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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
HYPERION
NATAL
2013
ESPAÇO EMPRESARIAL HYPERION
Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
NATAL
2013
ESPAÇO EMPRESARIAL HYPERION
Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
BANCA EXAMINADORA
Professor orientador: Natália Miranda Vieira de Araújo, Dra.
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_______________________________________________________Nota:________
Professor do DARQ: ______________________________.
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_______________________________________________________Nota:________
Profissional convidado: ____________________________.
Instituição: ____________________________________
_______________________________________________________Nota:________
Nota Final:_______________
ESPAÇO EMPRESARIAL HYPERION
Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
AGRADECIMENTOS
Aos amigos e colegas de curso que fizeram essa jornada ser menos maçante.
A Deus, por ter me dado forças para vencer esta etapa da vida.
ESPAÇO EMPRESARIAL HYPERION
Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
RESUMO
ABSTRACT
This work aims to develop an architectural proposal for an office building that is
supported, in its conception phase, for software specializing in environmental
comfort. The software used was Project Vasari, by Autodesk, which, through
ventilation and energy performance simulations, was a tool easy to use and
appropriate for the purpose of the work. It was concluded that the use of the software
provided inputs to design decisions, obtaining a design with floor plans that maximize
the entry of natural ventilation and an optimized volumetric aim a lower energy. Thus
was developed a building class A with 14 floors, enclosing 41 offices, 1 corporate
floor, 6 spaces for shops and 3 food services establishments. The architectural
proposal prioritized the thermal comfort of the occupants, creating workspaces with
different sizes and minimizing the impact of development in the urban environment
through the use of larger setbacks and the adoption of a lower height than allowed by
local law .
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
No setor da Construção Civil os bens produzidos são classificados de acordo
com as diferenças da relação entre produto e mercado. Estes bens podem ser um
empreendimento imobiliário ou um empreendimento de base imobiliária (EBI).
Andrea Romana dos Santos (2006) explica que enquanto os empreendimentos
imobiliários são produzidos para serem vendidos (como edifícios residenciais) os
empreendimentos de base imobiliária são construídos para explorar alguma
atividade comercial ou de serviços, como indica a NBR 14653, que trata da
avaliação de bens. Os EBIs podem ser shopping centers, hotéis, complexos
multifuncionais, hospitais e até edifícios de escritórios, este último sendo a tipologia
do projeto que será desenvolvido no presente trabalho.
Os edifícios de escritórios, também nomeados no mercado imobiliário por
edifícios de escritórios para locação (EEL), exploram a atividade econômica através
da locação de salas para várias empresas que possuem atividades comerciais ou de
serviço. Dependendo do porte e necessidades das empresas também ocorre o
arrendamento de mais de uma sala comercial, ou até de uma laje corporativa, que é
quando a empresa ocupa um pavimento inteiro da edificação.
Também faz-se necessário esclarecer alguns termos que envolvem o tema
edifícios de escritórios e que serão usados neste trabalho. Muitas vezes termos
como arquitetura empresarial, corporativa e comercial são tratados no mercado
erroneamente, sendo necessária uma breve explicação sobre esses conceitos.
A arquitetura empresarial e arquitetura corporativa são sinônimos, elas dizem
respeito ao ramo da arquitetura que se ocupa em projetar espaços de trabalho. Essa
arquitetura é responsável por acomodar adequadamente as empresas, originando
espaços relacionados ao processo organizacional e de trabalho de uma empresa,
como os edifícios de escritórios e os edifícios corporativos. Já a arquitetura
comercial abrange mais funções (inclusive as inerentes na arquitetura empresarial),
acomodando ambientes com atividades comerciais e administrativas, como
escritórios, lojas, restaurantes, consultórios e shopping centers1. Desse modo,
1
Conceituação do autor após conclusões pessoais sobre a bibliografia tratada no presente tópico,
principalmente Veronezi (2004) e Freire (2009).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Para Ana Veronezi (2004) os edifícios de escritórios são uma fração importante
do mercado imobiliário brasileiro e mundial. Esse tipo de edificação possui a função
de "abrigar as atividades terciárias (administrativas, financeiras, comerciais, de
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
2
Servibilidade é a maneira pela qual o edifício atende os propósitos de seus usuários (ALVES, 2005,
apud SANTOS, 2006).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Segundo Paula (2009 apud FILHO, 2010), a cidade de Natal tem passado por
intenso processo de expansão urbana nos últimos anos. Participando dessa
expansão urbana se encontram os edifícios de escritório, que cada vez mais são o
foco de investimento do mercado imobiliário da cidade (FREIRE, 2009). Apesar de
Natal não contar com um número expressivo de indústrias, muitas filiais de
escritórios de empresas estão se instalando na cidade, o que faz a procura por
edifícios que atendam as suas necessidades seja mais expressiva na expansão
urbana na capital do Rio Grande do Norte (FILHO, 2010).
O arquiteto Carlos Ribeiro Dantas3, em entrevista a Freire (2009), fala que
passou-se muito tempo construindo poucos edifícios empresariais em Natal, porém,
destaca que naquele momento (2009) a demanda para este tipo de empreendimento
na cidade tinha aumentado bastante. Siqueira (2012) confirma a tendência da
procura de edifícios de escritórios em Natal ao falar sobre os grandes lançamentos
empresariais que serão entregues nos próximos anos na cidade. O autor relata que
as construtoras viram na capital potiguar um mercado imobiliário com potencial para
implantação de edifícios de escritórios.
