira como mecanismo para
manutenção de sua saúde financeira, focada na maximização eficiente da gestão do capital
próprio, idealizando que este é um papel vital para uma saúde financeira.

Para tanto Gitman (2002) uma empresa pode ser lucrativa e mesmo assim fracassar, devido a um
insuficiente fluxo de caixa para satisfazer suas obrigações, nas datas de vencimento. Este triste

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cenário se apresenta a medida que a empresa até apresenta lucro no balanço patrimonial, contudo
não há recurso em tempo hábil para cumprir com suas obrigações financeiras. Esta ideologia nos
conduz a uma necessidade de uma empresa seja qual for atinge um equilíbrio financeiro.

A empresa deverá garantir constantemente o equilíbrio da sua estrutura financeira. Se este equilíbrio se
verificar, a empresa terá maior capacidade competitiva, pelo que é fundamental proceder-se ao seu estudo
para melhorar a competitividade empresarial. Se a estrutura financeira se encontrar equilibrada, então a
empresa possui capacidade para cumprir atempadamente todas as obrigações, consequentemente, adquire
capacidade para negociar com os fornecedores de capitais permanentes, bem como com os fornecedores
de exploração e com os clientes as condições de compra e venda e torna-se credível junto das várias
entidades que intervêm no ciclo económico de exploração

Este estudo e de grande relevância pois permite com que as empresas grandes, medias e
pequenas conheçam a importância do fundo de maneio nas suas empresas, saber aplicar os
indicadores financeiros para avaliar o rumo da empresa face ao seu desenvolvimento da mesma,
isto é, a empresa através do fundo de maneio vai garantir a liquidez a curto prazo, conhecer o
equilíbrio financeiro da empresa em curto prazo, avaliar se as disponibilidades da empresa
conseguem liquidar o passivo corrente com base nos indicadores de liquidez, evitar a
insolvabilidade dos seus compromissos perante aos fornecedores, saber enfrentar eventuais
atrasos nos recebimentos de cliente ou eventuais antecipações não previstas dos pagamentos aos
fornecedores.

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1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral

 Analisar a influência do fundo de maneio no equilíbrio financeiro da empresa FIPAG


sendo adoptado ciclo de tesouraria curto ou longo.

1.4.2. Objectivos Específicos

 Identificar os problemas de tesouraria da empresa FIPAG;


 Compreender a natureza e origens dos problemas de tesouraria da FIPAG através de um
estudo de caso;
 Verificar quão aplicável é as soluções teóricas propostas ao caso prático em análise.

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2. CAPÍTULO II- REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Fundo de Maneio

“O Fundo de maneio é entendido como «o conjunto de valores submetidos às transformações


cíclicas de curto prazo e cujo destino normal, no final de cada ciclo de exploração, é a sua
reutilização em novos ciclos, garantindo à empresa uma margem de segurança que lhe
permita adequar, a todo o tempo, a cadência de transformação dos activos às exigências dos
credores». Poderá também ser considerado como «a diferença entre os capitais circulantes e o
exigível a curto prazo, ou seja, a parte do activo circulante que, estando fora da exigência
imediata dos credores, aparece ligado à exploração”. Pires (2006)

Aravindan & Ramanathan (2013) definem Fundo de Maneio como sendo a “quantidade de
dinheiro investido nas operações diárias de uma empresa”, enquanto Tagaduan & Nicolaescu
(2011) o definem como sendo o “excesso de capitais permanentes sobre o activo imobilizado
líquido”, isto é, a parte dos capitais permanentes que se destina ao financiamento do activo
corrente.

Em termos de operacionalização para efeitos de análise, o Fundo de Maneio, segundo


Tagaduan & Nicolaescu (2011) e Brandão (2012), pode ser estimado segundo duas ópticas
diferentes: a da liquidez (parte baixa do Balanço) e a da origem dos capitais (parte alta do
Balanço). Na primeira óptica, o Fundo de Maneio é obtido pela diferença entre o activo
corrente e o passivo corrente, permitindo determinar a quantidade de capital que é alocado às
necessidades operacionais (Aravindan & Ramanathan, 2013).

Pela segunda óptica, o Fundo de Maneio é obtido pela diferença entre os capitais
permanentes (c0apital próprio e passivo não corrente) e o activo não corrente (Brandão,
2012). Se desta relação resultar um valor positivo, isto é, se o Fundo de Maneio for positivo,
significa que a empresa utiliza o excesso de capitais permanentes no financiamento do seu
activo corrente. No entanto, sendo negativo significa que parte do activo não corrente está a
ser financiada por financiamento de curto-prazo, condição que poderá aumentar o risco de
insolvência das empresas (Mota, 2013).

