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A consistência está baseada em 3 domínios fundamentais:

Técnico

Gerencial

Prático

Time Frames
O que são time frames e qual a importância deles para o day trade?
Para nós entendermos o mercado, captarmos os sinais que ele nos
dá, é sempre necessário um determinado time frame ou tempo
gráfico. Um gráfico de cinco minutos, por exemplo, tem cada candle
ou barra que se desenvolve em cinco minutos de negociação do
mercado. Os mais ansiosos utilizam o gráfico de 1 minuto, pois ele é
mais "rápido" e poderia pegar movimentos menores, com stops
menores também. Mas logo percebem que os sinais que o mercado
dá (padrões gráficos, padrões de candles) não têm muita
confiabilidade.

De fato, existe uma máxima na análise técnica de que quanto maior


o tempo gráfico mais confiáveis os sinais e padrões, seja de
continuidade ou reversão. Portanto, um sinal dado no gráfico de 5
minutos é mais relevante do que um sinal no 1 minuto. Um padrão
no gráfico de 15 minutos tem mais força que um padrão no gráfico
de 5 minutos, e assim sucessivamente.

Se pensarmos assim, podemos trabalhar com a ideia de que gráficos


longos são melhores, certo? Não necessariamente! Trabalhar com
um gráfico de 30 minutos, por exemplo, pode lhe dar ótimos sinais,
confiáveis e para buscar alvos mais longos. Mas lembre-se sempre
que estamos falando de day trade, de operações para buscar
movimentos curtos. Nesse sentido, um dia inteiro de negociações de
contratos futuros teria apenas 9 candles de uma hora e 18 candles
de trinta minutos, portanto não conseguiríamos abrir uma operação
e fechar no mesmo dia.

Aqui se recomendam os time frames de 5, 10 e 15 minutos. Assim,


conseguimos ter um equilíbrio entre sinais relativamente confiáveis,
alvos concretos para day trade e stop condizentes com nosso risco.

Mais do que isso, o tempo gráfico tem um impacto psicológico. A


sua percepção de mercado e sua ansiedade são afetadas pelo tempo
gráfico. No gráfico de 1 minuto, por exemplo, muitos são os sinais,
alguns falsos outros verdadeiros, e você se sentirá frustrado quando
identificar um sinal que se desenvolve e não entrar na operação.
Além disso, a sucessão rápida de candles faz com que nós fiquemos
ansiosos para operar, querendo comprar ou vender a toda hora, o
que é extremamente prejudicial psicologicamente e também para
seu capital!

Alguns traders mais experientes utilizam uma técnica que se chama


scalp trade, de pegar rompimentos curtos, movimentos rápidos em
determinada direção com entradas e saídas com intervalo de
minutos, até segundos! Para tal, pode-se utilizar o tempo gráfico de
1 minuto, e muitos aliam o gráfico com a leitura de fluxo ou tape
reading, que veremos mais para a frente em nosso curso. No
entanto, de maneira geral, se você está começando, recomendamos
a utilização de gráficos a partir de 5 minutos, que trazem excelentes
oportunidades de como operar day trade do zero.
Price Action
O que é Price Action e o que ele tem a ver com day trading?
O Price Action é um dos fundamentos de toda a análise dos preços.
Essa técnica tem séculos de idade e nasceu quando começou a
plotar o comportamento dos preços pelo tempo, em um gráfico.
Antes de toda a análise técnica que conhecemos hoje, o Price
Action, ou naked chart, busca entender e projetar possíveis
movimentos dos preços ao se analisar o histórico de negociações.

No Price Action, nós conseguimos identificar uma série de variáveis


que são muito mais que pontos no gráfico, algumas remetem
inclusive à psicologia do mercado, como, por exemplo, a memória do
mercado. Quando identificamos níveis que são testados várias
vezes, podem significar que os investidores têm memória em relação
a eles. São os chamados suportes (caso os preços estejam acima) e
resistências (caso os preços estejam abaixo).

