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‫בית מדרש‬

Beth Midrash
julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782
LIÇÕES CONTEXTUALIZADAS PARA
COMUNIDADES JUDAICO-ADVENTISTAS

Fogo
Purificador
‫אש מצרף‬

3T
AUTOR Gavin Anthony

Fogo
EDITOR Cliford Goldstein

CONTEXTUALIZAÇÃO

Purificador
EDITOR Roberto Rheinlander Rebello
PROJETO GRÁFICO ORIGINAL
Henrique Felix
CONTEXTUALIZAÇÃO Carlos Muniz,
Claudia Masiero, Roberto Rheinlander,
Júlio Flores, Roger Rheinlander,
‫אש מצרף‬
REVISORES Lucas Fridman, Carlos
Muniz, Roger Rheinlander, Tamar
Guimarães
CONSELHEIROS Dr. Reinaldo Siqueira, Índice
Dr. Richard Amram Elofer, Cristiano Silva.

Sobre o Autor 04
Introdução 05
1 O Crisol do pastor de ovelhas 06
2 Os Crisóis da vida 14
3 A gaiola 22
4 Vendo a face do Ourives 30
5 Calor Extremo 38
CONFERÊNCIA GERAL 6 Lutando com toda energia 46
Reinaldo Siqueira
7 Esperança indestrutível 54
8 Vendo o invisível 62
BELO HORIZONTE, MG 9 Uma vida de Halel 70
Rua Aveiro 367 - S. Francisco
Marcelo Matos Gomes 10 Mansidão no Crisol 78
11 Esperando no Crisol 86
CAMPINAS, SP
Rua Joaquim Teodoro Teixeira de Souza, 227 12 Morrer como semente 94
Edinelson Sudre Storch
13 O Messias no crisol 102
CURITIBA, PR Estudos Diários 110
CCA Rua Lysimaco Ferreira da Costa, 980
Miguel Santos Glossário e Abreviações 114
FLORIANÓPOLIS, SC Calendário 126
Rua José Boiteux, 53 - Centro Bençãos Diversas 128
Filipe Canarin

MANAUS, AM
Rua M/N, 5 - Morada do Sol
David Riarte

RIO DE JANEIRO, RJ
Rua da Matriz, 16 - 3º andar - Botafogo Notas
Jean Rufino
1 Este guia de estudo é uma versão adaptada das lições da Escola Sabatina
SÃO PAULO, SP ao contexto Judaico-Adventista. É usada pelos membros das Beth Bnei Tsion
Rua Armando Penteado, 291 - Higienópolis [Comunidades Judaico-Adventistas] como auxiliar e apoio ao estudo semanal.
Rogel Tavares
Visa tornar a linguagem mais acessível a esse contexto. O conteúdo original é
preservado usando apenas adaptações contextuais.
2 As versões bíblicas adotadas preferencialmente nessa contextualização são
"Bíblia Judaica Completa" traduzida por David H. Stern, "Bíblia Hebraica"
traduzida por David Gorodovits e Jairo Fridlin e tradução livre da "Orthodox
Jewish Bible".
3 As referências para estudo semanal (Parashá, Haftará) e costumes e festas
encontram-se junto aos semanais.
4 Demais informações encontram-se anexos ao final deste guia.
Sobre o Autor

Gavin Anthony
G avin Anthony cresceu no Sri Lanka. Graduou-se em Teolo-
gia no Newbold College, Inglaterra. Autor de vários livros,
artigos, entre eles, "Communion with God: A Guide for Daily De-
votions", "One Ambition: A Practical Introduction to Life with
God".
Atualmente é presidente da Associação Adventista do Séti-
mo Dia na Islândia e estuda para título Ph.D. com foco em edu-
cação e discipulado na Andrews University.

4 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Introdução

O sacrifício do Criador
"Todas as coisas" foram feitas por ele, o Mashiach, e, contudo, "Yeshua chorou" (Gn 1:1;
Jo 1:3; 11:35). Ele chorou? E mais, foi "desprezado e o mais rejeitado entre os homens, Ho-
mem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53:3). No madeiro, ele clamou: "Eli, Eli! L'ma
sh'vaktani? - Meu D'us! meu D'us! Por que me abandonaste?" (Mt 27:46).
O Criador, em quem "vivemos, nos movemos e existimos" (At 17:28), sofreu de um
modo que jamais sofreremos. "Na verdade, eram os nossos sofrimentos que suportava, e as
dores que o oprimiam" (Is 53:4). Esse foi o ato mais incrível da história cósmica!
Neste trimestre, tentaremos compreender a razão de existir sofrimento. Não temos
todas as respostas, mas "D'us é amor" (1Jo 4:8), e, apesar das aflições, podemos confiar Nele
e crescer em graça por meio das aflições, não importa quanto o processo seja doloroso.
Como os fiéis enfrentaram desespero, traição e injustiça? O que aprenderam? Devemos
olhar para eles em contraste com seu sacrifício, pois Yeshua passou por situações piores.
''A noite no Gulgalta é tão importante na história do ser humano, pois, em sua sombra,
a Divindade abandonou Seus privilégios tradicionais e bebeu até a última gota, incluindo o
desespero, a agonia da morte" (1). ''O sacrifício do Messias é uma revelação, aos nossos sen-
tidos embotados, da dor que o pecado, desde seu início, acarretou ao coração de D'us" (2).
A lição nos ajuda a lidar com o sofrimento. Essa realidade não quer dizer que D'us nos
abandonou, mas que partilhamos da sina dos pecadores. Entretanto, por meio da esperan-
ça no Messias, encontramos significado e propósito em situações absurdas. Podemos crer
que D'us faz todas as coisas cooperarem para o bem de quem o ama (a D'us)" (Rm 8:28) - o
Criador de tudo e que sofreu tudo por nós. Por isso, O amamos.

(1)
Albert Camus, The Rebel [Nova York: Vintage International, 1991), p. 33
(2)
Ellen G. White, Educação, p. 263

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Lição 1 26 de junho a 2 de julho | 27 Sivan a 3 de Tamuz

O crisol do Pastor de ovelhas


VERSO PARA MEMORIZAR
"Restaura minha alma; guia-me por veredas da justiça por amor de Seu Nome." (Sl
23:3)

LEITURAS DA SEMANA
Sl 23; Rm 12:18-21

Introdução

S ophie recostou-se na porta do quarto e deslizou até o chão. Lágrimas brotaram


rapidamente e pouco depois ela começou a chorar. "Como ele pôde? Como ele
pôde!" Sophie havia acabado de receber notícias que partiram seu coração. Alguém
que ela pensava ser um amigo, alguém que ela respeitava e em quem confiava, es-
tava falando lashon hará sobre ela a fim de arruinar sua reputação e o trabalho que
ela vinha fazendo. Ao pegar sua Bíblia, de repente se viu olhando algumas palavras
muito familiares: "Restaura minha alma; guia-me por veredas da justiça por amor
de Seu Nome. Ainda que eu siga pelo vale das sombras da morte, nada temerei, pois
Tu estarás comigo; Teu cajado e Teu bordão me darão apoio e conforto." (Sl 23:3, 4).
"Não pode ser!", ela deixou escapar para si mesma. Mas a lógica parecia inevi-
tável. O Pastor de ovelhas no salmo guiava Suas ovelhas nos caminhos da justiça,
mas esses mesmos caminhos também pareciam serpentear para o vale da sombra da
morte. Seria possível que mesmo essa traição dolorosa, esse vale escuro, pudesse ser
usado por D'us para guiá-la na justiça?

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 38 ‫ קרח‬CÔRACH [Envia]: Nm 16.1 - 18.32


HAFTARÁ: 1Sm 11.14 - 12.22
BRIT HADASHÁ: 2 Tm 2.8-21; Jd 1-25; Rm 13.1-7
TEHILIM: Sl 5

6 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


26 de junho | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 27 Sivan Domingo

Um Guia para a jornada: o Pastor de ovelhas

"O Eterno é meu pastor e por isto nada me pode faltar." (Sl 23:1). Algumas crianças
foram convidadas a fazer um desenho de D'us. Sem exceção, cada uma fez um
desenho que continha um coração em algum lugar. Quando questionadas sobre isso,
declararam unanimemente que D'us é amor. Simples assim.
É fácil ter uma boa opinião sobre o Eterno e Seus propósitos quando tudo está bem.
Mas, à medida que envelhecemos e a vida se torna mais difícil, com frequência nossa
visão de D'us muda. Ele não muda, é claro (Hb 13:8; Tg 1:17), mas nós mudamos.
Por causa do estilo de vida como pastores de rebanhos das pessoas nos tempos anti-
gos, Tehilim - Sl 23 - usa a imagem de um pastor para descrever a maneira pela qual D'us
cuida de nós. Esse símbolo é usado em toda Escritura. É uma imagem maravilhosa e imu-
tável. Antes de irmos a ele, examinemos como diferentes escritores da Bíblia entendiam
o serviço e o caráter do pastor.

1. O que aprendemos sobre o Pastor nos versos a seguir?


Is:11 ________________________________________________________________________________________________
Jr 23:3, 4 ___________________________________________________________________________________________
Ez 34:12____________________________________________________________________________________________
Jo 10:14-16 ________________________________________________________________________________________
1 Pe 2:25 ___________________________________________________________________________________________

2. No Mizmor leDavid (Sl 23), o que o Pastor faz para cuidar de suas ovelhas?
v. 3 ______________________________________________________________________________________________
v. 4 ______________________________________________________________________________________________
v. 5 ______________________________________________________________________________________________
v. 6 ______________________________________________________________________________________________

O que significa saber que existe Alguém cuidando de você? Como usar essa ilustra-
ção para encorajar alguém cuja imagem de D'us foi obscurecida por suas próprias
lutas?

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Segunda 27 de junho | ‫ יום שני‬Yom Sheni 28 Sivan

Locais na jornada

"G uia-me por veredas da justiça por amor de Seu Nome." (Sl 23:3).
Imagine as "veredas da justiça" (Sl 23:3) estendendo-se ao longe. Você não
consegue ver o fim, mas sabe que no final da jornada está o lar, a casa do Eterno. Ao
aproximar mais o olhar, você vê aonde os caminhos levam? É possível ver alguns lugares
com clareza, mas outras partes estão totalmente obstruídas por obstáculos grandes ou
perigosos. Algumas vezes, o caminho desaparece atrás de um cume. Algumas partes dele
são fáceis de percorrer; outras são difíceis. Foi exatamente assim quando Israel viajou do
Egito para a terra prometida.

3. Identifique os locais pelos quais David observou as ovelhas passando ao seguir as


veredas da justiça e ao se dirigir à casa do Eterno. (Sl 23)

Mas por que esses caminhos são chamados de "veredas da justiça" ou "caminhos
retos"? Eis quatro razões importantes: são caminhos retos pois nos levam ao destino
certo: a casa do Pastor; porque nos mantêm em harmonia com a pessoa certa: o próprio
Pastor; porque nos treinam para sermos pessoas retas: como o Pastor; porque nos dão
o testemunho certo - à medida que nos tornamos pessoas retas, damos glória ao Eterno.
São caminhos "retos" ou "justos", quer o caminho seja fácil ou difícil.
É importante perceber que, quando D'us nos guia, não é simplesmente uma ques-
tão de entregar um pacote ao seu destino. É muito mais do que orientação e proteção.
Como os muitos exemplos em toda a Bíblia em que D'us guia Seu povo (seja conduzindo
Avraham por Suas promessas ou Israel pela coluna de fogo e pela nuvem), quando Ele
está guiando, trata-se sempre de treinar Seu povo na retidão.

Você está ciente de que a retidão é a prioridade do Pastor para sua vida? Como as
provações podem fazer com que você reflita melhor o caráter do Messias?

8 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


28 de junho | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 29 Sivan Terça

Desvio inesperado 1: o vale

"A inda que eu siga pelo vale das sombras da morte, nada temerei, pois Tu estarás
comigo; Teu cajado e Teu bordão me darão apoio e conforto." (Sl 23:4).
Seria bom se as veredas da justiça abrissem caminho apenas ao longo das margens
de riachos de água fresca cobertos de grama. Mas não foi assim que David pintou a cena.
Ao longo desses caminhos também estava o vale da sombra da morte. Esse não é um lu-
gar que desejamos visitar! Em certas épocas do ano, os córregos e desfiladeiros em Israel
estavam sujeitos a inundações que podiam chegar inesperadamente e ser devastadoras.
Esses lugares também eram estreitos, com lados íngremes que bloqueavam a luz. Por-
tanto, "a sombra da morte" é uma imagem para "sombra muito profunda" ou "escuridão
profunda".

4. Pense nas vezes em que você esteve em seu próprio "vale da sombra da morte".
Como foi? Você teve medo, mesmo sabendo que o Pastor estava lá? Quais versos
bíblicos foram mais preciosos para você nesses momentos e por quê?

5. Como você acha que as ove lhas foram parar no vale? Acredita que foi por iniciati-
va própria, ou o Pastor as conduziu naquela direção?

"Um cordeiro que se encontra no vale da sombra da morte pode concluir que foi con-
duzido indevidamente. Foi preciso que ele atravessasse aquela escuridão para aprender
a não temer. O pastor ainda está com ele" (1).

Você já sentiu que foi "conduzido indevidamente" ao vale? Como respondeu a D'us
durante esse tempo? Por que acha que o Pastor pode correr o risco de ser mal-inter-
pretado ao permitir que entremos em um vale escuro?

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Quarta 29 de junho| ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 30 Sivan

Desvio inesperado 2: a mesa rodeada

"P reparas-me uma mesa de delícias na presença de meus inimigos. Unges com óleo minha
cabeça, meu cálice transborda." (Sl 23:5).
Na vida, inevitavelmente encontraremos inimigos. Como você lida com eles? Já ficou acor-
dado à noite, revirando-se, sonhando com maneiras de se vingar dos que tentaram machucá-lo
ou destruir seu trabalho? É difícil saber lidar com os inimigos.

6. Que tipo de inimigos você já teve? Como reagiu aos que tentaram machucar você
ou os seus queridos? O que significa viver em paz com todos? (Mt 5:44; Rm 12:18-21)

No verso 5 (Sl 23:5), David nos mostrou uma forma interessante de lidar com os inimigos.
Ele obscurecia a presença deles ao olhar para o que D'us estava fazendo em seu favor. O Eterno
lhe preparou um banquete.
Na cultura de David, quando um convidado de honra comparecia a um banquete, o anfi-
trião ungia sua cabeça com óleo quando o convidado estava prestes a entrar no salão de ban-
quetes. O óleo era uma mistura de azeite e perfume. Depois, o convidado era posicionado no
assento em frente a uma abundância de alimentos, em quantidade muito maior do que al-
guém poderia comer.

7. Como os três itens (mesa, óleo e cálice) nos ajudam a lembrar de como o Eterno
provê, mesmo quando estamos no vale? (Sl 23:5)

"Porque nós não lutamos contra seres humanos, mas contra os líderes, as autoridades e os
poderes cósmicos que governam as trevas, contra as forças espirituais do mal na esfera celes-
tial." (Ef 6:12). Nossos inimigos incluem aqueles que vemos e aqueles que não vemos. Quer
queiramos ou não, estamos cercados pelo mal. No entanto, quando estamos com o Pastor, ne-
nhum inimigo, visível ou invisível, pode roubar o que Ele providenciou para nós.

De que maneira o Pastor tratou você quando os inimigos lhe cercaram? Nesses mo-
mentos, o que lhe permitiu dar graças mesmo diante dessas dificuldades?

ROSH CHODESH TAMUZ

10 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


30 de junho | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 1 Tamuz Quinta

Uma promessa para a jornada

"C ertamente a bondade e misericórdia me acompanharão por todos os dias de mi-


nha existência. E, por todo o sempre, habitarei na Casa do Eterno." (Sl 23:6).
Quando estamos no vale ou cercados por inimigos, às vezes é tentador acreditar que
fomos deixados sozinhos. Raciocinamos que, se D'us tivesse ajudado, não estaríamos
nessa situação. Mas David obviamente não via dessa forma.

8. Apesar das provações, de quais duas coisas David tinha certeza? (Sl 23:6; Ef 1:4; 2Pe
1:10; Hb 11:13-15)

Algumas traduções dizem que a bondade e o amor infalível (o compromisso da alian-


ça de D'us) me "seguirão" (‫ ִי ְר ְדּפ ּו ִני‬yirdefuni) todos os dias da minha vida. No entanto, o
verbo original (‫ ָרַדף‬radáf) é muito mais forte, e o verso deveria dizer que a bondade e o
amor infalível me "perseguirão" (é o mesmo verbo hebraico usado em passagens como
Gn 14:14 "e seguiu" (‫ ַו ִי ְּר דֹּף‬vayirdof), Js 10:19 "persegui" (ּ‫ ִר ְד פו‬ridfu) e 1 Sm 25:29 "para
perseguir-te" ( ‫ ִל ְרָד ְפ ָך‬- lirḏafecha), em que a ideia de "perseguição" é muito clara).

9. O que lhe vem à mente ao imaginar a bondade e o amor infalível "perseguindo"


você? O que David quis dizer sobre D'us ao descrever Seu cuidado por nós dessa
maneira?

Apesar do vale profundo e dos persistentes inimigos, temos a certeza da bondade de


D'us, do Seu amor infalível e de Sua orientação até o fim da jornada. Se esses pensamen-
tos sustentaram Yeshua no madeiro, também somos encorajados por meio deles.
Contudo, há momentos em que aqueles com quem nos preocupamos se veem cheios
de perguntas. Como observamos no exemplo de David, a melhor maneira de lidar com
essas preocupações geralmente não é com uma descrição do que D'us pode fazer. Em vez
disso, conforme nos mostra David no verso 6 (Sl 23:6), devemos enfrentá-las com uma
declaração de convicção pessoal da verdade sobre nosso D'us.

Aponte evidências de que a bondade e o amor infalível de D'us nos perseguem. Que
evidência bíblica podemos acrescentar? Como compartilhar isso com alguém que
duvida do cuidado divino? Como o sacrifício do Messias é o maior exemplo dessa
"perseguição"?

ROSH CHODESH TAMUZ

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Sexta 1 de Julho | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 2 Tamuz

Estudo adicional

"O s que finalmente serão vitoriosos terão em sua vida religiosa ocasiões de terrível
perplexidade e provação; não devem, porém, rejeitar sua confiança, pois isso é
parte de sua disciplina na Yeshivá do Mashiach, e é essencial a fim de ser eliminada toda
escória. O servo de D'us deve suportar com ânimo os ataques do inimigo, suas ofensivas
provocações e vencer os obstáculos que Satan colocará em seu caminho [...]
"Mas se, em vez de olhar para baixo, às dificuldades, fixarem o olhar em cima, não
desfalecerão no caminho e logo verão que o Eterno estende a mão para ajudá-los. Só terão
então de dar-Lhe a mão em singela confiança e deixar que Ele os guie. Ao se tornarem
confiantes, se tornarão esperançosos [...] "Acharão ajuda no Messias para a formação de
um caráter firme, simétrico e belo. Satan não pode tornar de nenhum efeito a luz que irra-
dia de um caráter assim.
"D'us nos deu Seu melhor dom, sim, Seu Filho unigênito, para, revestindo-nos de Sua
própria perfeição de caráter, elevar-nos, enobrecer-nos e habilitar-nos para o lar em Seu
reino" (2).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Testemunhos, v. 4, p. 143
Idem; O Desejado de Todas as Nações, p. 383-388 [476-484].

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Você crê que as provações da vida podem ser uma disciplina na Yeshivá do Messias?
2 O que podemos fazer para que sejamos usados pelo Eterno na ajuda aos necessitados?
3 Yeshua foi capaz de perseverar nos últimos instantes antes de sua morte? O exemplo
Dele nos ajuda nos problemas que enfrentamos?

REFERÊNCIAS
(1)
Elisabeth Elliot, Quest for Lave, 1996, p. 218 (contextualizado)
(2)
Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 47 [63, 64] (contextualizado)

12 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

2 de julho | ‫ שבת‬Shabat 3 Tamuz

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 13


Lição 2 3 a 9 de julho | 4 a 10 de Tamuz

Os crisóis da vida
VERSO PARA MEMORIZAR
"Queridos amigos, não considerem estranha a provação abrasadora que ocorre entre
vocês para testá-los, como se algo extraordinário lhes ocorresse. Em vez disso, alegrem-se
à medida que participam dos sofrimentos do Messias, para que vocês também exultem
quando sua Sh'khinah for revelada." (1 Pe 4:12, 13)

LEITURAS DA SEMANA
1 Pe 4:12-19; 5:8 -11; Rm 1:21-32; Jr 9:7-16; 2 Co 12:7-10

Introdução

E m laboratórios de química, com frequência são colocados em um pequeno reci-


piente diferentes materiais, que são aquecidos a temperaturas extremas. À me-
dida que o recipiente fica mais quente, os materiais nele colocados ou se derretem,
chiam, esguicham ou se incandescem, dependendo do que são feitos. O recipiente é
chamado de crisol ou cadinho.
Um crisol é definido no dicionário como (1) recipiente utilizado para derreter
uma substância em altas temperaturas, (2) uma prova severa, (3) lugar ou situação
em que forças concentradas interagem para causar ou influenciar mudanças ou
desenvolvimento.
Essas definições também nos dão uma percepção útil sobre o que acontece em
nossa vida religiosa. Nesta semana destacaremos algumas razões pelas quais pode-
mos nos encontrar sob pressão e passar por provas cujas circunstâncias nos fazem
mudar, nos desenvolver e crescer em caráter. Isso nos ajudará a ter ciência do que
o Eterno faz em nossa vida para que, ao passarmos por um crisol, tenhamos noção
de como reagir.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 39 ‫ חקת‬CHUCAT [prescrição]: Nm 19.1 - 22.1


HAFTARÁ: Jz 11.1-33
BRIT HADASHÁ: Jo 3.9-21;4.3-30;12.27-50
TEHILIM: Sl 39

14 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


3 de julho | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 4 de Tamuz Domingo

Surpresas

"Q ueridos amigos, não considerem estranha a provação abrasadora que ocorre en-
tre vocês para testá-los, como se algo extraordinário lhes ocorresse." (1 Pe 4:12).
Surpresas dolorosas podem ocorrer de muitas formas. Um carro que se desvia na
estrada em sua direção, uma notificação súbita de que você perdeu o emprego. Um exa-
me médico que lhe dá más notícias. Ser traído por alguém que você imaginava que o
amasse. Por mais lamentável que seja a dor, é pior ainda quando acontece de surpresa.
Nesta semana, veremos alguns tipos específicos de situações dolorosas ou crisóis que
não deveriam nos surpreender.
A palavra ξενίζεσθε (xenizeste) traduzida como "considerem estranha/estranheis" (1
Pd 4:12) significa também ser "alheio" ou "estrangeiro". Shimon estava exortando seus
leitores a não cair na armadilha de acreditar que tribulações e dificuldades atrozes se-
jam alheias à experiência de quem crê. Em vez disso, deveriam ser consideradas normais
- elas podem e devem ser esperadas.
A palavra usada para "provação abrasadora" ou "dura prova de aflição" vem de outra
palavra πυρώσει (pirosei) e significa "queimadura". Em outros lugares é traduzida por
"fogo". Essa experiência de sofrer pela fé pode, portanto, ser considerada um "processo
de fundição", o processo do crisol.

1. Qual é a mensagem de Shimon Kefa? (1 Pd 4:12-19)

Muitos são surpreendidos pelo sofrimento porque têm uma visão muito simplificada
da vida religiosa. O tov e o hará. Com frequência, colocamos automaticamente tudo o que
é bom na caixa de D'us e tudo o que é ruim na caixa de Satan. Mas a vida não é tão sim-
ples. Não podemos usar nossos sentimentos para decidir o que está numa caixa e o que
está na outra. Caminhar com Hashem pode ser desafiador e difícil, e seguir o adversário
pode parecer vantajoso. Ióv (Jó), que era íntegro e correto, mas sofreu, ilustra isso com
uma pergunta: "Por que os ímpios vivem e alcançam a velhice, tornam-se poderosos e
amealham fortunas?" (Jó 21:7).

Shimon estava se referindo a provas que acontecem porque seguimos o Messias.


Mas existem outros motivos para as dificuldades. Como os escritos de de Shimon
Kefa podem nos ajudar a explicar a um amigo por que ele não deve se surpreender
com as provações da vida? (1 Pd 4:12-19)

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Segunda 4 de julho | ‫ יום שני‬Yom Sheni 5 Tamuz

Crisóis do Adversário

"M antenham-se sóbrios e alertas! O Adversário, o inimigo de vocês, aproxima-se


sorrateiramente e, como leão que ruge, procura alguém para devorar." (1Pe 5:8).

2. Qual é a mensagem do texto acima? (1 Pe 5:8) Com que seriedade você considera
essas palavras? Que atitudes demonstram se você as leva a sério ou não?

Você já observou um leão com fome? É terrível porque sabemos que ele pode pegar
e comer quase qualquer coisa que desejar. Shimon disse que o Adversário está ao redor
como um leão. Quando olhamos em volta, podemos ver as consequências de seu desejo
de matar. Morte, sofrimento e a distorção e perversão de princípios e valores estão em
toda parte. Não podemos passar por alto as ações de Satan (o Adversário).

3. Como devemos reagir a essa atitude do Adversário? (1 Pd 5:8-11)

4. O que D'us promete fazer por aqueles que sofrem? 1Pe 5:10

Shimon escreveu essas palavras no contexto da reação aos ataques de Satan à con-
fiança em D'us. Mas, como mencionamos, ele atua de diferentes maneiras. Embora deva-
mos estar cientes da realidade e do poder do nosso adversário, nunca podemos desani-
mar, pois precisamos sempre nos lembrar de que o Mashiach derrotou Satan, e enquanto
estivermos ligados ao Eterno, apegados a Ele com confiança, nunca seremos vencidos.
Por causa do sacrifício, a vitória do Messias é a nossa vitória.

Como podemos lidar com a angústia que experimentamos por viver neste mundo
após a queda, do qual Satan faz um caos? (1 Pd 5:8-11)

16 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


5 de julho | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 6 Tamuz Terça

Crisóis do pecado

"A ira de D’us é revelada desde o céu contra toda a perversidade e impiedade de
pessoas que, motivadas por sua injustiça, mantêm a supressão da verdade"
(Rm 1:18).
Tudo o que fazemos tem consequências. Se você permanecer ao sol forte com
um sorvete, ele vai derreter. Causa e efeito andam juntos. Não importa quanto quei-
ramos que as coisas sejam diferentes, com o pecado ocorre a mesma coisa. Ele tem
consequências. D'us não Se assenta no Céu imaginando que coisas terríveis pode
fazer às pessoas que pecam; não! O próprio pecado traz suas consequências.
O problema é que muitas vezes pensamos que, de alguma forma, podemos enga-
nar a D'us e pecar sem experimentar as consequências. Isso nunca acontece. Shaul
deixou bem claro que o pecado tem consequências não só para a eternidade, mas
resultados dolorosos e angustiantes também no presente.

5. Rabi Shaul falou de pessoas que caíram no pecado e das consequências dessa es-
colha. (Rm 1:21-32). Resuma a essência do que ele disse, focalizando especificamente
as fases do pecado e as consequências dele.

Alguns versos antes Shaul descreveu essas consequências como a "ira de D'us"
(Rm 1:18). A ira divina nessa passagem é simplesmente o ato divino de permitir
que os seres humanos colham o que semearam. Mesmo para nós, D'us nem sempre
intervém de imediato para remover a dor que resulta de nossas próprias ações.
Muitas vezes, Ele permite que experimentemos as consequências de nossas atitudes
para que entendamos quão profundamente danoso e ofensivo é o pecado.
Temos considerado as consequências de transgredir as mitsvot. Mas e quanto à
quebra das leis de saúde? Nosso corpo é o Templo do Eterno. Se o maltratamos, dei-
xando de comer de forma saudável ou de fazer exercícios, ou mesmo trabalhando
em excesso, isso também é quebra da lei, e suas consequências podem trazer um
crisol.

