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A vida de arquitetos e arquitetas1 não é fácil. São 4210 horas de ensino e treino,
com um período chamado de “integral”. A proposta é de formar profissionais
capazes de resolver problemas de ordem espacial.
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Definição dos objetivos do curso, veja mais aqui:
https://www.puc-campinas.edu.br/graduacao/arquitetura-e-urbanismo/
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Será motivo de outro post esses profissionais que dão esperança a profissão.
São as malditas 4210 horas e mais um apartamento o custo4 (põe mais um
pouquinho aí) para formar um arquiteto.
Vale?
Considero a última das grandes profissões humanistas que há, cujas
preocupações com o outro ainda tem lugar no rol das preocupações dos seus
profissionais.
Entretanto é desprezada e desvalorizado por todos, inclusive, por nós mesmos.
Considero uma estupidez, uma construtora, ou um empreendedor, que paga
menos de 1% do valor dos custos de obra como remuneração por um projeto.
Não é só mesquinharia, muquiranice e pão-durismo, é sobretudo burrice. Um
projeto representa economia, eficiência e melhores condições para um produto
habitacional.
Um vendedor ou corretor, recebe até 6% do valor do imóvel em suas
negociações, nada contra, mas o arquiteto que possibilitou a existência do objeto
que ele comercializa, receber uma quantia ínfima, soa ofensivo.
Não é à toa que o que se vê no mercado, é um aglomerado de porcarias,
repetições e variações sobre o mesmo assunto. Se recebe pelo que se paga!
Arquitetos e arquitetas tem, em sua maioria, projetado para famílias que não
existem mais, projetos para condições inexistentes, sem visualizar as tremendas
alterações que a vida contemporânea tem imposto a todos nos.
Os impactos da modernidade são maltratados por empresários que também são
malformados, isto significa que eles não compreendem como um bom projeto
pode mudar não só a vida daqueles que moram, mas da cidade como um todo.
Nossas cidades têm se transformado num entulho de entulhos arquitetônicos.
Nos enquanto arquitetos deveríamos receber, ao fim dos 5 anos, um certificado
de “inconclusão”, uma garantia de que não havíamos nos formados, de que
nossa incompletude arquitetônica deveria ser motivo de continuado
aprendizado.
Quantos de nós continuam a estudar? Quantos de nós buscam informações a
respeito de novas técnicas e tecnologias? quantos de nós estudam as interações
de novas mídias e a arquitetura? Quantos de nós buscam novas relações dentro
da casa, para propor modificações e avanços?5
É isso que chamo de “deformação”, deixamos de nos formar continuadamente
para enfrentar os desafios de um mundo em constante transformação.
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Durante as palestras que eu dava sobre a profissão, costumava exibir uma nota de 100 R$(falsa
evidentemente!) e em um certo momento eu rasgava. Dizia aos alunos que era exatamente isto que eles
faziam ao ficar jogando conversa fora na cantina. É o custo/dia para uma família que paga as despesas
do aluno (sem contar o custo mensal da faculdade).
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Temos evidentemente raros e poucos que continuadamente fazem isso, não CITO para não melindrar a
“crasse”
ESTAMOS CORRENDO MUITO PARA PERMANECERMOS NO MESMO
LUGAR!