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Andrew Farley
Andrew Farley
ia/
Vida
Copyright© 20 09 de Andrcw Farl ey
Originalnicnte publicado nos EUA com o título
Vida The Naked Cospel: The Truth You May Never Hear In C
E ditora V id a Copyright da edição brasileira © 201 1, Editora Vi da
Rua IsidroTinoco , 70 Tatuapé Edição publicada com permissão de Z ondervan ,
CEP 03316-010 São Paulo, SP Grand Rapids, Michi gan.
Tc!.: 0 XX 11 2618 7000
Fax: 0 xx 11 2618 7030
www.editoravida.com.br
Todos os direitos desta tradução em língua portuguesa
reservados p or Editora Vida.
Título srcinal: The Na ked Go spel: The T ruth You May N ever
Hear In Church.
ISBN 978-85-383-0217-9
Parte 1
Tran storno do cristianism o obsessivo • 11
Parte 2
Religião é dor de cabeç a • 25
Parte 3
Cruzando fronteira s • 79
Parte 4
Ateando fogo às matrioskas • 97
Parte 5
Traindo Jes us • 137
Parte 6
Não nos casamo s com gente morta • 181
Parte 7
Ataque ao ego * 2 1 5
7
O evangelho nu é descobrir como era o evangelho
pregado por nosso Senhor e seus apóstolos; que
acréscimos e alterações foram feitos nos anos que se
seguiram; que vantagens e prejuízos resultaram disso.
A rthur B ury , 1691
9
0 evangelho nu
U m c o nv i te
10
TRANSTORNO DO
CRISTIANISMO
OBSESSIVO
Podemos dedicar nossos dias ao que chamamos
de obrigações religiosas, e7icher nossos momen-
tos de devoção de fervor e ainda continuarmos mi-
seráveis. Nada pode dar descanso ao nosso coração
a não ser o verdadeiro relacionamento com Deus.
Hannah Whitall Smith (1832-1911)
R emédios , terapia para tratamento da saúde
e u m a clínica
13
0 evangelho nu
2BSBSÊM
Embora eu fos se
Med o. Cu lpa. P ressão. Eis os
motivadores que me fisgaram já
de início e quase me mataram.
capazde me
Mataram? Isso mesmo. Tive en
levantarnometrôe
contros íntimos com a morte e
pregar para o vagão
sofri ferimentos graves algumas
inteiro,continuava
vezes. Certa vez levei uma pau
vazio porden tro.
lada na cabeça quando evan-
gelizava na rua em uma região
perigosa da cidade. Outra vez fui jogado ao chão por um trafi
cante a quem tentava converter.
Compromisso? Eu tinha de sobra, pode apostar. Mas com
promisso com o quê? Embora eu fosse capaz de me levantar no
metrô e pregar para o vagão inteiro, continuava vazio por den
tro. Mesmo tendo toda a disposição de testemunhar de porta
eu estava
muito maisaquém das expectativas
para corresponder e que desejado.
ao padrão precisava me esforçar
Você não saberia que isso me incomodava porque nunca dei
xei transparecer. Todavia, depois de anos sem ser cogitado para
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Transtorno do cristianismo obsessivo
O MEIO
Serei diferente na faculdade , prometi a mim mesmo. Era minha
oportunidade de mudar — de encontrar um ambiente novo e
começar com uma página em branco. Recebi cartas de duas
universidades aceitando minha inscrição. Uma foi a Wheaton
College, talvez a melhor faculdade cristã do país; a outra, a
Furman University, uma escola bastante conceituada no Sul.
Depois de comunicar a meus pais que eu não me considera
va “ bom o suficiente como cristão para estudar na Wheaton” ,
aceitei o convite da Furman.
Meu primeiro ano foi de transição. Decidi que não queria
mais ser medíocre na arena espiritual. Pretendia conquistar o
respeito divino e das pessoas à minha volta. Depois de me de
bruçar sobre dezenas de livros cristãos, senti-me mais instruído
que a maioria de meus pares. Fiz meu primeiro sermão em igre
ja ao s 19 anos. Evangelizei nas ruas de Espanha, Grécia e Itália
em viagens de estudo ao exterior. Era intenso, e todos por perto
sabiam disso.
De volta aos Estados Unidos, perdi todos os amigos. Quem
poderia culpá-los? Eu mudara. Ainda me lembro de um dos
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0 evangelho nu
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Transtornodocristianismoobsessivo
O FIM
Não demorou para que todo esse empenho, sem me render lucro
algum, cobrasse seu preço. Mergulhei numa profunda depressão.
nhecia o queem
na condição meque
esperava, mas sabia que não podia continuar
me encontrava.
Não havia solução rápida para meu problema. Após meses
em busca de ajuda, eu ainda não me libertara da obsessão
por apresentar um bom desempenho em nome de Deus. Meu
pai ficou sabendo de um homem que talvez tivesse as respos
tas que eu procurava, então pegamos os dois um avião com
destino a Atlanta. Transcorri
do um dia em oração com esse
homem, alguns dos meus pen “Você nãog ostaria
samentos começaram a desa desetornarcristão
nuviar. Pelo menos concordei esesentirmiserável
que minha compulsão pelo de comoeu?”
sempenho não vinha de Deus.
Era um começo.
Os anos seguintes não foram fáceis. Retornei à faculdade,
diplomei-me e até entrei na pós-graduação, mas havia perdi
do toda a confiança em quem eu era. Minhas crenças me ha
viam traído. Se estivesse vulnerável o suficiente para ser sincero
nas ocasiões em que saía para evangelizar, eu teria proposto a
17
0 evangelho nu
M e u novo começo
apartamento.
