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8-0
.01
CÁLCULOS FINANCEIROS

96
5.4
27
ira
ve

MBA em Agronegócios
Ta
rra
eze
oB
nd
a
rn
Fe
1. A IMPORTÂNCIA DOS
CÁLCULOS FINANCEIROS EM
EMPRESAS RURAIS

À medida que setor agropecuário se desenvolveu, a modernização trouxe transformações estruturais


que exigem do produtor conhecimento profundo e informações complexas e detalhadas do seu
negócio. Isso inclui, além de conhecimento do ambiente em que está inserido, entendimento sobre as
ferramentas financeiras capazes de auxiliar na complexidade que a atividade agropecuária adquiriu

1
durante esse processo.

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Quando usada com precisão, os processos financeiros auxiliam o gestor tomar as melhores decisões
para a empresa, oferecendo suporte na estimativa sobre os riscos de investimentos e potencial retorno,
no cálculo de reajuste, na incidência de juros, no fluxo de caixa, na folha de pagamento, na amortização de

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empréstimos, dentre outras ferramentas que permitem que se faça análises seguras, baseadas em dados
precisos e não em prognósticos duvidosos (Bruni e Famá, 2008; Assaf Neto, 2019).

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5.4
2. CONCEITOS BÁSICOS 27
ira
ve

2.1 Taxa de juros


Ta

Juros é o nome dado ao valor do dinheiro no tempo (Assaf Neto, 2019). Para melhor compreensão sobre
esse tema, pode-se imaginar como se fosse um “aluguel” que se paga para usar o dinheiro de terceiro
rra

ou que recebe por ser quem empresta o capital. Por isso, o juro sempre está associado a dois fatores: o
tempo e o valor envolvidos nessa transação.
eze

Para obtenção dos juros, geralmente aplica-se a fórmula (1):


oB

Juros = C x i x n (1)
Ou a fórmula (2):
nd

Juros = M – C (2)
a

Em que, C: capital originalmente emprestado; i: taxa de juros; n: número de capitalização durante o prazo
rn

da operação financeira; e M: montante emprestado acrescido de juros durante todo período.


Já a taxa de juros é o preço pago pelo “aluguel” do dinheiro por determinado período, visto como a relação
Fe

existente entre os juros recebidos pelo emprestador e quanto de capital foi concedido. Matematicamente,
a taxa de juros pode ser obtida em percentual a partir da fórmula (3):

= ( ) 100 (3)

2
As taxas de juros são essenciais na economia e na administração dos negócios rurais, por isso, devem
remunerar: o risco envolvido nas operações, representado pela incerteza do recebimento futuro; a perda
do poder aquisitivo do capital devido à inflação; e pela decisão de postergar o consumo, ou seja, o custo
de oportunidade.
Por isso, é de extrema importância que o empreendedor conheça a classificação e as diferenças entre

1
as taxas, a fim de evitar que realizem investimentos errados e consequentemente aumentem o nível de

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endividamento por desconhecê-las, podendo levar à falência do negócio.
No mercado financeiro, a forma mais comum de classificar a taxa de juros é segundo o regime de

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capitalização, simples (linear) e composto (exponencial), ou de acordo com o valor do capital inicial
usado como base, classificando-o como taxa efetiva, taxa nominal e taxa real. Vale ressaltar que essas
categorias não são excludentes.

96
2.1.1 Taxa de juros simples

5.4
Os juros simples são taxas que não se alteram com o passar do tempo, ou seja, são taxas lineares, sendo
aplicadas acrescentado sempre o mesmo valor inicial. No entanto é incomum no mercado financeiro.

