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Departamento Pedagógico – DP
Secretária Municipal de Educação: Eliane Maria Silveira Silva
Diretora de Ensino: Marinalva Aprígio
Vicência/PE
2023
TEMA CENTRAL
Educação como Instrumento de Transformação Social
Ações Macros:
Reensino (na perspectiva da Alfabetização e Letramento e do Numeramento)
- Educação Plural Inclusiva
- Educação Empreendedora
FICHA PEDAGÓGICA
Justificativa
É importante na Peads que os educandos/as estudem a história, mas não como uma realidade
fora de sua existência e da existência de seus territórios. Educandos/as e educadores/as
precisam se descobrir seres históricos, dentro de uma história, fazendo parte dela, sendo
protagonista da construção. O menino, a menina, ao estudar a história de seus pais, de seus
avós e bisavós, vai entender-se dentro de uma genealogia, que tem pai que nasceu e cresceu
dentro de um espaço histórico e geográfico, que seu avô nasceu em outro, seu bisavô em outro.
Assim, ele vai compreendendo que a história não é pré-definida, imutável, fatalista, vai vendo
que os contextos mudam e que ele ou ela estão se desenvolvendo também dentro de contextos,
que podem ser favoráveis e/ou desfavoráveis. Que mudam, que tem contradição, disputas de
interesses, de ideias, de projetos de desenvolvimento. Estudando a história de sua família, de
seu município, ficará mais fácil entender a história do país, do mundo, dos antepassados. Pois
ele ou ela mesma vai se descobrindo sujeito histórico.
Como mostra o autor da Peads, Abdalaziz de Moura em seu texto “Concepção de História”
(institutoabdalazizdemoura.org.br.1.6), duas concepções de história prevalecem no ocidente, a
dos Gregos, que veem a história como um ciclo que se repete e que não se pode mudar, apenas
aceitar o que já está definido pelos deuses, e a dos Hebreus que veem a história como um
processo de construção permanente, possível de ser modificado.
Importante um município tomar a decisão de trazer a sua história, não apenas como uma
sucessão de fatos isolados, de datas, de ações heróicas de alguns. Mas também resgatando
os atores/as que foram invisibilizados, que não tiveram suas ações narradas por eles ou por
elas. Significa compreender o contexto histórico e sociopolítico, as tradições, a origem e
formação de um povo, a economia e o desenvolvimento local, da arte, do comércio do turismo,
A ação dos moradores/as dos engenhos, dos assalariados do campo, dos negros, das
mulheres, de seus saberes. Em um município da Zona da Mata no Nordeste, importante estudar
não só os aspectos isolados, mas todo processo Histórico e Cultural para compreender de
forma profunda e contextualizada sua história desenvolvendo o sentimento de pertencimento e
torna-se agente transformador.
“Povo que não se faz pergunta, é povo atrasado e subdesenvolvido ainda hoje. Triste de
quem não tem curiosidade e não se faz pergunta. Triste do município que não pergunta
pelos seus recursos, pelas suas finanças, pelas suas possibilidades, pelos seus limites.
Se as pessoas, as comunidades, os municípios não fazem perguntas sobre sua história,
sobre as causas da sua pobreza, sobre as alternativas que podem construir, se não
apresentam curiosidade sobre estas coisas, é porque estão muito mal. Dificilmente se
desenvolverão. A escola tradicional tem sido repressiva ao desenvolvimento das
perguntas. A contradição é maior, porque é exatamente ela, que deveria estimular as
crianças a formular e desenvolver perguntas. Paulo Freire diz que a escola deveria
aproveitar a “curiosidade espontânea” do educando e transformá-la em “curiosidade
epistemológica (científica)”. Isto é, o que a criança faz de forma tão natural, tão à vontade,
tão espontaneamente, a escola deveria ajudá-la a fazer de forma técnica e científica,
sabendo os porquês, apropriando-se do processo”
(institutoabdalazizdemoura.org.br.3.2.1)
Quando um município decide estudar sua história, precisa clarear qual é a perspectiva, se a
dos Gregos ou dos Hebreus.
