Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO LETRAS-PORTUGUÊS
CAMPUS I – ARAPIRACA
ARAPIRACA-AL
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS
CURSO LETRAS-PORTUGUÊS
CAMPUS I – ARAPIRACA
ARAPIRACA-AL
2022
Dos sons às palavras – aquisição da linguagem
A forma de acentuação no interior das palavras indica que o bebê possa fazer hipóteses
sobre o inicio de palavras. De acordo com algumas hipóteses é possível entender que por volta
do nono mês os bebês aplicam as linhas prosódicas para delimitar as preposições.
Quanto ao aparelho fonador, sabe-se que o dos bebês e dos adultos são totalmente
diferentes e é só a partir do segundo ano da criança que seu aparelho fonador toma a forma dos
demais da espécie humana. Em seus dois primeiros meses, toda a produção vocal de um bebê
está diretamente limitada através do progresso do seu aparelho fonador, e é entre o segundo e
o quinto mês que é emitido sons gerados pela laringe e véu palatino. No auge de seu quinto mês
é que o bebê consegue comandar sua fonação, se estabelecendo o início do seu controle
articulatório.
Entre seis e oito meses, é notado o aparecimento do balbucio que se firma na elaboração
de sílabas simples desenvolvida nas sequencias consoante-vogal com repetição. Todo esse
balbucio tem características gerais que estão interligadas a assimilação dos sons. Os estudos da
atualidade revelam uma interligação entre balbucio e a distribuição sonora das primeiras
palavras, onde essas primeiras palavras afloram paralelamente à sequencia do balbucio, mas
vale também ressaltar que existe uma simplicidade se comparar a produção sonora de
consoantes das primeiras palavras com o balbucio.
O léxico da criança é formado entre doze e trinta e seis meses e possui alguns marcos,
entre eles a presença de uma mutabilidade entre um ser e outro. As palavras habituais tem sua
produção em torno dos onze aos treze meses, começa de uma forma devagar no primeiro ano e
aumenta no final do segundo. Entre dezoito e vinte meses ocorre um fenômeno conhecido como
explosão lexical. Essa explosão, de acordo com alguns estudos se deve ao fato da criança passar
a entender que tudo pode ser nomeado.
Estudos que mostram a dominação dos nomes sobre os verbos levantam diversas
hipóteses e podem explicar a questão de que os verbos e os adjetivos não devam se constituir
antes da criança ter domínio sobre nomes candidatos à predicação. Mas alguns autores rebatem
esses estudos, pesquisas comparativas entre o inglês e o coreano levantam hipóteses que esses
estudos podem ser falhos, pelo fato de se basearem somente na língua inglesa e de que os dados
utilizados estão dentro de um âmbito cultural que acrescenta as atividades de denominação.
Outra pesquisa comparativa entre o italiano e o inglês mostra que em ambas as línguas
as primeiras palavras pronunciadas não estão na classe dos nomes e nem dos verbos, mas dentro
de uma classe múltipla de elementos ou rotinas instituídos pelas crianças em contextos
familiares.
Um dos termos recorrentes entre pesquisas sobre o léxico das crianças é a que procura
estabelecer como a criança faz se efetivar as unidades da linguagem divididas em palavras com
o contexto diário. É percebido no primeiro momento da sua aquisição que a criança utiliza de
forma específica e restringida uma determinada palavra. Onde as subextensões tem relação com
as circunstancias e contextos de produção e a interpretação das palavras está relacionada com
as especificidades dos referentes.
Estudos mostram que a criança pode ser incentivada a partir de uma mediação da
linguagem para que possa formar novas categorias conceituais, experiencias são feitas a partir
de dois grupos para demonstrar tais fatos. Nesse sentido da denominação de um objeto passa a
originar uma nova categoria. Ainda de acordo com esses estudos ficou constatado que os bebês
a partir do décimo terceiro mês conseguem diferenciar as funções dos adjetivos e dos nomes.
Existem estudos para tratar sobre o papel da linguagem dirigida à criança, onde é
observado que a mães se apontam aos seus filhos com uma linguagem planejada, com um tom
mais alto e uma entonação mais excessiva. Logo, essa linguagem pode auxiliar para o progresso
das capacidades linguísticas da criança, mas vale acrescentar que esse debate ainda possibilita
margem para diversas discussões.