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QUÍMICA

Equilíbrio Químico I
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EQUILÍBRIO QUÍMICO

EQUILÍBRIO QUÍMICO (PARTE 1)

Nesta aula, será iniciado o estudo do equilíbrio químico.


Para que se entenda equilíbrio químico, é fundamental compreender a cinética química.
Até o presente momento, o estudo da reação química conduziu a ideia de que, misturado
os reagentes, a reação iria se processar até os reagentes acabarem.
Por exemplo: A + B → C
I: A (100) B (100)
F: A (0) B (0) → C (100)
A ideia que se tinha de reação química seria esta: todos os reagentes seriam consumidos
formando os produtos. Em outras palavras, ocorreria 100% de rendimento.
Essa ideia, infelizmente, nem sempre corresponde à realidade da maioria das reações
que ocorrem em sistemas fechados.
Relembre-se que há 3 tipos de sistema: aberto, fechado e isolado. O sistema aberto troca
massa e calor com o meio externo, com as vizinhanças. O sistema fechado não troca massa,
mas troca calor. E o sistema isolado não troca massa e nem calor com as vizinhanças.
No sistema fechado, em que a massa se concentra dentro dele, é comum que a reação
não chegue ao fim. Isso ocorre porque a reação entra em equilíbrio químico. Qual o signifi-
cado desse termo entrar em equilíbrio químico? A reação tem um sentido direto e um inverso;
a reação pode ir e voltar.
Muitas reações químicas, em sistemas fechados, tendem a ser reversíveis. Isto é, irem
do reagente para o produto, mas voltarem do produto para o reagente (R  P).
Reações reversíveis são reações na qual os reagentes se transformam nos produtos, e
estes, à medida que se formam, regeneram os reagentes.
Por exemplo:

CO(g) + NO2(g) ⇄ CO2(g) + NO(g)


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O CO é um gás transparente; o NO2 é um gás de cor avermelhada; o CO2 é transparente;
o NO é transparente.
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Essa reação, em recipiente fechado, pode ficar com uma coloração mais avermelhada ou
menos avermelhada. Se ela está mais avermelhada, significa que há mais NO2. Se ela está
menos avermelhada, significa que há menos NO2.É assim que se percebe se um sistema
está ou não em equilíbrio químico.
Nesse caso, estão ocorrendo simultaneamente a reação da esquerda para a direita e da
direita para a esquerda.
Mas porque chamar reações reversíveis de reações em equilíbrio?
Quando falamos de equilíbrio químico estamos de falando de equilíbrio dinâmico.
O equilíbrio pode ser de duas formas: estático ou dinâmico. Equilíbrio estático é aquele
em que os objetos estão parados (p. ex., a balança de dois pratos quando eles estão na
mesma altura e parados). Já o equilíbrio dinâmico, é aquele em que dois objetos estão em
movimento (ex., pedais de uma bicicleta em movimento). Assim, equilíbrio dinâmico é aquele
em que dois objetos estão se movimentando, porém com a mesma velocidade. Que objeto
está se movimentando? A reação, no sistema fechado que está em equilíbrio, é reversível,
isto é, há o sentido direto, do reagente para o produto, e o sentido inverso, do produto para
o reagente. Essas duas direções, direto e inverso, estão na mesma velocidade. Ao mesmo
tempo que o reagente está virando produto, o produto está virando reagente.
Consequentemente estamos falando de reações reversíveis.

Equilíbrio

Estático Dinâmico
(Va = Vb = 0) (Va = Vb ≠ 0)

No caso anteriormente citado, temos dois sentidos, Direto e Inverso, são eles:

Direto: CO(g) + NO2(g) → CO2(g) + NO(g)


Inverso: CO2(g) + NO(g) → CO(g) + NO2(g)

Eles estão em equilíbrio dinâmico. Nesses dois casos, as velocidades são iguais, porém
diferentes de 0.
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O que isso realmente significa?
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Vamos detalhar um pouco mais o que acontece com as quantidades dos reagentes e dos
produtos ao longo do tempo.
Imaginemos a seguinte experiência com a reação:

N2(g) + 3 H2(g) ⇄ 2 NH3(g)

Serão colocados inicialmente 1 mol de Nitrogênio e 3 mols de Hidrogênio em um reci-


piente fechado. Quando se faz essa reação se processar, o que acontece exatamente?