Objetivo Geral:
Conhecer a história do município de Vicência, abordando seus aspectos culturais, históricos,
sociopolíticos, econômicos e artísticos, valorizando suas potencialidades, reconhecendo-se
enquanto sujeito pertencente a esse contexto e como agente transformador da sua história.
• Como era a sua cidade ou localidade antes? O que existia? E na atualidade? (entre
outras coisas, existia um jornal, fábrica de doces). OBS: como utilizar o jornal nas
vivências para contribuir com o desenvolvimento cognitivo, motor e a oralidade das
crianças?
• Qual a história da localidade onde você mora? E das demais localidades do município?
• Quais comunidades elas conhecem ou já visitaram?
• Elas conhecem a história da Comunidade Quilombola de Trigueiros? (trabalhar de forma
sucinta a historicidade dos povos negros que foram escravizados, trazendo para a
realidade de Vicência, e a contribuição dessas pessoas na Comunidade Quilombola de
Trigueiros. (OBS: desenvolver esse ponto de forma mais aprofundada apenas nas
turmas de Pré-escolar II).
• Como as crianças lidam com os diferentes e com as diferenças, em todos os aspectos?
Trabalhar as variadas diferenças entre as pessoas, o respeito ao outro, etc.
• Por quê respeitar? (OBS: Como trabalhar esse ponto, pensando na ação macro:
Educação Plural Inclusiva?).
• Quem é essa criança? Como ela se reconhece? O que ela gosta? Do que não gosta?
• Quais são seus direitos e deveres na sua casa, na escola, na família, na sociedade?
• Qual a sua história de vida? A história do seu nome?
• E a história dos seus pares?
• Qual a história do seu nascimento? E a dos seus colegas? E da sua professora(r)?
• Quem ela é na família?
• Onde e como vive? (estrutura familiar, casa)
• Quem faz parte do contexto onde ela vive?
• Quem são seus familiares e parentes e onde vivem?
• Quem são seus pais? Onde trabalham? O que fazem? (Trazer a contribuição deles para
o desenvolvimento da cidade e para a melhoria de vida da família. Muitos pais trabalham
no comércio local, na Usina Laranjeiras, são autônomos ou servidores públicos,
empregadas domésticas, entre outros).
• Onde a criança mora? Sempre morou no mesmo lugar? Na mesma casa? Na mesma
rua? Quem são seus vizinhos(as)? Como se dá essa relação?
• Quem ela é na escola? Onde estuda? Onde sua escola está localizada? Qual a história
da sua escola? Quais pessoas trabalharam na escola? E quem trabalha hoje? O que
fazem na escola? Tratar da importância do trabalho de cada um(a) para o bem-estar de
todos(as) que ali estão.
• Como a criança se sente pertencente a Vicência, à localidade onde vive? Dentro da sua
família, na sua casa, na sua escola?
PROVOCAÇÕES!
Em um dos princípios (éticos), o Currículo diz que, estas instituições devem oportunizar às crianças
experiências que, “promovam atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a autoestima e os
vínculos afetivos de todas as crianças, combatendo preconceitos que incidem sobre as diferentes
formas dos seres humanos se constituírem como pessoas” (PERNAMBUCO, 2019, p.52), o que vem
corroborar com o pensamento de Moura (2015, p. 151), autor da PEADS quando afirma que, “o
conhecimento não é só uma construção intelectual. Envolve emoções, motivação, desejo, vontade,
autoestima, autoconfiança, identidade”.
Observação: Dar ênfase a artesã Vera Brito e ao senhor Cacá (declarados patrimônios vivos
de Vicência, e ao Mamulengo Flor de Jasmim e a história do Mestre Calu (declarado patrimônio
vivo de Pernambuco).
• Culinária (cocada de banana e coco, doce japonês, nego bom, banana chips, bolo de
banana, pé-de-moleque, beiju, tapioca, licor e cachaça, mel, outros.
Obs: Abordar a história da produção e comercialização desses produtos no município.