Deus por nada.Hoje, eu não gostaria
Na verdade, trocaria que
meuo relacionamento com
mundo inteiro tives
se o mesmo relacionamento com ele! Através de meu desespe
ro, minha entrega a Deus em busca de respostas reais e minha
disposição de deixar para trás todas as minhas pressuposições
anteriores, fui apresentado ao evangelho nu.
Eu já era cristão, mas ninguém se dera ao trabalho de me
despir de todas as idéias distorcidas e do jargão enganoso que
eu adotara. Ninguém me apresentara à verdade nua. Eu só pre
cisava de uma injeção intravenosa que não estivesse contami
nada pela religiosidade. Ao perceber que eu estava no caminho
errado, Deus me capacitou a enxergar o caminho dele — a rota
para a liberdade.
O conteúdo deste livro é o resultado da minha jornada.
A esperança nasceu com a compreensão da importante diferen
ça entre dois sistemas operacionais — um Velho e um Novo.
A partir do momento em que enxerguei o portal para o Novo,
tudo o que precisei fazer foi atravessá-lo.
O que havia do outro lado transformou minha vida.
18
2
19
O evangelho nu
A GRANDE SURPRESA
Os pesquisadores da Willow Creek pensaram poder encontrar
forte relação entre o tempo gasto com atividades na igreja e
crescimento e realização espiritual. Presumiram que qualquer
pessoa que dedicasse seu tempo à igreja estaria realizada e cres
cendo ativamente. Faz sentido, certo?
Errado, ao que se descobriu.
A pesquisa revelou que não eram os cristãos mais ativos que
estavam crescendo e se sentiam realizados. Revelou também
que um grande número deles — cerca de 25% dos frequenta
dores entrevistados na Willow Creek — admitiu sentir-se “es
tag nado” ou “ insatisfeito” . E outras igrej as estão descobrindo
que isso vale também para seus frequentadores.
Então o que há de errado com as igrejas hoje em dia? Se
passamos mais tempo na igreja, não deveriamos esperar cres
cer espiritualmente e nos sentirmos realizados? Não nos é dito
que, se bebermos da água viva oferecida por Jesus, nunca mais
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Transtornodocristianismoobsessivo
O TESTE DO EVANGELHO NU
A fim de ilustrar esse ponto, façamos uma pausa para um teste
rápido. A seguir apresentamos dez conceitos relacionados à fé
que parecem não ser discutidos com regularidade em muitas
igrejas hoje. Mas a visão que temos de cada um desses concei
tos afeta nosso relacionamento com Deus, nosso crescimento
espiritual e nossa realização na vida. Para cada um dos dez con
ceitos, indique se você o considera falso ou verdadeiro. Basta
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0 evangelho nu
RESPOSTAS DO TESTE
Por que o teste? Bem, você se lembra da pesquisa que foi res
pondida no início deste capítulo? Você avaliou seus sentimentos
em relação à igreja, seu entusiasmo pela vida e sua satisfação
com seu próprio crescimento espiritual. E inevitável que nosso
Transtorno do cristianism o obsessivo
Sim, falso.
Então, como você se saiu?
Você está pronto para se despir de camadas de religiosidade
a fim de descobrir uma revigorante realidade — tendo sempre
em mente que a verdade deve tornar você livre ?
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R eligião é dor
DE CABEÇA
U m problema antigo
deram
denou”.em
[...]uníssono: “Faremos tudo o que o
S enhor or
1 Apud S mith , Hannah Whitall. The God of All Comfort. New Kensington, PA:
Whitaker House, 1997.
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Religiãoédordecabeça
ordenou”.2
M on t an ha - r u ssa
por meiorochas
Fendeu de umapara
nuvem de dia e de uma
milagrosamente colunadedeágua,
provê-los fogo àe noite.
até 1
1 Êxodo 24.3,7.
29
0 evangelho nu
3 Salmos 78.56-59.
3 Malaquias 2 .1,2.
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0 evangelho nu
é tão grande que nada toca minha alma. Antes que o trabalho
começasse, havia tanta união, amor, fé, confiança, oração e sa
crifício. Será que cometi o erro de me entregar cegamente ao
chamado do Sagrado Coração?”.6
duradouro métodos
Adotaram de satisfação ou realização,
de propiciação mas meio
e, por apenasdela,
infelicidade.
de apro
ximação de Deus, que os levaram a um profundo sentimento
de fracasso. Tendo empregado mais esforço do que qualquer
um de nós jamais despenderá, é
“ Sera que come tí o provável que se perguntassem:
erro de me entregar “Quanto é o bastante? Quando
cegamenteao acabará? Por que Deus ainda
não está satisfeito? Quando po
chamado do Sagrado derei relaxar e desfrutar? Deve
Coração?”
haver outro caminho” .
O utro ca m i n ho
32
Religião é dor de cabeça
Lei em
com si, mas,
clareza queaohavia
longoalgo
de errado
regra sobre
com regra,
todos ela
emdemonstrava
Israel.
AVANÇO RÁPIDO
Mas avancemos rápido alguns milhares de anos até o presente.
Não foi só o mais comprometido israelita que expressou frus
tração e tristeza com sua religião.
A luta de Martinho Lutero com a religião também está bem
documentada. Apesar do fervor e do estilo de vida compro
metido de Lutero, a culpa o dominava a todo instante. Ele era
atraído pela autoflagelação e fez inúmeras tentativas de expiar-
-se de uma lista interminável de pecados. Além de se chicotear
até sangrar, às vezes passava a noite inteira deitado no chão co
berto de neve, em pleno inverno, até ficar em tal estado de cho
que que os colegas tinham de carregá-lo para um lugar seguro.