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Pelo exposto, constata-se que o conceito de Fundo de Maneio tem subjacente a Regra do
Equilíbrio Financeiro Mínimo (REFM), que refere que os capitais utilizados no
financiamento dos activos devem ter uma maturidade igual ou superior à vida económica
destes. Contudo, na realidade das empresas verifica-se que nem sempre a transformação dos
activos em meios líquidos ocorre no valor e no período de tempo que inicialmente se tinha
previsto (Martins et al., 2009) e, por isso, em geral a empresa necessita de possuir um Fundo
de Maneio positivo.

2.1.1. Importância do Fundo de Maneio


Ser uma reserva para emergências financeiras, quando a empresa não consegue suportar
todos os custos e despesas, é a grande utilidade do fundo de maneio. Este valor possibilita a
sobrevivência em momentos críticos da empresa, economicamente falando.

O fundo de maneio permite fazer face às despesas regulares da empresa, como pagamentos a
fornecedores ou pagamentos de salários aos colaboradores e até cobrir custos inesperados.
No fundo, possibilita que a empresa responda a qualquer tipo de emergência ou perda de
forma eficaz, sem ter de declarar insolvência ou abrir falência.

Esta ferramenta também facilita a avaliação do estado económico da empresa,


proporcionando uma noção real do que esta necessita para ser economicamente viável: quais
os valores que tem a pagar e os que deve receber para estar equilibrada

A variável do fundo de maneio surge com particular relevância, nomeadamente quando se


procura analisar o desempenho de uma empresa tanto no que respeita à sua liquidez como à
sua sustentabilidade.

A determinação de um fundo de maneio ajustado ao volume e à natureza da actividade de


uma empresa reveste-se de crucial importância, para o desenvolvimento das actividades de
gestão, bem como para a determinação do valor da empresa (Pires, 2006). Desta forma, o
fundo de maneio é uma variável medida em termos absolutos incluída na análise do
equilíbrio financeiro de curto prazo que reflecte o financiamento do ciclo de exploração.

É ainda necessário ter em atenção que a determinação do fundo de maneio adequado às


necessidades operacionais de uma empresa está sujeita a um conjunto de condicionantes,

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associados à especificidade da empresa, à sua actividade e à conjuntura económica (Pires,
2006). A título de exemplo, as empresas industriais normalmente apresentam ciclos de
exploração mais longos e investem mais nos seus activos correntes, necessitando por isso de
um maior fundo de maneio, pelo que a gestão deste indicador é um factor vital para estas
empresas (Van-Horne & Wachowicz, 2008).

Para a Teoria Tradicional, e como enuncia Moreira (2001), o fundo de maneio assenta na
regra de ouro da gestão financeira segundo a qual os capitais utilizados pela empresa no
financiamento dos seus activos devem ter uma maturidade igual ou superior à vida
económica destes.

2.1.2. Métodos de fundo de maneio


1) O fundo maneio representa a parte dos capitais permanentes que financiam o activo
fixo, e como tal, representa a margem de segurança que uma empresa ou organização
apresenta a nível financeiro. Este pode ser obtido por dois métodos distintos,
nomeadamente pela diferença entre;
2) Os Capitais Permanentes (conjunto de capitais colocados à disposição da gestão por
um período superior a um ano, ou seja, os seus capitais próprios adicionados aos
capitais alheios de médio e longo prazo) e o Activo Fixo (composto pela totalidade
das imobilizações líquidas de amortizações e pelas dividas a receber de médio e longo
prazo);
3) O Activo Corrente (conjunto dos elementos do Balanço cujo prazo de permanência
seja inferior a um ano) e o Passivo Corrente (conjunto dos elementos do Balanço cujo
prazo de exigibilidade seja inferior a um ano).

2.2. Indicadores Financeiros


Os indicadores financeiros analisados em conjunto podem avaliar o desempenho da empresa,
a situação financeira actual e possíveis tendências.

O termo indicador origina-se do latim indicare, verbo que significa apontar ou proclamar.
Em português, indicador significa aquilo que indica, torna patente, revela, propõe, sugere,
expõe, menciona, aconselha, lembra. Um indicador, segundo Cavalcanti (1998), é algo que

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auxilia na transmissão de um conjunto de informações sobre complexos processos, eventos
ou tendências.

