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A EXTRAORDINÁRIA MÁQUINA DE MARIA

Lidiane A. da Silva

Maria era uma velha que não descobriu o amor e, às vezes se sentia
triste por nunca ter se casado. Maria então se dedicava a inventar. Inventou
muitas coisas. Entre suas criações, as favoritas eram flores com roda e jardins
com bolas de algodão doce. Maria era encantadora e alegre e todos gostavam
dela, principalmente as crianças pois adoravam suas invenções.
Um dia Maria estava sentada em sua cadeira de balanço e começou a
pensar porque não criar uma máquina do beijo para o amor compartilhar.
Com pedaços de cordão, parafusos, tinta e um pedaço de madeira ela criou
sua extraordinária máquina de beijos e, quando ela terminou UAU! Era perfeita
do jeito que imaginara.
Quando girava a manivela da máquina saiam beijos variados: pequenos,
grandes, vermelhos, doces, etc. Esses beijos voavam pelos ares empurrados
pelo vento e pousavam suavemente sobre seu alvo. O mais interessante é que,
as pessoas quando os recolhia, davam beijos de presente uma para outras. As
crianças adoravam e os comia porque os beijos eram doces como mel.
Um dia, Luiza, uma pequena menina, pediu à Maria para usar a máquina
para mandar beijos. Os beijos caíram em cima de uma velha casa. Nessa casa
morava um velho senhor que pouco era visto pela vizinhança. Diferente da
pequena Luiza, todo mundo o achava esquisito e rabugento. O nome dele era
Gildo. Gildo realmente não gostava de visitas e que ninguém se aproximasse
da sua casa velha. Gildo apresentava também uma aparência, segundo a visão
da maioria das pessoas, não muito agradável. Era cheio de rugas e, na ponta
do nariz tinha uma grande verruga. Para piorar Gildo não tomava banho e
usava uma bengala para afastar aqueles que tentavam se aproximar.
Incrivelmente os beijos que caíram em cima da casinha de Gildo
começaram a cantar e a rir bem baixinho e, depois, foram ficando cada vez
mais altos! Gildo, fazendo jus à fama de rabugento, se incomodou: – Xô, Xô ...,
vão embora daqui antes que eu faça de vocês uma sopa – disse ele.
Mas, os beijos enviados por Luiza continuaram a cantar e, quando
terminaram, um deles escorregou pela chaminé e rodeou Gildo bem devagar e,
bem lentamente pousou sobre uma de suas bochechas e, naquele instante
Gildo se transformou! Gildo se sentiu feliz e essa felicidade fez com que seus
cabelos grisalhos se tornassem graciosos, que suas bochechas ficassem
vermelhas e o sorriso encantador. Se sentido bem, disse Gildo:
– Obrigado beijo!
Com uma voz bem doce olhou no espelho e admirando-se, falou para si
mesmo: – Posso não ser tão belo como quando era jovem, mas tenho muita
história para contar. Para contar suas histórias, Gildo agora saía de casa e,
todos passaram a admirar sua simpatia. Gildo contava suas histórias e as
pessoas, adultos e crianças, pediam sempre: - Conta outra, conta outra!
Pessoas de todos os lugares começaram a vir para ouvir as histórias de Gildo,
mas é claro a história que ele mais gostava de contar era a da maquina de
fabricar beijos de Maria. Maria? Teve a sorte de atingir seu amor com um beijo!
Beijo!

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