De igual modo, em seus escritos pessoais publicados há pou
co tempo, Madre Teresa confessou: “Dizem-me que Deus me
ama; no entanto, a realidade da escuridão, do frio e do vazio
31
Religiãoédordecabeça
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Religiãoédordecabeça
35
0 evangelho nu
cerdote.
linhagemNo de entanto, Jesusservira
Judá jamais era dacomo
tribosacerdote.
de Judá. Ninguém da
A Lei vetava
essa opção.
Hoje, os cristãos têm Jesus Cristo como sumo sacerdote,
mas, de acordo com a Lei, não faz o menor sentido Jesus ocupar
esse papel. Como então olhar para ele como nosso sacerdote
hoje? Se a linha sacerdotal mudou, significa que o sistema todo
para nos relacionarmos com Deus precisa ser substituído. E foi
0 que aconteceu — o sistema inteiro mudou!
É fundamental entender que a Lei e Jesus não se misturam.
“[Jesus] pertencia à outra tribo, da qual ninguém jamais havia
servido diante do altar, pois é bem conhecido que o nosso Se
nhor descende de Judá, tribo da qual Moisés nada fala quanto
a sacerdócio ” .2 Os cristãos referem-se a Jesus como Salvador,
Senhor e Autor (Sacerdote) do perdão que desfrutam. Em se
guida, alguns desses mesmos crentes proclamam que a Lei ain
da é válida para nós hoje. Agindo assim, eles defendem uma
grande contradição.
A questão da Lei e da graça (o Antigo e o Novo) ainda hoje
suscita debates acalorados: Vivemos segundo a Lei? Vivemos
segundo a graça? Ou segundo uma combinação das duas coi
sas? Deus não escreveu a Lei no nosso coração? A despeito das
inúmeras páginas de livros cristãos dedicadas a essas questões,
a linhagem de Jesus falha por não ocupar o centro do palco.
Podemos propor todo tipo de teorias, soluções conciliatórias e
respostas concernentes à Lei e à graça, mas um fato persiste: a
Lei desautoriza Jesus como sacerdote. Por esse motivo, o autor 1
1 Hebreus 7.13,14.
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Religião é dorde cabeça
Hebreus 7.12.
Hebreus 9.15.
Hebreus 7.21,22.
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0evangelhonu
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Religiãoédordecabeça
39
0evangelhonu
Isso é mais
Testamento. bemleis
Essas explicado por Jesus
são conhecidas e os“lei
como autores do Novo
do Reino”, “a
lei [...] que traz a liberda de” e os “ mandamen tos [de Je su s ]” .9
Os mandamentos divinos podem ser resumidos a: amar a
Deus e amar uns aos outros . 101
Não é a lei de Não são difíceis de carregar.
Moisésqueo Na verdade, o próprio Jesus
Senhorescreveem disse que aqueles que o amam
obedecerão a seus mandamen-
nossocoração. tos . 11 Sob o Novo, Deus tem
tudo em ordem.
Se a lei mosaica estivesse escrita em nosso coração e mente,
imagine as consequências! As restrições alimentares, as regras
sobre as vestes e centenas de outras ordenanças esmagariam
nossa consciência, como esmagaram a dos israelitas.
Graças a Deus o Novo não é só uma versão enfeitada
do Antigo!
O Novo é diferente e simples.
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5
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0 evangelho nu
P roblemas c o m o carro
Imagine que você guarde dinheiro para comprar um carro ze-
ro-quilômetro. Tendo economizado o suficiente, você telefona
para a concessionária com o intuito de negociar o preço do au
tomóvel. Por sorte, o vendedor concorda em vender o carro por
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Religiãoédordecabeça
Umpostal
caixa ano depois, no entanto,
do seu telefone. E dauma estranha mensagem
concessionária. entra na
Você reconhece
a voz do vendedor explicando que, sem querer, cobrara menos
do que deveria pelo carro. Avisa que você lhe deve mais 2 mil
dólares e convida-o a comparecer à concessionária para que pos
sam redigir novo cont rato de venda e “resolver as pendências” .
Ao final da mensagem você nem se mexe, cético. Olha para o
calendário e começa a contar os dias. Já se passa ram quatrocen
tos e trinta desde que assinou o contrato da compra do carro!
Como podem fazer uma coisa dessas? Aliás, eles podem fazer
isso? É hora de telefonar para o advogado.
Seu consultor legal explica que a concessionária está agindo
de modo irregular. Ninguém pode exigir alterações em um con
trato assinado tanto tempo antes. Se fosse possível forçar uma
renegociação após a assinatura do pacto legal entre as partes,
ninguém jamais confiaria em um contrato.
Agora, veja se você consegue perceber o paralelo entre a
compra do carro que virou uma dor de cabeça e o que Paulo
diz sobre o Novo — o Novo prometido a Abraão:
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0evangelhonu
44
6
positivo,
À primeirasabe como
vista, elesé podem
usar algo que não
parecer foi feito apara
semelhantes você.
qualquer
um de seus calçados. Mas não combinam com as dimensões
dos seus pés.
Do mesmo modo, somos informados de que a Lei de Moisés
é de fato destinada a alguém, mas não combina com os cristãos
do Novo Testamento. Paulo escreveu a Timóteo:
A que propósito serve a Lei? Paulo afirma que ela tem como
alvo exclusivo os r/escrentes. No Antigo Testamento, Deus reco
nhecia dois tipos de pessoas — os judeus e os gentios. Hoje, ele
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O evangelho nu
C a l e a boca !
