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Glândulas Suprarrenais:

-Anatomia:
As glândulas suprarrenais medem cerca de 5 cm de altura, 2 cm de largura, 1 cm de
espessura e pesam até 10 g.

Elas possuem diferenças quanto ao formato, a do lado direito apresenta formato triangular,
já a do lado esquerdo assemelha-se a uma meia-lua.

Anatomicamente, elas dividem-se em duas zonas principais:

● Medula: Porção central e mais escura da glândula, originária da neuroectoderme.


Responsável por sintetizar e secretar os hormônios adrenalina e a noradrenalina,
conforme estímulos do sistema nervoso.
● Córtex: Constitui até 90% da glândula, sendo a sua porção externa. Apresenta
coloração amarelada, originária da mesoderme e formada por tecido epitelial. É
subdividida em três partes (zona glomerulosa, fasciculada e reticular). Regula a
produção dos hormônios aldosterona, cortisol e os sexuais.

As suprarrenais são envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo e rodeadas por
grande quantidade de tecido adiposo.

- Histologia:

A medula adrenal é a parte interna das glândulas suprarrenais e é composta por células
cromafins. Essas células são derivadas das células da crista neural e são semelhantes às
células dos gânglios simpáticos do sistema nervoso autônomo.

As células cromafins da medula adrenal produzem catecolaminas, incluindo adrenalina e


noradrenalina, que são liberadas diretamente na corrente sanguínea em resposta ao
estresse. As células cromafins são ricamente supridas por nervos simpáticos e contêm
grânulos cromafins, que contêm as catecolaminas.
Já o córtex adrenal é a parte externa das glândulas suprarrenais e é dividido em três
camadas: a camada glomerulosa, a camada fasciculada e a camada reticular.

A camada glomerulosa é a camada mais externa do córtex adrenal e é composta por


células que produzem principalmente aldosterona, um mineralocorticoide que regula o
equilíbrio de eletrólitos no organismo, especialmente a reabsorção de sódio nos rins.

A camada fasciculada é a camada intermediária do córtex adrenal e é composta por células


que produzem principalmente cortisol, um glicocorticoide que regula o metabolismo dos
carboidratos, proteínas e lipídios.

A camada reticular é a camada mais interna do córtex adrenal e é composta por células que
produzem principalmente andrógenos, como a dehidroepiandrosterona (DHEA), que são
convertidos em hormônios sexuais masculinos e femininos nos tecidos periféricos.
As células das diferentes camadas do córtex adrenal são organizadas em cordões e ilhas,
separados por capilares sanguíneos. As células são ricas em lipídeos e contêm uma grande
quantidade de mitocôndrias, necessárias para a produção dos hormônios esteroides.

- Fisiologia:

A medula adrenal é responsável pela produção e liberação de catecolaminas,


principalmente adrenalina e noradrenalina, que são hormônios do sistema nervoso
simpático. Esses hormônios são liberados na corrente sanguínea em resposta ao estresse e
à estimulação simpática, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial, a taxa
metabólica e a glicemia, preparando o organismo para a ação de "luta ou fuga".

O córtex adrenal é responsável pela produção e liberação de diversos hormônios


esteróides, incluindo os mineralocorticóides, glicocorticóides e andrógenos. Os
mineralocorticóides, como a aldosterona, são produzidos pela camada glomerulosa do
córtex adrenal e regulam o balanço de eletrólitos, especialmente o sódio e o potássio, no
organismo. Os glicocorticóides, como o cortisol, são produzidos pela camada fasciculada do
córtex adrenal e têm efeitos sobre o metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios,
além de terem efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores. Os andrógenos, como a
dehidroepiandrosterona (DHEA), são produzidos pela camada reticular do córtex adrenal e
são convertidos em hormônios sexuais masculinos e femininos nos tecidos periféricos.

A secreção dos hormônios do córtex adrenal é regulada por um sistema complexo de


retroalimentação (feedback) hormonal, que envolve o hipotálamo, a hipófise e o córtex
adrenal. O hormônio liberador de corticotrofina (CRH) é produzido pelo hipotálamo e
estimula a produção e liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise. O
ACTH, por sua vez, estimula a produção e liberação dos hormônios do córtex adrenal.

Quando os níveis de hormônios esteróides no sangue estão elevados, eles inibem a


produção e liberação do CRH e do ACTH, criando um feedback negativo.

