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AGRONEGÓCIO LEITE

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MBA em Agronegócios
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1. HISTÓRIA DO AGRONEGÓCIO
LEITE NO BRASIL

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produção de leite no Brasil remonta de seu descobrimento, no século
XVI, quando as primeiras vacas e bois foram trazidos pelos Portugueses.
Porém, a pecuária leiteira no país permaneceu insignificante até a decadência

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do café, por volta da década de 1870, quando o cenário permitiu o avanço para
uma pecuária “moderna”, pautada na produção e comercialização do leite e
seus derivados (Vilela et al., 2017).

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A modernização da pecuária leiteira ocorreu a partir da década de 1950, mais

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especificamente 1952, quando houve a criação do decreto de Regulamentação
de Inspeção industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa),
o que tornou obrigatória a pasteurização do leite, além da inspeção com o
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carimbo do Serviço de Inspeção Federal [SIF]. Foi nesse período que criaram a
classificação dos tipos de leite, A, B e C (Vilela et al., 2017).
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Em 1967 houve as primeiras exportações do Brasil. Esse fato está atrelado à
criação da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu [ABCZ], que ampliou a
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abrangência dos negócios. Além de disso, a ABCZ é responsável pelo registro


genealógico das raças zebuínas (Vilela et al., 2017).
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Na década de 1970 surge um novo tratamento, a ultrapasteurizarão.


Também houve mudança na embalagem e o leite pasteurizado passa a utilizar
embalagens descartáveis. Essa mudança acarretou inovações na indústria na
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parte de iogurtes e sobremesas lácteas, que também passaram a utilizar esse


tipo de embalagem (Vilela et al., 2017).
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Em 1990 ocorreu a última revolução relacionada a esse segmento, quando


houve a extinção da Sunab e com isso o fim do tabelamento do leite. Também
foi o período de abertura econômica, provocando uma invasão de produtos
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importados, o que forçou a modernização e profissionalização do agronegócio


leiteiro nacional, para se adaptar ao novo nível de exigência de mercado (Vilela
et al., 2017).
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Linha do Tempo:

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Preocupação com a

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1500 1870 qualidade dos produtos de
Primeiros bovinos leiteiros origem animal, porém as
imigram com os portugueses SÉC XVI - XIX medidas sanitárias ainda

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são bem precárias

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Criação da Regulamentação
Regulamentação do
de Inspeção industrial e 1950 1950
processo de fiscalização do

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Sanitária de Produtos de
Origem Animal (Riispoa) processo de produção
pelo MAPA animal com a Lei 1283/50

Primeiras exportações
SÉC XX
27 Fim do tabelamento
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do leite.
brasileiras

1967 1990
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2. AGROINDÚSTRIA LEITE
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A partir da década de 1980, os pesquisadores brasileiros começaram a


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utilizar mais os termos cadeia produtiva e atividade agroindustrial,


ocorrendo um aumento de estudos nessa vertente para diversos setores do
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agronegócio.

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Figura 1. Sistema agroindustrial do leite

DISTRIBUIÇÃO

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INSUMOS AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA (Atacado/Varejo)

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Mercado

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Multinacionais
institucional
Produtos
veterinários Cooperativas de
Supermercados
Ordenhadeiras
Produtores de
leite (tecnificados
e não
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produtores

Laticínios
Padarias
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Máquinas e tecnificados) especializados
Atacadistas
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refrigeração Pequenos
Empresas
laticínios
fast-food
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Fonte: Adaptado de Alvarenga et al. (2020)