46
Religião é dorde cabeça
lugares ecomo
imagino as pesadas portasencarcerado.
seria viver de metal se (Já
fecham atrásaté
imaginei de omim,
que
aconteceria se um equívoco de
documentação ine mantivesse Estar debaixo da Lei
preso ali dentro!) é se rtra ncaf iado em
Viver encarcerado, atrás de uma prisão.
grades, sem perspectiva de sol
tura, não é o que costumamos chamar de “desejável”. Mas é
assim que Paulo descreve a vida debaixo da Lei. É como estar
preso em uma cadeia:
constantemente
sentença. A Leilembrado
não nos da sua culpa enquanto
desencoraja; tampoucoaguarda uma
nos edifica.
3 Gálatas 3.19 ,22.
4 Gálata s 3.23 ,24 .
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0 evangelho nu
P rêmio d e excelência
PARA MOTORISTAS
Em minha adolescência, o gosto por viajar em alta velocidade
nas estradas norte-americanas me fez acumular muitas infra
ções. Raras vezes lutei contra as tentações comuns na vida de
um adolescente. Por alguma razão, no entanto, o fascínio por
automóveis em alta velocidade parecia sempre me derrotar.
Durante alguns anos, recebi advertências e multas por ex
cesso de velocidade com muita frequência. Cheguei até a ser
acusado de direção negligente por velocidade excessiva. Claro,
havia ocasiões em que eu sentia remorso por meus atos — e
passava a dirigir um pouco mais devagar durante algum tempo.
Mas nada refreava de fato meu vício em velocidade.
Imagine, contudo, que, a caminho da escola pela manhã, di
rigindo dentro do limite de velocidade, eu veja as familiares
luzes azuis piscantes pelo espelho retrovisor. Estaciono então
junto ao meio-fio e observo o policial descer da viatura e gesti
cular para que eu abra o vidro.
Por estranho que pareça, no entanto, ele traz um sorriso
amistoso no rosto dessa vez. Digamos que ele se aproxime de
minha janela com um brilho no olhar e diga:
— Senhor Farley, eu só queria agradecer-lhe por dirigir a
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Religiãoédordecabeça
A provado ou reprovado
49
0 evangelho nu
o apó stolo Paulo: “ [...] M aldito todo aq uele que não persiste
em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei ” . 6
Como Paulo pode ser tão radical? Sabemos que ele (antes cha
mado Saulo) tentara obedecer a cada aspecto da Lei. Falando
de
tiçasique
mesmo aosLei,
há na filipenses,
[eu era chegou a escrever:
considerado] “ [...] quanto
irrepreensível ” .7 à jus
Quem vivia a seu redor podia pensar que ele era inculpável.
Mas Paulo sabia a verdade. Estava familiarizado com o fracas
so que todos nós enfrentamos ao tentar obedecer à Lei. A esse
respeito, escreveu:
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Religião é dorde cabeça
51
7
A L e i gera o pecado
Os mandamentos não foram feitos para supervisionar os
cristãos. Eles reprimem os desejos pecaminosos. Na verdade, a
Lei provoca mais pecado:
mula
A oLei
pecado o tempo
desperta todo.pecaminosas. O pecado aprovei
paixões
ta a oportunidade dada pela Lei. É o que Romanos 7 explica.
Portanto, a vida cristã que tenta viver com perfeição segundo
os Dez Mandamentos soa promissora? Paulo descobriu o que
todo ser humano constata quando dedica o melhor de si à Lei:
ela mata. Exatamente como Deus pretendia, Moisés introduziu
um ministério cujo resultado fi
a ?;
nal era a conde?iação. A Lei estim ula o
Há pouco tempo, um livro pecadootempotodo.
humorístico bastante popular
documentou a rotina de um homem que tentou viver pelas regras
do Antigo Testamento durante um ano inteiro .2 O autor narrou
com detalhes como seria esse tipo de vida nos Estados Unidos
dos tempos modernos. Alterou a dieta para excluir determinadas
carnes e os frutos do mar. Tirou do guard a-roupa todo tecido fei
to com mais de um tipo de material. Chegou a levar a cabo uma
espécie de sacrifício animal! No fim, com sinceridade e bom hu
mor, concluiu que não fora capaz de seguir a maioria das regras
do Antigo Testamento. Jacobs também documenta o raciocínio
intrincado de alguns companheiros judeus, os quais resolveram
que, como as coisas são um pouco diferentes hoje, não precisam
seguir todas as restrições da Lei — apenas algumas.
Os DEZ
Muitos concordam que a lei cerimonial, aquela que restringe
tudo, da dieta ao guarda-roupa, não é para os cristãos hoje.
2 J acobs , A. J. The Year of Living Biblically. New York: Simon and Schuster, 2007.
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0 evangelho nu
De fato, poucos tentam seguir tais regras. Mas será que nós,
cristãos, ainda devemos olhar para os Dez Mandamentos como
nosso guia moral?
Quando Paulo fala sobre a Lei despertar paixões pecami
54
Religião é dorde cabeça
Romanos 6.14.
0 evangelho nu
Chihuahua
— Espere um pouco! — um deles gritou comigo. — Você está
levando as coisas ao extremo. Concordo que o Espírito Santo
não pretende nos ajudar a viver debaixo do livro de Levítico
inteiro, mas ainda assim devemos seguir os Dez Mandamentos.
E pedir a ajuda do Espírito para isso!
Eu esta va no meio do seminário que mini straria durante d ois
dias a pastores, seminaristas e líderes de igreja de Chihuahua,
México. Nosso público passara de 40 para 200 pessoas de um
dia para o outro. O entusiasmo era crescente e muitos pareciam
estar sendo libertos da opressão da religiosidade.
Estávamos no intervalo, e eu tomava um cafezinho. Quando
me dei conta, vi-me rodeado por quatro líderes mais zangados
que vespas. Depois de vários minutos absorvendo comentários
acalorados, constatei que sua irritação se devia à minha insis
tência em afirmar que os cristãos estão livres até mesmo dos
Dez Mandamentos.