Para os quatro próximos anos estão previstos a implantação de novos edifícios
de escritório na cidade de Natal. A imagem a seguir mostra alguns dos
empreendimentos que serão construídos na cidade.
Figura 3 - Lançamentos de edifícios de escritórios em Natal.
3
Arquiteto local, autor de vários projetos de empreendimentos comerciais e de serviços na capital
potiguar. Seu escritório de arquitetura atua há mais de 25 anos na cidade.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
LEGENDA
1 - Corporate Tower Center, no bairro de Lagoa Nova;
2 - Internacional Trade Center, no bairro de Lagoa Nova;
3 - Office Tower, em Candelária;
4 - Tirol Way Office, em Tirol;
5 - Ten Torre Empresarial,
6 - Shin Plaza Tower
7 - Tirol Business Center
8 - Hermes Business Center
9 - Le Montparnasse, em Lagoa Nova e com previsão de entrega em 2016.
empresarial, listados no tópico 1.1. Salienta-se que nestas categorias ainda existem
outras subdivisões que variam de agente para agente.
Apesar de não haver um consenso, há certas semelhanças entre as
classificações, assim, os edifícios classe A são geralmente aqueles que incorporam
em seu projeto uma extensa gama de sistemas prediais4 de alta tecnologia, padrão
de acabamento de primeira linha, número de vagas por metro de área útil de acordo
com os padrões internacionais e um leque mínimo de serviços internos disponíveis.
Geralmente, no Brasil, empreendimentos com a classe A tem como público alvo para
ocupação grandes companhias multinacionais. Os edifícios das demais classes, B e
C, possuem sistemas prediais menos tecnológicos (e até defasados, no caso da
classe C) que os edifícios de classe A, oferecem menos serviços a seus condôminos
e, comumente, tem como público alvo empresas prestadoras de serviços de
pequeno porte e profissionais liberais (NRE, 2002 apud SANTOS, 2006).
Com a definição do padrão pelo empreendedor o projeto de arquitetura de um
edifício de escritórios começa com a definição do programa de necessidades.
Segundo Liu (2010) esse programa de necessidades depende do uso final do
edifício, que pode ser destinado à própria corporação, à venda e aluguel de
unidades, ou a investimento de base imobiliária.
O programa de necessidades tem influência direta no projeto tanto em termos
funcionais, quanto em termos de rentabilidade e satisfação por parte dos usuários. A
complexidade em formular o programa de necessidades ocorre principalmente:
na dificuldade de prever a evolução das tecnologias disponíveis
(construtivas, organizacionais, de informação), devido ao tempo de
antecedência com que estas necessidades devem ser definidas em relação
ao início de uso da edificação (entre dois e quatro anos, entre projeto e
construção) e ao tempo relativamente longo de sua operação (espera-se
entre 30 e 50 anos), intervalos que podem tornar características de
funcionamento obsoletas (LIU, 2010).
Ana Liu (2010) faz algumas considerações sobre as atuais necessidades dos
edifícios de escritórios. Para a autora, neste tipo de edificação, as exigências de
desempenho são maiores (pela própria natureza do mercado) e os sistemas prediais
estão mais complexos e em constante evolução. Para acompanhar este processo
deve ser realizado, no planejamento dos espaços, um estudo aprofundado da
4
Os sistemas prediais de um edifício são os sistemas físicos que tem por finalidade dar suporte às
atividades dos usuários. Suprimento de água, energia, comunicação, conforto, segurança e
transporte são exemplos de sistemas prediais (LIU, 2010).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
previsão de como o edifício será ocupado ao longo de sua vida útil, que pode ser
algo em torno dos 50 anos. Durante essa vida útil haverá a evolução das diversas
técnicas construtivas, prediais e de sistemas de operação do edifício. Para
incorporar essas mudanças com o mínimo de impactos, o projeto do edifício de
escritórios deve prever um alto nível de flexibilidade (LIU, 2010).
Um conceito importante que está relacionado ao projeto de um EEL é o de área
para locação. Liu (2010) afirma que apesar de existirem definições de áreas de uso
comum tanto em códigos de obra quanto na NBR 12721 (que trata da avaliação de
custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para
condomínios edilícios), os empreendedores e empresas de gerenciamento de
patrimônio corporativo as consideram genéricas para fins de comercialização,
principalmente tendo em vista que essas definições dizem respeito a qualquer
empreendimento imobiliário. A autora fala que os empreendedores preferem adotar
"um critério norte-americano, a área BOMA (Building Owner and Manager
Association), para definição de área para locação" (LIU, 2010).
Estes conceitos de área são utilizados principalmente para determinação e
comparação de valores de aluguel, além de análise de eficácia de
aproveitamento de área do edifício de escritórios. Por estes diferentes
critérios, um mesmo andar tipo ou até mesmo o edifício como um todo pode
ter levantamentos de áreas com resultados totalmente díspares. O correto
conhecimento e uso destes conceitos evita a comparação equivocada de
valores (custo, venda, aluguel) considerando áreas diferentes (LIU, 2010).
A norma ANSI/ BOMA5 Z65.1 (ANSI, 1996) rege esse critério e define os
seguintes conceitos, traduzidos pelo autor:
Área útil: é a área ocupável de um andar.
