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Beth Midrash
Jul✡Ago✡Set 2023 | Tamuz✡Av✡Elul 5783
GUIA DE ESTUDO PARA
COMUNIDADES JUDAICO-ADVENTISTAS
Efésios
אגרת שאול אל האפסים
3T
Efésios
AUTOR John K. McVay
EDITOR Cliford Goldstein
CONTEXTUALIZAÇÃO
EDITOR Roberto Rheinlander Rebello
PROJETO GRÁFICO Henrique Felix
CONTEXTUALIZAÇÃO Carlos Muniz,
Claudia Masiero, Roberto Rheinlander, אגרת שאול אל האפסים
Júlio Flores.
REVISORES Elias Tavares, Carlos
Muniz, Fernando, Marcos, Roger
Rheinlander.
CONSELHEIROS Reinaldo Siqueira,
Richard Amram Elofer, Cristiano Silva. Índice
Sobre o Autor 04
Introdução 05
1 Shaul e os Efésios 06
2 O grande plano centrado no Messias 22
3 O poder do Messias exaltado 22
4 Como D'us nos resgata 30
CONFERÊNCIA GERAL
Reinaldo Siqueira
5 Expiação horizontal 38
6 O mistério das Bosa Novas 46
CONGREGAÇÕES REGIONAIS
7 O corpo unificado do Messias 54
BELO HORIZONTE, MG 8 Vida moldada no Messias 62
Rua Aveiro 367 - S. Francisco
Marcelo Matos Gomes 9 Vivendo sabiamente 70
CAMPINAS, SP 10 Esposos e esposas juntos 78
Rua Joaquim Teodoro Teixeira de Souza, 229 11 Lealtade ao Mashiach 86
Edinelson Sudre Storch
12 O chamado a manter-se firme 94
CURITIBA, PR
CCA Rua Lysimaco Ferreira da Costa, 980 13 Lutando por Shalom 102
Miguel Santos 14 A essência dos Efésios 110
FLORIANÓPOLIS, SC 15 Glossário e Abreviações 118
Rua José Boiteux, 53 - Centro
Filipe Canarin Calendário 125
Bençãos Diversas 127
MANAUS, AM
Rua Planeta Vênus, 5, Cj. Morada do Sol, Aleixo
Giovanny Izquierdo
RIO DE JANEIRO, RJ
Rua da Matriz, 16 - 3º andar - Botafogo
Jean Rufino
SÃO PAULO, SP
Rua Armando Penteado, 291 - Higienópolis
Rogel Tavares
Notas
1 Este guia de estudo é uma versão adaptada das lições da Escola Sabatina
ao contexto Judaico-Adventista. É usada pelos membros das Beth Bnei Tsion
[Comunidades Judaico-Adventistas] como auxiliar e apoio ao estudo semanal.
Visa tornar a linguagem mais acessível a esse contexto. O conteúdo original é
preservado usando apenas adaptações contextuais.
2 As versões bíblicas adotadas preferencialmente nessa contextualização são
Bíblia Judaica Completa (David H. Stern) e Bíblia Hebraica (David Gorodovits
e Jairo Fridlin).
Sobre o autor
John K. McVay
Shaul e os Efésios
VERSO PARA MEMORIZAR
"ele tornou conhecido a nós seu plano secreto, o qual mediante sua vontade designou
de antemão em conexão com o Messias e o executará quando o tempo for propício - seu
plano de pôr todas as coisas no céu e na terra sob a autoridade do Messias" (Ef 1:9, 10)
LEITURAS DA SEMANA
At 18:18-21; 19:13-20:1; 20:17-38; Ef 1:1, 2; 6:21-24; 3:13; 1:9, 10
Introdução
É feso era uma das maiores cidades do Império Romano, com uma população de cerca
de 250 mil habitantes. Era a capital de uma das províncias mais ricas do império, a
província da Ásia, que abrangia grande parte do que conhecemos hoje como Ásia Menor.
Na época de Shaul, a província desfrutava de crescimento e prosperidade. Como cida-
de portuária, Éfeso também estava no trajeto de importantes rotas terrestres. Embora
o povo adorasse muitas divindades na cidade, Ártemis (chamada Diana, na mitologia
romana; ver At 19:24, 35), considerada a deusa protetora da cidade, era suprema. Sua
adoração era o foco de cerimônias cívicas, jogos atléticos e celebrações anuais.
Shaul retornou a Éfeso em sua terceira viagem missionária e permaneceu ali "por
três anos" (At 19:1-12; 20:31). Ele dedicou um tempo significativo a Éfeso com a intenção
de fundar firmemente a confiança em Yeshua naquele lugar.
2. Qual acontecimento estranho fez com que predominasse a reverência pelo "Se-
nhor Yeshua" em Éfeso? At 19:13-20
O que a queima dos livros significou para os efésios, considerando o custo desses mate-
riais? O que isso diz sobre o compromisso total com o Messias?
Revolta no anfiteatro
3. Que lições podemos tirar da história de Shaul em Éfeso? (At 19:21-20:1).
O testemunho de Shaul na grande e sofisticada Éfeso foi tão eficaz que impactou um
importante motor econômico da cidade, o turismo focado no grande templo de Dia-
na. O templo era uma magnífica estrutura composta parcialmente de 127 pilares, cada
um com 20 metros de altura, feitos de mármore de Paros, um mármore branco puro mui-
to valorizado para esculturas. Trinta e seis desses pilares foram esculpidos e revestidos
de ouro, conferindo ao templo sua reputação como uma das sete maravilhas do mundo
antigo.
Com receio de que a retórica anti idolátrica de Shaul estivesse tirando o apoio finan-
ceiro do templo (At 19:27), Demétrio, o ourives, levou seus companheiros artesãos a um
frenesi. Uma multidão agitada se deslocou rapidamente do mercado para o anfiteatro,
onde cabiam cerca de 25 mil pessoas. Ali, durante duas horas, clamaram: "Grande é a
Diana dos efésios!" (At 19:34). Depois que a multidão foi dispersada pelo escrivão da
cidade, Shaul se reuniu com os crentes e deixou Éfeso.
Uma possível cronologia do relacionamento de Shaul com Éfeso pode ser descrita na
ordem a seguir (todas as datas são da era comum):
Ano 52 e.c.: A primeira e breve visita de Shaul a Éfeso (At 18:18-21).
Anos 53-56 e.c.: O serviço de três anos de Shaul em Éfeso (At 19:1-20:1); ele escreveu
a primeira carta à comunidade de Corinto (1 Co) próximo ao fim de sua estada ali (1Co
16:5-9).
Ano 57 e.c.: Enquanto esteve em Mileto, Shaul se reuniu com os anciãos de Éfeso (At
20:17-38).
Ano 62 e.c.: Shaul escreveu a Carta aos Efésios, provavelmente da prisão em Roma.
"Portanto, vigiem, lembrando que, durante três anos, noite e dia, não cessei de admoes-
tar, com lágrimas, cada um de vocês'; disse Shaul (At 20:31). A respeito de que você acha
que Shaul advertiria nossa kehilá hoje, e por quê?
S haul escreveu a Carta aos Efésios para ser lida em voz alta nas congregações que fun-
cionavam nos lares na região de Éfeso. Nos anos transcorridos desde a sua partida,
o movimento messiânico em Éfeso cresceu, e o número de congregações se multiplicou.
Para os membros, teria sido um evento importante ter entre eles Tíquico, representante
do fundador Shaul, compartilhando uma carta dele. Como sugerido pela carta, é prová-
vel que o grupo reunido incluísse membros da família anfitriã - pai, mãe, filhos e escra-
vos (Ef 5:21-6:9). Naquela época, uma família também incluía outros - "patrocinados"
(pessoas livres que dependiam do dono da casa para apoio e proteção) e até fregueses.
Portanto, pode ser que esses também estivessem presentes, bem como membros de ou-
tras famílias.
5. Leia toda a Carta aos Efésios em voz alta (levará cerca de 15 minutos}. Use o esbo-
ço abaixo. Que temas ecoam na carta?
Que tema-chave aparece na carta? O que ela lhe diz? Quais pontos o comovem?
N o início da carta, Shaul se identificou como o autor (Ef 1:1). Perto da metade da carta, ele
novamente se identificou pelo nome, rotulando-se como "prisioneiro do Messias Yeshua,
por amor de vocês, os não judeus (goyim)", o que introduz uma reflexão pessoal sobre seu
trabalho como rabi (Ef 3:1-13).
Perto do fim da carta, ele voltou a se referir à sua prisão e concluiu com palavras pessoais
(Ef 6:20-22). Embora alguns estudiosos neguem que a carta tenha sido escrita por Shaul, a carta
reivindica Shaul como seu autor. A maioria dos crentes aceita Shaul como o autor, e com razão.
7. Como Shaul demonstrou preocupação com o efeito que seu aprisionamento teria
sobre os crentes em Éfeso? Ef 3:13
A carta aos Efésios parece compartilhar o mesmo tempo e circunstâncias gerais de outras
cartas que Shaul escreveu da prisão, como a carta aos Colossenses (Cl 4:7, 8) e a Filemom. Além
disso, parece ter passado um bom tempo desde o serviço de Shaul em Éfeso (Ef 1:15; 3:1, 2). Ele
deve ter escrito Efésios da prisão, em Roma, por volta de 62 EC.
Na carta, Shaul dá poucos detalhes sobre a situação de seu público em Éfeso. A extensão de
sua atenção é ampla. Seu discurso abrange um grande espaço de tempo, começando com as
decisões divinas tomadas "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4), e reflete amplamente sobre
grandes temas da salvação oferecida no Messias. Com isso, a carta exibe um estilo literário
nobre, com frases longas, expressões repetitivas e metáforas desenvolvidas. Shaul usou esse
estilo em outro lugar (por exemplo, Rm 8:31-39), contudo isso foi concentrado em Efésios, que
apresenta uma grande quantidade de linguagem de louvor, prece e adoração (Ef 1:3-14; 1:15-
23; 3:14-21) e apresenta passagens cuidadosamente trabalhadas e altamente retóricas (por
exemplo, Ef 4:1-16; 5:21-33; 6:10-20).
C omo a Carta aos Efésios pode ser resumida? Ela traz uma visão do plano divino cen-
trado no Messias para a plenitude dos tempos e o papel da kehilá nesse projeto. D’us
agiu no Messias para iniciar Seu plano de "fazer convergir Nele, na dispensação da ple-
nitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra" (Ef 1:10), e Ele o fez
criando a kehilá como uma entidade composta por uma nova humanidade de judeus e
não-judeus - gentios (Ef 2:14). Os crentes foram chamados a seguir esse plano, sinalizan-
do aos espíritos malignos que o propósito divino estava em andamento (Ef 3:10).
Shaul proclama que a unidade que D’us propõe está centrada no Messias (Ef 1:9,
10). Portanto, não é surpresa constatar que Efésios é uma carta cheia do Messias, a qual
louva as ações divinas e celebra o acesso dos crentes aos recursos espirituais oferecidos
nele. Shaul emprega a frase "no Messias" e frases semelhantes mais de trinta vezes e
exalta a Yeshua. Ao ler a carta, observe essas expressões e fique atento às muitas manei-
ras usadas pelo rabi para destacar Yeshua. Rabi Shaul buscou reacender o compromisso
espiritual dos crentes em Éfeso, recordando-lhes que eles faziam parte da comunidade,
a qual está no centro do plano divino de unificar todas as coisas no Messias. Quando usa
a palavra "kehilá" (do grego ἐκκλησία, eclesia), refere-se à kehilá em geral, em vez de se
referir a uma congregação local.
Uma das principais estratégias que usou foi falar sobre a kehilá e fez isso por meio de
metáforas vívidas, quatro das quais desenvolveu em detalhes:
Kehilá como:
1. Corpo (Ef 1:22, 23; 2:16; 3:6; 4:1-16, 25; 5:23, 29, 30);
2. Edifício/templo (Ef 2:19-22);
3. Noiva (Ef 5:22-27);
4. Exército (Ef 6:10-20).
Cada uma dessas imagens, à sua maneira, revela qual é o propósito e a intenção de
D’us para Sua kehilá.
Estudo adicional
A história dos judeus exorcistas que usaram indevidamente os nomes de Yeshua e Shaul
(At 19:13-20) explica por que o rabi usou tanta linguagem sobre poder em Efésios.
Alguns crentes, sob a convicção da soberania de Yeshua, jogaram no fogo seus manuais de
magia. Graças à descoberta de cerca de 250 papiros que falavam de magia, bem como ou-
tros achados, temos ilustrações de rituais, feitiços, fórmulas, maldições, etc., semelhantes
àquelas apresentadas nesses manuais. Os volumes aconselhavam os adeptos a conduzir
rituais para persuadir deuses e poderes a fazer o que eles pedissem.
Esses volumes valiam 50 mil moedas de prata, ou 50 mil dias de salário. Se calcularmos
R$ 55,00 para cada dia de salário, isso equivaleria a R$ 2.750.000! Isso demonstra a im-
portância desses volumes para os efésios. "Foi preciso a intervenção de D’us para que eles
fossem convencidos de que deveriam se arrepender da utilização de amuletos, encantos,
invocações e meios tradicionais de obter poder espiritual" (1).
REFERÊNCIAS
(1)
Clinton E. Arnold, Ephesians, [Grand Rapids, MI: Zondervan, 2010], p. 34 (contextuali-
zado)
(2)
Id., Power and Magic: The Concept of Power in Ephesians, p. 165 (contextualizado)
O plano de D'us
centrado no Mashiach
VERSO PARA MEMORIZAR
"Louvado seja ADONAI, Pai de nosso Senhor Yeshua, o Messias, que nos abençoou, no
Messias, com toda bênção espiritual no céu." (Ef 1:3)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 1:3-14; 2:6; 3:10; CI 1:13, 14; Dt 9:29
Introdução
Shaul iniciou a Carta aos Efésios com uma majestosa nota de agradecimento,
louvando a D’us pelas bênçãos por Ele derramadas, tão essenciais para a vida dos
crentes quanto um traje espacial é para alguém que caminha na lua. Shaul argu-
mentou que D’us tem atuado nessas bênçãos essenciais desde "antes da fundação do
mundo" (Ef 1:4) e O louva por trabalhar ao longo dos tempos em favor dos crentes.
PARASHÁ DA SEMANA
O rabi louvou a D’us pelo fato de que o Eterno "nos abençoou com com toda bênção
espiritual" (Ef 1:3). O fato de as bênçãos serem "espirituais" (do grego, πνευματικός,
pneumatikos) sugere que vieram por meio do Espírito (pneuma - Ruach), apontando
para a conclusão das ações de graça de Shaul, as quais celebram o trabalho do Espírito de
D'us na vida dos crentes (Ef 1:13, 14).
A carta contém linguagem inspiradora sobre como D’us nos vê no Messias (Ef 1:3-6).
Antes da criação do mundo, D’us nos escolheu no Messias e determinou que devíamos
ser "santos e irrepreensíveis" em Sua presença (Ef 1:4; comparar com Ef 5:27), como fi-
lhos e filhas estimados em virtude da criação e redenção no Messias (Ef 1:5). Desde o
princípio, Sua estratégia foi nos conceder a graça "gratuitamente no Amado" (Ef 1:6). Em
suma, é propósito de D’us que sejamos salvos. Perdemos a salvação apenas por nossas
próprias escolhas pecaminosas.
1. O que significa a expressão "nas regiões celestiais" em Efésios (único lugar em que
é usada na Brit Hadashá)? (Ver Ef 1:3, 20; 2:6; 3:10; 6:12; comparar com o uso de "nos
Céus" em Ef 3:15; 4:10; 6:9.)
As expressões "nas regiões celestiais", "nos Céus" e "no Céu" apontam para o Céu
como o lugar habitado por D’us (Ef 1:3; 6:9), local dos poderes espirituais (Ef 1:10, 20, 21;
3:10, 15; 6:12), ondo Mashiach é exaltado à direita do Pai (Ef 1:20). Os crentes têm acesso
às "regiões celestiais" como a esfera em que bênçãos espirituais são oferecidas por meio
do Mashiach (Ef 1:3; 2:6). Embora as "regiões celestiais" tenham se tornado lugar de bên-
ção para os crentes, ainda são o local do conflito de espíritos maus que contestam a sobe-
rania do Mashiach (Ef 3:10; 6:12).
Fomos escolhidos no Messias "antes da fundação do mundo'' (Ef 1:4). O que isso sig-
nifica? O texto revela o amor de D’us por nós e Seu desejo de nos salvar?
O pecado tinha dominado os efésios. Shaul declarou que eles tinham sido "mortos-vi-
vos" antes de encontrar Mashiach: "mortos em suas transgressões e pecados", viven-
do conforme Satan ordenava (Ef 2:1-3). Escravizados pelo pecado, não podiam se liber-
tar. Precisavam ser resgatados. D’us fez isso mediante a graça no Messias. Shaul celebra
duas bênçãos da graça aos crentes: redenção e perdão.
2. "Redenção" é uma ideia frequente na B’rit Hadashá (Ef 1:7, 8). Compare o uso desse
conceito em outras cartas de Shaul (Cl 1:13, 14, Tt 2:13, 14 e Hb 9:15. Que temas essas
passagens têm em comum com a carta aos Efésios (Ef 1:7, 8)?
A liberdade tem um custo extremo: "Nele temos a redenção, pelo Seu sangue" (Ef 1:7).
A noção de redenção celebra a generosidade de D’us em pagar o alto preço da liberdade.
D’us nos dá liberdade e dignidade. Não somos mais escravizados!
"Ser redimido é ser tratado como pessoa, não como objeto. É tornar-se um cidadão do
Céu, em vez de um escravo da Terra" (1).
Observe com atenção que a ideia de que D’us paga o preço da redenção a Satan é
medieval, não bíblica. D’us não deve nem paga nada a Satan. Os benefícios do Sacrifício
incluem "a remissão dos pecados" (Ef 1:7).
S haul usou três rótulos para o plano de D’us: (1) "o mistério da Sua vontade", (2)
"o Seu propósito" e (3) um plano para a "plenitude dos tempos". Qual é o plano
supremo, final, de D’us? Unir em Yeshua tudo, em todos os lugares. O termo usado
por Shaul para descrever o plano divino é inusitado (ανακεφαλαιοσασθαι) e signi-
fica "conduzir", "somar" ou "fazer convergir" todas as coisas no Messias. Na práti-
ca contábil antiga, "somava-se" uma coluna de algarismos e colocava-se o total no
topo. Yeshua está no topo do plano divino final e escatológico. Esse plano centrado
no Messias foi elaborado "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4) e é tão amplo que
abrange todo o tempo ("a plenitude dos tempos") e espaço ("todas as coisas, tanto as
do Céu como as da Terra"). Shaul anunciou a unidade no Messias como o grandioso
e divino objetivo para o Universo.
Ao discutir o plano divino para a "plenitude dos tempos" (Ef 1:10), Shaul com-
partilhou o tema sobre o qual discorreu na carta. D’us iniciou Seu plano de unifi-
car todas as coisas, fundamentado na morte, ressurreição, ascensão e exaltação de
Yeshua (Ef 1:15-2:10), consolidando a kehilá e unificando nela elementos diferentes
da humanidade, judeus e não judeus – gentios (Ef 2:11-3:13).
Assim, a kehilá sinaliza aos espíritos malignos que o plano divino está em an-
damento e que o governo de discórdia findará (Ef 3:10). As Escrituras dizem: "O
adversário desceu até vocês, cheio de fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta"
(Ap 12:12).
Você reconhece que a redenção no Messias faz parte do vasto e grandioso plano
divino supremo, arquitetado para unir todas as coisas nele?
"T ambém em união com ele nos foi dada herança, a nós, escolhidos de antemão de
acordo com o propósito daquele que age em todas as coisas para manter a decisão
de sua vontade, para que nós, os que anteriormente depositamos a esperança no Messias,
rendamos-lhe louvor proporcional à sua glória". (Ef 1:11, 12).
Parece que os crentes em Éfeso tinham desanimado porque perderam a clara noção
de quem eram como seguidores de Yeshua (Ef 3:13). Em harmonia com o que havia afir-
mado antes (Ef 1:3-5), Shaul desejou reforçar esta identidade deles. Eles não são vítimas de
decisões arbitrárias e aleatórias de diferentes deidades ou poderes astrais. Eles são filhos
de D’us e têm acesso a muitas bênçãos por meio do Mashiach, com base nos profundos
conselhos e eternas decisões divinas. É o propósito, o conselho e a vontade de D’us que
atuam na vida deles, em consonância com o plano divino ainda mais amplo de unir todas
as coisas no Messias (Ef 1:5, 10, 11).
Podem ter confiança inabalável em sua posição diante de D’us e na eficácia das bên-
çãos que Ele oferece. A vida deles deve ecoar a essência da mensagem de Efésios 1:3-14:
"Bendito seja o D’us e Pai de nosso Senhor Yeshua haMashiach [...]"!
4. Compare os usos do conceito de "herança" em Efésios 1:11, 14, 18. Por que esse
conceito é importante para Shaul?
Você já recebeu uma herança como resultado da morte de alguém? Talvez um parente
tenha lhe deixado um tesouro valioso ou uma quantia considerável de dinheiro. Na opi-
nião de Shaul, em virtude da morte de Yeshua, eles receberam uma herança de D’us e se
tornaram uma "herança" para Ele (Ef 1:14, 18).
No Tanach, o povo de D’us é considerado Sua "herança" ou legado (Dt 9:29; 32:9; Zc
2:12). Esse sentimento de ser ou se tornar herança de D’us (em Ef 1:18) e é o significado
provável do termo (em Ef 1:11), que, então, seria traduzido assim: "Nele nos tornamos
uma herança". Como elemento central em sua identidade, Shaul desejava que os crentes
soubessem seu valor para D’us. Eles não só possuem uma herança de D’us (Ef 1:14; 3:6; 5:5),
mas também são herança Dele.
Qual é a diferença entre conquistar e herdar? Isso mostra o que obtemos em Yeshua?
"Shaul afirma claramente que no momento que alguém entrega a vida a Yeshua e crê
Nele, o Ruach Elohim sela (do verbo grego: σφραγίζω) aquele crente no Messias para o dia
da redenção. Verdade maravilhosa, libertadora e reconfortante! O Espírito de D’us marca
os seguidores do Mashiach com o selo da salvação assim que eles creem" (2).
A segunda imagem que Shaul utilizou para o Espírito de D’us (Ruach Elohim) foi a de
"garantia". Ele é a garantia da nossa herança, o que nos dirige para o momento em que a
herança será dada na íntegra (compare com 2Co 1:22; 5:5).