Você tem colhido as consequências imediatas de seus pecados? Que lições tem
aprendido? Que mudanças deve fazer para não passar por algo semelhante nova-
mente?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 17


Quarta 6 de julho | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 7 Tamuz

Crisóis de purificação

"P ortanto, assim disse o Eterno dos Exércitos: 'Hei de purgá-los e os farei passar por
testes, pois o que mais poderia Eu fazer pela filha de Meu povo?'" (Jr 9:7).
"Se o Espírito de D'us traz à sua mente uma palavra do Eterno que o fere, tenha a cer-
teza de que há algo em você que Ele quer ferir até ao ponto da morte" (1).

6. Como você entende a citação e o verso acima? Qual tem sido sua experiência com
a dor envolvida no processo de purificação?

7. O Eterno disse: "Hei de purgá-los farei passar por tetes [ou "fundirei e provarei"]
Judá e Jerusalém (Jr 9:7). Quais duas razões D'us deu para isso? (Jr 9:13, 14). Como
aconteceria o refinamento? (Jr 9:15, 16)

A prova e o refinamento divinos envolvem uma ação drástica. Talvez existam três ra-
zões pelas quais a prova e o refinamento podem parecer um crisol. Primeira, experimenta-
mos a dor à medida que D'us permite que as circunstâncias chamem nossa atenção para o
nosso pecado. Poucos versos antes, Jeremias (Irmiáhu) escreveu com tristeza: "Sopram vio-
lentamente os foles, e o chumbo é consumido pelo fogo. Em vão tenta refiná-lo o fundidor,
pois não consegue separar os malvados." (Jr 6:29). Assim, às vezes é necessária uma ação
drástica para se obter nossa atenção. Segunda, nos angustiamos à medida que nos senti-
mos pesarosos pelo pecado que então enxergamos claramente. Terceira, nos frustramos
ao tentar viver de forma diferente. Pode ser bastante desconfortável e difícil continuar
escolhendo desistir das coisas que tanto fizeram parte de nós.

Se D'us fosse prová-lo e refiná-lo hoje, como Ele faria isso? Que atitude você poderia
tomar agora para deixar seu pecado antes que D'us precise tomar atitudes drásti-
cas, como fez com o povo no tempo do cativeiro?

18 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


7 de julho | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 8 Tamuz Quinta

Crisóis de maturidade

"P or causa disso, para evitar que eu me tornasse excessivamente orgulhoso, recebi um
espinho na carne, um mensageiro do Adversário para me golpear, a fim de não me
tornar vaidoso." (2 Co 12:7).
Existe uma grande diferença entre corte e poda. Cortamos plantas que não queremos
mais; podamos as plantas para que se desenvolvam e frutifiquem mais. No entanto, ambos
os processos envolvem uma faca afiada. A poda exige que se corte partes da planta que
podem parecer, a um jardineiro iniciante, o mesmo que a morte. "Você está orando pelas
bênçãos superabundantes de D'us e suplicando que Ele o torne mais parecido com Seu
filho? "Se sua resposta for sim, então você está pedindo pelas podadeiras" (2).
O que Shaul quis dizer com "espinho na carne" (2Co 12:7)? As hipóteses de respos-
tas para isso vão desde ataques constantes de inimigos a uma dificuldade na fala. Uma
das possibilidades mais prováveis é que fosse um problema com a visão (3). Curiosamente,
Shaul acreditava que seu “espinho" havia sido "dado" a ele.

8. O que Shaul quis dizer com a expressão "foi-me dado"? Quem deu a ele o espinho?
Como D'us poderia usá-lo para o benefício de Shaul?

O "espinho" de Shaul tinha um propósito: A fim de que ele não se exaltasse (2Co 12:7).
Não foi por causa de um pecado específico, mas para evitar o pecado. Shaul reconhecia sua
fraqueza para o pecado e que esse "espinho" poderia protegê-lo.

9. Como Shaul lidava com seu "espinho"? Essa fraqueza tinha outros benefícios espi-
rituais para ele? A reação de Shaul ajuda você a lidar com "espinhos" que tenha que
carregar? (2 Co 12:7-10).

As ideias de D'us para seu desenvolvimento são bem diferentes das suas próprias?
Em quais áreas da vida você precisa se tornar mais frutífero em justiça? Quais quali-
dades espirituais deseja pedir que D'us desenvolva em você por meio de Sua "poda"?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 19


Sexta 8 de julho | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 9 Tamuz

Estudo adicional

"E le, que lê o coração dos homens, conhece melhor do que eles mesmos seu caráter. Vê
que alguns têm faculdades e possibilidades que, bem dirigidas, poderiam ser empre-
gadas no avanço de Sua obra. Em Sua providência, D'us colocou essas pessoas em diferentes
situações e circunstâncias para que descubram, em seu caráter, defeitos que a eles mesmos
estavam ocultos. Dá-lhes oportunidade de corrigir tais defeitos e se tornar aptos para O ser-
vir. Permite por vezes que o fogo da aflição os assalte, a fim de que sejam purificados" (4).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Signs of the Times, 18/11/1903
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 1.303
Ellen White, Minha Consagração Hoje, p. 84

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Que promessas D'us fez que nos encorajam a perseverar mesmo após termos pecado?
(Leia Rm 5:1-11.)
2 Como a providência divina funciona? Como saber quando algo acontece pela provi-
dência divina? A providência trouxe provas à sua vida? O que aprendeu com essa ex-
periência? Como ajudar outra pessoa que está perguntando se algum acontecimento é
providência divina?
3 Você conhece alguém que esteja passando por um crisol? É importante saber qual foi a
causa da situação? Como reagir ao sofrimento dessa pessoa?

REFERÊNCIAS
(1)
Oswald Chambers, My Utmost for His Highest, p. 271 (contextualizado)
(2)
Bruce Wilkinson, Secrets of the Vine, p. 60 (contextualizado)
(3)
Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 1.235 (contextualizado)
(4)
Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 471 (contextualizado)

20 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

9 de julho | ‫ שבת‬Shabat 10 Tamuz

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 21


Lição 3 10 a 16 de julho | 11 a 16 Tamuz

A gaiola
VERSO PARA MEMORIZAR
" Regozijem-se nisso, ainda que por um curto período vocês devam ser afligidos por
várias provações." (1 Pe 1:6)

LEITURAS DA SEMANA
Êx 14; 15:22-27; 17:1-7; Pv 3; Lc 4:1-13; 1Pe 1:6-9

Introdução

"A plena luz do dia, e ouvindo a música de outras vozes, o pássaro engaiolado não
aprenderá a canção que o dono procure lhe ensinar. Aprende um fragmento
desta, um trinado daquela, mas nunca uma melodia determinada e completa. Eis po-
rém que o dono cobre a gaiola e a coloca onde o pássaro não ouvirá senão o canto que
se lhe pretende ensinar. Nas trevas, o pássaro tenta, e tenta de novo, modular aquele
canto, até que por fim o entoa em perfeita melodia. O pássaro pode então sair da
obscuridade e voltar à luz: não esquecerá jamais a melodia que lhe foi ensinada. É
assim que D'us procede com Seus filhos. Ele tem um canto para nos ensinar, e, quan-
do o houvermos aprendido no meio das sombras da aflição, poderemos cantá-lo para
sempre" (1).
Observe que quem leva o pássaro para as trevas é o próprio dono.
É fácil compreender que o Adversário causa dor, mas o próprio D’us participaria
ativamente em nos conduzir a crisóis em que experimentamos confusão ou sofri-
mento?

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 40 ‫ בלק‬BALAC [Balac]: Nm 22.2 - 25.9


HAFTARÁ: Mq 5:6 - 6:8
BRIT HADASHÁ: 2Pd 2:1-22; Jd: 11; Rv 2:14-15; 1Co 1:20-31
TEHILIM: Sl 79

22 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


10 de julho | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 11 Tamuz Domingo

Indo à terra prometida por um beco sem saída

"E o Faraó se aproximou, e os filhos de Israel levantaram os olhos e eis que os


egípcios marchavam atrás deles, e temeram muito, e os filhos de Israel cla-
maram ao Eterno." (Êx 14:10).
Você já foi vítima de uma armação, conduzido a uma armadilha ou a um beco
sem saída? Em alguns casos, pode ser bom, como adentrar inesperadamente uma
sala onde amigos o aguardam e todos gritam “Surpresa! Feliz aniversário!" Outras
vezes pode ser um choque. Talvez você tenha sido vítima de bullying na época da
escola ou um colega de trabalho tenha tentado fazer com que você parecesse mau.
Do dia em que nossos antepassados deixaram o Egito até chegarem à terra pro-
metida, "E o Eterno ia diante deles de dia, com uma coluna de nuvem para guiá-los
no caminho, e de noite, com uma coluna de fogo para os iluminar, para andar de
dia e de noite." (Êx 13:21). Cada parte da jornada foi conduzida por D'us. Mas olhe
para onde Ele os levou primeiro: ao lugar em que o mar estava diante deles, havia
montanhas de um lado e de outro, e o exército do Faraó vinha logo atrás!

1. Por que D'us levou o Seu povo a um lugar em que sabia que eles ficariam ame-
drontados? (Êx 14)

Seguir "a coluna" não assegura felicidade em todo o tempo. Às vezes é uma
experiência difícil, porque o treinamento na justiça pode nos levar a lugares que
testam nosso coração, o qual é enganoso (Jr 17:9). Nas dificuldades, a chave para
saber se estamos seguindo a D'us não é necessariamente a ausência de provações,
mas estar aberto à instrução divina e à submissão contínua de nosso coração à
Sua liderança.

2. Que lição os israelitas aprenderam com essa experiência? (Êx 14:31)

Por que confiar em D'us às vezes é tão difícil, mesmo conhecendo muitas das Suas
maravilhosas promessas? Relembre uma situação difícil à qual você crê que o Eterno
o tenha conduzido a fim de lhe ensinar a "acreditar" Nele e a "temê-Lo".

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 23


Segunda 11 de julho | ‫ יום שני‬Yom Sheni 12 Tamuz

Águas amargas

"E toda a congregação dos filhos de Israel viajou do deserto de Sin para suas
jornadas conforme a ordem do Eterno, e acamparam em Refidim, e não havia
água para beber." (Êx 17:1) .
Talvez não recebamos de D'us tudo o que queremos, mas acaso não podemos
esperar obter tudo de que precisamos? Não o que achamos que precisamos, mas o
que de fato precisamos?
Havia algo de que os israelitas com certeza precisavam: água. Imediatamente
depois que D'us os conduziu por meio de uma nuvem através do Mar Vermelho, eles
O seguiram pelo deserto quente e sem água por três dias. Naquele lugar, onde era
tão difícil encontrar água, o desespero deles é compreensível.
Aonde D'us os levou? A coluna foi a Mara, onde enfim havia água. Eles devem
ter se sentido animados. Porém, quando provaram a água, imediatamente a cuspi-
ram, pois era amarga. "E o povo queixou-se contra Moisés, dizendo: Que bebere-
mos?" (Êx 15:24).
Então, alguns dias depois, a coluna parou onde não havia água (Êx 17:1).

3. O que D'us revelou aos nossos antepassados sobre Si mesmo em Mara e em Refi-
dim? (Êx 15:22-27 e 17:1-7) Que lições deveriam ter aprendido?

4. Em Refidim, que pergunta fizeram os filhos de Israel? (Êx 17:7). Você já fez a mes-
ma pergunta? Se sim, por quê? Como se sentiu e que lições aprendeu após obter a
resposta?

24 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


12 de julho | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 13 Tamuz Terça

O conflito no deserto

"E ntão Yeshua, cheio do Ruach Hakodesh, voltou do Yarden e foi levado pelo
Espírito ao deserto, e por quarenta dias foi provado pelo Adversário. Nesses
dias não comeu nada e, depois, sentiu fome." (Lc 4:1,2).

5. Que lições você pode aprender com esse relato sobre como vencer a yetser hará e
não ceder ao pecado? (Lc 4:1-13)

As provações podem ser bem difíceis, pois apelam para coisas que desejamos
muito, e sempre parecem chegar nos momentos em que nos encontramos mais fra-
cos.
Lucas apresenta a provação de Yeshua por Satan e revela questões difíceis. (Lc
4) À primeira vista, parece que o Espírito Sagrado conduziu Yeshua à provação.
No entanto, Ele mesmo não tenta ninguém. (Tg 1:13). Em vez disso, D'us nos leva
a crisóis. O Espírito pode nos levar a provas que nos deixam expostos às tenta-
ções de Satan. Nessas ocasiões, quando sentimos as tentações, podemos pensar que
não seguimos a D'us da forma correta. Mas isso não é necessariamente verdade.
"Frequentemente, quando nos encontramos em situação difícil, duvidamos de que
tenhamos sido guiados pelo Espírito de D'us. No entanto, foi o Espírito que dirigiu
Yeshua ao deserto para ser provado por Satan. Quando D'us nos submete à prova,
tem um plano a realizar para nosso bem. Yeshua não confiou presunçosamente nas
promessas de D'us, indo sem que Lhe fosse ordenado ao encontro da tentação, nem
Se entregou ao desânimo quando ela veio. Nós também não devemos agir assim" (2).
Às vezes, no crisol, somos queimados em vez de purificados. Portanto, é recon-
fortante saber que, quando caímos sob a tentação, podemos ter esperança, porque
Yeshua Se manteve firme. Ele carregou nossos pecados, pagou a penalidade pela
nossa falha em resistir à tentação e passou por um crisol pior do que qualquer um
de nós jamais enfrentaremos. Por isso, não somos rejeitados nem abandonados por
D'us. Há esperança, mesmo para o "principal" dos pecadores (lTm 1:15).

Ao enfrentar provações peça ao Eterno que lhe ensine a praticar as lições do Mashia-
ch. Não é preciso sucumbir à tentação, mas, se isso ocorrer, você tem um redentor.

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Quarta 13 de julho | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 14 Tamuz

Um legado duradouro

"R egozijem-se nisso, ainda que por um curto período vocês devam ser afligidos por vá-
rias provações. Até mesmo o ouro passa pelo teste de autenticidade através do fogo.
O propósito dessas provações é que o caráter genuíno da confiança de vocês, muito mais
valioso do que o ouro perecível, seja considerado digno de louvor, glória e honra, quando
da revelação de Yeshua, o Messias." (1Pe 1:6, 7).

6. Segundo Shimon, qual o propósito das provações? (1Pe 1:6, 7)

Shimon estava escrevendo para pessoas que enfrentavam dificuldades e, muitas vezes,
se sentiam sozinhas. Ele escreveu "O povo eleito de D'us que vive como estrangeiro na
Diáspora - no Ponto, na Galácia, Capadócia, província da Ásia e Bitínia" (1Pe 1:1). Essa é a
região que conhecemos atualmente como Turquia ocidental. Um pouco depois, ele disse
que sabia que estavam experimentando "várias provações" (1Pe 1:6).

7. O que Shimon quis dizer com "estrangeiros" e "dispersos"? Como isso podia ser um
peso extra nas provações deles?

Ser seguidor do Messias Yeshua naquela época era algo novo; havia poucos crentes
espalhados por vários lugares em que eram a minoria, e, muitas vezes, eram mal interpre-
tados, na melhor das hipóteses, e, na pior, perseguidos. Shimon lhes assegurou, no entanto,
que essas provas não eram aleatórias nem caóticas (1Pe 1:6, 7). A confiança genuína é o
objetivo daqueles que perseveram em meio a "várias provações".

8. Que suprema segurança Shimon buscou dar a essas pessoas em meio às prova-
ções? O que essa esperança significa para nós? (1Pe 1:6-9)

Quaisquer que tenham sido as provações e os sofrimentos deles, como compará-los


à eternidade que os espera quando o Messias voltar? As palavras de Shimon para eles
são as palavras de D'us para nós, independentemente do que estejamos enfrentando. Por
mais difíceis ou dolorosas que sejam nossas provações, nunca devemos perder de vista o
fim último, a vida eterna no mundo vindouro, sem dor, sofrimento nem morte. Com essa
promessa diante de nós, que nos foi garantida mediante a morte de Yeshua, é importante
que não percamos a confiança. Em vez disso, em meio às provações, peçamos que o Eterno
nos livre de tudo que prejudique nossa emuná.

26 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


14 de julho | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 15 Tamuz Quinta

Provação pelo fogo

H avia um jovem a quem chamaremos de Alex. Ele tinha saído de uma juventude pro-
blemática: drogas, violência e uma experiência na prisão. Então, através da bondade
de um religioso (a quem Alex tinha roubado), ele aprendeu sobre D'us e confiou sua vida
ao Messias. Embora ainda tivesse problemas e lutas, e elementos do passado permane-
cesse sem, Alex era uma nova pessoa. Ele amava a D'us e procurava expressar esse amor
obedecendo às Suas mitsvot (1 Jo 5:1, 2). Em dado momento, sentiu que deveria se tornar
um líder religioso. Tudo apontava para isso. Sem dúvida, ele estava respondendo ao cha-
mado divino.
Na faculdade, as coisas foram bem no início, até que tudo começou a dar errado, e
sua vida começou a desmoronar. Sua fonte financeira estava secando. Um amigo próxi-
mo se voltou contra ele, fazendo acusações faIsas, mas que prejudicaram sua reputação.
Em seguida, ele adoeceu e não conseguia se recuperar. Ninguém sabia o que ele tinha,
e isso impactou seus estudos de modo que ele temeu ter que abandoná-los. Além disso,
ele sofria provações com drogas, disponíveis na comunidade, e chegou um momento em
que cedeu à tentação. Alex não conseguia entender por que tudo isso estava acontecendo,
especialmente porque tinha certeza de que o Eterno o havia conduzido àquela faculdade.
Será que Alex estava enganado a esse respeito? Caso estivesse, toda a sua experiência com
D'us tinha sido um enorme erro? Até os elementos mais básicos de sua confiança estavam
sendo postos em dúvida.

9. Como em meio a crises podemos ter a certeza de que D'us ainda se preocupa co-
nosco? Pv 3; Jr 29:13; Rm 8:28; 2Co 12:9; Hb 13:5

Quase todos os que seguem o Eterno passaram por crises em que foram tentados
a duvidar de que D'us os conduzia. O importante nessas situações é se apegar às
promessas, relembrar de como Ele nos guiou no passado e orar por confiança e
perseverança. O Eterno não desiste de nós. É possível não sucumbir à tentação de
desistir Dele?

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Sexta 15 de julho | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 16 Tamuz

Estudo adicional

"N a antiguidade o Eterno conduziu Seu povo a Refidim e pode decidir levar-nos
para lá a fim de testar nossa fidelidade e lealdade para com Ele. Em misericórdia
para conosco, Ele nem sempre nos coloca nos lugares mais fáceis, pois, se o fizesse, em
nossa autossuficiência nos esqueceríamos de que o Eterno é nosso ajudador em tempos
de necessidade" (3).
"Ele anseia Se manifestar a nós, e revelar os suprimentos abundantes ao nosso dis-
por, e permite que nos venham provas para reconhecermos nossa limitação e aprender-
mos a recorrer ao Seu auxílio. Ele faz verter da rocha águas refrescantes.
"Enquanto não estivermos face a face com D'us, quando veremos como somos vistos e
conheceremos como somos conhecidos, nunca saberemos quantos fardos Ele suportou por
nós, e quantos mais teria alegremente suportado se, com pura emuná, os houvéssemos
levado a Ele" (4)

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 281-302;
Ídem, O Desejado de Todas as Nações, p. 81-89 [114-123]

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Embora a provação seja algo individual, existe alguma coletiva, coisas contra as
quais nós, como grupo, devemos nos proteger?
2 D'us permite que sejamos purificados por provas. Contudo, como entender as pro-
vas que parecem não ter valor - por exemplo, uma morte repentina por acidente?
3 A prece por outros nos ajuda a resistir às provações e nos manter fiéis?

REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 472 (contextualizado)
(2)
Ídem, O Desejado de Todas as Nações, p. 92 [128, 129] (contextualizado)
(3)
Ídem, OCT, p. 119 (contextualizado)
(4)
Ídem, Minha Consagração Hoje, p. 8, 9 (contextualizado)

28 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

16 de julho | ‫ שבת‬Shabat 17 Tamuz

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 29


Lição 4 17 a 23 de julho | 18 a 24 Tamuz

Vendo a face do Ourives


VERSO PARA MEMORIZAR
"Por isso, todos nós com a face descoberta vemos a glória do Senhor como em um
espelho; e estamos sendo transformados à imagem dele, de um grau de glória ao
seguinte, por Adonai, o Espírito" (2Co 3:18)

LEITURAS DA SEMANA
Mt 5:16; 1Co 4:9; Ef 3:10; Jó 23:1 -10; Mt 25:1-12; Dn 12:1-10; Ef 4:11-16

Introdução

U m grupo de crianças certa vez foi visitar um ourives na Índia. No meio do fogo,
estava uma telha curvada e nela havia uma mistura de sal, tamarindo e pó de
tijolo. Incorporado a essa mistura havia ouro. À medida que o fogo devorava a mis-
tura, o ouro se tornava mais puro. O ourives tirava o ouro com pinças e, se não es-
tivesse puro o suficiente, o recolocava no fogo com uma nova mistura. Mas, cada
vez que o ouro era recolocado, aumentava-se a temperatura. O grupo perguntou:
"Como você sabe quando o ouro está purificado?" Ele respondeu: "quando posso ver
meu rosto nele" (1).
D'us procura nos purificar, nos refinar como ouro, para nos transformar à Sua
imagem. Esse é um objetivo surpreendente, e parece ainda mais surpreendente o
fato de que um caráter justo só se desenvolve em nós à medida que passamos pelos
crisóis da vida.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 41 ‫ פינחס‬PINCHAS [Pinchas]: Nm 25.10 - 30.1


HAFTARÁ: 1Rs 18.46 - 19.21
BRIT HADASHÁ: Mt 26:1-30; Mc 14:1-26; Lc 22:1-20, Jo 2:13-22; 7:1-13; 37-39; 11:55-12:1:1;
13:1; 18:28, 39; 19:14; At 2:1-21; 12:3-4; 20:5-6; 16; 27:9-11; 1Co 5:6-8; 16:8; Hb 11:28
TEHILIM: Sl 50

30 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


17 de julho | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 18 Tamuz Domingo

À Sua imagem

"P ois aqueles a quem conheceu de antemão, também determinou antecipada-


mente que se conformassem ao padrão de Seu Filho" (Rm 8:29).
No princípio, D'us nos fez à Sua imagem (Gn 1:27), mas essa imagem foi corrom-
pida pelo pecado.

1. De que maneira percebemos essa distorção da imagem Divina na humanidade?

É óbvio: todos nós fomos corrompidos pelo pecado (Rm 3:10-19). Contudo, o de-
sejo de D'us é nos restaurar ao que deveríamos ter sido originalmente. É aí que o
verso de hoje se encaixa. Ele revela o plano divino: aqueles que submeterem a vida
ao Espírito Sagrado serão feitos "ao padrão de Seu Filho" (Rm 8:29).
Mas há outra dimensão. "A própria imagem de D'us tem de ser reproduzida na
humanidade. A honra de D'us, a honra do Messias, acha-se envolvida no aperfeiço-
amento do caráter de Seu povo" (2).

2. Como você entende a citação acima? (Veja também Jó 1; Mt 5:16; 1 Co 4:9; Ef 3:10)

Jamais devemos nos esquecer de que estamos no meio de um drama cósmico. O


conflito gerado no Céu entre Satan e o Messias se desenrola ao nosso redor. A bata-
lha assume muitas formas e se manifesta de diferentes maneiras, e, embora muita
coisa esteja oculta, podemos entender que temos uma parte a desempenhar nesse
drama e ainda podemos honrar o Mashiach em nossa vida.

Imagine estar no campo de um enorme estádio. Sentados de um lado das arquiban-


cadas estão seres celestiais leais ao Eterno; do outro lado estão seres que caíram
com Satan. Se sua vida nas últimas 24 horas fosse o jogo nesse campo, que lado teria
mais motivos para aplaudir?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 31


Segunda 18 de julho | ‫ יום שני‬Yom Sheni 19 Tamuz

Confiança em meio ao fogo refinador

U ma coisa é estar na batalha; outra é nem sequer ver as forças arregimentadas nessa
batalha. Em certo sentido, é com isso que nós estamos lidando. Sabemos que as for-
ças estão aí, podemos senti-las em nossa vida e, contudo, temos que avançar pela con-
fiança Naquele "que é invisível" (Hb 11:27).

3. Qual era a essência da luta de Ióv (Jó)?(Jó 23:1-10) O que ele não via? Ao mesmo
tempo, o que ele fez por ter confiança, apesar de todas as provações?

Mesmo em meio a provações terríveis, Ióv confiou no Eterno. Apesar de tudo, ele es-
tava determinado a resistir. E uma das coisas que o mantiveram perseverante foi o ouro.
Não uma medalha de ouro; em vez disso, ele olhava para o futuro e percebia que, caso
se entregasse a D'us, sairia refinado como ouro. Não é dito quanto Ióv sabia a respeito do
que estava acontecendo por trás das cenas. Independentemente do quanto foi ocultado,
ele resistiu ao fogo refinador.
Você tem medo do fogo? Você se preocupa com o calor que as circunstâncias geram?
Talvez, como no caso de Ióv, o calor parece inexplicável. Pode ser a dificuldade de se ajus-
tar a um novo emprego ou a uma nova casa. Pode ser que você tenha suportado maus
tratos no trabalho, ou mesmo dentro de sua própria família. Pode ser enfermidade ou
prejuízo financeiro. Embora pareça difícil de entender, D'us pode usar essas provas para
refiná-lo e purificá-lo e revelar Sua imagem em seu caráter.
Para Ióv, ser provado para se tornar como ouro foi considerado um incentivo, algo
em que ele devia fixar os olhos, e isso lhe ajudou a passar pelas dificuldades. Tudo foi
um poderoso testemunho de seu caráter, visto que, em meio a toda dor e sofrimento, ele
pôde perceber o processo de purificação. Além disso, embora não compreendesse muita
coisa, confiava que essas provas o refinariam.

Em sua vida, como as provas o refinaram e o purificaram? De que outras formas é


possível ser refinado?

32 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


19 de julho | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 20 Tamuz Terça

Os últimos ensinamentos do Messias

O Messias estava em Jerusalém, prestes a morrer. Mattityahu (Mateus) conta que


o Rebe Yeshua passou seus últimos momentos antes de Pessah contando pará-
bolas a seus discípulos (talmidim), incluindo o midrash sobre as dez damas de hon-
ra e sobre as ovelhas e os cabritos (Mt 25). Esses ensinos se relacionam com a ma-
neira pela qual devemos viver enquanto esperamos a vinda do Messias, daí sua
relevância para o presente, com os sinais de seu breve retorno ao nosso redor.
Na parábola das dez damas de honra (Mt 25:1-12), muitos comentaristas indi-
cam que o óleo é um símbolo do Espírito Divino. A escritora Ellen G. White concor-
dou com esse ponto de vista, e também acrescentou: "Sem o Espírito de D'us, de
nada vale o conhecimento da Palavra...se o Espírito de D'us não introduzir a verda-
de no íntimo, o caráter não será transformado." (3)

4. Leia a parábola. Em que aspectos o sentido da história muda, dependendo se você


considera o óleo um símbolo do Espírito Divino ou símbolo do caráter? E quais são as
implicações de cada percepção?

5. Leia a parábola das ovelhas e dos cabritos (Mt 25:31-46). Quais são os critérios
utilizados na separação deles?

Observe que o rei separa as ovelhas e os cabritos com base em suas ações, seu
caráter. Embora Yeshua não ensinasse a redenção por mérito das ações, percebe-
mos a importância do desenvolvimento do caráter no planode D'us e como os liber-
tos pelo Messias refletirão essa redenção através de sua vida e de seu caráter.

Afirma-se que "caráter é o que a pessoa faz quando ninguém a está observando''.
Que tipo de pessoa é você quando ninguém lhe observa? O que essa resposta lhe diz
sobre as mudanças que precisa fazer?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 33


Quarta 20 de julho | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 21 Tamuz

Os sábios

O ntem vimos a importância do caráter para os que esperam novamente a vinda do


Messias. Hoje verificaremos de maneira mais específica a importância do caráter para
os que estiverem vivos por ocasião da volta dele.