Por exemplo, determinada ação da empresa XYZ se valoriza até o


nível de R$20 e cai, testa novamente esse patamar e voltar a cair, e
assim por diante. Isso significa que os investidores acham caro o
nível de R$20 e posicionam suas ordens de venda nessa região,
criando uma faixa de negociações que todo o mercado fica de olho
quando os preços a atingem. Se, eventualmente, o mercado tiver
força compradora para romper os R$20, haverá, portanto, uma
escassez de ordens de venda e o preço pode deslanchar para cima a
partir daí.

Esse é um exemplo ilustrativo, não é toda ação que ancora suas


expectativas no nível de R$20, mas serve para verificarmos como o
Price action nos ajuda a vislumbrar determinados níveis que podem
trazer expectativas de compra ou de venda. Um estudo histórico da
ação do próprio preço pode nos indicar qual o melhor tipo de atitude
tomar perante o mercado: se comprar, se vender ou mesmo (muito
importante no day trade) se é hora de ficar de fora. Mais relevante
que a hora de entrar e sair é a hora de ficar de fora.

O day trade pode criar muita ansiedade no operador, mas é muito


importante ter as ferramentas mentais para encarar o dia a dia do
mercado. Sobre a parte psicológica falaremos mais para a frente.
Análise Técnica com Indicadores
Como usar análise técnica e indicadores no day trade?
A análise técnica é a evolução do Price Action, é uma consequência
imediata. A análise gráfica passou por uma revolução tecnológica: na
primeira metade do século XX, os analistas utilizavam folhas
quadriculadas e marcavam os pontos à mão e, a partir disso, deduzia
as perspectivas que a ação do preço apontava.

Conforme as plataforma de informação passaram a ser


automatizadas e os computadores tornaram-se acessíveis, foi
possível realizar cálculos complexos em pouco tempo. A partir dos
movimentos e da ação do preço, é possível calcular o que chamamos
de indicadores técnicos

O mais famoso e mais utilizado indicador técnico é a Média Móvel,


que calcula o preço médio de negociações dos últimos períodos.

Sempre que entrar um novo retorno (neste caso, de preços), o mais


antigo será excluído. Um exemplo, se um dia o preço de
determinada ação foi negociado a R$14,15; no dia seguinte, a
R$14,20 e, no terceiro dia, fechou a R$14,40, a média móvel de três
dias estará em R$ 14,25. Se, no dia seguinte, o preço fechar em
R$14,50, a média móvel passará para R$ 14,37, e assim por diante.
Imagine ter que calcular médias móveis de 100 ou 200 períodos
todos os dias à mão!

De maneira geral, existem dois tipos de estratégias de atuação no


mercado: estratégias com indicadores seguidores de tendência, que
funcionam bem em mercados direcionais e estratégias com
osciladores, que buscam reversão, para atuar em mercados laterais.
Não há estratégia melhor ou pior, cada um tem suas especificidades
e buscam um tipo diferente de movimento.

Apesar de ser o indicador técnico mais conhecido, médias móveis


não são os melhores indicadores para day trade. Outros indicadores
derivados de médias móveis podem ter sinais mais confiáveis e mais
rápidos. No day trade, timing é tudo!

O cruzamento de médias móveis ou mesmo o cruzamento dos


preços na média, estatisticamente não traz os melhores resultados
com gráficos de 5 ou 15 minutos. Um indicador interessante para
seguir tendência intra-diária é o HiLo, que é graficamente plotado
como uma "escada" verde ou vermelha, indicando compra e venda,
respectivamente.

De outra maneira, também são muito válidas estratégias de reversão


de tendência e exaustão de movimento. Para identificar esses
pontos, utilizamos os osciladores. Esses indicadores podem derivar
de diversos tipos de cálculos com relação à movimentação do preço
e também do volume.

Os osciladores variam de 0 a 100, nunca ultrapassando esses


patamares, e o mais famoso deles é o índice de força relativa ou IFR.
A força relativa, neste caso, é de compra e venda: quando o
oscilador aponta níveis acima de 80, indica que os preços estão
sobre comprados, portanto, podem-se buscar oportunidades na
venda. Quando o IFR aponta níveis abaixo de 20, os preços estariam
sob vendidos e haveria oportunidade na compra.