Não pagamos essa garantia, mas a recebemos de D’us. A presença preciosa do Espírito
de D’us em nossas vidas, segundo Shaul, é a primeira parcela da herança completa da
salvação e da redenção que virá com o retorno do Mashiach. Nossa parte é receber com o
coração grato e submisso o que nos foi oferecido em Yeshua.
Estudo adicional
A carta aos Efésios ensina que D’us predetermina o futuro dos seres humanos predesti-
nando alguns à vida eterna e outros à morte eterna? (Ef 1:3-14) Infelizmente, muitos
acreditam nisso. No entanto, considere estas ideias:
1. No texto, o papel do Mashiach é determinante, uma vez que a escolha divina de nos
adotar ocorre "por meio de Yeshua o Messias" (Ef 1:5) ou "Nele" (Ef 1:4, 11). D’us exerce a
eleição e a predeterminação em relação aos que escolhem a confiança no Messias, em vez
de selecionar salvos ou perdidos antes do nascimento das pessoas. A decisão divina é a
resposta estudada, predeterminada aos que exercem a fé no Messias.
2. A carta também contém linguagem relacional vívida sobre a obra de salvação (Ef
1:3-14). D’us é "Pai", e nós somos Seus filhos "adotivos" (Ef 1:3-5), que recebem Suas bên-
çãos abundantemente (Ef 1:8). Devemos entender a linguagem sobre escolha e predeter-
minação à luz dessa rica linguagem relacional. D’us não é um juiz distante e insensível que
faz decretos, mas um Pai carinhoso para com Seus filhos (Ef 3:15).
3. O fato de que D’us honra a escolha humana se reflete na carta aos efésios (Ef 1:3-
14 - especialmente em Ef 1:13, em que "ouvir" e "crer" são considerados importantes), em
outros lugares da carta (Ef 2:8; 3:17; 4:1-6:20, os quais enfatizam ou presumem a escolha e
a resposta da confiança) e em outras passagens no texto (1Tm 2:4; At 17:22-31). "No incom-
parável dom do Seu Filho, D’us envolveu o mundo inteiro com uma atmosfera de graça
tão real como o ar que circunda o globo. Todos os que escolherem respirar essa atmosfera
vivificadora viverão e crescerão, alcançando a estatura de homens e mulheres no Messias
Yeshua" (3).
.
REFERÊNCIAS
(1)
Alister E. McGrath, What Was God Doingon the Cross? [Grand Rapids, MI: Zondervan,
1992], p. 78 (contextualizado)
(2)
Jirí Moskala, "Misinterpreted End-Time Issues: Five Myths in Adventism", Journal of the
Adventist Theological Society 28, n. 1 [2017], p. 95 (contextualizado)
(3)
Ellen G. White, CC, p. 68 (contextualizado)
O poder do Yeshua
exaltado
VERSO PARA MEMORIZAR
"Quão imenso é seu poder atuante em quem confia nele. Ele age com a mesma
intensidade utilizada ao fazer o Messias ressuscitar dentre os mortos e se sentar à
sua direita no céu" (Ef 1:19, 20).
LEITURAS DA SEMANA
Ef 1:15-23; 3:14-21; 1Ts 5:16-18; Dt 9:29; 1Co 15:20-22; Sl 110:1
Introdução
O s seres humanos estão sempre em busca de mais poder. A fábrica Devel Motors,
por exemplo, exibiu o protótipo de seu Devel Sixteen, um veículo com um motor
de 16 cilindros e 12,3 litros que produz mais de 5 mil cavalos de potência. Se isso não
for suficiente, considere o caminhão semirreboque Peterbilt, que conta com três mo-
tores a jato Pratt & Whitney J34-48. Ostentando 36 mil cavalos de potência, esse veí-
culo faz 400 metros em 6,5 segundos e atinge 600 km/h antes de acionar seus dois
paraquedas.
Em contraste, Shaul orou para que os efésios, sob a tentação de admirar os po-
deres e divindades de sua cultura, experimentassem, por meio do Espírito de D’us, a
imensidão do poder que D’us lhes oferecia no Messias.
Esse poder não é medido em potência de cavalos nem é mágico, mas é visto em
quatro eventos da história da salvação e de mudança do cosmos: (1) a ressurreição
de Yeshua; (2) Sua exaltação no trono de D’us; (3) a colocação de todas as coisas em
sujeição ao Messias; (4) a dádiva dele à comunidade (kehilá) como seu rosh (Cabeça)
(Ef 1:19-23).
1. Compare os dois relatos da prece de Shaul na carta aos Efésios (Ef 1:15-23 e 3:14-
21). Que temas os textos têm em comum?
Shaul também disse: "não cessei de dar graças por vocês, mencionando-os e
nas minhas orações" (Ef 1:16; veja também Fp 1:3, 4; lTs 1:2; 5:16-18). O que signifi-
ca orar sem parar (Orem com regularidade) (1Ts 5:17)? Não significa que estamos
sempre prontos para orar, mas que, abençoados por D’us, vivemos com o coração
aberto à presença e ao poder divinos, buscando sinais para demonstrarmos grati-
dão a Ele. Significa prontidão para processar as questões da vida na presença di-
vina e buscar o conselho divino à medida que experimentamos as reviravoltas da
vida. Significa não viver distanciado de D’us, mas comprometido com Ele, sempre
aberto à Sua liderança.
Para ele, a prece é uma tarefa central da emuná. Esses versos apresentam um
chamado à prece, um convite para considerar a própria "amidá" à luz da dedica-
ção de Shaul a ele.
Por que é importante sempre apresentar a D’us, em prece, seus motivos de gratidão?
Experimentando o discernimento
pelo Espírito de D’us
N ão cesso de dar graças por vocês, mencionando-os nas minhas orações. Peço ao
D’us de nosso Messias Yeshua, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento Dele" (Ef 1:16, 17).
Ao relatar suas orações, Shaul registrou um pedido central que ele colocou dian-
te do trono de D’us. Ele já havia observado que o Espírito de D’us entrara na vida
deles no momento da teshuvá (conversão) (Ef 1:13, 14). Shaul, então, orou por uma
nova bênção do Espírito Sagrado; pediu que desse o discernimento espiritual ne-
cessário, focado em uma compreensão aprofundada do Messias ("no pleno conhe-
cimento Dele"; Ef 1:17).
2. Shaul orou para que o Espírito de D’us desse a compreensão especial a respeito de
quais temas? Ef 1:17-19
Quando Shaul orou para que os crentes soubessem qual era "a esperança da vo-
cação" deles (Ef 1:18), orou para que estivessem atentos às ações que D’us já havia
tomado para a salvação deles (Ef 1:3-9, 11-13) e para o glorioso futuro que Ele tinha
planejado para eles (Ef 1:10, 14).
Quando orou por uma percepção sobre "a riqueza da glória da Sua herança nos
santos" (Ef 1:18), ele estava relembrando a noção da Bíblia Hebraica dos crentes
como herança de D’us (Dt 9:29; 32:9; Zc 2:12; compare com Ef 1:11). Desejava que
soubessem que eles não só possuíam uma herança de D’us, mas que eles eram he-
rança Dele. Queria que entendessem seu valor para D’us.
Quando o rabi orou por discernimento sobre "a suprema grandeza do Seu po-
der sobre nós, os que cremos" (Ef 1:19), imaginou o Espírito de D’us trazendo nova
compreensão da imensidão do poder de D’us e efetivando-o na experiência deles.
Em todas essas orações, Shaul quis que essas pessoas experimentassem por si
mesmas o que lhes havia sido dado por meio de Yeshua.
Como você pode experimentar melhor "a suprema grandeza do Seu poder sobre nós,
os que cremos"? O que isso significa na prática?
N os versos restantes do seu relato de prece na carta aos Efésios 1:20-23, Shaul
expandiu o terceiro tópico de compreensão que esperava que o Espírito de D’us
trouxesse aos crentes: a imensidão do poder de D’us, exercido em favor deles. Ini-
ciou apontando para dois eventos da história da salvação como as primeiras ilustra-
ções do poder divino: (1) a ressurreição de Yeshua; (2) a exaltação dele ao trono do
cosmos.
A imagem de D’us fazendo Mashiach "sentar à Sua direita" (Ef 1:20) foi extra-
ída do Salmo 110:1, a passagem do Tanach mais citada na B’rit Hadashá (todas as
passagens citadas parecem se basear nela). A exaltação do Mashiach é bastante
destacada na carta aos Efésios. Os crentes estão assentados com o Messias "nas re-
giões celestiais" (Ef 2:6). Além disso, Shaul se referiu à ascensão de Yeshua como
um prelúdio para Seu trabalho de encher todas as coisas e conceder dons à ter sua
kehilá (ver Ef 4:8-11).
Na carta aos Efésios, Shaul nos advertiu a não adotar uma imagem meramente
estática do Mashiach no trono do Pai (Ef 4:8-11), apresentando, em vez disso, "a ima-
gem dinâmica das boas novas do Mashiach exaltado que avança por meio do Seu
Espírito em todo o mundo, dominando e conquistando" (1). Assim, Shaul retratou a
exaltação/coroação do Mashiach não apenas como uma ilustração do poder divino
oferecido aos crentes, mas como a fonte desse poder.
Em que áreas da vida você precisa do poder do Mashiach e como pode aproveitar
melhor esse poder? O que dificulta seu acesso ao poder Dele?
S haul celebrou a exaltação de Yeshua, que está sentado com o Pai no trono do cosmos.
Tendo definido a posição do Mashiach em relação ao Pai ("a Sua direita nos lugares
celestiais"; Ef 1:20), Shaul se voltou para a relação de Yeshua com "os poderes". Como cor-
regente com o Pai, Yeshua está "muito acima" de todos eles (Ef 1:21).
4. Compare a menção que Shaul fez dos poderes espirituais do mal (Ef 1:21; 2:2; 6:12).
Por que o interesse nesses poderes?
O livro de Atos, com a história dos sete filhos de um Cohen Gadol chamado Skeva,
ilustra que, época de Shaul, Éfeso era um centro de artes mágicas (Atos 19:11-20). "A carac-
terística predominante da prática da magia em todo o mundo helenístico era a consciência
de um mundo espiritual que exercia influência sobre praticamente todos os aspectos da
vida. O objetivo do magico era discernir os espíritos benéficos dos nocivos e aprender
suas diferentes atuações, forças relativas e autoridade. Através desse conhecimento, meios
poderiam ser criados (com fórmulas faladas ou escritas, amuletos etc.) para manifestar
espíritos para o interesse do indivíduo. Com a fórmula adequada, uma doença induzida
pelo espírito poderia ser curada, [ou] uma corrida de carruagens poderia ser vencida" (2).
Para ter certeza de que o público entendesse que não há poder além de Yeshua, ele
acrescentou uma alusão à prática de reunir os nomes das divindades em feitiços: "Todo
nome que se possa mencionar" (Ef 1:21). Voltando da dimensão do espaço para a do tempo,
Shaul enfatizou a cronologia ilimitada da supremacia de Yeshua sobre todos os poderes, a
qual se aplica "não só no Olam Hazê (presente século), mas também no Olam Habá (Mundo
vindouro)".
Quais são algumas manifestações atuais dessas mesmas forças de maus espíritos e
como ter certeza de que não seremos envolvidos por nenhuma delas?
Observe: "Além disso, ele pôs todas as coisas debaixo de seus pés e fez dele o cabeça de
todas as coisas" (Ef 1:22). Embora "todas as coisas" seja uma expressão universal e inclu-
siva, Shaul ainda tinha em mente os poderes mencionados na carta aos Efésios (Ef 1:21).
Todas as coisas incluindo os poderes cósmicos, sobrenaturais, espirituais estão sob os pés
do Mashiach, sendo subservientes a Ele.
D’us tornou o Mashiach vitorioso sobre todos os maus espíritos. A kehilá, identificada
com o Messias é suprida por Ele com tudo de que precisa, e a própria vitória garantida so-
bre esses inimigos. O poder de D’us, em exibição na ressurreição e na exaltação do Mashia-
ch sobre todo poder cósmico, foi ativado para a kehilá. D’us deu o Mashiach vitorioso à
kehilá, que está tão unida a Ele a ponto de ser chamada de Seu corpo.
Como conhecer o Mashiach exaltado e experimentar poder de D’us? Shaul não aborda
mecanismos ou estratégias para isso. No entanto o fato de que de que a passagem faça
parte de um "relato de prece" é sugestivo. Ele acreditava que D’us responderia à sua prece
e afirmou a eficácia de celebrar na presença de D’us o poder divino, revelado no Messias,
e pediu que esse poder fosse atuante na vida dos crentes.
Você tem experimentado o poder da amidá, não apenas em orações atendidas, mas
na amidá em geral? Como a prece nos aproxima de D’us e do poder oferecido no
Messias?
Estudo adicional
"A o atravessar os portais do Céu, Yeshua foi entronizado em meio à adoração dos
anjos. Assim que essa cerimônia foi concluída, o Espírito de D’us desceu em abun-
dantes torrentes sobre os discípulos de Yeshua, e ele foi, de fato, glorificado com aquela
glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento do Espírito de D’us
em Shavuot foi um anúncio do Céu de que a investidura do Redentor havia sido conclu-
ída. De acordo com sua promessa, Yeshua enviou do Céu o Espírito de D’us sobre seus
seguidores, em sinal de que ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no Céu e na
Terra, tornando-se o Ungido (Mashiach) que governaria Seu povo" (3).
"Os braços do Pai Celestial envolvem o Filho (Messias), e é dada a ordem: 'Todos os
anjos de D’us o adorem' (Hb 1:6). Com inexprimível alegria, governadores, principados e
potestades reconhecem a supremacia do Príncipe da Vida. O exército dos anjos se pros-
tra perante Ele, enquanto a alegre aclamação enche todas as cortes celestiais: 'Digno é
o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e
louvor!' (Ap 5:12).
"Cânticos de vitória se misturam com a música das harpas dos anjos, de maneira que
o Céu parece transbordar de júbilo e louvor. O amor venceu. O perdido foi encontrado.
O Céu vibra com fortes vozes que proclamam: 'Àquele que está sentado no trono e ao
Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos' (Ap
5:13)" (4).
REFERÊNCIAS
(1)
F. F. Bruce, The Epistles to the Colossians, to Philemon, and to the Ephesians [Grand Ra-
pids, div MI: Eerdmans, 1984], p. 133 (contextualizado)
(2)
Clinton E. Arnold, Power and Magic: The Concept of Power in Ephesians, p. 18 (contex-
tualizado)
(3)
Ellen G White, AA [CPB, 2021], p. 25 (contextualizado)
(4)
Id., O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 671, 672 (contextualizado)
"Contudo, D’us é tão rico em misericórdia e nos ama com um amor tão intenso que,
mesmo quando estávamos mortos por causa de nossos atos de desobediência, ele nos
trouxe à vida com o Messias - é por meio da graça que vocês foram libertados" (Ef 2:4, 5)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 2:1-10; 5:14; Rm 5:17; Ef 5:6; 2Tm 1:7
Introdução
Não há nada tão arrebatador quanto uma boa história de resgate, e rabi Shaul,
na carta aos Efésios nos oferece uma visão bem aproximada da maior e mais abran-
gente missão de resgate de todos os tempos: os esforços de D’us para redimir a hu-
manidade. O drama da história se intensifica pelo conhecimento de que não somos
meros espectadores do resgate de outra pessoa, mas testemunhas do nosso próprio
resgate. (Ef 2:1-10)
PARASHÁ DA SEMANA
Essas três seções são resumidas ordenadamente nas expressões (Ef 2:5): (1)
"Mortos por causa de nossos atos de desobediência"; (2) [D’us] "nos trouxe à vida
com o Messias"; (3) "por meio da graça que vocês foram libertados".
Ao refletir sobre o passado de seus ouvintes, rabi Shaul identificou duas forças
externas que os dominaram. A primeira era "o curso deste mundo" (Ef 2:2) - os cos-
tumes e o comportamento da sociedade de Éfeso, que desfiguravam a vida humana
em rebelião contra D’us.
Satan é descrito de duas maneiras como a segunda força externa que havia do-
minado a existência anterior deles. Ele é "o príncipe da potestade do ar" (Ef 2:2),
uma vez que "o ar" (ou "lugares celestiais") é identificado como o local dos poderes
sobrenaturais, incluindo os maus (Ef 1:3; 3:10; 6:12). Além disso, ele é ativo na Ter-
ra, pois é "o espírito que agora atua nos filhos da desobediência" (Ef 2:2).
O que esses versos ensinam sobre a realidade do conflito cósmico? Como ter con-
solo e esperança sabendo que Yeshua venceu e que podemos compartilhar de sua
vitória?
"N a verdade, todos nós vivíamos desse jeito - seguindo as paixões da velha na-
tureza (yetser hará) [...] estávamos destinados à ira de D’us, como todas as
outras pessoas" (Ef 2:3).
Sem a intervenção divina, a existência é dominada não apenas pelas forças ex-
ternas (Ef 2:2), mas também pelas internas: "as más inclinações, fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos" (Ef 2:3; compare com Tg 1:14, 15; 1 Pe 1:14).
2. O que Shaul quis dizer ao afirmar que seus ouvintes tinham estado "destinados à
ira de D’us, como todas as outras pessoas"? Ef 2:3; 5:6
Shaul empregou o tempo passado: "estávamos destinados à ira de D’us" (Ef 2:3).
Isso não significa que os crentes já não possuam mais a má inclinação. Parte consi-
derável da carta (Ef 4:17-5:21) alertou que atos pecaminosos, enraizados em uma
velha natureza (má inclinação), continuavam sendo uma ameaça para eles. No en-
tanto, isso significa que a "velha natureza" não deve mais dominar, que, através do
poder do Messias, pode "deixar de lado a velha natureza (yetser hará)" e "se revestir
da nova natureza (yetser tov), criada segundo D’us, em justiça e retidão proceden-
tes da verdade" (Ef 4:22-24).
U sando duas palavras poderosas ("Contudo, D’us"), Shaul partiu da triste descri-
ção do passado de seu público (Ef 2:1-3) para a nova realidade, cheia de espe-
rança, que marcava a vida deles como membros da Kehilá (Ef 2:4-10).
Efésios é uma carta cheia do Messias e que destaca a unidade dos crentes com o
Messias. Rabi Shaul estende esse tema ao empregar três verbos compostos para re-
velar a verdade impressionante de que, por meio das iniciativas de D’us, eles parti-
cipam de importantes eventos da história da libertação que se concentram no Mes-
sias (Ef 2:5, 6). São eles:
(1) Deu-nos vida juntamente com o Messias; (2) Juntamente com ele nos ressus-
citou (Shaul provavelmente empregou essa expressão para indicar a participação
deles na ascensão do Messias ao Céu); (3) e com Ele nos fez assentar "nas regiões
celestiais", o que significa que os crentes participam da exaltação do Messias no
trono do cosmos. Eles são coexaltados com Yeshua.
Para entender o poder do argumento de Shaul, devemos voltar à carta aos Efé-
sios (Ef 1:19-23) e relembrar que, em sua morte, ressurreição, ascensão e exaltação,
o Messias obteve vitória sobre todos os espíritso maus que outrora dominavam os
crentes. Na ressurreição, ascensão e exaltação do Messias, esses poderes, embora
ainda ativos e ameaçadores, foram completamente vencidos. O cosmos mudou, bem
como a realidade. Os crentes não são meros espectadores desses eventos, mas estão
envolvidos neles de forma pessoal e profunda. Temos vida juntamente com o Mes-
sias, fomos ressuscitados e exaltados com Ele. Isso abre uma nova gama de possibi-
lidades para nós. Temos o direito de passar de uma existência dominada por demô-
nios para uma vida de abundância espiritual e poder Nele (2Tm 1:7).
"D’us nos deu o Espírito que não produz covardia, mas poder, amor e autodisciplina".
(2Tm 1:7). O estudo de hoje ajuda a entender esse texto?
Shaul reforçou essa verdade com uma cronologia abrangente. D’us agiu no passado no
Messias para nos redimir, identificando-nos com Seu Filho, de tal forma que, no presente,
somos coparticipantes da Sua ressurreição, ascensão e exaltação (Ef 2:4-7). O plano divino,
porém, não termina com um passado cheio de graça e um presente banhado na misericór-
dia. Estabelecido em concílios divinos em tempos imemoriais (Ef 1:4), estende-se para sem-
pre no futuro. Inclui "olam habá". A base de Seu plano para o futuro eterno é o mesmo
princípio de Suas ações no passado e no presente: o princípio da graça. "No mundo vindou-
ro", D’us anseia demonstrar "a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco,
no Messias Yeshua" (Ef 2:7).
Shaul considerava a graça de D’us uma fortuna ou tesouro de valor insondável (com-
pare com Ef 1:7; 3:8) do qual os crentes podem tirar para atender a qualquer necessidade.
Essa grande generosidade divina para conosco se torna uma exibição eloquente, eterna e
cósmica de Sua graça. "Habitando conosco, Yeshua revelaria D’us tanto aos seres humanos
quanto aos anjos [...]. Entretanto, essa revelação seria feita não somente aos Seus filhos
nascidos na Terra. Nosso pequeno mundo é o livro de estudo do Universo. O maravilhoso
plano de graça, o mistério do amor que redime, é o tema que os 'anjos anelam perscrutar'
(1Pe 1:12) e será seu estudo por toda a eternidade. Os seres remidos e outros mundos terão
no sacrifício do Messias seu estudo e seu cântico. Será visto que a glória que resplandece
no rosto do Messias Yeshua é a glória do amor abnegado" (1).
N a carta aos Efésios Shaul expos que a libertação de D’us não ocorreu por causa do
bom comportamento ou das qualidades agradáveis deles (Ef 2:1-3) Antes, eles esta-
vam espiritualmente mortos. Não havia faísca de vida ou valor neles, eram totalmente
dominados pelo pecado (Ef 2:1), não tinham iniciativa própria e eram liderados por Satan
e por suas próprias paixões e ilusões (Ef 2:2, 3).
Alheios a tudo, estavam em uma condição muito pior do que simplesmente não ter
vida espiritual ou virtude. Com toda a humanidade, eram adversários e caminhavam em
direção ao juízo divino. Eram "filhos da ira, como também os demais" (Ef 2:3).
Em sua conclusão Shaul voltou a tocar nesse assunto, desejando garantir que seu argu-
mento se destacasse: a salvação dos crentes é obra divina, não humana (Ef 2:1-10, versos
8-10). Não se origina em nós, é dom de D’us. Nenhum ser humano pode se vangloriar de
tê-la despertado (Ef 2:8, 9). Permanecendo na graça de D’us, somos revelações de sua graça,
e apenas de sua graça. Somos suas obras-primas, criadas por D’us "no Messias Yeshua" (Ef
2:10).
