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Resenha crítica da trilogia Tebana (Édipo Rei, Édipo em Colono e Antígona

A história de Édipo Rei mostra como eram inúteis as vontades dos homens de
mudar seu próprio destino tendo em vista as previsões dos oráculos e as
vontades dos deuses, que tinham totais poderes diante a sociedade e que
emanava todo poder e leis, assim acreditavam os povos. Contrariado por não
concordar com seu destino, Édipo de certa forma desobedecendo as previsões
do oráculo e contrariando as leis que emanavam dos deuses, tenta fugir de sua
maldição. Com isto podemos observar que começava um certo conflito entre as
leis dos deuses e as vontades e autonomia do povo. Em conversações ao
longo do livro percebemos que o que é considerado certo ou errado advém do
ponto de vista de Édipo. No início este podia ser considerado como um
rebelde, no entanto, com o passar do tempo se torna um tirano, pois agora não
era só ele que seguia suas próprias regras, mas sim uma cidade inteira.

Em Édipo Colono, o então exilado Édipo, fura seus próprios olhos como forma
de castigo e vergonha pelo que fez - matar seu próprio pai, casar-se e ter filhos
com sua própria mãe - e como exilado, Édipo adquiri outra forma de encarar o
mundo e se torna mais prudente quanto e sua maneira de agir. Édipo foi para
uma cidade em Atenas onde implorou pelo exilio, e mesmo com seu cunhado
Creonte agora rei de Tebas pedindo o seu retorno ele não iria, ele estava
amparado pelo rei de sua nova terra ele tinha a proteção solicitada, e quando
levaram sua filha de volta a Tebas contra a sua vontade o próprio rei de Colono
trouxe Antígona de volta, Édipo achou um lugar onde mesmo com todos os
seus problemas e com toda a sua desgraça, poderia finalmente morrer em paz
onde seu corpo seria enterrado e traria benefícios àquela terra estrangeira que
o acolheu. Portanto, podemos avaliar que mesmo sem merecer tais sacrifícios
e sofrimentos, pelo fato de ter sido apenas um coadjuvante do destino em sua
própria vida, vimos que o exilio de Édipo fez crescer seu intelecto e essa
perspectiva se baseia na maturidade das relações cotidianas, a maneira como
as experiências externas influenciam a capacidade de tomar decisões que
melhor atendem a situação.

Antígona, a filha mais amada de Édipo, após ficar ao lado de seu pai até o
último momento, fica sabendo da morte de seus irmãos, porém um de seus
irmãos sofre uma maldição/lei imposta pelo rei Creonte e não pode ser
enterrado, diante disto, disposta a dar um sepultamento ao seu irmão e um fim
a maldição, decide enterra-lo, assim infringido a lei imposta pelo Rei. Porém
viram e logo a levaram para o rei de Tebas que ao saber que Antígona havia
descumprido a lei perguntou se ela realmente fez, ela então respondeu que sim
e que assumiria a reponsabilidade de seus atos, Antígona então foi condenada
a ir para uma caverna escura onde lá morreria, assim aceitou o seu destino,
seu noivo filho de Creonte questionou o pai o motivo daquela grande injustiça e
ficou ao lado de sua noiva, os cidadãos de Tebas enxergaram que a morte de
uma moça somente por ela ter enterrado dignamente o corpo de seu próprio
irmão parecia algo injusto. Creonte sempre foi a favor da punição imposta por
ele, mesmo contra o desejo da polis, porém, ao consultar o mesmo homem que
profetizou o destino de Édipos, soube que sua cidade poderia ser amaldiçoada
por ter cometido tal injustiça. Diante disto, o Rei decide libertar Antígona de sua
penitência, mas ao chegar lá, depara-se com seu filho debruçado sobre sua
noiva morta que após isto tirou a própria vida para ficar ao lado de sua amada
Antígona. Por fim, naquele momento Creonte enxergou que sua visão de
julgamento estava errada e que todos em sua volta estavam certos, o
julgamento fora injusto ao retornar a Tebas descobriu que sua esposa também
cometeu suicídio. Sendo assim, podemos dizer que uma das conclusões
possíveis seria a de que talvez a trilogia pretende-se mostrar a necessidade de
se buscar uma harmonia entre lei da cidade e lei divina, com a finalidade de
encontrar um equilíbrio direito positivo e direito natural. Portanto, se utilizarmos
as ideias do filósofo Aristóteles, podemos concluir que a busca por se fazer
justiça estaria centrada na busca de um ponto de equilibrio.

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