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República de Moçambique

MINISTÉRIO DO MAR, ÁGUAS INTERIORES E PESCAS

INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIENTO DA PESCA E


AQUACULTURA(IDEPA)

RELATÓRIO DO INQUERITO AOS AGREGADOS


FAMILIARES DOS PESCADORES E AQUACULTORES DA
PROVINCIA DE NAMPULA

Maputo, Maio de 2018

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Ficha técnica
Titulo: Relatório do Inquérito aos Agregados Familiares dos Pescadores e Aquicultores da
Província de Nampula
Propriedade: Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura
Direcção: Fernando Momade e Verónica Namashulua
Coordenação e Supervisão do Trabalho: Selso Cuaira e Tomé Capece
Concepção e Estrutura: Saide Abdurremane Amade
Produção:Ismael Francisco Parruque
Amostragem: Manuel Antonio Chapepa - INE
Revisão: Membros do Conselho Consultivo do IDEPA
Controle de qualidade: Saide Abdurremane Amade
Colaboradores: DPMAIP de Nampula, INE e INIP
Edição: IDEPA
Ano: Dezembro, 2017

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Indice
SUMÁRIO EXECUTIVO ......................................................................................................................................................... 4
ACRÓNIMOS ......................................................................................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 11
1.1 OS OBJECTIVOS DO IAFPA 2016/17 ....................................................................................................................... 13
2.3 OS INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS NO CAMPO ............................................................................. 16
2.5 TRATAMENTO E ANALISE DE DADOS ................................................................................................................ 18
2.6 LIMITAÇÃO DE ESTUDO ........................................................................................................................................ 18
3. APESENTAÇĀO DOS RESULTADOS ....................................................................................................................... 20
3.3 COMPOSICAO E ESTRUTURA DE AGREGADIS FAMILIARES .......................................................................... 20
3.2. SITUACAO DO EMPREGO E RENDIMENTO NA PESCA E AQUACULTURA .................................................. 23
3.2.1. Principais activdades económicas de agregados familiares ................................................................................. 23
3.2.2. Posição dos agregados familiares nas actividades ligadas a pesca e aquacultura ................................................ 24
3.2.3 Unidade de produção na pesca e aquacultura ........................................................................................................ 26
3.2.4. Modalidade de remuneração das actividade ligadas a pesca e aquacultura ......................................................... 27
3.3.1. Rendimentos monetários das actividade ligadas a pesca e aquacultura ............................................................... 28
3.3.3 Receitas e custos de produção nos meses de menor rendimento .......................................................................... 31
3.3.4. Comparação de rendimento do IAFP 2009/10 e IAFPA2016/17 ......................................................................... 31
3.3.5. Estimativa de produção nos meses de maior rendimento ..................................................................................... 32
3.4. Remuneração em salario na pesca e aquacultura .......................................................................................................... 34
3.5. OUTRAS ACTIVIDADES LIGADAS À PESCA E AQUACULTURA ................................................................... 35
3.6. Variação das receitas e custos nos meses de maior e menor rendimento ..................................................................... 36
3.7 ACTIVIVIDADES DOMESTICAS ............................................................................................................................. 37
3.7.1 Responsável nas actividades domestica ................................................................................................................ 38
3.7.2 Variação de receitas nos meses de maior e menor produção ................................................................................. 39
3.8 CONSUMO DE PRODUTOS ALIMENTARES.......................................................................................................... 40
3.8.1 Comportamento de consumo dos produtos alimentares ........................................................................................ 40
3.8.2 Forma de aquisição dos produtos alimentares pelos agregados familiares ............................................................ 42
3.9. POSSE DE BENS PELOS AGREGADOS FAMILIARES .............................................................................................. 44
3.9.1 Posse de bens de transporte e comunicação .......................................................................................................... 44
3.9.2 Posse de bens de eletrodomésticos e outros bens caseiros..................................................................................... 46
3.10. A Criação dos animais domesticas pelos agregados familiares .................................................................................. 49
3.10.1 Média do preço e receitas dos animais vendidos dos entrevistados por espécies ............................................... 50
3.11. CONDIÇÕES DAS INFRA-ESTRUTURAS HABITACIONIAS ............................................................................ 51
3.11.2 CONDIÇÕES DAS INFRA-ESTRUTURAS SOCIAIS ECONOMICAS SUA RELACAO COM A
DISTANCIA .................................................................................................................................................................. 53
3.11. DISTÂNCIA PARA CHEGAR AOS SERVIÇOS BÁSICOS .................................................................................. 62
3.12. Acesso ao credito financeiro para pratica da pesca .................................................................................................... 65
4. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................... 66

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SUMÁRIO EXECUTIVO
1. O Inquérito aos Agregados Familiares dos Pescadores e Aquicultores (IAFPA) é uma
operação estatística por amostragem que se realiza num período intercalar de 5 a 5
anos, tem por objectivo fornecer ao Governo e parceiros a informação estatística
actualizada, através dos indicadores socioeconómicos das comunidades pesqueiras e
aquícolas. Para se alcançar o objectivo do presente trabalho, foram definitos os
indicadores para serem analisados que são os seguintes: a) Perfil socio demográfico
dos agregados familiares dos pescadores e aquicultores, b) Situação do emprego e
rendimento na pesca, c) Acesso aos serviços sociais e económicas (escolas, postos de
saúde, vias de acessos, mercados); d) Posse de bens no agregado familiar; e)
Características da habitação e locomoção; f) Consumo dos bens alimentares g)
Acesso ao crédito para promoção das actividades pesqueiras e aquícolas.

2. Em termo metodológico, amostra do IAFPA 2016/17 foi elaborada na base da


Amostra Mãe, áreas banhadas pelas águas do Mar, extraída a partir dos resultados do
Censo da População e Habitação de 2007, que compreendeu três etapas de selecção: i)
das Unidades Primárias de Amostragem (UPA) também chamadas Áreas de controle
(AC), ii) das Unidades Secundárias de Amostragem (USA) também chamadas de
Área de Enumeração (AE – Comunidade/Bairros/Quarteirão para as entrevistas )
dentro das UPA´s e iii) dos Agregados Familiares dentro das AE’s. O levantamento
de dados foi realizado por meio de formulário preparado para efeito. Foram
entrevistados 942 chefes dos Agregados Familiares, distribuídos em 7 distritos, 17
Postos Administrativos, 69 Áreas de Enumeração.

3. Os resultados da pesquisa mostram que o tamanho dos agregados familiares mais


representativo é constituído na sua maioria por 5 a 6 ou 3 a 4 pessoas e em média são
6 pessoas por AF. A maioria dos entrevistados possuí o ensino primário do 1º grau e
A taxa de analfabetismo é alta, principalmente nos distrito de Mogincual (68%),
Memba e Nacala(64%) e Angoche(59%). No tocante ao género, verifica-se a
tendência da redução da taxa de escolaridade do sexo feminino nos níveis de
escolaridades secundária, médio e superior .

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4. Quanto a situação do emprego dos entrevistados, agricultura está no topo das
prioridades dos AFs, seguindo a pesca, a comercialização do pescado e por último a
actividades de recoleção de produtos pesqueiros. Aquacultura é praticada nos distritos
de Memba (4%) e Mossuril (2%). O Arrasto para Praia é a arte de pesca mais usada,
seguindo o Emalhe e Linha de Mão. A Canoa Tipo Moma é a mais frequente em
todos distritos e há tendência do aumento de Conoas de Tronco Escavados nos
distritos de Nacala(50%) e Mossuril(40%) e um pouco em Angoche (19%) e Ilha de
Moçambique (18%).

5. Quanto aos meses de maior rendimento na pesca e aquacultura, a maioria dos


entrevistados afirmam que faziam de 4 a 6 meses. A média dos meses de maior
rendimento foi de 4 meses. Nesse período a receita media por AF aproximadamente
na ordem de 15 mil meticais por mês e os custos médios de produção foi
aproximadamente 6 mil meticais. Quanto aos meses de menor rendimento, a média
foi de 7 e a receita máxima atingida por AF foi de 6 mil meticais, contra 3 mil
meticais de custos de produção.

6. Comparando as receitas obtidas dos resultados de 2009 e 2016, houve aumento na


ordem de 144%. Os aumentos registados, foram dos distritos de Ilha de
Moçambique (712%), Nacala (310%), respectivamente. Moma e Angoche embora
são tradicionalmente conhecidos como os distritos de maior produção pesqueira ao
nível da província, as suas receitas medias abaixaram em (-29% e -85%)
respectivamente.

7. No que refere a produção pesqueira e aquícola nos meses de maior rendimento. A


maioria dos AF’s teve a produção abaixa de 100 Kgs por mês, outros entre 100 a 300
kgs por mês. A média de produção da província nos meses de maior produção atingiu
797 Kg por mês. Nos distritos de Angoche e de Moma, alguns entrevistados
afirmaram de ter atingido a sua produção acima de 1100 Kgs por mês.

8. Quanto a produção nos meses de menor rendimento, a maioria dos entrevistados a


sua produção esta abaixo de 100 Kg por mês. A média de produção por AF nos mês
de menor rendimento atingiu 174 Kg por mês. Nos distritos de Angoche e de Moma,

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alguns dos entrevistados chegaram de atingir a média de produção 220 e 380 Kg por
mês, acima da media dos entrevistados ao nível da província por AF (174 Kg/Mês).

9. Em relação a modalidade de pagamento (remuneração) na pesca e aquacultura, a mais


preferenciada é receber vencimento (pagamento de salários), e há outros que optam
pela divisão da parte de captura total mais o Salários, são poucos que aderem o
pagamento pela parte de captura total.

10. Quanto ao montante de pagamento de salários, a média foi aproximadamente na


ordem de 4 mil meticais e o mais alto registado foi de 24 mil meticais, contra 2 mil
meticais do mais baixo. O distrito que pagou o salario mais alto foi a Ilha de
Moçambique (25 mil meticais) e mais baixo em Memba (7 mil meticais). Se
comparar a situação salarial estabelecido pelo Governo Moçambicano ao nível
nacional, até à data da realização do IAFPA(foi de 2.600,00 Mts), pode-se concluir
que o Sector apresenta salario relativamente alto.

11. Quanto ao rendimento de outras actividades ligadas à pesca e aquacultura


(processamento, comercialização, aquacultura, construção de embarcação, construção
de arte), a receita média por AF foi aproximadamente na ordem de 18 mil meticais. A
Construção e Manutenção de Artes de Pesca e, Comercialização de Pescado, são
actividades que registaram maior rendimento. A Construção e Manutenção de Artes
de Pesca receita média atingida foi na ordem de 37 mil meticais, contra 17 mil
meticais dos custos de produção. Seguindo a Comercialização de Pescado, 25 mil
meticais contra 15 mil meticais dos custos de produção. Por último, a Construção e
Manutenção de embarcações de pesca, foi de 13 mil meticais, contra 2 mil do custo
de produção.

12. Quanto aos meses de menor rendimento a receita media mensal por AF foi na ordem
de 8 mil meticais, contra 4 mil meticais de custo de produção. A Comercialização de
Pescado destaca-se no topo com receita média de 10 mil meticais, contra 6 mil dos
custos de produção. Seguindo a Construção e Manutenção de Embarcações com a
receita média de 8 mil meticais contra 2 mil meticais dos custos de produção. Por

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último a Compra e Venda de Peixe com receita de 3 mil meticais contra mil meticais
de custos de produção.

13. No que tange as actividades domesticas (corte/apanha de lenha, produção de carvão,


Corte de capim, caniço ou folha de coqueiro, recolha de mel), a receita média atingida
nos meses de maior rendimento por AF foi na ordem de 2 mil meticais, contra 500
meticais dos custos de produção. O chefe da família foi destacado como principal
responsável destas actividades e em alguns casos conta com apoiado da sua esposa ou
filho.

14. Em termo do consumo de produtos alimentares registados, Peixe, Tubérculos, Fruta,


Legume, Milho, Óleo, Pato, Galinha e Ovo, são os mais consumidos pelos AF’s
entrevistados. Carne de Porco, Carne de Vaca ou Cabrito, são menos consumidos
pelos AFs. O Peixe e Tubérculos (batata doce, mandioca), foram alguns produtos
produzidos localmente para consumo.

15. Relativamente à posse de bens de transporte e comunicação, os mais adquiridos pelos


AFs entrevistados são, por ordem de importância, O Celular, Radio, Motorizada e
TV respectivamente. O celular é bem mais adquirido, a média esta na ordem de 2 por
AF, isto é, cada AF tem 2 membros com celulares para se comunicar. Os bens menos
adquiridos são: Antena Parabólica para tv, Relógio de pulso/parede, Bicicleta e
TV, respectivamente.

16. Comparando os resultados do IAFP de 2009 e 2016, há que destacar os bens de


transporte e comunicação que tiveram o aumento foram os seguintes: Telemóvel
(60%), Radio (11%), Motorizada(19%), Bicicleta(12%), Relógio de
pulso/parede/mesa (12%). Os novos bens que entraram nas comunidades durante
nos últimos 5 anos são: TV (20%) e Parabólica (19%).

17. Quanto aos bens de eletrodomésticos e outros bens caseiros, os mais adquiridos pelos
AFs entrevistados, de forma decrescentes são Colchão de Esponja, Painel Solar,
Geleira , Fogão de Carvão, Colman e Mesa de Madeira. Os bens menos

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adquiridos, de forma decrescente são: Mesa plástica, Cama de Madeira ,
Congelador e Máquina de costura, respectivamete.

18. Comparando os resultados do IAFP de 2009 e 2016, há que destacar os bens de


eletrodomésticos e outros bens caseiros que tiveram o aumento, foram os seguintes:
Colchão de esponja (28%), Fogão a Carvão (14%), Mesa de Madeira (6%),
Mesa plástica (4%), Cama de Madeira(3%), Máquina de costura (1%), Colchões
de esponja (47%), Colchões de algodão (25%). Quanto ao Painel Solar, Geleira,
Colman, Congelador e Gerador, foram os bens adquiridos apenas nos últimos 5
anos.

19. Quanto a criação dos animais domésticos, as espécies mais frequentes são: Galinhas,
Patos, Bovino e Outros. E os menos frequentes, são os seguintes: Bovino, Ovino e
Caprino, respectivamente.

20. Em termo de receita, proveniente do comércio de venda dos animais domésticos por
AF. As galinhas foram os animais mais vendidos em média de 12, a um preço médio
praticado por 160,00MTs. O gato bovino, foi a mais cara e menos vendido, em media
foi vendido 1 boi a um preço médio de 18 Mil Mts.

21. Quanto as condições de habitação dos AF’s. Mais da metade dos entrevistados
possuem casas com cobertura de capim/colmo/palmeira 70%, cerca de 26% com as
chapas de zinco, apenas (3%) possuíam chapas de lusalite, respectivamente. Os
distritos de Nacala, Ilha de Moçambique e Mossuril , Memba e um pouco de Moma,
estão na posição de vanguarda dos que possuíam casas com a cobertura de chapas de
zinco.

22. Em termo de material usado para paredes de casas, os mais frequentes são: Paus
maticados (50%), Adobe/Bloco de adobe (26%), Bloco de Cimento (15%). No
aspecto de pavimentação das casas dos AFs, mais de 50% dos entrevistados usam
Adobe/terra batida, cerca de 25% cimento, 18% sem nada, respectivamente.

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23. No que tange as infraestruturas sociais e económica, o abastecimento de agua com
recurso a Torneira publica e Furos ou poço protegido com bomba manual está na
posição de destaque (19 e 14%), embora a maioria (32%) dos entrevistados buscam
agua através dos poços não protegidos.

24. Quanto ao saneamento básico dos AFs, cerca de 42% dos entrevistados continua fazer
as suas necessidades biológicas ao céu aberto ou na praia/mata, cerca de 18% usam
latrinas tradicional melhorada, apenas 7% tem latrina Melhorada. O distrito da Ilha
de Moçambique está no topo dos entrevistados que usam latrinas melhoradas e
Memba, Mogincual e Angoche contribuiu com maior número que recorrem a Ceu
abeto nas praias ou matas.

25. Quanto ao uso de energia para confeccionar os alimento, a lenha esta no topo de
prioridade, seguindo o carvão vegetal. O distrito da Ilha de Moçambique, por se tratar
do uma Ilha com estrutura urbano, o carvão vegetal é mais consumido. Em
contrapartida os distritos como Angoche, Memba, Mogincual, a lenha está na primeira
prioridade.

26. Relativamente a energia para iluminação, são 4 (quatro) principais fontes de energias,
nomeadamente, petróleo/parafina, lenha, bateria e energia elétrica. Uso de Petróleo
Parafinado é frequente nos distritos de Mossuril, Nacala, Mogincual e Angoche. A
eletricidade na Ilha de Moçambique e Nacala.