Por que é importante entender que a libertação vem de D’us, e não dos nossos mé-
ritos?
Estudo adicional
S ubjacente à Carta aos Efésios está uma história que é muitas vezes repetida em partes
ou mencionada. Os principais eventos da narrativa são estes:
1. A escolha divina das pessoas "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4, 5, 11);
2. A existência passada, perdida deles (Ef 2:1-3, 11, 12; 4:17-19, 22; 5:8);
3. A intervenção divina no Messias para salvá-los (Ef 1:7, 8; 2:4-6, 13-19; 4:1, 20, 21; 5:2,
8, 23, 25, 26);
4. A aceitação das boas novas por parte dos crentes (Ef 1:12, 13, e implícita em outros
lugares); Outrora "não tendo esperança" (Ef 2:12), eles agora possuem "uma só esperança"
para a qual foram chamados (Ef 4:4; compare com Ef 1:18).
5. A vida dos destinatários como discípulos. Apesar de viverem em uma época repleta
de perigos e de oposição dos maus espíritos, podiam recorrer aos recursos oferecidos por
seu exaltado Senhor (Ef 1:15-23; 2:6; 3:14-21; 4:7-16; 6:10-20).
6. No futuro clímax da história, o papel do Espírito Sagrado como garantia (Ef 1:13, 14),
ou "selo" (Ef 4:30), se cumpre. Nesse momento de coroação, os fiéis serão recompensados
ao tomar posse da "herança" já concedida a eles no Messias; e, por sua confiança Nele, te-
rão um lugar no porvir (Ef 1:21; 2:7, 19-22; 4:13, 15; 5:27; 6:8, 9).
REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 9 (Contextualizado)
Expiação horizontal
VERSO PARA MEMORIZAR
"Agora, porém, vocês que estavam longe foram aproximados por meio do derramamento
do sangue do Messias. Porque ele mesmo é nossa shalom – de nós fez um só e derrubou a
m'chitzah que nos dividia". (Ef 2:13, 14)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 2:11-22; Rm 3:31; 7:12; Is 52:7; 57:19; Jo 14:27; 1Co 3:9-17
Introdução
I magine que você é um não judeu (gentio), um grego, que aprendeu a estimar o D’us dos
judeus. Você abandonou a adoração a muitos deuses e aceitou o único e verdadeiro D’us.
Enquanto percorre os belos pátios e colunas estriadas do templo de Jerusalém, os sons de
adoração suscitam seu louvor. Nesse momento, porém, você se vê confrontado por uma bar-
reira de pedra de 1,20 metro de altura. Em vários pontos desse muro, com intervalos regula-
res, está gravada a seguinte mensagem em latim e grego: "Nenhum estrangeiro (goi – gentio)
pode ultrapassar a barreira e o muro ao redor do templo. Qualquer um que for pego fazendo
isso será culpado por sua própria morte subsequente". Nesse momento, você se sente exclu-
ído, marginalizado e separado.
Na carta aos Efésios, Shaul vê o sacrifício do Messias fazendo uma diferença dramática,
destruindo esse tipo de barreiras e muros. Verticalmente, o sacrifício do Messias dissolve a
separação e concilia os seres humanos com D’us. Horizontalmente, concilia as pessoas umas
com as outras. O sacrifício removeu a inimizade e trouxe paz entre judeus e não judeus (gen-
tios), tornando-os "uma nova humanidade" (Ef 2:15). Juntos, eles se tornaram um novo tem-
plo, "morada de D’us no Espírito" (Ef 2:22). O que essa verdade significa para nós hoje?
PARASHÁ DA SEMANA
Aproximados no Messias
1. Compare os textos sobre a descrição anterior de Shaul sobre o passado não judeu
(goi) dos destinatários (Ef 2:1-3 com versos 11, 12). O que ele destacou na nova des-
crição do passado deles?
Além disso, no passado, os não judeus tinham vivido em grande contenda com os
muitos judeus. Rabi Shaul deu uma noção desse ódio arraigado referindo-se a um sinto-
ma dele: insultos. Muitos se referiam aos não judeus, com escárnio, como "incircunci-
são", e os não judeus se referiam aos judeus, com igual desdém, como "circuncisão" (Ef
2:11).
No entanto, Shaul apontou para algo radicalmente diferente: "Agora, porém, vocês
que estavam longe foram aproximados por meio do derramamento do sangue do Mes-
sias" (Ef 2:13).
Quando Shaul afirmou que os gentios uma vez estiveram longe (Ef 2:17, 18), tomou
emprestado de Isaías: "Eu crio a fala que pronunciam os lábios: paz, paz ao que está dis-
tante e para o que próximo está – diz o Eterno – e haverei de curar" (Is 57:19) No Messias
e por meio de seu sacrifício, os gentios foram aproximados de tudo de que estavam sepa-
rados: D’us, esperança e seus irmãos judeus. Eis a boa-nova subentendida na carta de
Shaul: o sacrifício pode curar a grande ruptura entre judeus e não judeus (gentios), e to-
das as nossas rixas e divisões podem ser resolvidas ali. Essa boa-nova nos convida a
considerar as divisões que existem em nossa vida e na comunidade e a refletir sobre o
poder do sacrifício para suplantá-las.
"P orque ele mesmo é nossa shalom – de nós fez um só e derrubou a m'chitzah que
nos dividia destruindo em seu corpo a inimizade gerada pela Torá, com seus
mandamentos estabelecidos na forma de ordenanças. Ele o fez a fim de criar dos dois
grupos uma nova humanidade em união consigo mesmo e, dessa forma, trazer shalom,
e reconciliá-la com D’us em um único corpo ao ser executado na estaca como crimino-
so, matando, desse modo, essa inimizade em si mesmo." (Ef 2:14-16).
No contexto da carta aos Efésios, o sacrifício ofereceu três grandes recursos aos
crentes (Ef 2:11-22): (1) Os não judeus (gentios), que estavam "longe" de D’us e de Seu
povo, foram "aproximados" de ambos, sendo agora filhos de D’us e irmãos dos judeus
(Ef 2:13, 19); (2) A "inimizade" (echthran, palavra grega relacionada a echthros, "inimi-
go") entre judeus e não judeus foi destruída. O sacrifício removeu o que parecia ser o
estado permanente de hostilidade em que judeus e não judeus eram inimigos jurados
(Ef 2:16, 17); (3) No lugar da hostilidade veio a reconciliação. Era plano do Messias re-
conciliar "ambos em um só corpo com D’us, por meio do sacrifício" (Ef 2:16; Cl 1:19-22).
De que forma você pode aplicar os princípios acima para se reconciliar com alguém?
N esses versos, é provável que Shaul tenha feito menção à balaustrada ou muro que
rodeava o pátio de Israel no Templo de Herodes com sua ameaça de morte. Shaul
imaginou essa parede sendo derrubada e os não judeus tendo acesso total à adoração
a D’us (Ef 2:18). Qualquer parede desse tipo, disse Shaul, havia sido removida pelo
sacrifício, pois ali aprendemos que esses dois povos, judeus e não judeus (gentios), são
na verdade um.
Alguns acreditam que o texto da carta aos Efésios (Ef 2:14, 15) ensina que as mitsvot
da Torá, incluindo a mitsvá do shabat, foram "abolidos" ou "postos de lado" pelo sacri-
fício do Messias. No entanto, na carta aos Efésios, Shaul demonstrou profundo respeito
pela Torá como um recurso para moldar o aprendizado humano. Ele citou a mitsvá de
honrar o pai e mãe (Ef 6:2, 3) e fez alusão à outras mitsvot (por exemplo, não adulterar,
Ef 5:3-14, 21-33; não furtar, Ef 4:28; não mentir, Ef 4:25; e não cobiçar, Ef 5:5). Isso se
harmoniza com as afirmações anteriores de Shaul sobre a lei (Rm 3:31; 7:12). Ele falou
do uso indevido da Torá, mas a honrou e assumiu sua continuidade. Assim, usar esses
versos para insinuar que a Torá teria sido abolida, em especial à luz de todos os outros
textos sobre a perpetuidade da Torá divina, é claramente uma interpretação errônea
da intenção do rabi.
Em vez disso, qualquer uso da Torá para causar discórdia entre judeus e Não ju-
deus (gentios) e, especialmente, excluir gentios da parceria plena entre o povo de D’us
e do acesso à adoração seria anátema a Shaul e um uso indevido da intenção divina
para a Torá. A Torá na carta aos Efésios (Ef 2:14, 15) conecta o judeu com o não judeu
através do Messias que é apresentado como nossa Shalom, representados na complexa
expressão "de seus mandamentos estabelecidos na forma de ordenanças", ou a todo
o sistema da Torá as vezes mal aplicado e utilizado como um obstáculo para separar
judeus dos outros povos.
Que tensões entre nós que precisam ser confrontadas e superadas? Por que nosso
amor comum pelo Messias deveria ser suficiente para superá-las?
O conceito de shalom é importante na carta aos Efésios, visto que a carta começa e ter-
mina com bênçãos de paz: "Graça a vocês e shalom de D’us, nosso Pai, e do Senhor
Yeshua, o Messias." (Ef 1:2; Ef 6:23). Antes, na carta aos Efésios 2:11-22, Shaul argumentou
que o Messias personifica a paz, "Porque ele é a nossa shalom", e que seu sacrifício pro-
duz paz (Ef 2:14-16). O Messias não só quebra a barreira entre judeu e não judeu - gentio
-, mas cria uma nova humanidade, marcada por relacionamentos de reconciliação e paz
(Ef 2:14-17). Tal paz não é apenas ausência de conflito, mas ecoa o conceito hebraico de
shalom, a experiência de totalidade e bem-estar, no relacionamento com D’us (Rm 5:1) e
com o próximo.
Na carta aos Efésios (Ef 2:17, 18), Shaul ressaltou que a mensagem da paz do Messias
se estendia além do período de Seu serviço terrestre. Ele "anunciou paz" tanto aos "que es-
tavam longe" (gentios antes de serem convertidos) como aos "que estavam perto" (judeus;
comparar com Ef 2:11-13). Ao aceitar essa proclamação, todos os crentes experimentam
uma bênção profunda.
Como ser mensageiro da paz (shalom), e não condutor de conflito? A que situações
você pode ajudar a levar a cura?
V ivemos em união com Yeshua (Ef 2:1-10), e vivemos em união com os outros como
parte de sua comunidade (versos 11-22). A morte de Yeshua tem benefícios verticais,
no estabelecimento de nosso relacionamento com D’us (Ef 2:1-10), e horizontais, na conso-
lidação de nosso relacionamento com os outros (Ef 2:11-22). Por meio do sacrifício, Yeshua
querou a barreira que separava judeus de não judeus (Ef 2:11-18). Yeshua também cons-
truiu um incrível e novo templo composto por crentes. Muitos não judeus, antes excluídos
da adoração nos lugares sagrados, se juntam aos judeus para se tornarem um novo templo.
Todos se tornam parte da comunidade, "santuário dedicado ao Eterno" (Ef 2:19-22), e têm o
privilégio de viver em união com Yeshua e os irmãos no Messias.
Estudo adicional
A unidade dos membros dentro da comunidade, tema abordado na carta aos Efésios
(Ef 2:11-22), tem um propósito mais amplo, revelado nela: "para que agora, pela comunida-
de, a multiforme sabedoria de D’us [em criar a comunidade a partir de judeus e gentios] se
torne conhecida dos principados e das potestades nas regiões celestiais" (Ef 3:10). Efetivan-
do a união que o Messias obteve por meio do sacrifício, os crentes devem sinalizar que o
plano divino final de unir todas as coisas no Messias está em andamento. As reconciliações
sinalizam o plano de um Universo unificado no Messias. Por isso, é apropriado consultar
os princípios bíblicos na carta, inseridos no contexto como um todo, a respeito de um tema
importante atualmente (Ef 2:11-22): relacionamentos entre grupos ou culturas.
.
PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO
1 Que princípios vemos na carta aos Efésios referentes aos relacionamentos étnicos (Ef
2:11-22)? Qual é a abordagem distintiva e centrada no Messias a respeito de como mem-
bros de um grupo étnico devem se relacionar com membros de outro grupo étnico?
2 Tendo em vista o plano de D’us para o futuro da humanidade (Ef 1:9, 10; 2:11-22), é im-
portante que a comunidade trate das suas questões internas e conflitos entre culturas?
3 Que problemas entre grupos étnicos existem em sua comunidade? Seu povo pode de-
sempenhar um papel positivo em efetivar a obra unificadora que o Messias já realizou
no madeiro? Como você pode participar disso?
O mistério das
boas novas
VERSO PARA MEMORIZAR
"Àquele cujo poder operante em nós é capaz de fazer muito mais que qualquer coisa que
peçamos ou imaginemos, a ele seja a glória na comunidade messiânica, e no Messias
Yeshua, de geração a geração, para todo o sempre. Amen" (Ef 3: 20, 21)
LEITURAS DA SEMANA
Dn 8; 9; Ed 7; Mt 3:13-17; Rm 5:6-9; Mc 15:38; Lv 16:16
Introdução
S haul iniciou a carta aos Efésios (Ef 3) com um tema que ele já havia mencionado
anteriormente: "que em união com o Messias e por meio das boas-novas os gen-
tios fossem feitos herdeiros, membros do corpo e participantes com os judeus nas
promessas divinas." (Ef 3:6). Embora isso possa não ser uma grande surpresa para a
comunidade no presente, composta em sua maior parte de não judeus, era algo que
parecia radicalmente novo para muitos de seus leitores naquela época.
Rabi Shaul então seguiu com suas palavras inspiradas, à medida que refletia
sobre sua paixão em levar as boas novas de Yeshua aos não judeus.
Também vemos seu compromisso com o mistério central das boas novas, o mis-
tério de que, no povo de D’us, os não judeus estão em pé de igualdade com seus
irmãos judeus. Experimentamos seu entusiasmo pela comunidade e seu propósito
universal. Ouvimos enquanto ele orava, louvando a D’us por expressar sua graça
por meio da comunidade.
Em suma, somos inspirados a nos unir a Shaul em sua paixão pelas boas novas
do Messias.
PARASHÁ DA SEMANA
S haul começou o capítulo 3 com estas palavras: "Como consequência disso, eu, Shaul,
sou prisioneiro do Messias Yeshua; favor de vocês, gentios." (Ef 3:1). Em seguida, inter-
rompeu essa ideia e partiu para uma longa divagação focada em seu trabalho como rabi
dos não judeus - gentios (Ef 3:2-13). Depois sinalizou um retorno à sua linha de pensamento
original ao repetir a expressão: "Por essa razão" (Ef 3:14), apresentando seu relatório de
prece interrompido (v. 14-21).
Na carta aos Efésios, Shaul se identificou como "prisioneiro do Messias" (Ef 3:1), sua
maneira de dizer que, embora residisse em cativeiro e aparentemente estivesse sob a au-
toridade do Império Romano, havia um propósito mais profundo e divino se desenrolando
em sua vida. Ele não era prisioneiro de Roma, mas "prisioneiro do Messias Yeshua"! (Ef
4:1).
A menção de Shaul às suas "tribulações" (Ef 3:13) e a referência posterior a suas ca-
deias (Ef 6:20) sugerem que ele não estava em prisão domiciliar relativamente confortável
(At 28:16), mas na prisão. Estar preso no primeiro século, e em um calabouço romano era
desafiador. As prisões romanas não tinham instalações sanitárias e refeições regulares. O
império tinha pouca necessidade de prisões, já que o encarceramento não era o meio de
punição. As pessoas ficavam presas apenas enquanto aguardavam julgamento ou execu-
ção. Os prisioneiros deviam se manter ou depender de parentes e amigos para conseguir
alimentos e suprir outras necessidades.
A o estudar a carta aos Efésios (Ef 3:1-6), observe o seguinte: primeiro, Shaul
escreveu essa parte da carta especificamente aos crentes não judeus nas sina-
gogas-lares de Éfeso (Ef 3:1).
Em segundo lugar, Shaul afirmou ser o destinatário de algo que ele chama de "a
dispensação da graça de D’us", dada a ele "em favor" dos não judeus (Ef 3:2). Essa
dispensação, ou esse serviço da graça, é a maneira como Shaul descreve a comissão
dada a ele de levar as boas novas ("graça de D’us") aos não judeus - gentios (Ef 3:7,
8).
Em terceiro lugar, Shaul afirmou que um mistério lhe fora revelado, um tema
sobre o qual já havia escrito na carta (Ef 1:9, 10; 2:11-22), o "mistério do Messias"
(Ef 3:3, 4). Shaul não desejava ser considerado como o inventor das boas novas, mas
reivindicava o serviço dado por D’us de proclamar as boas novas.
Em quarto lugar, Shaul não era o único a ter recebido revelação avançada so-
bre esse mistério, visto que o Espírito também havia revelado aos "emissários e
profetas" do Messias, de uma forma que supera a revelação do plano divino para
gerações anteriores (Ef 3:5). É provável que o termo profetas aqui se refira aos que
possuíam e exercitavam o dom de profecia nas naquele tempo, em vez dos profetas
do Tanach. O mistério, que antes estava escondido, se tornou, então, o que podería-
mos chamar de "segredo conhecido".
Por fim, ele declarou: "que em união com o Messias e por meio das boas-novas
aos gentios fossem feitos herdeiros, membros do corpo e participantes com os ju-
deus nas promessas divinas." (Ef 3:6).
Shaul era apaixonado pelas boas novas e especialmente pela forma como é ex-
presso na comunidade, a qual é composta de judeus e não judeus - gentios. Esses
dois grupos se tornaram os blocos de construção do povo de D’us, Seu novo estilo
de humanidade, a comunidade (Ef 2:14-16). Eles foram transformados de inimigos
para "coerdeiros", "unidos no mesmo corpo" (o corpo do Messias) e "coparticipan-
tes" da promessa das boas novas (Ef 3:6).
Que atitudes contradizem a inclusão ensinada pelas boas novas? Como se livrar
delas?
S haul novamente reivindicou ser "servo dessas boas novas" pelo "dom da graça de
D’us" (Ef 3:7; compare com Ef 3:1, 2). Esse dom, como as próprias boas novas, não é
concedido por causa do valor do destinatário, mas pela graça de D’us. Shaul destacou
esse ponto descrevendo-se como "o menos importante de todo o povo santo de D’us."
(Ef 3:8).
"Quanto mais perto você estiver de Yeshua, mais cheio de faltas se sentirá a seus
próprios olhos, pois sua visão ficará mais clara, e suas imperfeições serão vistas em
amplo e distinto contraste com a natureza perfeita do Messias" (1).
Shaul escreveu: "Para que agora, pela comunidade, a multiforme sabedoria de D’us
se torne conhecida dos principados e das potestades nas regiões celestiais" (Ef 3:10).
Quem são esses principados e potestades? Como a kehilá anuncia a "multiforme" sabe-
doria de D’us a eles? Embora a carta aos Efésios não descreva a natureza desses pode-
res (Ef 3:10), é melhor considerá-los como o mal descrito em mais detalhes no capítulo
6 (Ef 6:11, 12). Se assim for, a composição da comunidade, unificando judeus e não
judeus, outrora divididos, torna-se para esses poderes nas regiões celestiais um anún-
cio ressonante do plano de D’us para o futuro," de fazer convergir Nele [o Messias], na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra"
(Ef 1:10). Esses poderes são advertidos de que o plano de D’us está em andamento e que
sua ruína é garantida. A própria natureza de uma comunidade unificada sinaliza sua
derrota final.
Se sua congregação leva a sério o propósito do povo de D’us descrito por Shaul na
carta aos Efésios (Ef 3:10), isso pode mudar a forma como você e os membros da
comunidade se relacionam?
N a carta aos Efésios há um jogo de palavras (Ef 3:14, 15). Quando Shaul diz que se põe
de joelhos diante do "Pai, de quem toda a família, nos Céus e na Terra, recebe o nome",
ele explora a conexão fonética entre a palavra grega para Pai, pater, e o termo grego para
família, patria.
Na carta aos Efésios, o rabi celebrou a abrangência do plano da salvação, que envolve
todas as coisas (Ef 1:9, 10) em todos os tempos (Ef 1:21). Ele disse que "toda a família nos
Céus e na Terra" pertencem ao "Pai". Toda família (patria) recebe o nome do Pai (pater).
Isso é uma notícia muito boa!
Avalie o seguinte: sua família, apesar das imperfeições e falhas, pertence a D’us. Sua
família não está no domínio cruel do destino, mas nas mãos divinas. D’us ama famílias
imperfeitas. Elas carregam o nome divino e a marca de Sua propriedade.
Shaul pediu a D’us que concedesse aos crentes uma experiência abundante - marcada
pela força interior mediante a presença do Espírito e a proximidade com o Messias, que
também é retratado como habitando neles - e uma identidade espiritual estabelecida e
segura, sendo "enraizados e alicerçados em amor" (Ef 3:16-19).
Ao louvar a D’us pelo grande alcance das bênçãos oferecidas aos crentes, Shaul incluiu
quatro dimensões: "a largura, o comprimento, a altura e a profundidade" (Ef 3:18). Ele não
identificou a que se aplicam essas dimensões, embora esteja claro que elas descrevem a
vasta proporção de algo importante. Isso resulta em um quebra-cabeça interessante para
os estudantes da Bíblia. Essas dimensões descrevem a sabedoria de D’us (Jó 11:5-9 usa
quatro dimensões), o poder de D’us (Ef 3:16, 17) ou, talvez, o templo espiritual de Efésios
2:19-22 (Ez 43:13-16 usa quatro dimensões; ver Am 7:7, 8; Ap 11:1, 2)? Talvez seja melhor
considerar que elas sejam a descrição do imenso "amor do Messias" (Ef 3:19), visto que a
expressão "compreender [...] a largura, o comprimento, a altura e a profundidade" (Ef 3:18)
é paralela à seguinte expressão: "conhecer o amor do Messias" (Ef 3:19; compare com Rm
8:35-39). Seja como for que consideremos essas palavras, elas são boas notícias.
S haul registrou suas preces pelos crentes (Ef 3:14-19). Ele orou de forma direta e po-
derosa. Sua doxologia levanta duas questões: 1. A passagem exalta a comunidade de
forma indevida, colocando-a em pé de igualdade com o Messias, na expressão "a Ele seja a
glória, na comunidade e em o Messias Yeshua" (Ef 3:21)? Embora Shaul estivesse bastante
interessado na comunidade na carta aos Efésios, está claro que o Messias é o Salvador da
comunidade, pois é Ele que habita no coração dos crentes (Ef 3:17). Na doxologia, o rabi
louvou a D’us pela salvação oferecida à igreja por meio do Messias Yeshua.