6. Qual é o contexto de Daniel ao falar sobre Mihael, o grande príncipe celestial?


(Leia Dn 12:1-10) A que momento da história a passagem se refere? O que podemos
concluir a partir desses versos sobre o caráter do povo de D'us durante esse tempo?
Quais características lhe são atribuídas, em contraste com os maus? (Ap 22:11)

Foi dito a Daniel que pouco antes da vinda do Messias haverá um tempo de angústia
como nunca houve em qualquer outra época da história. No capítulo 12 há uma descrição
dos justos (sábios) e dos maus (iníquos) que viverão nesse tempo (Dn 12:3 e 10). Observe
como os iníquos "continuarão na sua iniquidade", em contraste com os sábios que resplan-
decem, talvez porque tenham sido "purificados, limpos e provados" (Dn 12:3, 10) durante
esse "tempo de angústia, como nunca houve, desde que existem nações até aquele tempo"
(Dn 12:1). Os iníquos não compreendem esse momento, mas os justos são "sábios" e o com-
preendem.
Compreender o quê? Matemática, ciência, método histórico-crítico de interpretação da
Bíblia? Mishlei (Provérbios) diz que "O temor do Eterno é a base de todo conhecimento" (Pv
1:7). Talvez, nesse contexto, os "sábios" sejam sábios porque têm uma compreensão dos
acontecimentos finais, do tempo de angústia, na medida em que ele se desdobra. Eles não
são pegos de surpresa, visto que estudam a Palavra. E, o mais importante, sabem o sufi-
ciente para permitir que esse período de dificuldades os purifique e refine; os maus, por
outro lado, tornam-se mais obstinados em sua rebelião e continuam em sua iniquidade.
O ponto chave é que nessa passagem é descrito um povo que passa por um processo de
refinação e purificação.

Embora Daniel 12 esteja no contexto dos últimos dias, que princípios contidos no
texto nos ajudam a entender o processo de purificação e refinação para nós no
presente?

34 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


21 de julho | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 22 Tamuz Quinta

Caráter e comunidade

U ma canção diz assim: “Eu sou uma rocha, eu sou uma ilha”. Você já se sentiu assim,
querendo estar só? Você pode ter até ouvido pessoas dizerem: “Bem, minha experiên-
cia com D'us é assunto particular. Não é algo de que desejo falar.”

7. Qual é o papel da comunidade na nossa vida? (Ef 4:11-16)

Escrevendo aos Efésios, Rabi Shaul descreve a kehilá como um corpo. O mashiah é a
cabeça, e seu povo forma o restante. Se você olhar o verso 13, notará que o propósito final
da vida nessa comunidade é atingir “a medida da estatura da plenitude do Messias”. E para
isso, precisamos uns dos outros.
Certamente, é possível ser um religioso totalmente só. Realmente, como muitos ao
longo dos séculos que foram ridicularizadas ou perseguidos, estar só frequentemente é
inevitável. Um testemunho poderoso do poder de D'us é o fato de homens e mulheres não
cederem sob as pressões que os cercam. Porém, embora seja verdade, Shaul está querendo
enfatizar uma verdade crítica: a plenitude do Messias, em última instância, é experimen-
tada e revelada quando estamos trabalhando juntos em comunidade.

8. O que Shaul diz que deve acontecer antes que a plenitude do Messias seja revela-
da em nossa comunidade (kehilá)?

9. De que forma o testemunho de uma comunidade que revela a plenitude do Mes-


sias difere do exemplo de alguém que também revela a plenitude do Messias? Quais
são as implicações disso no contexto do conflito cósmico? (Ef 3:10)

As vezes, é mais fácil ser gentil quando se está sozinho ou com estranhos, mas é
muito mais difícil ser bom com pessoas que você conhece bem ou de quem real-
mente não gosta. Significa que, quando ainda mostramos graça e bondade a essas
pessoas, testemunhamos de D'us.

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 35


Sexta 22 de julho | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 23 Tamuz

Estudo adicional

"A formação do caráter é o serviço mais importante que já foi confiado a seres huma-
nos; nunca seu cuidadoso estudo foi tão importante como hoje. Jamais qualquer ge-
ração prévia teve de enfrentar aflições tão intensas; nunca antes jovens foram defrontados
por perigos tão grandes como hoje" (4).
''As damas de honra imprudentes" simbolizam os "que não se prepararam mediante o
desenvolvimento do caráter, de modo a subsistir em tempo de crise. É como se fossem a
seus vizinhos e dissessem: Deem-nos do seu caráter, ou nos perderemos! [...] O Eterno con-
cedeu a toda pessoa a oportunidade de obter um caráter justo, através das horas de graça;
não proveu, porém, um meio pelo qual o agente humano pudesse comunicar a outro o
caráter que ele desenvolveu passando por experiências difíceis, aprendendo lições do
grande Rebe, de modo que possa manifestar paciência sob provações e exercitar confiança
de modo que possa remover montanhas de impossibilidade" (5).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White, Filhos e Filhas de D'us, p. 100
Ídem, Parábolas de Jesus, p. 405-421
Ídem O Grande Conflito, p. 510-526 [613-634

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 A formação do caráter é prioridade na sua vida e na sua comunidade religiosa?
2 Sua kehilá funciona bem como corpo do Messias ao representá-Lo na comunidade?
3 Por que o caráter é importante, mesmo que sejamos salvos pela confiança no Mashia-
ch? Se Sua justiça e Seu caráter perfeito nos salvam, por que precisamos desenvolver
o nosso caráter?
4 Helen Keller, que era surda e cega desde a infância, escreveu: "O caráter não pode ser
desenvolvido na tranquilidade. Somente através de sofrimentos a alma é fortalecida,
a visão clareada, a ambição inspirada e o sucesso alcançado" (6). Qual é a relação entre
caráter, sofrimento e o conflito?

REFERÊNCIAS
(1)
Amy Carmichael, Learning of G-d, p. 50 (contextualizado)
(2)
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 540 (671) (contextualizado)
(3)
Ídem, Parábolas de Jesus, p. 408 (contextualizado)
(4)
Ídem, Educação, p. 159 [225] (contextualizado)
(5)
Ídem, Para Conhecê-lo, p. 347 (contextualizado)
(6)
Helen Keller, Leadership, v. 17, n2 4

36 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

23 de julho | ‫ שבת‬Shabat 24 Tamuz

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 37


Lição 5 24 a 30 de julho | 25 Tamuz a 2 Av

Calor extremo
VERSO PARA MEMORIZAR
"Contudo, aprouve ao Eterno oprimi-lo para testar se sua alma se ofereceria como
restituição, para que pudesse ver prolongados os dias de sua semente, e sentir prosperar,
por seu intermédio, os desígnios do Eterno" (Is 53:10)

LEITURAS DA SEMANA
Gn 22; Os 2:1-12; Jó 1:6-2:10; 2Co 11:23-29; Is 43:1-7

Introdução

Q uando a esposa de um famoso escritor estava morrendo, ele escreveu: "Não que eu este-
ja (suponho) correndo o risco de deixar de acreditar em D'us. O perigo real é o de vir a
acreditar em coisas tão horríveis sobre Ele. A conclusão a que tenho horror de chegar não é:
'Então, apesar de tudo, não existe D'us nenhum', mas 'Então, é assim que D'us é realmente"'
(1)
.
Quando a vida se torna muito dolorosa, alguns de nós rejeitam a D'us completamente.
Para outros como o escritor, há a tentação de mudar a visão sobre D'us e imaginar todas as
coisas ruins sobre Ele. A pergunta é: Qual é a temperatura máxima que o crisol pode atingir?
Quanto calor o Eterno está disposto a fazer Seu povo experimentar a fim de realizar Seu
propósito supremo de nos moldar à "imagem de Seu Filho?" (Rm 8:29).

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 42-43 ‫ מסעי מטות‬MATOT-MASSÊ [Tribos-Caminhadas]: Nm 30.2 - 32.42; 33.1 -


36.13
HAFTARÁ: Jr 1.1 - 2.3; Jr 2.4-28; 3.4
BRIT HADASHÁ: Mt 5:33-37; Filipenses 3.12-16; Tg 4:1-12
TEHILIM: Sl 111; Sl 49

38 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


24 de julho | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 25 Tamuz Domingo

Avraham no crisol

S em explicação, de repente D'us chamou Avraham (Abraão) para Akedá (sacrifício de


Itshak) como Corban (oferta queimada). Você pode imaginar como o patriarca se sen-
tiu? Seria revoltante que D'us pedisse que você sacrificasse seu filho. Mesmo que elem-
julgasse isso aceitável, o que aconteceria com a promessa da herança? Sem o filho, ela
não se cumpriria.

1. Por que o Eterno pediu a Avraham para oferecer akedat Itshak? Se Ele sabe tudo,
qual era a questão? (Gn 22:1, 2)

O pedido Divino e o momento em que foi feito não foram casuais. Foram calculados
para ocasionar a mais profunda angústia possível, pois "D'us guardara Sua última e mais
rigorosa prova a Avraham, até que o fardo dos anos fosse pesado sobre ele, e ele almejas-
se o repouso das ansiedades e trabalhos" (2). Esse foi o teste de um D'us louco? De forma
nenhuma, pois "a aflição que Avraham sofreu durante os dias tenebrosos daquela terrí-
vel prova foi permitida para que compreendesse por sua própria experiência algo da
grandeza do sacrifício feito pelo infinito D'us para a redenção do ser humano" (3).
Foi apenas um teste. O Eterno nunca desejou que Avraham matasse seu filho. Isso
destaca algo muito importante sobre a maneira como D'us às vezes trabalha. Ele pode
pedir que façamos algo que não pretende que completemos. Pode pedir para irmos a al-
gum lugar aonde nunca deseja que cheguemos. O importante para Ele não é necessaria-
mente o fim, mas o que aprendemos à medida que somos remodelados pelo processo.
É possível que Yeshua estivesse pensando sobre a experiência da akedá quando dis-
se: "Avraham, pai de vocês, alegrou-se porque veria o meu dia; ele o viu e então se rego-
zijou" (Jo 8:56). Essa percepção poderia ter escapado a Avraham, e ele poderia ter despre-
zado as instruções como se fossem oriundas de Satan. A chave para a sobrevivência e
aprendizagem de Avraham através de todo o processo foi o fato de ele ter conhecido a
voz de D'us.

Como conhecer a voz de D'us? Como saber quando Ele está falando com você? De que
forma Ele lhe comunica Sua vontade?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 39


Segunda 25 de julho | ‫ יום שני‬Yom Sheni 26 Tamuz

Povo desobediente

A história de Hoshêa (Oseias) tem lições poderosas para nos ensinar. A situação des-
se profeta é singular. Sua esposa, Gômer, fugiu e teve filhos com outros homens.
Apesar da infidelidade dela, D'us disse a ele que a levasse de volta para casa e lhe de-
monstrasse amor. Essa história devia ser uma parábola sobre D'us e Israel. O povo
abandonou a D'us e se prostituiu espiritualmente com outros deuses, mas o Eterno
ainda os amava e queria lhes mostrar Seu amor. Observe os métodos Divinos!

2. Que métodos D'us disse que usaria para atrair Israel de volta a Si mesmo? Como
foram essas experiências?
Os 2:5-7 ____________________________________________________________________________________________
Os 2:8, 9 ____________________________________________________________________________________________
Os 2:10 _____________________________________________________________________________________________

Essa história levanta duas questões importantes sobre nossa maneira de conside-
rar D'us quando Ele nos leva à teshuvá. Primeira, arriscamos não reconhecer que Ele
está atuando. Quando Israel passou por tais experiências difíceis e dolorosas, pode ter
sido difícil reconhecer que D'us estava trabalhando para sua redenção. Quando nosso
caminho está cercado de espinhos cortantes ou quando um muro é levantado contra
nós para que não encontremos o caminho a seguir (Os 2:6), é D'us que está agindo?
Quando nos falta o básico ou somos envergonhados (Os 2:9, 10), nosso D’us está por trás
disso? A verdade é que, não importa o que sintamos, D'us sempre trabalha para nos
conduzir ao arrependimento, porque Ele nos ama muito.
Segunda, corremos o risco de interpretar mal a D'us quando Ele está trabalhando.
Podemos reconhecer que o Eterno está atuando, mas não gostar do que Ele faz. Quando
estamos machucados e envergonhados, é fácil dizer que D'us é cruel, que não intervém
ou que não Se importa. Mas Ele sempre atua para nos restabelecer por meio de Sua
aliança de amor.

O que o texto de Hoshêa revela sobre D'us? (Os 2:14-23).

40 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


26 de julho | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 27 Tamuz Terça

Sobrevivendo por meio da adoração

3. O que causou o sofrimento de Ióv (Jó)? (Jó 1:6-2:10)

N este trecho, aconteceu algo surpreendente. Os anjos se apresentaram diante de


D'us, e Satan estava com eles. D'us lhe perguntou de onde ele vinha, e ele respon-
deu: "De ir e vir e de caminhar de um lado para outro por toda a terra". Então D'us
perguntou: "Viste Meu servo Jó?" (v. 7, 8). A pergunta em si não é fora do comum. O que
chama a atenção é quem a fez. Não foi Satan quem apontou Ióv como alguém a se exa-
minar, mas D'us. Como sabia o que aconteceria, o Eterno chamou a atenção de Satan
para Ióv. O patriarca não tinha ideia de que passaria por um crisol de temperaturas
altas. Embora esteja muito claro que foi Satan, não D'us, quem causou o sofrimento de
Ióv, também está claro que foi D'us quem lhe deu permissão para destruir as proprie-
dades, os filhos e a própria saúde física do Seu servo. Se o Eterno permitiu que Ióv so-
fresse, que diferença faz quem infligiu o sofrimento? Como pode D'us ser Justo e Santo
se ativamente permitiu que Satan causasse tal dor a Ióv? Essa situação é um caso espe-
cial ou caracteriza a forma pela qual o Eterno ainda lida conosco hoje?

4. Como Ióv reagiu às provações? (Jó 1:20, 21)

É possível reagir de duas formas a sofrimentos assim. Podemos nos tornar mais
amargos e zangados, e virar as costas para D'us acreditando que Ele seja cruel ou que
não exista, ou podemos nos apegar mais firmemente a Ele. Ióv lidou com sua catástrofe
permanecendo na presença de D'us e adorando-O.
Há três aspectos na adoração de Ióv que podem nos ajudam quando estamos angus-
tiados (Jó 1:20, 21). Primeiro, Ióv aceitou seu desamparo e reconheceu que não tinha
direito a reivindicar nada: "Nu saí do ventre de minha mãe, e nu seguirei para o túmu-
lo". Segundo, Ióv reconheceu que D'us tinha o controle total da situação: "O Eterno deu
e o Eterno tomou". Terceiro, ele concluiu reafirmando sua crença na justiça divina.
"Seja abençoado o Nome do Eterno".

Você está passando por uma prova? Siga os passos de Ióv. Isso pode ajudar você?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 41


Quarta 27 de julho | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 28 Tamuz

Sobrevivendo pela esperança

“P orque, irmãos, desejamos informá-los sobre as dificuldades enfrentadas por nós


na província da Ásia. O peso posto sobre nós estava muito além de nossa capaci-
dade de suportá-lo, de modo que perdemos a esperança de sobreviver a ele. Sentimos
no coração estar sob uma sentença de morte. Contudo, o propósito de tudo era fazer-
-nos confiar em D’us, que ressuscita os mortos, e não em nós mesmos" (2Co 1:8, 9).
Rabi Shaul tinha suportado mais aflições do que a maioria das pessoas contempo-
râneas a ele. Contudo, ele não foi esmagado. Ao contrário, cresceu em louvor a D'us.
Considere as dificuldades pelas quais ele passou (2Co 11:23-29; 2Co 1:3-11).

5. Em que medida o sofrimento pode ser um chamado ao serviço? Como estar mais
atentos a essa possibilidade?

O Eterno quer atuar por nosso intermédio às pessoas que sofrem. Isso significa que
Ele pode primeiramente permitir que experimentemos dores para então oferecermos
encorajamento, não na teoria, mas a partir da nossa experiência da compaixão e con-
forto Divinos. Esse foi um princípio da vida de Yeshua (ver Hb 4:15).
As vívidas descrições de Shaul sobre suas dificuldades não foram escritas para que
sintamos pena dele, mas para sabermos que, mesmo quando estivermos no fundo do
poço, o Eterno pode intervir para levar compaixão e consolo. Podemos até perder a
esperança quanto à nossa vida, mas não tenhamos medo, D'us está nos ensinando a
depender Dele. Podemos confiar Nele, pois o Eterno "ressuscita os mortos" (2Co 1:9).
Visto que o foco de Shaul continuou sendo proclamar as boas novas do Mashiach,
ele sabia que D'us o libertaria também no futuro. A habilidade dele em permanecer
firme tinha como base três coisas: Primeira, os antecedentes Divinos: "o qual nos livrou
e ainda livrará de tão grande morte". Segunda, a determinação de Rabi Shaul em se
concentrar somente em D'us: "Nele temos esperado que ainda continuará a nos livrar".
Terceira, a intercessão contínua dos justos: "enquanto vocês nos ajudam com preces".
(Veja 2 Co 1:10, 11)

O que você pode aprender com Rabi Shaul que pode ajudá-lo a evitar a autopiedade
em meio a suas próprias lutas?

42 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


28 de julho | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 29 Tamuz Quinta

Calor extremo

A té este ponto, neste trimestre, vimos exemplos de crisóis usados por D'us para nos
tornar puros e semelhantes ao Messias. No entanto, a partir desses exemplos, alguns
podem dizer: "Sabemos que D'us quer nosso bem, mas esses exemplos não revelam muito
cuidado e amor. Em vez disso, Ele parece um algoz, pois tem um propósito que nos causa
situações difíceis, e não há nada que possamos fazer a respeito disso."
Enquanto vivermos no olam hazê cheio de pecados, entenderemos apenas um pouco
do porquê de algumas coisas. No olam habá compreenderemos plenamente (lCo 4:5;
13:12), mas, por ora, teremos que viver com a tensão de acreditar que D'us está presente e
cuida de nós, mesmo que a situação não seja favorável.
O Eterno disse que Seu povo passaria pelas águas e pelo fogo (Isaías 43: 2). Isso simbo-
liza perigos extremos, mas talvez aludisse à travessia do Mar Vermelho e do Jordão, que
foram momentos difíceis, mas que pavimentaram o caminho para uma vida nova (Isaías
43:1-7). Talvez você esperasse que D'us dissesse que protegeria Seu povo dos perigos, que
o guiaria por um caminho mais fácil. Contudo, como sugere a atitude do pastor no Salmo
23, D'us nos diz que, nos tempos difíceis, o Seu povo não precisa temer, pois o Eterno está
com ele.

6. Anote as diferentes maneiras pelas quais o Eterno assegurou a Seu povo conforto
nos momentos de água e de fogo. Que imagem de D'us isso traz à sua mente? Que
promessas você pode reivindicar para si? (Is 43:1-7)

Podemos resumir de três pontos o que aprendemos sobre os crisóis de D'us. Primeiro,
o calor extremo não tem o objetivo de nos destruir, mas destruir o pecado. Segundo, o calor
não é para nos tornar miseráveis, mas para nos tornar puros, como fomos criados para ser.
Terceiro, o cuidado de D'us por nós em todos os momentos é constante e terno - Ele jamais
nos deixará sozinhos, não importa o que aconteça.

7. O que a Bíblia ensina sobre as ações e o caráter de D'us? Como você experimenta
essa realidade? (Sl 103:13, 14; Mt 28:20; 1Co 10:13; 1Pe 1:7)

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 43


Sexta 29 de julho | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 1 Av

Estudo adicional

"D 'us sempre tem provado Seu povo na fornalha da aflição. É no calor da fornalha que
a escória se separa do verdadeiro ouro do caráter. Yeshua vigia a prova; Ele sabe o
que é necessário para purificar o precioso metal, para que este possa refletir o brilho de
seu amor. É por meio de sofrimentos severos e decisivos que D'us disciplina Seus servos.
Ele vê que alguns têm capacidades que poderão ser empregadas no avanço de Sua obra e
põe essas pessoas à prova. Em Sua providência, Ele as leva a posições que provem seu ca-
ráter (...). Mostra-lhes suas debilidades e os ensina a buscar Nele o apoio, pois Ele é seu
único auxílio (...)" (4).
"Se, na providência de D'us, somos chamados a suportar provações, aceitemos e beba-
mos o amargo cálice, lembrando-nos de que é a mão de um Pai que o traz aos nossos lábios.
Confiemos Nele tanto nas trevas quanto na luz" (5)

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p . 115-123 [145-155]
Idem, Testemunhos, v. 5, p. 267-270 [315-319]

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Você já passou por um difícil teste de confiança semelhante ao de Avraham? O que
aprendeu com essa experiência sobre seus êxitos ou fracassos?
2 Que princípios aprendemos com o Messias que nos ajudam a lidar com as nossas pro-
vas?
3 Podemos servir aos que sofrem por meio de nosso sofrimento? Que problemas pode
haver com essa ideia, por mais verdadeira que seja?
4 É fácil confiar Nele "tanto nas trevas quanto na luz"? Como ajudar as pessoas a ter a
emuná que as habilitará a confiar em D'us nas dificuldades?

REFERÊNCIAS
(1)
C. S. Lewis, A Anatomia de Uma Dor, p. 32 (contextualizado)
(2)
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p.117 (147] (contextualizado)
(3)
Ídem, Patriarcas e Profetas, p. 122 [154] (contextualizado)
(4)
Ibidem, p. 99 [129, 130] (contextualizado)

ROSH CHODESH AV

44 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

30 de julho | ‫ שבת‬Shabat 2 Av

ROSH CHODESH AV

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 45


Lição 6 31 de julho a 6 de agosto | 3 a 9 Av

Lutando com toda


a energia
VERSO PARA MEMORIZAR
"Por isso eu trabalho, esforçando-me com toda a energia que atua em mim com poder" (Cl
1:29)

LEITURAS DA SEMANA
Jo 16:5-15; Cl 1:28, 29; 1Pe 1:13; Mt 5:29; Gn 32

Introdução

U m homem e uma mulher participavam de um programa de entrevistas. Ambos


tiveram o filho assassinado. A mulher tinha perdido o filho 20 anos antes, e sua
ira e amargura eram maiores do que nunca. O homem experimentava algo total-
mente diferente. Terroristas tinham matado sua filha poucos tempo antes. Ele falou
sobre o perdão para os assassinos e de como D'us transformou sua dor. Por mais
terrível que fosse seu sofrimento, aquele homem se tornou uma ilustração de como
o Eterno pode trazer cura nos momentos mais sombrios da vida.
Como duas pessoas podem reagir de maneira tão diferente? Que mudança espi-
ritual ocorre na vida de alguém que confia em D'us, permitindo que ele amadureça
nos crisóis da vida, em vez de ser completamente dominado por eles?

LEITURAS DA SEMANA
PARASHÁ 44 ‫ דברים‬DEVARIM [Palavras]: Dt 1.1 - 3.22
HAFTARÁ: Is 1.1-27
BRIT HADASHÁ: Jo 15:1-11; Hb 3:7 - 4:11; 1Tm 3-17
TEHILIM: Sl 137

46 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


31 de julho| ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 3 Av Domingo

O Espírito da verdade

V ocê já orou assim: "lev tahor bera li Elohim - Eterno, cria em mim um coração puro",
mas pouco pareceu mudar? Como é possível nossa vida ainda permanecer a mesma
se oramos para que o grande poder divino transformador opere em nós? Sabemos que
D'us nos oferece recursos sobrenaturais ilimitados. Desejamos tirar proveito de tudo isso;
contudo, pode ser que nossa vida não mude de uma forma que corresponda ao que o Eter-
no oferece.
Por quê? Embora o Espírito Divino tenha poder ilimitado para nos transformar, é pos-
sível, por escolha própria, restringir o que D'us pode fazer.

1. Yeshua chama o Ruach Hacodesh de "Espírito da verdade" (Jo 16:13). O que isso
sugere que o Ruach faz por nós?

Embora o Ruach Hacodesh possa nos trazer a verdade sobre nossos pecados, Ele não
pode nos obrigar a nos arrependermos. Também pode nos mostrar a grande verdade so-
bre D'us, mas não pode nos forçar a crer Nele nem a Lhe obedecer. Se fizesse isso, mesmo
que da maneira mais leve, perderíamos nosso livre-arbítrio, e Satan O acusaria de manipu-
lar nossa mente e nosso coração e, portanto, ser injusto. Quando a controvérsia começou
nos Ceus, HaShem não obrigou Satan nem qualquer ser criado a acreditar que Ele era bom
e justo, nem obrigou os anjos que tinham se rebelado a se arrependerem. No Gan Eden,
quando novamente havia muita coisa em jogo, o Criador foi claro sobre a árvore no meio
do jardim, mas não impediu que Adam e Havá (Eva) exercessem seu livre-arbítrio para
desobedecer. D'us não agirá de forma diferente conosco. Assim sendo, o Espírito Sagrado
apresenta a verdade sobre D'us e o pecado e diz: "Tendo em vista o que lhe mostrei, o que
você fará?"
O mesmo se dá quando estamos no crisol. Em alguns casos, sofremos precisamente
porque não obedecemos ou não nos arrependemos dos pecados. Para que o Eterno atue
em tais casos, devemos escolher de forma consciente abrir as portas do arrependimento e
da obediência para que o poder Divino nos transforme.

Quais convicções o "Espírito da verdade" lhe trouxe recentemente? Você tem ouvido
Sua voz? E, o mais importante, que escolhas tem feito com seu livre-arbítrio?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 47


Segunda 1o de agosto | ‫ יום שני‬Yom Sheni 4 Av

A combinação Divino-humana

Q ual foi sua maior conquista? O que quer que tenha sido, isso não aconteceu
simplesmente porque você se levantou da cama pela manhã. Se quisermos al-
cançar algo que valha a pena, isso leva tempo e esforço. A vida religiosa não é dife-
rente.

2. Rabi Shaul disse que D'us atuava nele, de que forma mostrou que o esforço hu-
mano estava incluído nisso? (Cl 1:28, 29; Veja também Dt 4:4; Lucas 13:24; 1 Co 9:25;
Hb 12:4.

Shaul se empenhava segundo o poder divino. (Cl 1:29) Era assim a maneira pela
qual ele compreendia seu relacionamento com D'us
A palavra "empenhar-se" significa "trabalhar até à exaustão". Era usada princi-
palmente para os atletas em treinamento. O verbo "esforçar", que vem em seguida,
pode significar em alguns idiomas "agonizar". Então, temos a imagem de um atleta
que luta de todas as formas para vencer. Shaul acrescentou algo novo a essa ideia,
pois ele se esforçava não com tudo o que tinha, mas com tudo o que D'us lhe dava.
Sendo assim, podemos tirar uma conclusão simples sobre o serviço dele foi reali-
zado com grande esforço pessoal e disciplina, mas desempenhado com o poder de
D'us. Essa relação funciona exatamente da mesma forma à medida que buscamos
desenvolver o caráter do Messias em nós.
É importante se lembrar disso agora, quando muitos querem obter cada vez
mais com cada vez menos esforço. Essa ideia também adentrou a religião. Alguns
líderes religiosos prometem que, se você apenas crer, o Espírito virá sobre você com
um poder sobrenatural incrível e fará grandes milagres. Mas isso é uma perigosa
meia verdade, pois pode nos levar a concluir que basta apenas esperar que o poder
de D'us venha enquanto ficamos assentados confortavelmente!

Qual é a sua própria experiência com o tipo de esforço de que Rabi Shaul falou? Você
tem lutado contra a voz de D'us, que fala ao seu coração, e tem resistido ao chama-
do Dele? Como você pode aprender a se submeter à vontade de D'us?

48 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


2 de agosto | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 5 Av Terça

Vontade disciplinada

U m dos maiores inimigos da nossa vontade são os sentimentos. Somos bombardea-


dos com imagens e músicas que apelam aos nossos sentidos, desencadeando emo-
ções (ira, medo ou luxúria), sem que percebamos. Com que frequência pensamos em
coisas como "O que desejo comer?" "O que estou com vontade de fazer?" "Eu me sinto
bem em comprar isso?" Os sentimentos se tornaram intimamente envolvidos em nos-
sas decisões. Eles não são necessariamente ruins, mas o que sinto a respeito de algo
pode ter pouco a ver com o que é certo ou melhor. Na verdade, nossos sentimentos
podem mentir para nós ("Inconstante, acima de todas as coisas, é o coração, e débil
como é, quem o poderá conhecer?" [Jr 17:9]) e criar uma faIsa imagem da realidade,
levando-nos a fazer escolhas erradas e nos preparando para um crisol de fabricação
própria.