Para Silva (2010), é preciso realizar uma apuração através de quocientes ou índices para que
se tenha uma visão abrangente acerca da situação económica, financeira e patrimonial em
que a organização se encontra. E essa análise é feita por meio de uma construção sequencial
e histórica de índices, contabilizados através da associação entre contas que compõem as
demonstrações contábeis. Bruni (2014) indica que os dados essenciais para a análise
realizada por indicadores são a demonstração de resultado (DRE) e o balanço patrimonial dos
períodos a serem explorados. Segundo o autor, será feita uma análise comparativa:

Se o balanço patrimonial de um ano tem valor limitado, a análise de vários anos de resultados
dá mais consistência aos números; se é difícil chegar a uma conclusão sobre a qualidade da
empresa, uma comparação com outras firmas no mesmo sector ajuda a esclarecer a questão.
O trabalho é também cumulativo no sentido que qualquer conclusão depende da consideração
de um conjunto de indicadores (BRUNI, 2014, p.122).

2.3. O princípio de equilíbrio financeiro renovado


Com base neste novo conceito, tesouraria líquida, o princípio de equilíbrio financeiro
renovado pode ser enunciado da seguinte forma: uma empresa está em equilíbrio financeiro
quando a sua tesouraria é nula. Caldeira Menezes menciona que “O equilíbrio estrutural da
situação de tesouraria (tesouraria igual a zero) atinge-se, portanto, quando o fundo de maneio
igualar o fundo de maneio necessário total”, (Menezes; 2001: 137). Dito de outra forma, o
princípio do equilíbrio financeiro renovado (equilíbrio financeiro estrutural ou tesouraria
líquida) estipula que, uma empresa encontra-se em equilíbrio financeiro quando a diferença
entre o fundo de maneio e o fundo de maneio necessário total é igual a zero, (Felício e
Esteves; 1996: 93).

Quando a diferença acima exposta é igual a zero, a tesouraria também é igual a zero, “ou
seja, está-se perante a condição que estabelece a regra do equilíbrio estrutural da tesouraria”,
como afirmam Felício e Esteves. Se pelo contrário, a diferença verificada for superior a zero,

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a tesouraria também terá valor superior a zero. A regra do equilíbrio estrutural mínimo de
tesouraria pressupõe que a tesouraria seja nula, (Felício e Esteves; 1996: 109)

A tesouraria apresenta-se deficitária e espelha o desequilíbrio financeiro em que a empresa se


encontra. No entanto, o fundo de maneio tem um valor positivo mas reduzido, o qual é
insuficiente para cobrir o fundo de maneio necessário total. Tendo em conta a dimensão do
défice de tesouraria, aconselha-se a empresa a tomar medidas que garantam o equilíbrio
financeiro futuro, (Carrilho et al.; 2005: 127-128) Assim, a empresa deverá aumentar o seu
fundo de maneio, recorrendo essencialmente a um aumento do capital próprio em numerário,
quer por injecção de capital ou de prestações suplementares; equacionar a obtenção de mais
crédito bancário de médio e longo prazo ou reduzir o seu imobilizado total líquido.

A opção de redução do imobilizado total líquido da empresa poderá ser a mais viável, dado
que as outras opções envolvem a entrada de dinheiro por parte dos sócios ou accionistas e
custos explícitos (juros do crédito bancário). Reduzir o valor do fundo de maneio necessário
total poderá ser outra alternativa para a empresa, através da redução das necessidades
financeiras cíclicas (efectivada pela redução do prazo médio de recebimentos e da duração
média de existências) ou do aumento dos recursos financeiros cíclicos (por via do aumento
do prazo médio de pagamentos).

Reduzir o nível de existências em armazém e o volume de crédito concedido a clientes,


assim como aumentar o volume de crédito obtido junto dos fornecedores também contribuirá
para atingir o equilíbrio da estrutura financeira.

2.4. Importância de índices financeiros


De acordo com Iudícibus (2009), o principal objectivo do uso de indicadores financeiros é o
de possibilitar ao usuário da contabilidade extrair tendências e comparar os quocientes com
padrões preestabelecidos, relatando o que aconteceu no passado e gerando bases de acção
para possíveis resultados futuros.

Contudo, uma avaliação devidamente apurada, resguardada por auditorias e comparadas com
padrões preestabelecidos, é de fundamental importância para a administração financeira da

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organização. Buscando asseverar a confiabilidade da apuração dos indicadores financeiros,
Ching, Marques e Prado (2010), enumeram algumas prescrições:

 Realizar a análise de índices através de associações com outros, nunca os interpretando


de maneira isolada;
 Apurar os dados de mais de um ano, para que se possa acompanhar sua evolução;
 Comparar os índices da entidade com os índices de empresas do mesmo setor,
concorrentes.