Exemplo prático 1: 27
Admita uma aplicação de $ 1.000,00 pelo prazo de 5 anos, pagando-se juros simples à razão de 10% ao ano.
ira

Saldo no início Juros apurados Montante ao Juros apurados


ANO
ve

de cada ano para cada ano final de cada ano no período


Início do Ano 1 - - 1.000,00 -
Ta

Fim do Ano 1 1.000,00 0,10 x $ 1.000,00 = 100,00 1.100,00 100,00


Fim do Ano 2 1.100,00 0,10 x $ 1.000,00 = 100,00 1.200,00 100,00
rra

Fim do Ano 3 1.200,00 0,10 x $ 1.000,00 = 100,00 1.300,00 100,00


Fim do Ano 4 1.300,00 0,10 x $ 1.000,00 = 100,00 1.400,00 100,00
eze

Fim do Ano 5 1.400,00 0,10 x $ 1.000,00 = 100,00 1.500,00 100,00

Ao final do período, o tomador deverá devolver o valor principal e os juros são devolvidos em cada ano.
oB

Assim, o valor devolvido ao final dos cinco anos será de: R$ 1.000,00 + R$ 500,00 = R$ 1.500, dado a um
acréscimo de juros simples de R$100,00 a cada ano, totalizando R$500,00 no período de 5 anos. É importante
ressaltar que, nesse modelo, os juros são pagos ao emprestador no final de cada período.
nd

Nesse momento vale relembrar a principal regra da matemática financeira, em que toda taxa de juros e prazo
a

da aplicação devem estar sempre na mesma unidade, nesse caso, ao ano. Observe, ainda, que os juros foram
rn

calculados sempre sobre o valor inicial, ou seja, sempre sobre os R$ 1.000,00.


O montante apurado ao final dos 5 anos [n] pode ser rapidamente calculado a partir da equação (4):
Fe

(4)

3
Em que:

• Capital representa o valor investido inicialmente;


• Montante é o valor final resgatado pelo investidor;

1
• Juros é a diferença entre o valor de resgate de um investimento, ou seja, o montante resgatado ao

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final do investido, e o capital investido inicialmente. Pode ser representado pela multiplicação entre
o capital investido, a taxa de juros simples e o período que o capital será investido;
• A variável i é a taxa de juros simples que o capital investido será remunerado periodicamente.

.01
Pode ser expresso na forma centesimal e na forma percentual. Quando estiver na forma percentual
será necessário passar para a forma centesimal para calcular matematicamente;

96
• A variável n representa a quantidade de períodos que o capital inicial será investido.

5.4
Substituindo os valores no exemplo anterior, tem-se que:

Montante =1 .000 x (1+

Montante =1 .500
2710
100
x 5)
ira
Entende-se também por montante como a soma do capital [C] com os juros apurado em todo período
[n], representado pela soma da última coluna, matematicamente (eq. 5):
ve
Ta

Montante =C +J (5)
rra

Montante =1 .000 +5 00
Montante =1 .500
eze

2.1.2 Taxa de juros composto


Enquanto isso, os juros compostos são cobrados pela grande maioria das operações financeiras,
oB

especialmente empréstimos e investimentos. Nesse caso, o juro devido não é pago mensalmente,
consequentemente, incorrendo juros sobre o valor devido e que será pago apenas ao final da operação.
Essa categoria também é conhecida pela sua aplicação de juros sobre juros, pois incide sobre o juro
nd

anterior, nesse caso, todo o montante final de cada ano entra no cálculo do próximo juro, assim, esse
cresce exponencialmente por cobrar juros sobre juros.
a

Exemplo prático 2:
rn

Admita uma aplicação de $ 1.000,00 pelo prazo de 5 anos, pagando-se juros compostos à razão de 10%
Fe

ao ano. Observe que, ao final do período, o tomador deverá devolver o valor principal e a soma dos juros
compostos apurados em cada ano.

4
Saldo no início Juros apurados Montante ao Juros apurados
ANO
de cada ano para cada ano final de cada ano no período
Início do Ano 1 - - 1.000,00 -
Fim do Ano 1 1.000,00 0,10 x $ 1.000,00 = 100,00 1.100,00 100,00
Fim do Ano 2 1.100,00 0,10 x $ 1.100,00 = 110,00 1.210,00 110,00

1
8-0
Fim do Ano 3 1.210,00 0,10 x $ 1.210,00 = 121,00 1.331,00 121,00
Fim do Ano 4 1.331,00 0,10 x $ 1.331,00 = 133,00 1.464,10 133,10
Fim do Ano 5 1.464,10 0,10 x $ 1.464,10 = 146,41 1.610,51 146,41

