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Resumo do artigo.

Título: Traditional marijuana, high-potency cannabis and synthetic cannabinoids: increasing


risk for psychosis.

Autor: Murray, Quigley, Quattrone, Englund, Di Forti.

Ano: 2016

Revista: World Psychiatry: Official Journal of the World Psychiatric Association

Link:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5032490/

O uso da maconha está associado com o aumento de risco de efeitos psicóticos. A


cannabis possui mais de cem canabinóides, os mais importantes são: canabidiol (CBD) e o
mais conhecido THC, que pode ser o grande responsável pela indução de psicose. A maconha
é utilizada por cerca de 180 milhões de pessoas no mundo, e independente de ser legalizada
ou não causam graves efeitos. O THC tem como efeito a euforia, aumento da sensação de
sociabilidade e perspicácia, é um agonista parcial no CB1R. Conforme o sistema
endocanabinóide realiza normalmente a atividade, o THC parece sobrecarregar o sistema
endógeno. Em alguns estudos realizados, foi demonstrado que uma dose elevada de THC
intravenosa pode induzir sintomas psicóticos de curta duração, contendo alucinações,
paranoia e pensamentos fora da realidade. O CBD, por outro lado, parece bloquear ou
melhorar os efeitos causados pelo THC. Ele pode reduzir taquicardias induzidos pelo THC,
também reduzir os efeitos causados na percepção e na memória, porém as plantas são criadas
para produzir mais THC do que CBD. Em uma pesquisa com 80.000 usuários de drogas, foi
demostrado que aqueles que faziam o uso de canabinóides sintéticos possuíam mais
probabilidade de acabarem em uma unidade de emergência do que aqueles que utilizam a
maconha tradicional, porém os canabinóides sintéticos possuem uma estrutura molecular
diferente, ou seja, não pode-se prever os efeitos colaterais. Um estudo foi realizado para
explorar a relação da cannabis com efeitos psicóticos, alguns jovens foram observados e
aqueles que consumiram mais de cinquenta vezes possuíam mais chances de desenvolveram
esquizofrenia do que aqueles que não faziam uso. Em vários estudos foi constato que quanto
mais extenso for o uso de cannabis maior é o risco para psicose. Em outro estudo foi
examinado 410 pacientes com primeiro episódio de transtorno psicótico e 390 sendo controle,
diante disso os que usavam maconha de alta potência eram cinco vezes mais propensos a
desenvolver sintomas psicóticos daqueles que não faziam uso. Em contrapartida, em uma
pesquisa holandesa, foi constatado que usuários de maconha com índice maior de CBD do
que THC apresentaram menos experiências psicóticas. Muitos pesquisadores acreditam na
vulnerabilidade genética, no qual potencializa os efeitos da cannabis em desenvolver
esquizofrenia. A vulnerabilidade explica porque a psicose é desenvolvida mais em uns do que
em outros. Outra questão importante é que em estudos com imagem cerebral foi constatado
que em indivíduos que começaram o uso pesado da maconha na adolescência apresentam
alterações cerebrais e um maior risco de desenvolver esquizofrenia na fase adulta.

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