Outubro 2014 – FIESP Como é definido o FAP? Como é calculado: o FAP anual reflete a aferição da acidentalidade nas empresas relativa aos dois anos imediatamente anteriores ao processamento (exemplo: o FAP 2010 tem como período-base de cálculo janeiro/2008 a dezembro/2009). O FAP anual tem como período de vigência o ano imediatamente posterior ao ano de processamento (exemplo: o FAP 2010 terá vigência de janeiro a dezembro de 2011).
Em que se baseia: nexo causal, que é o vínculo existente entre a
conduta do agente e o resultado por ele produzido (causa efeito). Modernamente: toda doença tem multicausalidade. Como é definido o FAP? Artigo 2º da Resolução 1.488/1998 do Conselho Federal de Medicina: o médico perito deve adotar em relação aos vários fatores responsáveis por um evento acidentário, o seguinte: “Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exames complementares, quando necessários, deve o médico considerar: I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal; II - estudo do local de trabalho ; Como é definido o FAP? III - o estudo da organização do trabalho ; IV - os dados epidemiológicos; V- a literatura atualizada; VI - a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas; VII - a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros; VIII - o depoimento e a experiência dos trabalhadores; IX - os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área da saúde”. Como é definido o FAP? Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo sempre que se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade preponderante da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacionada na CID em conformidade com o disposto na Lista “C” do anexo II do Decreto 3.048/99.
CNAE X CID = inserido na lista “C” do anexo II do
Decreto 3.048/99
Assim, nem sempre a análise RECOMENDADA pelo CFM é observada.
Como os profissionais de RH podem se defender quanto ao FAP? Fator Acidentário de Prevenção - Ano de processamento: 2014 Vigência: 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 Portaria Interministerial MPS/MF nº 438, de 23/09/2014 (DOU 23/09/2014) Disponibilização do FAP calculado em 2014 e vigente em 2015: 30 de Setembro de 2014 Período para solicitar o desbloqueio de bonificação: 1º a 31 de outubro de 2014 (pedido eletrônico) Período para homologação do desbloqueio pelo Sindicato: 1º de outubro a 18 de novembro de 2014 (homologação eletrônica) Período para contestação ao processamento do FAP: 1º de novembro a 3 de dezembro de 2014 Como então se defender? O FAP poderá ser contestado administrativamente, de 1º a 30 de novembro, por intermédio de formulário eletrônico dirigido ao DPSO - Departamento de Políticas de Saúde Segurança Ocupacional - disponibilizado somente nesse período, nos sites do MPS e da Receita Federal do Brasil (RFB).
Compete à Secretaria de Políticas de Previdência Social (SPS)
julgar em grau de recurso, ou seja, em segundo e último grau administrativo, as decisões do DPSO.
Contestação aplica-se somente aos casos das situações tipo III –
NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário) Como contestar? a) Busque conhecer todos os casos lançados nas estatísticas da empresa e confirme os lançamentos feitos (afastamentos, mortes, doenças, acidentes etc). Verificamos casos de empregados desligados, informações que a empresa não possuía, afastamentos “fantasmas” etc.;
b) Envolva o corpo médico do trabalho no acompanhamento dos
casos lançados, apure a verdade e questione as dúvidas;
c) Acompanhe com o jurídico as datas de divulgação dos fatores de
risco da empresa e os prazos para a defesa, subsidiando-os com informações sobre os casos lançados; Como contestar? d) Mantenha registro apurado dos atestados médicos fornecidos pelo empregado, verifique seu histórico e se eventual afastamento tem a ver com atividade da empresa;
e) Lembre-se que acidente de trajeto não necessariamente pode ser
atribuído à empresa e a Justiça já vem entendendo que deve ser excluído da aferição;
f) Trabalhe em conjunto com o médico da empresa na defesa de
eventual conversão de casos de doença profissional (mais grave) para doença comum (menos graves); Como contestar? g) Estabeleça conduta regular de verificação e apuração dos riscos, buscando formas de eliminá-los;
h) Verifique se o CNAE da empresa está corretamente aplicado
(exemplo: indústria que só comercializa e não possui produção);
i) Os procedimentos de exames médicos admissionais e
demissionais devem ser avaliados, preparados e observados considerando todas essas repercussões; Como contestar? j) Há inúmeros casos de empregados que alegam ter adquirido problemas médicos e só ingressaram recentemente na empresa. Risco: trouxeram do emprego anterior ou mesmo possuem um 2º emprego, que os coloca em risco acentuado (atenção especial: jornadas reduzidas ou 12 x 36); k) Envolva o médico do trabalho na elaboração das CATs; l) Mantenha adequadamente elaborados, avaliados e cumpridos os PPRA, PCMSO, PPP e LTCAT; m) Esteja de bem com o Sindicato pois precisará dele para declarar as boas condições da empresa.