27. Quanto ao acesso dos serviços sociais, a maioria dos AFs entrevistados buscam estes
serviços andando a pé. 0 a 14 para chegar a fonte de Agua, 15-29 para chegar a
Mercado para compra de produtos ou loja, 60-119 para chegar ao Posto Policial,
Escolas Secundaria, unidade Sanitária,. Os distritos de Mogincual e Memba, foram os
críticos para busca de Saúde, Educação.

28. Quanto a situação de credito financeiro na pesca e aquacultura, cerca de 70% dos
entrevistados que receberam o financiamento tiveram como destino a promoção da
pesca, 15 % para Aquacultura e 7% Comercialização de pescado. Os distritos que
tiveram maior beneficio foram Ilha de Moçambique, e Mossuril,. As instituições que
mais concedeu credito foram FFP (79% para pesca, 11% aquacultura e 5% para
Comercialização de pescado, aquisição dos bens, respectivamente).

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ACRÓNIMOS

% Percentagem
IAFPA Inquérito aos Agregados Familiares dos Pescadores e Aquicultores
AFs Agregados Familiares
ADNAP Administração Nacional das Pescas
FFP Fundo de Fomento Pesqueiro
IDPEPA Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura
IIP Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
INAQUA Instituto Nacional de Aquacultura
INIP Instituto Nacional de Inspecção do Pescado
INE Instituto Nacional de Estatística
Km Quilómetros
Mt Meticais
PARPA Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta
UEM Universidade Eduardo Mondlane
PCRs Poupança e Crédito Rotativo
CCPs Conselho Comunitário de Pesca
SWIOFiSH Projecto de Apoio à Governação das Pescarias e Crescimento Partilhado
no Sudoeste do Oceano Índico
SPSS Statistical Package for the Social Sciences

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1. INTRODUÇÃO
O Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura (IDEPA), em coordenação
com a Direção Provincial do Mar, Águas Interiores e Pescas (DPMAIP) de Nampula e o
Instituto Nacional das Estatísticas (INE), realizou o Inquérito aos Agregados Familiares dos
Pescadores (IAFPA), abrangendo uma amostra de 1.050 Agregados Familiares dos
Pescadores e Aquicultores, distribuída em 7 distritos costeiros, nomeadamente Memba,
Nacala Porto, Mossuril, Ilha de Moçambique, Mogincual, Angoche e Moma e 70 Áreas de
Enumeração, selecionadas para as entrevistas junto com as comunidades pesqueiras e
aquícolas.

O IAFP é uma operação estatística por amostragem, integrada aos Agregados Familiares dos
Pescadores e Aquicultores que se realiza num período intercalar de 5 a 5 anos. Fornece os
dados actualizados para avaliar, fundamentalmente o progresso de várias políticas e
programas implementados ao nível do Sector, podendo revelar se houve ou não melhoria do
nível da vida e do bem-estar das comunidades pesqueiras e aquícolas em relação ao primeiro
IAFP realização pelo Sector em 2009/10.

O levantamento de dados do terreno, decorreu em Dezembro do ano 2016, foi levada a cabo
por uma equipa interinstitucional, constituída por 12 pessoas, sendo 2 provenientes de
instituções centrais IDEPA e INE que desempenharam as funções de formadores e
inquiridores, 1 técnico da Delegação provincial do INIP Laboratório de Nacala e restantes
técnicos da Direcção Provincial do Mar, Águas Interiores e Pescas (DPMAIP) de Nampula.

No terreno, a equipa foi subdivida em 3 brigadas compostas por 4 inquiridores para cobrir 3
zonas definidas, nomeadamente, Norte (Memba, Nacala), Centro (Mossuril, Ilha de
Moçambique e Mogincual), e Sul (Angoche e Moma). O distrito de Mogincual , a recolha de
dados foi realizada de forma conjunta, envolvendo todas as brigadas de trabalho.

O processamento de dados recolhidos, inicialmente estava programado para decorrer ao nível


da província, no período após o término do trabalho de levantamento de dados do terreno,
envolvendo alguns técnicos responsáveis na recolha de dados. Mas devido várias situações
constatadas ao longo do trabalho, principalmente a questão da logística, esta actividade foi
reprogramada, passando a sua realização no mês de Janeiro do ano 2017.

Para garantir a fiabilidade dos dados recolhidos, o trabalho de campo contou com a
supervisão por uma equipa do IDEPA e INE sede em coordenação com o Director da

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Direcção de Estudos, Planificação e Desenvolvimento Socioeconómico, que circulavam nas
brigadas regulamente para acompanhar, controlar a qualidade dos dados recolhidos e
resolver as questões que eventualmente surgiam durante o trabalho.

O presente relatório, apresenta os resultados da província de Nampula de forma sumária e


comparativos dos principais indicadores do IAFPA, Composição e estrutura de agregados
familiares de pescadores e aquicultores, Situação do emprego e rendimento na pesca, Acesso
aos serviços sociais e económicas, Posse de bens no agregado familiar, Características da
habitação e locomoção, Segurança alimentar, Produção agrícola e criação de animais,
Serviços de extensão pesqueira e aquícola, Acesso ao crédito para promoção das actividades
pesqueiras e aquícolas

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1.1 OS OBJECTIVOS DO IAFPA 2016/17

1.1.1 Objetivo geral


Fornecer ao Governo e parceiros a informação estatística actualizada, através dos indicadores
socioeconómicos das comunidades pesqueiras e aquícolas.

1.1.2 Os objetivos específicos


 Avaliar as mudanças ocorridas desde 2010, relativamente ao bem-estar dos agregados
familiares nas comunidades pesqueiras;
 Permitir o seguimento e a avaliação das políticas e iniciativas implementadas no
âmbito dos programas do Governo;
 Contribuir para a elaboração dos diversos programas do Governo destinados a
população pesqueira.

1.2 Os indicadores de analise do estudo


Para se alcançar os objectivos do presente trabalho, foram definitos os indicadores para serem
analisados que são os seguintes:
(a) Perfil sócio demográfico dos agregados Familiares dos Pescadores e Aquicultores;
(b) Situação do emprego e rendimento na pesca (pesca por conta própria, estimativa das
Receitas, capturas de pescado);
(c) Acesso aos serviços sociais e económicas (escolas, postos de saúde, vias de acessos,
mercados).
(d) Posse de bens no agregado familiar (indicador dos bens materiais e animais);
(e) Condições das infraestruturas habitacionais (características da habitação);
(f) Condições das infraestruturas sociais e económicas (mercado, escola, fonte de agua);
(g) Segurança alimentar (indicador de consumo e produção, período de fome);
(h) Consumo dos bens alimentares (indicador de consumo);
(i) Acesso ao crédito para promoção das actividades pesqueiras e aquícolas.

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2. METODOLOGIA

2.1. PLANO DE AMOSTRAGEM E RECOLHA DE DADOS


A amostra do IAFPA 20016/17 foi elaborada com base na Amostra Mãe que foi extraída a
partir dos resultados do Censo da População e Habitação de 1997. Esta amostra é aleatória e
estratificada que compreende três etapas de selecção: i) das Unidades Primárias de
Amostragem (UPA), ii) das Áreas de Enumeração (AE) dentro das UPA´s e iii) dos
Agregados Familiares dentro das AE’s.

Para obter uma amostra actualizada, cerca de um mês antes do início da entrevista nas
províncias, procedeu-se o mapeamento das AE’s, banhadas pelas águas marítimas, o que
permitiu a listagem dos agregados familiares dentro de cada AE, a partir da qual foram
seleccionados os domicílios abrangidos na pesquisa. A selecção dos agregados familiares
dentro de cada AE amostral foi feita de forma aleatória e sistemática com probabilidades
iguais.
A província de Nampula, o tamanho da amostra inicialmente definido pelo INE, foi de 1.050
Agregados Familiares de Pescadores e Aquicultores, distribuídos proporcionalmente para os
7 (sete) distritos costeiros, nomeadamente, Memba, Nacala , Mossuril, Ilha de Moçambique,
Mogincual, Angoche e Moma, e cada um com 10 AE’s para entrevistar 15 Chefes dos
Agregados Familiares num total de 150 por distrito.

TABELA 1 – Distribuição dos agregados familiares selecionados


no processo de amostragem
Distrito AE Taxa de AF por AE Entrevistas Esperadas

Memba 10 15 150

Nacala Porto 10 15 150

Mossuril 10 15 150

I. de Moçambique 10 15 150

Mogincual 10 15 150

Angoche 10 15 150

Moma 10 15 150

Total 70 - 1050

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Os trabalhos de recolha de dados do terreno, decorreu durante 29 dias, no período entre
Novembro a Dezembro do ano 2016. Devido a suprissão do INE na lista final de uma Área
de Enumeração no distrito de Moma, localidade de Larde, uma Área de Enumeração não foi
abrangida. Há a destacar ainda duas AE que influenciaram nos resultados da amostra que a
sua cobertura foi em cerca de 50% e 65% , correspondente a 8 e 9 Agregados Familiares
entrevistados nas AEs de Negocio e Muapala nos distritos de Mossuril e Angoche
respectivamente, este resultado deveu-se pela ausências dos chefes AFs em actividades
agrícolas distantes da sua zona de residência segundo informações dada pelos seus filhos
menores. Assim, amostra do trabalho foi de 943 Agregados Familiares entrevistados e taxa
de cobertura de 89%, conforme a tabela seguinte:

TABELA 2 – Distribuição dos agregados familiares seleccionados e


inquiridos, segundo a taxa de cobertura
Agregados Familiares
Taxa de
Cobertura (%)
Distrito AE Seleccionados Inquiridos

Memba 10 150 143 95,3

Nacala 10 150 138 92,0

Mossuril 10 150 105 70,0

I. de Moçambique. 10 150 147 98,0

Mogincual 10 150 150 100,0

Angoche 10 150 133 88,7

Moma 10 150 127 84,7

Total 70 1.050 943 89,8

2.2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DO CAMPO

Em termo de organização do trabalho do terreno, foram constituídas três brigadas compostas


por 4 inquiridores e um chefe de brigada que liderou o processo durante o levantamento de
dados em todos locais seleccionados na amostra do trabalho. As brigadas foram
acompanhadas por formador/supervisor que também participou nos trabalhos de
levantamento de dados como inquiridor. A supervisão, por se tratar de tarefa crucial que
garante a fiabilidade dos dados recolhidos, a equipa de formador/supervisor fazia visitas
rotineiras as brigadas, conforme a explicação do ponto acima deste documento. O Director
Provincial da DPMAIP foi o comando principal de todas as operações realizadas ao nível da
província.

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2.3. FORMAÇÃO DOS INQUIRIDORES
Trata-se da etapa fundamental para a preparação de uma operação estatística, tendo em conta
o seu impacto na qualidade dos dados que se pretende recolher. Por isso é indispensável
consagra-la tempo e meios necessários para garantir uma adequada capacidade aos agentes do
terreno e aos digitadores.

A formação decorreu sob orientação de 2 técnicos, DEPA e INE da sede, respectivamente.


Durante um período de 5 dias na semana de Novembro de 2016. Esta acção foi dirigida a 12
formandos e foram proporcionadas várias técnicas de preenchimento dos formulários de
inquéritos, tais como a)selecção dos agregados familiares para ser entrevistados, feita com
recurso as Fichas de listagem dos AF’s, Tabela de Selecção dos AF’s, Folha da Área de
Enumeração e, b) preenchimento do formulário do Inquérito aos AFPA’s (Formulário do
IAFPA).

Em relação a capacitação aos agentes digitadores de dados, inicialmente estava prevista para
decorrer durante o período de capacitação aos agentes inquiridores, mas por razoes de ordem
organizacional, a chegada tardia dos materiais do campo e insuficiente meios informáticos
(computadores). Esta acção foi reprogramada que passou a sua realização para o mês de
Janeiro do ano 2017.

Entretanto, este exercício de capacitação dos inquiridores não terminou exclusivamente no


final da capacitação. Em cada fim da jornada de trabalho ou ao longo do trabalho no terreno,
o Chefe da brigada ou formador reunia regularmente com os seus membros para analisar os
dados recolhidos e trocar impressões sobre as diversas situações constatadas ao longo das
operações realizadas.

2.4. OS INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS

Para a realização do levantamento de dados ao nível do das AE’s, foram utilizados


quatro instrumentos fundamentais:

 Ficha de Listagem dos Agregados Familiares. Este foi o primeiro instrumento utilizado
durante o processo de recolha de dados numa determinada AE seleccionada na amostra.
A ficha era preenchida por cada inquiridor conhecedor da área do. As informações
registadas foram fornecidas pelos chefes do Agregado Familiar ou seu representante,
guia local, chefe de quarteirões, residentes na área. Foram registadas as informações no

16
que concerne ao nome do Chefe do Agregado Familiar, actividade praticada (pesca e
aquacultura), localização geográfica das infraestruturas habitacionais, entre outras.

 Tabela de Selecçãao dos AFA’s. O instrumento de apoio para selecção dos AF’s a ser
entrevistado. Na base desse documento foi possível apurar 15 Chefes dos AF’s
necessários para ser entrevistados.

 Formulário do IAFPA. Foi o principal instrumento de anotação de dados dos Agregados


Familiares para este trabalho. Quatro (4) inquiridores, entrevistavam em média 3 a 4
Agregados Familiares (AF’s), totalizando 15 AF’s por Área de Enumeração. Trata-se de
um documento extenso com 16 paginas, 9 Secções e 138 questões. Em termo do tempo
previsto por entrevista era de 1 hora o que tornou difícil realizar a entrevista em duas AE
por dia.

 Manual do Inquiridor do IAFPA. Durante o processo de levantamento de dados, os


inquiridores usaram o manual como guia de procedimentos sobre certos aspetos do
trabalho. Neste documento, especificam-se os deveres e as responsabilidades dos
inquiridores.

2.5. CONTROLO DE QUALIDADE DOS DADOS


O controlo e avaliação da qualidade de informação foi desde início do processo assumido
como tarefas fundamentais na realização do IAFPA, de modo a garantir que os envolvidos
detectem, em tempo oportuno, todas as falhas que eventualmente poderão surgir e que os
resultados definitivos deste processo fossem inquestionáveis quanto à sua qualidade.

Esta tarefa foi feita, primeiramente pelos chefes das brigadas, formadores e depois pelos
supervisores. O exercício consistiu em verificar se o inquiridor realizou a entrevista de forma
adequada, quer dizer, se fez todas as perguntas, se existe lógica (consistência) nas respostas
assinaladas ou anotadas e que as mesmas estão claras, completas e correctas.

Como referimos anteriormente, a realização desta tarefa é fundamental para garantir a


qualidade de dados recolhidos, principalmente durante o período inicial do trabalho de
campo, e que é nesse momento em que os inquiridores, provavelmente, cometam o maior
número de erros. Pelo que é preciso corrigir estes erros o mais rápido possível para evitar que
possam voltar ocorrer.

17
Nesta pesquisa, foi constatada a ocorrência de dois tipos de erros de natureza amostrais e não
amostrais. O primeiro caso, teve sua origem no facto do processo não ter conseguido cobrir
todas AE's inicialmente planificadas, enquanto o segundo erro ocorreu com maior frequência
ao longo do processo de recolha, processamento e validação dos dados. Estes últimos erros
foram minimizados com capacitação do pessoal envolvido na recolha de dados e
processamento. Assim, a margem de erro tolerada foi de 5%, o nível de confiança de 90% e o
desvio padrão dos resultados encontrados nunca atingiu níveis que pudessem pôr em causa a
análise dos dados, embora o tamanho da amostra devesse ter sido maior.

2.6. TRATAMENTO E ANALISE DE DADOS

Após o termino do trabalho do levantamento de dados, a informação recolhida passou no


processo de organização, triagem e digitalização dos dados com recuso ao programa do
SPSS. Nas triagens, os questionários foram contados e separados por AE e por distrito. As
informações de formulário foram transcritas para o computador e arquivada no banco de
dados criado para efeito. Assim, os outputs foram apresentados em forma de tabelas de
frequências para análises, recorrendo as estatísticas descritivas, uso das medidas de
tendências centrais e dispersão (media, variância, desvio padrão) de acordo com a
aplicabilidade para as variáveis estabelecidas. Os resultados apresentados neste documento,
foram obtidos recorrendo a métodos de combinação das informações provenientes de canais
quantitativas (formulários do inquérito) e bibliográficas (IAFPA/2009/10, vários estudos).

2.7. LIMITAÇÃO DE ESTUDO


Os dados obtidos através das entrevistas nem sempre retratam a realidade. Por serem obtidos
por depoimentos, são voláteis e derivam da perceção do pesquisado. O entendimento muda
com o passar do tempo, podendo distorcer a realidade ou o fenómeno em investigação
independentemente da natureza do estudo, seja ele quantitativo ou qualitativo, do referencial
teórico escolhido e da metodologia utilizada, o mesmo apresenta limitações que devem ser
esclarecidas como forma de favorecer discussões sobre a pesquisa (Moraes, 2006, p. 91).

Durante o levantamento de dado no terreno, foram constatadas algumas dificuldades que


acabaram constituir constrangimento desse trabalho, conforme mostramos a seguir.

