Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esta escolha está provavelmente associada a uma disciplina ofertada alguns semestres
letivos anteriores no curso de Arquitetura do Unipê, denominada Teoria do Projeto9. Nesta
disciplina os estudantes são incentivados a examinar projetos com base em alguns
princípios analíticos expostos por Baker (1998), e consequentemente a adotar este
procedimento nas disciplinas subsequentes.
As sete categorias, que segundo o concluinte são abordadas no método proposto por Baker
(1998), são introduzidas como norteadoras do processo de investigação dos precedentes.
Entretanto, uma breve consulta ao referido trabalho do autor revela na primeira parte de seu
livro, que Baker as elenca como ‘princípios analíticos’10 referentes à tarefa da arquitetura e
não categorias de um método de análise, como declara o estudante.
Além disso, o estudante expõe sua opção pelos princípios analíticos de Baker, entretanto
não explica seus desdobramentos conceituais, não justifica a seleção das sete ‘categorias’
que elenca, nem de que maneira o método adotado conduzirá suas análises.
9
Esta disciplina foi inserida no currículo do curso do Unipê há cerca de 3 anos. A primeira turma a cursar a
disciplina chegou ao TFG em 2013.1. Por esta razão, em virtude da possibilidade de ainda encontrar alguns
alunos desblocados no referido semestre, é que nem todos os trabalhos selecionados para estudo seguem a
decisão de adotar o “método de Baker” para desenvolver análise de correlatos.
10
Em: BAKER, Geoffrey H. Análisis de La Forma: Urbanismo y Arquitectura. México: G. Gili, 1998. Os princípios
analíticos citados por Baker ao tratar da tarefa da arquitetura são: as forças; o genius loci; a natureza; a arte; a
arte como símbolo; a poesia; o significado no uso; a arquitetura primitiva; a arquitetura nativa; a arquitetura
monumental; a arte superior; a cultura; o status; o programa e o lugar; a orientação e a identidade; o
movimento; as vistas; a estrutura; a geometria. (Tradução livre da pesquisadora).
ASPECTOS DESTACADOS
histórico tombado
no terreno
Movimento: cheios e
Forma de cubo; planos Forma horizontal com
VOLUMETRIA vazios e volumes que
e balanços linhas retas
sacam
Transparências,
EXPRESSÃO DOS Cor, vidro, alumínio,
mármore travertino, Cobogós
MATERIAIS brises
vidro e pedra
Fonte: Elaboração própria (2014)
Trata-se da fixação do genius loci, que está relacionado ao espírito do lugar. Segundo Baker
(1998), um dos fatores aos quais a arquitetura está condicionada é o lugar. Aliado aos
requisitos funcionais e culturais, o lugar é uma das três forças que atuam na arquitetura,
garantindo aos que captam o espírito do entorno - e abrigam as qualidades intrínsecas da
paisagem e da cultura - a conversão em algo único. Baker cita Norberg Schulz que
interpreta a utilização do lugar como a atividade básica da arquitetura.
Não fica claro de que forma a implantação destas edificações influenciam ou são
influenciadas pelo espaço que as cercam. Além disso, não existe vestígio de como o
entendimento das inserções interferem ou podem servir de referência para o projeto
proposto pelo concluinte. Ou seja, o estudante não destaca aspectos que pretende utilizar,
não analisa as forças que atuam no lugar e que podem servir de base para a fixação do
genius loci, e nem relaciona as informações encontradas nos textos de referência com as
ideias de Geoffrey Baker.
Identidade (cultura):
Para Baker (1998), o princípio analítico identidade está associado à orientação, assim o
objeto assume uma identidade claramente reconhecível, que parte de um modelo espacial
A identidade reconhecível de que trata Baker sugere uma arquitetura ímpar, que se destaca
na paisagem. Entretanto, o concluinte apresenta o Museu de Arte de Tianjin (MAT) como
“estabelecendo relação com o entorno sem intervir na paisagem”, e em seguida insere uma
imagem que trata da implantação do Museu no quarteirão em que está localizado (Imagem
13).
Com o Centro Cultural Cais do Sertão (CCCS) não é muito diferente. O estudante localiza a
edificação em área tombada e em setor de intervenção controlada (Imagem 14). As relações
de identidade entre o centro cultural e o contexto em que se insere não são explanadas.
Baker resume: “a arquitetura deve ter uma finalidade útil para a cultura e deve prestar esse
serviço com eficácia. Os edifícios devem explicitar sua finalidade de forma inteligível;
devem, em definitivo, informar claramente seus desígnios.”11
11
Em: BAKER, Geoffrey H. Análisis de La Forma: Urbanismo y Arquitectura. México: G. Gili, 1998. Tradução
livre da pesquisadora.
Movimento (plástica):
O movimento está associado ao percurso de uma rota, que age como forças de distintas
intensidades e sentidos determinados pela mobilidade. As forças que atuam através do
movimento (eixos de acesso ou de distribuição de fluxo) podem ser um importante elemento
gerador do projeto (BAKER, 1998).
Percebe-se, logo no início dos textos, nos três projetos estudados, que o concluinte
relacionou movimento à volumetria e passou a descrever as linhas que caracterizam os
volumes das edificações (Imagem 16). Em seguida, descreveu ou elencou materiais
presentes nos projetos, mas não relacionou nenhum dos dados informados ao ‘movimento’
da edificação, nem sob o entendimento de Baker, nem sob seu próprio entendimento.
Estrutura (construção):
Geometria (configuração):
O concluinte se expressa de maneira confusa e utiliza termos que não esclarece e não
associa ao tema, o que prejudica o entendimento do seu discurso, impedindo a análise do
texto. As ideias estão desconexas e não há exposição de nenhum conteúdo consistente que
auxilie na interpretação do discurso do estudante.
Fica claro que o conceito exposto por Baker não foi devidamente interpretado pelo
estudante, o que, na verdade, mais atrapalhou do que ajudou o estudo do discente. O
caráter descritivo das informações – em diversos momentos sequer atingidos - empobreceu
o discurso do concluinte, pois não evoluiu para uma análise dos projetos correlatos que lhe
fornecesse subsídios a serem adotados na projetação de sua proposta de TFG.
12
Em: BAKER, Geoffrey H. Análisis de La Forma: Urbanismo y Arquitectura. México: G. Gili, 1998. Tradução
livre da pesquisadora.
INDICATIVOS
NÍVEL
Museu de Arte de Tianjin Escola de Música Cais do Sertão
2 Análise -
3 Interpretação -