Os indicadores, segundo Hronec (1994:5), possuem algumas características importantes:

a) Devem induzir a estratégia em toda a organização e são, portanto, top/down, devendo


induzir os comportamentos desejados nos funcionários ou outros prestadios da
empresa;
b) Devem ser adequadas para responder ao gestor se ele está ou não atingindo suas
metas, isto é: devem informar às pessoas como elas estão se saindo (individualmente
e em grupo), comunicando os resultados das acções realizadas (projectos e
processos);
c) Devem reduzir a dissonância de focos -- desentendimentos quanto ao que é ou não
importante; e d) devem disseminar o uso universal de conceitos (linguagem comum).

Os indicadores de gestão, que são estruturados como uma relação entre duas variáveis, na
forma de numerador e denominador, devendo seus atributos e valores ser passíveis de
medição (TACHIZAWA, 2004: 211).

Para Marion (2009a:33) para uma adequada análise de Balanços devem ser seguidas 4
etapas:

 Extrair os índices das demonstrações financeiras;


 Comparar os índices com os padrões;
 Ponderar sobre as diferentes informações para se chegar a conclusão;
 Tomar as decisões.

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Na construção do indicador de sustentabilidade financeira foram consideradas estas
características. Também se levou em conta o contexto de aplicação do indicador proposto:
para tomada de decisão na esfera financeira e administrativa.

Segundo Freitas et al. (1997:52), as variáveis mais importantes que interferem no processo de
tomada de decisões são: os objectivos da organização, os critérios de racionalidade e de
eficácia, as informações (a falta ou excesso, situação de incerteza, complexidade e conteúdo),
raciocínio, valores, crenças, recursos, etc. Estas variáveis servem de apoio ao decisor,
principalmente quando o conteúdo das informações possibilita formar uma base de
conhecimento e ajuda no raciocínio, contribuindo para a formação de valores positivos
(recursos) e a eliminação de crenças ou mitos, encaminhando o administrador para decisões
acertadas e sua execução (acções).

Conforme descrito por Marion (2009a:1) para se conhecer a situação económico financeira
de uma entidade é necessário a análise de três pontos fundamentais: liquidez (Situação
Financeira), endividamento (Estrutura de Capital) e rentabilidade (Situação económica).

2.4.1. Principais índices

2.4.1.1. Índices de Liquidez


De acordo com Martins, Miranda e Diniz (2013), os índices de liquidez mostram a situação
financeira de uma entidade perante aos compromissos financeiros contraídos, em outras
palavras, indicam a capacidade de honrar as dívidas assumidas, indicando de maneira
genérica a condição de sua própria continuidade. É importante ressaltar a consideração que
Matarazzo (2003) depreende desse índice, ao considerar a ideia equivocada que iguala
liquidez com capacidade de pagamento. Para o autor, os índices de liquidez não advêm do
fluxo de caixa, o qual compara entradas com saídas de dinheiro. Pode ocorrer que uma
empresa com bons índices de liquidez – os quais revelam boas condições de capacidade para
saldar dívidas não esteja obrigatoriamente honrando com suas obrigações em dia, em
decorrência de outras variáveis como prazo e renovações de dívidas.

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2.4.1.2. Índices de Actividade
Índices de actividade, também conhecidos como índices do ciclo operacional representam a
dinâmica das operações desenvolvidas pela organização. Por meio deles é possível analisar o
nível de desempenho da entidade, através da avaliação de aspectos encontrados na realização
do balanço patrimonial e da demonstração de resultados (ASSAF NETO, 2012). Essa
composição de índices, conforme afirma Marion (2010), engloba a avaliação de quantos dias
a empresa demora, em média, para receber o correspondente as suas vendas, para realizar o
pagamento de suas compras e para renovar o seu estoque.