18
 Fraca divulgação da mensagem sobre o trabalho do levantamento de dados no terreno
facto que obrigou os inquiridores a redobrarem os esforços no sentido de explicar
detalhadamente os objectivos da missão, a importância do estudo antes de iniciar com
as entrevistas. A tarefa que não foi fácil, visto que fazia-se repetidamente, individuo
por individuo e ocupou maior tempo de trabalho;

 Os dados do IAFP/2009/10 realizado pelo Sector, apresenta certas incompatibilidades


estatística o que tornou difícil para se fazer análise comparativa com os resultados
deste estudo;

 Início tardio do trabalho de levantamento de dados do terreno devido a demora da


chegado dos materiais de campo que vinha de Maputo para Nampula;

 Falta de Mapas Topográficos ou Croquis (actualizados) para a identificação das AE's


selecionadas na amostra, ou seja, com apenas o nome do Povoado ou Aldeia, foi
difícil identificar a verdadeira parcela para o IAFPA.

19
3. APESENTAÇĀO DOS RESULTADOS

3.1. COMPOSICAO E ESTRUTURA DE AGREGADIS FAMILIARES


ENTREVISTADOS
O agregado familiar constitui o núcleo base da sociedade que tem sido o foco principal da
maioria das análises sociais, económicas e demográficas, sobretudo no que diz respeito as
necessidades de habitação, alimentação, abastecimento de água, saúde, educação, pesca, e no
cômputo geral da situação do bem estar. Neste capítulo apresenta-se o tamanho de agregado
familiar, composição, taxas dos membros do AF por sexo e idade, relações de parentesco,
actividades económicas dos agregados familiares, entre outros aspetos, com a finalidade de
compreender as suas diferenças socioeconómicas.

3.1.1. Tamanho e composição dos agregados familiares


A distribuição percentual dos agregados familiares segundo o número de membros por
distrito, apresenta pequenas diferenças. Assim o tamanho dos AF’s entrevistadas varia de
uma pessoa a mais de 9 pessoas, sendo 28% e 31 % dos agregados possuem um tamanho
mais frequente de 3 a 4 pessoas e 5 a 6 pessoas, respectivamente, conforme a tabela seguinte.

TABELA 3 - Distribuição percentual dos agregados familiares


por número de membro e média de membros
Numero de membro Média
Distrito Total dos
1 2 3-4 5-6 7-8 9+
membros
Memba 4,2 3,5 32,2 32,9 18,2 9,1 100,0 5,3
Nacala 3,7 11,0 28,7 30,9 18,4 7,4 100,0 5,1
Ilha de Moçambique 1,3 4,7 22,8 24,8 16,1 30,2 100,0 7,1
Mogincual 1,2 7,4 39,3 27,0 17,2 8,0 100,0 5,3
Mossuril 0,0 1,9 28,7 30,6 21,3 17,6 100,0 6,1
Angoche 0,7 3,0 20,9 35,1 14,9 25,4 100,0 6,5
Moma 2,3 3,0 18,9 33,3 24,2 18,2 100,0 6,1

Total 2,0 5,1 27,7 30,5 18,4 16,4 100,0 5,9

No que concerne ao número médio de membros por agregado familiar, o distrito Da Ilha de
Moçambique , apresenta uma média acima da média do total dos entrevistados na provincial,
7.1 pessoas por agregado, contra 5.9 da província. Entre distritos, também se registam
diferenças quanto a composição dos agregados familiares. Assim, os distritos de Mogincual,
Angoche e Ilha de Moçambique ocupam o topo com maior número de agregados familiares

20
compostos por 3 a 4, 5 a 6 e, 9+ pessoas correspondendo (39.3%), (35.1%) e, (30.2%)
respectivamento. Este facto pode estar relacionado com a implementação de projectos de
desenvolvimento integral da Pesca Artesanal iniciado nos anos 90 (PPAN), (PPABAS) e,
(PROPESCA)i este ultimo em curso, que tiveram maior enfoque na implementação de
infraestruturas económicas e sociais que tornaram mais acessíveis ás comunidades de
pescadores. Há a referir que no distrito de Mossuril os agregados entrevistados estão
constituídos acima de 2 pessoas.

3.1.2 Composição etária dos membros dos agregados familiares


Um dos aspetos que têm influenciado a distribuição dos recursos socioeconómicos entre os
membros do agregado familiar, é a proporção entre os membros em idade activa 1 e não
activa. Por isso, é importante avaliar a composição etária dos membros de agregados
familiares. Assim, a Tabela 4 apresenta a percentagem dos membros de AF's segundo suas
idades e medias. Assim, a faixa etária mais representativa continua ser dos jovens com as
idades entre 8 a 17 anos e baixo de 7 anos. Quanto a media das idades dos AF entrevistadas
ao nível da província também é relativamente jovem de 22 anos.

Por distritos, nota-se quase todos, apresentam maior percentagens dos membros de AFs na
faixa etária entre 8 a 17 anos. Os distrito de Mogincual e Ilha de Moçambique, ainda se
destacam os membros com idade adulta entre 38 à 47 ou mais anos de idades.

TABELA 4: Distribuição percentual dos agregados familiares


segundo idade e idade média de membros
Idade dos membros do AF Media
Distrito Total das
7- 8 - 17 18 - 27 28 - 37 38 - 47 48 - 57 58 +
idades
Memba 32,0 26,9 16,0 9,2 7,9 4,4 3,6 100,0 18,85
Nacala 32,9 25,6 15,3 10,7 6,7 2,4 6,4 100,0 19,64
I. Moçambique 21,4 31,3 17,3 11,7 8,2 4,0 6,3 100,0 21,90
Mogincual 29,8 28,6 15,2 9,7 8,8 4,3 3,6 100,0 19,26
Mossuril 28,2 31,1 15,5 9,0 7,4 4,7 4,2 100,0 19,63
Angoche 36,7 25,8 15,1 10,4 7,1 3,1 1,7 100,0 16,80
Moma 33,6 26,1 15,4 12,0 7,1 4,1 1,7 100,0 17,84
Total 30,3 28,0 15,8 10,5 7,6 3,9 4,0 100,0 19,24

1 População em Idade Activa (PIA) é uma classificação etária que compreende o conjunto de todas as pessoas teoricamente
aptas a exercer uma actividade econômica. compreende o potencial da mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo,
isto é, a população ocupada e a população desocupada. População Não Idade Activa (PNIA) são as pessoas não-
economicamente activas que não podem ser classificadas nem como empregadas nem como desempregadas. Como por
exemplo, pessoas que não possuem e nem estão procurando trabalho .

21
3.1.3 Nível de escolaridade dos agregados familiares
Um dos grandes desafio que o actual sector do Mar, Aguas Interiores e Pesca enfrenta, é a
alta taxa do analfabetismo da sua força laboral, o que de certa maneira influencia o fraco
desempenho económico deste Sector. O pescador moçambicano é um indivíduo com
características peculiares, dificilmente adere as novas tecnologias introduzidas na pesca para
melhoramento da produção pesqueira e, a fraca escolaridade pode ser um dos factores
fundamentais que influencia esse comportamento.

A Tabela 05, mostra a situação escolar dos agregados familiares entrevistados por província e
sexo. De uma forma geral a taxa dos membros do AF's que nunca frequentou escola está no
topo de classificação (55%), seguindo os que possuem apenas o nível primário do 1o grau de
escolaridade (29%). Em relação ao sexo, verifica-se a medida que o nível de escolaridade
cresce, há tendência da redução da taxa de escolaridade do sexo feminino. Este facto pode
estar associado com os casamentos precoces das raparigas, fraca disseminação da mensagem
sobre o controle de natalidade na comunidade.

TABELA 5 - Distribuição percentual dos agregados familiares


por nível de escolaridade e por género
Classe dos membros AF
Distrito Primário Primário Secundári Pré- Total
Nenhum Medio Superior
do 1o grau do 2o grau o escolar
Memba 64,2 29,9 2,6 0,4 0,7 0,0 2,3 100,0
Nacala 64,2 23,2 6,8 3,7 2,2 0,0 0,0 100,0
I. de Moçambique 41,0 24,1 14,4 12,9 7,2 0,1 0,3 100,0
Mogincual 68,2 27,1 3,1 1,2 0,4 0,0 0,0 100,0
Mossuril 57,5 28,8 7,8 4,8 1,0 0,0 0,0 100,0
Angoche 59,4 28,6 6,1 2,9 2,3 0,0 0,7 100,0
Moma 33,3 54,8 8,4 2,7 0,8 0,0 0,0 100,0
Total 55,6 29,4 7,4 4,7 2,5 0,0 0,5 100,0
Masculino 50,6 31,7 8,4 6,0 2,9 0,0 0,4 100,0
Feminino 60,8 27,0 6,3 3,3 2,0 0,0 0,6 100,0

22
3.2. SITUACAO DO EMPREGO E RENDIMENTO NA PESCA E
AQUACULTURA

3.2.1. Principais activdades económicas de agregados familiares

A maior parte da população moçambicana pratica a agricultura como actividade de


subsistência ou de rendimento. A pratica da pesca ocupa na segunda posição em termo de
prioridade. A Tabela 06, mostra as principais fontes de rendimento dos AFs. Segundo os
dados, mais da metade dos entrevistados (79%) pratica actividade agrícola como primeira
prioridade, seguindo a pesca (17%), a comercialização do pescado e aquacultura (1%) e, as
restantes actividades são pouco praticadas a baixo de 1%.

Em termo de distribuição da força laboral por sexo, as mulheres ocupam-se nas actividades
de agricultura com maior peso (90%) contra os homens (68%). A pesca é quase a actividade
predominante dos homens, com cerca de 27% contra as mulheres (6%). Aquacultura é
praticada no distrito de Memba (4%) e Mossuril (2%).

TABELA 6 - Distribuição percentual dos agregados familiares


por tipo de actividade de rendimento e por sexo
Actividade principal dos Agregados
Const outras
Const
rução Constru activida
rução
de Comerc ção e des
Distrito Aqua Constru de Proce Total
Merg Recol Gaiol ializaçã Manute relacion Agric
Pesca cultur ção de Gaiol ssame
ulho eição as o de nção de adas a ultura
a tanque as nto
para pescado Embarc pesca e
para
aquac ações aquacul
pesca
ultura tura
Memba 25,5 4,1 0,9 3,2 0,5 0,0 0,0 0,0 2,1 0,0 0,7 65,6 100,0
Nacala 16,3 0,4 1,5 2,7 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 0,2 77,6 100,0
Ilha de Moc. 23,8 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 2,0 0,8 0,1 0,0 71,3 100,0

Mogincual 22,8 0,0 1,0 1,6 0,0 0,0 0,2 0,3 1,0 0,5 1,4 70,9 100,0
Mossuril 4,4 1,9 0,5 0,2 0,0 0,2 0,2 0,0 1,3 0,0 0,0 92,7 100,0
Angoche 26,9 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,5 1,1 0,0 0,2 71,0 100,0
Moma 37,2 0,0 0,7 0,0 0,3 0,3 0,3 0,3 1,7 0,3 0,3 56,7 100,0
Total 16,6 1,0 0,6 1,1 0,1 0,1 0,1 0,1 1,3 0,1 0,4 78,6 100,0

Distribuição por Sexo dos AF's


Masculino 26,7 0,4 1,1 0,4 0,2 0,0 0,1 0,2 2,1 0,1 0,4 68,1 100,0
Feminino 5,5 1,6 0,1 1,8 0,0 0,1 0,1 0,0 0,4 0,1 0,4 90,0 100,0

23
3.2.2. Posição dos agregados familiares nas actividades ligadas a pesca e aquacultura
O melhoramento da situação socioeconómica dos agregados familiares depende dos
rendimentos que os seus membros ganham a partir do trabalho que realizam. Em
Moçambique, por ainda predominar a economia de subsistência, a maior parte da população
economicamente ocupada não é remunerada, isto é, trabalha por conta própria (50.6%) e
trabalhador familiar sem remuneração (36.0%), e os que ganham salário em dinheiro ou
espécie é de apenas, 11.5% (INE, 2014/15).

A Tabela 07, apresenta a distribuição percetual das posições dos membros dos AF’s segundo
as suas posições que ocupam nas actividades principais, secundarias e terciarias. Por ordem
de importância de actividade, os membros dos AF’s se ocupam por Conta Secundaria (81%
ou 59%) nas actividedes secundarias e principais, Conta de Outrem (33% ou 13%) nas
principais e secundarias, o trabalho familiar ocupa a ultima posição na preferência das
famílias com cerca de (7% ou 6%) nas actividades principais e secundarias.

24
TABELA 7 - Distribuição percentual dos agregados familiares segundo as posições
que ocupam nas activdades ligadas à pesca e aquacultura
Posição que ocupa na actividade principal
Distrito Total
Trabalhador
Conta Própria Conta de outrem familiar
Nacala 78,5 19,8 1,7 100,0

Ilha de Moçambique 69,4 20,4 10,2 100,0

Mogincual 46,6 41,9 11,5 100,0

Mossuril 70,0 20,0 10,0 100,0

Angoche 49,2 46,8 4,0 100,0

Moma 53,3 38,5 8,2 100,0

Total 59,5 33,0 7,5 100,0


Posição que ocupa na actividade secundaria
Nacala 96,7 3,3 0,0 100,0

Ilha de Moçambique 100,0 0,0 0,0 100,0

Mogincual 74,1 11,1 14,8 100,0

Mossuril 60,0 20,0 20,0 100,0

Angoche 77,3 18,2 4,5 100,0

Moma 76,9 15,4 7,7 100,0

Total 81,0 13,2 5,8 100,0

Posição que ocupa na Actividade terciaria


Nacala 100,0 100,0
Total 100,0 100,0

A Tabela 08, Distribuição percentual dos membros dos AF’s segundo as suas categorias e
posições que ocupam nas actividades. Analisando os dados por categoria dos membros dos
AF's. Observa-se o comportamento dos dados dos elementos dos AF's nas actividades
secundarias se ocupam na posição por Conta Própria, com execpcao dos irmãos (75%) que
prestam serviços assalariado por Conta de Outrem na actividade secundaria. Quanto as
restantes actividades os Chefes dos AF's Familiar (próprio) na sua maioria se ocupam por
conta Própria (cerca de 65%) nas actividade principais e conta própria (86% nas actividades
secundarias), o trabalho família apresenta com menos peso em todas posições de actividades
com cerca de 7% . Observa a Tabela seguinte:

25
TABELA 8 - Distribuição percentual dos agregados familiares por categorias e
posições que ocupam nas actividades ligadas à pesca e aquacultura
Posição na actividade principal
Distrito Conta Total
Conta de outrem Trabalhador familiar
Própria
Próprio 65,5 31,0 3,6 100,0
Cônjuge 53,9 32,1 13,9 100,0
Filho/a 35,9 39,1 25,0 100,0
Irmão/a 21,4 71,4 7,1 100,0
Pai ou Mãe ou Sogro/a 60,0 40,0 0,0 100,0
Outros parentes 40,9 45,5 13,6 100,0
Total 59,5 32,9 7,6 100,0
Posição na actividade secundaria
Próprio 86,0 11,8 2,2 100,0
Cônjuge 66,7 5,6 27,8 100,0
Filho/a 100,0 0,0 0,0 100,0
Irmão/a 25,0 75,0 0,0 100,0
Outros parentes 50,0 50,0 0,0 100,0
Total 81,0 13,2 5,8 100,0
Posição na actividade terciaria
Próprio 100,0 100,0
Total 100,0 100,0

3.2.3 Unidade de produção na pesca e aquacultura

As Tabelas seguintes (9 e 10) mostram-nos que o Arrasto Para Praia é a arte de pesca mais
praticada pelos membros dos AF’s envolvidos na pesca artesanal, seguida do Emalhe e
Linha de Mão. Quanto as embarcações, o destaque vai para a Canoa de Tipo Moma com
cerca de (40%), seguindo de Lancha (30%) e Canoa de tronco Escavado (28%), Chata (1%) e
as restantes estão abaixo de 1%. Se observar o comportamento das artes e embarcações pode
se constatar que o arrasto para paria e canoa Tipo Moma apresentam a proporção
relativamente maior (66% e 79%) no distrito de Moma. Este facto pode estar relacionado
com a implementação dos três projectos PPAN, PPABAS e PROPESCA, este ultimo ainda
em curso, que durante a vigência privilegiaram a modernização da tecnologia de pesca
artesanal.