O que é possível perceber? Como já se viu em cinética química, a concentração dos rea-
gentes, com o passar do tempo, diminui, e a concentração dos produtos, com o passar do
tempo, aumenta. Isso porque o reagente é consumido e o produto é formado.
A partir do tempo 6 min, as concentrações permanecem constantes, em outras palavras,
não se alteram mais (nem aumentam e nem diminuem).
Por que as concentrações não estão mais alterando? Por que o produto não está aumen-
tando e nem o reagente está diminuindo? Isso ocorre porque a velocidade na qual os reagen-
tes se transformam em produtos é a mesma velocidade em que os produtos se transformam
em reagentes. Se é na mesma velocidade, as concentrações não tendem mais a variar.
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Por exemplo, imagine uma situação em que duas pessoas trocam lápis (“o lápis que está
na minha mão, vou passar para a sua mão, e o lápis que está na sua mão, você passará
para a minha mão”) na mesma velocidade. A quantidade de lápis na mão de uma das pes-
soas aumentará ou diminuirá? Não. Isso porque a troca de materiais, a troca de objetos está
ocorrendo com a mesma velocidade. Quando a troca de materiais ocorre com a mesma velo-
cidade, a quantidade de objetos fica constante, não aumenta e nem diminui.
Assim, quando a concentração dos reagentes dos produtos ficarem constantes, está se
indicando que a velocidade de troca será a mesma e que se atingiu o equilíbrio químico.
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Perceba, na tabela acima, que: a) em relação ao N2: de 1 mol para 0,98 mol diminuiu-se
0,02; b) em relação ao 3H2: de 3 mol para 2,94 mol diminuiu-se 0,06; c) em relação ao 2NH3:
de O mol para 0,04 mol aumentou-se 0,04.
Assim, percebe-se que a quantidade formada ou a quantidade consumida é proporcional
aos coeficientes. Isso se chama de proporções estequiométricas.
Reparamos que, dos 6 aos 10 min., as concentrações não mudam – dando a entender
que, a partir desse ponto, permanecerão inalteradas.
E o que estará acontecendo com as velocidades das reações nesse intervalo de tempo?
A velocidade da reação direta vai diminuindo com o passar do tempo. Isso acontece
porque, com o passar do tempo, os reagentes são consumidos.
Já a velocidade da reação inversa aumenta, pois a quantidade de produto aumenta com
o passar do tempo.
Conforme visto, para essas reações estarem em equilíbrio as velocidades devem ser
iguais (Vdireto = Vinverso).
Podemos usar a fórmula da velocidade (velocidade instantânea), V = K · [A]ˣ · [B]ᶻ, para
estimar a velocidade de cada sentido:
Utilizando, como exemplo a reação:
NO2 + CO ⇄ CO2 + NO

A reação direta corresponde:


NO2 + CO → CO2 + NO

A reação inversa será representada como:


CO2 + NO → NO2 + CO
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Vd = Kd · [CO]ᵃ · [NO2]ᵇ
VI – = KI · [CO2]ᶜ · [NO]ᵈ

Para que ocorra o equilíbrio químico, a velocidade do sentido direto (Vd) deve ser igual a
velocidade do sentido inverso (Vd = VI).
Igualando as duas equações (Vdireto = Vinverso), temos:

Kd · [CO]ᵃ · [NO2]ᵇ = KI · [CO2]ᶜ · [NO]ᵈ

Separando as constantes das concentrações, deve-se fazer o seguinte: a constante de


velocidade no sentido inverso, que está multiplicando, passará dividindo; as concentrações
do sentido direto, que estão multiplicando, passarão dividindo.
Isolando os termos, e generalizando a fórmula – [CO]ᵃ = [A]ᵃ e [NO₂]ᵇ = [B]ᵇ / [CO₂]ᶜ = [C]
ᶜ e [NO]ᵈ = [D]ᵈ – teremos o seguinte resultado:

Quanto ao resultado acima,corresponde aos produtos ecorresponde aos reagentes, isso


baseado no sentido direto.
O resultado da divisão de duas constantes gera uma nova constante.

Kc é a constante baseada nas concentrações dos produtos e dos reagentes.


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Ou

Essa constante é a constante de equilíbrio em relação ao sentido direto.


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Essa constante é chamada de constante de equilíbrio, em função da concentração.