2.4.1.3 Índices de endividamento


Segundo Martins, Miranda e Diniz (2013 p. 139), “o índice de endividamento mostra quanto
à empresa tem de dívidas com terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) para
cada real de recursos próprios (património líquido).” O índice revela o quão dependente de
terceiros a organização se encontra, e consequentemente, o risco a que está sujeita. É também
através desse índice que será possível identificar qual a proporção de dívidas de curto e longo
prazo que a entidade apresenta. Marion (2010) ressalta algumas características essenciais
intrínsecas na análise de índices de endividamento:

 Organizações que utilizam dívidas para saldar outras dívidas vincendas: como nessa
situação não ocorre a geração de recursos para honrar os compromissos assumidos, a
entidade irá necessitar recorrer a empréstimos sucessivos, gerando um círculo vicioso,
que tornará a empresa insolvente;
 Uma situação favorável seria de maior participação de dívidas a longo prazo,
permitindo que a entidade tenha maior tempo para produzir recursos necessários a
liquidação do compromisso – expansão e modernização, por exemplo, são
empreendimentos que deverão ser financiados com recursos a longo prazo, já que os
resultados desses levam tempo;

18
 Empréstimos a curto prazo são mais onerosos que os de longo prazo: dívidas
concentradas no curto prazo, principalmente composta por empréstimos,
normalmente apresentam qualidade ruim.

2.4.1.4. Índices de Rentabilidade


Segundo Iudícibus (2009), os índices de rentabilidade confrontam os resultados alcançados
pela organização com algum valor que expressa a dimensão relativa do mesmo, ou seja, o
valor das vendas, o activo total, o património líquido ou o activo operacional. Saporito
(2015) considera importante o uso desses indicadores, uma vez que a avaliação de
desempenho de uma organização baseada na análise dos resultados em valores absolutos não
é uma forma precisa de análise, pois não considera aspectos como porte, recursos totais e
recursos próprios que a empresa investe em sua estrutura. A utilização dos índices de
rentabilidade permitiria transformar os valores absolutos fornecidos pelas demonstrações
contábeis em valores relativos, obtidos pela divisão do resultado por algum parâmetro que
forneça um significado conveniente em termos de interpretação.

2.4.1.5. Demonstrações Financeiras


As demonstrações financeiras reflectem a situação económica, financeira e patrimonial das
empresas.

Segundo Marion (2009b:23): o objectivo das demonstrações contábeis é de fornecer


informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na
posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas
avaliações e tomadas de decisão económica.

As demonstrações contábeis são Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do


Exercício (DRE), Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou
Demonstração das Mutações do Património Líquido (DMPL), Demonstrações dos Fluxos de
Caixa (DFC) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

19
3. CAPITULO III- METODOLOGIA

3.1. Tipos de pesquisa


Nesta seção descreve-se os aspectos metodológicos que foram utilizados para o estudo do
gerenciamento do fundo de maneio em uma empresa de prestação de serviços de
abastecimento de água.

Desta forma para a realização deste trabalho ira-se usar dois tipos de pesquisa que são:

Pesquisa Bibliográfica é um conjunto de conhecimento encontrado em todas obras.

Pesquisa Documental consiste em analisar toda documentação fornecida pela empresa em


estudo, ex.: (balanços, mapas, relatórios e mais documentos por se usar no estudo).

Para este trabalho adoptamos a metodologia que consiste em pesquisar, analisar e debater as
informações publicadas sobre o tema anteriormente citado, a fim de criar-se uma linha de
análise, visando fundamentar teoricamente o objecto a ser investigado com bases sólidas.
Assim teremos um plano norteador do problema da pesquisa.

A pesquisa com base em objetivos classifica-se como Pesquisas descritiva pois objetiva
descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou ainda o
estabelecimento de relação entre variáveis. Fazendo-se uma profunda busca literária,
seleccionando-se e sintetizando-se ideias, que tenham relação com o problema analisado,
buscando uma melhor compreensão das diversas ideologias deste assunto, fazendo-se as
citações pertinentes.

O trabalho se organiza com uma lógica que prioriza as variáveis, não se atendo a uma
organização cronológica. Almeja-se realizar uma análise criteriosa da Administração do
fundo de maneio e como esta influi directamente sobre sustentabilidade financeira da
empresa.

Será feita uma pesquisa de Campo, já que se realizará uma investigação empírica junto aos
gestores, obtendo-se dados pertinentes à administração do fundo de maneio da empresa
seleccionada.

20
Usar-se-á também o levantamento de dados, buscando informações directamente colectadas
com a empresa pesquisada. Como objetivo de aprofundar os fatos com riqueza de detalhes a
respeito da administração do fundo de maneio da empresa, utilizou-se o estudo de caso.

3.2. Quant
o aos procedimentos
Quanto aos procedimentos esta pesquisa se classifica como estudo de caso.

“O método estudo de caso é considerado um dos tipos de pesquisa qualitativa


que consiste na utilização de um ou mais métodos quantitativos de recolha de
informações, não seguindo uma linha rígida de investigação” (Yin, 1993).