— Mas a observância do sábado faz parte dos Dez Manda
mentos, e vocês não adotam o sábado judeu, que vai da noite da
sexta à noite do dia seguinte, não é? — perguntei.
— Bem, não.
— Se é assim, isso sig nifica que você s estão sujeitos a os Nove
Mandamentos, excluindo o do sábado?
Nesse momento o intervalo chegou ao fim e encerramos nos
sa discussão.
— Só uma ideia para vocês pensarem — comentei enquanto
retornávamos à sala do seminário.
S u b st it u t o m e d ío c r e
Deus nunca nos deu permissão para dividir a Lei em par
tes favoritas para que possamos escolher até que ponto nos
56
Religião é dorde cabeça
Gálatas 5.23.
V. Gálatas 5.1S.
57
0 evangelho nu
Gaiatas 3.2,3.
D eus não quer que os crentes sejam motivados pela Lei ou
não
por regras.
dizendo aqui.Mas é importante esclarecer o que eu estou
A Lei em si não é pecaminosa. Os que a odeiam, conhecidos
como antinomianistas, interpretam errado as Escrituras desde
a época da igreja primitiva. Dizem que a Lei é má. Combatendo
essa falsa doutrina, o apóstolo Paulo chama a atenção para o
fato de que a Lei não é pecado. Na verdade, declara que ela é
san ta, justa e boa: “ De fato a Lei é santa, e o mandamento
é santo, justo e bom ” . 1
Assim, a Lei não tem nada de imperfeito. Ela não tem má-
cula. A posição exata da Lei não é de algo com defeito. No
entanto, seu padrão perfeito, quando combinado ao esforço
humano, resulta em fracasso. Em resumo, a Lei é perfeita, mas
não aperfeiçoa ninguém.
E l a v e i o para fi c ar
1 Romanos 7.12.
60
Religião é dor decabeç a
61
0 evangelho nu
A LEI SATISFEITA
O propósito de Deus, portanto, não é cumprir a Lei no meio
dos cristãos hoje. Por que não? Por que ele já fez isso .5 Por
conseguinte, o Espírito Santo não tenta conduzir os cristãos à
submissão da Lei. Nem os ajuda a cumpri-la. Jesus já satisfez as
exigências da Lei. E quem é nascido do Espírito tem as exigên
cias da Lei creditadas a seu favor:
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Religião é dordecabeça
V. Romanos 7.4.
Gálaras 2.19.
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0 evangelho nu
C a d á v e r co l o m bi ano
64
Religião é dordecabeça
suasKatharine
grandes dívidas de jogotanto
testemunhou com ao máfia local.extremo quanto
legalismo
a imoralidade extrema a um só tempo. Tais acontecimentos ul
trajantes serviram para ilustrar um ponto importante da vida
segundo a Lei. Podemos vestir-nos bem, brincar de igreja e con
quistar o respeito de quem está à nossa volta trombeteando as
regras religiosas severas que dizemos abraçar. Mas decoração
de fachada, por melhor que seja, não muda a realidade. Cedo
ou tarde, a vida debaixo da Lei se mostrará.
Em Cristo, morremos e nascemos de novo — livres da Lei.
Portanto, não precisamos fingir nada. Brincar de igreja sempre
leva a mais pecados.
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9
opção.
O SÁBADO DE HOJE
Para os judeus, o sábado era essencialmente um lembrete do
sétimo dia da criação, quando Deus descansou após realizar seu
trabalho. Por esse motivo, Deus ordenou que Israel se lembrasse
do dia do sábado e o reservasse para o descanso.
Hoje também olhamos para trás, para a obra concluída da
criação. E xclam amos juntamente c om o rei Davi quão criati vo e
belo é o Universo . 1 No entanto, um feito maior do que a criação
1 V. Salmos 8; 19.
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Religião é dor de cabeça
2 V. Joã o 19 .30.
2 Hebreus 4.9 -1 1, grifo nosso.
67
O evangelho nu
ROUBANDO A DEU S?
Muitos que se percebem livres da observância semanal do sá-
bado ainda assim afirmam que Deus exige no mínimo 10% de
sua renda. Se você não der pelo menos esse percentual para
a igreja, dirã o que está “ roubando a De us” . Mas de onde vem a
ideia do dízimo?
O irmão de José, Levi, foi o antecessor da tribo singular dos
levitas. Quando os israelitas fugiram do Egito e conquistaram
a terra prometida por Deus, dividiram o novo território em tri-
bos. Mas os levitas não receberam terra para cultivar e produzir
alimento. Em vez disso, foram instruídos a servir como sacerdo-
tes no tabernáculo.
Debaixo da Lei, os sacerdotes não tinham permissão de
possuir casas, propriedade ou bens. Então como a tribo de
sacerdotes sobrevivia? Pelo apoio recebido das demais tri-
bos. Assim, o dízimo para os sacerdotes, ou a oferta de 10%,
era ordenado pela Lei. Portanto, a tribo de sacerdotes podia
manter um padrão aceitável de vida enquanto servia a Deus
em tempo integral.
O atual ensino cristão sobre a oferta costuma ser contra-
ditório. Se um pastor ou líder de igreja usa o termo dízimo e
determina que 1 0 % é o padrão para essa oferta, está ensinando
a Lei. Examinando a vida desse mesmo líder, talvez constate-
mos uma contradição patente. Ele pode ter casa, propriedades *
e bens! Talvez também receba
Se um pas tor ou Ifder emolumentos extras por oficiar
de igreja usa oterm o casamentos, escrever livros ou
dízim o e determin a atuar como professor de semi-
que 10% é o padrão nário. A mesma Lei que ordena
para essa ofer ta, o dízimo de 1 0 % não lhe per-
está ensinando a Lei. mite fazer nada disso.