26
TABELA 9 - Distribuição percentual dos agregados familiares por artes de pesca

Tipo de artes principais


Distrito Total
Arrasto para Praia Emalhe Gaiola Gamboa Linha de Mão
Memba 39,1 30,0 2,7 2,7 25,4 100,0

Nacala 41,6 19,5 17,1 1,4 20,4 100,0

Ilha de Moçambique 62,9 22,1 0,0 0,0 15,0 100,0

Mogincual 58,3 24,6 0,0 0,0 17,1 100,0

Mossuril 36,0 16,0 4,0 0,0 44,0 100,0

Angoche 50,0 24,0 0,0 4,0 22,0 100,0

Moma 66,7 20,2 0,0 0,0 13,1 100,0

Total 47,2 25,7 3.2 2.5 21,4 100,0

TABELA 10 - Distribuição percentual dos agregados familiares por


embarcações de pesca
Tipo de Embarcação de Pesca
Distrito Canoa (Tipo Canoa troco Total
Chata Lancha Outra
Moma) escavado
Nacala 7,1 50,0 2,4 38,1 2,4 100,0

Ilha de Moçambique 39,3 17,9 3,6 39,3 0,0 100,0

Mogincual 44,3 19,0 0,0 36,7 0,0 100,0

Mossuril 41,7 41,7 4,2 12,5 0,0 100,0

Angoche 47,1 17,6 0,0 35,3 0,0 100,0

Moma 79,6 7,4 0,0 13,0 0,0 100,0

Total 40,1 28,0 1,2 30,4 0,3 100,0

3.2.4. Modalidade de remuneração das actividade ligadas a pesca e aquacultura

No que concerne as formas de remuneração praticada na pesca e aquacultura, a mais


frequente é a modalidade de pagamento de salários (40%), seguida dos que recebem em
ambas (parte de captura total e vencimento) com cerca 38% do total dos entrevistados
afirmaram esta e, por fim os que recebem na modalidade de Parte de Captura total com

27
cerca de 22% dos entrevistados. De referir que os que recebem em dinheiros na sua maioria
estão localizados na zonas Central e Norte da província, distritos da Ilha de Moçambique
(cerca de 63%) e Memba(cerca de 51%). Esta pratica pode estar associada com o
desenvolvimento das micro empresas na zona urbana da cidade da Ilha de Moçambique e a
implementação de pesca de atum no distrito de Memba que mobiliza centena de mão de obra.

TABELA 11 - Distribuição percentual dos agregados familiares segundo


as modalidades de remuneração da pesca e aquacultura
Formas de remuneração
Distrito Parte de captura Recebe vencimento Total
Ambos
total (dinheiro)

Memba 3,8 51,9 44,2 100,0

Nacala 38,1 47,6 14,3 100,0

Ilha de Moçambique 4,5 63,6 31,8 100,0

Mogincual 25,5 36,2 38,3 100,0

Mossuril 18,2 36,4 45,5 100,0

Angoche 26,1 21,7 52,2 100,0

Moma 32,2 37,3 30,5 100,0

Total 22,3 39,7 38,0 100,0

3.3.1. Rendimentos monetários das actividade ligadas a pesca e aquacultura

Os entrevistados foram questionados sobre os seus rendimentos monetários e sobre os


melhores meses ao longo do ano anterior. Os resultados da tabela 12, indicam que 48% dos
AFs consideram que no ano passado tiveram de 4 a 6 meses como meses bom, cerca de 43%
dos entrevistados afirmaram que tiveram 1 a 3 meses e 5% a 4% foram entre os meses de 10
a 12 e 7 a 9 que afirmaram meses de bom rendimentos na pesca.

28
TABELA 12 – Distribuição percentual dos agregados familiares segundo
número de meses de maior rendimento
Meses de maior rendimento
Distrito Total
1-3 4-6 7-9 10 - 12
Memba 44 50 5 1 100
Nacala 34 64 0,0 1 100
Ilha de Moçambique 23 14 14 49 100
Mogincual 40 49 7 4 100
Mossuril 52 20 1 12 100
Angoche 59 41 0,0 0,0 100
Moma 45 55 0,0 0,0 100
Total 43 48 4 5 100

A actividade de pesca os rendimentos tem se comportado em forma sazonal havendo


períodos de boa produção pesqueira e períodos de pouca e sem nada tornando os pescadores
optar por outra actividaddes, a tabela 13 a seguir a presenta períodos em que os entrevistados
responderam que se registava baixos rendimentos. Analisando a tabela a seguir, os meses de
4 a 6 os entrevistados responderam é o período que regista baixos rendimentos na produção
pesqueira (cerca de metade 50%) seguido período 1 a 3 com cerca de 40% e, 7 a 8 e 10 a 12
com cerca de 8% e 1% repectivamente. A nível dos distritos destaca-se Nacala com cerca de
70% seguindo de Memba e Mogincual com 63% e 50% no o período de 4-6 meses de menor
produção, este índice de baixos rendimentos podem estar associados pelo facto de as
instituições do estado não fazer sentir naqueles distritos para o cumprimento das medidas de
gestão de recursos pesqueiros.

29
TABELA 13 – Distribuição percentual dos agregados familiares segundo
número de meses de menos rendimento
Meses de menor rendimento
Total
Distrito 1-3 4-6 7-8 10 - 12
Memba 30,8 63,7 4,8 0,7 100,0

Nacala 23,3 70,9 5,8 0,0 100,0

Ilha de Moçambique 43,5 30,4 17,4 8,7 100,0

Mogincual 45,2 50,0 4,8 0,0 100,0

Mossuril 29,6 33,3 29,6 7,4 100,0

Angoche 48,5 35,0 14,6 1,9 100,0

Moma 56,5 38,0 4,3 1,1 100,0

Total 40,1 50,4 8,2 1,3 100,0

3.3.2 Receitas e custos de produção dos meses de maior rendimento

Os entrevistados foram questionados sobre as suas receitas, custos e meses de maior e menor
rendimento ao longo do ano anterior. Em média um agregado família da província de
Nampula obteve 5 meses bons, produziu Receita mensal de cerca de 15 mil Meticais e 5 mil
dos seus custos. Sendo Moma o distrito com maior Receita (cerca de 30 mil meticais) e 10
mil custo medio e Mossuril o distrito com menor receita (cerca de 9 mil meticais) e custo
medio de 5 mil meticais, produzidos em 4 meses de maior rendimento, conforme a tabela 14
seguinte.

TABELA 14 – Médias de receitas e custos nos meses


de maior rendimento
Distrito Medias dos meses Receitas médias Custos médias
(Mt/mês) (Mt/mês
Memba 8,71 9 709,57 4 546,80
Nacala 3,79 15 165,12 2 608,30
Ilha de Moçambique 7,63 12 579,25 5 460,00
Mogincual 4,24 15 010,16 5 442,68
Mossuril 4,60 9 038,46 5 100,53
Angoche 3,50 15 471,76 6 842,20
Moma 3,73 30 918,18 10 826,67
Total 5,22 15 243,50 5 775,88

30
3.3.3 Receitas e custos de produção nos meses de menor rendimento

Em relação aos meses de menor produção na província de Nampula um agregado familiar


obteve 5 meses de menor produção, obteve a receita media mensal de cerca de 6 mil Meticais
e 3 mil dos seus custos, sendo Moma o distrito com maior Receita (cerca de 12 mil meticais)
e 5 mil custo medio. Em contra partida Mogincual o distrito com menor receita (cerca de 5
mil meticais) e custo medio de 2 mil meticais por agregado familiar, conforme a tabela 15
seguinte.
TABELA 15 - Médias de receitas e custos nos meses
de menor rendimento
Medias Receitas médias Custos médios
Distrito
dos meses (Mt/mês) (Mt/mês)
Nacala 4,28 6651,95 2050,80

Ilha de Moçambique 3,56 9765,28 4389,29

Mogincual 4,56 4888,90 2224,51

Mossuril 4,63 5587,69 2868,82

Angoche 4,85 5340,40 2636,29

Moma 7,21 11800,73 4788,02

Total 5,44 6425,22 2767,17

3.3.4. Comparação de rendimento do IAFP 2009/10 e IAFPA2016/17

A Tabela 16 apresenta a percentagem das médias das receitas registadas nos períodos 2010 e
2016. Fazendo análise comparativa dos dados, observa-se que a maioria dos distritos não
atingiu as receitas de 2009/10 com destaque para Angoche (-85%), seguido de Mogincual e
Moma com cerca de (-39%) e (-29%) respectivamente, contrario de Nacala (310%) e Ilha de
Moçambique (712%), este crescimento das receitas mensais influenciou a media total de taxa
de crescimento das receitas com cerca de 144%. No IAFP 2009/10 o distrito de Memba não
foi abrangida, tal que, para efeito de total das media mensal das receita não foi tomado em
consideração.

31
TABELA 16 – Comparação das medias de receitas nos meses de maior
rendimento por os anos 2009/10 e 2016 e por Taxa de Crescimento
Distritos 2016 2009/10 TC
Memba 9 709,57 - -
Nacala 15 165,12 3 700,00 309,87
Ilha de Moçambique 12 579,25 1 550,00 711,56
Mogincual 15 010,16 24 600,00 -38,98
Mossuril 9 038,46 9 500,00 -4,86
Angoche 15 471,76 103 650,00 -85,07
Moma 30 918,18 43 500,00 -28,92

Total 15 413,21 31 083,33 143,93

3.3.5. Estimativa de produção nos meses de maior rendimento


O inquérito procurou saber sobre a produção dos agregados familiar nos meses de maior e
menor rendimento ao longo do ano anterior. A maioria dos agregados familiares da província
de Nampula a sua produção nos meses de maior rendimento varia abaixo de 100 Kg/Mês
(38%), de 100 a 300 Kg/Mês (22%), 300 Kg/Mês a 500 Kg/Mês (9%). 500 Kg/Mês a 700
Kg/Mês (7%), 700 Kg/Mês a 900 Kg/Mês (6%), 900 Kg/Mês a 1100Kgs(3%), acima 1100
Kg/Mês (14%). Os distrito que maior contribuíram acima de 1100 Kgs/Mês Moma(35%) e
Angoche(22%).

Em relação as médias de produção de agregado família da província de Nampula nos bons


meses foi na ordem 797 Kg/Mês. O distrito de Moma esta acima da média provincial
(2626,90 Kg/Mês), conforme a tabela 17 seguinte.

32
TABELA 17 - Distribuição percentual dos agregados familiares segundo a produção de
pescado estimado nos meses de maior rendimento
Estimativa de produção nos meses de maior rendimento Média de
Distrito Abaixo Acima Total produção
100 - 300 300 - 500 500 - 700 700 - 900 900 - 1100
100 1.100 (Kg/Mês
Kg/Mês Kg/Mês Kg/Mês Kg/Mês Kg/Mês
Kg/Mês Kg/Mês
Memba 58,1 23,0 4,1 7,4 1,4 0,0 6,1 100,0 345,20
Nacala 63,0 19,0 2,0 7,0 2,0 0,0 7,0 100,0 362,98
I.Mocambique 42,9 25,7 22,9 0,0 5,7 0,0 2,9 100,0 313,97
Mogincual 40,3 23,1 7,5 4,5 6,0 6,7 11,9 100,0 556,72
Mossuril 29,6 40,7 14,8 0,0 7,4 3,7 3,7 100,0 334,63
Angoche 19,2 23,1 12,5 8,7 9,6 4,8 22,1 100,0 793,17
Moma 3,2 13,8 16,0 13,8 14,9 3,2 35,1 100,0 2626,90
Total 38,8 22,0 9,0 7,2 6,2 2,8 14,0 100,0 796,62

Quanto a produção dos agregados familiar nos meses de menor rendimento ao longo do ano
anterior. A maioria dos agregados familiares da província de Nampula a sua produção estava
abaixo de 100 Kg/Mês(64%), outros entre 100 a 300 Kg/Mês (23%), 300 a 500Kgs/Mês
(cerca de 6%) e, poucos de 700 a 900Kgs/Mês , 900 a 1100 Kgs/Mês 1% e 3%
respectivamente atingiram a produção acima de 1100 Kgs/Mês. O distrito da Moma foi um
dos únicos que agregado familiar atingiu acima de 1100 Kgs/Mês (3.0%). Em contrapartida,
Nacala continua a posicionar a sua produção abaixo de 100 Kg/Mês.

Em relação as médias de produção de agregado família da província de Nampula foi na


ordem 174 Kg/Mês. Na analise por distrito, o destaque vai para Moma que a sua media de
produção esta acima da media provincial (383 Kg/Mês), ver a tabela 18 seguinte.

TABELA 18 – Distribuição percentual dos agregados familiares segundo estimativa de


produção de pescado nos meses de menor rendimento
Estimativa de produção nos meses de menor rendimento
Média de
Distrito Abaixo Acima Total produção
100 - 300 300 - 500 500 - 700 700 - 900 900 - 1100
de 100 1100 (Kg/Mês)
Kg/Mês Kg/Mês Kg/Mês Kg/Mês Kg/Mês
Kg/Mês Kg/Mês
Memba 78,2 13,6 2,0 2,7 0,0 0,0 3,4 100,0 161,63
Nacala 85,7 8,2 3,1 1,0 2,0 0,0 0,0 100,0 74,04
I.Mocambique 69,7 21,2 6,1 0,0 0,0 0,0 3,0 100,0 162,73
Mogincual 65,0 22,8 5,7 4,1 0,0 0,0 2,4 100,0 166,48
Mossuril 91,1 7,8 0,0 0,0 0,0 1,1 0,0 100,0 36,38
Angoche 39,4 36,5 11,5 6,7 3,8 1,0 1,0 100,0 229,10
Moma 20,2 51,1 13,8 2,1 1,1 2,1 9,6 100,0 383,36

Total 64,4 22,6 5,8 2,8 1,0 0,6 2,8 100,0 174,16

33
3.4. Remuneração em salario na pesca e aquacultura

Conforme a tabela 11 modalidades de remuneração (acima), a remuneração em salario é


pouco usada nas pescas, os pescadores preferem receber a parte de captura total ou ambos
(valor monetário e captura). Os que recebem valores monetários, segundo a Tabela 19, a
média do salario dos agregados familiares está na ordem de 4 mil meticais e salários mais alto
25 mil meticais. Estes valores estão acima do Salario Nacional estabelecido pelo Governo
(2.600,00Mts até a data da realização do inquérito). Analisando os dados por distrito, o
salario mais alto recebe-se em Nacala (media de 7 mil meticais e o mais alto 25 mil meticais)
e Angoche (media de 5 mil meticais e o mais alto 15 mil meticais). Quanto ao distrito de
Memba aparece na tabela como que menor paga os salários que situa entre 2 mil e 7 mil. A
tabela a seguir apresenta a distribuição de pagamento de salários.

TABELA 19 – Média de salários mais alto por distrito


Média de salário Salario mais alto
Distrito
(Mts/Mês) (Mts/Mês)
Memba 2 278,95 7 000,00
Nacala 6 504,55 25 000,00
Ilha de Moçambique 4 781,09 20 000,00
Mogincual 3 180,91 12 000,00
Mossuril 2 000,00 15 000,00
Angoche 5 057,77 15 000,00
Moma 4 491,67 12 000,00
Total 4 068,03 25 000,00

Quanto aos salários mais baixo. A Tabela 20 apresenta as medias de salario mais baixo por
distrito. Segundo os dados, a media do salario mais baixo esta na ordem de 2 mil meticais e
valor real 3 mil meticais. Em relação analise por distrito, Ilha de Moçambique destaca-se
pagamento de salários mais alto (media 4 mil e mais alto 10 mil meticais) , Nacala Angoche
e Mogincual (media 4 mil, 3 mil e mil ) e mais alto (de 9.000,00 respectivamente), e o
distrito com pagamento de salario mais baixo no período de baixo rendimento destaca-se
Moma (media de 3 mil e real pago mais baixo de mil meticais). A tabela a seguir ilustra a
dispersão de pagamento de salários em períodos de menor rendimento.

34
TABELA 20– Média de salários mais baixo por distrito
Média de salário Salario mais baixo
Distrito
(Mts/Mês) (Mts/Mês)
Memba 2 012,50 5 500,00
Nacala 4 505,26 9 000,00
Ilha de Moçambique 3 716,98 10 000,00
Mogincual 1 413,16 9 000,00
Mossuril 458,70 5 000,00
Angoche 2 936,15 9 000,00
Moma 2 613,75 1 200,00
Total 2 662,84 3 000,00

3.5. OUTRAS ACTIVIDADES LIGADAS À PESCA E AQUACULTURA

Considera-se as activdades ligadas a pesca, todas aquelas cuja sua realização esta dependente
da pratica da pesca. Por se tratar de uma fonte de rendimento fundamental do AF, neste
estudo foram selecionadas as seguintes actividades: Processamento de pescado,
comercialização de pescado, construção e manutenção de embarcações, construção e
manutenção de artes de pesca e aquacultura.

O GRÁFICO 1 apresenta a distribuição percentual dos agregados familiares envolvidos nas


outras actividades ligadas a pesca. Observando os dados, cerca de 45% do total dos agregados
familiares que afirmaram praticam a Comercialização do Pescado diverso, cerca de 25%
Processamento de Pescado predominantemente o método de Salga e Secagem, 14%
Manutenção e reparação de embarcações, 11% Construção e Reparação de Artes de Pesca e,
restantes a sua participação não atingem a proporção de 10% dos entrevistados.

