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A partir de que idade os efeitos do envelhecimento se tornam mais evidentes?

Veja o
que diz estudo
História por Maria Fernanda Ziegler • Ontem 15:35

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AGÊNCIA FAPESP – Estudo feito com 118 pessoas saudáveis de diferentes faixas
etárias mostra que é a partir dos 60 anos que se tornam mais evidentes os prejuízos
causados pelo envelhecimento no controle da frequência cardíaca em repouso e na
aptidão cardiorrespiratória, ou seja, na capacidade do corpo de captar (sistema
respiratório), transportar (sistema cardiovascular) e consumir (músculos) oxigênio
durante o exercício físico. Contudo, foram observadas certas alterações no perfil
metabólico, isto é, na concentração de substâncias no sangue, que aparentemente
estão relacionadas com a mitigação dos efeitos deletérios da senescência.

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“Estudar o envelhecimento é importante, pois ele causa alterações em vários dos
nossos sistemas orgânicos. O metabolismo tem sido bastante estudado, assim como a
modulação autonômica cardíaca (o controle da frequência cardíaca pelo sistema
nervoso) e a aptidão cardiorrespiratória, porém, quase sempre de maneira isolada.
Em nosso estudo, buscamos investigar as mudanças decorrentes do processo de
envelhecimento de forma integrada. Ao analisar esses três componentes
concomitantemente, descobrimos um possível ponto de virada do envelhecimento aos 60
anos de idade. Embora a senescência seja um processo que dure décadas, é
principalmente após os 60 anos que as alterações nos três componentes analisados se
tornam mais significativas”, afirma Aparecida Maria Catai, professora da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenadora da pesquisa.

Divulgado na revista Scientific Reports, o estudo teve apoio da Fapesp por meio de
um Projeto Temático.

“Com o passar do tempo, o organismo, mesmo em pessoas saudáveis, vai apresentando


alguns comprometimentos. Por causa disso, vão sendo realizados alguns ‘ajustes
fisiológicos’ para que ele permaneça em equilíbrio (homeostase). No entanto, esses
mecanismos são limitados e vão se exaurindo com o avançar da idade. Identificamos
neste estudo que algumas alterações nos níveis séricos de certos metabólitos podem
ter relação com esses mecanismos homeostáticos”, explica Étore de Favari Signini,
bolsista de doutorado da Fapesp e primeiro autor do artigo.

Dessa forma, os pesquisadores observaram que alguns metabólitos podem estar


associados à mitigação dos efeitos deletérios do envelhecimento. “Trata-se do
aumento significativo, na faixa entre 60 e 70 anos, dos níveis séricos de ácido
hipúrico, um metabólito associado a uma série de funções diferentes, entre elas a
diversidade da microbiota intestinal e a saúde metabólica”, diz o pesquisador. O
achado pode contribuir para novas estratégias direcionadas a reduzir os efeitos
deletérios do envelhecimento.

Os pesquisadores ressaltam que, embora o aumento desse metabólito possa indicar


prejuízos na função renal, estudos recentes têm proposto que o ácido hipúrico pode
ser um marcador e um mediador da saúde metabólica, podendo ter relação com a
complexidade da microbiota intestinal (com influência direta na absorção de
nutrientes no intestino) e um possível efeito protetor sobre as células beta do
pâncreas.

“Como se tratava de idosos aparentemente saudáveis, sem nenhum indicativo de


comprometimento renal, sugerimos que o aumento do ácido hipúrico estaria ligado ao
enriquecimento da microbiota intestinal e, por consequência, à melhor absorção de
nutrientes no intestino. E sabemos que, quanto melhor a absorção intestinal de
nutrientes, considerando o contexto de envelhecimento, melhor a saúde do organismo
no geral”, diz.

Outro aspecto importante investigado pelos pesquisadores foi a redução de


aminoácidos essenciais, como valina, leucina e isoleucina – conhecidos pela sigla
BCAAs (que em inglês significa aminoácidos de cadeia ramificada).

“O decaimento de BCAAs no envelhecimento saudável pode estar atrelado a uma


estratégia do organismo para se preservar. Sabemos que os BCAAs estão diretamente
ligados à síntese proteica. E, com o envelhecimento, a atividade anabólica vai
decaindo”, afirma.

Signini ressalta que os benefícios de uma suplementação de BCAAs em idosos, com o


favorecimento da síntese proteica, ainda é um assunto muito discutido. “A redução
da atividade anabólica (que nesse contexto possui relação com a redução dos níveis
de BCAAs séricos) também tem sido destacada, até certo ponto, como algo benéfico
segundo alguns estudos”, afirma.