Por exemplo:

N2 + 3H2  2NH3

Essa constante serve para indicar qual material (reagente ou produto) está em maior
quantidade no equilíbrio.
Por que a constante de equilíbrio indica quem está em maior quantidade no equilíbrio?
Porque a constante de equilíbrio é o resultado de uma divisão, a qual indica exatamente essa
proporção de um relação ao outro. Por exemplo, suponha que alguém receba o salário de 10
mil reais e o irmão dele receba um salário de 2 mil reais. Para saber quantos vezes um ganha
mais do que o outro, divide-se um número pelo outro (no caso 10 Minil / 2 mil = 5). A cons-
tante de equilíbrio é isso: indicar quanto um tem mais do que o outro. Em outras palavras, a
função da constante de equilíbrio é indicar quem está em mais quantidade no equilíbrio, se
são os produtos ou se são os reagentes. Baseado nisso, essa constante de equilíbrio pode
ser maior que um, menor que um ou igual a um.
Essa avaliação é feita através do valor da constante. Lembre-se que.

Se Kc > 1, a concentração dos produtos é maior do que a dos reagentes ([P]>[R]) – o


numerador é maior que o denominador.
Se Kc < 1, a concentração dos produtos é menor do que a dos reagentes ([P]<[R]) – o
numerador é menor que o denominador.
Se Kc = 1, a concentração dos produtos e reagentes são iguais ([P]=[R]) – o numerador é
igual ao denominador.

Para que serve a constante de equilíbrio? Para saber o que está em maior quantidade,
se é o produto ou o reagente no equilíbrio químico.
O estudo pode ser feito também através de gráficos:
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Os gráficos indicam quando a constante é um, maior ou igual a um. O primeiro gráfico
indica que a constante é igual a um (K = 1), isto é, a concentração dos produtos é igual à
concentração dos reagentes.
No gráfico II, a constante de equilíbrio é menor do que um (K < 1), isso porque a concen-
tração dos produtos é menor do que a concentração dos reagentes.
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No terceiro gráfico, a constante de equilíbrio é maior do que um (K > 1), isso porque a
concentração dos produtos é maior do que a concentração dos reagentes.
Aqui referiu-se à concentração, contudo é possível referir-se, por exemplo, à pressão.
Porque a pressão em gases, sistema fechado, é um dos indicativos da quantidade de maté-
ria. Lembre-se que a pressão de um gás, dentro de um sistema, é a sua fração molar vezes
a pressão total, quer dizer a quantidade de gás naquele sistema.
Dessa forma, podemos visualizar qual material está em maior quantidade no equilíbrio.
Tendo essa noção, podemos ter uma estimativa do rendimento da reação.
Essa perspectiva é realizada através da análise da constante de equilíbrio.
Por exemplo:

H2 + Cl2 ⇌ 2 HCl Kc = 4,0 · 10³¹ Kc> 1 ([P] > [R]) R↑


F2 ⇌ 2 F Kc = 7,3 · 10¯¹³ Kc<1 ([P] < [R]) R↓

Grande → Reação de alto rendimento


Kc →

Pequeno → Reação de baixo rendimento
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Podemos também calcular a constante de equilíbrio envolvendo as pressões parciais dos


materiais, quando a reação ocorre com gases. A pressão parcial será fração molar multipli-
cada pela pressão total: Pp= XI· PT.
A definição da constante de equilíbrio, K, em termos de pressão parcial, Kp, é aná-
loga à de Kc.
Tomemos o seguinte exemplo:

N2(g) + 3 H2(g) ⇌ 2 NH3(g)

Dada a reação genérica, elementar (o coeficiente se transforma em expoente) e reversí-


vel, na qual todas as substâncias participantes estão no estado gasoso, temos:

N2(g) + 3 H2(g) ⇌ 2 NH3(g)

Nesse exemplo, corresponde à Pressão dos produtos eà Pressão parcial dos Reagentes.
Onde P indica a pressão parcial das substâncias participantes da reação química em
equilíbrio.
Em relação às constantes de equilíbrio Kc e Kp, devem ser observados os seguin-
tes fatores:

Só devem fazer parte da expressão de Kc as concentrações que podem sofrer variações


(substâncias em soluções).
Na expressão de Kp entram apenas as substâncias que se encontram no estado gasoso.
A constante de equilíbrio é característica de cada reação e também da temperatura –
essa (a temperatura) influencia na velocidade de um processo.
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Normalmente quando o material está no estado sólido, ele não interfere na constante de
equilíbrio. Isso porque se for Kp, constante de equilíbrio relacionada a pressões, deve ser
gás (e o sólido não é gás); se for Kc, concentração, o material deve estar dissolvido (o mate-
rial na forma sólida não está dissolvido). Assim, ele não participa do processo com relação à
constante de equilíbrio.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
ANOTAÇÕES

preparada e ministrada pelo professor Eduardo Ulisses.


�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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