.01
Assim, o valor devolvido será de: R$ 1.000,00 + R$ 610,51 = R$ 1.610,51, dado um acréscimo de juros

96
compostos de R$ 610,51 ao final do período de cinco anos, calculado exponencialmente. Observe ainda
que, nesse caso, os juros foram calculados sempre sobre o saldo no início de cada ano, ou seja, houve

5.4
uma variação em todos os anos.
Para esse caso, o montante apurado ao final dos 5 anos [n] pode ser rapidamente calculado a partir
da fórmula (6):
27 (6)
ira
Em que:
ve

• Capital represente o valor investido inicialmente;


Ta

• Montante é o valor final resgatado pelo investidor;


• i: taxa de juros compostos em percentual;
rra

• n: período, tempo ou prazo até o pagamento final.


eze

Assim, tem-se que:


oB

10 5
Montante =1 .000 x (1+ )
100
Montante =1 .000 x 1,15
nd

Montante =1 .000 x 1,61051


a

Montante = 1.610,51
rn

Como demonstrado na fórmula (5), outra forma de se obter o montante é somando o capital inicial
Fe

com os juros apurado no período, ou seja:

Montante =C +J
Montante =1 .000 +6 10,51
Montante =1 .610,51

5
2.1.3 Taxa nominal, efetiva e real
Trata-se de uma classificação de taxas que são feitas a partir de contratos assinados no mercado
financeiro, estabelecendo um período (usualmente um ano) e categorizando-os em subdivisões de
períodos (mensal, trimestral, semestral) (Bruni e Famá, 2008).

1
Em resumo, a taxa nominal segue a seguinte função (eq. 7):

8-0
= [( )
]
1 100 (7)

.01
(1 çã )

A taxa nominal é uma taxa de juros em que o percentual atribuído a ela não coincide com o tempo

96
em que aquele empréstimo ou investimento irá render (Bruni e Famá, 2008). Ela sempre é fornecida em
termos anuais e seus períodos de capitalização podem ser diários, mensais, trimestrais ou semestrais.

5.4
Esse tipo de taxa é muito usado em diversas transações do mercado financeiro e não utiliza o regime de
juros compostos em seu cálculo. A taxa de juros real é a taxa de juros que leva em consideração a perda de

27
compra do capital, ou seja, a inflação. A taxa de inflação representa o aumento constante e generalizado
dos preços de uma economia. Vamos entender melhor esses conceitos com alguns exemplos.
ira
Exemplo prático 3:
Um financiamento foi contratado no valor de R$5.000,00, com quitação no final de 12 meses com
ve

capitalização mensal. Ao final será pago um valor de R$6.000,00. Quanto será o juros nominal aplicado
a esse financiamento?
Ta

Sabe-se que a diferença do quanto contratou para quanto irá pagar ao final é de R$6.000,00 - R$5.000,00
= R$1.000,00. Agora, esse valor deve ser dividido pelo valor contratado:
rra
eze
oB

Logo, a taxa de juros nominal aplicado ao contrato foi de 20% a.a.


nd

Agora, vamos supor que a taxa de inflação para o mesmo período foi de 5%. Qual é a taxa de juros real
a

que a instituição ganhou?


rn

Basta inserirmos na fórmula:


Fe

[ ]
Sendo assim, apesar da taxa de juros nominal do contrato ser de 20% a.a., a taxa de inflação de 5%
a.a., corroeu o poder de comprar da taxa, transformando a taxa em taxa de juros de 14,28%.

6
3. DESCONTOS COMPOSTOS

D esconto/Antecipação de Recebível é basicamente uma operação de crédito via desconto


simples, que possui uma taxa de juros, um prazo estabelecido para antecipação e desconto
dos recebíveis, IOF diário de 0,0082% e IOF adicional de 0,38%, e pode ter uma taxa de custódia e
avaliação dos títulos.