Será baseado na pesquisa de campo na FIPAG filial de Inhambane, obtendo característica


monográfica e cunho analítico. Serão utilizados como instrumentos para o levantamento de
dados, a análise das demonstrações financeiras, Extractos Bancários, os quais relacionam as
áreas da contabilidade e administração.

Segundo Vergara (2007, p.49) "Estudo de caso é a pesquisa sobre um


determinado individuo, família, grupo ou comunidade que seja representativo do
seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida’’.

Desta forma para execução das actividades da pesquisa foi necessário delimitar o universo e
a amostra a serem utilizados. O universo da pesquisa foi a FIPAG-Inhambane, os controles
internos focados na gestão financeira. Já a amostra limita-se aos dados colhidos no período
delimitado de 3 anos 2018, 2019 e 2020 para realização da pesquisa.

Quanto aos procedimentos técnicos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em artigos
científicos e teses, cujo objectivo é a obtenção de subsídios para análise de conteúdo. E foi
realizado um estudo de caso em uma única empresa de abastecimento de água na cidade de
Inhambane, uma vez que será feito um estudo junto ao gestor, obtendo-se informações reais
por meio de documentos financeiros em relação a gestão do fundo de maneio da empresa,
com o objectivo de conhecer a gestão de seus recursos financeiros a curto prazo.

Nesse sentido, Vergara (2013), aborda que “o estudo de caso pertence a um


seguimento pragmático e detalhado da pesquisa, podendo-se limitar a um ou

21
poucos elementos, tais como, uma pessoa, uma família, um produto, uma
instituição, uma comunidade ou até mesmo um país”.

Os dados necessários para a pesquisa foram levantados por meio de um questionário, os


quais foram colectados dados primários, aplicado directamente ao gerente da empresa.

O questionário é constituído de perguntas fechadas, definidas através do referencial teórico,


onde será dividido em três seções, cuja finalidade é alcançar os objectivos proposto neste
trabalho.

A primeira seção permitirá traçar a definição e a relevância do fundo de maneio, a segunda


será destinada a classificação e a importância económica e pôr fim a terceira e última seção
irá para identificar o quão importante é a gestão do fundo de maneio para a empresa.

A pesquisa foi realizada na empresa FIPAG-Inhambane. O questionário foi aplicado


pessoalmente ao gestor da empresa e os dados levantados serão analisados através de
comparação com o referencial teórico levantado.

No questionário estruturado as questões foram alocadas nos seguintes tópicos:

 Informações da Empresa;
 Dados do respondente;
 Qualificação do gestor de capital de giro;
 Inicio das actividades
 Gestão de fundo de maneio;
 Gestão de Estoque e Produção;
 Compras a Prazo;
 Vendas a Prazo;
 Restrições Financeiras;
 Antecipação de Recebíveis;
 Conhecimentos sobre o fundo de maneio.

22
Por fim, após a organização das informações colectadas a partir da aplicação dos
questionários, foram realizadas através de análise dos dados, o qual possibilitará o
desenvolvimento dos resultados procurados.

3.3. Definição da população


Para o avanço da nossa pesquisa definimos como população os funcionários da empresa
FIPAG que actuam em todas áreas de administração da empresa.

3.3.1. Dados da população


A empresa conta com um total de de 37 funcionarios dos quais:

Concelho diretivo – 7 funcionários

Conselho técnico- 16 funcionários

Administração financeira – 8 funcionários

Contabilidade- 6 funcionários

3.4. Amostra
Para a coleta de dados e registros contabilísticos da empresa nos últimos 3 anos respetivamente
2018, 2019 e 2020 recorreu-se a uma entrevista ao diretor da empresa aos responsáveis
contabilistas e ao chefe do departamento de planificação e finanças que juntos colaboraram
durante o período delimitado, os dados colhidos através da entrevista serão analisados e por fim
far-se-á uma indução no apuramento dos resultados.

23
Classifica-se a amostragem como não probabilística visto que as probabilidades de conhecimento
e seleção de sua amostra são desconhecidas, e não existe uma base para cálculo da população
e erro amostra.

3.5. Dados da Empresa


O FIPAG - Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água é uma instituição
pública de âmbito nacional, dotada de personalidade jurídica e autonomia administrativa,
financeira e patrimonial tutelada pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos
Hídricos. A empresa filial em estudo opera com dezasseis funcionários, é classificada como
uma empresa grande. Com relação ao tempo de operação, a empresa atua há 22 anos no
mercado e possui dois sócios, onde ambos participam da gestão da empresa.

