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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS

CURSO LETRAS-PORTUGUÊS
CAMPUS I – ARAPIRACA

LYVIA MYCHELLE SIMPLICIO SANTOS ROLIM

DOS SONS ÀS PALAVRAS – AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM


(RESUMO)

ARAPIRACA-AL
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS
CURSO LETRAS-PORTUGUÊS
CAMPUS I – ARAPIRACA

LYVIA MYCHELLE SIMPLICIO SANTOS ROLIM

DOS SONS ÀS PALAVRAS – AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM


(RESUMO)

Trabalho apresentado à Universidade Estadual de Alagoas-


UNEAL, como requisito de nota parcial para obtenção de média
bimestral na disciplina eletiva Tópicos em Psicolinguística.

Professor: Ronaldo de Oliveira Nobre Leão

ARAPIRACA-AL
2022
Dos sons às palavras – aquisição da linguagem

De acordo com os estudos acerca da percepção e produção da linguagem ainda em


bebês, é possível compreender a existência de dois fenômenos, o primeiro relata que a partir do
nascimento o bebê já possui uma estruturação elaborada onde consegue diferenciar as
categorias de contraste fonético de sua língua original, além de realizar, mesmo eu mais tarde,
o balbucio canônico. O segundo demonstra a presença de um decurso de uma adequação e de
uma estruturação já estabelecidos através das propriedades da língua obtida em torno dos seis
meses.

A partir dos estudos é possível perceber a capacidade de diferenciar alterações da esfera


fonêmica que bebês de um à quatro meses possuem. Já os bebês de seis meses identificam as
oposições ausentes de sua língua materna, em todas as vozes do falante, além das alternâncias
de entonação. Por volta do sexto ao oitavo mês, os bebês não são capazes de diferenciar mais
os contrastes vocálicos que não estão presentes em sua língua. Todo o ambiente vocálico seria
determinado por volta dos dez meses e a seleção consonântica se distingue em torno dos onze
aos treze meses.

Baseado em pesquisas existentes mais antigas, é possível afirmar que ocorre um


reconhecimento por parte dos bebês com a voz da mãe desde o momento do nascimento. Já
estudos mais atuais demonstram que os bebês ingleses conseguem distinguir sua língua de uma
outra língua, com exceção das línguas que compõem o mesmo grupo rítmico da sua. É a partir
do quinto para o sexto mês que o bebê pode aferir mais especificidades de acentuação e um
desdobramento da fala seguinte.

A forma de acentuação no interior das palavras indica que o bebê possa fazer hipóteses
sobre o inicio de palavras. De acordo com algumas hipóteses é possível entender que por volta
do nono mês os bebês aplicam as linhas prosódicas para delimitar as preposições.

Quanto ao aparelho fonador, sabe-se que o dos bebês e dos adultos são totalmente
diferentes e é só a partir do segundo ano da criança que seu aparelho fonador toma a forma dos
demais da espécie humana. Em seus dois primeiros meses, toda a produção vocal de um bebê
está diretamente limitada através do progresso do seu aparelho fonador, e é entre o segundo e
o quinto mês que é emitido sons gerados pela laringe e véu palatino. No auge de seu quinto mês
é que o bebê consegue comandar sua fonação, se estabelecendo o início do seu controle
articulatório.

Entre seis e oito meses, é notado o aparecimento do balbucio que se firma na elaboração
de sílabas simples desenvolvida nas sequencias consoante-vogal com repetição. Todo esse
balbucio tem características gerais que estão interligadas a assimilação dos sons. Os estudos da
atualidade revelam uma interligação entre balbucio e a distribuição sonora das primeiras
palavras, onde essas primeiras palavras afloram paralelamente à sequencia do balbucio, mas
vale também ressaltar que existe uma simplicidade se comparar a produção sonora de
consoantes das primeiras palavras com o balbucio.

O léxico da criança é formado entre doze e trinta e seis meses e possui alguns marcos,
entre eles a presença de uma mutabilidade entre um ser e outro. As palavras habituais tem sua
produção em torno dos onze aos treze meses, começa de uma forma devagar no primeiro ano e
aumenta no final do segundo. Entre dezoito e vinte meses ocorre um fenômeno conhecido como
explosão lexical. Essa explosão, de acordo com alguns estudos se deve ao fato da criança passar
a entender que tudo pode ser nomeado.

Existe uma desproporção de diversos meses entre a produção de palavras e sua


compreensão, durante os primeiros processos da aquisição da linguagem, diversas
circunstancias cognitivas estão em convergência com o que a criança entende sobre a linguagem
organizada através de sua compreensão, muito mais do que está atrelado a sua produção.