Área de locação: é a área útil do inquilino e sua proporcional parte da
área comum do pavimento e da área comum do prédio.
Área comum do pavimento: refere-se às áreas comuns de todos os
ocupantes do pavimento, como corredores, elevadores, banheiros,
armário do zelador, salas de telecomunicações e áreas de serviço. Área
comum do pavimento é frequentemente encontrada dentro ou ao redor
do núcleo do edifício.
Área comum do prédio: refere-se às áreas comuns a todos os ocupantes
de um prédio, como o lobby do térreo, circulação, recepção e áreas
5
ANSI (American National Standards Institute), é uma organização particular dos Estados Unidos que
tem por objetivo facilitar a padronização dos trabalhos de seus membros. Seu equivalente
no Brasil seria a ABNT (ANSI, 2013).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Fonte: Fonte:
http://www.archdaily.com.br Fonte: ativaimobiliaria.com.br http://www.archdaily.com.br
,2013. ,2013. ,2013.
Nota: Modificado pelo autor. Nota: Modificado pelo autor. Nota: Modificado pelo autor.
por exemplo, informar a dimensão exata de uma proteção de uma abertura para que
a insolação direta não incida no interior de um ambiente. E na etapa de projeto
executivo as ferramentas de simulação computacional podem ser usadas para
“verificar a eficiência das decisões projetuais" (MORBITZER, ET AL., 2001, apud
CUNHA, 2010). Um exemplo do uso da simulação computacional logo nas primeiras
concepções formais de um projeto de arquitetura pode ser identificado no Solar
Carve Tower (Figura 11).
Figura 11 - Solar Carve Tower.
6
O High Line é um parque urbano linear, inaugurado em 2008, implantado sobre uma linha férrea
elevada construída em 1930 e posteriormente desativada, no lado oeste de Manhattan.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
(2001, apud CUNHA, 2010) aponta que um dos motivos dos arquitetos não
aceitarem bem as ferramentas de simulação computacional, tanto como aceitam os
programas CAD e de edição de imagens, é devido a falta de integração dessas
ferramentas ao processo projetual.
Kowaltowiski et al. (2000) identificaram que o arquiteto procura solucionar a
volumetria em primeiro lugar, sem preocupar-se com questões específicas, como o
conforto ambiental. Segundo os autores, os arquitetos acham que avaliações mais
apuradas podem interferir no processo de criação, interrompendo o usual
pensamento projetual. As atividades que exigem cálculos e organização de dados
precisos são evitadas pela maioria dos projetistas durante o processo criativo.
A relutância no uso de ferramentas de simulação computacional voltadas para
o conforto ambiental não é exclusividade dos profissionais de arquitetura, sendo
recorrente também nos estudantes. Durante a revisão bibliográfica realizada para o
presente trabalho constatou-se que poucos Trabalhos Finais de Graduação (dos
alunos do curso de arquitetura e urbanismo da UFRN) abordam o conforto ambiental
na concepção dos projetos. A maioria dos alunos trabalha o tema apenas em dois
momentos: durante um capítulo abordando os condicionantes ambientais, em que se
observa intuitivamente a direção dos ventos e a posição do Sol, e após a conclusão
do anteprojeto, com uma simulação do sombreamento das aberturas da edificação
projetada.
Quando as ferramentas são usadas tardiamente na etapa da avaliação final, a
simulação computacional limita-se a apontar o sucesso ou fracasso do projeto, neste
último caso acarretando a necessidade de revisão das decisões projetuais e,
consequentemente, trazendo prejuízo tanto para o cliente quanto para o arquiteto
(CUNHA, 2010).
Kowaltowiski et al (2000) após analisarem ferramentas computacionais de
avaliação e processo de projeto, através de um levantamento dos programas
disponíveis (na época do estudo), concluíram que os projetistas necessitam de
programas que deem rapidamente resultados razoavelmente apurados na tela e
permitam que o desenho seja facilmente modificado. Cunha (2010) também atesta
que os profissionais necessitam de soluções projetuais rápidas, pois os mesmos
alegam que não possuem tempo suficiente para utilizar algum software de simulação
tendo em vista as questões financeiras, legais e do tempo despendido no programa.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
3. ESTUDOS DE REFERÊNCIA
Este tópico abordará empiricamente o projeto de edifícios de escritórios através
de estudos de referências em edificações com o uso igual ou similar ao projeto a ser
desenvolvido no trabalho. Foram realizados estudos focados na forma e outros
focados na função, este sendo fundamental para basear a definição do programa de
necessidades e o pré-dimensionamento do edifício a ser projetado. Os três primeiros
estudos foram feitos de maneira indireta por meio de pesquisas realizadas na
internet e em revistas especializadas. O último foi um estudo direto, com uma
análise feita após uma visita ao empreendimento.
O primeiro estudo de referência analisa um edifício de escritórios recentemente
construído em São Paulo e destaca principalmente a solução funcional do prédio,
com o estudo de cada planta do projeto. Nesse estudo também é analisado
brevemente a solução estética e volumétrica dada ao empreendimento. O segundo
estudo trata de uma sede administrativa de uma empresa italiana no qual é
abordada principalmente a solução formal dada ao projeto, assim como os
benefícios de conforto ambiental alcançados com a volumetria. Após o segundo
estudo são analisados projetos de empreendimentos presentes na cidade de Natal,
7
Software da Autodesk, utilizado para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos dentro do conceito de
Modelagem da Informação da Construção (BIM).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
O edifício João Moura possui uma área para locação de 3245m² e uma área
construída de 6240,90m² distribuída em 13 pavimentos (que totalizam 37m de
altura), destes, 8 pavimentos abrigam salas de escritórios. A Figura 16 mostra cada
pavimento, assim como seus ambientes.