2. A expressão "por todas as gerações, para todo o sempre" (Ef 3:21) retrata um futuro
restrito à Terra e interminável para a comunidade, adiando o retorno do Messias? Efésios
exibe uma expectativa sólida para o futuro. Por exemplo, Efésios 4:30 olha para "o dia da
redenção". Além disso, os crentes experimentarão o poder do Messias "não só no presente
século, mas também no mundo vindouro" (Ef 1:21). A doxologia de Shaul deve ser lida
como celebração do poder do Messias exercido em favor dos crentes.
Voltando ao segundo relato de prece de Shaul (Ef 3:14-21; compare com Ef 1:15-23),
vemos que ele encontra forças na extensão cósmica do cuidado do Pai (Ef 3:14, 15), na
disponibilidade do Espírito Sagrado (Ef 3:16), na parceria do próprio Messias (Ef 3:17) e no
amor imensurável do Messias (Ef 3:18, 19). Isso é tão verdadeiro que ele imaginou os cren-
tes sendo preenchidos "de toda a plenitude de D’us" (Ef 3:19) e celebrou essas realidades
espirituais em louvor, novamente maravilhando-se com a abundância do poder de D’us
ofertado aos santos (Ef 3:20, 21).
Sempre que sentirmos a pressão de problemas, tentações e dúvidas, podemos nos vol-
tar para esse relato animado das preces de Shaul. O rabi em prisão eleva nosso olhar ao
grande horizonte dos propósitos e da graça de D’us, lembrando-nos de que, sejam quais
forem as circunstâncias atuais, somos participantes do plano final de D’us (Ef 1:9, 10) e Seu
poder age em nós.
Que bênçãos divinas são valiosas para você? Ore e louve a D’us por essas bênçãos.
Estudo adicional
"C omo harmonizar nossa condição espiritual raquítica com a apresentação da passa-
gem [Ef 3:14-19] que descreve a plenitude do conhecimento, o qual é nosso privilégio
possuir? Como o Céu pode olhar para nós, que dispomos de todas as vantagens espirituais
e temporais a fim de que pudéssemos crescer na graça, quando não aproveitamos nossas
oportunidades? O rabi não escreveu essas palavras para nos atordoar, enganar ou aumen-
tar nossas expectativas apenas para frustrá-las em nossa experiência. Ele escreveu essas
palavras para nos mostrar o que podemos e devemos ser como herdeiros do reino de D’us.
Como ser cooperadores de D’us, se temos uma experiência raquítica? Estamos cientes do
nosso privilégio e devemos buscar essa compreensão espiritual nas coisas de D’us [...].
"Cremos que podemos alcançar o conhecimento de D’us apresentado a nós nessa passa-
gem?[...] Acreditamos nas palavras ditas pelos profetas e rabis e por o Messias Yeshua, que
é o Autor de toda a luz e bênção e em quem habita toda riqueza e plenitude?" (1).
LEITURA COMPLEMENTAR
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 388-401
REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, TheAdvent Review and Sabbath Herald, lQ de outubro de 1889
O corpo unificado
do Messias
VERSO PARA MEMORIZAR
"Além do mais, ele concedeu algumas pessoas como emissários, algumas como profetas,
outras como proclamadores das boas-novas, e outras como pastores e mestres. Sua tarefa
é preparar o povo de D’us para a obra de edificar o corpo do Messias." (Ef 4:11, 12)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 4:1-16; Fp 2:3; Sl 68:18; At 2; 1Co 12:4-11, 27-30; Is 5:4
Introdução
U ma das fábulas de Esopo é chamada "O Estômago e os Pés". Diz assim: "O es-
tômago e os pés discutiam sobre qual era mais importante, e, quando os pés
disseram que eles eram muito mais fortes, que até carregavam o estômago, este
respondeu: 'Mas, meus bons amigos, se eu não lhes fornecesse alimento, vocês não
seriam capazes de carregar nada’" (1).
Rabi Shaul usou o corpo para demonstrar um ponto de vista espiritual. Para ele,
o corpo humano (e a comunidade – Kehilá - como o corpo do Messias) é composto
de várias partes com habilidades diferentes, e todas devem trabalhar juntas para
que o corpo seja saudável. Na carta aos Efésios, Rabi Shaul reestruturou a metáfora
do corpo, usada de forma tão eficaz anteriormente (Ef 4:1-16; Rm 12:3-8; 1Co 12:12-
31). O Messias é o rosh (a cabeça) do corpo, que o supre de pessoas "talentosas" que
ajudam a unificar esse corpo, com cada parte, cada membro da comunidade contri-
buindo com suas habilidades para o todo.
PARASHÁ DA SEMANA
S haul iniciou a segunda metade de sua carta (Ef 4 a 6) com um chamado comovente à unida-
de, com duas partes principais. Primeiro, ele pediu aos crentes que alimentassem "a unida-
de do Espírito de D’us" (Ef 4:1-6) exibindo virtudes que construíssem a unidade (Ef 4:1-3), um
chamado sustentado com uma lista poética de sete "elementos" (Ef 4:4-6). Em segundo lugar ele
identificou o vitorioso e exaltado Messias como a fonte do amor aos que lideram a proclama-
ção das boas-novas (Ef 4:7-10) e descreveu como eles, com todos os membros da comunidade,
contribuem para a saúde, o crescimento e a unidade do corpo do Messias (Ef 4:11-16).
No início do capítulo, Rabi Shaul pediu aos efésios: "vivam de forma digna do chamado
com o qual foram chamados." (Ef 4:1). (Ef 2:2, 10; 4:17; 5:2, 8, 15)
Quando se referiu ao chamado deles, quis indicar o chamado à esperança da qual o Mes-
sias os chamou (Ef 1:18; 2:4-6, 13). Rabi Shaul instou os membros a ter um comportamento
unificador que refletisse o plano final de D’us (Ef 4:9, 10). Ele começou essa ênfase com o cha-
mado para praticar virtudes que levam à unidade (Ef 4:1-3), como humildade, gentileza e paci-
ência.
Analisemos cada uma. Rabi Shaul explicou em outro lugar o termo humildade, da carta
aos Efésios (Ef 4:2), acrescentando a ideia de considerar "os outros melhores que si mesmo" (Fp
2:3). A humildade é entendida não como uma virtude negativa de autodepreciação (Cl 2:18, 23),
mas como uma virtude positiva de apreciar e servir os outros.
A mansidão (gentileza) (Ef 4:2) é "a qualidade de não ser excessivamente impressionado
com o senso da importância própria" e também significa "cortesia, consideração" (2).
A lista dos sete elementos tem tom poético e pode ecoar um cântico de afirmação usado
em Éfeso. Ela começa com dois elementos juntos: "um só corpo" (a kehilá como o corpo
do Messias; Ef 4:12, 16; 1:23; 5:23, 29, 30) e "um só Espírito" (Ef 4:4). O terceiro é "uma só a
esperança para a qual vocês foram chamados" (Ef 4:4; ver 4:1).
A lista, então, apresenta mais três elementos, "um só Senhor" (o Messias), "uma só con-
fiança", (aquilo em que acreditamos; Ef 4:13; Cl 1:23; 2:7; Gl 1:23; 1 Tm 4:1, 6) e "uma só imer-
são" (ver Ef 5:26), antes de concluir com uma descrição estendida de D’us como "um só D’us
e Pai de todos, que rege todos, atua por meio de todos e que está em todos" (Ef 4:6).
O que Shaul comunicou por meio desse piyut (descrição poética) de D’us, o Pai? Visto que
é o "Pai de todos", D’us é o Criador. O restante da frase descreve como, uma vez que o mundo
está criado, Adonai se relaciona com "todas as coisas", com tudo o que Ele fez. Shaul não fa-
lou as heresias do panteísmo (que identifica a natureza com D’us) nem do panenteísmo (que
argumenta que o mundo está incluído no Ser de D’us, embora não esgote esse Ser). Porém,
proclamou a transcendência ("é sobre todos"), o governo atuante ("age por meio de todos") e
a imanência ("está em todos") de D’us.
Observe duas ideias sobre a unidade na comunidade (Ef 4:1-6). Primeira: a unidade é um
fato espiritual, enraizado nesses sete elementos, e deve ser celebrada (Ef 4:4-6). Segunda:
essa unidade requer zelo para nutri-la e cultivá-la (Ef 4:3). Muitas vezes há motivos para
chorar por nossas falhas na busca dessa unidade. No entanto, sejam quais forem as falhas,
devemos nos alegrar na obra do Eterno de unificar a a comunidade do Messias, regozijando-
-nos na realidade teológica do "poder unificador de shalom" (Ef 4:3). Fazer isso nos capacita-
rá a voltar ao trabalho árduo de avançar em direção à conquista desse objetivo, mas com a
nova convicção de que, ao fazê-lo, realizamos a obra de D’us.
Como você se sente ao ler Efésios 4:4-6? Como você deveria se sentir, sabendo o que
diz o texto sobre nossa unidade em D’us e com D’us por meio do Messias?
E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a medida das dádivas dadas pelo Mes-
sias. Por isso diz: "‘Depois que ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e deu presen-
tes à humanidade’. O que a expressão ‘ele subiu’ pode significar senão que também havia
descido inicialmente à parte inferior, à terra?" (Ef 4:7-10, mencionando Sl 68:19).
Shaul citou o Salmo 68 (Sl 68:19 (18)), que diz: "Subiste às alturas levando cativos e rece-
bendo homenagens até mesmo dos que se rebelam contra Tua Morada". Esse texto retrata
Adonai, Hashem, como um general conquistador que, tendo conquistado Seus inimigos, su-
biu o monte em que Sua capital está construída, com os cativos de batalha em Sua comitiva
(ver Sl 68:1-3). Ele, então, recebeu homenagens ("dádivas") de seus inimigos conquistados
(observe que Rabi Shaul ajusta essa metáfora ao Messias exaltado que "concedeu as dádivas"
com base no contexto mais amplo do Salmo [ver Sl 68:36(35)]).
Se seguirmos a ordem do Salmo (Sl 68:19(18)), a subida - ascensão do Messias ao Céu (Ef
1:21-23) - ocorre primeiro, seguida pela descida em que o Messias ressuscitado e exaltado
concede dons e enche todas as coisas. Essa foi a maneira pela qual Shaul retratou a descida
do Ruah haKodesh na celebração de Shavuot (ver At 2). Essa visão foi confirmada no capítu-
lo 4 (Ef 4:11, 12), que identifica as dádivas concedidas pelo Messias exaltado como dádivas do
Espírito.
"O Messias subiu às alturas, levando cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens.
Após a ascensão do Messias, quando o Espírito do Eterno desceu segundo fora prometido,
como um vento veemente e impetuoso, enchendo todo o aposento em que os seus discípulos
estavam reunidos, qual foi o resultado? Milhares se voltaram ao Eterno num dia (3).
Por mais profundos que sejam esses versos da carta aos Efésios, como podemos ter
conforto com o que o Messias fez por nós e fará, especialmente quando Ele encher
tudo em todas as coisas (Ef 1:23)?
R abi Shaul identificou quatro grupos de pessoas "talentosas" como parte do tesouro que
o Messias concedeu à sua comunidade: emissários, profetas, proclamadores das boas-
-novas, líderes e rabis (a estrutura da frase no grego sugere que esses são um único grupo).
O Messias concedeu esses dons para a realização de uma obra importante: a preparação
do "povo de D’us para a obra de edificar o corpo do Messias", "até que todos cheguemos à
unidade implicada pela confiança e pelo conhecimento do filho de D’us, e à plena virilidade,
segundo o padrão de maturidade estabelecido pela perfeição do Messias." (Ef 4:12, 13).
Esse último ponto teve especial importância para muitos, que refletiram sobre os dons
dados pelo Espírito Sagrado aos profetas e profetisas de D’us. A Bíblia valida a atuação do
dom de profecia no povo de D’us apenas no passado? Ou esse dom continuará até o retorno
do Messias? Muitos encontraram a resposta na carta aos Efésios (Ef 4:13) e a compartilharam
por meio de uma história sobre um capitão de um navio que estava determinado a seguir as
instruções dadas para uma viagem. Quando o navio se aproximou do porto, o capitão desco-
briu que as instruções informavam que um piloto viria a bordo para ajudar a guiar a embar-
cação. Para permanecer fiel às instruções originais, ele deveria permitir que o piloto embar-
casse e obedecer às orientações adicionais oferecidas. "Quem, então, acata o que diz o livro
de instruções original? Aqueles que rejeitam o piloto, ou aqueles que o recebem, conforme
lhes instrui o livro? Julguem vocês" (4).
Devemos ter cuidado ao identificar "líderes religiosos", pois consideramos essas posições
no nosso contexto. Pelo que sabemos, na época de Shaul esses eram líderes leigos que servi-
riam as comunidades (lPe 2:9; At 2:46; 12:12).
"Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu não lhe tenha feito?" (Is 5:4). Como
isso se aplica ao que D’us fez por nós?
Crescendo no Messias
5. Que perigo ameaça a maturidade espiritual da comunidade? Ef 4:14
R abi Shaul percebia um ambiente parecido com o nosso, em que várias ideias, como
"qualquer vento de ensino" e "pessoas astuciosas que inventam formas de enganar",
são lançadas sobre a comunidade. Ele usou três conjuntos de metáforas para descrever os
perigos dos ensinos imprevisíveis: (1) a imaturidade da infância, para que não mais seja-
mos como crianças; (2) o perigo em alto-mar; "nem jogados por todo vento de ensino"; (3)
ser enganado por pessoas ardilosas que, como jogadores, praticam truques. Ele usou a pa-
lavra grega kubeia ("jogo de dados") de forma figurada para indicar "astúcia" ou "truque".
Shaul acreditava que a divisão é uma marca importante do erro: o que nutre e faz o
corpo crescer e o ajuda a se manter unido é bom, ao passo que aquilo que o esgota e divide
é mau. Ao passar do ensino divisor para o ensino dos mestres provados e confiáveis (Ef
4:11), eles avançariam para a verdadeira maturidade e desempenhariam papéis eficazes
no corpo do Messias (Ef 4:12, 13, 15, 16).
Quais são os "ventos de ensinos" que sopram hoje? Como ficar firmes contra eles?
Estudo adicional
D ois pontos nos ajudam a expandir nosso estudo da carta aos Efésios (Ef 4:7-10):
1. Algumas traduções de Efésios 4:9 indicam que a descida ocorreu antes da subida ("an-
tes tinha descido"). Outras traduções seguem o texto grego mais de perto, deixando em aber-
to a questão do momento de subida e descida ("Ora, o que quer dizer Ele subiu, senão que
também havia descido até as regiões inferiores da terra?"), o que reconhece a ideia, expressa
na lição de terça-feira, de que a ordem do Salmo 68:19(18) deve ser seguida, com a subida do
Messias ao Céu ocorrendo primeiro, seguida de Sua "descida" através do Ruah haKodesh, o
Espírito Sagrado que vem do Eterno.
2. Levando cativos muitos prisioneiros. Ao citar o Salmo 68:19 (18) da Septuaginta (tradu-
ção grega do Tanach), Rabi Shaul usou uma expressão em Efésios 4:8 que diz: "levou cativos
muitos prisioneiros", mas cujo significado amplamente reconhecido é: "Ele tomou como pri-
sioneiros um grupo de cativos".
Entendemos que a expressão se refere ao fato de que o Messias levou para o Céu, em sua
ascensão, pessoas ressuscitadas em uma ressurreição especial no momento da Sua própria
ressurreição (Mt 27:51-53). Eles são o "feixe movido", primícias dos redimidos, que Ele apre-
senta ao Pai no retorno ao Céu (5). Em harmonia com a carta aos Colossenses (Cl 2:15), a pas-
sagem poderia ser considerada uma metáfora da vitória do Messias sobre Satan e os maus
espíritos, retratados como prisioneiros derrotados.
REFERÊNCIAS
(1)
Lloyd W. Daly, Aesop Without Morals, p. 148 (contextualizado)
(2)
Frederick Danker, ed., Greek-English Lexicon of the New Testament and Other
Early Christian Literature, p. 861 (contextualizado)
(3)
Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 158, (contextualizado)
(4)
Uriah Smith, "Do We Discard the Bible by Endorsing the Visions?", p. 52 (con-
textualizado)
(5)
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1022; O Desejado de Todas
as Nações, p. 671, 630, 631 (contextualizado)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 4:17-32; CI 3:1-17;Zc 3:3-5; 8:16; Is 63:10; Rm 8:16, 26, 27
Introdução
J osé Antônio viveu nas ruas de Palma, Espanha, como morador de rua por anos.
Com cabelos e barba grisalhos e desgrenhados, aparentava ter mais do que seus
57 anos. Um dia, Salva Garcia, dona de um salão de beleza, se aproximou de José e
propôs uma transformação completa.
Com José na cadeira da barbearia, uma equipe diligente cortou, pintou e estili-
zou os punhados emaranhados de cabelo e barba. Em seguida, José ganhou roupas
novas. Então veio a revelação! Enquanto se sentava em frente a um espelho, lágri-
mas caíam. "Sou eu? Estou tão diferente; ninguém vai me reconhecer!" Mais tarde,
acrescentou: "Não foi apenas uma mudança de aparência. Isso mudou minha vida."
Na carta aos Efésios (Ef 4:17-32), Shaul afirmou que os justos foram transforma-
dos. Deixaram de lado o antigo eu e se revestiram da nova identidade, algo parecido
com a mudança de José. Porém, não foi uma mera transformação externa. Ela inclui
deixar-se "o espírito e mente serem renovados". (Ef 4:23), trazendo para a vida "jus-
tiça e a santidade procedentes da verdade" (Ef 4:24). Essa é a transformação mais
importante.
PARASHÁ DA SEMANA
N a seção anterior (Ef 4:1-16), o tema foi a unidade da comunidade. Quando com-
paramos os versos 1 e 17, notamos a semelhança entre essas duas exortações
sobre como andar ou viver. No início do capítulo 4, o Rabi Shaul falou da unidade e
do estilo de vida que a sustenta de uma perspectiva positiva. Dos versos 17 em dian-
te, ele abordou o mesmo tema a partir de uma perspectiva mais negativa.
Ainda neste capítulo, ele contrastou o estilo de vida dos não judeus (gentios,
goyim), o qual considerava uma unidade enfraquecedora (Ef 4:17-24), com padrões
de vida verdadeiramente alinhados à vontade do Eterno que alimentam a unidade
(Ef 4:20-24). Ao ler a crítica afiada de dele ao depravado estilo de vida dos não ju-
deus, devemos recordar sua convicção de que os eles são redimidos por D’us por
intermédio do Machiah (Messias) e a eles é oferecida plena associação aos judeus
(Ef 2:11-22; 3:1-13). Nos versos 17 a 19, ele deu uma descrição limitada e negativa
dos "gentios por nascimento" (Ef 2:11).
Rabi Shaul não estava preocupado apenas com erros ou comportamentos es-
pecíficos dos não judeus, mas com o padrão de comportamento que exibiam, uma
trajetória descendente nas garras do pecado. No centro dos versos 17-19 está um
retrato de uma espiritualidade insensível: "com sua forma inútil de pensar. A inteli-
gência deles foi envolta em trevas, e foram alienados da vida de D’us" (Ef 4:17, 18).
Essa espiritualidade insensível é a fonte do entendimento obscurecido destacado
no início do passuk (verso) ("por causa da ignorância que há neles, em virtude da
resistência à vontade divina. Eles perderam toda a sensibilidade"; Ef 4:18, 19) e da
prática sexual depravada sublinhada no fim ("se entregaram à sensualidade, pra-
ticando todo tipo de impureza, sempre prontos para mais."; Ef 4:19). Afastados de
D’us, eles não sabiam como viver e, separados de seu amor libertador, continuavam
em uma espiral descendente de erro e depravação.
Qual foi sua experiência com o poder do pecado de arrastar uma pessoa para baixo,
na espiral descendente de uma vida cada vez mais escravizada no pecado?
D epois de descrever a antiga existência antiga deles como pagãos (Ef 4:17-19), Rabi
Shaul não disse: "Esta não é a lição aprendida sobre o Messias" Em vez disso, ex-
clamou: "Esta não é a lição aprendida do Messias"! (Ef 4:20). Comentando que os desti-
natários "ouviram" e foram "Nele" instruídos (Ef 4:21), ou "por Ele", Rabi Shaul defen-
deu ainda a adoção de uma vida moldada no Messias com a expressão "o que está em
Yeshua é verdade". Para ele, o despertar da confiança tem a ver com uma conexão com
o Messias, tão vívida e real que pode ser descrita como "aprender de Yeshua". Reco-
nhecemos que o Messias ressuscitado e exaltado está vivo e presente. Somos moldados
por Seus ensinamentos e exemplo e somos leais a Ele como a Adonênu (nosso Senhor).
Abrimos nossa vida para Sua orientação e direção por meio do Espírito e da Palavra.
Shaul disse que a adoção de uma vida moldada no Messias requer três processos,
demonstrados por meio de metáforas de roupas: (1) "despir-se da velha natureza" ou
se afastar do antigo modo de vida (Ef 4:22); (2) experimentar renovação de espírito e
mente (Ef 4:23); e (3) "se revestir" do novo padrão de vida segundo D’us (Ef 4:24). A
metáfora dele reflete o uso de roupas nas Escrituras como símbolo tanto para o pecado
(por exemplo, Sl 73:6; Zc 3:3, 4; Ml 2:16) como para a libertação (por exemplo, Is 61:10;
Ez 16:8; Zc 3:4, 5).
Nos tempos antigos, os homens usavam uma túnica na altura dos joelhos como rou-
pa íntima e uma capa ou manto para se proteger do sol. Da mesma forma, as mulheres
usavam uma túnica e uma capa. As culturas refletidas nas Escrituras eram de subsis-
tência. As roupas eram valiosas e caras, e mantidas por muito tempo. Era incomum
possuir mais de um conjunto de roupas. Sua qualidade e estilo sinalizavam a identida-
de e a posição do usuário. Trocar um conjunto de roupa por outro era algo incomum e
importante (em vez do fato trivial que isso representa em muitas culturas hoje). Rabi
Shaul imaginava que a mudança de vida seria tão perceptível quanto o ato de trocar
um conjunto de roupas por outro no contexto do primeiro século.