68
Religião é dordecabeç a
T r ê s quartos da su a B íblia
Agora que discutimos nossa libertação do dia de sábado e do
dízimo, uma questão óbvia não quer calar: Bem, se é assim,
qual a utilidade do Antigo Testamento? Antes de começar-
mos a tratar dessa importante questão, devemos ter em mente
o seguinte:
69
0 evangelho nu
70
Religião é dorde cabeça
6 Salm os 51.11.
71
A história começou em um jardim, quando uma mulher
mordeu o fruto oferecido por uma serpente . 1 E evidente que
seu objetivo era cometer uma maldade, certo? Na verdade, não.
Nosso erro é achar que Eva estava motivada pelo desejo de
praticar o mal. Nada mais distante da verdade. O que ela queria
mesmo era evitar o mal e fazer o bem. Em resumo, queria fazer
0 que Deus faz — escolher por si própria, apta a detectar o mal
e preservar o bem.
A ÁR VOR E DA MORALIDADE
Adão e Eva não comeram de uma “ árvore do m al” . Comeram
da árvore do conhecimento do bem e do mal. Temos aqui uma
distinção importante. Eles não buscavam o pecado como cos
tumamos pensar. Buscavam uma forma de religiosidade. Tenta
ram ser como Deus. A serpente foi bem-sucedida em seduzi-los,
e a isca que ela usou foi a religiosidade. Até hoje, isso é visto
como um objetivo válido.
Deus, porém, nunca pretendeu que a humanidade tomasse so
bre si o fardo de desenvolver e seguir um código de ética. A queda
1 V. Gênesis 3.5.
72
Religiãoé dor de cabeça
criar um sistema
Quando próprio Adão
imaginamos de certo e errado
e Eva foi uma
dando seu erro fatal. na
mordida
fruta, gostaríamos de poder perguntar a eles: “Como vocês pu
deram fazer isso? Quer dizer, só havia uma coisa proibida na
quele jardim, e vocês arruinaram tudo para todos nó s!” .
Mas qual foi a verdadeira motivação do primeiro casal? Ape
sar da desobediência flagrante de Adão e Eva, pode-se dizer que
eles fizeram o que fizeram por uma razão “justa” . Desejava m
agir “certo” e fazer a coisa “certa”. Queriam distinguir o certo
do errado para ter condições de escolher o certo e evitar o errado.
Como sabemos que eles não
estavam interessados no mal? A
Adão e Eva
afirmação persuasiva da serpen
repensaram a
te foi: “ [...] Quando vocês co
confiançaque
merem a fruta dessa árvore, os
tinham no cami nho
seus olhos se abrirão, e vocês se
deDeuseoptaram
rão como Deus [...] ’\ 2 Com isso,
os dois ficaram de queixo caído. por substi tuf-ia pela
moralidade.
Admiravam a bondade divina
e desejavam exibir essa mesma
qualidade. Não tinham o menor interesse na busca do mal. Aca
so já tinham visto algum comportamento pecaminoso antes?
O pecado srcinal não foi Adão e Eva torcerem o nariz para a
bondade de Deus. Foi a vontade de serem autores de um sistema
próprio de certo e errado, de modo que pudessem ter certeza de
que estavam agindo corretamente e evitando erros. Hoje, pode
mos ser enganados pelo mesmo tipo de oferta. Podemos acabar
2 Gênesis 3.5, Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
0evangelhonu
75
0evangelhonu
[...] Deus, [...], pelo grande amor com que nos amou,
deu-nos vidacom Cristo, quando ainda estávamos mor
tos em transgressões — pela graça vocês são salvos.6
Por que Jes us parece desviar-se de seu camin ho para opor-se aos
fariseus e a outros líderes religiosos? Por que ele os enfureceu
durante todo o seu ministério? Jesus curou no sábado, e eles o
5 Colossenses 2 .13 , grifo n osso.
6 Efésios 2.4 ,5, grifo nosso.
V. informação adicional 2.
8 Romano s 7.10 .
76
Religiãoédordecabeça
77
C r uz ando
FRONTEIRAS
81
0 evangelho nu
- Ga lara s 4.4,5.
V. informação adicional 3.
4 V. informação adicional 4.
S2
Cruzandofronteiras
OVERDADEIROCOMEÇO
C a n c e l a me n t o
Se estamos agora orientados por uma uma Nova Aliança, o que
houve com a Antiga? Ainda existe lugar para ela em nós? O que
dizem as Escrituras? Hebreus descarta a ideia de misturar as duas:
aproximamos de Deus.7
5 Hebreus 10 .9,10, grifo n osso.
6 Hebr eus 8.1 3.
7 Hebreus 7.18 ,19.
84
Cruzando fronteira s
85
Em todos os quatro E vangelhos , Jesus fala sobre a Lei.
Mas o que diz a respeito? E de que maneira as palavras de Jesus
deveriam afetar nosso modo de aplicá-la hoje?
A mpliação e espelhos
Lembro que, quando criança, tinha fascínio por um espelho da
minha mãe que ficava junto à pia. Era um espelho de mesa, re
dondo e dupla face. Bastava girá-lo em torno de um eixo para
passar do reflexo normal para um reflexo três vezes maior. *\pós
lavar o rosto, eu me olhava no lado normal. Meu rosto parecia
limpo e claro. Quando virava o espelho, no entanto, o lado
aumentado revelava coisas que eu não conseguira ver antes.
Falhas na pele antes escondidas se tornavam visíveis na imagem
ampliada.