O modo como esses pavimentos foram distribuídos no terreno se deve muito à
topografia do local, como mostra o corte longitudinal na Figura 17. A decisão de
aproveitar melhor a topografia sem criar diversos subsolos ocasionou a redução de
custos com a escavação e rebaixamento do lençol freático da região (ROCHA,
2012).
Figura 17 - Cortes do Edifício João Moura 1144.
8
Não foi possível encontrar informações sobre o sistema construtivo do empreendimento.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Tower tem previsão de ter suas obras concluídas em 2015 e ser mais uma opção de
edifício empresarial na cidade de Natal.
Figura 29 - Localização do Shin Plaza Tower.
9
Informações conseguidas em entrevista realizada no dia 07 de março de 2013 (ver apêndice A).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
A planta do pavimento térreo (Figura 37) abriga uma recepção (Figura 38),
nove lojas, banheiros (feminino e masculino), uma sala de administração, um núcleo
lateral (formado por quatro elevadores sociais e uma escada de incêndio) e uma
grande área de circulação. Uma parte dessa área de circulação é destinada a uma
sala de espera para os usuários do prédio com sofás e poltronas e outra parte
abrigava antigamente uma praça de alimentação.
Figura 37 - Planta esquemática do térreo do Giovani Fulco.
CONDICIONANTES PROJETUAIS
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
4. CONDICIONANTES FÍSICOS
O terreno escolhido para acolher o edifício de escritórios a ser projetado
localiza-se no bairro de Lagoa Nova, em Natal/RN (ilustrado na Figura 48). O terreno
se encontra na esquina de um quarteirão do bairro citado, possuindo suas testadas
voltadas para as Avenidas Senador Salgado Filho e Amintas Barros.
Figura 48 - Localização do terreno escolhido.
institucionais, como igrejas e faculdades. Nas vias mais periféricas em relação à Av.
Sen. Salgado Filho encontram-se predominantemente edificações residenciais, tanto
unifamiliares quanto multifamiliares (Figura 53).
Figura 52 - Edifícios comerciais e de serviços na Figura 53 - Edifícios residenciais multifamiliares.
Av. Sen. Salgado Filho.
hrs do mês de agosto apresenta uma tendência de haver sombreamento no lote por
parte dos edifício verticais, mas esse sombreamento só cobrirá uma parte relevante
do terreno depois das 16 hrs. A simulação das 9 hrs de agosto também mostra um
tímido sombreamento causado pelo prédio contíguo ao lote. Ou seja, durante quase
todo o período do ano o lote ganha incidência solar direta em toda a sua superfície,
não recebendo sombreamentos relevantes das edificações vizinhas.
As simulações também apontam que os raios do sol da tarde incidirão em
grande parte do ano nas duas futuras fachadas principais do edifício de escritórios,
indicando que protetores solares devem ser planejados para estas fachadas.
Para analisar as condições de conforto que incidem no terreno utilizou-se a
carta psicrométrica de Natal (Figura 56). Esta mostra que em 85% do ano os
usuários da edificação ficarão com desconforto ao calor, em 0,58% do ano com
desconforto ao frio e só em 14% do ano estarão em conforto. A carta também
mostra que um usuário do edifício perceberá um aumento do período de conforto
para 70,1% das horas do ano se houver uma boa ventilação natural no
empreendimento e que o ar condicionado só será necessário para trazer conforto
em apenas 2% (valor aproximado) das horas do ano. Isso evidencia a importância
do uso de estratégias que potencializem a ventilação natural no edifício a ser
projetado.
Figura 56 - Carta psicrométrica de Natal.
5. CONDICIONANTES LEGAIS
Para elaborar a proposta arquitetônica final do edifício de escritórios foi
levantada a legislação pertinente à área de intervenção e ao tipo do projeto. A
legislação consultada consiste no Plano Diretor de Natal, no Código de Obras e
Edificações do Município de Natal, no Código de Segurança e Prevenção contra
Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande do Norte e na NBR 9050/2004.
A superfície de abertura dos compartimentos não pode ser menor que 1/6 da
área dos mesmos em área de uso prolongado e não menor que 1/8 para
área de uso transitório;
São dispensados de iluminação e ventilação naturais halls com área menor
que 5m², depósitos e despensas e compartimentos que justifiquem a
ausência das aberturas;
A iluminação e ventilação de espaços de uso transitório podem ocorrer
através de abertura zenital com área equivalente a 6% da área do
compartimento em que se encontra;
As edificações privadas de uso coletivo devem garantir o acesso, circulação
e utilização por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, atendendo a norma de acessibilidade NBR 9050/2004;
Edificações com mais de 8 pavimentos devem possuir no mínimo 2
elevadores;
Não é permitido que o elevador seja o único meio de acesso aos pavimentos
da edificação;
Toda edificação deve conter um compartimento destinado ao resíduos
produzidos pelo usuário com acesso externo para via pública e interno para
os usuários.