35
GRÁFICO 1 – Distribuição percentual dos agregados familiares praticantes das outras
actividades ligadas à pesca e aquacultura

50,0%
44,8%
45,0%

40,0%

35,0%

30,0%
25,0%
25,0%

20,0%
14,4%
15,0%
10,7%
10,0%

5,0% 3,8%
1,2%
0,0%
Aquacultura Processamento de Comercializacao do Construcao e Compra e venda de Construcao e
pescado pescado Manutencao de racao para peixe manutencao de arte
Embarcacoes de pesca

3.6. Variação das receitas e custos nos meses de maior e menor rendimento
Nas Tabelas 21 e 22 mostram as medias de receitas e custos das actividades ligadas a pesca
nos meses de maior e menor rendimento. Observando a tabela 22, a receita media de outras
actividades ligada a pesca esta na ordem de 18 mil contra os custos de 9 mil. As actividades
de maior rendimento esta comercialização de pescado. Quanto aos meses de menores
rendimentos, a receita esta na ordem dos 8 mil meticais contra 4 dos custos. Actividade de
Construção e manutenção de arte de pesca por se tratar de rotineira, os praticantes realizam
quando são solicitados e nem sempre precisam de comprar novo material para substituição da
arte, o que torna difícil avaliar o custo de trabalho para alem de mão-de-obra.

36
TABELA 21 – Médias de receitas e custos por actividade
nos meses de maior rendimento
Actividades Média de Receitas Média de Custos
(Mts/Mês) (Mts/Mês)

Pesca 1 6614,00 6 780,51

Processamento de pescado 14 430,00 6 957,78

Comercialização do pescado 25 144,74 14 571,49

Construção e Manutencção de Embarcações 13 416,67 2 957,50

Compra e venda de ração para peixe 5 745,71 869,50

Construção e manutenção de arte de pesca 37 500,00 16 998,33

Total 18 361,76 8 786,12

TABELA 22 – Médias de receitas e custos por actividade


nos meses de menor rendimento
Actividades Média dos Custos Custos Mais Altos
(Mts/Mês) (Mts/Mês)
Pesca 7 291,59 2 760,97

Processamento de pescado 7 166,67 2 168,13

Comercialização do pescado 10 854,79 5 621,63

Construção e Manutenção de Embarcações 8 158,33 2 551,67

Compra e venda de ração para peixe 2 919,29 1 015,90

Construção e manutenção de arte de pesca 3 500,00 8 665,00

Total 7 950,67 3 560,18

3.7 ACTIVIVIDADES DOMESTICAS


A família num agregado familiar nem sempre vive dependendo da única fonte de receita da
actividade principal, exercida geralmente pelo chefe da família. Os membros do AF’s ou
mesmo o chefe da família sempre busca as alternativas que garantam o sustento da família.
Para o estudo, foram seleccionadas as principais actividades praticadas pelos AF’s de
pescadores e aquicultores, nomeadamente, Corte ou apanha de lenha; Produção de Carvão;
Corte de capim; Corte de estacas ou lacalacas, Recolha de mel ou plantas e frutos silvestres;
Caça dos animais selvagens ente outros.

37
O Gráfico 2 apresenta a distribuição percentual de agregados familiares envolvidos na pratica
de actividades domesticas. Observando os dados, seguindo a ordem de prioridade, actividade
de corte/apanha de lenha esta na primeira posição (cerca de 32%), corte de capim, caniço,
folha de coqueiro e Corte de estacas, lacalaca estão na segunda e terceira (19% e 17%), a
recolha de mel, plantas e frutos silvestre e produção de carvão ocupam as posições de quarta
e quinta (10% e 8%) respectivamente e, em ultimo lugar actividades da caça de animais
selvagens (7%).

GRÁFICO 2 – Distribuição percentual dos agregados familiares


segundo os praticantes das actividades domesticas
35,0% 32,4%

30,0%

25,0%

19,4%
20,0%
17,2%

15,0%
9,6%
10,0% 7,8% 6,9%

5,0%

0,0%
Corte/apanha de Produção de carvão Corte de capim, Corte de estacas, Recolha de mel, Caça
lenha caniço, folha de lacalaca plantas e frutos
coqueiro silvestres

3.7.1 Responsável nas actividades domestica

O inquérito procurou apurar os responsáveis envolvidos para pratica dessas actividades. A


Tabela 23 mostra a distribuição percentual dos agregados familiares responsáveis na pratica
de actividades domestica. Segundo os dados, cerca de 80% do total dos entrevistados
afirmaram que as actividades domesticas são de responsabilidade do próprio (chefe do
agregado família), cerca de 14% são dos cônjuge e menos 5% são dos outos membros do
agregado familiar.

38
TABELA 23 - Distribuição percentual dos agregados familiares por
categorias e por actividades domésticas
Responsável desta actividade
Actividades Pai ou
Outros Total
Económicas Próprio Cônjuge Filho/a Irmão/a Mãe ou
parentes
Sogro/a
Corte/apanha de lenha 84,8 11,1 2,5 0,9 0,2 0,5 100,0
Produção de carvão 6,7 85,7 5,7 0,0 0,0 1,9 100,0
Corte de capim, caniço,
10,3 39,3 36,5 1,2 2,4 10,3 100,0
folha de coqueiro
Corte de estacas,
4,7 14,2 66,5 1,9 0,9 11,8 100,0
lacalaca
Recolha de mel, plantas 5,3 4,3 71,3 5,3 1,1 12,8 100,0
e frutos silvestres
Caça 0 4,7 83,7 0,0 0,0 11,6 100,0
Outra (especificar) 0,0 0,0 71,4 0,0 0,0 28,6 100,0
Total 35,4 23,2 32,2 1,4 0,9 7,0 100,0

3.7.2 Variação de receitas nos meses de maior e menor produção

A Tabela 24 mostra as medias das receitas das actividades domesticas nos meses de maior e
menor rendimentos. De uma forma geral, a media de receita das actividades domesticas nos
meses de maior rendimento foi na ordem de 1.900 (mil) contra 500 (Quinhentos) meticais dos
meses de menor rendimento. Actividade de maior rendimento num agregado família se
destaca Corte de estacas, lacalaca e Corte de capim, caniço, folha de coqueiro que estão na
mesma posição; seguindo de Caça e Outra, na ultima posição observa-se a produção de
Carvão e Corte/Apanha de Lenha. Quanto as actividades de menor rendimento destacam-se
em primeiro lugar as mesmas actividades de período bom e seguindo a mesma sequencia com
alteração de Outras que passa a ocupar a ultima posição.

39
TABELA 24 – Média de receita por actvidade domestica
nos meses de maior rendimento
Média de receitas Média de receitas
Actividades
nos meses Bons nos meses Maus
Económicas
(Mt/mês (Mt/mês)
Corte/apanha de lenha 441,18 145,41
Produção de carvão 547,62 221,36
Corte de capim, caniço, folha de coqueiro 8 68,37 908,69
Corte de estacas, lacalaca 9 950,60 1 000,57
Recolha de mel, plantas e frutos silvestres 630,29 340,23
Caça 900,21 600,58
Outra (especificar) 700,89 100,97
Total 1 881,54 473,97

Analisando os dados pela importância das actividades, o Corte de estacas, lacalaca e Corte de
capim, caniço, folha de coqueiro, continuam como a actividades destaque na geração de rendimentos
dos AF pelo facto de 95% das habitações rurais e 50% a 60% dos bairros suburbanos da
cidades de Nampula e vilas das sedes dos distritos são construídas destes matérias, as casas
que comercializam estes materiais na cidade de Nampula e vilas dos distritos Angoche e
Nacala o molho de lacalaca para construir uma casa com três divisões varia de 300,00 Mts a
500,00 Mts, habitação média do AF na província de Nampula

3.8 CONSUMO DE PRODUTOS ALIMENTARES

3.8.1 Comportamento de consumo dos produtos alimentares

Tratando que o consumo como uma das variáveis fundamental para analise do bem estar de
AF. O questionário do IAFPA 2016/17, foi incorporado os produtos alimentares mais
consumidos e a sua forma de aquisição. A Tabela 25 mostra a distribuição percentual dos
agregados familiares segundo o nível do consumo dos produtos alimentares por distritos. Em
termo de prioridade, os produtos mais consumidos pelos AF’s são: Peixe e Tubérculos
(89% e 81%), Frutas (77%), Legumes, Milho (70%), Arroz, Óleo , Carne de frango, Pato
ou Ovo e hortícolas (66% e 64%), leite e lacticínios e Carne de vaca/cabrito (49%). O
menos consumido é a Carne do Porco (6%) por razões óbvias, as comunidades do litoral da
província de Nampula são predominante da cultura Muçulmana (islamica).

NOTA: O questionário permitia múltiplas respostas, por este motivo as percentagens de cada
alternativa representam universo independente. Isto quer dizer, que não deve ser somadas.

40
TABELA 25 - Distribuição percentual dos agregados familiares
por produtos consumidos e por distrito
Distrito
Produtos alimentares Memb Ilha de Angoc Mom Total
Nacala Mogincual Mossuril
a Moç. he a
Consumo do peixe 82,9 98,5 98,6 67,1 83,3 92,4 97,6 88,5
Consumo do arroz 57,5 88,9 98,6 3,1 69,2 48,8 87,4 65,6
Consumo do milho 72,9 86,7 98,6 15,2 76,0 48,7 81,1 69,5
Consumo de legumes 67,7 86,7 91,2 32,1 68,9 47,7 80,8 69,6
Consumo de hortícolas 54,0 89,6 93,2 13,3 65,7 41,3 75,6 63,9
Consumo de carne de vaca/cabrito 38,0 37,0 78,1 8,6 61,6 38,8 70,2 49,1
Consumo de carne de frango, pato ou 66,1 62,2 87,8 31,0 71,3 45,0 81,5 65,2
ovo
Consumo de carne de porco 7,7 4,2 1,2 5,0 9,5 5,9 5,4 4,4
Consumo de lei e lacticínios 35,9 45,9 82,3 14,3 53,4 30,3 57,4 49,4
Consumo de frutas 79,6 90,3 98,6 40,7 86,9 55,6 92,0 77,3
Consumo de tubérculos 87,8 98,5 99,3 47,9 85,2% 55,1 92,0 80,8
Consumo de óleo 52,2 97,8 100,0 6,9 71,7 44,8 88,7 65,6

Analisando o comportamento de consumo por distrito, o Peixe se posiciona como o produto


mais consumido em todos distritos (esta acima de 80% dos entrevistados que afirmaram esta
posição) com excepção em Mogincual que ocupa( 67%). Tubérculos, ocupa na segunda
posição (acima de 80%) com excepção de Angoche e Mogincual (55% e 48%)
repectivamente.

A Fruta está na terceira posição das prioridades, acima de 80% excepto Mogincual e
Angoche (cerca de 41% e 56%) dos entrevistados. Óleo afigura na posição privilegiada nas
famílias entrevistadas com destaque para Ilha de Moçambique e Nacala (100% e 98%)
seguido de Moma (89%) e Mossuril (72%) Memba (52%) e menos consumido abaixo de 50%
em Angoche e Mogincual (45% e 7%).

O Milho destaca no consumo das famílias entrevistadas sendo Ilha de Moçambique no topo
dos AF’s que responderam que consumiram (99%) seguido de Nacala e Moma (87% e 81%),
Mossuril e Memba (76% e 73%) , e menos que consumira abaixo de 50% Angoche e
Mossuril. Arroz é um dos cereais de maior consumo dos entrevistados, na dianteira ocupa
Ilha de Moçambique (97%) , Nacala e Moma (89% e 87%), Mossurila e Memba (69% e
58%), os restantes entrevistados situam abaixo de 50% . os produtos de origem animal
afiguram os menos consumidos, com a excepção da Ilha de Moçambique e Moma que

41
apresenta com maior taxa dos Afs que responderam terem consumido Carne de
Vaca/Cabrito e Carne de Galinha , Pato e Ovo com uma media de 83% e 76%)
respectivamente e, menos consumido a carne do Porco abaixo de 5%.

3.8.2 Forma de aquisição dos produtos alimentares pelos agregados familiares

A Tabela 26 mostra a distribuição percentual dos agregados familiares segundo a forma de


aquisição dos produtos alimentares por distrito. Observando os dados, pode se concluir que
os pescadores pouco produzem para seu consumo, com a excepção do peixe e tubérculos
(batata doce, mandioca) que destacam-se como produtos produzidos localmente para
consumo com cerca de 87% e 75%, Ilha de Moçambique, Moma e Nacala (99%, 98% e 96%)
são os mais que contribuem na produção de peixe para o consumo local.

42
TABELA 27 - Distribuição percentual dos agregados familiares segundo
a forma de aquisição dos produtos alimentares e por distrito
Produtos Distrito Total
Proveniência
Alimentares Memba Nacala I. Moç. Mogincual Mossuril Angoche Moma
Peixe Produziu 81,4 96,3 98,6 63,1 82,4 90,1 97,6 87,1
Comprou 17,1 1,5 1,4 32,9 16,7 7,6 2,4 11,4
Oferta 1,4 2,2 0,0 4,0 0,9 2,3 0,0 2,2

Arroz Produziu 56,7 11,1 1,4 2,3 30,8 48,8 12,6 23,4
Comprou 42,5 88,9 98,6 96,9 69,2 51,2 87,4 76,4
Oferta 0,8 0,0 0,0 0,8 0,0 0,0 0,0 0,8
Produziu 71,3 13,3 1,4 84,8 24,0 47,8 81,1 46,3
Milho Comprou 27,1 86,7 98,6 13,6 76,0 51,3 18,9 53,2
Oferta 1,6 0,0 0,0 1,6% 0,0 0,9 0,0 1,0
Legumes Produziu 66,9 13,3 8,8 67,9 68,9 45,0 80,8 50,2
Comprou 32,3 86,7 91,2 31,3 31,1 52,3 19,2 49,1
Oferta 0,8 0,0 0,0 0,9 0,0 2,8 0,0 1,5
Hortícolas Produziu 53,2 89,6 10,6 86,7 65,7 41,3 75,6 60,4
Comprou 46,0 10,4 93,2 6,8 34,3 58,7 24,4 39,1
Oferta 0,8 0,0 0,0 2,7 0,0 0,0 0,0 1,7
Carne de Produziu 62,0 37,0 21,9 1,0 61,6 36,9 70,2 41,5
vaca, cabrito Comprou 35,0 63,0 78,1 4,8 38,4 61,2 29,8 44,3
Oferta 3,0 0,0 0,0 3,8 0,0 1,9 0,0 2,9
Carne de Produziu 64,3 62,2 12,2 69,0 71,3 45,0 81,5 57,9
frango Pato Comprou 33,9 37,8 87,8 27,0 28,7 55,0 18,5 41,2
Ovo Oferta 1,7 0,0 6,2 4,0 0,0 0,0 0,0 2,9
Carne De Produziu 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Porco Comprou 1,0 0,1 01 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1
Leite Produziu 35,9 45,9 0,7 14,3 2,4 1,3 56,6 22,4
Lacticínios Comprou 64,1 54,1 99,3 85,7 97,6 98,7 42,6 77,4
Oferta 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 0,8
Frutas Produziu 79,6 9,7 1,4 59,3 86,9 54,0 91,2 54,6
Comprou 20,4 90,3 98,6 36,6 13,1 44,4 8,0 44,5
Oferta 0,0 0,0 0,0 4,1% 0,0 1,6 0,8 2,2
Tubérculos Produziu 87,1 98,5 12,3 87,0 85,2 54,3 92,0 73,8
Comprou 12,2 1,5 87,7 13,0 14,8 44,9 8,0 26,0
Oferta 0,7 0,0 0,0 0,7 0,0 0,8 0,0 0,7
Óleo Produziu 1,5 0,2 0,0 1,3 1,3 2,2 2,3 1,5
Comprou 97,6 99,8 100,0 98,1 98,7 95,2 97,7 98,1
Oferta 1,0 0,0 0,0 0,7 0,0 2,6 0,0 1,4
Outros Produziu 0,0 100,0 33,3 0,0 28,6 35,7 68,8 42,4

Comprou 100,0 0,0 66,7 100,0 71,4 64,3 31,3 57,6

43
3.9. POSSE DE BENS PELOS AGREGADOS FAMILIARES

De recordar, um dos objectivos do IAFPA é precisamente avaliar os bens adquiridos pela


comunidade durante o período de 5 anos, contando a partir do ultimo IAFP realizado pelo
Sector. A posse de bens é um indicador do poder financeiro dos agregados familiares. Para
este estudo, os bens foram classificados em dois grupos: i) Bens de transportes e
comunicações, e ii) Bens de eletrodomésticos e caseiros e iii) Posse de animais domesticas.

3.9.1 Posse de bens de transporte e comunicação

Na tabela 28 mostra a distribuição percentual dos entrevistados por bens de transporte e


comunicação. Segundo os dados cerca de 73% dos entrevistados possuem telemóvel
(celular) para comunicação, 47% radio, 23% Motorizada, 20% TV, 18 bicicleta, 17%
Relógio de Pulso/Parede, e parabólica esta na ultima posição (10%).