De acordo com alguns estudos a constituição do vocabulário é formada por tendencias


de produção que acontece entre dezesseis e trinta meses, esses estudos indicam três fases, elas
começam por volta dos dezoito aos vinte meses, depois ocorre uma atenuação alusiva ao
aumento do léxico e por fim a ocorrência das classes gramaticais que quase não são vistas na
primeira fase, chega em torno de 15% aos trinta meses.

Estudos que mostram a dominação dos nomes sobre os verbos levantam diversas
hipóteses e podem explicar a questão de que os verbos e os adjetivos não devam se constituir
antes da criança ter domínio sobre nomes candidatos à predicação. Mas alguns autores rebatem
esses estudos, pesquisas comparativas entre o inglês e o coreano levantam hipóteses que esses
estudos podem ser falhos, pelo fato de se basearem somente na língua inglesa e de que os dados
utilizados estão dentro de um âmbito cultural que acrescenta as atividades de denominação.
Outra pesquisa comparativa entre o italiano e o inglês mostra que em ambas as línguas
as primeiras palavras pronunciadas não estão na classe dos nomes e nem dos verbos, mas dentro
de uma classe múltipla de elementos ou rotinas instituídos pelas crianças em contextos
familiares.

Dentro da estruturação do léxico existe uma mutabilidade quanto ao estilo de aquisição


da linguagem. Sendo assim, é possível afirmar que algumas crianças podem aprender um
grande número de nomes, enquanto outras conseguem bem menos, baseado num mesmo nível
de vocabulário. Toda essa informação pode está baseada em estudos que falam sobre um “estilo
referencial” que sugere que algumas crianças adentram na linguagem valendo-se de palavras
que designam objetos, e um “estilo expressivo” que demonstra que outras crianças tem
vocabulário mais diversificado englobando rotinas, expressões físicas, dêiticos. Além do que já
foi citado, existem outras teorias que separam as crianças entre nominais e pronominais.

As diferenças individuais no processo de aquisição da linguagem foram por muito


tempo ignoradas. Existe uma variabilidade no entendimento de palavras em crianças de
dezesseis meses podendo alterar de 92 à 321 palavras e uma defasagem que pode ir de 10 até
180. Toda essa variabilidade pode ter relação com a dissolução entre entendimento e a produção
de palavras ainda na fase inicial de aquisição.

Um dos termos recorrentes entre pesquisas sobre o léxico das crianças é a que procura
estabelecer como a criança faz se efetivar as unidades da linguagem divididas em palavras com
o contexto diário. É percebido no primeiro momento da sua aquisição que a criança utiliza de
forma específica e restringida uma determinada palavra. Onde as subextensões tem relação com
as circunstancias e contextos de produção e a interpretação das palavras está relacionada com
as especificidades dos referentes.

Estudos mostram que a criança pode ser incentivada a partir de uma mediação da
linguagem para que possa formar novas categorias conceituais, experiencias são feitas a partir
de dois grupos para demonstrar tais fatos. Nesse sentido da denominação de um objeto passa a
originar uma nova categoria. Ainda de acordo com esses estudos ficou constatado que os bebês
a partir do décimo terceiro mês conseguem diferenciar as funções dos adjetivos e dos nomes.

O desenvolvimento lexical é marcado pelo estudo de diversos princípios explicativos,


um deles é o princípio de contraste, nele existe um pressuposto em que toda palavra nova
apreendida se contrapõe com as palavras já conhecidas e como forma de referenciar um grupo
existe uma forma linguística estabelecida. Ellen Markman tem uma das formulações mais
conhecidas sobre esse princípio, onde ela os divide em quatro restrições. Os estudos mostram
que essas restrições estão presentes muito mais cedo na vida da criança e que influenciam
diretamente no crescimento do seu vocabulário.

De acordo com a teoria dos protótipos e esquemas de acontecimentos, a acepção de uma


palavra é primordialmente apreendida através de um referente exemplar da categoria. Essas
categorias são divididas nos níveis superordenado, de base e subordinado.

Existem estudos para tratar sobre o papel da linguagem dirigida à criança, onde é
observado que a mães se apontam aos seus filhos com uma linguagem planejada, com um tom
mais alto e uma entonação mais excessiva. Logo, essa linguagem pode auxiliar para o progresso
das capacidades linguísticas da criança, mas vale acrescentar que esse debate ainda possibilita
margem para diversas discussões.

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