O Código de obras de Natal também classifica a Av. Senador Salgado Filho
como uma via arterial e a Av. Amintas Barros como uma via coletora do tipo 1, que
distribui fluxo estrutural e local. Por possuir menor hierarquia, a Av. Amintas Barros
acolherá os acessos de veículos ao edifício.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
caso a área por pavimento seja superior a 500 m², será obrigatório a
utilização de mais de uma escada;
Em relação à área de refúgio (ou área de resgate) o Código de Segurança e
Prevenção contra Incêndio e Pânico do RN também exige que a laje desse ambiente
possua resistência ao fogo (TRF 4 horas) e garanta espaço suficiente para um
mínimo de 30% da população daquela edificação, considerando a área ocupada de
meio metro quadrado por pessoa. A área total desse pavimento não poderá ser
inferior a 25% da área do último pavimento tipo e o acesso à área de refúgio deve
ser feito apenas pela escada de segurança.
O Código também faz exigências quanto aos abrigos de gás liquefeito de
petróleo (GLP), são eles:
O abrigo dos cilindros não poderá ser construído com um afastamento
inferior a 15 m, dos grupos geradores, subestação ou fontes de calor à
chama aberta, observando-se a sua localização em relação a corrente
predominante de ventilação;
Os recipientes deverão ser localizados no exterior das edificações,
situados em ambientes ventilados, que permitam acesso fácil e
desimpedido, assegurando ainda à integridade destes;
Quando localizados junto a garagens, deverá ser prevista mureta de
proteção contra abalroamento e/ou contato com os escapamentos, com
altura não inferior a 60 cm, e afastada l,00 metro dos recipientes;
A ventilação deve ser natural e eficiente para proporcionar a diluição dos
vazamentos, evitando a concentração do GLP a níveis que possibilitem
explosão;
§ 11 - A construção do abrigo dos cilindros observará aos seguintes
critérios:
I - a central será executada com paredes incombustíveis e cobertura em
laje maciça de concreto armado;
II - o teto não terá altura inferior à altura dos recipientes acrescida de 60
cm;
III - será instalada na parte externa das edificações, em locais protegidos
do trânsito de veículos ou pedestres, mas de fácil acesso, em caso de
emergência;
VI - os recipientes serão assentados em piso de concreto em nível igual ou
superior ao piso circundante (NATAL, 1974).
10
A Lei 10.048 dá prioridade de atendimento às pessoas portadoras de deficiência, os idosos com
idade igual ou superior a 60 anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por
crianças de colo terão atendimento prioritário. A Lei 10.098/2000 estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
6. CONDICIONANTES FUNCIONAIS
11
A Cushman & Wakefield Semco oferece serviços relacionados a imóveis da América do Sul. Os
serviços da empresa incluem busca de imóveis comerciais, avaliação, gerenciamento de
propriedades, pesquisa, representação de inquilinos, venda e outros serviços que abrangem o ciclo
de vida de uma propriedade.
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Recepção; Lojas;
Auditório; Guarita;
Administração; Bicicletário;
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São especificações pouco dependentes do projeto de arquitetura, como a localização dos
empreendimentos, os preços de aluguel das salas comerciais e a presença de sistemas prediais de
última geração, por exemplo.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Passou-se então à terceira etapa do método proposto por Liu (2010), que é o
de definição conceitual do empreendimento, respondendo mais uma vez aos
questionamentos da citada autora:
Formato do pavimento: retangular, pois segundo Liu (2010) é a forma que
melhor acomoda a distribuição de salas comerciais;
Tipologia do núcleo: lateral, tipologia adequada para edifícios de escritórios
com pavimento menores, como visto no item 1.2;
Profundidade média do andar13: 12 a 19m, pois facilita o lançamento da
estrutura (LIU, 2010);
Sistema estrutural: concreto armado moldado in loco;
Distribuição de ar condicionado: central, uma das exigências da empresa
Cushman & Wakefield Semco;
Presença de piso elevado14: haverá apenas em salas comerciais com área
superior a 300m².
Após isso iniciou-se o pré-dimensionamento do empreendimento, estimando
primeiramente a área do macro para depois estimar as áreas dos demais ambientes.
A área do pavimento tipo foi definida em 500m² pois, acima dessa metragem,
seria necessário usar mais de uma escada por pavimento, segundo o Código de
Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do RN (1974). A presença de mais
de uma escada diminuiria a área de locação do andar. Definiu-se em sete a
quantidade de pavimentos tipo, totalizando uma área pré-dimensionada de 3500m².
Esses sete pavimentos foram denominados, pelo autor, como volume superior do
empreendimento.
Com a definição da área do volume superior foi estimada a área restante para
os demais pavimentos que comportarão os outros ambientes do programa de
necessidades. Subtraindo a área construída máxima de 6.737,73 m² pela área do
volume superior (3500 m²) obtém-se uma área construída restante de 3237,73m².
Tendo em mente a taxa de ocupação de 80% definida pelo PDN (2007) para
pavimentos térreo seria possível ter uma área construída de até 1796,72m² (80 % da
área do terreno) no primeiro pavimento do projeto. Com essa informação viu-se que
13 "Área útil medida entre a parede externa e o núcleo ou o corredor comum", segundo definição de
Kohn e Katz (2002 apud LIU, 2010). Essa profundidade tem influência na distribuição da estrutura do
empreendimento.