Na Tabela 29, mostra a distribuição percentual dos agregados familiares segundo numero de
bens e media dos bens. O celular é bem mais adquirido pelos membros dos agregados
familiares entrevistados (73%), seguindo a radio (47%). A Tabela mostra a media de celular é
cerca de 2, isto é, cada agregado pelos menos tem 2 celulares para comunicar.

TABELA 28 - A distribuição percentual dos entrevistados


segundo posse dos bens de transporte e comunicação por distritos

Distrito
Bens do AF Total
Mossuri Angoch
Memba Nacala Ilha Moç. Mogincual Moma
l e
Rádio 42,7 39,9 33,3 24,7 67,6 34,6 44,1 46,7
Relógio de pulso/
5,6 10,1 32,0 12,0 21,0 11,3 12,6 17,1
parede/mesa
Bicicleta 9,1 8,7 15,6 2,7 40,0 18,0 19,7 18,4

Motorizada 17,5 23,9 23,1 16,70 32,4 11,3 17,3 23,2

Telemóvel 60,1 55,1 78,2 50,0 74,3 62,4 66,1 72,8

Parabólica 5,6 5,8 31,3 1,3 7,6 3,0 3,1 9,5

TV 6,3 21,7 61,2 4,0 17,1 3,0 5,5 19,5

44
TABELA 29 - A distribuição percentual dos entrevistados
segundo numero de bens e media dos bens de transporte e comunicação
Bens que possuem no Agregado Media
Bens do AF Total dos
1-2 3-4 5-6 7-8 Bens

Rádio 96,2 3,6 0,3 0,0 100,0 1,17


Relógio de pulso/parede/mesa 95,6 3,7 0,7 0,0 100,0 1,17
Bicicleta 98,6 1,4 0,0 0,0 100,0 1,08

Motorizada 97,3 2,7 0,0 0,0 100,0 1,14

Telemóvel 90,9 7,7 1,2 0,2 100,0 1,54

Parabólica 97,4 2,6 0,0 0,0 100,0 1,11

TV 96,3 3,7 0,0 0,0 100,0 1,25

O Gráfico que se segue demonstra a magnitude do aumento ou redução da percentagem de


agregados familiares relativamente à posse de alguns bens seleccinados. Segundo os dados,
os bens que tiveram aumento foram os seguintes: Telemóvel (60,3%), Radio (11,3%),
Motorizada (19%), Bicicleta e Relógio(11,8% e 12,4%). Os novos bens que entraram nas
comunidades registados foram TV(20%) e Parabólica (10%).

45
GRÁFICO 3 – Comparação percentual dos agregados familiares
segundo posse de bens de transporte e comunicação, 2009/15

80,00% Bens de transporte e comunicação por distrito


72,80%
70,00%

60,00%

50,00% 46,70%

40,00% 35,4%

30,00%
23,20%
18,40% 19,50%
20,00% 17,10%
12,6%
9,50%
10,00% 6,6%
4,7% 4,2%
0,00%
Rádio Relogio/Pulso Bicicleta Motorizada Telemóvel Parabólica TV
/Parede
Anos 2016/2017 Anos 2009/2010

3.9.2 Posse de bens de eletrodomésticos e outros bens caseiros

A posse de eletrodomésticos e outros bens caseiros é um indicador do poder financeiro dos


agregados familiares. Da tabela 30, que se segue pode-se observar que há uma tendência
cada vez maior de empoderamento das famílias em eletrodomésticos e bens caseiros, a
Geleira e Painéis Solares(16%) destacam na posse das famílias, seguido de máquina de
costura (5%), Congelador e Gerador, respectivamente.

46
TABELA 30 - A distribuição percentual dos entrevistados
segundo posse de bens de eletrodomésticos e outros bens caseiros
Distrito
Bens do AF Total
Memba Nacala I. Moç. Mogincual Mossuril Angoche Moma
Candeeiro a petróleo 44,1 60,1 73,5 68,0 87,6 76,7 61,4 76,9
Mesa de madeira 37,8 44,9 63,9 32,0 57,1 24,8 56,7 51,7
Mesa de plástico 3,5 5,1 21,1 4,7 10,5 7,5 5,5 9,4
Cama de madeira 32,9 55,8 84,4 14,0 47,6 43,6 52,8 54,0
Colchões de algodão 2,1 2,9 22,4 7,3 22,9 7,5 10,2 12,3
Colchões de esponja 43,4 63,8 81,0 18,7 41,9 43,6 46,5 55,3
Máquina de costura 6,3 3,6 6,1 2,7 4,8 1,5 3,1 4,6
Fogão de carvão 14,7 46,4 85,7 8,7 41,9 9,8 17,3 36,7
Gerador 1,4 2,2 1,4 2,0 1,9 0,8 3,1 2,1
Colman 2,8 2,9 21,8 2,7 3,8 6,0 2,4 6,9
Geleira 5,3 25,5 26,3 0,2 0,4 25,8 14,9 15,8
Painel solar 17,5 7,2 27,9 17,3 4,8 16,5 8,7 16,4
Congelador 1,0 3,5 3,6 0,0 0,0 4,8 1,6 2,3

TABELA 31 - A distribuição percentual dos entrevistados


segundo número de bens e media dos bens
Numero de Bens que possuem no Agregado Media
Bens de posse no Agregado
Total dos
Familiar 1-2 3-4 5-6 7-8 Bens
Candeeiro a petróleo 87,2 12,5 0,3 0,0 100,0 1,58
Mesa de madeira 94,6 5,1 0,2 0,0 100,0 1,28
Mesa de plástico 97,3 2,7 0,0 0,0 100,0 1,14
Cama de madeira 85,6 13,0 0,9 0,5 100,0 1,58
Colchões de algodão 94,6 5,4 0,0 0,0 100,0 1,30
Colchões de esponja 84,9 13,6 0,7 0,9 100,0 1,60
Máquina de costura 97,2 2,8 0,0 0,0 100,0 1,19
Fogão de carvão 94,3 5,7 0,0 0,0 100,0 1,34
Gerador 93,3 6,7 0,0 0,0 100,0 1,19
Colman 88,1 10,2 1,7 0,0 100,0 1,56
Geleira 97,4 1,7 0,0 0,9 100,0 1,21
Painel solar 95,8 4,2 0,0 0,0 100,0 1,19
Congelador 88,9% 11,1 0,0 0,0 100,0 1,39

O Gráfico que se segue demonstra a magnitude do aumento ou redução da percentagem de


agregados familiares relativamente à posse de alguns bens eletrodomésticos e outros bens
caseiros. Segundo os dados, destaca-se a redução de uso de candeeiro a petróleo em cerca de

47
(-14%). Esta alteração pode estar relacionado com os esforços do Governo de tentar levar a
energia elétrica para beneficiar as comunidades rurais mais recônditas.

No IAFP 2009/10, existe alguns bens de eletrodomésticos que não foram apresentados como
variáveis para medir os bens AF’s, facto que não permite comparar, com a excepção da
máquina de costura que teve uma taxa de crescimento de cerca de 35%, representando em
media de 1,2 do número das novas pessoas usando máquina.

A analisando outros bens caseiros, Colchões de esponja é o bem que os AF’s adquiriram ao
longos dos 5 anos com cerca de 55% entrevistados que afirmam de ter contra 28% dos que
tinham anteriormente, o crescimento esta na ordem de 28%. Fogão a carvão (37%) contra
(23%) e taxa de crescimento na ordem 14%, seguido Mesa de plástico (9%) contra 6% com
crescimento de 4% de posse das famílias. Finalmente, Mesa de madeira (52%) contra os
anteriores de 46% com o crescimento na ordem de 6% de posse deste bem que possuem os
bens. O gráfico a seguir apresenta a comparação dos bens possuídos em 20110 e 2017
respectivamente.

48
Gráfico 4: Apresenta a comparativo dos bens de eletrodomésticos e outros bens
caseiros 2010 e 2017.

3.10. A Criação dos animais domesticas pelos agregados familiares

A percentagem de agregados familiares envolvidos na criação de animais domésticos está


indicada na Tabela 32. Segundo os dados, Moma e Memba (22%) de posse de animais
domésticos , ocupam a primeira posição, seguido de Mogincual, Mossuril e Angoche (16%,
15% e 13%), os restantes distritos com a criação abaixo de 10% dos entrevistados.

Quanto ao numero dos animais, segundo os dados da Tabela 28, observa-se que a maioria dos
entrevistados tem 1 a 5 animais. A galinha e Pato são as espécie de animais que mais tem os
agregados (media de 7 animais por agregado). Seguindo os caprinos, bovinos e patos. A
criação de outros animais domésticos ocupam um lugar de destaque devido a exigência do
mercado, por outra, os AF’s adequa a criação dos animais domésticos e de rendimento de
acordo com a demanda do mercado.

49
TABELA 33 - A distribuição percentual dos entrevistados
por posse dos animais domésticos

Animais Distrito
doméstico Ilha de Mogincua Mossuri Angoch Total
s do AF Memba Nacala Moma
Moc. l l e
Bovinos 14,3 0,0 0,0 0,0 0,0 57,1 28,6 100,0
Caprinos 31,8 6,4 6,4 16,4 17,3 10,9 10,9 100,0
Ovinos 25,0 15,0 0,0 25 10,0 20,0 5,0 100,0
Galinhas 15,3 10,9 3,1 18,8 15,3 14,4 22,3 100,0
Patos 23,1 7,0 4,2 12,6 11,9 9,8 31,5 100,0
Outro 25,0 25,0 25,0 25,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Total 21,6 8,6 4,2 16,0 14,6 13,0 22,0 100,0

TABELA 34 - A distribuição percentual dos entrevistados


segundo número de animais por espécies
Número de animais Possuídos Medio
Animais
Total de
domésticos 1-5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 20 - 25 25 - 30 30+ Animais
Bovinos 54,5 27,3 0,0 0,0 0,0 0,0 18,2 100,0 3,43
Caprinos 82,1 12,8 2,6 1,3 0,0 1,3 0,0 100,0 4,05
Ovinos 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 4,00
Galinhas 58,0 25,5 10,2 3,2 0,0 0,6 2,5 100,0 7,40
Patos 63,5 19,8 9,4 7,3 0,0 0,0 0,0 100,0 6,95
Outro 66,7 22,2 0,0 0,0 0,0 0,0 11,1 100,0 5,00
Total 64,9 20,9 7,9 3,5 0,3 0,5 1,9 100,0 6,39

3.10.1 Média do preço e receitas dos animais vendidos dos entrevistados


por espécies

A tabela 35 apresenta a distribuição de número e receita médias das espécies de animais


vendidas pelas famílias entrevistadas. Analisando a tabela, os animais de pequeno porte
foram os mais vendidos pelos AF’s destacando-se a Galinha e Pato (12%) e (3%) com
contribuição da renda média ao AF de cerca 700,00 Mts e 800,00 Mts respectivamente.
Seguindo do gado caprino (2%) que rendeu 2.200,00 Mts. O gado bovino foi menos vendido
no AF, mas com maior contribuição da receita em média de cerca 26.000,00 Mts. Esta alta
receita pode esta relacionada pelo facto da zona do litoral da província não tem habito de

50
criação do gabo bovino recorrendo as zonas do interior para aquisição e abastecer para o
consumo no mercado local, por esta razão a media da venda média esta na ordem de 1% .

O Suíno apresenta como espécie de animal menos consumido nas parcelas das áreas
selecionadas para entrevista devido aos hábitos e costumes herdados pela religião islâmica.

Tabela 35: Numero médio de animais por espécie vendidos e receitas


Lista de espécie de Média dos Preço medio Receita media
animais domésticos Animais vendidos (Meticais) (meticais)
Bovinos 1,00 18 500,00 25 667,00
Caprinos 2,24 931,19 2 190,22
Ovinos 1,00 2 000,00 2 000,00
Galinhas 12,37 160,02 702,47
Patos 2,83 223,02 767,55
Outro 2,50 150,00 376,00

Total 7,15 607,69 1 493,50

3.11. CONDIÇÕES DAS INFRA-ESTRUTURAS HABITACIONIAS


A habitação adequada para todos constitui um dos direitos humanos universal. A construção
de habitação não se limita apenas às qualidades físicas mas também o acesso aos serviços
básicos necessários, como abastecimento de água potável, saneamento (casa de banho,
latrina, etc.) e energia para iluminação e confecção de alimentos. As características físicas das
habitações, especialmente o material usado para a sua construção, e o acesso a serviços
básicos são alguns dos indicadores analisados neste IAFPA.

3.11.1. Características de habitação dos Agregados Familiares

Os dados apresentados na Tabela 36 mostram que a maioria de agregados familiares, à


excepção dos que vivem nos distritos de Nacala e Ilha de Moçambique, habitam em casas
precárias cobertas de capim. No entanto, em todos os distritos, da zona norte (Memba e
Nacala), Mossuril e Moma, nota-se ligeiro aumento de casas com cobertura de chapas de
zinco.

TABELA 36 - A distribuição percentual dos agregados familiares por material


usado nas coberturas das suas habitações

51
A cobertura da habitação
Distrito Laje de Chapas de Chapas Capim/Colmo Total
betão Telha lusalite de zinco /Palmeira Outros
Memba 0,7 3,5 0,0 22,0 73,8 0,0 100,0

Nacala 0,0 0,7 2,2 51,9 45,2 0,0 100,0


Ilha de Moçambique 0,7 2,0 11,6 42,9 42,9 0,0 100,0
Mogincual 1,3 0,0 0,0 9,4 88,6 0,7 100,0
Mossuril 0,0 0,0 2,8 35,2 62,0 0,0 100,0
Angoche 0,0 0,0 1,5 6,1 91,7 0,8 100,0
Moma 2,3 0,0 1,6 13,2 82,9 0,0 100,0
Total 0,7 1,0 2,9 25,6 69,6 0,2 100,0

Comparativamente aos dados do IAF/2009/10 mostram, cerca de 82.8% dos agregados


familiares cobriam suas casas de capim, 9.3 % chapa de zinco, 1.9 Chapas de lusalite, 1.7%
Laje de Bentão e 0.1% telha. Esta melhoria pode estar relacionado com os esforços do
Governo, através dos investimentos de apoio social, reflectidos ao nível dos agregados
familiares.

Quanto ao material usado para parede das casas, a Tabela 36 mostram que cerca de 36% dos
agregados entrevistados usam paus maticados, cerca de 50% usam Pau maticados. Mogincual
é um dos distrito que registou a proporção relativamente maior (cerca de 85%) dos
entrevistados que usam Paus Maticados como material de parede das suas casas.

TABELA 35 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por material usado nas suas paredes de casas
Material usado para parede
Adobe/
Distrito Outro Total
Blocos Blocos Blocos Madeira/ Caniço/ Casca/Sa
de de de Paus Paus/Zin Bambu/ cos/Latas/ s
adobe cimento tijolos maticados co Palmeiras papelão
Memba 40,4 6,4 11,3 36,9 2,8 2,1 0,0 0,0 100,0

Nacala 45,9 14,1 3,7 36,3 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0

I.Mocambique 4,1 59,9 4,1 30,6 1,4 0,0 0,0 0,0 100,0

Mogincual 4,0 1,3 0,0 85,2 5,4 4,0 0,0 0,0 100,0

Mossuril 27,8 4,6 0,0 60,2 1,9 1,9 0,9 2,8 100,0
Angoche 15,9 4,5 0.0 56,1 0,8 19,7 0,0 2,3 100,0
Moma 47,2 6,3 0,8 42,5 2,4 0,8 0,0 0,0 100,0
Total 25,8 14,6 3,0 49,6 2,1 4,0 0,1 0,6 100,0

Se recordar a situação anterior, os dados do IAF/2009/15 mostram cerca de 54.7% dos


agregados familiares usavam paus maticados, 29.1% adobe/blocos de adobe, 10.3% bloco de

52
cimento, 3.6 % Caniço/Bambu/Palmeiras. O aumento de uso de caniço/bambo/palmeira pode
estar relacionado com a situação de calamidade natural que se registou ao longo dos ultimo 5
anos naquela província. O caniço/bambu pode ser material de fácil aquisição para
aprovisionar um alojamento dos deslocados.