R abi Shaul usou repetidamente uma estrutura interessante que é ilustrada por Efé-
sios 4:25: um comando negativo ("despindo-se da falsidade"); em seguida um co-
mando positivo ("falem todos a verdade ao próximo"); e, depois, uma lógica ("porque
estamos intimamente relacionados uns aos outros como parte de um corpo", o que
parece significar "porque somos membros de um corpo e assim relacionados uns com
os outros como partes desse corpo"). A exortação "falem todos a verdade" não é um
convite para confrontar os outros com uma recitação agressiva dos fatos. Rabi Shaul
fez alusão a Zehariá – Zacarias (Zc 8:16), que exorta a falar a verdade como uma forma
de promover a shalom.
Uma vez que ele baniu a ira e o discurso inflamado (Ef 4:31), suas palavras no verso
26 (Ef 4:26) não dão permissão para exercitar a ira dentro da kehilá. Em vez disso, ele
admitiu a possibilidade da raiva, mas limitou sua expressão com o sentido: "Se ficar
com raiva, não permita que ela dê frutos no pecado desenvolvido."
Shaul parece interromper o assunto da fala com uma ordem negativa a respeito dos
ladrões: ‘'O ladrão deve parar de roubar" (Ef 4:28). Em vez disso, que ele "deve viver ho-
nestamente, por esforço próprio." (ver 1Co 4:12; 1Ts 4:11), com base na lógica de "será
capaz de partilhar com aos necessitados." (Ef 4:28). Talvez Shaul tenha incluído essas
palavras sobre ladrões devido à relação entre roubo e discurso enganoso, o que é ilus-
trado na história de Hananyá e Sappirá (Ananias e Safira, At 5:1-11). A confiança dele
no poder de Yeshua era tão forte que ele imaginava ladrões se tornando benfeitores!
Ele então ordenou: "Que nenhuma linguagem prejudicial sai de sua boca" (Ef 4:29),
o que descreve uma palavra destrutiva fazendo seu caminho aparentemente desenfre-
ado em direção aos lábios, a fim de fazer sua obra prejudicial. Positivamente, ele ima-
ginou a expressão negativa sendo não apenas detida, mas também trocada por uma
declaração que exibisse três critérios: (1) "boas palavras", (2) "que possam auxiliar" e
(3) "palavras benéficas aos ouvintes" (Ef 4.:29). Ah, se todas as nossas palavras fossem
assim!
S haul deu ao mesmo tempo uma advertência atemorizante e uma promessa co-
movente. Nossos erros contra os outros não são delitos de pouca consequência:
o que entristece o Espírito de D’us é o uso indevido da dádiva de poder falar para
magoar as pessoas (Ef 4:25-27, 29, 31, 32). Ele menciona o profeta (Is 63:10), o que
enfatiza o grave aviso: "Entretanto, eles [os israelitas] se rebelaram, entristeceram
seu Santo Espírito, tornando-se assim seus inimigos; ele mesmo os combateu."
Com uma promessa reconfortante, Shaul afirmou que o Espírito de D’us sela os
justos desde o dia em que aceitam o Messias até "o dia da redenção" (Ef 1:13, 14;
4:30). A relação Dele com o justos não é frágil, mas durável. Quando os justos des-
consideram a presença do Espírito Sagrado neles e transformam o dom da fala em
arma, não é dito que Ele deixa os justos, mas que Ele Se entristece. Sua intenção é
permanecer com eles, identificando-os como propriedade de D’us e protegendo-os
até o retorno do Messias.
O Ruach HaKodesh (este mesmo Espírito citado no parágrafo anterior) vive em con-
tato tão estreito conosco que nossas ações O afetam. Um membro da Divindade tem
um relacionamento duradouro conosco, que nos sela até o fim dos tempos. Qual
deve ser nossa resposta de confiança nessa incrível verdade?
Na exortação final do capítulo 4 (versos 17-32), Rabi Shaul outra vez apresentou
uma ordem negativa, a qual identifica seis vícios que não devem existir entre os
justos (Ef 4:31), uma ordem positiva para ser bondosos, compassivos e perdoadores
(Ef 4:32) e uma lógica. Os justos devem perdoar uns aos outros "como também D’us
perdoou no Messias", os perdoou (Ef 4:32). A lista de seis vícios começa e termina
com termos gerais, abrangentes, "toda amargura" e "toda a maldade". Entre eles,
estão quatro termos adicionais: "rancor", "ira", "agressividade" e "calúnia" (Ef 4:31).
O discurso do mal, porém, mais do que suprimido, deve ser substituído. Nossas
conversas e atitudes na comunidade judaica, e também além dela, não devem se
originar da irritação, mas devem ser motivadas pela bondade, ternura e perdão
baseado no mais alto padrão de todos, o perdão que D’us estendeu a nós no Messias
(Ef 4:32). Shaul apresentou o "perdão vertical" (oferecido por D’us a nós) como mo-
delo do "perdão horizontal" (que oferecemos uns aos outros; Cl 3:13; Mt 6:12, 14, 15).
Pense no poder de suas palavras. Como usá-las para edificar e encorajar a confiança
no Messias?
Estudo adicional
A razão apresentada [...] para adorar a D'us é que Ele é o Criador. Na liturgia celestial,
os seres celestiais expressaram a ideia de uma forma muito sucinta: 'porque criaste
todas as coisas' (Ap 4:11). Na Terra, o fato de D'us ser o Criador precisa ser enfatizado o má-
ximo possível. Por isso, o anjo diz: 'Adorem Aquele que fez o céu, a Terra, o mar e as fontes
das águas' (Ap 14:7). Foi corretamente indicado que o anjo usasse a linguagem da mitsvá
do Shabat para justificar o chamado para adorar a D'us (Êx 20:11). [...]
"Que sua conversa seja de tal natureza que você não tenha necessidade de arrependi-
mento. Não entristeçam o Espírito Santo de D’us, no qual vocês foram selados para o dia da
redenção. [...] Se você tem amor no coração, vai buscar estabelecer e edificar seu próximo
de forma mais justa. Se for dita uma palavra prejudicial ao caráter de seu amigo ou irmão,
não encoraje esse discurso mau. É obra do adversário. Com bondade, relembre a pessoa
que fala de que a palavra de D’us proíbe esse tipo de conversa" (2).
Como sua comunidade mudaria se você e cada pessoa aceitassem e vivessem um com-
promisso que consistisse em declarações como as seguintes?
1. Desejo que minha influência dentro da kehilá e além dela seja positiva, edificante e
animadora (Ef 4:29).
2. Relembrarei os apelos do Messias para a unidade e amor. Gastarei mais energia
validando os que fazem e dizem coisas boas do que apontando as falhas daqueles que, na
minha opinião, estão errados (Jo 13:34, 35; 17:20-23; Ef 4:1-6; lTs 5:9-11).
3. Ao discordar de alguém, deixarei claro meu respeito pela pessoa. Crerei na sua inte-
gridade e no seu compromisso com D’us. Não serei ríspido (Ef 4:31, 32).
4. Viverei com alegria, buscando oportunidades de fortalecer e afirmar meus irmãos,
enquanto aguardo o retorno do Messias (Ef 4:29, 30; Gl 6:2; Hb 10:24, 25).
.
PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO
1 Reveja as vezes na carta aos Efésios em que Rabi Shaul descreveu o Eterno se revelando
em três três entidades distintas trabalhando juntos para a salvação da humanidade. O
que essa ênfase ensina sobre a Divindade? (Ef 1:3-14; 1:15-23; 2:11-18; 2:19-22; 3:1-13;
3:14-19; 4:4-6; 4:17-24; 4:25-32; 5:15-20; 6:10-20 ["Senhor" em Ef 6:10 se refere ao Mes-
sias]).
2 O conselho sobre o discurso do justo (Ef 4:25-32) se aplica na era da "comunicação me-
diada por computador", muitas vezes usada para cyberbullying e difamação
REFERÊNCIAS
(1)
Paul Petersen, God in 3 Persons - ln the New Testament [Silver Spring, MD: Biblical
Research Institute, 2015], p. 20
(2)
Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 5 de junho de 1888
LEITURAS DA SEMANA
Ef 5:1-20; 1Co 5:1-11; Ap 16:1-16; CI 4:5; Pv 20:1; 23:29-35; At 16:25
Introdução
N ão muito tempo atrás, um jarro de cristal foi leiloado no Reino Unido. Os leilo-
eiros o descreveram como um "jarro francês bordô do século 19" e estimaram
seu valor em 200 dólares. Dois arrematadores perspicazes reconheceram o jarro
como um utensílio islâmico extremamente raro. Qual era seu verdadeiro valor?
Cerca de 6,5 milhões de dólares. O que fez com que o arrematador fosse embora
com tal pechincha? Ele sabia de algo que o leiloeiro desconhecia: o verdadeiro valor
do jarro.
Na carta aos Efésios, Shaul comparou o que pagãos e crentes valorizam. Os pa-
gãos consideravam conversas indecentes (Ef 5:4), festas com bebedeira (Ef 5:18)
e sexo pervertido (Ef 5:3, 5) os grandes tesouros da vida. Os justos, porém, sabem
que o iom hadin (dia do juízo) se aproxima, quando o verdadeiro valor de todas as
coisas se tornará aparente (Ef 5:5, 6). Em vez de investir em festas e embriaguez,
eles valorizam, entre outras coisas, "bondade, justiça e verdade" (Ef 5:9) no Messias.
Shaul, assim, instou os membros a arrematar as pechinchas encontradas no Messias
enquanto vivem (como todos nós) no limiar da eternidade (Ef 5:15-17).
PARASHÁ DA SEMANA
S haul instou os membros a viver em amor, um chamado importante para essa seção (Ef
5:8, 15). A vida em amor (Ef 5:2) devia ser moldada segundo o amor do Messias por nós
(Ef 4:32), expresso em seu sacrifício como corban (sacrifício expiatório). Shaul afirmou
quatro coisas sobre esse sacrifício: 1. Foi motivado tanto pelo amor de Avinu Malkenu (nos-
so Pai, nosso Rei) quanto pelo próprio Messias (Ef 5:1, 2); 2. É substitutivo, isto é, o Messias
morreu em nosso lugar. Ele não foi uma vítima passiva, mas Se entregou por nós; 3. À luz
dos símbolos do serviço do santuário descrito no Tanach, a morte do Messias também é
uma oferta queimada para o Eterno; 4. A oferta foi aceita, pois é "oferta feita pelo fogo, de
aroma agradável" (Êx 29:18; Lv 2:9; Fp 4:18).
O capítulo 5 introduz uma seção que expressa preocupação com a ética sexual (Ef 5:3-
5). Os jovens em Éfeso corriam o risco de recuar de seu chamado à justiça e serem atraídos
de volta para o comportamento sexual que negaria a sua justiça (1Co 5:1-11; 6:12-20; 2Co
12:21).
S haul escreveu: "Que ninguém os engane com conversas inúteis; por causa dessas
coisas, o juízo de D’us sobrevém aos desobedientes." (Ef 5:6).
Ele identificou o que pratica vários pecados sem arrependimento nem vergonha
como "pessoa imoral, impura ou avarenta" e fez uma avaliação direta: os que estão com
o Messias e destinados a participar de Seu futuro Reino não devem agir como aqueles
que não estão (Ef 5:5). Em seguida, demonstrou preocupação com o efeito de "conver-
sas inúteis"; ou seja, os justos podem ser enganados por linguagem explícita a pensar
que o pecado sexual não é tabu ou podem até mesmo ser atraídos para tais pecados.
Quem é enganado assim corre o risco no yom hadin (juízo final de D’us) (Ef 5:6).
A expressão "a ira de D’us" é desafiadora. Ira ou raiva de D’us sugere um contraste
com a variedade humana temperamental habitual (Ef 4:31). É a resposta devida de
um D’us paciente e justo contra o compromisso obstinado com o mal, não uma reação
explosiva e enlouquecida a alguma infração menor. Além disso, as menções à ira do
Eterno ocorrem com mais frequência no contexto de advertências descritas nas Escri-
turas inspiradas sobre a proximidade dos juízos do Eterno (Ap 6:12-17; 16:1-16; 19:11-
16). D'us adverte sobre suas próximas decisões - um ato de graça, visto que os seres
humanos são "em […] condição natural, […] destinados à ira de D’us" (Ef 2:3), sujeitos
a esses juízos.
2. Por que Rabi Shaul exortou os justos a não "se associarem" com os desobedientes
ou "cúmplices" deles? Ef 5:7-10
Shaul exortou: "vivam como filhos da luz" (Ef 5:8) e seguiu com um novo precei-
to: "tentem determinar o que agradará ao Senhor" (Ef 5:10). O pagão busca o prazer
através da "imoralidade sexual ou qualquer tipo de impureza ou ganância" (Ef 5:3). O
objetivo do justo é dramaticamente distinto: não agradar a si mesmo, mas a D’us (Rm
12:1; 2Co 5:9; Hb 13:21; esses textos usam a mesma palavra grega, euarestos, "agradá-
vel" ou "aceitável"). O justo busca refletir o autossacrifício do Messias ("como também o
Messias nos amou; na verdade, ele se entregou a nosso favor como oferta […] oferecida
a D’us"; Ef 5:2).
Quais são algumas das "conversas inúteis" com as quais precisamos ter cuidado?
P ara entender Efésios 5:11-14, é útil observar que Shaul costumava fazer duas exor-
tações alternadas: (1) tenha um estilo de vida honrado por D’us como "filhos da luz"
(Ef 5:8; 5:1, 2, 4, 9-11, 13, 14); (2) não tenha uma vida sexualmente imoral e oposta a
D’us, que mostre "os atos produzidos pelas trevas" (Ef 5:11; 5:3, 4, 5-8, 12).
O que pensar quanto ao piyut em Efésios 5:14 que usou a linguagem associada à
ressurreição dos mortos no fim dos tempos (Ef 2:1, 5) para fazer um chamado claro,
a fim de que os justos despertassem do sono espiritual e experimentassem a presença
transformadora do Messias? Uma vez que Ieshaiahu (Isaías), texto à qual Shaul faz
alusão, foi direcionada a Israel (Is 60:1-3), consideramos o poema de Efésios 5:14b um
apelo para que os justos despertassem em seu papel, que refletem a luz do Messias em
um mundo escuro (Fp 2:14-16; Mt 5:16).
Como você vive o estilo de vida que expõe as ações da escuridão pelo que elas são?
Arrematando as pechinchas
S haul concluiu a carta aos Efésios com dois conjuntos de exortações (Ef 5:15- 17; 5:18-20),
completando uma seção voltada para a pureza sexual. O primeiro conjunto começa
com a exortação: "Por isso, deem muita atenção e como conduzem a vida - vivam de forma
sábia, e não insensata." (Ef 5:15), e reafirma: "Não sejam tolos, tentem entender qual é a
vontade do Senhor." (Ef 5:17). Entre essas exortações está um conselho para aproveitar
bem o tempo (Ef 5:16).
Shaul usou a metáfora comum do Tanach de "andar" para indicar a maneira de viver
(Ef 2:2, 10; 4:1, 17; 5:2, 8). Ele usou essa metáfora para encorajar a aprendizado intencio-
nal. Assim como você deve "observar onde pisa" ao caminhar num lugar desnivelado ou
escuro, os membros devem ter cuidado com sua maneira de viver (Ef 5:15). Como o verso
15 tem um paralelo como verso 17 (Ef 5:15 e 17), vemos ali uma definição do que é viver
como sábios. Não buscamos sabedoria no nosso interior. Ser sábio é ir além de si mesmo,
"procurar compreender qual é a vontade do Senhor" (Ef 5:17).
E m seu argumento final na carta aos Efésios, Shaul instou os justos a se afastar do uso
entorpecente do vinho e, em vez disso, experimentar juntos a presença e o poder do
Espírito do Eterno (Ef 5:1-20). Ele proibiu a embriaguez (provavelmente com uma citação
de Pv 23:31 na Septuaginta, a versão grega do Tanach), sugerindo ter em mente as regras
contra o uso de álcool descritas na literatura de sabedoria (Pv 20:1; 23:29-35). As coisas
más que resultam da embriaguez incluem linguagem grosseira, indecência, insensatez,
imoralidade e idolatria (Ef 5:3-14). Tudo isso deve ser substituído por adoração meditativa,
inspirada no Espírito de D’us. A exortação de Shaul a deixar-se encher com o Espírito é
essencial, qualificada por diversos verbos: "cantar salmos, hinos e canções espirituais" e
"dar sempre graças por todas as coisas" (Ef 5:19-21).
Shaul aplicou essa exortação de "continuem sendo cheios do Espírito" (Ef 5:18) de for-
ma coletiva, imaginando judeus reunidos na adoração inspirada no Espírito de D’us, que
alimenta a unidade (Ef 4) e que contrasta com o comportamento e com o culto egocêntrico
dos não judeus (Ef 5:1-18). Nesse esboço da adoração deles, o louvor musical domina. Ar-
gumenta-se que a comunidade nasceu em canção; e essa passagem, bem como a carta aos
Colossenses (Cl 3:16), apresenta a melhor evidência para essa afirmação (compare com At
16:25; Tg 5:13).
Como você pode usar a música para melhorar sua experiência de adoração?
Estudo adicional
N a carta aos Efésios (Ef 5:1-20), Shaul assumiu uma postura firme contra o pecado, es-
pecialmente a imoralidade sexual e a linguagem grosseira. Ele não estava disposto a
aceitar comportamento imoral na igreja. Ele chamou os efésios a exibir alto padrão de
conduta e a abraçar sua identidade como "filhos amados" de D’us e como "santos" (Ef 5:1-
10). Acreditava que, quando os justos fazem isso, a luz brilha na escuridão, atraindo os in-
crédulos do estilo de vida autodestrutivo para a graça e a verdade (Ef 5:11-14).
Entendida assim, a passagem se torna muito mais do que um conjunto de ordens des-
conectadas sobre a vida para ser considerado justo. Torna-se um chamado especial sobre
nossa identidade, o compromisso, a comunidade e a adoração nos últimos dias, um convite
cheio de ternura para "adquirir as pechinchas" em oferta até o retorno do Messias (Ef 5:16).
REFERÊNCIAS
(1)
Lloyd W. Daly, Aesop Without Morals [Nova York: Thomas Yoseloff, 1961], p. 148 (con-
textualizado)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 5:21-33; Fp 2:3, 4; Ez 16:1-14; 2Co 11:1-4; Gn 2:15-25
Introdução
N a carta aos Efésios (Ef 5:21-33), Shaul se aprofundou na ideia da submissão dos cren-
tes uns aos outros (Ef 5:21). Em seguida, aconselhou esposas (Ef 5:22-24) e maridos
(Ef 5:25-32) e concluiu com uma instrução para ambos (Ef 5:33).
PARASHÁ DA SEMANA
S haul iniciou a seção sobre relacionamentos com Efésios 5:21, passagem que conecta
duas partes (Ef 5:1-20 e Ef 5:22-33), em que defendeu que os membros da comunidade
(kehilá) se submetessem uns aos outros (Mc 10:42-45; Rm 12:10; Fp 2:3, 4). Os crentes
devem fazer isso "no temor do Messias" (Ef 5:21) - a primeira de várias vezes que Shaul
identificou o relacionamento com o Messias como o mais importante e determinante.
A carta pede que os escravos sirvam "como se estivessem trabalhando para o Senhor
e não para pessoas" (Ef 6:7), em outra carta aos Colossenses as esposas são convidadas a
se submeter aos maridos "como convém no Senhor", deve-se optar pelo último, ou seja, o
Messias é o foco verdadeiro e mais elevado da submissão (Cl 3:18). As esposas são crentes
que devem honrar ao Messias acima dos maridos.
À luz do que lemos, note este texto: "Se o marido é grosseiro, rude, impetuoso, egoís-
ta, ríspido e opressor, não diga jamais que o marido é o cabeça da esposa, e que ela deve
em tudo ser-lhe sujeita; pois ele não é o Senhor nem é o marido no verdadeiro significado
do termo" (1).
(1) Ama a comunidade como noiva (Ef 5:25). Nunca devemos nos esquecer disso!
(3) Lava Sua noiva. A preparação da noiva era uma parte importante das antigas
festas de casamento. Assim como hoje, eram as damas de honra e os parentes da noi-
va que a preparavam para a cerimônia. Shaul, porém, imaginou o divino Noivo pre-
parando sua noiva para o casamento! E Ele quem a santifica e a purifica "por meio da
lavagem de água" (Ef 5:26), uma provável referência ao batismo.
Como esses versos ajudam a entender o que Mashiach sente por nós? Isso nos con-
forta?
U sando um elemento final do casamento antigo (Ef 5:25-27), Shaul retratou o Mashia-
ch como Aquele que: Apresenta a noiva (a si mesmo!). Antigamente, a noiva era
apresentada pelo padrinho, pelos padrinhos ou por seu pai; nunca pelo noivo! Shaul,
porém, imaginou Yeshua apresentando a comunidade como Sua noiva.
Que mensagem devemos tirar de todas essas imagens positivas, felizes e esperan-
çosas?
A s regras para a família (Ef 5:21-6:9) revelam um contexto social desafiador. Na carta
aos Efésios (Ef 5:28-30), Shaul se dirigiu aos maridos que, seguindo o padrão frequente
da época, podiam escolher odiar seu próprio corpo (Ef 5:28, 29), maltratando suas esposas
e batendo nelas. No mundo greco-romano dessa época, o poder legal do "pai de família"
(latim, pater familias) era amplo. Ele podia punir duramente ou até mesmo matar a esposa,
filhos e escravos e estar dentro dos direitos legais (embora exercer tal poder de maneira
extrema fosse cada vez mais restringido pela opinião pública).
Na carta aos Efésios (Ef 5:25-27), Shaul detalhou o maior exemplo de amor, o amor do
Messias pela comunidade, um modelo muito diferente dos exemplos da época. Antes de
expor um novo argumento, ele apontou outra vez para esse exemplo, pedindo aos maridos
que fizessem "assim também" (Ef 5:28) como Yeshua, que "Se entregou" por Sua noiva, a
comunidade, e atende todas as suas necessidades (Ef 5:25-27). Shaul desafiou os maridos a
se afastar das práticas de seu tempo e procurar estar à altura do amor do Messias.
Rabi Shaul mostrou uma nova lógica para apoiar o amor dos maridos por suas esposas:
o amor-próprio (Ef 5:28-30). Shaul apresentou uma verdade incontestável: "ninguém ja-
mais odiou o seu próprio corpo" (pelo menos ninguém que esteja saudável). Um marido
não fere a si mesmo nem bate em seu próprio corpo. Em vez disso, "o alimenta e cuida
dele" (Ef 5:29). Em uma tentativa de eliminar a dureza e a violência contra esposas, Shaul
convidou o marido a se identificar com a esposa. O marido é um com sua esposa, de modo
que machucá-la não é nada menos que automutilação, e a maioria das pessoas em sã cons-
ciência não faz isso.