14 Nakamura (2010) fala que o uso desse sistema apresenta um bom custo/benefício somente em
salas comerciais com área maior que 300m².
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Tabela 4 - Pré-dimensionamento.
VOLUME SUPERIOR
Pavimento tipo 07 500.00 3500.00 1
Escada 01 50.07 50.07 2
Elevadores 04 2.00 8.00 3
Shafts 02 1.40 1.40 4
Central de ar 01 5.53 5.53 4
condicionado
Pavimento
tipo
Circulação 01 50.00 50.00 5
Banheiro 02 5.00 10.00 4
acessível
Salas 10 35.50 350.00 2
comerciais
Lavabos 10 2.00 20.00 4
Reservatório superior 01 45.00 45.00 4
Casa de máquinas 01 7.00 7.00 4
VOLUME INFERIOR
Recepção 01 10.00 10.00 6
Sala de espera 01 100.00 100.00 6
Hall de elevadores 01 9.20 9.20 2
Banheiros 04 25.00 100.00 7
Administração 01 12.00 12.00 6
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Figura 67 - Fluxograma.
O PROJETO
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7. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
Como visto na definição do produto comercial no item anterior, haviam algumas
prioridades projetuais já definidas antes dos primeiros croquis serem rabiscados.
Uma prioridade seria dar uma boa solução às salas destinadas a
escritórios, em relação ao conforto ambiental. Para atender a essa prioridade
pretende-se projetar o edifício com um sistema misto de ventilação, possibilitando
tanto a utilização da ventilação natural quanto da ventilação mecânica (quando
necessária). Segundo Benedetto (2007), para a implantação de um sistema misto de
ventilação deve-se utilizar estratégias de projeto visando a redução de calor solar e
potencialização da ventilação natural no edifício.
A segunda prioridade definida no item anterior era oferecer aos locatários
salas com diferentes tamanhos, com o intuito de que o prédio comportasse
empresas de pequeno a grande porte.
Outra prioridade definida era diminuir o impacto do edifício sobre o meio
urbano. Para isso pretende-se usar as seguintes estratégias: não utilizar o máximo
potencial construtivo do terreno; projetar o edifício verticalmente mas com um
gabarito menor que edifícios verticais com usos similares; e respeitar recuos maiores
que os estipulados pela legislação.
A última prioridade definida era de que a proposta arquitetônica possuísse uma
estética diferenciada da maioria dos edifícios empresariais da cidade, que em
grande parte possuem a estética do envidraçamento de fachadas.
Com essas intenções projetuais em mente passou-se à etapa de elaboração de
propostas volumétricas para a definição de um partido arquitetônico. A Figura 68
ilustra as propostas volumétricas criadas através de croquis.
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concebida para o volume inferior. Este foi pensado como um volume em "L" com
bastante transparência para que as lojas fossem atraentes para os usuários que
estivessem passando na rua. A simulação do Vasari mostrou para essa volumetria
um gasto anual de energia elétrica de 863.528 kWh.
Figura 70 - 1ª simulação.
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Realizada no dia 23 de abril com a participação dos docentes: Natália Vieira, Hélio Takashi e Edna Pinto.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
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Acervo técnico que tem por finalidade orientar os usuários de um prédio sobre os procedimentos
corretos para utilização e operação do edifício ocupado.
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(Figura 85). A solução adotada pelo arquiteto foi usar janelas de tombar para
diminuir a velocidade da entrada do vento.
Figura 85 - Commerzbank HQ.
Segundo Nakamura (2010) a utilização desse piso é indicado para lajes corporativas
com áreas maiores que 300m², como é o caso do último pavimento.
Figura 87 - Disposição das salas nos pavimentos de escritórios.
O volume do pavimento térreo ficou definido por um volume mais denso com
poucos detalhes e com a tendência de possuir poucas aberturas. Já para o
mezanino pensou-se em um volume bastante transparente, separando-o do volume
superior por uma laje em balanço (que sombreia o volume de vidro). A intenção
dessa decisão foi de criar um contraste entre todos os volumes do prédio, em que
um volume "pesado" (pavimentos de escritórios) se apoia em um volume "leve" (a
transparência do mezanino) que, por sua vez, se apoia em outro volume "pesado"
(térreo).
Por fim, o zoneamento vertical apresentado na Figura 90 compila como o
programa de necessidades foi distribuído em cada pavimento.
para o pavimento térreo através de um vazio (que permite a interação visual entre os
dois pavimentos) e para um extenso jardim sobre a laje das lojas.
Na entrada do prédio foi locada uma marquise com um pé direito mais baixo
que os demais ambientes do térreo. Essa marquise baixa foi criada com a intenção
de amplificar a sensação de altura proporcionada pelo pé direito duplo existente no
átrio do edifício. O corte apresentado na Figura 92 mostra essa relação de altura e a
interação visual entre a área de descanso do mezanino e a circulação do térreo. Foi
pensado também em colocar aberturas altas no vidro da fachada leste do pavimento
mezanino para que a ventilação este-sudeste entrasse. A fachada de vidro da
fachada oeste por sua vez não terá abertura, pois dessa forma a ventilação que
entra pela fachada leste desce e sai pela entrada do edifício, como mostra a
simulação da Figura 92.
Figura 92 - Corte dos pavimentos térreo e mezanino.