1
Segundo Assaf Neto (2019), a operação de se liquidar um título antes do seu vencimento envolve,

8-0
geralmente, uma recompensa. Sendo assim, o desconto pode ser entendido como a diferença entre o
valor nominal do título descontado e o seu valor atualizado apurado n períodos antes de seu vencimento.
Pode-se concluir que o projeto X possui maior valor presente líquido para a empresa.

.01
= (8)

96
Vamos entender melhor os descontos com o exemplo abaixo.

5.4
Exemplo Prático 4
Vamos levar em consideração dois títulos de recebíveis, um no valor de $ 4000 vencíveis em 45 dias,

27
e outro no valor de $ 6000 vencíveis em 65 dias, com taxa mensal de 5%, tarifa de $ 50 e $ 2 de custódia
por título.
ira
Para resolução vamos seguir alguns passos:

1º Passo: Cálculo do prazo médio


ve

4.000 45+ 6.000 65


Ta

n= = 57
4.000+ 6.000
rra

2º Passo: Cálculo dos juros

0,05
=1 0.000,00 57= $950,00
eze

30

3º Passo: Cálculo do IOF diário e adicional


oB

IOF diário = (10.000 – 950) x 0,000082 x 57 = 42,29


IOF adicional = (10.000 – 950) x 0,0038 = 34,39
nd

4º Passo: Apuração do valor liberado em conta corrente


a
rn

Total dos títulos R$ 10.000,00


Fe

(-) Juros R$ 950,00


(-) IOF’s R$ 76,68
(-) Tarifa avaliação dos títulos R$ 50,00
(-) Custódia dos títulos R$ 4,00
Valor creditado em conta corrente R$ 8.919,32

7
5º Passo: Cálculo do CET – Custo Efetivo Total mental

[ ]

1
8-0
4. SÉRIE DE PAGAMENTO:

.01
FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW)

96
O
5.4
fluxo de caixa é uma representação de algumas operações financeiras, composta por uma série
de pagamentos ou recebimentos que se estima ocorrer em um determinado período (Assaf

27
Neto, 2019). Empréstimos e financiamentos de diferentes tipos são exemplos de operações que são
representadas por fluxos de caixa, além de recebimentos de aluguéis, compras a prazo, investimentos que
resultam em recebimentos de dividendos, e assim por diante.
ira
De acordo com Assaf Neto (2019), os fluxos de caixa podem ser classificados sob diferentes formas e tipos:
ve

a) Período de ocorrência: postecipados, antecipados, diferidos;


Ta

b) Periodicidade: periódicos, não periódicos;


c) Duração: limitados (finitos), indeterminados (indefinidos);
rra

d) Valores: constantes, variáveis.


eze

Para Assaf Neto (2019), há um modelo padrão para o fluxo de caixa nas negociações do mercado, que
seguem as seguintes classificações:
oB

a) Quanto ao período de ocorrência: são postecipados, ou seja, os pagamentos ou


recebimentos ocorrem ao final do primeiro intervalo de tempo;
nd

b) Quanto à duração: são limitados, dessa forma, o prazo total do fluxo de caixa é conhecido
à priori e possui um número finito de parcelas.
a

c) Quanto aos valores: possuem fluxos com valores iguais ao longo do tempo;
rn

d) Quanto à periodicidade: possuem fluxos com intervalos idênticos.


Fe

Geralmente, o fluxo de caixa uniforme (padrão) pode ser representado da seguinte maneira:

PMT PMT PMT PMT PMT

0 1 2 3 n-1 n

8
Exemplo Prático 5
A empresa PCG obteve um financiamento de R$ 10.000,00 para capital de giro à taxa de 24% ao semestre
capitalizados mensalmente. A empresa PCG pagou R$ 2.000,00 ao final do primeiro mês e R$ 4.000,00 ao
final do terceiro mês. Qual o valor que deverá ser pago ao final do quinto mês para liquidar o financiamento?
Para representar esse caso, segue abaixo a representação dos cálculos financeiros com os valores no

1
fluxo de caixa:

8-0
2.000 4.000 X

.01
0 1 2 3 4 5

96
-10.000

Primeiramente, é preciso calcular a taxa efetiva mensal. Se a taxa nominal é de 24% a.s., a capitalização

5.4
mensal é encontrada dividindo 24% pela quantidade de meses em um semestre (6 meses), chegando em
4% a.m.