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Segundo Batalha (2012), a organização do agronegócio é dividida em três níveis, o sistema agroindustrial,
o complexo agroindustrial e a cadeia produtiva agroindustrial. O sistema agroindustrial está relacionado
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às atividades produtivas dos bens, desde os insumos até a distribuição do produto ao consumidor. O
complexo agroindustrial está atrelado a uma matéria-prima específica, sendo ela a base para outros
produtos, como é o caso do complexo agroindustrial do leite, cuja matéria-prima de base é o leite. O
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último nível é a cadeia produtiva agroindustrial, que está ligada a um produto, por exemplo, a cadeia
produtiva do iogurte, que está atrelada à diversas relações e operações técnicas, comerciais e logísticas
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(Batalha, 2012).
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Assim, é possível entender que um sistema agroindustrial está relacionado aos vários complexos
agroindustriais, que por sua vez geram diversas cadeias produtivas.
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Apesar da abrangência nacional, é um setor bastante sensível a alterações econômicas, pois a cadeia
produtiva do leite é caracterizada por uma maioria de empresas pequenas, e usualmente se diferem
regionalmente. As micro e pequenas empresas representam cerca de 82% dos laticínios nacionais, em
decorrência de baixas barreiras à entrada de empresas no setor (Carvalho, 2010; Duarte e Cavalcanti,
2015).

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3. PRAGAS E DOENÇAS

A s doenças infecciosas e parasitárias são as principais fontes de perdas na produção, sendo


a utilização de medidas profiláticas a melhor maneira de manter o rebanho saudável, a fim de
minimizar a circulação dessas doenças, como a utilização de protocolos vacinais, que se alteram de
acordo com cada estado. É recomendado também o controle periódico de ectoparasitas, que além de

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causarem desconforto aos animais, são vetores de diversas doenças (de Souza, 2013).

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Mastite

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É uma inflamação da glândula mamária, que afeta a rentabilidade do produtor por conta da redução
da produção ou necessidade de descarte, e por gastos com medicamentos e médicos veterinários para
tratamento. Microorganismos contagiosos transmitidos no momento da ordenha¹ ou ambientais² são

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os principais causadores de impactos à produção. Essa doença pode ser subclínica ou clínica. No caso
subclínico, mais brando, há redução na produção de leite, sem sinais de processo inflamatório. No caso

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clínico, há alterações visíveis na glândula mamária ou do leite (Costa, 1998).

Figura 2. Mastite
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Fonte: Adobe Stock 350773138

¹ Streptococcus agalactiae, Staphylococcus sp, e Corynebacterium bovis


² Streptococcus uberis, Enterobacteriaceae,fungos, algas do gênero Prototheca, entre outros.

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Febre Aftosa
É uma doença viral aguda que atinge todos os animais biungulados, como: suínos, bovinos, búfalos, ovinos
e caprinos. Clinicamente se manifesta por febre e aparecimento de vesículas, principalmente em boca,

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comprometendo a produtividade pois dificulta ingestão de alimento, que acarreta a perda de peso, apesar

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de não ser uma doença fatal. A principal forma de contagio é pelo contato direto ou indireto de secreções
e excreções. Os animais podem permanecer portadores por 6 meses a 3 anos. O Brasil erradicou essa
doença por meio da testagem, isolamento dos focos e campanhas de vacinação eficientes. A partir da

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reformulação do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa [PNEFA], no objetivo de aperfeiçoamento,
uma das metas é tornar o Brasil livre da doença sem a necessidade de vacinação, por causa da qualidade
do monitoramento e eficácia no isolamento dos focos (Pegoraro, 2018).

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Figura 3. Lesão na boca de bovino após quatro dias.

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Fonte: Coletânea de
imagens. Lesões de Fe-
bre Aftosa e de outras
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doenças incluídas no
sistema nacional de vi-
gilância de doenças ve-
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siculares (Brasil, 2009).


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Figura 4. Lesão na boca de bovino após quatro dias.


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Fonte: Coletânea de
imagens. Lesões de Fe-
bre Aftosa e de outras
doenças incluídas no
sistema nacional de vi-
gilância de doenças ve-
siculares (Brasil, 2009).