3. Havá, David e Shimon fizeram escolhas com base em sentimentos. Quais foram as
consequências? (Gn 3:6; 2 Sm 11:2-4; Gl 2:11, 12)

4. Com o que Shimon Kefa estava preocupado? O que ele queria que seus leitores
fizessem? (1Pd 1:13)

Shimon Kefa entendia que a mente é o leme do corpo. Tire o controle da mente
e seremos controlados por quaisquer sentimentos que soprarem em nosso caminho.
Imagine caminhar por uma estrada estreita até a casa do Pastor de ovelhas. Ao
longo da estrada, existem muitos caminhos que levam a diferentes direções. Alguns
deles conduzem a lugares que não gostaríamos de visitar. Outros parecem tentadores
e apelam para nossos sentimentos, emoções e desejos. Se, porém, pegarmos qualquer
um deles, sairemos da estrada certa e seguiremos por um caminho do qual pode ser
extremamente difícil sair.

Como tomar as decisões do dia-a-dia de acordo com a Torá e não fundamentadas em


sentimentos, emoções ou desejos?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 49


Quarta 3 de agosto | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 6 Av

Compromisso radical

“S e seu olho direito fizer você pecar, arranque-o e jogue-o fora! É melhor você per-
der uma parte do corpo que ser lançado inteiro no Gei-Hinnom" (Mt 5:29).

5. Você as chamaria as palavras de Yeshua acima de radicais? Por quê? (Mt 5:29)

A ação radical é necessária, não porque D'us tornou a vida difícil, mas porque nós
e nossa cultura nos afastamos muito dos planos divinos para nós. Muitas vezes as pes-
soas acordam e se perguntam: "Como pude me distanciar tanto de D'us?" A resposta é
sempre a mesma: apenas um passo de cada vez.
"Se seu olho direito fizer você pecar, arranque-o e jogue-o fora! É melhor você per-
der uma parte do corpo que ser lançado inteiro no Gei-Hinnom. E se sua mão direita
fizer você pecar, corte-a e jogue-a fora! É melhor você perder uma parte do corpo que
ser lançado inteiro no Gei-Hinnom." (Mt 5:29, 30). Yeshua estava falando no contexto do
pecado sexual. No entanto, os princípios básicos se aplicam também a outros pecados e
podem se relacionar ao nosso relacionamento com o Messias de modo geral.

6. Qual é o ponto central do texto? (Mt 5:29, 30)Somos de fato chamados literalmente
a nos mutilarmos?

Yeshua não nos aconselhou a prejudicar nosso corpo fisicamente, de forma nenhu-
ma! Em vez disso, Ele nos chamou a controlar nossa mente e, portanto, nosso corpo,
custe o que custar. Os versos não dizem que devemos pedir e que D'us removerá ins-
tantaneamente a yetser hará (má inclinação) de nossa vida. Às vezes, o Eterno gracio-
samente faz isso por nós, mas muitas vezes Ele nos chama a um compromisso radical
de desistir de algo, ou começar a fazer algo, que talvez nem tenhamos vontade de fazer.
Isso pode ser um intenso crisol! Quanto maior for a frequência das escolhas certas,
mais fortes nos tornaremos e mais fraco será o poder da provação em nossa vida.
D'us às vezes usa crisóis para chamar nossa atenção quando há tantas distrações
barulhentas ao nosso redor. É na provação que percebemos que nos afastamos para
bem longe de D'us. O sofrimento pode ser o chamado Divino para que tomemos uma
decisão radical de retornar ao plano do Eterno para nós.

50 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


4 de agosto | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 7 Av Quinta

A necessidade de perseverar
7. A Torá relata que Iaacóv (Jacob) lutou com D'us (Gn 32). O que essa história nos diz
sobre perseverança, mesmo em meio a grande desânimo?

Podemos saber o que é certo e exercer nossa vontade para fazer a coisa certa; mas sob
pressão pode ser muito difícil nos apegarmos a D'us e às Suas promessas. Isso porque so-
mos fracos e temerosos. Portanto, uma das forças importantes é a perseverança, a capaci-
dade de seguir em frente apesar de querer desistir.
Iaacóv é um dos maiores exemplos bíblicos de perseverança. Muitos anos antes, ele
havia enganado seu irmão, Essav (Esaú), e seu pai para conseguir o direito de primogeni-
tura (Gn 27), e, a partir disso, viveu fugindo com medo dele querer matá-lo. Mesmo tendo
recebido promessas maravilhosas da orientação e bênção Divinas em seu sonho de uma
escada alcançando o Céu (Gn 28), ele ainda sentia medo. Iaacóv estava desesperado para
obter de D'us a garantia de que tinha sido aceito e de que as promessas feitas a ele muitos
anos antes ainda eram vigentes. Enquanto lutava contra Alguém que era o Mashiach, Iaa-
cóv teve seu quadril deslocado. A partir daquele momento, não teria sido possível continu-
ar lutando, pois a dor era insuportável. Deve ter havido uma mudança sutil da luta para a
dependência. Iaacóv se apegou ao Messias em meio a uma dor terrível até receber a garan-
tia da bênção. Então, disse a ele: "Deixe-Me ir, pois já rompeu o dia" (Gn 32:26).
Iaacóv foi abençoado porque suportou a dor. Isso também acontece conosco. D'us pode
"deslocar nosso quadril" e então nos chamar a nos apegarmos a Ele por meio da dor. O
Etern permitiu que as cicatrizes dolorosas permanecessem: Iaacóv ainda mancava quando
se encontrou com seu irmão. Aparentemente, era uma fraqueza, mas para Iaacóv era uma
indicação de sua força.

Que escolhas práticas você pode fazer (amizades, estilo de vida, leituras, hábitos
de saúde, vida espiritual) que o ajudarão a perseverar com o Eterno em meio ao
desânimo e à provação?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 51


Sexta 5 de agosto | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 8 Av

Estudo adicional

S empre que D'us abençoa Seus filhos com luz e verdade, não é unicamente para que eles
poss"Essa vontade, que constitui tão importante fator no caráter humano, foi, pela que-
da, entregue ao domínio de Satan, e desde então ele tem atuado no homem o querer e o
realizar, segundo a sua vontade, mas para inteira ruína e miséria humanas" (1).
"A fim de receber o auxílio de D'us, o ser humano deve reconhecer sua fraqueza e de-
ficiência; deve aplicar seu próprio coração na grande mudança a ser realizada em si e des-
pertar para a necessidade de tefilá (oração) e esforço fervorosos e perseverantes. Hábitos e
costumes errados devem ser repelidos. [...]. Muitos jamais atingem a posição que poderiam
ocupar, porque esperam que D'us faça por eles aquilo que Ele lhes deu poder para fazer
por si mesmos. Todos os que se habilitam a ser úteis devem ser educados pela mais estrita
disciplina mental e moral, e D'us os ajudará" (2).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 158-164 [195-203];
Ídem, CC, p. 43-48

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Reconhecemos que nossa vontade foi, pela queda no Éden, "entregue ao domínio de
Satan"? Ao nos concentrarmos no caráter do Messias, como podemos entender me-
lhor nossa condição decaída e a grandeza da graça divina para conosco?
2 Quais foram os sentimentos e desejos de Yeshua no Gat-Sh'manim (Mt 26:36-42), em
contraste com a vontade divina? O que aprendemos com esse exemplo?
3 Quais são as particularidades da cultura que atuam para quebrar nossas defesas e nos
deixar vulneráveis às más incliações? O que fazer para conscientizar outros mem-
bros da comunidade sobre esses perigos, bem como ajudar os que precisam de apoio?
4 Você conhece alguém que há muito tempo não costuma ir aos serviços religiosos, que
esteja se preparando para desistir ou já tenha desistido? Como encorajar essa pessoa?

REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, Testemunhos, v. 5, p. 439 [515] (contextualizado)
(2)
Ídem, Patriarcas e Profetas, p. 208 [248] (contextualizado)

52 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

6 de agosto | ‫ שבת‬Shabat 9 Av

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 53


Lição 7 7 a 13 de agosto | 10 a 16Av

Esperança indestrutível
VERSO PARA MEMORIZAR
"essa esperança não nos decepciona, porque o amor de D'us por nós já foi derramado em
nosso coração, pelo Ruach Hakodesh que nos foi outorgado." (Rm 5:5)

LEITURAS DA SEMANA
Gn 15- 19:29; Rm 4:3, 4, 9, 22; GI 4:21-31; Rm 4:11; 9:9; Am 4:11

Introdução

Q uando se está em um grupo, cercado de pessoas sorridentes, é fácil falar e can-


tar sobre esperança. Mas quando nos encontramos dentro do crisol, ter espe-
rança nem sempre parece tão fácil. À medida que as circunstâncias nos pressionam,
começamos a questionar tudo, principalmente a sabedoria de D'us.
Em um de seus livros, o escritor irlandês C. S. Lewis (Z''L) escreveu sobre um
leão fictício. Querendo conhecer o animal, alguém pergunta se ele é confiável. A
resposta é que ele não é confiável, "mas é bom" (1).
Nem sempre entendemos D'us, e muitas vezes Ele parece fazer coisas imprevi-
síveis. Contudo, isso não significa que Ele esteja contra nós, mas que simplesmente
não temos a compreensão de todo o cenário. Lutamos com a ideia de que, para ter
paz (shalom), confiança e esperança, D'us deve ser compreensível e previsível. Em
nosso pensamento, Ele tem que ser "confiável" e deve agir de acordo com as nossas
expectativas. Por isso, muitas vezes ficamos decepcionados.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 45 ‫ ואתחנן‬VAETCHANAN [Implorei Graça]: Dt 3.23 - 7.11


HAFTARÁ: Is 40.1-26
BRIT HADASHÁ: Mt 4:1-11; 22:33-40; Mc 12:28-34; Lc 4:1-13; 10:25-37; At 13:13-43; Rm
3:27-31; 1Tm 2:4-6; Tg 2:14-26
TEHILIM: Sl 90

54 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


7 de agosto | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 10 Av Domingo

O quadro mais amplo

Q uando estamos sofrendo, é muito fácil presumir que o que nos acontece seja a única coisa
que importa. Mas há um cenário um pouco maior do que apenas "eu" (veja Ap 12:7; Rm
8:22).

1. Que situação Havacuc (Habacuque) enfrentou? (Hc 1:1-4)

Talvez você esperava que D'us dissesse algo como: "Isso é mesmo terrível, Havacuc; vou
ajudá-lo agora mesmo". Mas a resposta Dele foi o oposto. Ele disse a Havacuc que a situação iria
piorar. (Hc 1:5-11).
Israel havia sido levado ao cativeiro pelos assírios, mas o Eterno prometeu que o pior ainda
estava por vir: os babilônios levariam o povo de Judá. Havacuc clamou novamente (versos 12-
17) e então esperou para ver o que D'us diria.

2. Como a introdução à promessa de destruição de Bavel (Babilônia) em traz espe-


rança? (Hc 2:2, 3)

Havacuc relata a promessa de D'us de destruir os babilônios (Hc 2). Shaul cita Havacuc em
sua carta aos Hebreus, sugerindo uma aplicação messiânica a essa passagem (Hb 10:37 citando
Hc 2:3). Assim como aconteceu com a antiga Bavel, podemos estar certos também da destrui-
ção da "Bavel, a grande" (Ap 18:2).
Havacuc estava preso entre o grande mal que o cercava e a promessa de D'us de que o pior
estava por vir. É precisamente esse o local em que nos encontramos na história da salvação.
Um grande mal está ao nosso redor, mas as Escrituras predizem que algo muito pior está por
vir. A chave para a sobrevivência de Havacuc foi que ele pôde ver o cenário completo. Por isso,
no capítulo 3, ele fez uma prece de louvor pelo que o Eterno faria no futuro.

Quais são as razões para a esperança de Havacuc? (Hc 3:16-19) Qual é a esperança
do povo de D'us à medida que aguardamos o desenrolar das cenas proféticas? Como
você pode fazer dessa esperança a sua própria?

JEJUM 9 AV

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 55


Segunda 8 de agosto | ‫ יום שני‬Yom Sheni 11 Av

Quem nosso Pai é

"V ocê tem perguntado a D'us o que Ele fará? Ele nunca vai dizer. D'us não lhe diz o que
Ele vai fazer; Ele lhe revela quem Ele é" (2).

3. O que o autor quis dizer com as palavras acima?

O livro de Ióv (Jó) começa com uma grande tragédia pessoal. Ele perdeu tudo, exceto sua
vida e sua esposa, e ela sugeriu que ele amaldiçoasse a D'us e morresse (Jó 2:9). O que se se-
guiu foi uma discussão em que seus amigos tentavam descobrir por que tudo aquilo havia
acontecido. Enquanto isso, o Eterno permanecia em silêncio.
Então, D'us falou: "Quem é este que quer ofuscar Meu conselho com palavras isentas de
sabedoria?" (Jó 38:2). Sem fazer pausa, D'us fez a Ióv cerca de 60 perguntas. (Jó 38 e 39).
Após a última pergunta, Jó respondeu: "Reconheço minha deficiência. O que Te posso
responder? Cerro minha boca com a mão. Falei uma vez, mas não Te posso responder outra
vez; nada mais Te posso dizer." (Jó 40:4, 5). Em seguida, D'us fez outro conjunto de "grandes"
perguntas em sucessão.

4. O que D'us estava tentando dizer a Ióv e qual foi o efeito sobre ele? (Jó 42:1-6)

D'us não respondeu às questões dos amigos de Ióv, mas pintou um quadro de Sua gran-
deza, revelada nas surpreendentes obras da criação. Depois, Ióv não precisou de respostas.
A necessidade de explicações foi obscurecida pela magnificência divina.
Essa história revela um paradoxo fascinante. Esperança e encorajamento podem brotar
da consciência de que sabemos bem pouco. Instintivamente, tentamos encontrar conforto
buscando saber sobre tudo e, por isso, ficamos desanimados quando não temos respostas.
Mas às vezes o Eterno ressalta nossa ignorância para que possamos perceber que a esperan-
ça humana só encontra segurança em um Ser muito maior.

Há acontecimentos que você não consegue entender? Concentre-se no caráter de


D'us. Isso pode lhe dar a esperança para perseverar em meio ao que é incompreen-
sível?

56 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


9 de agosto | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 12 Av Terça

A presença do nosso Pai (Avinu)

"P ois Eu sou o Eterno, teu D'us, que segura tua mão direita, e te diz: Nada temas, pois Eu
te ajudarei." (Is 41:13).
Alguém disse: "Quando D'us parece distante, quem é que se afastou?" Quando surgem
problemas, presumimos que D'us nos abandonou. A verdade é que Ele não foi a lugar ne-
nhum.
A presença de D'us parecia muito distante para os judeus no exílio. No entanto, por meio
de Isaías, o Eterno lhes garantiu libertação futura. Embora o retorno a Jerusalém devesse
ocorrer muitos anos à frente, D'us queria que Seu povo soubesse que Ele não havia Se afas-
tado dele e que havia motivos para esperança.

5. Que razões para ter esperança D'us deu ao povo que aguardava ansiosamente
pela libertação futura? Como essa promessa nos ajuda enquanto esperamos que
termine nosso exílio aqui na Terra? (Is 41:8-14).

Uma das imagens mais poderosas nestes versos é a do verso 13 (Is 41:13). Ya Ribon Olam
(D'us soberano do Universo) disse que Seu povo não precisava temer, pois era Ele quem o
tomava pela mão direita. Uma coisa é imaginar D'us conduzindo os eventos na Terra a partir
de um grande trono que está a anos-luz de distância de nosso planeta. Outra totalmente dife-
rente é perceber que Ele está perto o suficiente para segurar as mãos de Seu amado povo.
Quando estamos ocupados, pode ser difícil lembrar que D'us está tão perto de nós. Mas
quando nos lembramos de que Ele é Imanuel, "D'us está conosco", isso faz uma grande dife-
rença. Quando o Eterno está conosco, também estão Seus propósitos, Suas promessas e Seu
poder transformador. Nos próximos dias, faça uma experiência. A cada momento possível,
tente se lembrar de que Adon Olam (Senhor do Universo) está perto o suficiente de você para
segurar sua mão e ajudá-lo. Mantenha um registro de como isso muda sua maneira de viver.

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Quarta 10 de agosto | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 13 Av

Os planos de nosso Pai para nós


6. Todos buscamos esperança. Mas onde ela está? Para alguns, ela está no sorriso de
um amigo. Para outros, na segurança financeira ou em um casamento estável. Onde
você procura esperança e coragem?

O profeta Irmiáhu (Jeremias) escreveu para pessoas que tinham perdido a esperança.
"Às margens dos rios da Babilônia, nos sentávamos e chorávamos, lembrando de Tsi-
ón." (Sl 137:1). Embora o povo estivesse de coração partido, Jeremias apresentou motivos
pelos quais eles não deviam perder as esperanças.

7. Que razões para esperança encontramos em Jeremias? (Jr 29:1-10

Nessa passagem há três fontes importantes de esperança que vale a pena destacar.
Primeira, D'us disse a Seu povo que não devia perder a esperança, pois sua situação não
resultou do acaso nem de um mal imprevisível. "Assim disse o Eterno dos Exércitos, o D'us
de Israel, a todos aqueles a quem fiz serem exilados de Jerusalém à Babilônia" (Jr 29:4).
Embora o mal parecia cercá-los, D'us nunca deixou de proteger Judá.
Segunda, D'us disse a Seu povo que não devia perder a esperança porque Ele podia
atuar mesmo em meio às dificuldades presentes. "Buscai promover a paz da cidade para
onde vos exilei e rezai por ela ao Eterno, pois em sua paz tereis (vós também) paz." (Jr 29:7).
Terceira, D'us disse ao povo que não devia perder a esperança, pois Ele poria fim ao
exílio no tempo determinado. ''Pois assim disse o Eterno: Ao se completarem 70 anos de
vossa estada na Babilônia, Eu me lembrarei de vós e cumprirei Minha boa palavra de vos
restabelecer aqui." (Jr 29:10).
Depois de explicar como esteve no comando do passado deles, estava no comando na-
quele momento e estaria no comando do seu futuro, o Eterno então demonstrou Seu terno
cuidado por Seu povo (ver Jr 29:11-14).
Leia os versos 11-14 (Jr 29:11-14), colocando seu nome cada vez que aparecer a palavra
vós ou vosso, como se o Eterno estivesse fazendo essas promessas a você pessoalmente.
Aplique essas promessas a você mesmo nas suas lutas, quaisquer que sejam elas.

58 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


11 de agosto | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 14 Av Quinta

A disciplina do nosso Pai


8. Por que o Eterno nos disciplina? Disciplina é o mesmo que castigo? (Hb 12:5-13).

S haul nesses versos descreveu as provações no contexto da disciplina. Nessa passagem,


aparecem diferentes formas da palavra disciplina. No mundo grego, essa era a palavra
mais básica para "instrução". Portanto, entender a" disciplina" é entender como D'us nos
instrui na yeshivá da confiança, descrita por Shaul antes na carta aos Hebreus (Hb 11).
Ao longo do capítulo 11, Rabi Shaul retratou homens e mulheres de confiança. Sua fi-
delidade foi o que os manteve quando enfrentaram todo tipo de situação difícil. No capítu-
lo 12, Shaul se voltou para nós, leitores, observando que assim como tantas pessoas antes
de nós perseveraram em meio a adversidades incríveis, também podemos correr e termi-
nar a carreira da confiança. A chave é contemplar o autor e consumador de nossa confian-
ça, Yeshua (Hb 12:2), para que Ele seja um exemplo em tempos difíceis (Hb 12:3). Ler o ca-
pítulo 12 é como ganhar um par de óculos de leitura, sem os quais nossa visão ou
compreensão das dificuldades sempre será confusa. Mas olhar através dessas lentes corri-
girá a explicação borrada sobre o sofrimento que nossa cultura impõe. Então, seremos ca-
pazes de entender claramente e responder às provações com inteligência.

9. Leia o texto da carta aos Hebreus (Hb 12:1-13) e responda:


Qual é a fonte da disciplina?
Qual é a nossa resposta à disciplina?
Qual é o objetivo da disciplina?

Faça uma lista de todas as razões para se ter esperança. Como você experimentou
essa esperança em tempos de "instrução" espiritual? (Leia Hb 12:1-13)

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 59


Sexta 12 de agosto | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 15 Av

Estudo adicional

"T odos nós passamos por dias de profunda decepção e extremo desânimo - dias
em que só predomina a tristeza, nos quais é difícil crer que D'us ainda seja o
bondoso benfeitor de Seus filhos na Terra; dias em que os problemas nos perturbam
de tal forma que parece melhor morrer do que continuar vivendo. É nesse momento
que muitos perdem sua confiança em D'us e são levados à escravidão da dúvida e ao
cativeiro da incredulidade. Se nesses momentos pudéssemos discernir com percep-
ção espiritual o significado das providências de D'us, veríamos anjos procurando nos
salvar de nós mesmos, esforçando-se para firmar nossos pés num fundamento mais
firme que os montes eternos; e nova confiança, nova vida jorrariam para dentro do
ser" (3).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Educação, p. 211-216 (301-309]
Ídem. A Ciência do Bom Viver, p. 470,471

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 "Todos" passam por momentos de "profundo desapontamento e extremo desen-
corajamento". Podemos discernir quando as pessoas atravessam momentos as-
sim? Podemos ser agentes de esperança quando experimentamos decepções?
2 Faz diferença em sua vida manter em mente a realidade da proximidade do Eter-
no?
3 Que imagens de D'us nos dão esperança e encorajamento? (Jó 38-41) O Shabat se
encaixa nesse quadro? Isso ajuda a refletir sobre o caráter de D'us?

REFERÊNCIAS
(1)
C.S Lewis, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa, 2020, p. 82 (contextualizado)
(2)
Oswald Chambers, My Utmost for His Highest 1963, 2 de janeiro (contextualizado)
(3)
Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 94 (162) (contextualizado)

60 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

13 de agosto | ‫ שבת‬Shabat 16 Av

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 61


Lição 8 14 a 20 de agosto | 17 a 23 Av

Vendo o invisível
VERSO PARA MEMORIZAR
"Pela confiança, saiu do Egito, não temendo a ira do rei; perseverou como quem vê o
invisível." (Hb 11:27)

LEITURAS DA SEMANA
Rm 8:28-39; Jo 14:1-14; Ef 1:18-23; Is 40:27-31

Introdução

A definição de confiança na carta aos Hebreus sempre foi desafiadora. “A con-


fiança é a certeza do que esperamos, convencidos das coisas que não vemos.”
(Hb 11:1). Como podemos ter certeza sobre o que não vemos? No entanto, é exata-
mente isso o que Moshé (Moisés) ilustra no verso para memorizar: “perseverou
como quem vê o invisível.” (Hb 11:27).
É ainda mais desafiador perceber que somos chamados a ver “o que é invisível"
não apenas quando tudo vai bem, mas principalmente quando tudo vai mal. Para
isso, precisamos de uma confiança que deve ser moldada pela verdade sobre o Eter-
no e Seu reino. A verdade sobre a bondade de Avinu Malkenu, o poder no nome de
Yeshua, o poder da ressurreição e a compaixão do Eterno são verdades essenciais
que nos permitirão permanecer firmes quando estivermos no crisol e formos, tal-
vez, tentados a duvidar de tudo.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 46 ‫ עקב‬EKEV [Consequentemente]: Dt 7.12 - 11.25


HAFTARÁ: Is 49.14 - 51.3
BRIT HADASHÁ: Mt 4:1-11; Lc 4:1-13; Tg 5:7-11; Rm 8.31-39
TEHILIM: Sl 75

62 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


14 de agosto | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 17 Av Domingo

A generosidade de Avinu Malkenu

S e D'us realmente me amasse, com certeza Ele faria isso ou aquilo por mim!"
Quantas vezes esse pensamento já passou por nossa mente? Olhamos para as
circunstâncias e nos perguntamos se o Eterno nos ama de fato, porque, se amasse,
tudo seria diferente.
Existem duas razões pelas quais muitas vezes duvidamos da bondade de D'us.
Primeira, quando temos um desejo ardente por algo que acreditamos ser bom, e a
ideia de que D'us possa querer algo diferente para nós pode parecer ridícula. Se-
gunda, podemos duvidar da bondade divina porque nossa experiência não combina
com o que cremos. Se algo parece bom, deve ser bom. E então, ficamos zangados
com D'us quando não podemos obter o que desejamos.
É aqui que a confiança entra em jogo. Ela entra em ação precisamente nos mo-
mentos em que somos provados a duvidar do Eterno e de Sua bondade.

1. Que razões Shaul nos dá para não alimentarmos dúvidas sobre a bondade de D'us?
(Rm 8:28-39)

No verso 32, há uma lógica importante que é extremamente útil para evitar que
sejamos oprimidos pelas circunstâncias. “Aquele que não poupou o próprio Filho,
mas o entregou a favor de todos nós - será possível que, nos tendo dado Seu Filho,
não nos dê também todas as coisas?”
Isso significa que a verdade da generosidade do Eterno para conosco, vista na
morte do Messias, deve ter um impacto mais forte em nosso pensamento do que
todas as dúvidas que o crisol possa gerar em nós.

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 63


Segunda 15 de agosto | ‫ יום שני‬Yom Sheni 18 Av

Em nome de Yeshua

"S e vocês pedirem algo em meu nome, eu o farei." (Jo 14:14).


Yeshua não estaria com os seus discípulos (talmidim) por muito mais tempo.
Aquele que havia sido seu apoio e encorajamento estava indo para o Céu, e os discípu-
los de Yeshua começaram a se sentir confusos e desamparados. Contudo, embora não
mais pudessem vê-lo fisicamente, Yeshua lhes deixou uma promessa notável.
Yeshua prometeu fazer por nós "qualquer coisa" que pedíssemos em seu nome"
(Jo 14:1-14). Por isso, muitas vezes adicionamos no fim de nossas preces: "Beshem (em
nome de) Yeshua, amén!"

2. O que Yeshua quis dizer quando nos encorajou a pedir em seu nome? O que ele
quis enfatizar?

Quando nosso pedido é feito "em nome de Yeshua", podemos ter a certeza de que
todo o mecanismo do Céu trabalha em nosso favor. Podemos não ver os anjos traba-
lhando ao nosso redor, mas eles são enviados do trono do Céu para realizar nossos
pedidos e responder às nossas preces.
Às vezes, quando oramos em nome de Yeshua, abrimos os olhos e esperamos que
tudo seja diferente ao nosso redor, mas tudo parece igual. No entanto, embora o poder
de D'us possa vir com efeito dramático também pode vir em silêncio, despercebido.
Talvez não aconteça algo dramático de repente, mas isso não significa que o Eterno não
esteja trabalhando por nós.

"Que coisas podem impedir que a promessa de "qualquer coisa que pedirem" se
cumpram? Que mudanças devo fazer?

64 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


16 de agosto | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 19 Av Terça

O poder da ressurreição

A ressurreição aborda o problema da incapacidade humana. Ao pensarmos sobre


a vida, morte e ressurreição de Yeshua, com frequência refletimos sobre como
a morte do Mashiach nos tornou legalmente justos diante do Eterno. E isso, claro,
é verdade.
No entanto, a ressurreição acrescenta uma dimensão específica ao mundo vin-
douro. Ela é significativa não apenas porque nos mostra que um dia também sere-
mos ressuscitados. Esse evento colocou o Messias à direita de D'us em uma posição
de poder e autoridade, e Ele nos disponibiliza esse mesmo poder!

3. Em sua carta aos |Efésios, Shaul falou sobre o poder de D'us. (Ef 1:18-23) O que
esses versos nos ensinam sobre o poder da ressurreição? Que esperança e promes-
sashá nesses versos?

Shaul orava para que os efésios entendessem alguns conceitos que só podem ser
entendidos corretamente com a ajuda divina: (1) existe esperança de transformação
e um futuro eterno para o qual o Messias nos chamou; (2) há um poder que foi ma-
nifestado em nosso favor.
Ele tentou descrever esse poder disponível para nós, e que é o mesmo que res-
suscitou Yeshua não apenas de volta à vida, mas para o lugar de poder à direita do
Pai.