27
Em seguida, basta colocarmos na fórmula de fluxo de caixa trazendo os valores desembolsados no
primeiro e terceiro mês ao valor presente.
ira
2.000 4.000
= 1
+ =1 .923,07+ 3.555,98 = 5 .479,06
(1,04) (1,04)3
ve

Logo, os valores trazidos a valor presente são 5.479,06. Ao deduzirmos a parcela que entrou para a
Ta

empresa no período 0, teremos -10.000 + 5.479,06 = - 4.520,95. Com base nesse valor, o 5º fluxo de caixa
deve ser igual a -4.520,94, uma vez que temos apenas mais esse pagamento. Com isso, fazemos:
rra

4.520,94 = = 5.500,41
(1,04)5
eze

5. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
oB

DE EMPRÉSTIMOS
a nd

S egundo Assaf Neto (2019), os sistemas de amortização foram desenvolvidos para operações de
rn

empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos periódicos do principal e


encargos financeiros.
Fe

Dentre os diversos sistemas de amortização, temos dois mais utilizados: o Sistema de Amortização
Constante (SAC) e o Sistema de Prestações Constantes (SPC). Ainda temos, o Sistema de Amortização
Misto (SAM), o Sistema de Amortização Americano (SAA) e o Sistema de Amortização Variáveis/Parcelas
Intermediárias.
Os sistemas de amortização diferem principalmente pela forma a qual o principal e os encargos
financeiros são pagos aos credores do capital (Bruni e Famá, 2008). Os dois sistemas mais utilizados são
o SAC e o SPC. Veremos mais sobre eles abaixo.

9
5.1 SAC
Este sistema de amortização tem como características básicas que: as amortizações do valor principal
são sempre constantes, os juros calculados são incidentes sobre o saldo devedor, o saldo devedor é
atualizado após os pagamentos das prestações e o valor das prestações são decrescentes.

1
Para encontrar o valor da amortização basta dividir o montante emprestado pelo número de prestações

8-0
do contrato. Vamos ver um exemplo desse tipo de sistema de amortização.

Exemplo Prático 6

.01
Temos um empréstimo no valor de 100.000,00, com prazo para pagamento de 4 meses, juros de 30% ao
ano. Vamos calcular, primeiramente, o valor das amortizações mensais:

96
100.000
çõ = = 25.000,00
4

5.4
Agora, devemos calcular a taxa de juros mensal. Uma vez que a taxa de juros anual é 30%, a mensal será:
1
=( 1+ 0,30)12 27
1= 2,21% .
ira
Para calcular a tabela com o sistema de amortização constante temos:

N Saldo devedor Amortização Juros Prestação


ve

0 100.000,00 - - -
Ta

1 75.000,00 25.000,00 2.210,45 27.210,45


2 50.000,00 25.000,00 1.657,83 26.657,83
3 25.000,00 25.000,00 1.105,22 26.105,22
rra

4 - 25.000,00 552,61 25.552,61


Total 0,00 100.000,00 5.526,11 105.526,11
eze

Reparem que no período 0 temos apenas o saldo devedor do empréstimo. No período 1, temos a primeira
amortização de R$ 25.000,00. Os juros incidentes de 2,21% a.m. sobre o saldo devedor de R$ 100.000,00
oB

resultaram em um valor de juros de R$ 2.210,45. A prestação do primeiro período será de 27.210,45,


sendo a soma da amortização e dos juros do primeiro mês.
No segundo mês, será amortizado mais uma parcela de 25.000,00. Os juros de 2,21% a.m. incidirão
nd

sobre o saldo devedor de 75.000,00, resultando em um valor de R$ 1.657,83 e uma prestação total de
26.657,83. Assim por diante até o último período.
a

5.2 SPC
rn

O sistema de prestações constantes (SPC) é amplamente utilizado no mercado financeiro brasileiro


Fe

(Assaf Neto, 2019). Diferente do SAC, o sistema de prestações constantes estipula que as prestações
devem ser iguais, periódicas e sucessivas. Sendo assim, os juros, ao incidir sobre o saldo devedor, são
decrescentes, e as parcelas têm valores crescentes.