A empresa pública dispõe de vários funcionários que exercem as actividades de acordo com
o seu ramo de formação, o gerente financeiro possui o ensino superior completo, mas em
área distinta das finanças. Com experiência no gerenciamento de fundo de maneio entre dois
a cinco anos, no qual é sua actividade principal na empresa, onde possui participação
esporádica em capacitações na área.

O mesmo tem conhecimento sobre o tema através de estudos em artigos e argumenta que o o
fundo de maneio é muito importante para a empresa, pois é uma peça fundamental para
executar o ciclo financeiro.

Sendo assim, com uma visão que a empresa cresça e aperfeiçoe sua gestão futuramente, opta-
se por desenvolver estratégias financeiras e trabalhar de forma simplificada. Com a seca que
se verificou anos atrás na cidade envolveu a empresa numa pequena queda financeira pois a
fonte principal de água o rio Guiua estava quase secando, fenómeno que afectou a qualidade
de fornecimento de água pois a água não estava disponível durante 24 horas, pois verificam-
se vários cortes. Uma vez que o volume de água consumido em um mês é directamente
proporcional aos lucros da empresa no mesmo intervalo de tempo. Este facto possivelmente
causou a diminuição do fundo de maneio.

24
Segundo Pinheiro (2005) “mudanças que acontecem na empresa prejudica o
fundo de maneio, impactando nas vendas ou no aumento da precisão do uso de
capital de giro tornando-o maior que o próprio”. Portanto, conforme Ferreira et
al. (2011) “a crise pode atingir muitas empresas financeiramente e até chegar ao
ponto de fechar suas portas”. Em contrapartida pesquisa do SEBRAE (2016)
revela que “existem empresas que enxergam oportunidades com a crise”.

3.6. Técnicas de recolha de dados


Visto que trata-se de uma pesquisa qualitativa a técnicas de recolha de dados escolhida e
documental onde efectua-se a recolha e análise bibliográfica sobre o tema em questão e eventual
historial financeiro feito anteriormente. Serão utilizados outros documentos financeiros da
empresa que podem de certa forma fornecer a situação financeira da empresa no período
delimitado pela pesquisa.

Para se aproximar a precisão dos resultados, pretende-se utilizar também a técnica não
documental onde haverá espaço para a realização de entrevista direccionada aos funcionários
responsáveis pela saúde financeira da empresa FIPAG nos anos 2018,2019 e 2020 bem como um
inquérito direccionado ao Gerente da empresa, pretende-se ainda fazer-se uma analise de
conteúdos que estarão a disposição.

. Comparativos, nas técnicas não-documentais são realizados os inquéritos, as entrevistas, as


análises de conteúdo, as observações (in) directas, entre outros recursos.

3.6.1. Os instrumentos param recolha de dados


Os instrumentos de recolha de dados documentais seleccionados são documentos oficiais:
balanço financeiro, mapa de demostração de resultados, análise bibliográfica e para não
documentais os instrumentos utilizados são entrevista e inquérito.

25
“A entrevista é um método de recolha de informações que consiste em conversas orais,
individuais ou de grupos, com várias pessoas seleccionadas cuidadosamente, cujo grau de
pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos objectivos da recolha de
informações” (Ketele & Roegiers, 1999).

3.7. Análise de Dados e Resultados


Nesta seção com o intuito de atingir o objectivo desta pesquisa, foram abordados e
analisados os dados levantados por meio de um questionário aplicado a uma empresa de
abastecimento de água do município de Inhambane, com as seguintes etapas: informações
sobre a empresa e o perfil do sócio proprietário e, a análise da gestão do fundo de maneio.

Para análise dos dados a nossa pesquisa se adequa a análise descritiva pois toma-se os dados
reais colectados da situação financeira de tesouraria, fundo de maneio da empresa FIPAG e o
seu equilíbrio.

Após a recolha, os dados serão apurados não apenas de acordo com o numero mas também
de acordo com coerência entre a teoria e a situação financeira da empresa, visto que dispõe-
se de documentos oficiais da empresa, as entrevistas e inquéritos que por sua vez nos trarão
outros dados que serão analisados e comparados com os dados dos documentos oficiais e se
chegara a resposta da nossa questão de partida.