• Comércio local (bodegas, vendas, mercadinhos, feiras livres, usinas, associações, lojas
antigas e/ou extintas e atuais). Obs: Trabalhar o comércio local ontem e atualmente.
criança mora e na cidade como um todo? O que fazem? Com que trabalham: fotografia,
culinária, organizando festas de aniversário, casamento, formaturas; trabalham em
mercadinhos, supermercados, nas vendas, lojas, são feirantes, cabeleireiras, barbeiros,
pedreiros, catadores, etc? Como era esse comércio antigamente? Ela tem alguém na
família ou parentes, vizinhos que desenvolvem algumas dessas ou outras atividades?
OBS: Trabalhar com as crianças a valorização de todas as profissões (formais e informais).
• Como foi a evolução da fotografia ao longo do tempo? Quem eram as pessoas que
trabalhavam com a fotografia antigamente no município? E hoje, quem são esses
profissionais?
• Apresentar os grupos teatrais existentes na cidade e na comunidade (se for o caso).
Estimular nas crianças o gosto por essa forma de expressão da arte. (Como fazer isso?)
• Trazer o cinema como mais uma forma de expressão da arte (as variadas formas de
apresentação de cinema: na rua, na escola, em espaços formais para esse fim).
• Quais os pontos turísticos do município as crianças já visitaram, precisam conhecer e/ou
estudar?
• Abordar dentro do período proposto, as festas tradicionais e eventos nacionais ou
municipais (religiosos ou não) que acontecerem, contextualizando com as temáticas
desenvolvidas, como por exemplo, a Páscoa, festas juninas.
• Esporte (abordar os esportes turísticos e outros esportes praticados no município.
Ex: asa delta, cavalgada, ecobike, trilha masculina e feminina de motocross, outros.
PROVOCAÇÕES!
É necessário olhar para as singularidades das crianças, estimular e valorizar suas produções,
seus talentos, escutá-las de forma atenta e sensível, ampliar sua visão de mundo, acreditar no
seu potencial, ser fio condutor e mediador na construção do conhecimento. Colocar isso em
prática significa pensar a criança na sua integralidade. É refletir o que traz os princípios estéticos
do Currículo de Pernambuco (2019, p. 53), quando afirmam que é importante nas práticas
educativas que se “organizem um cotidiano de situações agradáveis, estimulantes, que desafiem
o que cada criança e seu grupo de crianças já sabem sem ameaçar sua autoestima nem promover
competitividade”. Que “valorizem o ato criador e a construção pelas crianças de respostas
singulares, garantindo-lhes a participação em diversificadas experiências”. É vislumbrar um dos
princípios da PEADS que diz: “o currículo da escola não passa somente conhecimentos, passa
valores, concepção de vida, de pessoa, de mundo [...]” (MOURA, 2015, p. 150). É pensar nas
ações macro propostas pela Secretaria Municipal de Educação quando trata da Educação
Empreendedora na perspectiva da redução das desigualdades sociais, do Reensino e da
Educação Plural Inclusiva.
Referências
MOURA, Abdalaziz de. Uma filosofia da educação do campo que faz a diferença para o
campo. Recife: Via Design Publicações, 2015, p. 151.
OBSERVAÇÕES:
• Durante toda a temática, alguns temas serão recorrentes e deverão ser abordados,
independente do período, como por exemplo, as festas tradicionais.
• Nas turmas de Pré-escolar I e II, desdobrar as temáticas considerando o processo de
alfabetização e letramento e do letramento matemático.
• Tendo em vista que março é o mês da Mulher e da Poesia, o DTEACE estará abordando
esse tema na primeira Quinta Cultural, que acontecerá no dia 30. Portanto, a proposta
da equipe de coordenação do DTEACE é que as escolas que têm turmas de 4º ao 9º
Ano realizem um Sarau de Poesia e levem um representante por escola para apresentar
na Culminância (na Quinta Cultural). A ideia é que os professores(as) atrelem esses
temas à temática que estará sendo desenvolvida.
• Devolução das Aprendizagens – Período: de 1 a 14 de julho de 2023.
• Produto final: a definir.
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