- Hormônios produzidos:
● Aldosterona: Atua no equilíbrio dos líquidos, especialmente de sódio e potássio no
plasma sanguíneo.

● Cortisol: Conhecido como o "hormônio do estresse", é responsável por controlar o


estresse e atua na manutenção dos níveis de açúcar no sangue e da pressão
arterial.

● Adrenalina: Atua como um mecanismo de defesa do organismo, preparando-o para


uma situação de emergência, especialmente em situações de estresse.

● Noradrenalina: Contribui na preparação do corpo para uma determinada ação em


momentos de sustos, surpresas ou fortes emoções.
- Ações e efeitos do corticoide e seus colaterais:

Os corticoides são um grupo de hormônios esteroides produzidos pelo córtex adrenal e


sintetizados sinteticamente para uso terapêutico. Eles têm ação sobre diversos sistemas do
organismo, incluindo o sistema imunológico, o sistema cardiovascular, o sistema renal, o
sistema endócrino e o sistema musculoesquelético.

Os corticoides têm efeito anti-inflamatório e imunossupressor, reduzindo a resposta


inflamatória e imunológica do organismo a estímulos nocivos. Eles também têm efeito
anti-alérgico, reduzindo a resposta alérgica do organismo a alérgenos. Os corticoides
também têm efeito metabólico, aumentando a glicemia e a lipólise e inibindo a síntese
proteica.

Os corticoides são utilizados terapeuticamente para o tratamento de diversas condições,


incluindo doenças autoimunes, inflamatórias, alérgicas, hematológicas e neoplásicas. Eles
também são utilizados em situações de estresse, como no tratamento de choque séptico e
na prevenção de rejeição de órgãos transplantados.

No entanto, o uso prolongado de corticoides pode levar a diversos efeitos colaterais,


incluindo aumento do risco de infecções, osteoporose, hipertensão arterial, diabetes
mellitus, catarata, glaucoma, síndrome de Cushing, supressão do eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal, entre outros.

-Qual a relação do sistema imunologico com os corticoides

Os corticóides têm uma relação importante com o sistema imunológico. Eles são capazes
de suprimir a resposta inflamatória e imunológica do organismo, agindo em diversos
processos que envolvem a regulação da imunidade.

Os corticóides inibem a produção e a atividade de diversos mediadores inflamatórios, como


citocinas, quimiocinas e prostaglandinas, que são produzidos em resposta a estímulos
inflamatórios e imunológicos. Além disso, eles inibem a migração de células inflamatórias
para o local da inflamação, como os neutrófilos, macrófagos e linfócitos, reduzindo a
intensidade da resposta inflamatória.
A supressão da resposta imunológica pelos corticoides é útil em diversas condições, como
no tratamento de doenças autoimunes, alérgicas e inflamatórias crônicas, na prevenção da
rejeição de órgãos transplantados e em situações de choque séptico.

No entanto, a supressão da resposta imunológica também pode levar a um aumento do


risco de infecções, principalmente em pacientes que utilizam corticoides em doses elevadas
ou por períodos prolongados. Por isso, é importante que o uso de corticoides seja sempre
monitorado por um médico, para que os benefícios do tratamento sejam maximizados e os
riscos minimizados.

- Como o corticoide afeta o metabolismo da glicose?

O corticoide é uma classe de hormônios esteróides produzidos pelas glândulas


suprarrenais. Ele afeta o metabolismo da glicose de várias maneiras, sendo que sua
principal ação é aumentar a glicemia.

Os corticoides estimulam a gliconeogênese, que é a produção de glicose a partir de


precursores não glicídicos, como aminoácidos, lactato e glicerol. Eles também
estimulam a liberação de glicose a partir do fígado, por meio da glicogenólise, que é
a quebra do glicogênio armazenado no fígado em moléculas de glicose.

Além disso, os corticoides diminuem a utilização da glicose pelos tecidos periféricos,


como músculo e tecido adiposo. Isso ocorre porque eles reduzem a captação de
glicose pelas células e diminuem a expressão de transportadores de glicose na
membrana celular.

Essas ações dos corticoides sobre o metabolismo da glicose podem levar a um


aumento significativo da glicemia, podendo desencadear diabetes mellitus em
pacientes predispostos. Por isso, é importante que o uso de corticoides seja sempre
monitorado por um médico, especialmente em pacientes com histórico de diabetes
ou intolerância à glicose.

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