O que o exemplo de Yeshua ensina sobre amar as pessoas da nossa própria família?
Ao escolher o texto "Portanto, o homem deve deixar seu pai e sua mãe e unir-se à sua
mulher, e assim serão como uma só carne" (Gn 2:24), Shaul selecionou uma declaração
sobre o casamento feita antes da queda e a aplicou ao relacionamento entre maridos e es-
posas. Em nosso mundo pós-queda, a exploração desenfreada do relacionamento sexual
entre homem e mulher revela o quanto a ideia de que a união sexual representa a subju-
gação da mulher está profundamente enraizada nas culturas modernas. Shaul argumen-
tou que o relacionamento sexual, refletido em Gênesis, não é de subjugação, mas de união.
Não simboliza nem efetiva o domínio do macho, mas a união entre marido e mulher, tanto
que eles são "uma só carne". Assim, consideramos Efésios 5:21-33 e Gênesis 2:24 uma teo-
logia importante, contracultural e corretiva do casamento e da sexualidade.
Nesse mesmo contexto, Shaul falou no verso seguinte sobre um grande mistério (Ef
5:32). Isso inclui ambos os lados da metáfora dupla que Shaul vinha discutindo: o casamen-
to compreendido à luz do relacionamento do Messias com a comunidade e o relaciona-
mento do Messias com a comunidade entendido à luz do casamento.
Efésios 5:33 serve como resumo do conselho de Shaul em Efésios 5:21-32? Se você
é casado, como pode implementar mais plenamente esses princípios em seu casa-
mento?
Estudo adicional
"Não raro se faz a pergunta: 'Não deve a esposa ter vontade própria?' (Cl 3:18 e Ef 5:22-
24): A Bíblia claramente afirma que o marido é o cabeça da família [...] (Ef 5:22). Se essa
injunção terminasse aqui, poderiam dizer que a posição da esposa não é nada invejável[...].
Muitos maridos ficam nas palavras: 'As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido',
mas leiamos a conclusão do mesmo verso: 'como ao Senhor' (v. 22).
"D’us pede que a esposa conserve Seu temor e Sua glória sempre diante de si. Inteira
submissão deve ser somente ao Mashiach, que a comprou como propriedade Sua, pelo in-
finito preço de Sua vida. [...] Sua submissão ao marido deve estar na base da indicação de
D’us: 'como ao Senhor'" (Ef 5:22) (3).
REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, O Lar Adventista [CPB, 2021], p. 92 (Contextualizado)
(2)
Id. O Lar Adventista [CPB, 2021), p. 93 (Contextualizado)
(3)
ib. p. 90, 91 (Contextualizado)
Lealdade ao Mashiach
VERSO PARA MEMORIZAR
"E, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem. lembrem-se de
que vocês e eles têm no céu o mesmo Senhor, e ele não tem favoritos." (Ef 6:9)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 6:1-9; Mc 10:13-16; CI 3:21; 1Pe 2:18-25; 2Co 5:10; Cl 3:24, 25
Introdução
Ouvimos Shaul pedir aos filhos, que estavam adorando nas congregações, para
obedecer e honrar aos seus pais "no Senhor", isto é, no Messias (compare com Ef
5:22; 6:4, 5, 7-9). Somos convidados a respeitar os filhos considerando-os discípulos
do Messias e incluí-los como participantes ativos na adoração. Isso torna a passa-
gem fundamental para a paternidade e para o serviço às crianças.
A ordem de Shaul para obedecer não é absoluta. Quando as ordens dos pais
"contrariam os reclamos do Messias, então, embora seja doloroso esse pensamento,
devem obedecer a D’us e deixar com Ele as consequências (1).
Shaul completou sua exortação aos filhos citando a mitsvá de "honrar o pai e a
mãe"(Êx 20:12; Dt 5 16), testemunhando o alto apreço que ele tinha pela Torá como
fonte de orientação para todos (uma característica óbvia de Ef 4:1-6:9; em especial
Ef 4:25, 28; 5:3-14). Ele começou a citação ("Honre o seu pai e a sua mãe"; Ef 6:2), a
interrompeu com um comentário editorial ("o primeiro mandamento que incorpo-
ra uma promessa"; Ef 6:2) e então a finalizou ("para que tudo corra bem com você,
e você tenha uma longa vida sobre a Terra"; Ef 6:3). Essa mitsvá testemunha que
honrar os pais faz parte do projeto divino para que os seres humanos prosperem.
O respeito pelos pais, embora imperfeitos, ajuda a promover a saúde e o bem-estar.
O conselho de Shaul tem um tom bem diferente. Ele primeiro deu uma ordem ne-
gativa aos pais: "Não provoquem os seus filhos à ira", seguido de um positivo: "tratem
de criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef 6:4). Naquela época, os pais
tinham total poder legal sobre os filhos, que eram considerados sua propriedade. Os
pais tinham o direito de infligir punição violenta, até mesmo a morte, aos filhos. Em al-
guns aspectos, o poder do pai sobre os filhos excedia a autoridade de um senhor sobre
seus escravos. Shaul não apoiava isso. Ele esclareceu e remodelou os relacionamentos.
No contexto de uma lealdade suprema ao Messias, Shaul convidou os pais a repensar
o uso do poder, uma vez que os filhos que eram provocados à ira não estariam em boa
posição de aceitar "a disciplina e a instrução do Senhor" (Ef 6:4).
"Pais e mães, vocês devem representar no lar o caráter de D’us. Devem Ihe exigir
obediência. Não com uma tormenta de palavras, mas de modo calmo e amável [...].
Embora a lição até aqui fale de pais e filhos, que principios podem ser extraídos
desses textos que devem impactar o modo como lidamos com outras pessoas?
No entanto, essas opções não eram praticadas de forma igual, pois os escravos em
áreas rurais regularmente experimentavam trabalho árduo. Não importa onde os es-
cravos servissem, eles estavam sujeitos ao poder quase ilimitado do senhor de quem
eram propriedade, bem como de sua família. O clamor do ex-escravo Públio Siro é
assustador: "É lindo morrer em vez de ser humilhado como escravo." Dada a grande
variação dessas realidades, é preferível a tradução de doulos como "escravo", especial-
mente porque esses escravos viviam sob a ameaça dos senhores (Ef 6:9).
Shaul não abordou a escravidão como um reformador social, mas como um líder
que aconselhava os crentes quanto à maneira de lidar com as realidades, e lançou uma
nova visão centrada na transformação do indivíduo, que mais tarde teria implicações
mais amplas para a sociedade: "Sua visão não era para a alforria de escravos no Impé-
rio Romano, mas algo além da alforria legal, ou seja, a criação de uma nova comunhão
entre irmãos com base na adoção como filhos de D’us. [...]. A revolução social deveria
ocorrer na comunidade, [...] e na família" (3).
Uma das manchas da história foi o uso de passagens bíblicas sobre a escravidão
para justificar esse mal. Que cuidado devemos ter ao lidar com a Palavra de D’us?
Escravos do Messias
4. Nas instruções aos escravos, o que foi requerido deles? Ef 6:5-8
S haul pediu aos escravos que obedecessem aos seus senhores, oferecendo serviço sincero
e excelente. O que é notável é a repetida referência a uma grande substituição que ele
lhes pede que façam. Eles não deviam colocar seu senhor no lugar do Messias, oferecendo a
ele a lealdade que pertence apenas ao Messias. Em vez disso, no compromisso e na lealdade
que motivam o serviço sincero e excelente, deviam colocar o Mashiach, o Senhor, no lugar
do seu senhor. Ao incentivar essa substituição essencial, Shaul ofereceu uma nova compre-
ensão do relacionamento senhor-escravo.
• Os senhores foram diminuídos por Shaul como "senhores aqui na Terra", apontando
para o Senhor real e celestial (Ef 6:5).
• Eles deviam servir "com temor e tremor, com sinceridade de coração, como ao Messias"
(Ef 6:5).
• Shaul apontou essa substituição de forma mais clara ao afirmar que os escravos de-
viam oferecer serviço genuíno como escravos, não de seus senhores, mas como "servos do
Messias" (Ef 6:6).
• Na realização de suas tarefas, eles deviam fazer "de coração a vontade de D’us", ofere-
cendo um serviço sincero dirigido a D’us (Ef 6:6).
Por seu serviço sincero pelo Messias, os escravos podiam esperar a recompensa na volta
do Senhor, uma ideia especialmente atraente para pessoas presas nessa instituição horrível.
Um escravo pode se sentir desvalorizado ou algo pior por um senhor terreno (1Pe 2:19, 20).
O escravo crente, porém, tem um Senhor que está atento, percebendo "qualquer coisa boa
que cada um faz" (Ef 6:8), e oferecendo a recompensa segura.
Gostaríamos que as Escrituras tivessem condenado essa prática horrível, mas ela
não o fez. No entanto, que princípios extraímos das palavras de Shaul sobre nossos
relacionamentos com os colegas e parceiros no contexto do trabalho?
N as últimas palavras de Shaul aos escravos, "seja servo, seja livre" (Ef 6:8), a palavra "li-
vre" refere-se aos senhores. Shaul imaginou escravos e senhores em pé de igualdade
diante do Messias no juízo (compare com 2Co 5:10; Cl 3:24, 25).
5. Imagine que você fosse um senhor de escravos e ouvisse a leitura da Carta aos
Efésios no seu lar-comunidade. Como reagiria a esse conselho, dado na presença de
seus escravos? Ef 6:9
Shaul exortou com firmeza os senhores, mostrando o contraste entre "senhores" (gre-
go, ου κύριος (ho curios), traduzido como "mestres"), que tinham o hábito de "ameaçar" os
escravos, e "o Senhor" (ho curios), o Messias, em quem não há "parcialidade".
Shaul pediu aos senhores: "façam o mesmo com os servos", os escravos, o que era sur-
preendente no contexto do primeiro século. Os senhores deviam agir com boa vontade
por causa de sua lealdade ao Messias, correspondendo ao que Shaul pediu aos escravos
(Ef 6:5-8). Shaul exortou os senhores a parar de ameaçar os escravos, uma prática comum
em que senhores administravam variadas punições, incluindo espancamento (1 Pe 2:20),
abuso sexual, venda do escravo (que era separado da família), trabalho extremo, fome,
algemas, marcas de ferro quente e até a morte. Por causa disso eles serão julgados por D’us.
Shaul baseou suas ordens em duas motivações que chamaram os senhores de escravos
a olhar além das estruturas sociais greco-romanas: 1. Eles e seus escravos eram escravos
de um único Senhor (Ef 6:9; Cl 4:1); 2. O Senhor celestial julga tudo sem parcialidade. Uma
vez que seu próprio Senhor tratava os escravos em pé de igualdade com os outros, eles
também deviam fazer assim (comparar com Fm 15, 16).
A linguagem de Shaul animou os escravos. Eles receberam a adoção (Ef 1:5); a reden-
ção (Ef 1:7); a herança (Ef 1:11, 14; 3:6); a entronização com Yeshua (Ef 2:6); o status de
"concidadãos", "membros da família de D’us" (Ef 2:19; 3:14, 15) e integrantes do corpo do
Messias (Ef 3:6; 4:1-16). Efésios 6:5-9 aplica o ensino da carta ao relacionamento entre es-
cravos e senhores, incluindo o conselho sobre a fala (Ef 4:25-32) e a ética sexual (Ef 5:1-14).
Estudo adicional
O respeito de Shaul pelos filhos como companheiros de confiança (Ef 6:1-3) aumenta
nossa preocupação com a forma como as crianças são tratadas hoje. Sua palavra aos
pais (Ef 6:4) nos convida a considerar as responsabilidades deles. Aplicar o conselho do
apóstolo aos escravos (Ef 6:5-8) e, especialmente, seu conselho aos senhores de escravos
(Ef 6:9) é mais desafiador, uma vez que o ambiente social está distante para muitos de nós
e porque sabemos que a escravidão, de qualquer forma, é uma grande maldade.
Ainda assim, visto que essas palavras são inspiradas, devemos refletir sobre como
aplicá-las no presente. Como os efésios no primeiro século, temos o privilégio e a respon-
sabilidade de aplicar os valores das boas novas aos relacionamentos. As perguntas para
consideração foram projetadas para fomentar essa tarefa importante.
REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, O Lar Adventista [CPB, 2021], p. 239 (contextualizado)
(2)
id., Orientação da Criança [CPB, 2021), p. 182 (contextualizado)
(3)
Scot McKnight, The Letter to Philemon, p. 10, 11 (contextualizado)
(4)
"Índice Global de Escravidão", www.globalslaveryindex.org/ (contextualizado)
O chamado para
permanecer firme
VERSO PARA MEMORIZAR
"Por fim, cresçam poderosamente em união com o Senhor, ligados a seu forte poder!
Usem toda a armadura e as armas providas por D’us, para que sejam capazes de resistir
às táticas enganosas do Adversário." (Ef 6:10, 11)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 6:10-20; Dt 20:2-4; Rm 13:11-14; 1Ts 5:6-8; 1Co 15:23, 24
Introdução
S onolento, o servo tropeçou para fora de seu alojamento e teve uma visão alar-
mante, um exército grande, bem equipado e hostil com "tropas, cavalos e carros
de guerra". Ao falar com o profeta Eliseu, gaguejou as notícias e perguntou: "Ai, meu
senhor, que faremos?"
Eliseu respondeu: "Não tenha medo, porque são mais os que estão conosco do
que os que estão com eles", uma resposta que não afetou o semblante do servo do
profeta. Eliseu o puxou para perto e orou por ele: "Ó Eterno, peço que abras os seus
olhos, para que veja!". A oração do profeta foi respondida de imediato. O servo
olhou para as muralhas novamente, mas desta vez o véu entre o visível e o invisível
foi levantado. Então, ele não viu um exército, mas dois. "e o Eterno abriu os olhos
do moço e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, ao redor de
Elishá" (2Rs 6:15-17). Ao escrever a carta aos Efésios, Shaul orou para que a visão
dos crentes fosse aprimorada e eles pudessem enxergar a realidade completa do
conflito cósmico e sentir esperança com o que ela lhes revelava. (Ef 6:10-20)
LEITURA DA SEMANA
Discurso de batalha
1. Estude a conclusão vibrante da carta de Shaul (Ef 6:10-20). O que o seu grito de
guerra significa para nós como combatentes no conflito?
O que a afirmação de Shaul de que lutamos não contra carne e sangue, mas contra
inimigos sobrenaturais nos ensina sobre onde está nossa única esperança de vitó-
ria?
Fortalecidos no Messias
S haul terminou sua carta com um poderoso chamado para a batalha que reúne
temas e ideias importantes para a carta como um todo. Começou anunciando o
tema geral da conclusão, apresentado no tom do grito de batalha de um comandan-
te: "Quanto ao mais, sejam fortalecidos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6:10).
O resto do texto (Ef6:11-20), ilustra e desenvolve esse tema principal.
Shaul identificou Mashiach como a Fonte da força dos crentes com a frase "no
Senhor e na força do Seu poder" (Ef 6:10), visto que "Senhor" se refere ao Messias,
como é o caso em Efésios (Ef 2:21; 4:1, 17; 5:8; 6:1, 21). "A força da comunidade está
na onipotência de seu Senhor ressuscitado, o Capitão de sua guerra" (1).
Rabi Shaul usou os sinônimos poder e força para enfatizar seu argumento: o
poder a ser exibido pela comunidade não é inerente aos crentes, mas derivado (Ef
6:10) Vem do Messias. Shaul resumiu um tema importante da carta, o poder de D’us
compartilhado com os crentes (Ef 1:19-22; 2:4-6; 3:16, 17). A força para cada conflito
presente e futuro encontra-se na união com o Mashiach ressuscitado e exaltado.
Embora a ordem inicial anuncie Mashiach como provedor de força (Ef 6:10), os
três membros da Divindade estão empenhados em fortalecer os crentes para o com-
bate. O Pai disponibiliza Suas armas como a "armadura de D’us" (Ef 6:11, 13; Is
59:17). Antes, Shaul identificou o Ruach Elohim (Espírito de D’us) como o Ser atuan-
te no fortalecimento dos crentes. Ele orou para que D’us concedesse a eles que fos-
sem fortalecidos "com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo" (Ef 3:16). É o Espí-
rito que provê a espada "do Espírito, que é a palavra de D’us". Além disso, os crentes
devem orar "em todo o tempo no Espírito" (Ef 6:17, 18). Shaul desejava que os ouvin-
tes entendessem que o D’us Eterno está empenhado em equipá-los para lutar contra
os poderes malignos.
O tema frequente de Shaul sobre a guerra cósmica também faz parte da carta aos Efé-
sios. Em seu chamado à batalha (Ef 6:10-20), o rabi reuniu elementos do conflito cósmico
que já tinha empregado: a capacitação dos crentes com o "poder" de D’us (Ef 1:18-20;
3:16, 20); a vitória e a exaltação do Messias sobre os poderes (Ef 1:20-23); os crentes como
um exército de pessoas ressuscitadas e fortalecidas por sua identificação com o Messias
e capazes de lutar contra seu antigo mestre das trevas (Ef 2:1-10); o papel da comunidade
em revelar aos poderes sua condenação vindoura (Ef 3:10); o emprego do Salmo 68:18
para retratar o Messias como o divino Guerreiro conquistador (Ef 4:7-11) e o apelo para
que os crentes se revestissem das vestes das boas novas (Ef 4:20-24). Quando chamados
a colocar "toda a armadura" de D’us, estamos bem preparados para entender o papel
central do conflito cósmico, mas, também, devemos permanecer firmes na promessa de
participarmos da vitória final do Messias.
A expressão sugere uma postura apenas defensiva? Discursos de batalha contidos nos
escritos de Tucídides, um dos grandes autores clássicos da literatura de batalha, destacam
três ações sucessivas que devem ocorrer para que um lado seja vitorioso: (1) "avançar
contra o inimigo", o que significa marchar para encontrar os inimigos; (2) atacar e "manter
a posição", ou "resistir", lutando lado a lado contra os inimigos; (3) Finalmente, "derrotar o
inimigo" (3).
O momento-chave de uma batalha antiga era a segunda das três ações, quando as duas
falanges opostas colidiam com "terrível barulho de bronze, madeira e carne sendo esma-
gada", que o autor Xenofonte chamou de "terrível estrondo" (4). Manter-se firme, resistir
nesse momento estratégico, era o grande desafio das batalhas. No combate intenso que se
seguiria, cada lado buscava impulso para "o ataque".
Essa não é uma postura relaxada! "Resistir" é estar engajado na batalha, empregar to-
das as armas em combate e marchar ao mesmo tempo, um ponto óbvio da metáfora mili-
tar na exortação anterior de Shaul no sentido de estar "firmes em um só espírito, como
uma só alma, lutando juntos pela confiança das boas novas" (Fp 1:27).
Como esse verso ajuda a resumir o significado de resistir no Eterno? Qual é a natu-
reza coletiva dessa posição?
S haul descreveu "nossa luta" (Ef 6:12), usando uma palavra grega para a competição en-
tre lutadores (πάλη- palé). Visto que a luta era considerada um excelente treinamento
para a batalha, essa é uma descrição apropriada do combate de arma contra arma e corpo
a corpo que ocorria quando os exércitos se enfrentavam. Shaul estava enfatizando a reali-
dade da luta dos crentes contra os poderes malignos.
Eis os títulos que o apóstolo deu a esses poderes:
Nas descrições amplas ("todo nome que se possa mencionar"; "forças espirituais do
mal, nas regiões celestiais"), Shaul afirmou que os poderes malignos e sobrenaturais estão
sujeitos ao Messias (Ef 1:21). No entanto, nunca é boa estratégia subestimar as forças opos-
tas. Confrontamos não apenas inimigos humanos, mas "as forças espirituais do mal, nas
regiões celestiais", lideradas por um general astuto (Ef 6:11, 12). Devemos estar em alerta
contra os poderosos inimigos. Porém, não precisamos ficar atemorizados com eles. D’us
está na batalha (Ef 6:10) e nos oferece o melhor armamento, Sua armadura (Is 59:15-17).
Ele coloca à nossa disposição Sua verdade, justiça, shalom, emuná e libertação, e o Espírito
de D’us (Ef 6:13-17). Com D’us e com Sua armadura da cabeça aos pés, não falharemos (Rm
16:20; 1Co 15:23, 24; 2Ts 2:8).
Estudo adicional
N osso trabalho é de ataque, e como soldados fiéis do Rei Mashiach, devemos carregar
a bandeira da salvação (sangue do sacrifício) pelas fortalezas do inimigo. Nossa luta
não é contra o sangue e a carne, mas contra os líderes e autoridades (principados e as po-
testades), contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestiais. Se consentirmos em baixar nossas armas e a bandeira mancha-
da de sangue, em nos tornarmos cativos e servos do Adversário, poderemos ser libertados
do conflito e do sofrimento. Mas essa paz só será conquistada com a perda do Messias e do
mundo vindouro. Não podemos aceitar a paz nessas condições. Que haja guerra, guerra
até o fim da história da Terra, em vez de paz por meio da apostasia e do pecado" (6).
Como a carta aos Efésios (Ef 6:10-20) se relaciona com o livro Revelação (Apocalipse)?
A passagem exibe a mesma visão dos eventos dos últimos dias, ou escatologia, como o tema
de batalha final (Ap 12; 16:12-16; 19:17-21; 20:7-10), em que o povo de D’us é atacado pelo
inimigo que se encontra "nas regiões celestiais" e "é ativo e poderoso na era presente". O
povo de D’us é encorajado com a "imagem da era futura". Além disso, "ambos os cenários
apontam explicitamente para a batalha final, quando o inimigo será conquistado comple-
tamente e a nova era estabelecida para sempre", em que "a glória final do povo de D’us" e
"a desgraça eterna do inimigo" serão evidentes (7).
REFERÊNCIAS
(1)
G. G. Findlay, The Epistle to the Ephesians, p. 398 (contextualização)
(2)
Peter W. Macky, St. Paul's Cosmic War Myth, p. 1 (contextualização)
(3)
Tucídides, The Peloponnesian War, 4.10.1-5 (contextualização)
(4)
Victor Davis Hanson, The Western Way of War, p. 152, 153
(5)
ib., p. 152 (contextualização)
(6)
Ellen G. White, The Review and Herald, 8 de maio de 1888 (contextualização)
(7)
Yordan Kalev Zhekov, Eschatology of Ephesians, p. 217, 233-235 (contextualização)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 6:10-20; 1Pe 4:1; 5:8; Is 59:17; 52:8-10; 1Ts 5:16-18
Introdução
PARASHÁ DA SEMANA
Como trabalhar juntos a fim de ajudar uns aos outros nas lutas contra o mal?