Aqui estão dois exemplos de como Jesus falava sobre a
Lei. Analisando suas palavras, veja se você consegue identi
ficar de que maneira ele expõe, como uma lente de aumento,
a sujeira no rosto da humanidade. Até os campões da época
em cumprimento da Lei pareciam imundos à luz do que a Lei
de fato requer:
86
Cruzandofronteiras
87
0 evangelho nu
4 V. Mateus 5.29,30.
5 Marcos 10.20-22.
88
Cruzandofronteiras
U m sermão d e a r r a s a r
Barbara lutava contra a depressão havia mais de uma década.
Circunstâncias dolorosas deixaram-na devastada, a ponto de
lhe restar pouca esperança. Um dia, ela assistia à TV quando o
programa da nossa igreja entrou no ar. Barbara me ouviu falar
sobre a batalha que eu tive contra a culpa e a ansiedade em
nome de um pretenso desempenho em nome de Deus.
Barbara travava uma luta tão semelhante que decidiu telefo
nar para mim. Conversamos apenas duas vezes e ela já come
çou a observar certa mudança. Havia uma diferença no modo
de ela se sentir acerca de si própria, sua percepção de Deus e seu
nível de energia como um todo a cada novo dia vivido.
Barbara compartilhou comigo que se sentia desanimada len
do a Bíblia. Havia sempre mais obrigações a cumprir do que ela
estava fazendo.
“Toda vez que pegava minha Bíblia, eu me sentia um fracas
so”, confessou.
Ultimamente, no entanto, isso mudou. Examináramos uma
dúzia de passagens das Escrituras sobre sua identidade em
89
0evangelhonu
90
13
até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, po
rém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle
do tutor ” .3
A Lei nos conduziu a Cristo.
A Lei nos conduziu De que maneira? Agindo como
a Cris to. um padrão de medida com o
qual medimos nossa moralida
de. Não alcançamos o objetivo. A solução de Deus foi justificar-
-nos, declarar-nos retos, por obra de Cristo. Paulo então nos
pede para considerar o seguinte: Primeiro, como recebemos o
Espírito — pela fé ou pela Lei? Segundo, o que deve supervisio
nar nossas ações agora?
MÚLTIPLA ESCOLHA
Na faculdade, eu ficava aliviado quando os professores esco
lhiam o formato da múltipla escolha para as provas. Mesmo
sem estudar, havia a possibilidade de eu me esforçar e identi
ficar a resposta certa. Em Gaiatas, o apóstolo questiona seus
leitores sobre os anos de aprendizado a que se submeteram de
baixo de seu ensino. E Paulo ainda facilita as coisas para eles
dando-lhes opções de múltipla escolha.
Se Paulo fosse reescrever essa porção da carta em formato de
teste, talvez ela ficasse assim:
Questão 1 : Como você foi salvo?
O guardando a Lei
O crendo na Palavra que ouvi
Questão 2 : Como espera crescer?
O por meu próprio esforço
o Pel° Espírito
3 Galaras 3 .24,25.
92
Cruzandofronteiras
salvação
com a Lei.não
Detivera nada atam
igual modo, ver é vivida
Crist o quepela fé no
habita em
pouco a maturidade em Cristo é nós, não pela Lei.
alcançada por esforço humano.
Paulo enfatiza que a Lei não deve agir como nosso tu
tor. Ele está referindo-se à salvação ou à vida cotidiana? Às
duas coisas. Primeiro, somos salvos ao ouvir pela fé. Uma vez
salvos, nossa vida cotidiana é vivida pela fé no Cristo que
habita em nós, não pela Lei. O Espírito em nós é mais que
suficiente para produzir vida, coisa que a Lei jamais conse
guida: “Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão
debaixo da Lei ” .4
A FÓRMULA SECRETA
Portanto, se as Escrituras dizem que não há lugar para a Lei na
vida do crente, a questão mais lógica que se segue é: se a Lei
não nos serve de guia moral, quem exerce esse papel? Como
cristãos, temos o desejo inato de que nosso comportamento seja
o correto. De fato, a vontade de agradar a Deus é o que leva
alguns a abraçar o erro de uma vida baseada na Lei!
Felizmente, Deus não nos tirou de debaixo da Lei para nos
deixar sem nada. Quando cremos, o Espírito Santo passa a vi
ver em nós. Ele produz frutos por nosso intermédio quando
dependemos dele. Mas é importante reconhecer o “sistema”
utilizado pelo Espírito Santo no lugar da Lei. Ele opera atra
vés de um sistema radicalmente diferente, a saber, o sistema
4 Gá latas5.18.
93
0 evangelho nu
efeitos da graça.éEla
do; na verdade, não para
a cura é apenas um tratamento para o peca
o pecado!
Quando questionamos a função da graça em nossa vida,
insultamos a inteligência de Deus. Ele introduziría uma Nova
Aliança que não só permite como também, na verdade, promo
ve o pecado? Deus é tolo a ponto de achar que a graça de fato
nos motiva a levar uma vida de temor a Deus?
O segredo é que a graça desativa nosso orgulho. Retirar a
Lei de nossa vida significa que nosso esforço próprio não é mais
estimulado a assumir um comportamento de controle. A Lei in
centiva o esforço humano. Encoraja-nos a depender de recursos
5 Tito 2. 11, 12, grifo nosso.
94
Cruzandofronteiras
Fu g a d a prisão
95
O evangelho nu
V. informação adicional 5.
8 Gaiatas 5.1.
96
A teando fogo
ÀS MATRIOSKAS
Mas isso é bíbli co? Não creio. E, como resultado, isso im pede
o descrente de entender sua natureza decaída por nascimento.