8. ASPECTOS COMPLEMENTARES
População do edifício
Para calcular a população total do edifício de escritórios foi utilizada a NBR
5665/1983 que trata do cálculo do tráfego nos elevadores. A norma estipula uma
relação entre a população e o metro quadrado dos seguintes usos:
Para escritórios em geral: 1 pessoa por 7m² de sala;
Para restaurantes e similares: 1 pessoa por 1,5m² de salão de refeição;
Para lojas e centros comerciais: 1 pessoa por 4m² de loja;
Para ambientes com até 7m²: 1 pessoa por ambiente;
Para ambientes com até 14 m²: 2 pessoas por ambiente.
Dessa forma foi calculada a população do edifício, esquematizada na tabela
abaixo:
Tabela 5 - Memorial de cálculo da população do edifício.
Ambiente m² Observação População
Salões de refeição
(restaurante, 249.64 - 166 pessoas
lanchonete e bar)
Lojas 302.65 - 76 pessoas
Administração do
Conjunto de áreas
prédio e atividades - 8 pessoas
menores que 14m²
relacionadas
Foi considerada a
Auditórios - 120 pessoas
quantidade de assentos
Escritórios 2686.79 - 384 pessoas
Total da população 754 pessoas
Fonte: Elaborado pelo autor com base na NBR 5665, 1983.
Cálculo do recuo
Para o cálculo dos recuos do projeto foi utilizado o artigo 32 do PDN,
apresentado no tópico 5 deste trabalho. Assim, foi elaborada a tabela abaixo com os
recuos que foram utilizados para os pavimentos superiores ao mezanino.
Tabela 6 - Cálculo dos recuos.
Recuo H considerado Cálculo Recuo mínimo
Recuo frontal 30 3.00+30/10 6.00m
Recuo lateral 30 1.50+30/10 4.50m
Fonte: Elaborado pelo autor com base no PDN, 2007.
Os recuos mínimos considerados para o volume inferior (pavimentos térreo e
mezanino) foram de 3m (frontal) e de 1,5m (lateral).
Simulação dos brises
Com a intenção de otimizar o sombreamento das aberturas das salas
comerciais, simulações de máscaras de sombras foram realizadas em quatro janelas
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar
Tool, 2013. Tool, 2013.
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Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar Fonte: Elaborado pelo autor com base no
Tool, 2013. Solar Tool, 2013.
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar
Tool, 2013. Tool, 2013.
A última abertura simulada, assim como a primeira, já recebe um pequeno
sombreamento vindo dos elementos que se projetam do edifício de escritórios. Com
a simulação (Figura 105) otimizou-se esse sombreamento com três brises
horizontais recuados 40cm em relação à parede. Isso permitiu um sombreamento de
100% da abertura durante todos os horários de seis meses do ano. Nos meses de
março a outubro o total sombreamento da janela só ocorre até as 16:45 hrs.
Figura 105 - Modelo 3D da abertura 4. Figura 106 - Diagrama de máscara de sombra
da abertura 4.
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar Fonte: Elaborado pelo autor com base no Solar
Tool, 2013. Tool, 2013.
Memorial da estrutura
O sistema estrutural adotado para o edifício de escritórios foi o de viga-pilar em
concreto armado moldado in loco e laje nervurada bidirecional em concreto armado
moldado in loco.
Apenas os elementos estruturais dos pavimentos de escritórios foram pré-
dimensionados através de fórmulas empíricas por serem os elementos mais
solicitados e em que os pilares iriam interferir mais evidentemente nas salas
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9º pavimento 56 pessoas 4 3
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Júnior, 2009.
Quanto aos mictórios, seu dimensionamento foi feito de maneira diferenciada.
Segundo Júnior (2009) é possível instalar 1 bacia sanitária a menos para cada
mictório, desde que a quantidade de bacias não seja reduzida a menos de 2/3 do
dimensionado. Com essa condição foi possível substituir duas bacias sanitárias por
2 mictórios nos banheiros do pavimento térreo .
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Paisagismo
Apesar de não haver sido desenvolvido um projeto paisagístico, no projeto
arquitetônico do edifício de escritórios foram previstos espaços com dimensões
adequadas para a criação de paisagens verdes no espaço comercial.
Por grande parte do solo do terreno ser utilizado como estacionamento optou-
se por utilizar jardins sobre lajes. Essa solução é a mais recomendada por Benedito
Abbud (2006) para edifícios comerciais com subsolos destinados a
estacionamentos. Segundo Silva Baldessar (2012) o sistema de jardim sobre lajes é
um elemento que ajuda a combater as enchentes nas cidades. Baldessar (2012)
explica que o teto jardim absorve quantidades significativas de precipitação, com
parte dessa precipitação evaporando e parte dela sendo retida pelo substrato do
sistema, dessa forma, retardando o escoamento de grandes quantidades de água
para a rede pública de drenagem urbana.
Assim, para o projeto empregou-se duas formas de jardim sobre laje, indicados
na Figura 111. Na entrada do edifício projetou-se canteiros elevados com alturas
diferentes para o plantio de diferentes espécies vegetais. Por estar localizado na
entrada do edifício indica-se o uso de um paisagismo mais dinâmico e com uma
diversidade de espécies vegetais. Para evidenciar a diversidade das espécies foram
projetados, na entrada, canteiros elevados com diferentes alturas. Essas alturas vão
desde 10cm a 90cm, sendo possível a utilização de taludes gramados nas alturas
mais baixas, de espécies arbustivas nos canteiros com 40 cm de altura e até de
palmeiras baixas nos canteiros mais altos (ABBUD, 2006).