A ressurreição não deu a Yeshua algum tipo de poder, mas a autoridade de governar
e oferecer tudo o que seu povo pudesse precisar - por toda a eternidade!

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 65


Quarta 17 de agosto | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 20 Av

Entregando ao Eterno as preocupações

H á um ditado que diz: "Por que orar quando você pode se preocupar?” Isso nos
faz rir, pois sabemos com que frequência nos preocupamos em vez de irmos a
D'us para Lhe entregar nossas inquietações.
Alguém disse que, quando nossa vida estiver toda enrolada, devemos dá-la a
D'us e deixar que Ele desenrole. Como Ele deve desejar fazer isso! Ainda assim, sur-
preendentemente, nos agarramos aos nossos problemas até que estejamos prestes a
desabar. Por que esperamos tanto para irmos a D'us?

4. "Confia teu fardo ao Eterno e Ele te sustentará, e não permitirá que desfaleça o
justo." Qual é a mensagem principal desse salmo citado por Shimon Kefa? (1Pd 5:7
citando Sl 55:23(22) Veja também Mt 6:25-33)

O texto é muito simples. Não há nenhum segredo escondido nele. Lançar (con-
fiar) significa fazer exatamente isso, jogar, entregar, de modo que o que estiver
causando dor e preocupação não tenha mais nenhuma conexão conosco. Mas, é
claro, nossos fardos não são jogados em qualquer lugar, nem nossa preocupação
desaparece no vazio, mas são dados a D'us, que promete resolver o problema. Isso é
o que o Messias nos diz (Mt 6:25-33). O problema em fazer isso não é que seja difícil,
mas que parece muito fácil, bom demais para ser verdade.
A ansiedade é causada por todo tipo de coisas. Pode ser pressão do trabalho,
uma crítica inesperada, sentimento de que somos indesejados ou não amados, pre-
ocupações de saúde ou financeiras, percepção de não sermos bons o suficiente para
D'us e crença de que não somos perdoados.
Um dos motivos pelos quais nos apegamos a nossos problemas é que pensamos
que podemos resolvê-los melhor do que qualquer pessoa. D'us Se importa. Por isso,
não temos que nos preocupar. As escrituras dizem que Ele Se preocupa o suficiente
para transformar qualquer situação.

O que preocupa você? Existe algo demasiadamente difícil para o Eterno? Talvez nos-
so maior problema seja que, embora acreditemos que D'us possa consertar tudo,
não acreditamos que Ele vá resolver da maneira que gostaríamos que Ele resolvesse.
Pense nesse último ponto e questione se isso é verdade em sua vida.

66 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


18 de agosto | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 21 Av Quinta

Fiéis, mesmo sem ver ao Eterno

É muito desagradável imaginar que ninguém se importa com o que acontece co-
nosco, mas pensar que o Eterno não sabe ou não Se importa pode ser muito
mais angustiante.
Para os judeus exilados em Bavel (Babilônia), o Eterno parecia não Se importar
muito com a situação deles. Ainda estavam exilados, ainda se sentiam abandonados
pelo Eterno por causa de seus pecados. Mas Ieshaiahu (Isaías) lhes dirigiu palavras
de conforto: “Ele é como o pastor que alimenta o rebanho, junta seus cordeiros com
o braço, trazendo-os junto ao peito, conduz com gentileza à ovelha mãe.” (Is 40:11).
Mas depois de tanto tempo, os exilados pensaram: Onde estás, nosso D'us? Não ve-
mos nenhuma evidência de que ainda estejas conosco ou que Te importas!

5. Como Ieshaiahu descreve D'us? Como essa descrição pretende responder à crença
de que nosso “caminho está escondido de Adonai, [nossos] direitos são ignorados
por [nosso] D'us” (Is 40:27)?

No livro de Ester encontramos outro grupo de pessoas que pode ter considerado
que seu caminho estivesse encoberto de D'us. Nesse livro, D'us não é mencionado.
No entanto, toda a história é um drama da intervenção divina para salvar Seu povo
de uma lei irrevogável para destruí-lo. Essa história não apenas descreve eventos
do passado, mas simboliza um tempo no futuro em que o povo de D'us será no-
vamente perseguido e uma lei será introduzida para sua destruição (Ap 13:15). É
possível imaginar como seria fácil concluir, em meio a tais circunstâncias terríveis,
que o Eterno havia abandonado o Seu povo Mas não devemos temer. O mesmo D'us
que salvou Seus escolhidos na história de Ester salvará Seu povo novamente na
crise final.

No capítulo 40 Ieshaiahu descreveu D'us aos exilados. (Is 40:27-31) Como você O
descreveria para alguém hoje?

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Sexta 19 de agosto | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 22 Av

Estudo adicional

“D 'us não disse que daria o Seu Espírito aos que O pedissem? E esse Espírito não é um
Guia real e verdadeiro? Parece que algumas pessoas têm receio de aceitar o que
D'us afirma, como se isso fosse presunção de sua parte. Oram para que Ele nos ensine, e, no
entanto, temem acreditar na empenhada palavra de D'us e crer que temos sido ensinados
por Ele. Contanto que nos dirijamos a Avinu Shebashamayim humildemente e com um
espírito suscetível de ser ensinado, dispostos e ansiosos por aprender, por que havemos de
duvidar de que o Eterno cumprirá Sua promessa? Nem por um momento devemos duvi-
dar Dele, desonrando-O desse modo.
"Quando buscarem conhecer Sua vontade, a parte que lhes cabe no trato com o Eter-
no é crer que haverão de ser conduzidos, guiados e abençoados no cumprimento de Sua
vontade. Talvez duvidemos de nós mesmos, temendo interpretar mal Seus ensinos, mas
tornemos até isso um assunto de oração e confiemos Nele, sim, confiemos Nele ao máxi-
mo, para que o Seu Espírito Sagrado nos leve a interpretar corretamente Seus planos e a
atuação de Sua providência" (1).
"A confiança é fortalecida pelo conflito com dúvidas e influências opostas. A experiên-
cia alcançada nessas provas é de maior valor do que as joias mais preciosas" (2).

TEXTO COMPLEMENTAR
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 122 [154]

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Quais são as coisas em que acreditamos mesmo não vendo? Como isso pode nos aju-
dar a entender o que significa ver "Aquele que é invisível”?
2 Como crer que o caminho de D'us é o melhor, mesmo não sendo o que queremos?
3 Se "a confiança é fortalecida pelo conflito com dúvidas e influências opostas" que
leva a algo "de maior valor do que joias preciosas", isso deve moldar nossa percepção
sobre os conflitos?
4 Muitos enfrentam situações em que o pior acontece, apesar das orações e dos melho-
res esforços. Como entender isso à luz do que temos estudado?

REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 114 [15 de abril] (contextualizado)
(2)
Ídem, Testemunhos, v. 3, p. 463 [555], (contextualizado)

68 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

20 de agosto | ‫ שבת‬Shabat 23 Av

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 69


Lição 9 21 a 27 de agosto | 24 a 30 Av

Uma vida de halel (louvor)


VERSO PARA MEMORIZAR
"Alegrem-se em união ao Senhor sempre. Direi novamente: alegrem-se!" (Fp 4:4)

LEITURAS DA SEMANA
Fp 4:4-7; Js 5:13-6:20; Sl 145; At 16:16-34; 2Cr 20:1 -30

Introdução

É fácil bradar de alegria ao Eterno quando estamos satisfeitos. No entanto, quan-


do as coisas estão ruins, quando estamos nas piores situações e quando o crisol
esquenta, não é fácil sorrir. Porém, é nesse momento que precisamos, talvez mais
do que nunca, louvar (lehalel, ‫ )להלל‬a D'us, pois o louvor (halel, ‫ )הלל‬é um meio de
nos ajudar a manter a confiança em D'us.
O louvor pode transformar até mesmo as circunstâncias mais sombrias, talvez
não no sentido de mudar os fatos, mas no sentido de mudar o nosso coração, bem
como mudar as pessoas à nossa volta, de forma que nos ajude a enfrentar os desa-
fios.
Louvor é confiança no Eterno colocada em ação. Pode não ser sempre natural
para nós, mas quando praticamos o louvor de uma forma que se torne natural em
nossa vida, ele exercerá o poder para converter corações e para nos ajudar a vencer
as provações.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 47 ‫ ראה‬REE [Vejam]: Dt 11.26 - 16.17


HAFTARÁ: Is 54.11 - 55.5
BRIT HADASHÁ: 1Co 5:9-13; 1 1Jo 4:1-6
TEHILIM: Sl 97

70 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


21 de agosto | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 24 Av Domingo

Fundamento para o louvor

O grande escritor russo Fyodor Dostoyevski havia sido condenado à morte, mas a sen-
tença foi substituída no último momento. Ao falar sobre sua experiência na prisão,
escreveu: "Creia até o fim, ainda que todos se desviem e você seja o único fiel; leve sua
oferta mesmo assim e louve a D'us em sua solidão.”
No decorrer do nosso estudo, vimos como Rabi Shaul suportou incrível oposição e per-
seguição. Nesta semana relembraremos sua experiência em uma prisão romana. Ele não
estava deprimido; em vez disso, escrevia ansiosamente para encorajar os crentes em Fili-
pos!

1. Como Rabi Shaul poderia ter escrito isso se ele mesmo estava encarcerado? Nes-
ses versos, quais são as chaves para obter a shalom (paz completa que vem de D'us)?
(Fp 4:4-7)

Uma coisa é se alegrar quando tudo está indo bem, mas Rabi Shaul nos exorta a nos
alegrarmos sempre. Isso pode parecer estranho. Se tomarmos ao pé da letra o que ele es-
creveu, podemos chegar a duas conclusões: primeira, se devemos nos regozijar sempre,
isso deve significar que devemos nos alegrar mesmo quando as circunstâncias não pare-
cem dar nenhum motivo para isso. Em segundo lugar, também pode significar que tere-
mos que aprender a nos alegrar quando não tivermos vontade.
Shaul nos chamou a louvar a D'us sempre, embora muitas vezes fazer isso possa pare-
cer pouco natural para nós, ou até mesmo irracional. Mas, como veremos, é precisamente
por isso que somos chamados a nos alegrar. Em outras palavras, louvar é um ato de con-
fiança. Assim como fidelidade não se fundamenta em nossas circunstâncias, mas na verda-
de sobre o Eterno, halel é algo que fazemos não porque nos sentimos bem, mas por causa
da verdade de quem D'us é e das promessas feitas a nós. Surpreendentemente, é esse tipo
de confiança que molda nossos pensamentos, sentimentos e circunstâncias.

Que verdade sobre o Eterno que Rabi Shaul identificou na passagem de hoje e que
fazia com que ele se alegrasse, mesmo na prisão? Escreva uma pequena lista do que
você sabe ser verdade sobre D'us e louve ao Eterno relendo cada item. Isso muda sua
maneira desentir e ver as circunstâncias?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 71


Segunda 22 de agosto | ‫ יום שני‬Yom Sheni 25 Av

Derrubando muralhas pela tefilá

I magine pintar o chão de um cômodo e depois perceber que acabou o trabalho em


um canto e não pode sair sem andar sobre a tinta fresca. Você precisará esperar até
que ela seque!
Às vezes, nossa confiança no Eterno parece nos encurralar, assim como a tinta úmi-
da no chão. Nesses momentos, ou temos que rejeitar a D'us, a confiança Nele e tudo em
que acreditamos, ou nossa confiança no Eterno nos obriga a crer no que parece impos-
sível.
Depois de terem vagado por 40 anos no deserto, o Eterno não conduziu Seu povo às
pastagens livres e pacíficas. D'us o conduziu a uma das cidades mais fortificadas de
toda a região. Em seguida, eles tiveram que caminhar ao redor de Yerichó (Jericó) em
silêncio por seis dias. No sétimo dia, D'us lhes disse que gritassem - e esse grito, junto
com as trombetas, traria a vitória.

2. O que o Eterno tentou ensinar ao Seu povo? (Js 5:13-6:20).

Gritar bem alto não causaria vibrações para desencadear o colapso das muralhas.
Quando D'us chamou os israelitas a "gritar", foi o mesmo tipo de grito sobre o qual o rei
David escreveu: “Louvem a D'us, toda a terra! Cantem louvores à glória de seu nome,
louvem-no gloriosamente.” (Sl 66:2,3 (1,2)). Esse grito foi um louvor! Depois de seis dias
olhando para as enormes muralhas, eles devem ter concluído que não tinham chance
de derrubá-las sozinhos.

3. Como isso nos ajuda a compreender o texto de Shaul:" Pela confiança, entende-
mos que o Universo foi criado pela palavra pronunciada por D'us de modo que aquilo
que se vê não foi criado a partir dos fenômenos existentes"? (Hb 11:30)

Quando D'us está prestes a fazer algo novo em nossa vida, Ele pode nos levar a Ye-
richó, pois pode precisar nos ensinar que o poder para vencer não está em nossa pró-
pria força e estratégias. Tudo de que precisamos vem de fora de nós mesmos. Portanto,
não importa o que esteja diante de nós, não importa quanto isso possa parecer intrans-
ponível, nosso papel é louvar a ao Eterno - a fonte de tudo de que precisamos. Isso é
confiança em ação.

72 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


23 de agosto | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 26 Av Terça

Vida de louvor

S e louvar ao Eterno pode não ser natural para nós, mesmo em boas circunstâncias,
imagine nas más? No entanto, é isso que somos chamados a fazer. Halel é algo que
devemos praticar até que passe a ser a atmosfera em que vivemos. Não deve ser um ato
específico, mas um estilo de vida.

4. Quais são os motivos que David apresenta para louvar a D'us? (Sl 145). De que
forma as palavras desse salmo devem ser as suas?

O escritor britanico Charles Spurgeon chama a atenção para três coisas importan-
tes no verso 7 que podem ajudar a desenvolver o louvor em nossa vida.
1. Louvamos quando olhamos ao nosso redor. Se não olharmos ao nosso redor para
ver a grandeza do Eterno, não teremos motivos para louvá-Lo. O que você vê no mundo
criado que é louvável, como as belezas da criação? O que você vê no mundo espiritual
que é louvável, como a confiança crescente de um jovem?
2. Louvamos quando nos lembramos do que vimos. Se quisermos viver em uma
atmosfera de louvor, devemos ser capazes de lembrar a razão para louvar. De que for-
ma podemos nos lembrar das grandes verdades sobre D'us (por exemplo, desenvolver
novos rituais ou símbolos que nos lembrem de Sua bondade), para que Sua bondade e
Seu caráter não escapem de nossa mente?
3. Louvamos enquanto falamos sobre nossos motivos para enaltecer a D'us. Halel
não é algo que fazemos em nosso pensamento. Ele deve sair de nossa boca para ser ou-
vido por aqueles que estão ao nosso redor. Pense nos motivos que você tem para louvar
a D'us verbalmente. Qual será o efeito desse halel, e sobre quem?

O que você pode fazer para desenvolver o hábito de louvar?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 73


Quarta 24 de agosto | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 27 Av

Testemunho que convence

N o livro de Maassei haShelichim (Atos), o louvor teve um efeito surpreendente sobre


quem o ouviu (At 16:16-34). Depois de serem açoitados, Shaul e Silas foram presos.
Ninguém estava lá para cuidar de suas costas cortadas e feridas. Com grande dor física e
com os pés no tronco, foram colocados na prisão. Eles começaram a orar e a louvar en-
quanto os outros prisioneiros ouviam.
Depois de um terremoto, e de descobrir que nem Shaul, nem Silas, nem nenhum dos
outros prisioneiros havia escapado, o carcereiro, “trêmulo, prostrou-se diante de Shaul
e Silas. Então os levou para fora e disse: senhores, o que devo fazer para ser salvo?” (At
16:29, 30).

5. Por que esse evento fez com que o carcereiro se concentrasse em sua própria
necessidade de salvação? Que papel as orações e os louvores de Shaul e Silas desem-
penharam para que os prisioneiros não fugissem e para a conversão do carcereiro e
de toda a sua família?

É incrível pensar que nosso louvor pode transformar o destino eterno das pessoas ao
nosso redor. Se Shaul e Silas tivessem se sentado no escuro, resmungando e reclamando
como os prisioneiros costumam fazer, será que alguém teria sido salvo naquela noite?
Não sabemos o que aconteceu com o carcereiro e sua família depois, mas você pode
imaginá-los lendo as palavras que Shaul escreveu mais tarde de outra prisão em Roma:
“porque a vocês foi concedido, por causa do Messias, não apenas confiar nele, mas tam-
bém sofrer a seu favor, lutar as mesmas batalhas nas quais me ouviram guerrear e agora
ouvem que ainda luto” (Fp 1:29, 30). Se leram essas palavras e refletiram sobre como o
sofrimento de Shaul lhes trouxe alegria, certamente isso deve ter levado música ao co-
ração deles e um novo desafio para permanecerem fiéis, não importando o que isso lhes
custasse.

Quem você acha que poderia ser influenciado pelo Eterno por meio de um cântico de
louvor que viesse do seu coração? Procure ser mais efusivo em seu louvor ao Eterno
ao redor dos outros. Tenha um espírito de louvor e veja o efeito positivo que isso
pode ter.

74 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


25 de agosto | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 28 Av Quinta

Uma arma eficaz

C omo Iehoshafat (Josafá) descobriu, o louvor é uma arma poderosa. Depois de receber a
notícia de que uma "grande multidão" ia contra ele, (2 Cr 20:1-3) Iehoshafat não saltou
imediatamente para a ação militar, mas “determinou buscar o Eterno”. Quando o povo de
Judá foi a Jerusalém para um jejum, o rei admitiu a realidade da situação, dizendo: “Ó
nosso D'us, acaso não os julgarás? Porque nós não temos força para resistirmos a esta gran-
de multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os nossos
olhos estão postos em Ti.” (2Cr 20:3, 12).

6. Se você visse uma "grande multidão" se aproximando, qual seria sua reação ins-
tintiva? O que aprendemos com a resposta de Josafá (2 Cr 20:3-12) sobre como lidar
com uma oposição esmagadora?

Quando o Espírito do Eterno desceu sobre Iahaziel ben Zehariáhu (Jaaziel), ele corajo-
samente anunciou: “Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados e vede
a salvação que o Eterno vos concederá, ó Judá e Jerusalém! Não temais, nem vos assusteis;
saí amanhã ao encontro deles e o Eterno estará convosco!” Depois disso, adoraram a D'us e
cantaram louvores a Ele “até o limite de suas vozes”. (2Cr 20:17, 19). Mesmo que D'us fosse
lutar por eles, ainda tinham que sair para enfrentar o inimigo.
Mas aquela não foi uma marcha comum para a guerra. Iehoshafat designou um coro
para cantar louvores ao Eterno enquanto marchavam. 'E quando eles começaram a can-
tar e louvar, o Eterno pôs emboscadas contra os homens de Amon, de Moav e do monte
Seir que tinham vindo contra Judá, e eles foram desbaratados.” (2Cr 20:22). Segundo a
passagem, Adonai Tzevaot interveio no momento em que os israelitas confiaram na Sua
promessa, quando começaram a louvá-Lo “pelo esplendor de Sua santidade” (2Cr 20:21).

7. Quais princípios espirituais encontramos nesse texto que se aplicam à nossa ca-
minhada com D'us, especialmente em tempos de provação e estresse? (2 Cr 20:1-30)

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 75


Sexta 26 de agosto | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 29 Av

Estudo adicional
"Eduquemos, pois, o coração e os lábios a entoar o louvor de D'us por Seu incompará-
vel amor. Eduquemos o coração a ser esperançoso e a permanecer na luz que irradia do
adeiro. Nunca devemos nos esquecer de que somos filhos do Rei celestial, filhos e filhas de
Adonai Tzevaot. É nosso privilégio manter um calmo repouso em D'us” (1).
"Enquanto O adoro e exalto, gostaria que se unissem a mim nesse louvor. Louvem ao
Eterno quando caírem em trevas. Louvem-No mesmo em tentação. ‘Regozijai-vos, sempre,
no Eterno', disse o emissário, 'outra vez digo: regozijai-vos' (Fp 4:4). Isso trará tristeza e
escuridão às suas famílias? Com certeza não, mas raios de sol. Vocês receberão raios de
luz eterna do trono de glória e os espalharão ao seu redor. Quero exortá-los a se ocuparem
nesse trabalho, irradiando luz e vida à sua volta, não só no próprio caminho, mas na traje-
tória daqueles com quem se relacionam. Seja seu objetivo tornar melhor a vida dos que os
cercam, erguê-los e apontar-lhes o Céu e a glória, levá-los a buscar, acima de todas as coisas
terrenas, o tesouro eterno, a herança imortal, as riquezas imperecíveis" (2).

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Nos relatos sobre Its’hac, Rivcá, Iaacóv, Essáv, Lavan, Rahêl e Leá vemos mentiras e
enganos. O que isso nos ensina sobre a natureza humana e a graça de D’us?
2 Ao ler a história de Iaacóv, que evidência encontramos de que ele amadureceu?
3 Corremos o risco de ter a atitude de Essáv para com seu direito de primogenitura?
Como assegurar que sempre amaremos e apreciaremos a luz que o Eterno nos deu?

REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 143 [177], (contextualizado)
(2)
Ibidem, p. 156 [193), (contextualizado)
(3)
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1206 (contextualizado)

TEXTO COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 112-119 [190-203]]
Ídem, Patriarcas e Profetas, p. 426-435 [487-498]

76 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

27 de agosto | ‫ שבת‬Shabat 30 Av

ROSH CHODESH ELUL

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 77


Lição 10 28 de agosto a 3 de setembro | 1 a 7 de Elul

Mansidão no crisol
VERSO PARA MEMORIZAR
"Quão abençoados são os pacíficos! Porque herdarão a Terra!" (Mt 5:5 citando Sl 37.11)

LEITURAS DA SEMANA
Ez 24:1 5-27; Êx 32:1-14; Mt 5:43-48; 1Pe 2:18-25; Sl 62:1-8

Introdução

A palavra manso não é muito ouvida, exceto talvez ao lermos sobre Moshé (Moisés)
ou estudarmos as b'rachot do Messias (Mt 5), e não é difícil descobrir o porquê.
Mansidão é definida como "a capacidade de suportar danos com paciência e sem ressen-
timento". Não é à toa que não se ouve muito sobre isso, visto que é uma característica
não muito respeitada na cultura atual. Às vezes, é traduzida como "humildade", traço de
caráter que também não é visto como desejável pela maioria das culturas.
No entanto, mansidão é uma das maiores características de Yeshua e seus seguidores.
Ela não é um fim em si mesma: a mansidão de espírito pode ser uma arma poderosa nas
mãos daqueles que estão em meio à dor e ao sofrimento. Na verdade, o crisol é um ótimo
lugar para se aprender a mansidão de coração, pois com ela podemos ser testemunhas
poderosas de D'us.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 48 ‫ שפטים‬SHOFTIM [Jz] Dt 16.18 - 21.9


HAFTARÁ: Is 51.12 - 52.12
BRIT HADASHÁ: Mt 5:38-42; 18:15-20; At 3:13-26; 7:35-53; 1Co 5:9-13; 1Tm 5:17-22; Hb
10:28-31
TEHILIM: Sl 17
78 Fogo purificador|‫אש מצרף‬
28 de agosto | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 1 Elul Domingo

A matzá quebrada e o vinho derramado


1. Alguns dizem que devemos nos tornar "matzá quebrada e vinho derramado" para
os outros. O que você acha que ele quis dizer com essas palavras?

E m toda a Bíblia Hebraica, há exemplos de pessoas que foram "quebradas" para ser-
vir aos outros. Moshé foi chamado para suportar ondas intermináveis de fofocas e
críticas enquanto conduzia o povo à terra prometida. Iossêf (José) foi chamado para uma
jornada que envolveu traição e prisão quando foi levado a uma posição de serviço no
Egito. Em cada caso, D'us permitiu as situações para que a vida de Seu povo pudesse se
tornar palco da manifestação da graça e cuidado divinos, não apenas para si mesmo, mas
para o bem de outros. D'us pode nos usar da mesma forma. É fácil sentir raiva ou mágoa
em tais situações, mas, como observamos ontem, mansidão é a capacidade concedida
por D'us para suportar essas coisas "com paciência e sem ressentimento".

2. O que aconteceu com Iehezkél (Ezequiel)? Por que ele foi colocado no crisol? (Ez
24:15-27)

No verso 24, D'us diz: "Ezequiel servirá para vós como sinal: conforme tudo o que ele
tenha feito, havereis de fazer; e quando isso ocorrer, sabereis que Eu sou o Eterno D'us!".
Por meio do exemplo de Ezequiel, o povo de Israel seria convencido da verdade sobre
quem era D'us, o Soberano D'us, e veria essa verdade no cumprimento da profecia sim-
bolizada na vida de Ezequiel e no sofrimento que ele enfrentou. Quem sabe quantas
pessoas verão "o Eterno D'us" através de nós em nossos sofrimentos também?

Mais cedo ou mais tarde, a própria vida nos quebranta. Como sua alma quebrantada
pode ser usada pelo Eterno para ajudar outras pessoas?

ROSH CHODESH ELUL

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 79


Segunda 29 de agosto | ‫ יום שני‬Yom Sheni 2 Elul

Intercedendo pela graça de D'us


3. Que papel Moshé desempenhou no episódio do bezerro de ouro? (Êx 32:1-14).

D epois que o povo judeu começou a adorar o bezerro de ouro, D'us julgou que eles
haviam ido longe demais e anunciou que destruiria o povo e faria de Moshé uma
grande nação. Mas, em vez de aceitar a oferta divina, Moshé implorou ao Eterno para
que mostrasse graça ao povo, e D'us cedeu.
O incidente do bezerro de ouro levanta dois assuntos importantes. Primeiro, a
oferta divina de destruir o povo rebelde e abençoar Moshé foi um teste. D'us que-
ria que ele demonstrasse quanta compaixão tinha por esse povo tão desobediente.
Moshé passou no teste. Como o Messias, ele implorou misericórdia para os pecado-
res. Isso revela algo muito interessante: às vezes, D'us também pode permitir que
enfrentemos oposição; Ele pode permitir que passemos por um crisol para que Ele,
as pessoas e o universo observador vejam quanta compaixão temos pelos rebeldes.

4. Que razões Moshé deu para pedir ao Eterno que não destruísse Seu povo? (Êx
32:11-14)

Segundo, essa passagem mostra que oposição e desobediência são oportunidades


para revelar a graça. A graça é necessária quando as pessoas menos a merecem. Mas,
quando elas menos merecem, temos menos vontade de oferecê-la. Quando a irmã de
Moshé, Mirian, falou lashon hará (maledicência), ele clamou ao Eterno para curá-la
da tsaraat (Nm 12). Quando D'us ficou irado com Côrah e seus seguidores e ameaçou
destruí-los, Moshé prostrou-se com o rosto em terra para implorar pela vida deles.
No dia seguinte, quando o povo resmungou contra Moshé pela morte dos rebeldes e
D'us ameaçou destruí-los, Moshé caiu sobre seu rosto e pediu a Aharon rapidamente
que fizesse expiação por todos eles (Nm 16). Com mansidão e abnegação em meio ao
crisol, Moshé buscou a graça em nome daqueles que certamente não a mereciam.

Como você pode, com mansidão e humildade, ser uma revelação da graça divina aos
outros?

80 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


30 de agosto| ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 3 Elul Terça

Amar quem nos fere

C erta vez, alguém disse: "Amar nossos inimigos, então, não significa que devamos
amar a lama em que a pérola está enterrada; significa que amamos a pérola que jaz
na lama. [...] D'us não nos ama porque somos amáveis por natureza. Mas nos tornamos
amáveis porque Ele nos ama."