Para encerrar, vale destacar que nenhum indicador é infalível, que


aponta sempre uma entrada com 100% de eficiência, cada um tem
suas virtudes, mas também suas falhas. Por isso, day traders utilizam
uma combinação de indicadores técnicos, ou uma combinação de
indicadores com padrões gráficos, ou padrões de candles.
Determinados padrões de preço, combinados com indicadores que
apontam entrada, são chamados de Setups, que, aliás, é o próximo
tópico que abordaremos neste curso de Day Trade.
Setups
O que são setups e por que um day trader precisa deles?
Após termos entendido as técnicas gráficas de abordagem do
mercado e, antes de entrarmos na famosa técnica de tape reading ou
leitura de fluxo, vamos entender como os setups são vitais não só
para a sobrevivência do trader como também para seu
desenvolvimento como operador consistente.

Setup é um conjunto de regras que determina a entrada da


operação. Essas regras podem ser as mais diversas: podem ser o
cruzamento de médias móveis, níveis de indicadores, rompimento de
níveis de suporte ou resistência, padrões de candles, padrões
gráficos, todos com aumento de volume ou sem.

Esse conjunto de regras é muito importante para que nós criemos


um padrão de nossas operações. Se não tivermos critérios para
entrar e sair do mercado, qualquer sinal ou qualquer movimento
mais volátil pode fazer com que nosso emocional nos diga que é
hora de entrar, quando, na verdade, não há nada que nos aponte
para tal.

Mais do que entrada, quando entramos em uma operação na compra


ou na venda, é fundamental já traçar nossos alvos e nosso stop.
Alvos determinados nos ajudam a realizar o lucro e garantem que
uma operação vencedora que não foi finalizada possa,
eventualmente, tornar-se uma operação perdedora. Temos que ter
plena ciência de que tipo de movimento buscamos em nosso
operacional.

O stop é o nível de risco máximo que aceitamos em determinada


operação. Caso o preço atinja nosso stop, é imperativo sair, pois, a
situação pode piorar, e muito. Lembre-se: o stop fere o ego ao
termos que admitir nosso erro, mas preserva nosso bolso e nossa
expectativa positiva de relação risco e retorno. Temos que sempre
jogar as possibilidades em nosso favor, e setups bem elaborados
fazem isso muito bem.
Além de tudo, como comentamos, os setups são muito importantes
também pelo fator psicológico. A atividade do trader pode ser
estressante e pode haver uma mistura de emoções durante as
operações ou mesmo fora delas. Quando nós criamos regras de
entrada e saída do mercado, limitamos – e isto é um exercício
contínuo – que as emoções influenciem nosso operacional. É
importante ter um abordagem mais fria e calculista quando estamos
falando de day trade, e isso vamos abordar quando falarmos de
mindset.
Conclusão
Nenhum setup é o Santo Graal do trader. É importante testar várias
estratégias através de um período considerável de tempo para saber
se traz para nós uma relação interessante de risco e retorno. Como
se diz no mercado: "Setup é setup", ou seja, se houve um sinal, deve-
se entrar com confiança, caso não dê certo, saia no nível de stop e
tente em nova oportunidade.

Tape Reading
Tape reading é o segredo dos day traders?
A história do tape reading coincide com os primórdios do pregão
eletrônico, quando as negociações eram registradas em uma fita de
papel. Na época, alguns especialistas costumavam ler os registros
dessas fitas e foi aí que surgiu o termo tape reading (leitura de fita,
em uma tradução livre).

A ideia principal dessa técnica era observar quantidades expressivas


de contratos sendo comprados ou vendidos "ativamente". Para
entender esse termo, é importante ressaltar que existem duas
formas de comprar no mercado: posicionar uma compra no livro de
ofertas e esperar alguém vender no preço que você está disposto a
pagar (nesse caso, trata-se de uma postura passiva, que depende de
outro player para a execução de sua ordem); ou comprar a mercado
na melhor oferta vendedora (nesse caso, trata-se de uma postura
ativa, em que o comprador aceita pagar o preço pedido pelo
vendedor para ter sua ordem executada com certeza).