26
4. CAPITULO IV- CRONOGRAMA

4.1. Cronograma
Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem
8 9
1 2 3 4 5 6 7
Elaboração do Plano de trabalho X
Pesquisa Bibliográfica X
Redacção da Revisão Bibliográfica X
Definição da Metodologia X
Recolha de dados X X
Tratamento dos dados X X
Analise dos dados X X
Conclusões X
Correcções gramáticas e estruturas X X X
Redacção final do TCC X

27
5. CAPITULO V-CONCLUSÃO
5.1. Conclusão
Depois de profundas investigações realizadas no decorrer do presente projecto de pesquisa,
evidenciou-se que o fundo de maneio é uma ferramenta muito importante no
desenvolvimento sustentável duma empresa, pois o fundo maneio representa a parte dos
capitais permanentes que financiam o activo fixo, e como tal, representa a margem de
segurança que uma empresa ou organização apresenta a nível financeiro.
A aquisição de resultados satisfatórios, precisa de uma boa preparação, perseverança e foco
por parte do entrevistador a fim de direccionar correctamente esse processo. A utilização de
uma matriz de decisão contribuiu para a priorização do que seria relevante ser questionado e
conhecido;
Para o alcance do objectivo geral utilizou-se várias ferramentas, que por sua vez se conectam
aos caminhos traçados para o alcance do mesmo como exemplo de indicadores financeiros.
Uma análise feita antes da pesquisa parecia que as hipóteses estabelecidas não só eram
lógicas como potencialmente observáveis empiricamente. Mas não foi o que se observou.
Das hipóteses levantadas como possíveis respostas, referentes à proporção das empresas com
uma dada característica algumas foram rejeitadas. Entretanto o que caminhava para ser um
autêntico desastre pelo elevado índice de rejeição de hipóteses.
Porém foi com a pesquisa de campo que conseguimos encontrar a resposta ao nosso
problema, neste caso a questão de partida. Com a percepção do conceito de sustentabilidade
financeira e do fundo de maneio conseguimos concluir que estes dois conceitos estão
interligados entre si, pois enquanto um se preocupa em manter a saúde financeira da empresa
o outro cria condições para que a empresa não possa deixe de cumprir com as suas
obrigações mensais ou anuais, neste sentido os dois culminam para manter em pé a empresa
financeiramente. O nosso estudo traz factos de uma empresa e fundamentou-se que a gestão
de fundo de maneio nas empresas e indispensável para uma boa saúde financeira empresarial.
O conhecimento adquirido por meio dos resultados da pesquisa orientou a empresa FIPAG
de INHAMBANE, em relação ao que é mais importante e o que se deve focar primeiramente
e também permitiu a empresa saber qual seria o fundo necessário para arcar com as tais
despesas. Com tudo a empresa viu-se crescer e com a capacidade de reduzir as restrições de
água nos consumidores pois grassas ao Fundo de Maneio já tem uma equipe preparada para

28
resolver situações de fugas de água nas ruas o que trazia grandes prejuízos na empresa, pois
esta e uma das obrigações da empresa, e esta agora presta atenção nas taxas mensais
obrigatórias e outros pagamentos.
Aravindan & Ramanathan (2013) definem Fundo de Maneio como sendo a “quantidade de
dinheiro investido nas operações diárias de uma empresa”, enquanto Tagaduan & Nicolaescu
(2011) o definem como sendo o “excesso de capitais permanentes sobre o activo imobilizado
líquido”, isto é, a parte dos capitais permanentes que se destina ao financiamento do activo
corrente.
Conclui-se que este estudo e de grande relevância pois permite com que as empresas
grandes, medias e pequenas conheçam a importância do fundo de maneio nas suas empresas,
saber aplicar os indicadores financeiros para avaliar o rumo da empresa face ao seu
desenvolvimento da mesma, ou seja, as empresas estarão focadas não apenas a auferir lucros
baseados em sustentabilidade financeira, isto é, a empresa através do fundo de maneio vai
garantir a liquidez a curto prazo, conhecer o equilíbrio financeiro da empresa em curto prazo,
avaliar se as disponibilidades da empresa conseguem liquidar o passivo corrente com base
nos indicadores de liquidez, evitar a insolvabilidade dos seus compromissos perante aos
fornecedores, saber enfrentar eventuais atrasos nos recebimentos de cliente ou eventuais
antecipações não previstas dos pagamentos aos fornecedores.
Portanto o fundo do maneio influencia na sustentabilidade financeira da empresa FIPAG-
INHAMBANE na medida em que com a implementação do mesmo na empresa proporciona
maior rentabilidade e crédito e além do mais gera satisfação aos seus clientes.

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6. CAPI TULO VI- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10. MARION, J.C. 2009.Análise das Demonstrações Contábeis - Contabilidade Empresarial.
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ed. São Paulo: Atlas.

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