No aspecto de pavimentação das casas. Segundo Tabela 37, cerca de 55,0% usam adobe,
25.3% cimento, 17,6 % não usam nada e menos 2% usam madeira, mosaico e outro material

TABELA 37 - A distribuição percentual dos agregados familiares por material


usado para pavimento das suas casas
Material usado para pavimentação
Distrito Total
Madeira/ Mármore Mosaico Adobe(terra Outro
parquet /granulite Cimento /tijoleira batida) Sem nada
Memba 0,0 0,7 10,6 1,4 53,9 33,3 0,0 100,0
Nacala 0,7 0,0 41,5 1,5 28,1 28,1 0,0 100,0
I. Moçambique 0,0 0,0 78,9 0,7 17,7 2,0 0,7 100,0
Mogincual 0,0 0,0 5,4 2,0 70,5 20,8 1,3 100,0
Mossuril 0,0 0,0 17,6 1,9 78,7 1,9 0,0 100,0
Angoche 0,0 0,8 8,3 0,0 68,2 22,7 0,0 100,0
Moma 0,8 0,8 9,5 1,6 76,2% 11,1 0,0 100,0
Total 0,2 0,3 25,3 1,3 55,0 17,6 0,3 100,0

3.11.2 CONDIÇÕES DAS INFRA-ESTRUTURAS SOCIAIS ECONOMICAS SUA


RELACAO COM A DISTANCIA

3.11.2.1. Abastecimento de água e Sistema de Saneamento

O acesso a água por parte das comunidades locais, é principalmente através de poços de água
não protegidas, fontenárias publicas, água canalizadas dos vizinhos e furo ou poços
protegidos com bomba manual. Nas área onde decorreu o estudo verificou que a maior parte
dos entrevistados recorrem a mata ou praia para realizar a desassimilação com excepção de
uma parte abaixo de 20 % que usam latrinas Melhoradas e tradicionais . As tabelas 37 e 38
mostram o comportamento da distribuição da principal fonte de água do AF por distrito e, a
distribuição do tipo de saneamento do AF por distrito.

TABELA 38 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por principal fonte de água
Distrito Principal fonte de agua

53
Água Agua
Torneir Furo ou Agua
Água canali Água Poço Agua da
a poço Agua de
canaliza zada canaliza protegi do poço chuva Outra
pública protegi de superfíc
da fora da na
ou do com
do sem não
nasce ie (rio,
/Agua s Total
dentro de casa do bomba protegi de fontes
fontená bomba nte lago,
de casa casa/q vizinho manual do tanques
rio manual lagoa)
uintal camiões
Memba 0,7 1,4 0,7 29,5 5,8 1,4 48,9 0,0 10,1 0,7 0,7 100,0
Nacala 1,5 6,8 42,9 30,1 2,3 3,0 11,3 0,8 0,8 0,8 0,0 100,0
I. Moc. 10,2 15,6 53,7 14,3 2,0 1,4 2,7 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0

Mogincual 1,3 0,0 1,3 8,1 19,5 7,4 53,7 2,7 6,0 0,0 0,0 100,0
Mossuril 0,9 2,8 0,9 24,1 15,7 6,5 48,1 0,9 0,0 0,0 0,0 100,0
Angoche 12,1 0,8 9,1 22,7 1,5 41,7 12,1 0,0 0,0 0,0 100,0
Moma 13,4 3,9 1,6 16,5 32,3 1,6 19,7 9,4 1,6 0,0 0,0 100,0

Total 5,7 4,6 15,2 18,5 14,0 3,2 32,0 3,6 2,8 0,2 0,1 100,0

Analisando as varias formas da captação de água para consumo, pode-se afirmar que 32%
dos Agregados familiares entrevistados ainda recorrem a poços não protegidos, 19% torneiras
publicas ou fontenárias, 15% agua canalizada na casa do vizinho e, os restantes abaixo de
6% dos AFs recorrem outras formas de obtenção de água. No que tange o sistema de
saneamento, ainda continuam no topo a cultura de AFs de recorrer ao seu aberto( Praia e
Mato) para a desassimilação em cerca de 49% do universo dos AFs entrevistados
necessidades, 18% tem latrinas, tradicionais melhoradas e não melhoradas e restantes abaixo
de 10%.

Analisando o comportamento por distrito, Mogincual destaca com AFs que consome Agua do
Poço Não Protegido (com cerca de 55%) seguido de Memba, Mossuril e Angoche (com cerca
de 49%, 48 e 42%) respectivamente, esta situação pode estar associada a implementação
tardia de programas integrados no distrito de Memba e Mossuril e em Angoche pela
resistências de algumas comunidades na implementação de programas do Governo, caso de
Sangage pode estar na origem de poucas infraestruturas sociais. No que refere a falta de
condições mínimas para as necessidades biológicas, 67% dos AFs entrevistados em Memba
recorrem a Ceu Aberto na Praia/Mato, 51% Mogincual e 48%, 43%, 41% Angoche, Moma e
Nacala respectivamente, I.Moçambique (cerca de 28%) e o resto abaixo de 10%, há a
destacar Ilha de Moçambique com nível de uso de latrina melhorada com cerca de 24%.
Estas variáveis são de extrema importância porque faz parte do conjunto de indicadores para
avaliar o nível da pobreza em Moçambique, constituiu limitação do IAFP 2009/10 por não

54
apresentar analise por província, facto que impossibilita a comparação com os dados
IAFPA/2016 para apurar avaliação.
ABELA 39 - A distribuição percentual dos agregados familiares
por sistema de sistema de saneamento
Sistema de saneamento
Casa
Latrina
Casas de de Latrina
Distrito Latrina tradiciona Outro Ceu Total
banho banho não-
melhorad l Nenhum Aberto na
com rede com melhorad
a melhorad Praia/Mato
de esgotos fossa a
a
séptica
Memba 2,8 1,4 5,7 22,7 0,0 67,4 100,0
Nacala 3,7 3,0 8,9 23,0 20,0 0,0 41,5 100,0
I. Moçambique 6,1 14,3 24,5 15,6 11,6 0,0 27,9 100,0
Mogincual 8,1 0,7 1,3 18,1 7,4 13,4 51,0 100,0
Mossuril 7,4 0,9 4,6 42,6 35,2 0,9 8,3 100,0
Angoche 3,0 2,3 3,0 9,8 18,9 14,4 48,5 100,0
Moma 4,7 1,6 0,8 16,5 15,0 18,1 43,3 100,0
Total 5,1 3,4 6,6 18,0 18,0 6,7 42,2 100,0

Mais da metade da população Moçambicana vive na zona rural que permite a pratica de
actividades para subsistência com destaque para agricultura, pecuária e pescas para habitantes
na zona litoral da costa. Para confeccionar os alimentos recorre ao recurso energia lenhosa
com cerca de 75% dos AFs entrevistados, 22% carvão vegetal, 2% e 1% fezes de animais e
Gás respectivamente e restantes estão abaixo de 1% dos que recorrem a outras fontes de
energia(petróleo, eletricidades, restos dos vegetais e outras).

Analisando as fontes de energia usadas para confeccionar os alimentos por distrito. Moma
Memba e Mogincual foram registados acima de 80% dos entrevistados que afirmam que
usam energia lenhosa para confeccionar os alimentos doméstico. O distrito de Nacala,
embora é considerada a segunda cidade da província, o uso da lenha continua com proporção
alta (cerca de 69%). Nacala e Ilha de Moçambique, o uso da lenha esta baixo, cerca 12% dos
entrevistados. Quanto ao Carvão Vegetal o destaque vai para Ilha de Moçambique (com
cerca de 80%), seguindo Nacala e Mossuril (28% e 22%) respectivamente. Na tabela, ainda
se verifica em alguns distritos que há tendência ao uso de gás em Memba (2%), Mossuril
(2%) e Angoche (1%). Uso eletricidade para confeccionar alimento é quase ínfimo, em todos
distritos selecionados.

TABELA 40 - A distribuição percentual dos agregados familiares


55
por fonte de energia usada para cozinhar

Fonte de energia usada para cozinhar


Distrito Restos de Total
Carvão Petróleo/ Eletrici Fezes de
Lenha Gás vegetais/ser Outra
vegeta Parafina dade animais
radura
Memba 88,7 8,5 2,1 0,7 0,0 0,0 0,0 100,0
Nacala 68,9 28,1 0,7 0,7 0,0 0,0 1,5 0,0 100,0
I.Mocambique 12,2 80,3 7,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Mogincual 87,2 2,0 4,0 0,7 0,0 0,7 4,7 0,7 100,0
Mossuril 73,1 22,2 0,9 1,9 0,0 0,0 1,9 0,0 100,0
Angoche 91,7 1,5 0,0 0,8 0,8 0,0 4,5 0,8 100,0
Moma 89,0 4,7 1,6 0,0 1,6 2,4 0,8 0,0 100,0
Total 72,3 21,6 2,2 0,9 0,4 0,4 1,9 0,2 100,0

A Tabela 41 ilustra a distribuição por distrito dos AFs entrevistados segundo a fonte de
energia para iluminação, com destaque o consumo de petróleo Parafinado é mais usados
pelos AFs entrevistados na província de Nampula com cerca de 51%, seguido de eletricidade
e gerador/Painel solar (18 e 13%) respectivamente.

Bateria, pilha e lenha foram menos consumidos com cerca de 6% e 5% . Analisando os


dados por distrito o destaque vai para o consumo do petróleo parafinado para iluminação com
cerca de 68% entrevistados em Mossuril e 31% Ilha de Moçambique. Quanto a Eletricidades,
a Ilha de Moçambique esta no topo dos consumidos para iluminação cerca de 68% dos
entrevistados. Mogincual, Moma, Memba estão na posição de menos consumidores de
energia para iluminação.

TABELA 41 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por fonte de energia usada para iluminação

56
Fonte de energia usada para iluminação
Distrito Petróleo/ Eletrici Gerado Total
Parafina Gás dade r/solar Bateria Vela Lenha Pilha Outra
Memba 46,1 1,4 22,7 16,3 0,0 2,1 11,3 0,0 100,0
Nacala 60,4 3,0 26,9 3,0 4,5 0,0 0,0 2,2 0,0 100,0
I. Moçambique 31,3 0,0 68,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,0 100,0

Mogincual 58,4 0,0 2,0 16,1 4,7 0,0 6,0 12,8 0,0 100,0
Mossuril 67,6 3,7 13,9 10,2 0,9 0,0 0,9 2,8 0,0 100,0
Angoche 58,3 0,0 3,8 16,7 4,5 0,8 12,1 3,0 0,8 100,0
Moma 37,0 1,6 4,7 24,4 10,2 0,0 15,7 6,3 0,0 100,0
Total 50,7 1,3 17,6 13,2 6,0 0,1 5,2 5,8 0,1 100,0

Nas comunidades dos distritos onde decorreu o levantamento de dados do IAFPA destaca-se
o sistema de abastecimento de água, os poços e fontenárias. Nas sua maioria os poços são
abertos pelas comunidades e as fontenários pelos programa do governo e ONG’s nos locais
seleccionados para beneficiar várias comunidades.

A Tabela 42 apresenta as formas de locomoção dos membro do AF para chegar ao local de


fonte abastecimento de água, 97% deslocam a Pé a fonte de abastecimento de água e 1% de
Barco e Carro, o meio menos usado destaca-se a bicicleta abaixo de 1%. Analisando o
comportamento dos AFs por distrito para chegar a uma fonte de água, cerca de 100% dos
membros do AFs entrevistados, deslocam a Pé para chegarem a uma fonte de água, com
excepção dos membros dos AFs distrito de Mogincual e Mossuril que cerca de 5% usam
outros meios para chegar a fonte de agua.

TABELA 42 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a uma fonte de água

57
Meio usado para chegar na fonte de agua
Distrito Tem água Total
Pé Bicicleta Carro Mota Barco
em casa
Memba 96,4 1,4 0,0 1,4 0,7 0,0 100,0
Nacala 96,3 0,0 3,0 0,7 0,0 0,0 100,0
Ilha de Moçambique 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Mogincual 92,6 0,0 0,0 1,3 5,4 0,7 100,0
Mossuril 95,4 1,9 1,9 0,9 0,0 0,0 100,0
Angoche 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Moma 99,2 0,0 0,8 0,0 0,0 0,0 100,0
Total 97,1 0,4 0,7 0,6 1,0 0,1 100,0

Nas comunidades dos distritos abrangidas pelo levantamento de dados para o IAFPA na
província de Nampula, os produtos de consumo mais procurados no mercado e loja, são
produtos definidos como da primeira necessidade que são comercializados em 90% em
bancas tradicionais pelos pequenos comerciantes na sua maioria dentro das comunidades
tornando a deslocação constituída maioritariamente a Pé (95%).

Registando deslocações usando meios auxiliares quando se trata de aquisições como


vestuário e outros produtos manufacturados, cerca de 1% usam Moto, 2% Barco para chegar
a um Mercado. Analisando a Tabela 43, as comunidades dos distritos entrevistados
afirmaram que para deslocação para a compra de produtos vão a Pé (98%), com a excepção
de Angoche que cerca de 13% dos entrevistados afirmaram que usam outros meios para
chegar ao mercado com destaque para o Barco (com cerca de 9%), este meio é destacado
nesta parcela do distrito devido a existência das Ilhas com destaque para Quelelene, Yata o
aprovisionamento de bens de consumo é realizado na vila de Angoche. O meio menos usado
é o carro que situa-se abaixo de 1%.

TABELA 43 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a um mercado
Distrito Meio usado para chegar no mercado e Loja Total

58
Pé Bicicleta Carro Mota Barco

Memba 97,2 0,0 0,7 0,0 2,1 100,0


Nacala 98,5 0,7 0,7 0,0 0,0 100,0
Ilha de Moçambique 97,3 0,7 0,7 1,4 0,0 100,0
Mogincual 97,3 0,0 0,0 1,4 1,4 100,0
Mossuril 95,4 1,9 0,0 2,8 0,0 100,0
Angoche 84,5 3,1 0,0 3,1 9,3 100,0
Moma 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Total 95,8 0,9 0,3 1,2 1,8 100,0

A abertura de vias de acesso pelas comunidades permite a circulação de bens e pessoas


utilizando veículos motorizadas e não motorizadas. A tabela 44 mostra que 91% dos
membros do AF responderam que deslocam a Pé para paragens de transporte e o meio nemos
usado é viaturas a abaixo de 1% dos que responderam sim. Analisando o comportamento por
distrito, afigura-se as comunidades de distritos abrangidos pelo estudo de 99% a 90%
deslocam a Pé ás paragens, com excepção de Moma e Mogincual que cerca de 17% a 15%
usam outros meios para chegar as paragem com destaque Barco e Moto com 9% e 8%
respectivamente, o distrito que menos usa meios de transporte para paragem, Memba (cerca
de 3%)

TABELA 44 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a uma paragem de transporte
Meio usado para chegar na paragem de transporte
Distritos Total
Pé Bicicleta Carro Mota Barco Tem
Memba 95,0 0,0 0,0 2,1 2,8 0,0 100,0
Nacala 92,6 0,0 0,7 6,7 0,0 0,0 100,0
Ilha de Moçambique 99,3 0,0 0,0 0,7 0,0 0,0 100,0
Mogincual 85,2 0,7 0,0 8,7 5,4 0,0 100,0
Mossuril 93,5 1,9 0,0 3,7 0,9 0,0 100,0
Angoche 90,9 0,0 0,0 6,1 2,3 0,8 100,0
Moma 82,7 2,4 0,8 6,3 7,9 0,0 100,0
Total 91,4 0,6 0,2 4,9 2,8 0,1 100,0

A construção de infraestrutura para o sistema Nacional de educação é a politica do Governo


de Moçambique para a reduzir o índice de analfabetismo, o desenvolvimento do Subsistemas
de Ensino Primário e Alfabetização tem merecido apoio através das iniciativas das
comunidades na construção de salas de aulas que permite frequentar dentro das comunidades

59
sem precisar de percorrer longas distâncias, cerca de 97% dos AFs reportaram que as suas
crianças para chegarem á escola, deslocam a Pé e abaixo de 1% usam veículos e barcos para
chegar á escola e, no subsistema de ensino secundário devido a localização na sua maior nas
sedes das vilas que torna a frequência efectiva dos alunos das localidades ou bairros
periféricos, 69% dos educandos deslocam a Pé para chegar a uma Escola Secundaria e 16%
de Carro, menos usado a bicicleta com cerca de 3%.

Analisando por distrito o ensino primário acima de 95% em todos os distritos os AFs
afirmaram que os seus educando para chegarem a escola deslocam a Pé e, 3% e 4% de Moma
, Mossuril e Mogincual que usam Motorizada e barco para deslocarem a escola primaria, no
que tange a escola secundaria, 98% e 93% da Ilha de Moçambique e Mossuril afigura no topo
dos que reportaram que os seus educandos deslocam a escola secundaria a Pé e 49% em
Nacala usam Moto e o barco com 19% em Angoche. As tabelas 45 e 46 apresentam o
detalhes do meio usado pra chegar a escola primaria e secundária por distrito.