A mesma ideia se aplica para execução de vendas. A grande sacada


por trás dessas observações é que as ordens executadas ativamente
refletem a demanda pelos contratos ofertados e,
consequentemente, promovem a movimentação de preços, seja para
cima ou para baixo. Já os players passivos, que ofertam ordens no
book, são responsáveis pela liquidez no mercado e, às vezes, até
pela dificuldade dos preços oscilarem (quando existe oferta muito
maior que a demanda por lotes na compra ou na venda).

A essa altura já deu para perceber que não se trata de interpretar


padrões gráficos ou setups técnicos, trata-se de entender, com o
máximo de clareza possível, a dinâmica de compra e venda e
identificar fluxos de negociações consistentes para "pegar uma
carona" neles. Em sua essência, o tape reading consiste em surfar as
ondas criadas pelos grandes players (e, em alguns momentos, até
contribuir para a formação dessas ondas).
Agora que você entendeu a essência dessa técnica, vamos
compreender como ela se adaptou aos dias de hoje e que
ferramentas utilizamos para estudar o fluxo de ordens. Basicamente,
utilizamos duas ferramentas para estudar o fluxo:

• Book de ofertas – é onde vemos os lotes ofertados em cada


nível de preço, tanto na ponta compradora quanto na ponta
vendedora. As ordens são posicionadas em cada nível de preço
de acordo com a chegada, ou seja, quem oferta seus lotes
primeiro em um determinado preço será executado primeiro.
Vale ressaltar que ofertar um lote no book depende da atuação
de algum outro player para que ele seja executado (trata-se de
uma atuação passiva), ou seja, o book mostra a intenção de
compra e venda, através das ofertas, mas não a execução de
fato.
• Times & trades – é onde são exibidas todas as ordens
executadas, em que consta o preço negociado, a quantidade e
a hora exata da negociação. É através do times & trades,
associado ao book de ofertas, que podemos verificar a
intensidade da demanda compradora ou vendedora do
mercado.

Essas são as duas principais ferramentas. As demais ferramentas que


identificam agressões (compras e vendas a mercado), saldo de
negociações, plugins de fluxo, etc., derivam do book de ofertas e do
times & trades. Vale ressaltar que não existe "a mais importante"
entre elas, pois são janelas totalmente complementares. Uma janela
sem a outra não indica absolutamente nada, portanto é preciso usar
a informação de ambas de forma combinada. Para finalizar, vamos a
algumas observações importantes:
• Plataforma – por ser uma técnica muito específica, requer uma
boa plataforma de negociação. Infelizmente, as plataformas
mais indicadas para se operar essa técnica são pagas, ou seja,
não é possível ter acesso a essas ferramentas (com qualidade)
através do home broker e plataformas gratuitas.
• Dinâmica – por se tratar de uma análise de fluxo de
negociações, com o mercado em movimento e centenas de
contratos sendo negociados a cada instante, estamos falando
de uma atividade extremamente dinâmica. Por isso,
dificilmente você vai encontrar boas explicações sobre análise
de fluxo em livros. Recomendamos assistir a videoaulas, como
as disponibilizadas no Portal do Trader ou cursos, como o
Plano TNT, que possui o treinamento mais completo em tape
reading do Brasil.
• Prática – a análise de fluxo não se aprende da noite para o dia.
Na verdade, ela requer uma curva de aprendizado que leva
algumas semanas para ser absorvida por qualquer operador.
Por isso, o tempo de tela é extremamente importante. Essa
habilidade não se desenvolve sem prática.

Para finalizar, vale ressaltar que a aplicação mais comum é para


operações de curtíssimo prazo, mas é possível adaptar a técnica para
observar movimentos de prazo maior também. Portanto, se você se
identificou com a leitura de fluxo, recomendamos investir em algum
curso de nível mais avançado, o que lhe permitirá compreender o
tape reading em todos os seus níveis de complexidade no menor
tempo possível e extrair resultados consistentes do mercado.

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