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Volta e meia 5 FICHAS DE AVALIAÇÃO

VOLTAS E MAIS VOLTAS DO COM OUTROS TEXTOS Nível intermédio

Escola: Professor:
Nome: N.º: Turma:

GRUPO I

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.


Em pequeno, o poeta – que ainda não sabia o que era um poema – costumava brincar com outros meninos
numa rua, larga e calma, sem saída. Às vezes desaparecia e todos pensavam que se tinha cansado de jogar à
bola ou de correr. Mas não. Apenas se afastara para trepar a um alto muro, ao fundo da rua, a ver o que havia
do outro lado. Como, desse outro lado, existisse um grande castanheiro cujos ramos chegavam ao muro, o
menino apanhava alguns ouriços meio abertos e punha-se a rilhar as castanhas ainda verdes enquanto
contemplava os campos em frente e imaginava. O quê, só ele poderia dizer.
Visitar, pela primeira vez, um país estrangeiro é nascer segunda vez.
Quando a língua falada no país que visitamos nos é de todo estranha, sentimo-nos como crianças
pequenas que ainda não soubessem falar nem ler.
A cómoda é um bloco de apartamentos onde vivem diversas famílias: a das peúgas, a das camisas, a das
cuecas, a das blusas, a das camisolas… Como a vida não está fácil, às vezes vivem duas e três famílias num
mesmo apartamento.
Num guarda-fatos, habitam pessoas que nem pele e osso chegam a ser. E dormem gatos, quando
conseguem entrar.
A gravata, dizem uns, é uma seta que aponta para o umbigo. Será por isso que alguém disse: «A gravata
dá um ar mais egoísta àqueles que a usam»? Mas eu conheço um homem que usa laço e é egoísta até dizer
chega. E outro que anda sempre de colarinho aberto, para deixar sair os vapores do egoísmo.
Quando a primavera chega, os cachecóis emigram para países mais ao norte.
Para se mergulhar, bem protegido, no mar do sono, veste-se um escafandro1 que é o pijama.
João Pedro MÉSSEDER e Rachel CAIANO (2014). Tudo é sempre outra coisa. Alfragide: Caminho

VOCABULÁRIO
1 escafandro – equipamento que os mergulhadores vestem para trabalhar debaixo de água.

Responde aos itens seguintes, de acordo com as orientações dadas.

1. Assinala com X, de 1.1 a 1.4, a opção que completa cada frase de acordo com o sentido do texto.
1.1 O poeta
sabe desde pequeno o que é um poema.
sabe o que é um poema mesmo antes de nascer.
só sabe o que é um poema depois de crescer.
1.2 Na sua infância, o poeta
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nunca brincava com as outras crianças da sua idade.


brincava muito raramente com outras crianças da sua idade.

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brincava frequentemente com outras crianças da sua idade.


1.3 Quando o poeta desaparecia, todos pensavam que
queria ir escrever poemas.
não gostava de brincar com os outros meninos.
estava cansado de jogar à bola ou de correr.
1.4 A palavra «Apenas» (linha 3) é utilizada para mostrar uma ação única e exclusiva. estabelecer uma comparação.
apresentar um exemplo.

2. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que com ele se relaciona, de acordo com
a informação do texto.

Coluna A Coluna B

Pode dar uma imagem da pessoa que não é A. Cómoda


real. B. Guarda-fatos
C. Gravata
Abriga diversas famílias. D. Cachecol
Vai para os países do norte com a chegada da E. Pijama
primavera.

3. Lê a afirmação seguinte.
Se pensarmos no ponto de vista do poeta, «tudo é sempre outra coisa».
Refere se a afirmação é verdadeira ou falsa.

GRUPO II

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

– Voltando à questão da pontuação – continuou Cecília –, parece-vos sempre pouco importante, contudo,
é fundamental para compreender a mensagem. Ora reparem…
E a Quarta Idade pôs-se a escrever exemplos no quadro para elucidar melhor a turma sobre aquele tema.
Entretanto, demasiado eufórica para prestar atenção, a Vanessa resolveu escrever uma carta para entregar ao
poeta. Queria colocar alguns pontos nos is:

Santa Cruz,
Sabes que eu sou uma grande admiradora dos teus versos. Às vezes, falo de mais, mas não ligues, porque
é o meu feitio. Se tivesse jeito para escrever, como tu, fazia poemas em vez de desatar a falar pelos
cotovelos, sem conseguir parar…
Gostava que soubesses que te acho um génio da literatura, porque, na nossa idade, ninguém escreve
melhor do que tu, seja sobre o que for. Até acredito que sejas capaz de escrever sobre coisas de que não
percebes nada, coisas que nunca viste nem sabes que existem. Isto porque, verdade seja dita, és um crânio a
descobrir as palavras certas. Acho que não tem só a ver com o facto de leres muito. A Quarta Idade pode
julgar que é apenas isso, mas eu, que te conheço melhor, sei que não.
Algumas pessoas têm a sorte de nascer com… não sei bem como se chama, mas suponho que é um dom1.
É o teu caso. Se Deus existir, soube o que fez ao dar-te esse jeito que tu tens.
Tu consegues exprimir-te com tanta facilidade que, muitas vezes, deixas os outros sem palavras. Não sei
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se te dás conta disto, mas é a mais pura das verdades. Até a Ana Lúcia, que tem a mania de gozar por tudo e
por nada, f ica aparvalhada quando tu abres a boca nas aulas ou noutro sítio qualquer.

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Sei que deve ter sido muito chato teres crescido a ouvir sempre as mesmas bocas: és um intelectual, um
beto, um armadão, um convencido, etc. Com os miolos que tens, já deves ter compreendido que isso é
apenas sintoma de inveja, porque, quando abrem a boca, sai asneira e, simultaneamente, entra mosca;
ciúmes da consideração que os profes têm por ti, sobretudo a Quarta Idade, que é exigente que se farta e
nunca parece estar satisfeita com nada.
Pronto, acho que já disse tudo. Ou quase tudo…
Desculpa por te ter pedido que me explicasses alguns dos teus poemas. Foi uma bacorada da minha
parte.
Aprendi contigo que algumas coisas na vida, como os poemas, não se explicam; sentem-se. E eu senti.
Senti-os. Isso basta.
Continua a escrever! E, se não for pedir muito, vai mostrando o que tiveres feito. Prometo não fazer
perguntas estúpidas.

Um beijão da Vanessa
Maria Teresa Maia GONZALEZ (1999). Poeta (às Vezes). Viseu: Difel

VOCABULÁRIO

1 dom – talento.

Responde aos itens seguintes, de acordo com as orientações dadas.

1. Identifica o remetente (quem escreve) e o destinatário (a quem se dirige) da carta.

2. Retira do texto uma frase ou expressão que demonstre a opinião de Vanessa sobre este poeta.

3. Explica o significado da palavra «dom» na frase que se segue.


«Algumas pessoas têm a sorte de nascer com… não sei bem como se chama, mas suponho que é um dom.» (linha 14)

4. Há colegas que ficam espantados quando Santa Cruz intervém nas aulas.
Transcreve a passagem do texto que comprova esta afirmação.

5. «és um intelectual, um beto, um armadão, um convencido, etc.» (linhas 19-20)


Por que razão os colegas tratavam assim Santa Cruz?

6. Refere o conselho dado pela Vanessa ao colega a quem dirige esta carta.

GRUPO III

Responde aos itens seguintes, de acordo com as orientações dadas.

1. Assinala com X a classe da palavra sublinhada na frase seguinte.


«Sabes que eu sou uma grande admiradora dos teus versos.»
Advérbio.
Determinante.
Preposição.

2. Reescreve as frases seguintes, substituindo cada expressão sublinhada pelo pronome pessoal adequado,
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seguindo o exemplo. Faz apenas as alterações necessárias.


Exemplo: A Vanessa aprecia o poeta. A Vanessa aprecia-o.

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2.1 A Ana Lúcia não revelou a sua admiração ao colega.


2.2 Santa Cruz mostrará os poemas à Vanessa.
3. Assinala com X a frase em que a expressão sublinhada desempenha a função sintática de predicado.
O poeta mostra os seus poemas.
Os seus poemas são mostrados pelo poeta.
O poeta dá atenção aos seus poemas.

4. Lê a frase seguinte.
«É o teu caso.»
Assinala com X a opção que corresponde ao tempo e ao modo do verbo da frase.
Presente do indicativo.
Pretérito perfeito do indicativo.
Pretérito imperfeito do indicativo.

5. Lê a frase.
«Continua a escrever!».
Identifica o modo em que se encontra a forma verbal sublinhada.

6. Observa a frase.
«Tu consegues exprimir-te com tanta facilidade.»
6.1 Nomeia o processo de formação que está na origem da palavra sublinhada na frase.
6.2 Aponta duas palavras da família da palavra sublinhada.

GRUPO IV
Escreve uma carta a alguém que admires. Deves dizer o que pensas sobre uma pessoa ou personagem real ou imaginária.
O teu texto deve:
– respeitar a estrutura da carta;
– referir alguns sentimentos;
– revelar algumas características da pessoa/ personagem a quem é dirigida a carta;
– ser correto e bem estruturado;
– ter um mínimo de 100 e um máximo de 120 palavras. VM5LP © RAIZ EDITORA

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