5. Quando você olha para seus inimigos, o que normalmente vê nessas pessoas - a
pérola ou a sujeira ao redor?

6. O Messias nos chamou a amar nossos inimigos e orar por eles. Que exemplo da
natureza ele nos deu que nos ajuda a entender por que devemos fazer isso? O que
ele deseja nos ensinar? (Mt 5:43-48)

No verso 45, Yeshua usou o exemplo do Pai Celeste para ilustrar como devemos tratar
quem nos fere, quem talvez nos coloque no pior tipo de crisol. Yeshua disse que o Pai
envia a bênção da chuva tanto para os justos quanto para os injustos; se D'us dá a chuva
até aos injustos, então como devemos tratá-los?
Ele não quis dizer que devamos sempre ter um sentimento caloroso por todos os que
nos causam problemas, embora isso também seja possível. Basicamente, o amor pelos
nossos inimigos não significa um sentimento, mas ações específicas em relação a eles
que revelem cuidado e consideração.
Yeshua concluiu essa passagem com um verso que muitas vezes causa debate: "Por-
tanto, sejam perfeitos, como o Pai celestial de vocês é perfeito." (Mt 5:48). Mas o significa-
do é muito claro no contexto: quem deseja ser perfeito como D'us deve mostrar amor aos
seus inimigos como D'us mostra amor aos Dele. Fazer isso requer uma mansidão de co-
ração que só o Eterno pode dar.

Tendo em mente a definição de mansidão ("capacidade de suportar danos com pa-


ciência e sem ressentimento''), relacione as mudanças que você deve fazer para
permitir que o Eterno lhe dê a mansidão de coração que o ajudará a ter a atitude
correta em relação aos inimigos.

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 81


Quarta 31 de agosto | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 4 Elul

Boca fechada

O s exemplos mais poderosos de mansidão no crisol vêm do Mashiach. Quando ele disse
"aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração" (Mt 11:29), quis dizer
isso de maneiras que provavelmente não possamos imaginar.

7. Que princípios de mansidão e humildade no crisol podemos aprender com o exem-


plo de Yeshua HaMashiach, conforme expresso por Shimon Kefa? (1 Pd 2:18-25)

É terrível ver alguém tratar outra pessoa injustamente, e é doloroso demais quando
somos tratados assim. Visto que em geral temos um forte senso de justiça, quando uma
injustiça acontece, nossos instintos são de "consertar as coisas" enquanto carregamos o
que cremos ser uma ira justa e correta.
Não é fácil viver assim. Talvez seja impossível, a menos que aceitemos uma verdade
fundamental - a de que, em todas as situações injustas, devemos acreditar que nosso Pai
celestial está no controle e que Ele agirá em nosso favor segundo Sua vontade. Isso também
significa que devemos estar abertos à possibilidade de que, como Yeshua, nem sempre se-
remos salvos da injustiça.
O conselho de Shimon, dado com base no exemplo de Yeshua, é surpreendente porque
parece que o silêncio em face do sofrimento injusto é um testemunho maior da glória de
D'us do que "corrigir as pessoas". Quando questionado por Caifás e Pilatos, Yeshua poderia
ter dito muitas coisas para corrigir a situação e se justificar, mas não o fez. Seu silêncio foi
um testemunho de sua mansidão.

Como você lida com as situações em que foi tratado injustamente? Como pode apli-
car à sua própria vida alguns dos princípios examinados neste estudo?

82 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


1° de setembro | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 5 Elul Quinta

Nossa Rocha e Refúgio

E m geral, as pessoas mais orgulhosas, arrogantes e agressivas são aquelas que sofrem de
baixa autoestima. Sua arrogância, orgulho e total falta de mansidão ou humildade exis-
tem como um disfarce, talvez até inconsciente, para algo que lhes falta por dentro. O que
precisam é o mesmo de que todos nós precisamos: senso de segurança, de dignidade, de
aceitação, especialmente em tempos de angústia e sofrimento. Podemos encontrar isso
somente por meio do Eterno. Em suma, mansidão e humildade, longe de ser atributos de
fraqueza, costumam ser a manifestação mais poderosa de uma alma firmemente alicerça-
da na Rocha.

8. Qual parece ser o pano de fundo no salmo 62? Que princípios espirituais podemos
aprender com o que David disse? Como podemos aplicar esses princípios em nossa
vida?

"Sem causa, homens se tornarão nossos inimigos. Os motivos do povo de D'us serão
mal interpretados, não somente pelo mundo, mas por seus próprios irmãos. Os servos do
Eterno serão colocados em situações difíceis. Será criada uma tempestade num copo de
água para justificar a atitude egoísta e a injustiça dos homens [...]. Por meio de faIsas acu-
sações, esses homens serão vestidos com as escuras vestes da desonestidade, pois circuns-
tâncias além de seu controle tornaram complicada sua obra. Serão apontados como ho-
mens que não merecem confiança. E isso será feito pelos membros da kehilá. Os servos de
D'us devem armar-se com a justiça do Messias. Não devem esperar que irão escapar do
insulto e da injustiça. Serão chamados exagerados e fanáticos. Mas que não desanimem. A
mão de D'us está na direção de Sua providência, guiando Sua obra para a glória do Seu
nome" (1).

Como você pode se apegar ao Eterno e ancorar seu senso de valor próprio naquele
que o ama tanto que morreu por seus pecados e, assim, proteger-se contra o des-
prezo dos outros?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 83


Sexta 2 de setembro | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 6 Elul

Estudo adicional

"A s dificuldades que temos de enfrentar podem ser grandemente diminuídas por
aquela mansidão que se esconde no Messias. Se possuirmos a humildade de nosso
Mestre, estaremos acima dos menosprezos, das repuIsas, dos aborrecimentos aos quais
estamos diariamente expostos, e estes deixarão de lançar sombra sobre nosso coração. A
mais elevada prova de nobreza em uma pessoa religiosa é o domínio próprio. A pessoa
que, diante de maus tratos ou de crueldade, deixa de manter a mente calma e confiante,
rouba de D'us o direito de revelar nela Sua perfeição de caráter. A humildade de coração é
a força que dá vitória aos seguidores do Messias, é a garantia de sua ligação com as cortes
do alto" (2)

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: A Ciência do Bom Viver, p. 453, 454
Ídem, O Desejado de Todas as Nações, p. 231-244 [298-314]
Ídem, E, p. 630 ("O obreiro e suas habilitações").

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Como a humildade nos permite "superar" as mágoas e aborrecimentos? Qual é a carac-
terística mais importante da humildade que nos permite fazer isso?
2 Em sua cultura, como a humildade e a mansidão são vistas? Que tipo de pressão você
enfrenta que contraria o cultivo dessas características?
3 Existem exemplos de pessoas mansas e humildes hoje? Quem são, como expressam
essas características e o que você pode aprender com elas?
4 Por que tantas vezes igualamos mansidão e humildade com fraqueza?
5 David buscou o Eterno como refúgio. Como podemos ser um refúgio para quem precisa?
Como tornar sua comunidade um lugar de refúgio para os aflitos?

REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, O Cuidado de D'us, p. 295 (contextualização)
(2)
Ídem, O Desejado de Todas as Nações, p. 234 [301] (contextualização)

84 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

3 de setembro | ‫ שבת‬Shabat 7 Elul

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 85


Lição 11 4 a 10 de setembro | 8 a 14 Elul

Esperando no crisol
VERSO PARA MEMORIZAR
"Mas o fruto do Espírito é... paciência... Não existe nada na Torá contra essas coisas." (Gl
5:22)

LEITURAS DA SEMANA
Rm 15:4, 5; 5:3-5; 1Sm 26; Sl 37:1-11

Introdução

A lguns pesquisadores fizeram uma experiência com crianças de quatro anos e


alguns doces. Um pesquisador disse às crianças que elas poderiam comer um
doce; mas, aquela que esperasse até ele voltar depois uma tarefa, ganharia dois.
Logo que ele saiu algumas colocaram um doce na boca; outras esperaram. As dife-
renças foram observadas.
A pesquisa acompanhou essas crianças até a adolescência. Aquelas que soube-
ram esperar se mostraram melhores alunos, mais bem ajustados e mais confiantes
do que as que não haviam esperado. Pareceu que a paciência indicava algo maior,
algo importante no caráter humano. Não é de admirar que o Eterno nos orienta a
cultivá-la.
Nesta semana, veremos o que pode estar por trás de um dos mais difíceis de
todos os crisóis que enfrentamos: a provação da espera.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 49 ‫ כי תצא‬KI TETSE [Quando Saíres]: Dt 21.10 - 25.19


HAFTARÁ: Is 54.1-10
BRIT HADASHÁ: Mt 5:27-32, 19:3-12, 22:23-32; Mc 7:24-37; 10:2-12, 12:18-27; Lc 20:27-38;
1Co 9:4-18; Gl 3:9-14; 1Tm 5:17-18
TEHILIM: Sl 32

86 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


4 de setembro | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 8 Elul Domingo

D'us da paciência
1. O que rabi Shaul ensina sobre paciência? (Rm 15:4, 5)

E m geral, somos impacientes com as coisas que realmente queremos ou que nos
foram prometidas, mas que ainda não temos. Muitas vezes ficamos satisfeitos
somente quando conseguimos o que desejamos. Como raramente conseguimos ime-
diatamente o que queremos, significa que com frequência estamos irritados e im-
pacientes. E, quando estamos assim, é quase impossível manter a paz e a confiança
em D'us
Esperar é doloroso por definição. Em hebraico, uma das palavras para esperar
com paciência (Sl 37:7) vem de um termo que pode ser traduzido como "sofrer mui-
to", "agitar-se", "tremer", "estar ferido", "estar triste". Aprender a ter paciência não
é fácil; às vezes é a própria essência do que significa lidar com o crisol de maneira
adequada.

2. O que esses versos nos dizem sobre paciência? (Sl 27:14; 37:7; Rm 5:3-5.

Enquanto esperamos, podemos nos concentrar no que estamos esperando ou


nos concentrar em Quem tem o controle de tudo. O que faz a diferença não é tanto
quanto tempo temos que esperar, mas nossa atitude enquanto esperamos. Se con-
fiamos no Eterno, se colocamos nossa vida em Suas mãos, se entregamos nossas
vontades a Ele, então podemos crer que Ele fará o que é melhor para nós quando
for melhor para nós, não importa quanto seja difícil acreditar.

Pelo que você tem esperado? Como aprender a entregar tudo a D'us e ao tempo
Dele?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 87


Segunda 5 de setembro | ‫ יום שני‬Yom Sheni 9 Elul

No tempo de D'us
3. Como D'us age em relação ao tempo? (Rm 5:6 e Gl 4:4)

N estes versos, Shaul nos diz que Yeshua veio para morrer por nós exatamente no
tempo certo, mas não nos diz por que aquele foi o tempo certo. E muito fácil ler es-
ses versos e se perguntar: Por que Yeshua esperou milhares de anos até vir à Terra para
lidar com o pecado? O Universo não havia entendido que o pecado era uma coisa muito
ruim bem antes disso? Podemos perguntar por que o Messias está esperando para vol-
tar. E, também, por que o Eterno está esperando tanto para responder à nossa prece?

4. Quanto tempo durou as 70 semanas da profecia de Daniel e como ela se aplicou na


vinda do Messias? (Dn 9:24-27) O que isso quer dizer sobre aprender a esperar pelas
coisas no tempo de D'us?

Existem muitas razões espirituais importantes pelas quais teremos períodos de es-
pera. Primeira, a espera pode redirecionar nossa atenção para longe das "coisas" e
de volta para o próprio D'us. Segunda razão, a espera nos permite desenvolver uma
imagem mais clara de nossos próprios motivos e desejos. Terceira, a espera gera per-
severança - vigor espiritual. Quarta, ela abre a porta para o desenvolvimento de forças
espirituais, como fidelidade e confiança. Quinta, permite que D'us coloque outras peças
no "quebra-cabeça" do cenário completo. Sexta, podemos nunca saber o motivo pelo
qual temos que esperar. Portanto, aprendemos a viver pela confiança. Você consegue
pensar em algum outro motivo para esperar?

Que exemplos encontramos na Bíblia de quando D'us fez coisas em Seu próprio tem-
po e que podem nos ensinar a crer que Ele também fará por nós o que é certo e em
Seu próprio tempo? (Pense, por exemplo, em Avraham e Sara e na promessa de um
filho).

88 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


6 de setembro | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 10 Elul Terça

David: um exemplo prático de espera

O jovem David foi ungido por Shemuel (Samuel) como rei (1 Sm 16:1-13). No entanto,
foi uma longa jornada desde os campos de seu pai, Ishai (Jessé), até o trono em
Jerusalém. Sem dúvida, algumas vezes ele se sentiu no meio de um crisol.
Primeiro, o rapaz foi chamado para tocar música para acalmar o espírito perturba-
do de Saul (1Sm 16). Depois, ele se tornou o herói de Israel quando matou Golias (1Sm
17). Então, por muitos anos, David fugiu para salvar sua vida. Tanto Saul quanto seu
filho Jônatas sabiam que ele estava destinado a ser o próximo rei (1Sm 23:17; 24:20).
Mas David não fez nada para promover seu destino dado por D'us. Na verdade, ele
parecia fazer o oposto. Mesmo quando Saul tentou matá-lo e David cortou um pedaço
do manto do rei, ele desejou nunca ter feito isso (1Sm 24:5-7). Em outra ocasião, quan-
do Saul tentava matar David, ele se recusou a matar o rei mesmo tendo oportunidade
(1Sm 26:7-11).

5. Por que David se recusou a matar Saul? (1 Sm 26:1-11) Que princípios isso nos ensi-
na sobre a maneira de D'us realizar Seus planos em nossa vida?

6. Como a atitude de David afetou Saul? O que isso nos ensina sobre as vantagens de
esperar em D'us? (1 Sm 26:12-25)

Quando olhamos todo o caminho de David até o trono, podemos resumir sua jor-
nada em uma frase curta: não pegue o que D'us ainda não lhe deu. Os dons de D'us são
sempre mais bem recebidos quando vêm de Suas mãos e em Seu tempo. No entanto,
isso pode exigir muito tempo de espera. Os brotos de feijão podem crescer em poucas
horas, enquanto um carvalho pode levar muitos anos. Porém, quando os ventos fortes
vierem, a árvore não será arrancada.

David poderia ter assassinado Saul e se justificado facilmente. (Afinal, fora dito que
ele teria o trono; além disso, Saul era mau). No entanto, suas ações demonstraram
confiança em D'us. O que você pode extrair desse exemplo para si mesmo em sua
espera por respostas?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 89


Quarta 7 de setembro | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 11 Elul

Eliáhu: o problema da precipitação

O confronto no topo do monte Carmel havia terminado (1Rs 18). Fogo desceu do céu, todos
reconheceram o verdadeiro D'us, e os faIsos profetas foram mortos. D'us foi vindicado.
Podemos pensar que Eliáhu (Elias) estivesse crescendo em força espiritual com o passar dos
dias, mas, de repente, ele ouviu algo que o aterrorizou tanto que teve vontade de morrer.
Leia o restante da história (1 Rs 19:1-9). As últimas palavras dos versos são preocupantes: "E
eis que veio a ele a palavra do Eterno, e lhe disse: "O que fazes aqui, Elias?" (1Rs 19:9). Eviden-
temente, o medo fez com que o profeta fugisse e fosse para o lugar errado.

7. Depois de uma intervenção tão poderosa do Eterno no monte Carmel, Eliáhu de-
veria estar cheio de confiança; em vez disso, ele temeu por sua vida. Que lição pode-
mos aprender disso?

A história ilustra algo importante: quando nos precipitamos, podemos facilmente ir para
o lugar errado. No caso de Eliáhu, foi seu medo que o levou a se sentir oprimido e partir
apressadamente para o deserto, desejando nunca ter nascido. Em nossa vida, há também
temores que podem nos levar a fugir do plano de D'us para nós.

8. Que motivos levaram os personagens descritos a seguir a afastar-se da vontade


de D'us? (Gn 16:1-3; Nm 20:10-12; Jz 14:1-3; Mt 20:20, 21; Lc 9:52-56)

Como é fácil permitir que coisas como ambição, ira, paixão, falta de confiança ou um su-
posto "zelo" pelo Eterno nos façam correr para onde não deveríamos. Ninguém está imune
a esse perigo. A chave é cultivar uma confiança com base na bondade e na misericórdia de
D'us, que nos ama e quer o melhor para nós. Isso não acontece automaticamente. A con-
fiança pode ser um dom, mas é um dom que precisa ser cultivado, nutrido e zelosamente
guardado.

90 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


8 de setembro | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 12 Elul Quinta

Aprendendo a deleitar-se no Eterno

"D eleitar-te-ás com o Eterno e Ele atenderá os desejos de teu coração." (Sl 37:4).
Que promessa maravilhosa! Imagine conseguir o que você sempre quis! No en-
tanto, obter os desejos do nosso coração depende de termos um coração que se agrada do
Eterno.
O contexto do verso 4 talvez seja surpreendente (Sl 37:1-11). David escrevia sobre estar
cercado por pessoas que trabalhavam contra D'us e contra ele. Quando pessoas trabalham
contra nós, nossa reação natural geralmente é ficarmos irados ou tentarmos nos justificar.
Mas David aconselhou a fazer algo diferente.

9. Nos versos seguintes,qual é o conselho de David ao povo de D'us nessa situação?


(Sl 37:1-11)
V. 1 _________________________________________________________________________________________________
V. 5 _________________________________________________________________________________________________
V. 7 _________________________________________________________________________________________________
V. 8 _________________________________________________________________________________________________

10. No contexto do verso 4, o que significa "Deleitar-se com o Eterno"?

David estava repetindo, de maneiras diferentes, um princípio: "Confie no Eterno". Con-


fie Nele para agir. Não fique chateado, pois o Eterno é o seu D'us, e Ele está trabalhando
por você. Não há necessidade de entrar em ação e tentar resolver tudo sozinho. Seu Pai no
Céu está no comando. Confie Nele completamente!
É nesse contexto que David escreveu sobre agradar-se do Eterno. Ter prazer em D'us
significa viver em um estado de perfeita confiança. Nada pode perturbar nossa paz, por-
que Ele está trabalhando por nós. Podemos louvá-Lo, podemos até sorrir, porque ninguém
pode enganar nosso D'us! Quando aprendermos a fazer isso, realmente teremos o que
nosso coração anseia, porque receberemos o que nosso amoroso Pai deseja nos dar, no
momento que mais beneficie a nós e a Seu reino.

Como aprender a "deleitar-se com o Eterno"?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 91


Sexta 9 de setembro | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 13 Elul

Estudo adicional

"O plano de D'us para nós talvez exija um tempo de espera, e isso pode parecer um cri-
sol. Podemos aprender a ser pacientes nesse período se voltarmos nossa atenção a
D'us e crermos que Ele atua por nós. Há muitos motivos para esperar, mas todos têm a ver
com o cumprimento dos planos de D'us para nós e Seu reino. Perdemos muito se nos adian-
tamos a D'us, mas ganhamos muito confiando Nele com gratidão.
O Eterno pesa e mede cada provação.
"Não posso descobrir o propósito de D'us em minha doença, mas Ele sabe o que é melhor,
e a Ele confio minha alma, meu corpo e meu espírito, como ao meu fiel Criador. 'Porque eu
sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até
àquele dia' (2Tm 1:12). Se educássemos e treinássemos nosso coração no sentido de ter mais
confiança, mais amor, maior paciência e mais perfeita confiança em nosso Pai celestial, sei
que dia a dia teríamos mais paz e felicidade, ao sofrermos os conflitos desta vida.
"O Eterno não Se agrada de que nos agitemos e nos preocupemos, saindo dos braços do
Messias. Há falta do calmo esperar e vigiar, combinados. Julgamos não estar no caminho cer-
to a menos que sintamos isso, e conservamo-nos olhando para dentro de nós, em busca de
um sinal apropriado à ocasião; o que conta, porém, não é o sentimento, mas a confiança" (1).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 566-569 [637-642]

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 O que significa dizer que o Messias "pesa e mede" cada provação? Saber disso nos
ajuda?
2 Você já esperou com paciência? Como lidou com isso? O que aprendeu?
3 Como podemos ajudar os que estão no crisol enquanto aguardam o tempo de D'us?
4 A tefilá produz paciência?

REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 242 (contextualizado)

92 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

10 de setembro | ‫ שבת‬Shabat 14 Elul

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 93


Lição 12 11 a 17 de setembro | 15 a 21 Elul

Morrer como semente


VERSO PARA MEMORIZAR
"Sim, eu lhes digo: a menos que o grão de trigo caia na terra e morra, permanecerá
apenas um grão. Mas, se morrer, produzirá uma grande colheita." (Jo 12:24)

LEITURAS DA SEMANA
Fp 2:5 -9; Rm 12:1,2; 1Sm 2:12-3:18; 13:1-14; Zc 4:1-14

Introdução

Y eshua descreveu um grão de trigo morrendo e fez uma analogia dessa figura
com nossa submissão à vontade divina. Primeiro, existe a queda. O grão que cai
do talo do trigo não tem controle sobre onde nem como ele cai no chão. Também
não tem o controle sobre o solo que o circunda e o pressiona.
Segundo, existe a espera. Uma vez no solo, ele não sabe o que o futuro lhe reser-
va. Não pode "imaginar" o que acontecerá, pois é apenas um grão de trigo.
Terceiro, existe a morte. O grão não pode se tornar um talo de trigo, a menos
que desista de sua situação segura e confortável de grão. Deve "morrer"; isto é, deve
abandonar o que sempre foi para que possa ser transformado de semente em uma
planta frutífera.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 50 ‫ כי תבוא‬KI TAVO [Quando vieres]: Dt 26.1 - 29.8


HAFTARÁ: Is 60.1-22
BRIT HADASHÁ: Mt 13:1-23; Lc 21:1-4; At 28:17-31; Rm 11:1-15; Ef 1.3-6
TEHILIM: Sl 51

94 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


11 de setembro | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 15 Elul Domingo

Submissão para o serviço


1. Que mensagem importante há para nós nesses versos? (Fp 2:5-9)

A cultura contemporânea nos exorta a exigir e fazer valer os nossos direitos. Isso
é bom e em geral é o que deve ser feito. Contudo, como aconteceu com Yeshua,
a vontade de D'us pode nos pedir que abramos mão de nossos direitos livremente a
fim de servir ao Pai de maneiras que terão um impacto eterno para o reino de D'us.
Esse processo de renúncia pode ser difícil e desconfortável, criando as condições
de um crisol.
Rabi Shaul descreveu três passos que o Messias deu ao se submeter à vontade
do Pai (Fp 2:5-8). Logo no início, ele nos exortou de modo solene: "Que a atitude de
vocês para com os outros seja governada pela união ao Messias Yeshua" (v. 5).
A fim de estar em posição de nos salvar, o Mashiach abriu mão de sua igualdade
com o Pai e veio para a Terra na forma e nas limitações de um ser humano (vs 6, 7).
Ele não veio como alguém grande e glorioso, mas como Servo (Mashiach ben
Iossef ) de outros seres humanos (v. 7).
Como Servo, não teve uma vida longa e pacífica, e foi "obediente até a morte".
Ele nem mesmo morreu de maneira nobre e gloriosa. Não, Ele foi "obediente até a
morte - morte no madeiro como um criminoso!" (v. 8).

2. Em quais aspectos esse exemplo do Messias é um modelo para nós? Se os direitos


e a igualdade são bons e devem ser protegidos, como você explicaria a lógica de às
vezes precisar desistir deles? (Fp 2:9) De que forma esse verso nos ajuda a entender
a lógica da submissão à vontade do Pai?

Até que ponto estou disposto a suportar o desconforto para servir aos outros de
maneira mais eficaz?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 95


Segunda 12 de setembro | ‫ יום שני‬Yom Sheni 16 Elul

Morrer antes de conhecer

M uitos buscam conhecer a vontade de D'us. "Se eu soubesse a vontade do Eter-


no para minha vida, sacrificaria tudo por Ele." Mas, mesmo depois de declarar
isso, podemos ficar confusos sobre a vontade do Pai. A razão para essa confusão
pode estar em Romanos (Rm 12:1 e 2). Rabi Shaul descreve como podemos conhecer
a vontade de D'us, e faz uma observação importante: Se você quiser saber qual é a
vontade de D'us, primeiro, tem que se sacrificar!
Shaul escreveu que seremos capazes de "experimentar qual é a boa, agradável e
perfeita vontade de D'us" quando:
1. Tivermos verdadeiro entendimento das "misericórdias de D'us" para conosco
(Rm 12:1).
2. Oferecermos a nós mesmos como sacrifícios vivos a D'us (Rm 12:1).
3. Nossa mente for renovada (Rm 12:2).
Apenas a mente renovada pode, de fato, compreender a vontade de D'us. Mas
essa renovação depende de nossa morte para o eu. Não era suficiente que o Messias
sofresse por nós. Ele devia morrer.
Peça ao Eterno que lhe mostre as áreas para as quais precisa entregar a Ele. De
quais coisas Ele precisa que você desista para se tornar um "sacrifício vivo"?
Quando áreas de nossa vida não estão totalmente mortas para o eu, D'us permi-
te que os crisóis as tragam à nossa atenção. No entanto, o sofrimento não apenas
nos ajuda a confrontar nosso pecado, mas nos dá a percepção de como o Messias se
entregou por nós. "A entrega do anseio mais profundo do coração seja talvez o mais
perto que chegamos do entendimento do sacrifício do Messias. [...] nossa experiên-
cia de sacrifício, embora incomensuravelmente menor do que a do Mashiach, nos
dá a chance de conhecê-lo na uniformidade de seus sofrimentos. Em cada forma de
nosso sofrimento,Ele nos chama a esse companheirismo." (1).

Do que você precisa abrir mão para se tornar um sacrifício vivo? (Leia Rm 12:1, 2)

96 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


13 de setembro | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 17 Elul Terça

Disposição para ouvir

"E veio o Eterno e pôs-Se ali, e chamou como das outras vezes: 'Samuel, Samuel!' – e
Samuel disse: 'Fala, porque o Teu servo ouve!'" (1Sm 3:10).
Você já ouviu a voz do Espírito de D'us, mas a ignorou? Consequentemente, tudo deu
errado, e você pensou mais tarde: Oh não, por que não ouvi?
O livro de Samuel (Shemuel) descreve a história de um homem e dois filhos maus
que não deram ouvidos ao Eterno; descreve também a história de um menino que O
ouviu. Embora houvesse fortes advertências de D'us, aqueles que precisavam mudar seu
comportamento não o fizeram.

3. Que contraste fica aparente entre aqueles que ouvem a D'us e aqueles que não O
ouvem? (1 Sm 2:12-3:18)

Os filhos de Eli tinham outros interesses em mente além da vontade de D'us. Embora
Eli tenha falado com seus filhos depois de ter ouvido o que D'us queria, parece que ele
não fez mais nada além disso. Seus filhos obviamente não estavam prontos para subme-
ter a vida à vontade divina. Que contraste com o jovem Samuel!
"O Espírito de D'us [...] não fala para transmitir informações, e sim para obter uma
resposta. E Ele sabe quando nossos interesses têm uma fatia tão grande de nossa aten-
ção que é uma perda de tempo sugerir algo em contrário. Quando esse é o caso, Ele
geralmente fica em silêncio e espera que nos tornemos neutros o suficiente para ouvir e
finalmente obedecei'" (2)

Que coisas o impedem de ouvir a voz de D'us e, depois, obedecer? O que você precisa
fazer em sua vida para cultivar essa disposição de ouvir a voz de D'us e a decisão de
ser obediente à Sua guia?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 97


Quarta 14 de setembro | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 18 Elul

Autossuficiência

Q uando Eva (Havá) pecou no Jardim do Éden (Gan Éden), não foi simplesmente porque
duvidou da palavra de D'us. No cerne do problema estava sua crença de que tinha
sabedoria suficiente para decidir por si mesma o que era bom e certo. Ela confiou em seu
próprio julgamento. Quando confiamos em nosso próprio julgamento em vez de confiar na
Palavra de D'us, nos abrimos a toda sorte de problemas.
A história de Saul (Shaul) descreve os passos para a autossuficiência e a tragédia que se
seguiu. Samuel (Shmuel) havia ungido Saul como rei de D'us (1Sm 10:1) e deu a ele instru-
ções específicas (1Sm 10:8), mas Saul desobedeceu.