10
Voltando ao exemplo anterior, para calcularmos a tabela do sistema de prestações constantes, devemos
primeiramente calcular o valor dos juros. Como o valor dos juros é de 30% a.a., basta dividir a taxa pela
quantidade de meses no ano.
30% .
= =2 ,5% . .
12

1
Em seguida, colocamos na fórmula 9 abaixo:

8-0
(1 + ) 1
= [ (1 + ) ]

.01
(9)
(1 +0 ,025)4 1
100.000= [ (1 +0 ,025)4 0,025 ] = 2 6.581,79

96
5.4
Dessa forma, a tabela será calculada como exposto abaixo:

N Saldo devedor Amortização Juros Prestação


0
1
100.000,00
75.918,21
-
24.081,79
27 -
2.500,00
-
26.581,79
ira
2 51.234,38 24.683,83 1.897,95 26.581,79
3 25.933,45 25.300,93 1.280,85 26.581,79
ve

4 0,00 25.933,45 648,33 26.581,79


Total 100.000,00 6.327,15 106.327,15
Ta

A prestação sempre será 26.581,79. Os juros são calculados sobre o saldo devedor do período, portanto,
2,5% sobre 100.000,00 é de 2.500,00. Assim, o valor da amortização é o resultado da diferença entre o
rra

valor da prestação e o valor dos juros de cada período, até o último período.
eze

6. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
oB
nd

S
a

egundo Assaf Neto (2019), a análise de investimentos consiste na comparação de fluxos de


rn

caixas futuros trazidos ao valor presente, dado uma taxa de juros. Esses métodos de avaliação
são altamente eficientes e indicam se o gasto realizado pela empresa trará bons retornos (Bruni e Famá,
Fe

2008). Além disso, é possível determinar quando o investimento será pago por completo e começará a
trazer ganhos reais para o empreendimento.
Dentre os indicadores, Gitman (2010) destaca que o Valor Presente Líquido [VPL] e a Taxa Interna de
Retorno [TIR] são os mais importantes, e que a análise desses indicadores deve ser feita de maneira
conjunta, a fim de auxiliar na tomada de decisão. Detalhadamente:

11
6.1 Valor Presente Líquido [VPL]
O Valor Presente Líquido [VPL] é considerado um modelo mais sofisticado por considerar o valor
do dinheiro no tempo e o custo de capital da empresa, fornecendo um cenário mais realista sobre o
investimento (Gitman, 2010).

1
Em regra, o VPL é um dos indicadores mais comuns quando o foco é a tomada de decisão. Por isso, é

8-0
frequentemente utilizado na análise de viabilidade financeira de um investimento.
O valor presente líquido de um projeto é a soma dos valores presentes de cada um dos termos do fluxos
de caixa – tanto positivos como negativos – que ocorrem ao longo da vida do projeto.

.01
Para isso, o VPL é encontrado subtraindo-se o investimento inicial de um projeto [FC0] do valor presente
de suas entradas de caixa [FCt], descontada a Taxa Mínima de Atratividade [r], que representa o retorno

96
mínimo que um investimento deve gerar para ser considerado atrativo. Matematicamente representado
por (eq. 10):

5.4
n
FCt
VPL = Σ (1+ r) t
FC0 (10)

Critérios de decisão:
t=1
27
ira
Quando se usa o VPL para tomar decisões de aceitação-rejeição, os critérios são:

• VPL > 0: Aceitar o projeto, pois isso indica que o valor do projeto de investimento hoje é maior do
ve

que o valor do investimento inicial, considerando o custo de oportunidade do produtor;


Ta

• VPL = 0: o investimento não representa nem prejuízos, nem ganhos monetários; e


• VPL < 0: Rejeitar o projeto, pois isso indica não ser viável.
rra
eze

6.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)