Cinto e couraça
2. Como Shaul imaginou os crentes se preparando para a batalha contra o mal? (Ef
6:14; ver também 1Pe 4:1; 5:8; Rm 8:37-39)
O aviso de Shaul sobre uma batalha intensa (Ef 6:13) prepara os leitores para
o último chamado para ficar firmes (o quarto chamado; Ef 6:11, 13) e é um
chamado detalhado à batalha (Ef 6:14-17). Shaul descreveu a ação de "cingir-se" (Is
11:5). Roupas antigas e soltas precisavam ser amarradas ao redor da cintura antes
do trabalho ou da batalha (Lc 12:35, 37; 17:8). Shaul imaginou o crente se adaptando
à armadura, como um legionário romano, começando com o cinto militar de couro
com gravuras decorativas e fivela. Do cinto pendia uma série de correias de couro
cobertas com discos de metal, formando juntos um "avental" usado como emblema
de classificação para efeito visual. Tinha a função de prender o vestuário e manter
outros itens no lugar.
Na sequência, Shaul instou os membros a vestir "a couraça da justiça" (Ef 6:14
ver 1 Ts 5:8). Assim como o cinto da verdade, ela é de origem divina, sendo parte da
armadura do Eterno em Seu papel como guerreiro divino (Is 59:17). A armadura
usada pelos soldados na época de Shaul era feita de malha (pequenos anéis de ferro
entrelaçados), armaduras em escamas (pequenas escamas sobrepostas de bronze
ou ferro) ou faixas de ferro sobrepostas e fixadas. Essa armadura ou couraça prote-
gia os órgãos vitais dos golpes e empurrões do inimigo. De forma análoga, os cren-
tes devem experimentar a proteção espiritual oferecida pelo dom divino da justiça.
Na carta aos Efésios, Shaul associou a justiça com santidade, bondade e verdade (Ef
4:24; 5:9), pensando nela como a qualidade de tratar bem os outros e de forma justa,
especialmente companheiros membros da comunidade.
Bondade, santidade e verdade podem ser uma proteção? Você já experimentou isso?
3. Shaul destacou a paz oito vezes em Efésios. Por que ele usou uma metáfora militar
se desejava a paz? Ef 1:2; 2:14, 15, 17; 4:3; 6:15, 23
Shaul celebrou a Shalom (paz) como serviço do Messias, "nossa Shalom - paz", Aquele
que levou a mensagem de paz "aos que estavam longe e shalom também aos que estavam
perto" (Ef 2:14-17), unindo judeus e não judeus - gentios em "uma nova humanidade" (Ef
2:15). Mantendo a história das boas novas e Sua obra geradora de Shalom, celebrando
Sua vitória passada e olhando para o brado de vitória futura, os crentes calçam os pés
para a batalha. Como o mensageiro em Isaías (Is 52:7), os crentes são mensageiros que
proclamam a vitória e a paz do Messias.
No entanto, Shaul não quer que entendamos seu chamado à batalha como um cha-
mado para pegar armas militares contra os inimigos. É por isso que ele descreve os cren-
tes como proclamadores das "boas novas da shalom - paz" (Ef 6:15). Ele também não de-
seja que os crentes sejam combativos em seus relacionamentos, uma vez que enfatizou
a unidade, encorajou o discurso gentil e a amabilidade (Ef 4:25-5:2). A comunidade deve
"lutar pela paz" empregando o arsenal das virtudes (humildade, paciência, perdão etc.) e
práticas (oração, adoração). Tais atos são estratégicos, apontando para o grande plano de
D’us de unificar todas as coisas no Messias (Ef 1:9, 10).
Como o texto a seguir nos ajuda a entender o que as metáforas militares de Shaul
devem significar? "D’us nos chama a vestir a armadura. Não queremos a armadura de
Shaul, mas a armadura completa de D’us. Assim podemos avançar no serviço com o co-
ração cheio de ternura, compaixão e amor semelhantes aos do Messias" (1).
O escudo ao qual Shaul se referiu era o grande escudo retangular de um legionário ro-
mano. Feitos com madeira e cobertos de couro, suas bordas curvavam-se para dentro
para proteger de ataques laterais. Quando encharcados em água, os escudos podiam "apa-
gar todos os dardos inflamados", apagando flechas mergulhadas em betume e colocadas
em fogo.
O capacete de batalha romano era feito de ferro ou bronze. À parte que protegia a ca-
beça adicionava-se uma placa na parte de trás para proteger o pescoço, protetores de ouvi-
do, protetor para a testa e placas articuladas para proteger as bochechas. "O capacete da
salvação" (Ef 6:17) simboliza a experiência de salvação em união com o Mashiach (ressus-
citado, que subiu aos Céus e foi exaltado) (Ef 2:6-10). Colocar o "capacete da salvação" sig-
nifica rejeitar o medo dos poderes espirituais, comum naquela época e, em vez disso, con-
fiar no poder do Mashiach (Ef 1:15-23; 2:1-10).
O item final da armadura é "a espada do Espírito, a Palavra de D’us" (Ef 6:17), referin-
do-se à espada pequena e de dois gumes do legionário romano. A tática de batalha usual
era lançar dois dardos (não mencionados por Shaul) e, em seguida, sacar a espada e atacar,
empregando a espada pequena em um movimento agressivo. A espada dos crentes é "a
espada do Espírito" no sentido de que é provida pelo Espírito de D’us (Ruach Elohim), uma
arma identificada como "a Palavra de D’us". Shaul deu um passo à frente como general e
fez um chamado à batalha, falando promessas de esperança e vitória do divino Comandan-
te em chefe. São essas promessas (ver Ef 6:10-20) que constituem "a Palavra de D’us" como
a principal arma na batalha contra o mal. A "Palavra de D’us", então, refere-se às várias
promessas das boas novas que encontramos na Bíblia.
Com base nas metáforas militares, devemos levar a sério a realidade do conflito?
A o concluir a exortação de batalha, Shaul instou os crentes à prece contínua "por todos
os santos" e por si mesmo como embaixador em cadeias (Ef 6:18-20). Esse chamado
à prece pode ser visto como uma extensão das imagens militares, uma vez que clamar a
D’us (ou aos deuses) em tefilá era uma prática comum no antigo campo de batalha. Para
citar um exemplo bíblico: após a mensagem de Jaaziel (Iahaziel) sobre a batalha, Josafá
(Iehoshafat) levou "todo o Judá e os moradores de Jerusalém" a se prostrarem "diante do
Eterno" e O adorarem (2Cr 20:18). Embora a tefilá não seja uma sétima peça da armadura,
é parte integrante da exortação de batalha e da metáfora militar de Shaul.
No primeiro de dois pedidos de prece, Shaul pediu aos leitores que fizessem oração
fervorosa, urgente e perseverante "por todos os justos" (Ef 6:18). Para que a comunidade
seja bem-sucedida na luta contra os poderes do mal, precisará praticar a dependência de
D’us por meio da oração inspirada no Espírito.
O segundo pedido de prece de Shaul foi por si mesmo, para que D’us lhe concedesse a
mensagem certa ("me seja dada a palavra"), no tempo devido ("no abrir da minha boca"),
para transmiti-la da maneira correta ("com ousadia") e com um tema muito importante,
"o mistério das boas novas" (Ef 6:19). Essa última frase se refere ao que chamamos de "se-
gredo revelado" da intervenção divina no Messias para resgatar judeus e não judeus (Ef
3:1-13), criando "uma nova humanidade" (Ef 2:15; 2:11-22) como sinal do plano maior de
"unir todas as coisas" no Messias (Ef 1:10).
Por que somos instados com frequência a fazer preces com dedicação e persistência? A
metáfora militar de Shaul sugere duas respostas: (1) a ameaça de batalha espiritual contra
uma gama de inimigos sobrenaturais é terrível e real; (2) as promessas divinas de força
espiritual e vitória são ilustradas por meio das metáforas militares (Ef 6:10-17). A oração
fervorosa e constante dá oportunidade para ouvirmos atentamente essas promessas, cele-
brá-las e agradecer a D’us os recursos de Sua graça.
Estudo adicional
"U m exército em batalha ficaria confuso e enfraquecido a menos que todos trabalhas-
sem em conjunto. Se os soldados agirem segundo suas próprias ideias impulsivas,
sem considerar a posição e a atuação dos outros, seriam átomos independentes; não po-
deriam fazer o trabalho de um corpo organizado. Portanto, os soldados do Messias devem
agir em harmonia. Não se deve valorizar o trabalho solitário. Se fizerem isso, em lugar de
estar em perfeita harmonia, tendo uma só mente, um propósito, e consagrado a um grande
objetivo, verão esforços infrutíferos, e terão seu tempo e sua capacidade desperdiçados.
União é força. Algumas almas convertidas agindo em harmonia, por um grande propósito,
sob uma direção, alcançarão vitórias em cada confronto" (2).
REFERÊNCIAS
(1)
Ellen G. White, [Australasian] Union Conference Record, 28 de julho de 1899 (con-
textualizado)
(2)
Id, Spalding e Magan Collection, p. 121 (contextualizado)
(3)
David J. Williams, Paul's Metaphors: Their Context and Character, p. 152 (contextu-
alizado)
Iluminados com
a glória de D'us
VERSO PARA MEMORIZAR
"Porque vocês foram libertados pela graça, por meio da confiança, e mesmo esta não
é sua realização, mas um presente de D’us. Vocês não foram libertados por suas ações;
portanto, não têm de que se gloriar. Porque somos feitos por D’us, criados em união com
o Messias Yeshua para a vida de boas ações já preparadas por D’us para serem realizadas
por nós." (Ef 2:8-10)
LEITURAS DA SEMANA
Ef 1-6
Introdução
V isitantes em Londres sobem a bordo da roda gigante chamada London Eye, uma
atração turística. A 135 metros acima do rio Tâmisa, é possível ver o Big Ben,
as Casas do Parlamento, catedrais e palácios e históricos. "A Carta aos Efésios em
relação ao restante das cartas de Shaul é como a London Eye. Não é o mais longo
nem o mais completo de seus escritos, mas oferece uma vista de tirar o fôlego de
toda a paisagem. A partir dela, quando a roda gigante gira, como um pássaro, você
tem uma visão elevada de um tema após o outro (1).
LEITURA DA SEMANA
A lguém descreveu Efésios como os Alpes da B’rit Hadashá. Shaul, nosso guia de
montanhismo, leva-nos a uma rápida ascensão no capítulo 1. Ficamos rapida-
mente sem fôlego e maravilhados com a vista do topo.
1. Reflita sobre o capítulo 1. O que mais inspira você? Que cumes você vê? (Ef 1)
A carta aos Efésios funciona como um mapa no cume de uma montanha que
identifica os picos no horizonte, à medida que Shaul nos indica nosso lugar aben-
çoado na vasta paisagem do plano de redenção. O cenário abrange toda a extensão
da história da redenção, desde a eternidade passada até as ações divinas cheias de
graça no Messias e a eternidade futura. A redenção do povo de D’us reflete iniciati-
vas divinas tomadas "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4), que agora estão sendo
desenvolvidas em nossa vida (Ef 1:7, 8, 13, 14). Essas estratégias anteriores à criação
serão plenamente cumpridas no fim dos tempos (Ef 1:9, 10). Em seguida, "todas as
coisas", tanto "as do Céu" quanto "as da Terra" serão reunidas ou unidas no Messias,
e o plano de D’us para a "plenitude dos tempos" se cumprirá. Então, experimentare-
mos por completo o mistério da Sua vontade. Hoje, temos certeza de que a salvação
centrada no Messias na qual nos firmamos é parte importante do plano amplo para
a redenção de "todas as coisas".
Estar no topo de uma montanha inspira ação de graças. Na carta aos Efésios (Ef
1:15-19), Shaul agradeceu a D’us ao mesmo tempo em que orou para que o povo de
D’us experimentasse a salvação que o Ele planejou para eles. Encontramo-nos em
outra subida íngreme enquanto o apóstolo nos aponta para cima, para o Mashiach
ressuscitado, que ascendeu aos Céus e foi exaltado, que governa sobre todo poder
imaginável para sempre (Ef 1:20-23).
"Antes da fundação do mundo, D’us nos escolheu, Nele, para sermos santos e irre-
preensíveis diante Dele. Em amor'' (Ef 1:4) Pense no que isso significa. Escolhidos
Nele antes de existir o mundo! Que grande esperança isso deve nos dar em relação
ao desejo de D’us de que sejamos salvos?
M as D’us". Essas duas palavras são cheias de esperança. Shaul descreveu o pas-
sado sombrio de seu público (Ef 2:1-10). Compartilhando a situação da hu-
manidade, estavam em rebelião contra D’us, e sua vida era dominada pelo mal (Ef
2:1-3). Mas, o que D’us, em Sua misericórdia fez por eles e por nós? 1. Deu-nos vida
com o Messias - a ressurreição do Messias é nossa. 2. Exaltou-nos com o Messias - a
ascensão do Messias é nossa. 3. No Céu, Ele nos fez assentar com o Messias - a co-
roação do Messias é nossa (Ef 2:4-7). Não somos apenas espectadores dos eventos
da vida do Messias que transformam o cosmos! D’us não toma essas atitudes por
qualquer mérito nosso, mas por Sua graça. É Seu propósito que vivamos unidos ao
Messias e pratiquemos "boas ações" (Ef 2:8-10).
A carta nos ensina que vivemos unidos a Yeshua (Ef 2:1-10), e também nos ensi-
na que vivemos unidos uns aos outros como parte de sua comunidade (Ef 2:11-22).
A morte de Yeshua tem benefícios verticais, estabelecendo a relação do crente com
D’us (Ef 2:1-10), e horizontais, consolidando nosso relacionamento com os outros
(Ef 2:11-22). Pelo sacrifício, Yeshua destrói tudo o que separa os judeus dos não ju-
deus (gentios), incluindo o uso indevido da Torá para ampliar a ruptura (Ef 2: 11-
18). Yeshua também constrói um incrível e novo templo composto por crentes. Não
judeus - Goyim, antes excluídos da adoração em lugares sagrados do templo, se
unem aos judeus para se tornarem um. Nós também nos tornamos parte da comu-
nidade de D’us, um "santuário dedicado ao Eterno" (Ef 2:19-22).
Pela graça (Chessed), você tem o privilégio de viver este dia unido ao Messias e
a seus irmãos. A carta aos Efésios atua na teshuvá de muitos (Ef 2:8-10). A salvação
vem pela confiança somente, pela graça de D’us somente, pelo Messias somente e
para a glória de D’us somente.
• Por meio da vida e da morte de Yeshua, cumpre-se esse plano há muito tempo enco-
berto (Ef 3:11; compare com 2:11-22).
• Shaul participou na divulgação dessa boa-nova como rabi dos Gentios "das insondá-
veis riquezas do Messias" (Ef 3:8, 9).
• Com muitos conquistados para o Messias, a comunidade, composta por judeus e não
judeus (Gentios), torna conhecida "a multiforme sabedoria de D’us" para os "principados
e potestades nas regiões celestiais" (Ef 3:10), anunciando seu destino vindouro (compare
com Ef 6:10-20). O plano de unir todas as coisas no Messias (Ef 1:10) está em andamento,
e o tempo desses poderes é curto.
Essa compreensão da comunidade – Kehilá - motivou Shaul a orar pelos crentes. Por
que não o imaginar fazendo a oração sincera de Efésios 3:14-21 por você? Por que não o
idealizar orando para que você seja "cheio de toda a plenitude de D’us" (Ef 3:19) e partici-
pe plenamente do incrível mistério revelado de uma comunidade unificada? · Ili
Quais são os tipos de barreiras entre os crentes em nossa comunidade que, à luz
do que Shaul escreveu, não deveriam existir? O que você pode fazer para ajudar a
removê-las?
A unidade da confiança
4. No capitulo 4, Rabi Shaul pede aos crentes que parem de fazer algumas coisas e
que se certifiquem de fazer outras. Quais são elas? (Ef 4)
O capítulo 4 começa e termina com apelos para cuidarmos uns dos outros como mem-
bros da Kehilá (Ef 4:1-3, 32). Entre esses apelos, Shaul apresentou forte apoio à ideia
de que devemos nutrir a unidade na comunidade. Ele começou listando sete elementos:
Há um corpo, um Espírito, uma esperança, um Senhor (Yeshua o Messias), uma emuná (fé),
uma Tevilá (imersão), um D’us e Pai (Echad) (Ef 4:4-6). Estamos ligados por essas realidades
espirituais. Estamos, de fato, unidos.
Embora a unidade seja uma certeza teológica, requer nosso esforço. Por isso, devemos
fazer "tudo para preservar a unidade do Espírito" (Ef 4:3). Um modo de fazer isso é ser
parte ativa do corpo do Messias (Ef 4:7-16). Cada membro é uma parte habilitada do corpo
e deve contribuir para a sua saúde (Ef 4:7, 16). E todos devem se beneficiar do trabalho dos
emissários, profetas, roshim, rabis, e morim (Ef 4:11, 12). Estes, como ligamentos e tendões,
têm uma função unificadora, ajudando-nos a crescer juntos no Messias, que é a Cabeça do
corpo (Ef 4:13, 15).
Shaul também disse: "Não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e leva-
dos de um lado para outro por qualquer vento de crenças, pela artimanha das pessoas,
pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4:14). Essas palavras sugerem que a comunida-
de daquele tempo enfrentava lutas internas devido à "artimanha das pessoas".
Ao mover-se em direção ao apelo final, "sejam bondosos e compassivos uns para com
os outros, perdoando uns aos outros" (Ef 4:32), Shaul pediu aos crentes que evitassem a
antiga dureza de coração (Ef 4:17-24), a ira e a fala ríspida, substituindo tudo isso pela lin-
guagem boa para edificação e que transmite graça (Ef 4:25-31).
É fácil ler esse capítulo sobre a unidade quando tudo está em Shalom (paz). É mais
desafiador, e importante, lê-lo quando estamos envolvidos em conflitos. Você está se lem-
brando hoje de experimentar a unidade do corpo do Messias, pela qual Ele morreu?
S e você começar a ler o capítulo 5 do início, pode perder o pleno poder de um tema
importante. Então, comece com Efésios 4:32, em que Shaul diz: "Sejam bondosos e com-
passivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também D’us, no Mes-
sias, perdoou vocês". Somos chamados a imitar, em nosso comportamento em relação aos
demais, o perdão e a graça de D’us para conosco. Devemos refletir D’us! (Mt 5:43-48.)
Shaul comparou o estilo de vida que imita o amor de D’us com a abordagem pagã. Em
vez de valorizar as pessoas como irmãos na família de D’us, o ser humano usa os outros
para seus interesses e depois se gaba disso (Ef 5:3, 4). Shaul advertiu que tal abordagem
não tem lugar no novo mundo que D’us está planejando (Ef 5:5-7).
Em vez disso, os crentes devem se afastar da escuridão de seu passado e viver "como
filhos da luz" (Ef 5:8-10), imitando o amor do Pai. Mais uma vez, Shaul nos advertiu a nos
afastarmos das "obras infrutíferas das trevas" feitas "em segredo" (Ef 5:11, 12). Por outro
lado, devemos viver na luz. Em vez de desperdiçar a vida em embriaguez, aproveitemos o
tempo louvando a D’us pelo Seu amor (Ef 5:13-21).
"Sejam imitadores de D’us, como filhos amados" (Ef 5:1). Pela graça de D’us, você é cha-
mado para viver essa exortação em seus relacionamentos com os demais.
O texto de Efésios 5:2 ("vivam em amor") ajuda a entender Efésios 5:1 ("Sejam imi-
tadores de D’us")?
Estudo adicional
E m Efésios 6 descobrimos que nós, a comunidade, somos o exército que luta pela paz
(Shalom).
Na carta aos Efésios, Shaul retratou a comunidade como o corpo do Messias (Ef 1:22,
23; 4:11-16), como templo de D’us (Ef 2:19-22) e como a noiva/esposa do Messias (Ef 5:21-
33). Em Efésios 6:10-20, ele descreveu a comunidade como o exército de D’us e fez um forte
chamado à batalha. É uma passagem que oferece muitos riscos de má interpretação.
Devemos fazê-lo mediante uma avaliação realista do inimigo em vista, uma vez que
não devemos subestimar as forças arregimentadas contra nós. Não confrontamos apenas
inimigos humanos, mas "forças espirituais do mal, nas regiões celestiais" (Ef 6:12), lidera-
das por um general astuto, o Adversário (Ef 6:11). No entanto, não precisamos ser intimi-
dados por nossos inimigos. D’us está presente conosco na batalha (Ef 6:10) e nos proveu o
melhor armamento, Sua própria armadura (Ef 6:11; compare com Is 59:15-17). Ele colocou
à nossa disposição a verdade, a justiça, a paz (Shalom), a confiança (fé), a salvação e o Es-
pírito (Ef 6:13-17). Com D’us diante de nós e equipados da cabeça aos pés com a armadura
que Ele proveu, não podemos falhar. A vitória está garantida.
REFERÊNCIAS
(1)
Nicholas Thomas Wright, Paul for Everyone: The Prison Letters, p. 3 (contextualiza-
do)
A
Abba [Aramaico corresponde a Av em He- Antes da era comum (aec) Referido ao período usu-
braico] Meu Pai, Pai; A palavra abbá almente chamado de antes de Cristo (a.C.).
em aramaico corresponde à forma en- Ashur Assíria
fática ou definida de av, significando Asseret hadibrot Mais comumente conhecida
literalmente "o pai" ou "ó Pai". como os dez mandamentos. A tradução
Achaz Acaz que mais se aproxima de Assêret Hadi-
Acharit hayamim Literalmente, "o fim dos brot é "Dez Falas" ou "Dez Ditos", sendo
dias". O tempo do fim ou os "últimos que estes são dez princípios que incluem
dias", quando o 'alam hazeh chega ao toda a Torá e seus 613 preceitos.
fim e o 'alam haba está a ponto de ini- Av em Hebraico Corresponde a "Abba" do
ciar-se (l Coríntios 10.11 +). aramaico quer dizer: Papai, Meu Pai.
Achim (do hebraico )א ִחים
ָ Irmãos [Ha'Av] - O Pai
Adam (do hebraico)א ָדם
ָ Adam, Adão; masc. Homem Avinu Nosso Pai; Avinu, Malkeinu: Nosso
Adon Olam Senhor do Universo Pai, nosso Rei
Adonai (em hebraico:אֲ דֹנָי, "meu Senhor") O Avinu Shebashamayim Nosso Pai celestial,
Eterno de Israel. Nosso Pai que está no céu
Adoneinu Nosso Senhor Avimelek (hebraico: )אבימלךAbimeleque
Amha'arets literalmente povo da terra. Pes- Aviyahu Abias
soas comuns, iletradas usado pejorati- Avodah zarah (Avoda zará) Adoração es-
vamente no primeiro século EC. trangeira, paganismo, Idolatria, adora-
Amma'us Emaús ção a deuses estrangeiros.
