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Discente: Milena Nunes Silva

"Édipo Rei, de Sófocles"

1.) Para Aristóteles a boa tragédia segue um esquema Como ele apresenta:
"Necessariamente, pois, deve a fabula bem sucedida ser singela e não, como pretendem
alguns, desdobrada; passar, não do infortúnio à felicidade, mas, ao contrário, da
felicidade a infortúnio que resulte, não de maldade, mas dum grave erro de herói como
os mencionados, ou dum melhor antes que dum pior"
(ARISTÔTELES, 2005, p. 32).
A partir disso, disserte como isso se realiza na história de "Édipo rei”.

No livro de Édipo rei, (SÓFOCLES, 2005), é contada a história do destino


trágico de Édipo, cujo este é afetado por uma profecia do oráculos Delfos, que diz que
ele matará seu próprio pai e casará com sua mãe, com isso, os pais dele, rei Laio e
rainha Jocasta, entregam-no para um servo para que ele o mate, no entanto, ele acaba
sendo entregue a um outro reino para viver com uma nova família. Quando mais velho,
ele descobre sobre a profecia e foge para proteger seus pais adotivos, porém, o destino o
fez encontrar seu pai biológico durante a fuga e ele o mata durante uma briga, com isso,
ele termina casando-se com sua mãe. O mito encerra-se com o cumprimento da
profecia, detalhando a trágica vivência de Édipo.

Compreende-se de início a forma como a obra em parte reproduz a realidade, no


modo de aparentar uma falsa perfeição, onde se mostra um homem forte, com um bom
casamento, filhos e respeitado pelas pessoas ao seu redor. A história traz
questionamentos, inicialmente sobre quem matou o rei Laio, o que expõe um lado do
personagem principal sobre sua arrogância, mostrando-se como um homem inteligente e
sagaz, e quando questionado sobre sua viagem portando-se com tons de falas agressivas.

Desse modo, pode-se afirmar que a história segue o esquema apresentado por
Aristóteles, pois, pôde identificar-se a forma como acontece o desdobramento da
passagem da felicidade ao infortúnio ao decorrer da narrativa, reforçando que o herói da
história pode ser o seu próprio vilão.
2.) Leia trecho seguir:
Creonte
(...)
Sem prova não me inculpes, todavia.
Justo não é, à toa,
Ter os ruins por bons, e as bons como ruins.
Repelir nobre amigo, isto equivale
A descartar a vida: o bem mais caro.
Mas com certeza só o tempo o ensina,
Que só com o tempo se revela o justo
O ruim, se conhece num só dia.

Como o elemento tempo é trabalhado nesta tragédia? Que


acontecimentos da peça em si, e que são fundamentais para o desenrolar da
história?

Evidentemente, o tempo abordado na narrativa é cronológico embora a história


inicie com o povo indo ao castelo pedir para que Édipo os salve do momento de
sofrimento que eles estavam, onde é do meio para o fim, o tempo que prevalece na
narrativa é o cronológico onde sequencia os fatos e acontecimentos principais
desenvolvidos na peça. Pode identificar a partir do tempo que Édipo leva para tentar
descobrir o mistério sobre a morte do rei Laio, nisto, a narrativa apresenta todo o
processo da conversa que ele tem com Tirésias e que também chega para a rainha, tenta
descobrir o porquê de eles estarem exaltados. Édipo conta que antes de se casar com
Jocasta, havia feito algo ruim, que matou alguns homens com o qual se irritou durante
sua viagem, o que faz a rainha se dá conta do que estava acontecendo e pedindo para
que ele não continue a investigar. Entretanto, Édipo acaba descobrindo que ele tinha
matado o rei, o que faz com que Jocasta cometa suicídio.
3.) Muitos tentam dissuadir Édipo de descobrir verdade, mas ele continua a sua procura.
Que isso pode nos indicar da "moral" da tragédia? Como isso fica resumido na fala do
coro, transcrita a seguir:

Coro

Ai, geração dos mortais!


A sua vida tenho eu
Na conta de nada!
Pois quem, dentre os homens, tem
Um tanto de felicidade
Maior que a fama de feliz
Um parecer, que desaparece?
Teu exemplo, se considero
Tua sina, Édipo,
○ desditoso! Mortal nenhum
Digo ter sorte, nunca mais.

A fala do coro faz referência a verdade que foi revelada na história comovendo o leitor e
evidenciando o sofrimento dos personagens. Com isso, pode -se compreender que a
moral da história seja que por mais que você tente fugir do seu destino, não fará com
que as coisas não aconteça, pelo contrário, é mais arriscado do que parece pois, você
pode adiantar as coisas ou pode atrasar mais em algum momento isso irá acontecer
assim como foi com Édipo.

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