Também conhecida como TIR, a Taxa Interna de Retorno deve existir sempre quando se tratar de
oB

rentabilidade dos investimentos (Gitman, 2010). Esse dado demostra resultados em forma de percentual
e leva em consideração as projeções financeiras do futuro para indicar a provável renda anual. Indica a
rentabilidade dos investimentos.
nd

A TIR é considerada um complemento ao VPL, uma vez que representa a taxa de desconto que equipara
seu valor a zero, fazendo com que as entradas sejam iguais às saídas e refletindo os ganhos reais do projeto.
a

A Taxa Interna de Retorno [TIR] é a taxa de desconto com a qual o VPL é igual a zero, em termos de
rn

resultados, isto é:
Fe

n
FCt
TIR = Σ (1+ TIR)
t=1
t
FC0 =0 (11)

12
Critérios de decisão:
O valor da TIR deve ser comparado com a TMA, definida no investimento. Ao usar a TIR para tomar decisões
de aceitação-rejeição, os critérios são:

• Se a TIR for maior do que TMA, o projeto é lucrativo e traz o retorno esperado pela empresa, por

1
isso aceita-se o projeto.

8-0
• Se a TIR for menor do que a TMA, rejeitar o projeto.
Além disso, quanto maior o valor do indicador, melhor serão as previsões financeiras da empresa. Esses

.01
critérios garantem que a empresa receba, pelo menos, o retorno requerido. Tal resultado deve aumentar seu
valor de mercado e, portanto, a riqueza de seus proprietários.

96
Vamos para um exemplo de cálculo de ambos os indicadores.

5.4
Exemplo Prático 7
Sua empresa está considerando dois projetos mutuamente excludentes, X e Y, cujos fluxos de caixa estão
listados abaixo.
27
ira
N X Y
0 ($ 100) ($ 100)
1 30 52
ve

2 30 50
Ta

3 45 20
4 50 20
rra

Os projetos são igualmente arriscados e seus custos de capital é de 10% a.a. Vamos calcular:

a) Valor presente líquido;


eze

b) Taxa interna de retorno.


oB

Para calcular o valor presente líquido vamos considerar a tabela abaixo com as informações fornecidas
pelo caso.
nd

N X Y
Ano 0 -100 -100
a
rn

30 52
Ano 1 PV = = 2 7,27 PV = = 47,27
(1,10) 1 (1,10) 1
Fe

30 50
Ano 2 PV = = 2 4,79 PV = = 41,32
(1,10) 2 (1,10) 2
45 20
Ano 3 PV = = 33,81 PV = = 1 5,03
(1,10) 3 (1,10) 3
50 20
Ano 4 PV = = 34,15 PV = = 1 3,66
(1,10) 4 (1,10) 4

VPL $ 20,02 $ 17,28

13
Pode-se concluir que o projeto X possui maior valor presente líquido para a empresa.
Para calcular a TIR, colocamos a fórmula abaixo para o projeto X e Y.

30 30 45 50
[(1 + + + +
] 100= 18,07 %

1
)1 (1 + )2 (1 + )3 (1 + )4

8-0
52 50 20 20
[ (1 + )1
+
(1 + )2
+
(1 + )3
+
(1 + )4 ] 100= 19,54 %

.01
Em relação ao indicador de viabilidade TIR, a TIR do projeto Y é maior que a TIR do projeto X.

96
5.4
7. REFERÊNCIAS 27
ira
ve
Ta

Assaf Neto, A. 2019. Matemática financeira e suas aplicações. 14ed. Atlas, São Paulo, SP, Brasil.

Bruni, A. L.; Famá, R. 2008. A matemática das finanças. 3ed. Editora Atlas, São Paulo, SP, Brasil.
rra

Gitman, L. J. 2010. Princípios de Administração Financeira. 12ed. Editora Pearson, São Paulo, SP, Brasil.
eze
oB
a nd
rn
Fe

14
Fe
rn
and
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Ta
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5.4
96
.01
8-0
1

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