Amoni Amonitas Avram Abrão
A.e.c Vide antes da era comum Avraham Abraão
B
Bavel Babilônia Brit Hadashá: Nova Aliança. Também
Beit-Lechem Belém usado para referir-se aos livros sagra-
Beit HaKnesset - Knesset Templo, Sinagoga dos ou período do novo testamento;
Beit HaMiqdash Bet Hamikdash, Templo Sagrado Brit Milá: circuncisão
Beit'zata Betesda Ben Filho; Ben HaAdam: Filho dos homens;
Bamidbar (Bemidbar, Bamidbar) Números (li- Ben HaElohim: Filho de D'us
vro), do hebraico "no deserto" Beth Midrash LeShabat Casa de estudo do
Bereshit (Bereshit) Gênesis - Livro Shabat. Usado também como referên-
Bimá O púlpito onde lê-se a Torá cia a Escola Sabatina.
Berachot Hashachar Benção da aurora, de- B'nei HaElohim Filhos de D'us
voção matinal bessorá vide Habessorá
C
Cohen (Kohen) Sacerdote Chava vide Hava - Eva
Cohanim (Kohanim) Sacerdotes Chaver Amigo (Hebr: חבר, literalmente, "amigo")
Cohen Gadol (Kohen Gadol) Sumo Sacerdote Chaverim: Amigos (Hebr: חברים, literal-
Corban (Korban) Holocausto, Sacrifício; mente, "amigos")
Corbanot Plural Holocaustos, Sacrifí- Chaverot amigas
cios; é o nome dado aos diversos tipos chésed Graça
D
Dammesek Damassés Devarim (Devarim) Deuteronômio (Livro)
D-s, D-us, Eterno Forma respeitosa de es- Derashá Sermão, palestra.
crever o nome de Deus sem citar seu Derashá al Haar Sermão da Montanha,
nome completo. sermão do monte
E
E.c Vide era comum Eheye = Eu sou o que Sou "Ehyeh" (hebrai-
Echad É um. ex: Adonai Echad; Um - Ela é co: )אֶ ְהיֶהou "Ehyeh-Asher-Ehyeh" (hebr:
utilizada no tradicional Shemá, Deva- " אהיה אשר אהיה- conforme em Shemot 3:14)
rim 6:4. Ouve ó Israel, Adonai nosso Era comum (ec) Refere-se ao período comu-
D'us é Um. שמע ישראל יהוה אלקינו יהוה אחד mente chamado de Anno Domini (AD)
Shemá Isra'el Adonai Eloheinu Adonai ou depois de Cristo (dC).
Echad. Outros Exemplos Exemplo: "Dei- El-Elyion Eterno Altíssimo
xará portanto o homem seu pai e sua Eliyahu Elias
mãe e se unirá à sua mulher, e serão am- Elisheva (Isabel). Mãe de Iochanan, o Imer-
bos uma só carne" - Bereshit [Gn] 2:24 sor (Lc 1.5).
El'azar Lázaro Eloheinu Nosso D'us
Emissário(s) Apóstolo(s), HaShaliach, obreiro. Elohim Eterno; elohim: quando em minúscu-
Ehyeh Ehyeh Asher Ehyeh ou Eheye Asher lo refere-se a deuses.
G
Galil Vide Hagalil Ger גרConverso goy (não-judeu)
Gan'Eden Paraíso. Literalmente jardim-do- Goy (Regular plural goyim )םיוגNação, gen-
-Éden; no judaísmo o termo também til, não judeu.
refere-se ao paraíso. Goyim (goyim) Plural de Goy nações
Gat-Sh'manim (Getsêmani) Jardim onde (gentios) não judeus
Yeshua orou e foi preso pela guarda do Guet (do hebraico )גטÉ o nome dado ao docu-
Templo. O termo significa literalmente mento de divórcio dentro do judaísmo.
"prensa de óleos". Gueulá ( )גאולהRedenção
Gavri'el Gabriel
H
Ha'Av O Pai, ver "Av" e "Abba" Halachá Leis Judaicas
Habessorá [Hebr: ]הַבש ָׂוֹרה
ְּ A palavra bessorá sig- Hananyah Ananias;
nifica novidades, notícias, mensagem, um Hananyah e Shappirah Ananias e Safira
comunicado que recebeu, sentido do grego Hamatvil O imersor; Batista.
Evangelion. Boas Novas. Normalmente refe- HaMashiach Ver Yeshua HaMashiach e Mashiach.
rente às boas novas de Yeshua HaMashiach. O Ungido.
HaElyon, El Elyon O Eterno Altíssimo Hanokh Enoque
HafTorá ou Haftará [Hebr: הפטרה] [plural Hanucá ou Chanuká [do Hebraico Dedica-
haftarot ou hafTorás] é um trecho de ção]; Também faz-se referência à festa
texto dos Neviim (Os profetas) lidos na da dedicação ou festa das luzes
sinagogas geralmente após a leitura da Har HaZeitim הר הזיתיםO Monte das Oliveiras
Parashat haShavua Hasatan o Adversário, o Satan
HaG'vurah ou Hagvurá - "O Poder", eufemis- Hashachar Alvorecer
mo para designar o Eterno. Termo em HaShaliach Emissário; Apóstolo
hebraico utilizado para representar a Hashem [do hebraico ]םשה, significando O
majestade, ou poder, do Eterno. (Mt Nome. É uma forma para designar
26.64). Eterno dentro do judaísmo, fora do
Hagalil [Hebr: ]הגלילGalileia, Galil contexto da reza ou da leitura pública
Hallel [Hebr: [ ]הַ לְ לdo hebraico הלל, "Lou- do texto bíblico.
vor"] é de origem aramaica e significa Havah - Chava Eva
"cântico de louvor e exaltação a D'us", Havakuk Habacuque
músicas que celebram a vida; É uma Heilel (Lúcifer, Samael)
oração judaica baseada em Tehilim Heilel ben-shachar הילל בן שחרEstrela da ma-
(Salmos 113-118), que é utilizada como nhã (a estrela matutina), a estrela D'Alva.
louvor e agradecimento, recitada pelos Também referido como Lúcifer, o anjo de
judeus nas festividades judaicas. luz, antes de ser expulso do céu. "portador
I
Igueret (igeret) carta em Hebraico; epístola; Izevel Jezabel
epístula (latim); epistulé (Grego). Plural:
Igerot (Igrot)
K
K'far-Nachum Cafarnaum Keneh ou qenéh ( )קנהCanônico
Kanai [ ]קנאיZelote - alguém que zela pelo Kohanim Ver Cohanim
nome do Eterno Kohen ver Cohen
Kaparah Propiciação, expiação, Interces- Kohen Gadol ver Cohen Gadol
são, mediação Kehilá Congregação, Comunidade
Kapporeth פ ֶרת
ֹ ּ ּ ַכTampa da Arca, Propiciató- Kol Goyim Todas as Nações
rio, lugar de intercessão, Expiação. Kosher (Kasher) A comida de acordo com a
Kasher Vide Kosher lei judaica. Baseada na Torá.
Kayim Caim Korban Ver Corban
Kayafa Caifás Korbanot Ver Corbanot
Kedoshim Tornar Santo, Povo Santo, Santificação Kasdim Caldeus
Kefa Pedro
L
Lashon Hará (Hebr: )לשון הרע, Lashon signi- má, ou língua maledicente. Fofoca.
fica língua e hará significa o mal/mau, Lavan Labão
então a melhor tradução seria língua Lemekh Lameque
M
Maasser Dízimo Mashiach, or Moshia") Que significa o
Malakhi [ ]מלאכיmeu mensageiro, Malaquias. ungido. O Messias e traduzido para o
Malshin Acusador, informante, diabo. grego como Χριστός - Cristo.
Mashiach (do hebraico Mashiach, Moshiah, Matanah (Pl. Matanot) dom, dádiva
N
Nakdimon Nicodemos Neviim [do hebraico ]נביאיםou Profetas; é o
Noach Noé nome de uma das três seções do Tana-
Netilat-yadayim Ritual de lavar as mãos. ch, estando entre a Torá e Kethuvim.
O
Olam Hazê Este mundo Olam Rabá Mundo vindouro, reino Eterno,
Céu dos céus.
P
Paga Intercessão P'rush Parush, Fariseu;
Parokhet Cortina. Especificamente a que di- P'rushim: Parushim Fariseus
vidia o Santo dos Santos do restante do P'lishti [Pl. P'lishtim] filisteu
Templo ou tabernáculo. Pêssach Páscoa judaica, páscoa bíblica
Purim Festa de Purim.
R
Rabban Título dado ao rabino superior escola de Hilel, que tiveram este título.
(presidente) do Sinédrio, da qual ele é o Rabbanim Rabinos
primeiro dos sete nomeados líderes da Rabbi [Pl. Rabbis] Rabino, mestre
T
Talmid [Pl: Talmidim] Seguidor, discípulo, estudante; Tefilá [Pl: Tefilot] Oração
Talmidot Discípulado Tehilim Salmo, louvores.
Tefilin [com raíz do hebraico Tefilá] Nome Terumá ou Terumah Oferta
dado a duas caixas pretas, de couro, Teshuvá [Hebr: תשובה, literalmente retorno]
que contêm pequenos rolos com passa- Conversão; é a prática de voltar às ori-
gens bíblicas em seu interior (Shemot gens do judaísmo. Também tem o senti-
[Êx] 13.1-16; Dt 6.4-9; l1.13-21). Durante do de se arrepender dos pecados de ma-
as orações na sinagoga, os homens fi- neira profunda e sincera. Aquele que
xam essas caixinhas no braço e na tes- passa pelo processo de Teshuvá com su-
ta, em obediência a Dt 6:8. São chama- cesso é chamado de Baal Teshuvá.
dos também de filactérios. Não deve Tanakh ou Tanach [Hebr: ]תנ״ךÉ um acrôni-
ser usado como adorno religioso (Mat- mo utilizado para denominar seu con-
tityahu [Mt] 23.5). junto de livros sagrados Torá, Nevii-
V-Y-Z
Veachavta Lereacha Kamocha Amarás a teu Yeshua Jesus, O nome hebraico Yeshua [ַי ֵׁשוּע/]ישוע
próximo como a ti mesmo. é uma forma alternativa de Yehoshua, Josué, e
Vayikrá "E chamou" em Hebraico, Livro de é o nome completo de Jesus
Levíticos. Yeshuá Salvação
Yarden Jordão. Yetser Hará/tov Inclinação para o mal/bem
Yehoshafat Josafá Yibum Levirato
Yehoram Jeorão Yitsak ou Yitschak Isaque
Yehudah Judas; Iochanan João,
Yehudah de K'riot: Judas Iscariotes. Iochanan Hamatvil Iochanan o imersor,
Yehu Jéu. João Batista
Yako'ov Jacob, correspondente em hebrai- Yom Hadin Dia do Juízo
co para Tiago. Yom Hashem Dia do Eterno, Dia do Senhor-
Yishmael Ismael. Juízo
Yerichó Jericó. Yom Kipur ou Yom Hakipurim Dia da Expia-
Yeshivá [Hebr: [ ]ישיבהPl: Yeshivot] é o nome ção
dado às instituições para estudo da Yonah Jonas
Torá e do Talmud dentro do judaísmo Yoshiyahu Josias
Yerushalayim Jerusalém. Zakkai Zaqueu
Yeshayahu Isaías.
Fontes do glossário:WJAFC, ShalomAdventure, BJC, Chabad.org
Julho 2023
Tamuz/Av 5783
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
Iom Rishon Iom Sheni Iom Shlishi Iom Revii Iom Hamishi Iom Shishi Shabat
12 Tamuz
1
Chucat-Balac
13 Tamuz
2 14 Tamuz
3 15 Tamuz
4 16 Tamuz
5 17 Tamuz
6 18 Tamuz
7 19 Tamuz
8
20 Tamuz
9 21 Tamuz
10 22 Tamuz
11 23 Tamuz
12 24 Tamuz
13 25 Tamuz
14 26 Tamuz
15
27 Tamuz
16 28 Tamuz
17 29 Tamuz
18 1 Av
19 2 Av
20 3 Av
21 4 Av
22
Shabat Chazon
Rosh Chodesh Devarim
5 Av
23 6 Av
24 7 Av
25 8 Av
26 9 Av
27 10 Av
28 11 Av
29
Shabat Nachamu
Jejum de Tishá BeAv Vaetchanan
12 Av
30 13 Av
31
Ékev
14 Av
6 15 Av
7 16 Av
8 17 Av
9 18 Av
10 19 Av
11 20 Av
12
Reê
21 Av
13 22 Av
14 23 Av
15 24 Av
16 30 Av
17 1 Elul
18 27 Elul
19
28 Elul
20 29 Elul
21 30 Elul
22 1 Elul
23 2 Elul
24 3 Elul
25 4 Elul
26
Ki Tetse
5 Elul
27 6 Elul
28 7 Elul
29 6 Elul
30 7 Elul
31
Setembro 2023
Elul 5783/ Tishrê 5784
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
Iom Rishon Iom Sheni Iom Shlishi Iom Revii Iom Hamishi Iom Shishi Shabat
15 Elul
1 16 Elul
2
Ki Tavô
17 Elul
3 18 Elul
4 19 Elul
5 20 Elul
6 21 Elul
7 22 Elul
8 23 Elul
9
Nitsavim-Vayêlech
24 Elul
10 25 Elul
11 26 Elul
12 27 Elul
13 28 Elul
14 29 Elul
15 1 Tishrê
16
2 Tishrê
17 3 Tishrê
18 4 Tishrê
19 5 Tishrê
20 6 Tishrê
21 7 Tishrê
22 8 Tishrê
23
9 Tishrê
24 10 Tishrê
25 11 Tishrê
26 12 Tishrê
27 13 Tishrê
28 14 Tishrê
29 15 Tishrê
30
20235783/5784
ברכות תורה
Bênção para estudo da Torá
Baruch ata Adonai Bendito sejas Tu, Eterno, רוּך אַ ָתּה יהוה ְ ָבּ
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do ְאֱ ל ֽ ֵֹהינוּ ֽ ֶמלֶך
haolam, asher universo, que nos הָ עוֹלָם אֲ ׁשֶ ר
báchar bánu escolheu dentre ֽ ָבּחַ ר ֽ ָבּנוּ
mikol haamim todos os povos e nos ִמכָּ ל הָ עַ ִמּים
venátan lánu et torato. deste a Tua Torá. תּוֹרתוֹ
ָ וְ נָתַ ן ֽ ָלנוּ אֶ ת
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, רוּך אַ ָתּה יהוה ְ ָבּ
noten hatora. que nos deste a Torá. תּוֹרה
ָ ַנוֹתֵ ן ה
Benção posterior à leitura Benção posterior à leitura ברכה לאחר הקריאה׃
Baruch ata Adonai Bendito sejas Tu, Eterno, רוּך אַ ָתּה יהוה ְ ָבּ
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do אֱ ל ֽ ֵֹהינוּ ֽ ֶמל ְֶך
haolam, asher universo, que nos destes הָ עוֹלָם אֲ ׁשֶ ר
nátan lánu torat a Lei da verdade e ָנֽתַ ן ֽ ָלנוּ תּוֹ ַרת
emet vechaie olam plantastes a vida אֱ מֶ ת וְ חַ יֵּי עוֹלָם
nata betochênu. eterna entre nós. תוֹכנוֵּ ֽ ְנָטַ ע בּ
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, רוּך אַ ָתּה יהוה ְ ָבּ
noten hatora. que nos deste a Torá. תּוֹרה ָ ַנוֹתֵ ן ה
ברכות ההפטרה
Bênção para estudo da Haftará (profetas)
Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, ָּברו ְּך אַ ָתּה יהוה
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do אֱ ל ֽ ֵֹהינ ּו ֽ ֶמל ְֶך
haolam, asher báchar universo, que escolhestes הָ עוֹ לָם אֲ ׁשֶ ר ֽ ָבחַ ר
bineviim tovim bons profetas יאים טוׂ בִ ים ִ ִבִּ נְב
veratsa bedivrehem e que quisestes Suas וְ ָרצָ א בְ ִדבְ ֵריהֶ ם
haneemarim palavras ditas הַ ֶנּאֱ ָמ ִרים
beemet. verdadeiramente. בֶּ אֱ מֶ ת
Baruch ata Adonai, Bendito sejas Tu, Eterno, בָּ רו ְּך אַ ָתּה יהוה
habocher batora que escolhestes a Torá, הַ בּ וׂ חֵ ר בַּ ּתוׂ ָרה
uvemoshe avdo Teu servo Moshê, Teu וּבְ מֹשֶׂ ה עַ בְ דּ וֹ
uveisrael amo uvinvie povo de Israel e profetas ִש ָׂראֵ ל עַ ּמוֹ וּבִ נְבִ יאֵ י ְ וּבְ י
haemet vehatsédek. da verdade e da justiça. הָ אֱ מֶ ת וְ ֶּצ ֶדק
Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, בָּ רו ְּך אַ ָתּה יהוה
Elohênu mélech nosso D'us, אֱלהינ ּו ֽ ֶמל ְֶך
ֵֽ
haolam, Rei do universo, הָ עוֹלָם
tsur kol haolamim, rocha de todos os צוּר כָּ ל הָ עוֹל ִָמים
tsadik bechol hadorot, mundos, justo em todas as צ ִַדּיק בְּ כָ ל הַ דּ וֹרוֹת
hael haneeman, haomer gerações. D'us fiel que הָ אֵ ל הַ ֶנּאֱ ָמן הָ אוֹמֵ ר
veosse, hamedaber realiza o que anuncia, que וְ עוֹשֶׂ ה הַ ְמ ַדבֵּ ר
umekaiem, shechol promete e cumpre, e que ו ְּמקַ יֵּם שֶׁ כָּ ל
devarav emet vatsédek. todas as Suas palavras são ְדּבָ ָריו אֱ מֶ ת ָו ֽ ֶצ ֶדק
Neeman ata hu Adonai verdade e justiça. Fiel és נֶאֱ ָמן אַ ָתּה הוּא יהוה
Elohênu veneemanim Tu, ó Eterno, nosso D'us, אֱ ל ֽ ֵֹהינוּ וְ נֶאֱ ָמנִים
e fiéis são as Tuas יך וְ ָדבָ רָ ְדּבָ ֽ ֶר
devarêcha, vedavar
promessas, e nenhuma ָ אֶ ָחד ִמ ְדּבָ ֶר
יך
echad midevarêcha
achor lo iashuv sequer das Tuas palavras ָאחוֹר לא יָשׁוּב
rekam,ki El mélech jamais se tornará vã, יקם כִּ י אֵ ל ֽ ֶמל ְֶך ָ ֵר
neeman verachaman pois és Eterno e Rei fiel e נֶאֱ ָמן וְ ַרחֲ ָמן ָא ָתּה
misericordioso. Bendito רוּך אַ ָתּה ְ ָבּ
áta. Baruch ata
Adonai, hael sejas Tu, Eterno, Eterno יהוה הָ אֵ ל
haneeman bechol que é fiel em todas as הַ נֶּאֱ ָמן בְּ כָ ל
devarav Suas palavras. ְדּבָ ָריו
Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, ָּברו ְּך אַ ָתּה יהוה
Elohênu mélech nosso D'us, Rei do אֱ ל ֽ ֵֹהינ ּו ֽ ֶמל ְֶך
haolam, asher natan universo, que deu-nos הָ עוֹ לָם אֲ ׁשֶ ר ֽ ָבחַ ר
lánu Mashíach Yeshua, o Messias Yeshua ַֽ ָלנוּ ָמ ֽׅשׁיחַ ישׁוּע
vehadiberot shel habrit e os mandamentos da וְ הַ ׅדבּרוֹת שָׁ ל הַ בְּ ׅדית
Nova Aliança. Bendito רוּך אַ ָתּה ְ ָחַ ָדשָׁ ה בּ
Hadashá. Baruch ata
Adonai noten habrit sejas Tu, Eterno, que nos יהוה נוֹתֵ ן חַ בְּ רית
haHadashá. deste a Nova Aliança. הַ חַ ָדשָׁ ה
Benção posterior à leitura Benção posterior à leitura ברכה לאחר הקריאה׃
Baruch ata Adonai Bendito és Tu, Eterno, nosso רוּך אַ ָתּה יהוה ְ ָבּ
Elohênu mélech haolam, D'us, Rei do universo, אֱ ל ֽ ֵֹהינ ּו ֽ ֶמל ְֶך הָ עוֹ לָם
asher natan lánu que deu-nos a palavra da אֲ ׁשֶ ר ֽ ָבחַ ר ֽ ָלנוּ
hadevar haemet, verdade e plantou a vida הַ ְדבַ ר ׅ ָהאֱ מֶ ת
vechaie olam nata eterna em nosso meio. וְ חַ יֵּי עוֹלָם נָטַ ע
betochênu. Baruch ata Bendito sejas ְ ָתוֹכנוּ בּ
רוּך אַ ָתּה ֵ ֽ ְבּ
Adonai noten habrit Tu, Eterno, que nos deste יהוה נוֹתֵ ן הַ בְּ ׅרית
haHadashá. a Nova Aliança. ְהַ חַ ָדשָׁ הם
Suécia
Finlândia
Noruega
Helsinque
DIVISÃO
Oslo
Islândia Estocolmo
Nuuk Reykjavik Estônia
Rússia
1
Letônia
Dinamarca
Copenhague Lituânia
Reino
Dublin Unido Polônia Bielorrússia
Holanda
Irlanda Londres
Alemanha Varsóvia
Bélgica
Luxemburgo Ucrânia
Transeuropeia
Rep. Tcheca
Eslováquia
Áustria Budapeste
Suíça Hungria Moldávia
França
Eslôvenia Romênia
CONGREGAÇÕES GRUPOS MEMBROS POPULAÇÃO Croácia Zagrebe
Bósnia e Belgrado
TOTAL 1.170 223 88.273 207.147.000 Herzegovina
Sarajevo Sérvia
Itália Kosovo
Montenegro
2 Escópia
PROJETOS Tirana Macedônia
Albânia
1 $EULUXP&HQWURGHLQȵX¬QFLDHP5LJD/HW¶QLD Grécia
Turquia
Atenas
2 $FDPSDPHQWRGDMXYHQWXGHHP=HOHQLND+HUFHJ1RYL0RQWHQHJUR
Tunísia Chipre