“Pesquisas têm apontado que a atividade anabólica acentuada no contexto em que há


diversos comprometimentos na maquinaria celular, como, por exemplo, na função de
organelas e de enzimas, pode trazer consequências indesejadas, entre elas o
câncer”, diz.

Pesquisadores descobriram um possível ponto de virada do envelhecimento aos 60 anos


de idade. Foto: Michaela Rehle/Reuters
Pesquisadores descobriram um possível ponto de virada do envelhecimento aos 60 anos
de idade. Foto: Michaela Rehle/Reuters
© Fornecido por Estadão
Metodologia
O objetivo do trabalho foi avaliar questões relacionadas ao metabolismo, à
modulação autonômica cardíaca e à aptidão cardiorrespiratória em 118 indivíduos
divididos em cinco grupos etários (20-29 anos, 30-39, 40-49, 50-59, 60-70). Foram
incluídos em todas as faixas etárias apenas participantes aparentemente saudáveis,
ou seja, sem diagnóstico de comprometimento cardiovascular, respiratório ou
relacionado ao metabolismo, como síndrome metabólica, obesidade ou diabetes. Além
de passar por uma rigorosa bateria de exames e testes, os voluntários também não
podiam tomar medicamentos controlados, como, por exemplo, para hipertensão.

Para avaliar a aptidão cardiorrespiratória, todos realizaram o teste de exercício


cardiopulmonar, que permite medir o consumo máximo de oxigênio. As análises sobre
modulação autonômica cardíaca foram feitas por meio da aferição da variabilidade
dos períodos cardíacos, na condição de repouso e com os indivíduos na posição
supina (deitado de costas). Já o metabolismo foi investigado por meio de
metabolômica (análise do conjunto de metabólitos presentes), a partir de amostras
de soro sanguíneo dos indivíduos.

Essas análises foram conduzidas nos departamentos de Fisioterapia e de Química da


UFSCar, em laboratórios coordenados por Catai, Regina Vincenzi Oliveira e Antonio
Gilberto Ferreira.

Ohttps://www.msn.com/pt-br/saude/medicina/a-partir-de-que-idade-os-efeitos-do-
envelhecimento-se-tornam-mais-evidentes-veja-o-que-diz-estudo/ar-AA19yIlm?
ocid=msedgntp&cvid=164791f036e04cdf9948019d58c72f93&ei=26

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https://pt.pornhub.com/view_video.php?viewkey=63e5440e0b520

s pesquisadores ressaltam que as alterações observadas durante o envelhecimento,


sobretudo depois dos 60 anos, estão relacionadas a mudanças funcionais e
estruturais nos sistemas orgânicos que se refletem na modulação autonômica cardíaca
e na capacidade do corpo de gerar energia a partir da captação, do transporte e
consumo de oxigênio.

Vale destacar que, enquanto o sistema nervoso autônomo (que funciona quando o
indivíduo está em repouso ou de modo involuntário para que ocorram os batimentos
cardíacos, por exemplo) desempenha um papel no controle, na manutenção e regulação
das funções vitais do organismo, o consumo de oxigênio pico (termo que se refere à
maior taxa de consumo de oxigênio durante exercício exaustivo) é resultado da maior
capacidade de atividade integrada do metabolismo com os sistemas muscular,
cardiovascular, respiratório e nervoso e está relacionado com a aptidão
cardiorrespiratória, como explica Signini.

Segundo o pesquisador, é esperado que a aptidão cardiorrespiratória decaia em


função do avançar da idade em decorrência de alterações em diversos sistemas do
organismo que acabam comprometendo a captação, o transporte e consumo de oxigênio.

Estudos anteriores já haviam mostrado existir uma relação entre envelhecimento


fisiológico e o desequilíbrio na modulação autonômica cardíaca – incluindo aumento
na modulação simpática e redução na modulação parassimpática sobre o coração em
condição de repouso.

“A modulação autonômica cardíaca permite que nosso corpo transponha estresses


físicos e, ao mesmo tempo, mantenha-se em homeostase, por meio do equilíbrio entre
as modulações simpática e parassimpática cardíaca”, diz.

Ele explica que, conforme ocorre o processo de envelhecimento, surgem dificuldades


na manutenção dessa modulação. “Portanto, com o tempo, em condições de repouso,
ocorre uma maior modulação simpática e, em contrapartida, uma redução da modulação
parassimpática, o que resulta em mais estresse para o organismo”, explica.

O artigo Integrative perspective of the healthy aging process considering the


metabolome, cardiac autonomic modulation and cardiorespiratory fitness evaluated in
age groups pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-022-25747-5.

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