TABELA 45 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a uma escola primária
Meio usado para chegar á Escola Primária
Distrito Total
Pé Bicicleta Carro Mota Barco
Memba 98,6 0,7 0,7 0,0 0,0 100,0
Nacala 97,8 0,7 1,5 0,0 0,0 100,0
Ilha de Moçambique 98,6 0,0 0,0 1,4 0,0 100,0
Mogincual 93,2 1,4 0,7 0,7 4,1 100,0
Mossuril 96,3 0,9 0,0 2,8 0,0 100,0
Angoche 98,3 0,9 0,0 0,0 0,9 100,0
Moma 95,1 1,6 0,8 2,5 0,0 100,0
Total 96,8 0,9 0,5 1,0 0,8 100,0

TABELA 46 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a uma escola secundária
Meio usado para chegar á Escola Secundária
Distrito Total
Pé Bicicleta Carro Mota Barco

60
Memba 66,7 0,0 18,4 5,0 9,9 100,0
Nacala 38,5 3,0 49,6 8,9 0,0 100,0
Ilha de Moçambique 98,0 0,0 0,0 2,0 0,0 100,0
Mogincual 71,9 0,0 10,3 10,3 7,5 100,0
Mossuril 93,5 2,8 1,9 1,9 0,0 100,0
Angoche 56,0 12,0 12,0 1,0 19,0 100,0
Moma 52,5 3,4 22,0 12,7 9,3 100,0
Total 68,6 2,6 16,5 6,1 6,1 100,0

A ampliação da rede sanitária a todo é estratégia do Governo de Moçambique para melhor


assistência medica a população rural, nesta prespectiva, existem em cada localidade unidade
sanitária para cudados básicos da comunidade, assim cerca de 78% dos AFs entrevistados
disseram que para deslocarem a unidade sanidade sanitária era a Pé, 9% 6% Carro, Barco e
Motorizada e 2% bicicleta.

Levando a discussão da tabela 47 por distrito, Ilha de Moçambique e Mossuril lideram para
os AFs que respondera que para deslocarem a unidade sanitária e a Pé com cerca de 97%
90% respectivamente, seguido de Nacala com 25% que usam carro, Angoche, Mossuril ,
Memba e Moma com cerca de 13% a 10% respectivamente, bicicleta é o meio menos usado
abaixo de 1%. Esta variável no IAFP 2009/10 não apresenta resultados por província, facto
que limita para comparar a variação do comportamento dos meios usados pelo AF para
chegar a uma unidade sanitária mais próxima.

TABELA 47 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a um posto sanitário
Meio usada para chegar a uma Unidade Sanitária
Distrito Total
Pé Bicicleta Carro Mota Barco
Memba 70,9 0,7 10,6 7,8 9,9 100,0
Nacala 70,4 0,7 25,9 3,0 0,0 100,0
Ilha de Moçambique 97,3 0,7 0,0 2,0 0,0 100,0
Mogincual 73,2 0,0 6,7 10,1 10,1 100,0
Mossuril 89,8 6,5 0,0 3,7 0,0 100,0
Angoche 72,7 0,8 9,9 3,3 13,2 100,0
Moma 70,4 3,2 5,6 11,2 9,6 100,0
Total 77,8 1,6 8,5 5,9 6,2 100,0

A estabilidade e tranquilidade da ordem publica constitui um desafio acrescido para o


governo de Moçambique no aprovisionamento e a petrechamentos em meios humanos,
financeiros e materiais bem como em infraestruturas.

61
Tabela 48 percentagem dos entrevistados que responderam que recorrem as autoridades
policiais a busca de justiça. Cerca de 70% dos AFs entrevistados afirmaram que vão a uma
unidade policial deslocam a Pé seguindo dos que usam carro devido a distancia (cerca de
13%), Moto e Barco e bicicleta (7%).

Analisando por distritos, Ilha de Moçambique a maioria dos entrevistados vão ao posto
policial andando a Pé (cerca de 96%), mesmo cenário em Mossuril (89%), Mogincual,
Memba(75% e 65%). O segundo meio mais usado pelas comunidades é Carro, em Nacala
(38%), Memba (8%), Mogincual (9%), Moma (11%). Esta situação de uso de carro esta
relacionada com a distancia, vários postos policias estão localizados longe da comunidade
entrevistada

TABELA 48 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por meio usado para chegar a um posto da policia
Meio usado para chegar no posto da policia
Distrito Total
Pé Bicicleta Carro Mota Barco
Memba 64,5 0,0 17,7 7,8 9,9 100,0
Nacala 48,1 0,8 38,3 10,5 2,3 100,0
Ilha de Moçambique 95,9 1,4 0,7 2,0 0,0 100,0
Mogincual 74,5 0,0 6,0 8,7 10,7 100,0
Mossuril 88,9 8,3 0,0 2,8 0,0 100,0
Angoche 55,1 9,3 12,7 3,4 19,5 100,0
Moma 59,5 4,8 15,1 11,1 9,5 100,0

Total 69,7 3,1 13,0 6,7 7,4 100,0

3.11. DISTÂNCIA PARA CHEGAR AOS SERVIÇOS BÁSICOS

O acesso aos serviços é definido pelo tempo que as pessoas levam para chegar aos serviços
básicos. Tanto no IAF 209/10 tal como no IAFPA 2016, perguntou-se aos inquiridos o tempo
em minutos necessário para chegar ao local mais próximo que tenha os serviços
descriminados nas tabelas seguintes. Nestas tabelas, apresentam-se a informação para o caso
das pessoas que procuram estes serviços andando a pé.

Para chegar a uma fonte de água muitos responderam que demoram cerca 0-15 minutos
(44%). A paragem de diversos transportes e Escola Primária os AF’s responderam que
gastam cerca de 15-29 minutos (37%), (28%) e (39%) respectivamente. Para chegar a uma
Escola Secundária, Unidade Sanitária e Posto Policial, os AF’s que mais responderam

62
precisam de 60-119 minutos com (33%), (30%) e (33%) respectivamente. Conforme as
Tabela a seguintes:

TABELA 49 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar a uma fonte de água
Tempo que leva para chegar na fonte de agua
Tempo Médio
0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+ até a fonte de
Distrito minutos minutos Minutos Minutos Minutos Minutos Total água (Minutos)
Memba 25,5 35,5 7,1 11,3 15,6 5,0 100 30 a 44
Nacala 58,5 23,7 8,1 6,7 3,0 0,0 100 15 a 29
I. de Moc. 92,5 6,1 0,7 0,0 0,0 0,7 100 0 a 14
Mogincual 0,0 76,5 10,1 4 9,4 0,0 100 30 a 44
Mossuril 31,5 39,8 8,3 0,9 14,8 4,6 100 15 a 29
Angoche 31,0 38 10,9 0 9,3 10,9 100 30 a 44
Moma 66,1 18,1 5,5 1,6 3,1 5,5 100 15 a 29

Total 43,7 34,2 7,2 3,6 7,7 3,6 100 15 a 29

TABELA 50 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar a um mercado e Loja
Tempo que leva para chegar ao mercado e Loja
Tempo Médio até
Distrito Total
0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+ Mercado/ Loja
minutos minutos Minutos Minutos Minutos Minutos (Minutos)
Memba 14,2 45,4 9,9 7,8 15,6 7,1 100 30 a 44
Nacala 41,5 38,5 5,9 12,6 0,0 1,5 100 15 a 29
I.de Moc. 74,8 20,4 2,7 0,7 1,4 0,0 100 15 a 29
Mogincual 0 54,1 12,8 10,1 22,3 0,7 100 30 a 44
Mossuril 31,5 47,2 8,3 0,9 7,4 4,6 100 15 a 29
Angoche 30,8 21,5 11,5 6,2 18,5 11,5 100 30 a 44
Moma 49,6 29,1 12,6 0,0 5,5 3,1 100 15 a 29
Total 34,5 36,5 9,1 5,7 10,3 3,8 100 15 a 29

TABELA 51 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar a uma paragem de transporte
Tempo que leva para chegar na paragem de transporte Tempo médio até
paragem de
Distrito 0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+
Total
transporte
minutos Minutos Minutos Minutos Minutos Minutos (Minutos)
Memba 5,7 25,5 6,4 8,5 36,2 17,7 100
45 a 59
Nacala 26,7 32,6 13,3 22,2 3,7 1,5 100
15 a 29
I. de Moç. 64,6 25,9 6,1 2,7 0,7 0,0 100
15 a 29
Mogincual 0 29,5 18,1 11,4 40,3 0,7 100
45 a 59
Mossuril 30,6 40,7 5,6 1,9 4,6 16,7 100
30 a 44

63
Angoche 28,7 22,5 14 10,1 15,5 9,3 100
30 a 44
Moma 17,3 22 26 5,5 18,1 11 100
30 a 44
Total 24,7 28,1 12,8 9,1 17,6 7,7 100 30 a 44

TABELA 52 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar na escola primária
Tempo médio
Tempo que leva para chegar na escola primaria
até Escola
0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+ Primária
Distrito minutos minutos Minutos Minutos Minuto Minuto Total (Minutos)
Memba 7,1 35,5 9,2 14,2 23,4 10,6 100 45 a 59
Nacala 32,6 33,3 16,3 12,6 5,2 100 15 a 29
0,0
I. de Moç. 56,5 28,6 13,6 0,7 0,7 100 15 a 29
0,0
Mogincual 55,4 9,5 11,5 23,6 100 30 a 44
0,0 0,0
Mossuril 28,7 51,9 6,5 2,8 7,4 2,8 100 15 a 29
Angoche 42,5 31 8 4,4 8 6,2 100 15 a 29
Moma 27,9 35,2 18 4,9 9,8 4,1 100 30 a 44
Total 27,4 38,6 11,7 7,5 11,5 3,3 100 30 a 44

TABELA 53 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar na escola secundária
Tempo médio
Tempo que leva para chegar na escola secundaria
até Escola
Distrito Total
0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+ Secundária
minutos minutos Minutos Minuto Minutos Minutos (Minutos)
Memba 0,0 2,1 1,4 6,4 57,4 32,6 100 60 a 119
Nacala 0,7 20,7 27,4 26,7 23,7 0,7 100 45 a 59
I. de Moç. 45,6 30,6 18,4 3,4 1,4 0,7 100 15 a 29
Mogincual 0,0 16,1 6,0 16,1 61,7 0,0 100 45 a 59
Mossuril 0,9 18,5 6,5 5,6 19,4 49,1 100 45 a 59
Angoche 17,8 14,4 4,2 0,0 33,1 30,5 100 45 a 59
Moma 4,8 9,6 22,4 14,4 27,2 21,6 100 45 a 59

Total 10,4 16,1 12,5 10,6 32,6 17,8 100 45 a 59

TABELA 54 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar ao um posto sanitário
Tempo que leva para chegar ao posto sanitário Tempo médio até
Distritos 0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+ Total unidade Sanitária
minutos minutos Minutos Minutos Minutos Minutos (Minutos)
Memba 0,7 7,8 5,7 8,5 52,5 24,8 100 60 a 119
Nacala 9,6 33,3 13,3 22,2 20,0 1,5 100 45 a 59
I.de Moç. 52,4 34 8,8 2,7 1,4 0,7 100 15 a 29
Mogincual 0,0 14,8 8,7 15,4 61,1 0,0 100 45 a 59

64
Mossuril 0,9 18,5 8,3 5,6 18,5 48,1 100 60 a 119
Angoche 18,9 21,3 5,7 0,8 25,4 27,9 100 45 a 59
Moma 5,6 18,3 15,9 19 24,6 16,7 100 45 a 59

Total 13,1 21,2 9,5 10,8 29,7 15,6 100 45 a 59

TABELA 55 - A distribuição percentual dos agregados familiares


por tempo que leva para chegar ao um posto policial
Tempo médio
Tempo que leva para chegar no posto policia
até Posto
Distrito Total
0-14 15-29 30-44 45-59 60-119 120+ Policial
minutos minutos Minutos Minutos Minutos Minutos (Minutos)
Memba 60 a 119
0 2,1 1,4 6,4 57,4 32,6 100
Nacala 45 a 59
0,7 20,7 27,4 26,7 23,7 0,7 100
I. de Moç. 15 a 29
45,6 30,6 18,4 3,4 1,4 0,7 100
Mogincual 45 a 59
0 16,1 6 16,1 61,7 0 100
Mossuril 60 a 119
0,9 18,5 6,5 5,6 19,4 49,1 100
Angoche 45 a 59
17,8 14,4 4,2 0 33,1 30,5 100
Moma 45 a 59
4,8 9,6 22,4 14,4 27,2 21,6 100
Total 10,4 16,1 12,5 10,6 32,6 17,8 100 45 a 59

3.12. Acesso ao crédito financeiro para prática da pesca


O sector do Mar, Aguas Interiores e Pescas, tem vindo a disponibilizar fundos através das
instituições Financeiras para financiar actividades pesqueira, além desta iniciativa, a nível das
provincicais e distritos existem organizações do Estado, privadas e ONG’s que apoiam o
desenvolvimento comunitário incluindo a pesca.

Tanto o IAFP/2009/10 assim como o IAFPA/2016, procurou saber ao chefe do agregado


familiar que nos últimos 5 anos alguns dos membro beneficiou de financiamento ou credito
das organizações constante na tabela 55. Cerca de 94% dos membros do agregados
familiares responderam que o financiamento ou credito recebido destinou as actividades de
Pesca (cerca de 71%) e menos financiado foi a Comercialização de insumos de pesca e
pescado abaixo de 1%.

Na mesma tabela pode-se observar a proporção dos membros do AF’s financiados por
categoria actividades e instituição que financiou. Analisando os resultados por distrito,
destaca-se a Ilha de Moçambique e Mossuril (cerca de 100%) seguido de Moma e Angoche
(cerca de 43% e 41%) tiveram financiamento ou crédito aplicado nas actividades de pesca.

65
O Fundo de Fomento Pesqueiro foi a instituição que mais financiou as actividades pesqueira,
aquisição dos bens caseiros e outros (com cerca de 33%). Quanto aos Fundos de Outros
Sectores do Estado financiou a promoção de desenvolvimento aquícola com cerca de 26%
dos entrevistados que afirmam esta posição. As organizações do PCR, Xitique, emprestar
vizinho, os seus fundos/créditos foram canalizados para investimento de outras actividades
das comunidades.

TABELA 54 - A distribuição percentual dos agregados familiares segundo


propósito de financiamento e por instituições financeiras
Propósito de financiamento
Distrito Comercialização Total
Bens
Pesca Aquacultura de insumos de Outro
caseiros
pesca e pescado
Memba 0,0 0,0 33,3 0,0 66,7 100,0
Nacala 15,4 38,5 0,0 30,8 15,4 100,0
Ilha de Moçambique 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Mogincual 0,0 0,0 0,0 50,0 50,0 100,0
Mossuril 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
Angoche 40,9 37,2 16,5 0,0 5,5 100,0
Moma 42,7 29,4 13,7 5,0 9,2 100,0

Total 70,6 15,5 6,9 2,5 4,5 100,0


Instituições Financeiras
Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) 33,3 0,0 0,0 33,3 33,3 100,0
Fundos de outros sectores do Estado 21,3 25,5 4,3 21,3 27,7 100,0
Bancos Comerciais 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0
Microfinanças (IMF) 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0
Cooperativas de Crédito 0,0 0,0 50,0 0,0 50,0 100,0
Grupo de poupança (PCR) 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0
Xitique ou emprestador informal de
0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0
dinheiro
Amigos, vizinhos ou parentes 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0
Total 94,3 1,4 0,4 1,3 2,6 100,0

4. BIBLIOGRAFIA

 AMADE, Saide A. (2012), Satisfação da Comunidade beneficiária do Programa de


Apoio ao Subsector da Pesca Artesanal no Distrito de Moma. Maputo

66
 AMARCO, Rogério Roque, (1990) Analise das Necessidades e das Potencialidades
da Freguesia de santa Marinha, (Concelho de Vila Nova de Gaia), numa Perspectiva
de Criação de Emprego e de Desenvolvimento Local, Lisboa, Proacts AE//IsCTE, p.3
 ANDRADE, Thompson e SERRA Rodrigo (1995). A Cidade Global São Paulo/ Rio
de Janiro: Uma Anális de infra-estrutura. Brasil.
 INE.,recenseamento geral da população e habitação. Censo 2007, 57 pp.
 INE. Relatório Final do Inquérito ao Orçamento Familiar -IOF- 2014/15
 INE.Inquérito Continuo aos Agregados Familiares. Relatório do Primeiro Trimestre,
Julho –Setembro de 2012
 IDPPE (2008). Recenseamento Nacional da Pesca Artesanal 2007. Resultados
Nacionais.
 GIL, António Carlos. (1999) Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: Atlas
Editora;
 LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. (1995). Metodologia do trabalho científico.
São Paulo: Atlas.
 PESPA (2007). Plano Estratégico do Sector da Pesca Artesanal, Maputo
 PESTANA, Maria Helena e GAGEIRO, João Nunes (1996). Análise de dados para
Ciências Sociais, a Complementaridade do SPSS, Edição Silabo, Lisboa
 QUIVY, Raymond. CAMPENHOUDT, LucVan. (1992). Manual de Investigação em
Ciências Sociais. 2ª ed. Maputo: Gradiva;.

ii
PPAN- Projecto de pesca Artenal Moma Angoche, PPABAS-Projecto de Pesca Artesanal Banco de Sofala-
PROPESCA-Projecto de Promoção da Pesca Artesanal

67

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