4. O que Saul fez que o levou à queda? (1 Sm 13:1-14)

Três passos levaram Saul no caminho para a autossuficiência logo após ter sido feito
rei. Embora nenhum deles tenha sido tão ruim, continham as sementes da tragédia, pois
foram tomados de forma independente de D'us.
1. Saul disse: "Vendo" - ele estava vendo a dispersão de suas tropas e a ausência de Sa-
muel... (1Sm 13:11). Ele estava sob pressão e avaliou com seus próprios olhos o que estava
acontecendo.
2. Saul mudou de "vendo" para "eu disse" - ele declarou que os filisteus os conquista-
riam (1Sm 13:12). O que Saul viu com seus próprios olhos moldou o que presumiu e disse
sobre a situação.
3. Saul mudou de "eu disse" para "ofereci" - ele se sentiu compelido a oferecer sacrifício
(1Sm 13:12). O que Saul pensava moldava seus sentimentos.
Todos nós já fizemos isso: confiamos em nossa própria visão humana, que nos leva a
confiar em nosso próprio pensamento, que nos leva a crer em nossos próprios sentimen-
tos. E então agimos de acordo com eles.

Por que foi tão fácil para Saul seguir o próprio julgamento, embora as instruções de
D'us ainda ressoassem aos seus ouvidos? Se sabemos que somos tão frágeis e temos
um conhecimento tão imperfeito, por que ainda confiamos em nós mesmos? O que
fazer para confiar mais no Eterno e menos em nossas próprias percepções?

98 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


15 de setembro | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 19 Elul Quinta

Substitutos

A submissão à vontade de D'us é enfraquecida quando confiamos em nossa própria for-


ça. Também é possível confiar em substitutos de D'us. Algumas pessoas, quando se
sentem deprimidas, compram algo que as faça felizes. Outras, quando se sentem inade-
quadas, buscam a fama.
Algumas, quando têm dificuldades com o cônjuge, procuram outra pessoa para lhes
dar intimidade e emoção. Pode ser que essas coisas aliviem a pressão, mas não resolvem
necessariamente o problema, nem nos ensinam a lidar melhor com a situação da próxima
vez que surgir uma crise. Somente a ajuda sobrenatural de D'us pode fazer isso. O proble-
ma é que muitas vezes dependemos de substitutos de D'us, e não do próprio D'us.
Veja três substitutos que podemos usar no lugar de D'us:
1. Usar a lógica humana ou experiência passada quando precisamos de uma nova re-
velação divina.
2. Bloquear os problemas de nossa mente quando precisamos de soluções divinas.
3. Fugir da realidade e evitar D'us quando precisamos da comunhão com Ele para ob-
ter poder divino.
Zacarias (Zehariá) nos ajuda a focalizar o que é importante quando somos tentados a
usar substitutos. Depois de muitos anos longe, os exilados voltaram de Bavel (Babilônia) e
começaram a reconstruir o templo. Mas havia uma oposição incrível (Ed 4-6). Zacarias foi
a Zerubavel, líder da obra, com uma mensagem de encorajamento.(Zc 4:1-14)

5. Qual foi a certeza dada a Zacarias sobre a construção do templo? (Zc 4:6). Como
o término de um projeto de construção poderia ser afetado pelo Espírito de D'us?
O que este fato nos ensina sobre a relação entre o Eterno e as coisas práticas que
fazemos?

D'us não evitou a oposição à construção do templo nem poupou Zerubavel do estres-
se de lidar com isso. O Eterno nem sempre nos protegerá da oposição. Mas, quando
ela surgir, D'us pode usá-la como crisol a fim de nos ensinar a depender Dele.

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 99


Sexta 16 de setembro | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 20 Elul

Estudo adicional

A submissão à vontade de D'us ocorre quando morremos para nossos desejos. Isso abre
o caminho para o serviço aos outros. Não podemos viver para D'us sem nos tornar um
sacrifício e sem viver abertos à voz divina. Para submeter nossa vontade à vontade do Pai,
devemos ver os perigos de confiar em nós mesmos e em substitutos da Palavra e do poder
de D'us. A submissão à vontade divina é o cerne da vida religiosa. Por isso, o Eterno pode
permitir que os crisóis nos ensinem a depender Dele.
"A negligência de Eli é claramente apresentada diante de todo o pai e mãe da Terra.
Como resultado de seu afeto não santificado e de sua má vontade em cumprir um dever
desagradável, fez uma colheita de iniquidade em seus filhos perversos. Tanto o pai, que
permitiu a impiedade, como os filhos, que a praticaram, eram culpados diante de D'us, e
Ele não aceitaria oferta nem sacrifício por sua transgressão" (3).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 507-512 [575 -580] e p. 548-555 [616-626]

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 Como podemos, em nossa própria esfera, imitar o tipo de submissão e abnegação mos-
tradas por Yeshua?
2 O que você diria para ajudar a remover os temores, de alguém que não submete-se a
D'us, de não conhecer – ou não ser capaz de controlar – o futuro?

REFERÊNCIAS
(1)
Elisabeth Elliot, Quest for Love, p. 182. (contextualizada)
(2)
Chades Stanley, The Wonde,ful Spirit-Filled Life, p. 179 e 180. (contextualizada)
(3)
Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 193 [276] (contextualizada)

100 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

17 de setembro | ‫ שבת‬Shabat 21 Elul

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 101


Lição 13 18 a 24 de setembro | 22 a 28 Elul

O Messias no Crisol
VERSO PARA MEMORIZAR
"Por volta das três horas, Yeshua gritou: 'Eli, Eli! L'ma sh'vaktani?' (Meu D'us! meu D'us!
Por que me abandonaste?'" (Mt27:46)

LEITURAS DA SEMANA
Lc 2:7, 22-24; Mt 2:1-18; Jo 8:58, 59; Lc 22:41-44; Mt 27:51, 52; Rm 6:23; Tt 1:2

Introdução

S empre que ponderamos sobre o sofrimento, surge a pergunta: Como o pecado e


o sofrimento surgiram pela primeira vez? Por meio da revelação divina, temos
boas respostas: surgiram porque seres livres abusaram da liberdade que D'us lhes
deu. Isso leva a outra questão: D'us sabia de antemão que esses seres cairiam? Sim.
Valeria o risco? Para quem? Para nós, enquanto D'us ficaria no Céu em Seu tro-
no? Não exatamente. A liberdade de todas as Suas criaturas inteligentes era tão sa-
grada que, em vez de nos negá-la, D'us escolheu carregar em Si mesmo o peso do
sofrimento causado por nosso abuso dessa liberdade. Vimos esse sofrimento na
vida e na morte do Mashiach, que, por meio do sofrimento como Homem, criou la-
ços entre os Céus e a Terra, os quais durarão por toda a eternidade.

LEITURAS DA SEMANA

PARASHÁ 51 ‫ נצבים‬NITSAVIM [Parados] : Dt 29.9 - 30.20


HAFTARÁ: Is 61.10 - 63.9
BRIT HADASHÁ: Rm 3.9-20; 9:30 - 10:13; Hb 12:14-15
TEHILIM: Sl 81

102 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


18 de setembro | ‫ יום ראשון‬Yom Rishon 22 Elul Domingo

Os primeiros anos

A s Escrituras nos dão poucas informações sobre os primeiros anos da vida de Yeshua.
Alguns versos, porém, nos dizem sobre as condições e o tipo de mundo ao qual veio
o Messias.

1. Quais eram as condições do mundo em que Yeshua nasceu e viveu? (Lc 2:7, 22-24
(veja também Lv 12:6-8 e Mt 2:1-18)

Claro, Yeshua não foi a primeira pessoa a viver na pobreza ou a enfrentar aqueles que
queriam matá-Lo, mesmo desde a tenra idade. Há, entretanto, outro elemento que nos
ajuda a entender a singularidade do que o Messias sofreu desde cedo.

2. Que elemento há nessa passagem que nos ajuda a entender o que o jovem Yeshua
enfrentou? (Jo 1:46)

Com exceção de Adam e Eva (Havá) antes da queda, Yeshua foi o único sem pecado que
já viveu. Em Sua pureza e impecabilidade, estava imerso em um mundo pecaminoso. Que
tortura deve ter sido para Sua alma pura estar constantemente em contato com o pecado,
desde quando Ele era criança! Mesmo em nossa dureza por causa do pecado, com frequên-
cia evitamos a exposição aos erros e ao mal que consideramos repuIsivos. Imagine como
isso deve ter sido parao Messias, cuja alma era pura. Pense no nítido contraste entre Ele e
os outros ao Seu redor. Deve ter sido extremamente doloroso.

Até que ponto você é sensível aos pecados que existem ao redor? Eles te incomodam
ou se apega a eles?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 103


Segunda 19 de setembro | ‫ יום שני‬Yom Sheni 23 Elul

Desprezado e rejeitado
3. Quais foram alguns dos sofrimentos que Yeshua enfrentou aqui na Terra? Como
ser divino, foi difícil para ele deixar de lado a Divindade e se oferecer como sacrifício
pelos erros de suas criaturas? (Mt 12:22-24; Lc 4:21-30; Jo 8:58, 59)

O s líderes, e até mesmo as pessoas comuns, constantemente interpretavam mal


a vida, os atos e os ensinamentos de Yeshua, e isso causava rejeição e ódio no
coração das pessoas que Ele veio salvar. Em certo sentido, o sentimento de Yeshua
era como o de um pai que vê um filho rebelde precisando de ajuda e, embora esteja
disposto a dar tudo por aquele filho, ele o rejeita, demonstrando desprezo talvez
pela única pessoa que poderia poupá-la da ruína. Foi isso o que Yeshua enfrentou.

4. Como o Messias sentia a rejeição? Ele estava se afligindo por si mesmo, ou era por
outra razão? Se era outra razão, qual era? (Mt 23:37)

Todos nós sentimos o aguilhão da rejeição e talvez a nossa dor seja semelhante
à do Messias no sentido de que era altruísta: sofremos, não somente porque somos
rejeitados, mas por causa do que a rejeição pode significar para aquele que nos
rejeita (que pode ser alguém com quem nos importamos e que se recusou a aceitar
a salvação no Messias). Mas imagine como deve ter sido o sentimento de Yeshua,
que estava totalmente ciente do que enfrentaria para libertar-nos, ao mesmo tem-
po, completamente consciente de quais seriam as consequências de sua rejeição.
"Foi, porém, devido à Sua inocência que ele sentiu tão intensamente os ataques de
Satan" (1).

Como os exemplos do Messias podem nos ajudar a lidar melhor com a dor da rejei-
ção? De que modo podemos aplicá-los à nossa vida?

104 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


20 de setembro | ‫ יום שלישי‬Yom Shlishi 24 Elul Terça

Yeshua no Gat-Sh'manim

Y eshua disse a Shimon Kefa, Iaacov e Yohanan (Pedro, Tiago e João): "Meu cora-
ção está tão cheio de tristeza que poderia morrer! Fiquem aqui e permaneçam
acordados" (Mc 14:34).
De tudo que Yeshua tenha sofrido ao longo de seus 33 anos, nada se compara ao
que ele enfrentou nas últimas horas antes de sua morte. Desde os tempos eternos
(Ef 1:1-4; 2Tm 1:8, 9; Tt 1:1, 2) foi planejado essa libertação. A entrega do Messias
como oferta pelos pecados do mundo estava para acontecer.

5. O que os seguintes versos dizem sobre o sofrimento do Messias no Gat-Sh'manim?


(Mt 26:39; Mc 14:33-36; Lc 22:41-44)

"Foi a uma pequena distância dos discípulos de Yeshua - não tão afastado que
não pudessem vê-lo e ouvi-lo - e caiu prostrado por terra. Sentia que, pelo pecado,
estava sendo separado do Pai. O abismo era tão grande, tão escuro, tão profundo,
que tremeu diante dele. Para escapar dessa agonia, não podia usar sua divindade.
Como Homem, devia sofrer as consequências do pecado humano. Como Homem,
devia suportar a ira divina contra a transgressão.
"Nesse momento, o Messias estava em uma situação diferente daquela em que
sempre estivera. Seus sofrimentos podem ser mais bem descritos pelas palavras
do profeta: 'Desperta, ó espada, contra Meu pastor e contra os que deveriam estar
próximos a Mim – diz o Eterno dos Exércitos." (Zc 13:7). Como Substituto e Fiador
do pecador, o Messias estava sofrendo debaixo da justiça divina. Viu o que significa
justiça. Até então, tinha sido como um Intercessor por outros; agora, desejava muito
alguém que intercedesse por Ele" (2).

Pense no que aconteceu a Yeshua no Gat-sh'manim. Os pecados do mundo já come-


çavam a pesar sobre Ele. Tente imaginar como deve ter sido. Nenhum ser humano
jamais foi chamado a passar por algo assim. O que isso nos diz sobre o amor de D'us
por nós? Que esperança isso traz para você?

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 105


Quarta 21 de setembro | ‫ יום רביעי‬Yom Revi'i 25 Elul

Filho de D'us morto

A execução romana era uma das punições mais severas que infligiam a qualquer pessoa.
Era considerada a pior maneira de morrer. Portanto, era horrível para alguém ser mor-
to dessa forma, em particular o Filho de D'us! Yeshua, devemos sempre lembrar, veio em
carne humana. Entre as surras, os açoites, os pregos cravados em suas mãos e pés, e o peso
angustiante de Seu próprio corpo rasgando as feridas, a dor física deve ter sido insuportável.
Passar por isso era duro, mesmo para o pior dos criminosos; era muito injusto, então, que
Yeshua, inocente de tudo, enfrentasse tal destino.
No entanto, como sabemos, os sofrimentos físicos do Messias foram brandos em compa-
ração com o que de fato estava acontecendo. Aquilo foi muito mais do que a morte de um
inocente.

6. Quais eventos da morte de Yeshua mostram que o que aconteceu era muito mais
do que a maioria das pessoas podia entender na época? O que houve de importante
que revela o que de fato aconteceu?
Mt 27:45 _________________________________________________________________________________
Mt 27:51, 52 ______________________________________________________________________________
Mc 15:38 _________________________________________________________________________________

Algo muito maior aconteceu do que apenas a morte, embora injusta, de um Homem
inocente. De acordo com as Escrituras, a ira de D'us contra o pecado, nosso pecado, foi derra-
mada sobre Yeshua. No madeiro, o Messias sofreu a justa indignação de um D'us justo contra
o pecado, os pecados de todo o mundo. Como tal, Yeshua sofreu algo mais profundo, sombrio
e mais doloroso do que qualquer ser humano poderia conhecer ou experimentar .

Ao passar por lutas, que esperança e conforto você pode tirar da realidade do sofri-
mento do Messias por você?

106 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


22 de setembro | ‫ יום חמישי‬Yom Hamishi 26 Elul Quinta

Filho de D'us sofredor

É melhor nos acostumarmos: enquanto estivermos neste mundo, vamos sofrer. Como
criaturas no mundo após a queda, esse é nosso destino. Nada nas Escrituras nos pro-
metem algo diferente.

7. O que os versos a seguir nos dizem sobre o sofrimento dos seguidores do Messias?
(At 14:22; Fp 1:29; 2Tm 3:12)

Em meio ao nosso sofrimento, devemos ter duas coisas em mente. Primeira, o Mes-
sias sofreu mais do que qualquer um de nós. No madeiro, "eram os nossos sofrimentos
que suportava, e as dores que o oprimiam, mas nós o considerávamos um ser aflito,
golpeado e ferido por D'us." (Is 53:4); o que conhecemos como indivíduos, Ele sofreu cor-
porativamente, por todos nós. Aquele que não tinha pecado tornou-se "pecado por nós"
(2Co 5:21), sofrendo de uma forma que nós, como criaturas pecadoras, não poderíamos
sequer imaginar.
Segunda, à medida que sofremos, devemos nos lembrar dos resultados do sofrimento
do Messias, ou seja, ter em mente o que nos foi prometido por meio do que Ele fez por
nós.

8. Que promessa temos? (Jo 10:28; Rm 6:23; Tt 1:2; 1 Jo 2:25)

Sejam quais forem os nossos sofrimentos, temos a promessa da vida eterna, graças a
Yeshua, graças à sua disposição de suportar o castigo pelos nossos pecados, graças à gran-
de provisão do evangelho, no sentido de que pela confiança podemos ser perfeitos em
Yeshua. Temos a promessa de que, por causa do que o Messias fez, por causa da plenitude
e perfeição de sua vida e sacrifício perfeitos, nossa existência, cheia de dor, decepção e
perda, não é mais do que um instante, um lampejo, em contraste com a eternidade que
nos espera, uma eternidade em um novo céu e uma nova Terra, sem pecado, sofrimento
e morte no mundo vindouro. E tudo isso nos é prometido e garantido somente por causa
do Messias e do crisol pelo qual ele passou para que um dia, em breve, pudesse ver o
fruto do trabalho de sua alma e ficar satisfeito (Is 53:11).

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 107


Sexta 23 de setembro | ‫ יום שישי‬Yom Shishi 27 Elul

Estudo adicional

"T rês vezes fez essa tefilá. Três vezes sua humanidade recuou diante do último e supremo
sacrifício. Entretanto, surgiu a história da raça humana na mente do Redentor do mun-
do. Viu que, se os transgressores da Torá fossem abandonados à mercê de si mesmos, teriam
que perecer. Viu o desamparo humano e também o poder do pecado. As aflições e o sofrimen-
to do mundo condenado surgiram diante Dele. Viu o futuro e tomou a decisão. Salvaria o ser
humano custasse o que custasse de sua parte. Aceitou sua imersão de sangue, para que, por
meio Dele, todos que estavam a perecer recebessem a vida eterna. Ele deixou as cortes celes-
tiais, onde tudo é pureza, felicidade e glória, para salvar a única ovelha perdida, o único mundo
decaído pela transgressão. E não Se desviaria de seu serviço. Ele se tornaria a Corban de uma
raça que quis pecar. Sua tefilá agora manifestava apenas submissão: "Meu Pai, se não for pos-
sível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, que a tua vontade seja feita" (Mt 26:42). (3).

LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White: O Desejado de Todas as Nações, p. 550-559 [685-697] e p. 596-609 [741-757]

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO


1 D Saber que o Messias sofreu mais do que todos nos ajuda a enfrentar os nossos sofrimen-
tos? O que os sofrimentos do Messias em nosso favor devem significar para nós?
2 Os sofrimentos do Messias se assemelham aos nossos? O que podemos aprender com o
modo pelo qual Ele lidou com esses desafios?
3 Quais são as suas promessas bíblicas favoritas, às quais você se apega em meio à tristeza
e à dor?

REFERÊNCIAS
(1
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 129 (Contextualizado)
(2)
Ídem, O Desejado de Todas as Nações, p. 551 [686] (Contextualizado)
(3)
Ibidem, p. 555 [693] (Contextualizado)

108 Fogo purificador|‫אש מצרף‬


Shabat

24 de setembro | ‫ שבת‬Shabat 28 Elul

julho, agosto e setembro de 2022 | Tamuz, Av e Elul de 5782 109


Glossário

A
Abba [Aramaico corresponde a Av em He- almente chamado de antes de Cristo (a.C.).
braico] Meu Pai, Pai; A palavra abbá Ashur Assíria
em aramaico corresponde à forma en- Asseret hadibrot Mais comumente conhecida
fática ou definida de av, significando como os dez mandamentos. A tradução
literalmente "o pai" ou "ó Pai". que mais se aproxima de Assêret Hadi-
Achaz Acaz brot é "Dez Falas", "Dez pronunciamen-
Acharit hayamim Literalmente, "o fim dos tos" ou "Dez Ditos", sendo que estes são
dias". O tempo do fim ou os "últimos dez princípios que incluem toda a Torá e
dias", quando o 'alam hazeh chega ao seus 613 preceitos.
fim e o 'alam haba está a ponto de ini- Av em Hebraico Corresponde a "Abba" do
ciar-se (l Coríntios 10.11 +). aramaico quer dizer: Papai, Meu Pai.
Achim (do hebraico ‫)א ִחים‬ָ Irmãos [Ha'Av] - O Pai
Adam (do hebraico‫ָדם‬ָ‫ )א‬Adam, Adão; masc. Homem Avinu Nosso Pai; Avinu, Malkeinu: Nosso
Adon Olam Senhor do Universo Pai, nosso Rei
Adonai (em hebraico:‫אדֹנָי‬, ֲ "meu Senhor") O Avinu Shebashamayim Nosso Pai celestial,
Eterno de Israel. Nosso Pai que está no céu
Adoneinu Nosso Senhor Avimelek (hebraico: ‫ )אבימלך‬Abimeleque
Amha'arets literalmente povo da terra. Pes- Aviyahu Abias
soas comuns, iletradas usado pejorati- Avodah zarah (Avoda zará) Adoração es-
vamente no primeiro século EC. trangeira, paganismo, Idolatria, adora-
Amma'us Emaús ção a deuses estrangeiros.
Amoni Amonitas Avram Abrão
A.e.c Vide antes da era comum Avraham Abraão
Antes da era comum (aec) Referido ao período usu-

B
Bavel Babilônia B'rit (Berit) Aliança;
Beit-Lechem Belém B'rit Hadashá: Nova Aliança. Também usa-
Beit HaKnesset - Knesset Templo, Sinagoga do para referir-se aos livros sagrados
Beit HaMiqdash Bet Hamikdash, Templo Sagrado ou período do novo testamento;
Beit'zata Betesda B'rit Milá: circuncisão
Bamidbar (Bemidbar, Bamidbar) Números (li- Ben Filho; Ben HaAdam: Filho dos homens;
vro), do hebraico "no deserto" Ben HaElohim: Filho de D'us
Bereshit (Bereshit) Gênesis - Livro Beth Midrash LeShabat Casa de estudo do
Bimá O púlpito onde lê-se a Torá Shabat. Usado também como referên-
Berachot Hashachar Benção da aurora, de- cia a Escola Sabatina.
voção matinal B'nei HaElohim Filhos de D'us

110
Glossário

bessorá vide Habessorá


C
Cohen (Kohen) Sacerdote Chavá vide Hava - Eva
Cohanim (Kohanim) Sacerdotes Chaver Amigo (Hebr: ‫חבר‬, literalmente, "amigo")
Cohen Gadol (Kohen Gadol) Sumo Sacerdote Chaverim: Amigos (Hebr: ‫חברים‬‎, literalmen-
Corban (Korban) Holocausto, Sacrifício; te, "amigos")
Corbanot Plural Holocaustos, Sacrifí- Chaverot amigas
cios; é o nome dado aos diversos tipos chésed Graça

de sacríficios e ofertas. Chumash (Humash do hebraico ‫ חומש‬vindo do


Chag Matsot Festa dos pães ázimos, ver termo chamesh (fem.)/ chamisha (mas.),
também Pêssach cinco. E também Pentateuco. Faz alusão
Chasidim Piedosos aos cinco livros atribuídos a Moshê)

D
Dammesek Damassés Devarim (Devarim) Deuteronômio (Livro)
D-s, D-us, Eterno Forma respeitosa de es- Derashá Sermão, palestra.
crever o nome de Deus sem citar seu Derashá al Haar Sermão da Montanha, ser-
nome completo. mão do monte

E
E.c Vide era comum Eheye = Eu sou o que Sou "Ehyeh" (hebrai-
Echad É um. ex: Adonai Echad; Um - Ela é co: ‫ ) ֶא ְהיֶה‬ou "Ehyeh-Asher-Ehyeh" (hebr:
utilizada no tradicional Shemá, Deva- ‫" אהיה אשר אהיה‬- conforme em Shemot 3:14)
rim 6:4. Ouve ó Israel, Adonai nosso Era comum (ec) Refere-se ao período comu-
D'us é Um. ‫שמע ישראל יהוה אלקינו יהוה אחד‬ mente chamado de Anno Domini (AD)
Shemá Isra'el Adonai Eloheinu Adonai ou depois de Cristo (dC).
Echad. Outros Exemplos Exemplo: "Dei- El-Elyion Eterno Altíssimo
xará portanto o homem seu pai e sua Eliyahu Elias
mãe e se unirá à sua mulher, e serão am- Elisheva (Isabel). Mãe de Yochanan, o Imer-
bos uma só carne" - Bereshit [Gn] 2:24 sor (Lc 1.5).
El'azar Lázaro Eloheinu Nosso D'us
Emissário(s) Apóstolo(s), HaShaliach, obreiro. Elohim Eterno; elohim: quando em minúscu-
Ehyeh Ehyeh Asher Ehyeh ou Eheye Asher lo refere-se a deuses.

111
Glossário

G
Galil Vide Hagalil Ger ‫ גר‬Converso goy (não-judeu)
Gan'Eden Paraíso. Literalmente jardim-do- Goy (Regular plural goyim ‫ )םיוג‬Nação, gen-
-Éden; no judaísmo o termo também til, não judeu.
refere-se ao paraíso. Goyim (goyim) Plural de Goy nações (gen-
Gat-Sh'manim (Getsêmani) Jardim onde tios) não judeus
Yeshua orou e foi preso pela guarda do Guet (do hebraico ‫ )גט‬É o nome dado ao docu-
Templo. O termo significa literalmente mento de divórcio dentro do judaísmo.
"prensa de óleos". Gueulá (‫ )גאולה‬Redenção
Gavri'el Gabriel

H
Ha'Av O Pai, ver "Av" e "Abba" judeus nas festividades judaicas.
Habessorá [Hebr: ‫שוָֹרה‬
ׂ ְּ‫ ]הַב‬A palavra bessorá sig- Halachá Leis Judaicas
nifica novidades, notícias, mensagem, um Hananyah Ananias;
comunicado que recebeu, sentido do grego Hananyah e Shappirah Ananias e Safira
Evangelion. Boas Novas. Normalmente refe- Hamatvil O imersor; Batista.
rente às boas novas de Yeshua HaMashiach. HaMashiach Ver Yeshua HaMashiach e Mashiach.
HaElyon, El Elyon O Eterno Altíssimo O Ungido.
HafTorá ou Haftará [Hebr: ‫הפטרה‬‎] [plural Hanokh Enoque
haftarot ou hafTorás] é um trecho de Hanucá ou Chanuká [do Hebraico Dedica-
texto dos Neviim (Os profetas) lidos na ção]; Também faz-se referência à festa
sinagogas geralmente após a leitura da da dedicação ou festa das luzes
Parashat haShavua Har HaZeitim ‫ הר הזיתים‬O Monte das Oliveiras
HaG'vurah ou Hagvurá - "O Poder", eufemis- Hasatan o Adversário, o Satan
mo para designar o Eterno. Termo em Hashachar Alvorecer
hebraico utilizado para representar a HaShaliach Emissário; Apóstolo
majestade, ou poder, do Eterno. (Mt Hashem [do hebraico ‫]םשה‬, significando O
26.64). Nome. É uma forma para designar
Hagalil [Hebr: ‫ ]הגליל‬Galileia, Galil Eterno dentro do judaísmo, fora do
Hallel [Hebr: ‫]ה ְלל‬
ַ [do hebraico ‫הלל‬‎, "Lou- contexto da reza ou da leitura pública
vor"] é de origem aramaica e significa do texto bíblico.
"cântico de louvor e exaltação a D'us", Havah - Chavá Eva
músicas que celebram a vida; É uma Havakuk Habacuque
oração judaica baseada em Tehilim Heilel (Lúcifer, Samael)
(Salmos 113-118), que é utilizada como Heilel ben-shachar ‫ הילל בן שחר‬Estrela da ma-
louvor e agradecimento, recitada pelos nhã (a estrela matutina), a estrela D'Alva.