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
9. MEMORIAL DESCRITIVO
Localização
O empreendimento localizar-se-á no terreno de esquina entre as avenidas
Senador Salgado Filho e Amintas Barros - Natal/RN.
O empreendimento
O empreendimento constitui-se de 14 pavimentos, sendo 2 subsolos, 1 térreo,
1 mezanino, 7 pavimentos com salas comerciais, 1 pavimento com cafeteria e 2
destinados a ambientes técnicos. O prédio comercial conterá 41 salas comerciais
mais uma laje corporativa e 6 lojas mais 3 espaços de alimentação com
funcionamento de segunda a sexta das 07:30 às 18:00hrs e no sábado das 08:00 as
12:00hrs. Segue a tabela abaixo com a quantidade de salas comerciais oferecidas e
suas áreas úteis (sem a área dos lavabos):
Vagas de estacionamento
O empreendimento oferecerá estacionamento rotativo com 115 vagas de
estacionamento para automóveis, 36 vagas para motocicletas e 33 vagas para
bicicletas.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
Segurança
O sistema de segurança será constituído por guarita com porteiros, controle de
entrada de ocupantes por catracas e sistema eletrônico de segurança com câmeras
24 horas.
Estrutura
As fundações serão projetadas por profissional especializado e executadas de
acordo com as Normas Técnicas da ABNT, baseados na sondagem no terreno e das
cargas do projeto de estrutura. A estrutura será de concreto armado moldado in loco,
com lajes nervuradas bidirecionais.
Cobertura
A cobertura do empreendimento será executada com lajes impermeabilizadas,
telhas metálicas e jardins sobre lajes. As impermeabilizações das lajes deverão ser
feitas com manta asfáltica aluminizada com espessura de 3mm. Os tetos jardins
deverão ser executados com um sistema composto por manta anti-raízes, argila
expandida, manta de bidim, uma camada de substrato e, por fim, a vegetação
definida em projeto específico de paisagismo. A impermeabilização das lajes que
receberão as jardineiras deverá ser feita com membrana de polietileno de alta
densidade. As telhas metálicas deverão ser pintadas com pintura eletrostática na cor
branco e possuir, no último pavimento, isolamento acústico em EPS.
Paredes
Para as vedações verticais de grande parte do empreendimento serão
utilizados blocos cerâmicos, assentados com argamassa de cimento e areia, com
espessura e posicionamento de acordo com os projetos. Na entrada das salas
comerciais haverá vedações de painéis de placa cimentícia em estrutura metálica
conforme detalhe no projeto.
Esquadrias
As esquadrias de madeira (maciças ou semi-maciças) receberão fundo
preparador para madeiras sem brilho e acabamento com verniz Stain Osmocolor
transparente sem brilho, ou similar. Os alisares das portas de madeira deverão ser
lisos com as quinas boleadas, na mesma madeira das caixas de porta e com largura
de 6 cm.
As esquadrias de alumínio serão anodizados com classe A18 na cor cinza, com
fechaduras e ferragens indicadas pelo fabricante dos perfis, com vidros incolores de
6 mm. As janelas das lojas também terão seus vidros com acabamento serigrafado
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
neve.
Gerador, Piso: cimentado poroso;
medidores, Parede: pintura látex PVA branco sobre chapisco fino
depósitos, casa de alisado.
máquinas, barrilete, Teto: concreto aparente.
reservatórios
superior e inferior
Área de refúgio Piso: concreto polido sobre laje impermeabilizada
Acabamentos externos
O volume que comporta o núcleo do empreendimento será revestido por
painéis cegos em aço, com pintura eletrostática na cor cinza fosco, do tipo
"Alluacero" (Belmetal) ou similar. Os volumes em steel frame que sacam das salas
comerciais serão revestidos por painéis de alumínio composto e vidro na cor
vermelho, do tipo "Fusione Glass" (Conlumi) ou similar. O volume horizontal sobre a
cafeteria será revestido por placas cimentícias aparentes com acabamento em duas
demãos de selante. O restante das fachadas será revestida com pastilha cerâmica
5x5 nas cores branco e cinza, conforme indicações nas pranchas. As paredes dos
canteiros elevados serão revestidos com pedra Itacolomy regular e as rampas de
acesso aos subsolos terá acabamento em cimentado áspero sobre laje de concreto
armado. O piso do passeio externo será em blocos pré-fabricados de concreto
(1x1m).
Demais serviços
As descrições das instalações elétricas, hidráulicas, telefônicas e de combate à
incêndio ficarão a cargo dos profissionais responsáveis por esses projetos
complementares.
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Influência de software de conforto ambiental no processo projetual de um edifício de escritórios
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FROTA, Anésia; SCHIFFER, Sueli. Manual de conforto térmico. São Paulo: Studio
Nobel, 2001.
ROCHA, Ana. Balanços variados. Revista Téchne, São Paulo, n. 180, 2012.
TRONCOSO, Úrsula. O novo corporativo. Revista aU, São Paulo, n. 222, 2012.
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
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6. Quantas salas comerciais o prédio possui e qual a metragem delas?
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