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Brucelose bovina
É uma das zoonoses mais prevalentes mundialmente. Seu agente etiológico é a bactéria Brucella abortus,
que causa problemas reprodutivos, como: aborto no terço final da gestação, diminuição na produção

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de leite, orquite, epididimite e infertilidade. O patógeno pode ser transmitido direta ou indiretamente ao

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homem, e pode permanecer viável até 6 meses se o ambiente não for desinfectado. O diagnóstico é feito
por meio de uma dupla testagem, caso o primeiro seja positivo. A vacinação nas fêmeas é a medida
profilática dessa enfermidade. A maior taxa de prevalência ocorre em países emergentes, o que dificulta o

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acesso a mercados internacionais, por meio de barreiras fitossanitárias ao leite e carne dos países onde
há prevalência da doença (Pegoraro, 2018).

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Figura 5. Lesão sugestiva de brucelose bovina no ligamento cervical.

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Fonte: Rosinha et al. (2019)


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Tuberculose bovina
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É uma zoonose bacteriana³ que acomete os pulmões e pode ser disseminada pelo contato de aerossóis
propagados na respiração ou pela ingestão de leite de animais contaminados. Essa doença foi erradicada
nos países mais desenvolvidos. Já os menos desenvolvidos ainda enfrentam dificuldades na erradicação
(Russi et al., 2009).

³ A tuberculose bovina é causada pela bactéria Mycobacterium bovis (Russi et al., 2009).

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4. REFERÊNCIAS

Alvarenga, T.H.P.; Gajo, A.A.; Aquino, A.C.M.S. 2020. Cadeira produtiva agroindustrial do lei-
te: uma revisão no escopo do agronegócio. Revista Agropampa 1(1): 50-62.

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Batalha, M. O. 2012. Gestão agroindustrial. Atlas, São Paulo, SP, Brasil.

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Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento [MAPA]. 2009. Coletânea de

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imagens: lesões de febre aftosa e de outras doenças incluídas no sistema nacional de vigi-
lância de doenças vesiculares. P. imprenta, Brasília, DF, Brasil. Disponível em: <https://ainfo.

5.4
cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/208263/1/BP43.pdf>. Acesso em: 16 set. 2021.

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Carvalho, G. R. 2010. A Indústria de laticínios no Brasil: passado, presente e futuro - Circular
ira
Técnica. Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG, Brasil.
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Costa, E.O. 1998. Importância da mastite na produção leiteira do país. Revista de Educação
Ta

Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP 1(1): 3-9.


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de Souza, V. F. 2013. Manejo sanitário do rebanho. p. 75-85. In: Rosa, A. do N.; Martins. E.
N.; Menezes, G. R. de O.; Silva, L. O. C. da. Melhoramento genético aplicado em gado de corte:
eze

Programa Geneplus-Embrapa. Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS, Brasil.


oB

Duarte, V.N.; Cavalcanti, K.A. 2015. Evolução e concentração inter-regional e intraregional


da produção de leite: o caso do estado de Santa Catarina no período de 2000 a 2012. Evidên-
cia 15(2): 153-164.
a nd
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Pegoraro, L.M.C. 2018. Biosseguridade na bovinocultura leiteira. Embrapa Clima Tempera-


do, Pelotas, RS, Brasil.
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8
Rosinha, G.; dos Santos, L.R.; Elisei, I.; Sanches, C.; Bertolacci, M.; Mantovani, C.; Soares, C.
2019. Identificação de Brucella spp. em bovinos com lesões sugestivas de brucelose. Em-
brapa Gado de Corte. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E). Disponível em:

1
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/208263/1/BP43.pdf>. Acesso em:

8-0
16 set. 2021.

.01
Russi, L.D.S.; Araujo, F.; Osório, A.; Jorge, K.D.S.; Ramos, C.D.N.; Rosinha, G.; Soares, C. 2009.
Atualização em tuberculose bovina. Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS, Brasil.

96
5.4
Vilela, D.; Resende, J.C.; Leite, J.B.; Alves, E. 2017. A evolução do leite no Brasil em cinco
décadas. Revista de Política Agrícola 26: 5-24.
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mbauspesalq.com
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