112
Glossário

Também referido como Lúcifer, o anjo de cia, coragem, atrevimento, ou a combi-


luz, antes de ser expulso do céu. "portador nação de tudo isso, avaliada segundo a
de luz", representa a estrela da manhã (a necessidade do momento.
estrela matutina), a estrela D'Alva. Horev Horebe, Sinai, Monte Horebe, Monte Sinai
Hevel Abel
Hutspah (‫)ח ְצפָּה‬.
ֻ Ousadia, audácia, insolên-

I
Igueret (igeret) carta em Hebraico; epístola; Izevel Jezabel
epístula (latim); epistulé (Grego). Plural:
Igerot (Igrot)

K
K'far-Nachum Cafarnaum Keneh ou qenéh (‫ )קנה‬Canônico
Kanai [‫ ]קנאי‬Zelote - alguém que zela pelo Kohanim Ver Cohanim
nome do Eterno Kohen ver Cohen
Kaparah Propiciação, expiação, Interces- Kohen Gadol ver Cohen Gadol
são, mediação Kehilá Congregação, Comunidade
Kapporeth ‫ כַּפֶֹּרת‬Tampa da Arca, Propiciató- Kol Goyim Todas as Nações
rio, lugar de intercessão, Expiação. Kosher (Kasher) A comida de acordo com a
Kasher Vide Kosher lei judaica. Baseada na Torá.
Kayim Caim Korban Ver Corban
Kayafa Caifás Korbanot Ver Corbanot
Kedoshim Tornar Santo, Povo Santo, Santificação Kasdim Caldeus
Kefa Pedro

L
Lashon Hará (Hebr: ‫)לשון הרע‬, Lashon signi- má, ou língua maledicente. Fofoca.
fica língua e hará significa o mal/mau, Lavan Labão
então a melhor tradução seria língua Lemekh Lameque

M
Maasser Dízimo Mashiach (do hebraico mashiah, Moshiah,
Malakhi [‫ ]מלאכי‬meu mensageiro, Malaquias. Mashiach, or Moshia") Que significa o
Malshin Acusador, informante, diabo. ungido. O Messias e traduzido para o

113
Glossário

grego como Χριστός - Cristo. de]. Forma plural construta da palavra


Matanah (Pl. Matanot) dom, dádiva mashal [provérbio, parábola] que literal-
M'nasheh Menasheh Manassés mente significa "provérbios de".
Metushelá Matuzalém Mishlei Shlomo Provérbios de Salomão.
Mezuzah (Pl. Mezuzot) Umbrais das portas Mishcan Santuário, Tabernáculo
Mikvá ou mikvé [‫ ] ִמ ְקוָה‬É o nome dado à Meshalim Provérbios no plural (não se refe-
imersão ritual em água utilizada no ju- rindo ao livro em si) forma plural sim-
daísmo. imersão. ples de provérbio, parábola.
Mitsvá [em hebraico: ‫]מצוה‬: "Mandamento" Moa'vi Moabitas
de ‫צוה‬, tsavá, "comando") Molech Moloque
Mitsvot [Hebr: ‫" ]מצוות‬Mandamentos"; Moshê Moshê
plural, mitsvos ou mitsvot; plural de Moshia Salvador
Mitsvá. Moshienu Nosso Salvador
Mishlei [Pr] Livro de Provérbios [provérbios Moshiim Salvadores

N
Nakdimon Nicodemos Neviim [do hebraico ‫ ]נביאים‬ou Profetas; é o
Nôach Noé nome de uma das três seções do Tana-
Netilat-yadayim Ritual de lavar as mãos. ch, estando entre a Torá e Kethuvim.

O
Olam Hazê Este mundo Olam Rabá Mundo vindouro, reino Eterno,
Céu dos céus.

P
Paga Intercessão P'rush Parush, Fariseu;
Parokhet Cortina. Especificamente a que di- P'rushim: Parushim Fariseus
vidia o Santo dos Santos do restante do P'lishti [Pl. P'lishtim] filisteu
Templo ou tabernáculo. Pêssach Páscoa judaica, páscoa bíblica
Pessuk (pessukim) Passagem(ns) verso(s)
Purim Festa de Purim.

R
Rabban Título dado ao rabino superior (presidente) do Sinédrio, da qual ele é o

114
Glossário

primeiro dos sete nomeados líderes da Rosh Cabeça, líder


escola de Hilel, que tiveram este título. Ruach Elohim Espírito de D'us
Rabbanim Rabinos Ruach Hakodesh Espírito daquele que é San-
Rabbi [Pl. Rabbis] Rabino, mestre to, Espírito de D'us
Rechavam Roboão
S
Sanhedrin [Hebr: ‫ ]סנהדרין‬Sinédrio Shekel [Hebr: ‫[ ]שקל‬Pl: shekels, sheqels,
Sancheriv Senaqueribe sheqalim, Hebr: ‫שקלים‬‎ ], ou siclo em
S'dom Sodoma português, refere-se a uma das mais
Seudá (Seudat Mashiach) Ceia do Messias antigas unidades de peso, utilizada pos-
Soferim [Hebr: ‫ ]סופרים‬Escribas, Especia- teriormente como nome da moeda cor-
listas da Torá rente do povo israelita. Este shekel pos-
Shacharit [Hebr: ‫]ש ֲחִרת‬ַ é a Tefilá (oração) suía cerca de (11,4 gramas).
diária da manhã do povo judeu, um dos Shem Sem, filho de Nôach
três momentos de oração de cada dia. É Shemitá [Hebr: ‫ ]שמיטה‬Literalmente "liberta-
o agostor serviço diário, incluindo vá- ção", também chamado de Ano Sabático
rias orações, mais do que os outros ser- Shemot Êxodo (Livro)
viços do dia; culto, liturgia Shoá Holocausto durante a segunda guerra
Shalom Paz. Paz dada por D'us; Shalom Alei- (em hebraico: ‫השואה‬, HaShoá, "a catás-
chem: Paz seja convosco trofe"; em iídiche: ‫חורבן‬, Churben ou
Shappirah Safira; Hananyah e Shappirah = Hurban, do hebraico para "destruição")
Ananias e Safira She'ol [‫ ]שאול‬correspondente ao hades, as ve-
Shamor VeZahor "Zachor" [recorda, lembra- zes traduzido por inferno e geena [do he-
-te] " e "Shamor" [guarda] que são men- braico ‫הנֹּם‬-‫ֶן‬
ִ ‫גֵיא ב‬, transl. Geh Ben-Hinom]
cionadas nos dez mandamentos. Shim'on Simão
Sharáth Serviço, Ministério Shomron Samaria, [de Shomron: samaritana(o)]
Shaul [Hebr:‫ ]שאול‬Saul, Apóstolo Paulo, Rabi Shaul Sucot Festa dos Tabernáculos/Festa das
Shavuot (do hebraico semanas) Festa de Cabanas
pentecostes, festa das semanas

T
Talmid [Pl: Talmidim] Seguidor, discípulo, estudante; xam essas caixinhas no braço e na tes-
Talmidot Discípulado ta, em obediência a Dt 6:8. São chama-
Tefilin [com raíz do hebraico Tefilá] Nome dos também de filactérios. Não deve
dado a duas caixas pretas, de couro, ser usado como adorno religioso (Mat-
que contêm pequenos rolos com passa- tityahu [Mt] 23.5).
gens bíblicas em seu interior (Shemot Tefilá [Pl: Tefilot] Oração
[Êx] 13.1-16; Dt 6.4-9; l1.13-21). Durante Tehilim Salmo, louvores.
as orações na sinagoga, os homens fi- Terumá ou Terumah Oferta

115
Glossário

Teshuvá [Hebr: ‫תשובה‬, literalmente retorno] zes o termo "Torá"; Torat Moshê [‫ּתוַֹרת־‬
Conversão; é a prática de voltar às ori- ‫] מֹשֶׁה‬: lei de Moshê, também chamada
gens do judaísmo. Também tem o senti- de lei mosaica nos termos acadêmicos.
do de se arrepender dos pecados de ma- Tzaraat lepra Doença de pele. De modo ge-
neira profunda e sincera. Aquele que ral, não se trata do mal de Hansen (han-
passa pelo processo de Teshuvá com su- seníase), o significado moderno atribu-
cesso é chamado de Baal Teshuvá. ído à palavra "lepra".
Tanakh ou Tanach [Hebr: ‫ ]תנ״ך‬É um acrôni- Tarf ou treif Alimento não Kosher (não
mo utilizado para denominar seu con- Kasher), A comida que não estiver de
junto de livros sagrados Torá, Nevii- acordo com a lei judaica é chamada de
n(profetas) Ketuvin (escritos) treif ou treyf (em iídiche: ‫טרייף‬, do he-
Tevilá ou Tevilah Imersão ou Batismo, Imer- braico |‫טֵר ָפה‬,
ְ transl. trfáh). Num sentido
são em água. mais técnico, treif significa "proibido",
T'oma Tomé. "dilacerado" e se refere à carne que veio
Tveryah (em hebraico: ‫ֶריָה‬ ְ ) Tiberíades ou
ְ‫טב‬‎ de qualquer animal que contenha algum
Tiberíade. defeito que o torne impróprio para o
Torá (Torá) (do hebraico ‫תוָֹרה‬,
ּ Torá signifi- abatimento.
cando lei, instrução, apontamento). Lei Tzdukim Saduceus.
de D'us. É o nome dado aos cinco pri- Tsadic Homem Justo.
meiros livros do Tanach (também cha- Tzadikim justos.
mados de Hamisha Humshei Torá, Tzarot Mal, Aflições, problemas, preocupações
‫ חמשה חומשי תורה‬- as cinco partes da Tzedaká [Pl: Tzedakot] Caridade, Oferta, fa-
Torá) Chamada também de Lei de zer Justiça, Justiça Social.
Moshê (Torat Moshê, ‫)תוַֹרת־מֹשֶׁה‬,
ּ por ve-

V-Y-Z
Veachavta Lereacha Kamocha Amarás a teu dado às instituições para estudo da
próximo como a ti mesmo. Torá e do Talmud dentro do judaísmo
Vayikrá "E chamou" em Hebraico, Livro de Yerushalayim Jerusalém.
Levíticos. Yeshayahu Isaías.
Yarden Jordão. Yeshua Jesus, O nome hebraico Yeshua [ַ‫יֵׁשוּע‬/‫]ישוע‬
Yehoshafat Josafá é uma forma alternativa de Yehoshua, Josué, e
Yehoram Jeorão é o nome completo de Jesus
Yehudah Judas; Yeshuá Salvação
Yehudah de K'riot: Judas Iscariotes. Yetser Hará/tov Inclinação para o mal/bem
Yehu Jéu. Yibum Levirato
Yako'ov Jacó, correspondente em hebraico Yitsak ou Yitschak Isaque
para Tiago. Yochanan João,
Yishmael Ismael. Yochanan Hamatvil Yochanan o imersor,
Yerichó Jericó. João Batista
Yeshivá [Hebr: ‫[ ]ישיבה‬Pl: Yeshivot] é o nome Yom Hadin Dia do Juízo

116
Abreviações
Yom Hashem Dia do Eterno, Dia do Senhor- Yonah Jonas
Juízo Yoshiyahu Josias
Yom Kipur ou Yom Hakipurim Dia da Expia- Zakkai Zaqueu
ção

Fontes do glossário:WJAFC, ShalomAdventure, BJC, Chabad.org

Ag Hagai, Ageu Js Iehoshúa, Yhoshua, Josué


Am Amos, Amós Jz Shoftim, Juízes
Ap Revelação, Apocalipse Lm Eikhah, Lamentações
Cr Divrei-HaYamim (Alef, Bet), Crônicas (1Cr, 2Cr) Lv Vayikra, Vaicrá, Levítico
Ct Shir-HaShirim, Cântico dos Cânticos Ml Malakhi, Malaquias
Dn Daniel Mq Mihá, Mikhah, Miqueias
Dt Dvarim, Devarim, Deuteronômio Mt Mattityahu, Mateus
Ec Kohelet, Eclesiastes Na Nachum, Naum
Ed Ezrah, Esdras Ne Nechemyah, Neemias
Es Ester, Ester Ne Neemias
Êx Shemot ou Shmot, Êxodo Ob Ovadiá, Ovadyah, Obadias
Ez Yechezkel, Ezequiel Os Hoshea, Oseias
Gn Bereshit, Breshit, Gênesis Pd Kefa, Pedro (1Pd, 2Pd)
Hb Havacuc, Havakuk, Habacuque Pr Mishlei, Provérbios
Is Ieshaiáhu, Yeshayahu, Isaías Rs Mlakhim (Alef, Bet), Reis (1Rs, 2Rs)
Jd Yhudah, Judas Rt Rut, Rute
Jl Iôel, Yoel, Joel Sf Tsefaniá, Tzfanyah, Sofonias
Jn Ioná, Yonah, Jonas Sl Tehillim, Salmos
Jó Iyov, Jó Sm Shmuel (Alef, Bet), Samuel (1Sm, 2Sm)
Jo Yochanan, João (1Jo, 2Jo, 3Jo) Tg Iaacóv, Tiago
Jr YIrmiáhu, Jeremias Zc Zehariá, Zkharyah, Zacarias

117
Calendário

2022 | 5782 - 5783

Janeiro Fevereiro Março Abril


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2
2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9
9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
23 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
30 31 17 Tu Bishvat 15 Purim Catan 16 Jejum de Ester | 17 Purim 16 a 23 Pessach

Maio Junho Julho Agosto


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 6
8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27
29 30 31 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 31
15 Pessach Sheni 5 e 6 Shavuot 31 17 Jejum 17 Tamuz 7 Jejum 9 Av

Setembro Outubro Novembro Dezembro


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 1 2 3 4 5 1 2 3
4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31
26 Rosh Hashaná 30 31 5 Yom Kipur | 10 a 16 Sucot
17 Shemini Atseret | 18 Simchat
19 a 26 Chanucá

Tamuz e Av

Julho
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Shabat
‫יום ראשון‬ ‫יום שני‬ ‫יום שלישי‬ ‫יום דביעי‬ ‫יום חמישי‬ ‫יום שישי‬ ‫שבת‬

1 2
‫ב‬ ‫ג‬
2 3

Parashá Côrach

3 4 5 6 7 8 9
‫ד‬ ‫ה‬ ‫ו‬ ‫ז‬ ‫ח‬ ‫ט‬ ‫י‬
4 5 6 7 8 9 10

Parashá Chucat

10 11 12 13 14 15 16
‫יא‬ ‫יב‬ ‫יג‬ ‫יד‬ ‫ט"ו‬ ‫יו‬ ‫יז‬
11 12 13 14 15 16 17

Parashá Balac

17 18 19 20 21 22 23
‫יח‬ ‫יט‬ ‫כ‬ ‫כא‬ ‫כב‬ ‫כג‬ ‫כד‬
18 19 20 21 22 23 24

Jejum 17 de Tamuz Parashá Pinchas

24 25 26 27 28 29 30
‫כה‬ ‫כו‬ ‫כז‬ ‫כח‬ ‫כט‬ ‫א‬ ‫ב‬
25 26 27 28 29 1 2

Rosh Chodesh Av

31
‫ג‬
3

118
Calendário

Av e Elul

Agosto
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Shabat
‫יום ראשון‬ ‫יום שני‬ ‫יום שלישי‬ ‫יום דביעי‬ ‫יום חמישי‬ ‫יום שישי‬ ‫שבת‬

1 2 3 4 5 6
‫ג‬ ‫ד‬ ‫ה‬ ‫ו‬ ‫ז‬ ‫ח‬ ‫ט‬
3 4 5 6 7 8 9

Parashá Devarim

7 8 9 10 11 12 13
‫י‬ ‫יא‬ ‫יב‬ ‫יג‬ ‫יד‬ ‫ט"ו‬ ‫יו‬
10 11 12 13 14 15 16

Parashá
Jejum Tishá beAv Vaetchanan

14 15 16 17 18 19 20
‫יז‬ ‫יח‬ ‫יט‬ ‫כ‬ ‫כא‬ ‫כב‬ ‫כג‬
17 18 19 20 21 22 23

Parashá Êkev

21 22 23 24 25 26 27
‫כד‬ ‫כה‬ ‫כו‬ ‫כז‬ ‫כח‬ ‫כט‬ ‫ל‬
24 25 26 27 28 29 30

Rosh Chodesh Elul


Parashá Reê

28 29 30 31
‫א‬ ‫ב‬ ‫ג‬ ‫ד‬
1 2 3 4

Rosh Chodesh Elul

Elul e Tishri

Setembro
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Shabat
‫יום ראשון‬ ‫יום שני‬ ‫יום שלישי‬ ‫יום דביעי‬ ‫יום חמישי‬ ‫יום שישי‬ ‫שבת‬

1 2 3
‫ד‬ ‫ה‬ ‫ו‬ ‫ז‬
4 5 6 7

Parashá Shoftim

4 5 6 7 8 9 10
‫ח‬ ‫ט‬ ‫י‬ ‫יא‬ ‫יב‬ ‫יג‬ ‫יד‬
8 9 10 11 12 13 14

Parashá Ki Tetsê

11 12 13 14 15 16 17
‫ט"ו‬ ‫יו‬ ‫יז‬ ‫יח‬ ‫יט‬ ‫כ‬ ‫כא‬
15 16 17 18 19 20 21

Parashá Ki Tavô

18 19 20 21 22 23 24
‫כב‬ ‫כג‬ ‫כד‬ ‫כה‬ ‫כו‬ ‫כז‬ ‫כח‬
22 23 24 25 26 27 28

Parashá Nitsavim

25 26 27 28 29 30
‫כט‬ ‫א‬ ‫ב‬ ‫ג‬ ‫ד‬ ‫ה‬
29 1 2 3 4 5

Erev Rosh Rosh Hashana


Hashana 5783 Rosh Hashana 2 Jejum de Guedalia

119
Bençãos Diversas

‫ברכות תורה‬
Bênção para estudo da Torá

Barechu et Adonai Bendizei ao Eterno, ‫ָבְּרכוּ ֶאת יהוה‬


hamevorach. que é bendito. ‫ַה ְ מבָֹר ְך‬

Baruch Adonai Bendito seja o Eterno, ‫רוּך יהוה‬ ְ ‫ָבּ‬


hamevorach que é bendito
ְ‫ַה ְ מבָֹרך‬
leolam vaed. para todo o sempre. ‫ָעד‬
ֶ ‫ְלעוֹלָם ו‬
Benção anterior à leitura Benção anterior à leitura ‫הברכה שלפני הקריאה׃‬

Baruch ata Adonai Bendito sejas Tu, Eterno, ‫רוּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ ‫ָבּ‬
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do ְ‫ֱאלֹהֵֽינוּ מֶֽלֶך‬
haolam, asher universo, que nos ‫ָהעוֹלָם ֲאשֶׁר‬
báchar bánu escolheu dentre ‫ָֽחר בָּֽנוּ‬
ַ‫בּ‬
mikol haamim todos os povos e nos ‫ִמ ָכּל ָה ַע ִמּים‬
venátan lánu et torato. deste a Tua Torá. ‫תּוֹרתוֹ‬
ָ ‫ָתן ָלֽנוּ ֶאת‬ ַ ‫ְונ‬
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, ‫רוּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ ‫ָבּ‬
noten hatora. que nos deste a Torá. ‫תּוֹרה‬
ָ ‫נוֹתן ַה‬ ֵ
Benção posterior à leitura Benção posterior à leitura ‫ברכה לאחר הקריאה׃‬

Baruch ata Adonai Bendito sejas Tu, Eterno, ‫רוּך ַא ָתּה יהוה‬ְ ‫ָבּ‬
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do ְ ‫ֱאלֹהֵֽינוּ מֶֽל‬
‫ֶך‬
haolam, asher universo, que nos destes ‫ָהעוֹלָם ֲאשֶׁר‬
nátan lánu torat a Lei da verdade e ‫ֽתן ָלֽנוּ תּוַֹרת‬ ַ ‫ָנ‬
emet vechaie olam plantastes a vida ‫ֱא ֶמת ְו ַחיֵּי עוֹלָם‬
nata betochênu. eterna entre nós. ‫ָטע ְבּתוֹכֵֽנוּ‬ ַ‫נ‬
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, ‫רוּך ַא ָתּה יהוה‬ְ ‫ָבּ‬
noten hatora. que nos deste a Torá. ‫תּוֹרה‬ָ ‫נוֹתן ַה‬ ֵ

‫ברכות ההפטרה‬
Bênção para estudo da Haftará (profetas)

Benção anterior à leitura Benção anterior à leitura ‫הברכה שלפני הקריאה׃‬

Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, ‫ּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ ‫בָּרו‬
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do ְ ‫ֱאלֹהֵֽינ ּו מֶֽל‬
‫ֶך‬
haolam, asher báchar universo, que escolhestes ‫ָֽחר‬
ַ ‫ָהעוֹלָם ֲאשֶׁר ב‬
bineviim tovim bons profetas ‫ׂבים‬ ִ ‫יאים טו‬ ִ ‫ְב‬ִ ‫ִבּנ‬
veratsa bedivrehem e que quisestes Suas ‫יהם‬ֶ ‫ְוָרצָא ְב ִד ְבֵר‬
haneemarim palavras ditas ‫ּא ָמִרים‬ ֱ ‫ַה ֶנ‬
beemet. verdadeiramente. ‫ֶבּ ֱא ֶ מת‬
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, ‫ָבּרוּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ
habocher batora que escolhestes a Torá, ‫ׂחר ַבּ ּתוָׂרה‬ ֵ ‫ַה ּבו‬
uveMoshê avdo Teu servo Moshê, Teu ‫ֹשׂה ַע ְב ּדוֹ‬ ֶ ‫ּב מ‬ ְ‫ו‬
uveisrael amo uvinvie povo de Israel e profetas ‫יאי‬
ֵ ‫ְב‬
ִ ‫ּבנ‬
ִ ‫ְׂר ֵאל ַע ּמוֹ ו‬ ָ‫ּביִש‬ ְ‫ו‬
haemet vehatsédek. da verdade e da justiça. ‫ָה ֱא ֶמת ְו ֶצֶּדק‬

120
Bençãos Diversas

Benção posterior à leitura Benção posterior à leitura ‫ברכה לאחר הקריאה׃‬

Bendito és Tu, Eterno, ‫ּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ ‫ָבּרו‬


Baruch ata Adonai
nosso D'us, ְ ‫ֱאלהֵֽינ ּו מֶֽל‬
‫ֶך‬
Elohênu mélech
haolam, Rei do universo, ‫ָהעוֹלָם‬
tsur kol haolamim, rocha de todos os ‫צוּר ָכּל ָהעוֹ ָל ִמים‬
tsadik bechol hadorot, mundos, justo em todas as ‫ַדּיק ְבּ ָכל ַה ּדוֹרוֹת‬ ִ‫צ‬
hael haneeman, haomer gerações. D'us fiel que ‫אוֹמר‬
ֵ ‫ּא ָמן ָה‬ ֱ ‫ָה ֵאל ַה ֶנ‬
veosse, hamedaber realiza o que anuncia, que ‫עוֹשׂה ַה ְמַד ֵבּר‬ ֶ ‫ְו‬
umekaiem, shechol promete e cumpre, e que ‫שׁ ָכּל‬ ֶ ‫ּמ ַקיֵּם‬ ְ‫ו‬
devarav emet vatsédek. todas as Suas palavras são ‫ְדּ ָבָריו ֱא ֶמת ָו ֶצֶֽדק‬
Neeman ata hu Adonai verdade e justiça. Fiel és ‫ֶא ָמן ַא ָתּה הוּא יהוה‬ ֱ‫נ‬
Elohênu veneemanim Tu, ó Eterno, nosso D'us, ‫ֶא ָמנִים‬ ֱ ‫הֵינוּ ְונ‬ֽ ֹ‫ֱאל‬
e fiéis são as Tuas ָ ‫ְדּ ָבר‬
‫ֶֽיך ְוָד ָבר‬
devarêcha, vedavar
promessas, e nenhuma ָ ‫ֶא ָחד ִמ ְדּ ָבֶר‬
‫יך‬
echad midevarêcha
achor lo iashuv sequer das Tuas palavras ‫ָאחוֹר לא יָשׁוּב‬
jamais se tornará vã, ְ ‫יקם ִכּי ֵאל מֶֽל‬
‫ֶך‬ ָ ‫ֵר‬
rekam,ki El mélech
neeman verachaman pois és Eterno e Rei fiel e ‫ֶא ָמן ְוַר ֲח ָמן ָא ָתּה‬ ֱ‫נ‬
misericordioso. Bendito ‫רוּך ַא ָתּה‬ְ ‫ָבּ‬
áta. Baruch ata
Adonai, hael sejas Tu, Eterno, Eterno ‫יהוה ָה ֵאל‬
haneeman bechol que é fiel em todas as ‫ֶא ָמן ְבּ ָכל‬ ֱ ‫ַהנּ‬
devarav Suas palavras. ‫ְדּ ָבָריו‬

‫ברכות הברית החדשה‬


Bênção para estudo da B'rit Hadashá

Benção anterior à leitura Benção anterior à leitura ‫הברכה שלפני הקריאה׃‬

Bendito és Tu, Eterno, ‫ּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ ‫בָּרו‬


Baruch ata Adonai
nosso D'us, Rei do ְ ‫ֱאלֹהֵֽינ ּו מֶֽל‬
‫ֶך‬
Elohênu mélech
haolam, asher natan universo, que deu-nos ‫ָֽחר‬ַ ‫ָהעוֹלָם ֲאשֶׁר ב‬
lánu Mashíach Yeshua, o Messias Yeshua ‫ישׁוּע‬
ַ ‫ֽׅיח‬
ַ ‫ָלֽנוּ ָמשׁ‬
vehadiberot shel habrit e os mandamentos da ‫שׁל ַה ְבּ ׅדית‬ ָ ‫ְו ַה ׅדבּרוֹת‬
Nova Aliança. Bendito ‫רוּך ַא ָתּה‬ְ ‫שׁה ָבּ‬ ָ ‫ַחָד‬
Hadashá. Baruch ata
Adonai noten habrit sejas Tu, Eterno, que nos ‫נוֹתן ַח ְבּרית‬ ֵ ‫יהוה‬
haHadashá. deste a Nova Aliança. ‫שׁה‬ ָ ‫ַה ַחָד‬
Benção posterior à leitura Benção posterior à leitura ‫ברכה לאחר הקריאה׃‬

Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, nosso ‫רוּך ַא ָתּה יהוה‬ ְ ‫ָבּ‬
Elohênu mélech haolam, D'us, Rei do universo, ‫ֶך ָהעוֹלָם‬ְ ‫ֱאלֹהֵֽינ ּו מֶֽל‬
asher natan lánu que deu-nos a palavra da ‫ָֽחר ָלֽנוּ‬ַ ‫ֲאשֶׁר ב‬
hadevar haemet, verdade e plantou a vida ‫ָׅא ֶמת‬ֱ ‫ַה ְד ַבר ה‬
vechaie olam nata eterna em nosso meio. ‫ָטע‬ַ ‫ְו ַחיֵּי עוֹלָם נ‬
betochênu. Baruch ata Bendito sejas ְ ‫ְבּתוֹכֵֽנוּ ָבּ‬
‫רוּך ַא ָתּה‬
Adonai noten habrit Tu, Eterno, que nos deste ‫נוֹתן ַה ְבּׅרית‬ֵ ‫יהוה‬
haHadashá. a Nova Aliança. ‫הם‬ְ ‫שׁ‬ ָ ‫ַה ַחָד‬

121
S
Islamabad ʱʷʠʸʷ
ʤʮʰʴ
ʤʷʩʸʤʨʱʥʷ
ʤʬʠʥʶʰʥ ʤʰʠʩʢ
ʥʡʩʸʮʸʴ
ʤʨʥʢʥʡ ʯʥʠʨ
ʢʸʥ
ʢ
ʺʩʺʴʸʶʤʤʰʠʩʢ
ʤʩʡʮʥʬʥʷ ʭʰʩʸʥʱ

124
ʥʨʩʷ
CONGREGAÇÕES GRUPOS MEMBROS POPULAÇÃO
TOTAL 14.536 14.028 2.562.193 349.417.000
ʸʥʣʥʥʷʠ
PROJETOS
1 Novo templo em El Alto, Bolívia
ʥʸʴ
2 Novo templo em La Paz, Bolívia

3 Novo templo em Cochabamba, Bolívia


DIVISÃO

ʬʩʦʸʡ 4 Novo templo em Trinidade, Bolívia


ʤʮʩʬ1
5 Novo templo em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
ʬʩʦʸʡ
ʦʴʤʬ
2 6 Novo templo em Brodowiski, São Paulo, Brasil
3
ʤʩʡʩʬʥʡ 7 Novo templo em Mauá, São Paulo, Brasil
5
8 Novo templo em Santos, São Paulo, Brasil
4
ʤʬʩ
ʶ ʩʠʥʥʢʸʴ
6
ʯʥʩʱʰʥʱʠ
Sul-Americana

ʤʰʩʨʰʢʸʠ
ʩʠʥʥʢʥʸʥʠ
ʥʢʠʩʨʰʱ ʱʸʩʩʠʱʥʰʠʥʡ
ʥʠʣʩʥʥʨʰʥʮ

Fogo purificador|‫אש מצרף‬

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