99
0 evangelho nu
SANTOS DE NASCENÇA
Em um piscar de olhos, os cristãos compram a ideia de que
o mundo está cheio de pecadores. Uma vez esclarecidos pelas
Escrituras, também concordamos que nascemos em condição
pecaminosa. Talvez porque a morte espiritual seja um estado
vil, concordamos facilmente com a ideia de que o mundo está
caído. Mas, quando se trata de acreditar que somos 100% jus
tificados pelo renascimento, gaguejamos e temos dificuldade
para falar. Resumindo, nós, crentes, concordamos que “o nas
cimento determina a identidade” para o mundo, mas não para
nos.
0nascimento Segundo a linha católica de
determinaa pensamento, santos são aqueles
identidade. que sofreram pelo evangelho.
Eles realizaram milagres e su-
postamente alcançaram um estado moral mais elevado do que
os simples José e Maria que existem por aí. No pensamento pro
testante, contudo, a palavra santo não costuma ser usada para
descrever um indivíduo cristão. Parecemos sentir-nos mais con
fortáveis com os termos crente, cristão ou salvo. De fato, somos
capazes de nos descrever como pecadores , embora mais que de
pressa acrescentemos a expressão salvos pela graça ao final da
frase.
Muita gente tem dificuldade de aceitar o adjetivo santos (sig
nificando “ sagrad os” ou “reserva dos, separados para Deus” ). De
100
Ateando fogo às matrioskas
O s REC TO R E OS F ARLEY
Quando eu era adolescente, minha família e eu moravamos em
uma fazenda de cavalos no norte da Virgínia. Nossos únicos
vizinhos próximos eram os Rector. Havia quatro meninos na
família, e eu gostava muito de passar o tempo com eles. Andá-
vamos a cavalo, pescavamos e corríamos pela fazenda sobre
quadriciclos.
Dois filhos dos Rector eram mais velhos que eu; por isso eu
os respeitava. Eles eram legais comigo e eu me sentia privilegiado
em poder segui-los de perto aonde quer que fossem. De repente
eu me vestia como os Rector, penteava o cabelo como eles, até
falava e agia como eles. Eu ia à casa deles quase todos os dias,
almoçava com eles, brincava com o cachorro deles, Skipper, e jo
gava futebol americano no quintal deles. Eu me sentia um Rector.
Sempre que acontecia uma reunião ou encontro de família,
contudo, a realidade se impunha. Eu não era convidado. Em
bora parecesse com eles, falasse e agisse como eles, não era um
Rector de nascença. Minha certidão de nascimento sempre dirá
Farley. Ainda que eu fosse adotado pelos Rector, não partici
paria de verdade da linhagem de sangue dos Rector. Por quê?
Porque o nascimento determina a identidade.
101
0evangelhonu
I magem é tudo
102
Ateando fogo às matrioskas
dia Assim
tentar como
imitareuJesus
imitava os pelo
Cristo integrantes
resto dadavida.
família Rector,nem
Contudo, po
a conformidade com um comportamento como o de Cristo me
2 V. Colossenses 3.10.
103
O evangelho nu
oa cerne
refinardamelhor seuouestilo
questão, seja, de vida. Antes,Enquanto
o nascimento. estava tratando
alguns
consideram o cristianismo um programa de aperfeiçoamen
to comportamental embala
0 plano de Deus era do em parâmetros religiosos,
na verdade umatroca Jesus revelou que o plano de
de natureza. Deus era na verdade uma tro
ca de natureza.
104
Ateandofogo às matrioskas
mento médico.
Na salvação, somos iça Um novo DNA,vivo,
dos da linha da vida de Adão é implant ado no
e transferidos para a linha da nossoespírito.
vida de Cristo. Nosso DNA es
piritualmente morto é extraído por milagre e um novo DNA,
vivo, é implantado no nosso espírito. Tornamo-nos parte de
uma nova família.
na
Não estamos mais carne.
Estamos no Espírito.
A cirurgia tem todos os tipos de implicações em relação a
quem de fato somos, para o que fomos projetados e o que nos
satisfaz no nível mais profundo da nossa pessoalidade.
105
M uitos a n o s a tr á s , minha m ãe colecionava bonecas russas
conhecidas como matrioskas. Se você conhece esse tipo de bo
neca, sabe que elas escondem segredos imperceptíveis à primeira
vista. Feitas de madeira, são cortadas ao meio, de modo que, ao
puxar a metade superior de uma delas, ela se abre, revelan
do outra boneca menor no interior. Tirando a boneca seguinte,
você descobre mais uma dentro dela, e assim por diante até
extrair a última boneca, claro. Olhando de fora para a maior
delas, você jamais adivinharia o que há do lado de dentro.
Como uma boneca está
A maioria de nós nâo dentro da outra, o que aconte
pensa muit o sobre cer com a maior, isso acontecerá
oquesignificaestar com as demais. Se você erguer
escondido em Deus. a boneca e colocá-la sobre uma*
prateleira, todas as outras den
tro dela irão para o mesmo lugar. Se a jogar no fogo, as de dentro
também serão queimadas.
As matrioskas ajudam-me a entender o que significa estar
em Cristo. A Bíblia conta que nossa v ida ago ra “ [...] está es
condida com Cristo em Deus ” . 1 Imagino que a maioria de nós
1 Colossenses 3 .3.
106
Ateando fogo às matrioskas
nos apropriemos.
Paulo fala a coríntios e colossenses sobre essa transferência
espiritual do nosso eu para Cristo:
Se u pr ó pr i o funeral
107
0evangelhonu
onos
bastante! Deus vai
fazer assentar além
à sua ao nos
direita ressuscitar
com dentre os
Cristo: “Deus nosmortos e
ressusci-
tou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais
em Cri sto Jesu s ” .5
Durante um curto intervalo de tempo, Jesus Cristo andou
como um de nós, em semelhança de carne pecaminosa. Hoje,
porém, está assentado nos céus com Deus. E nós estamos uni
dos a ele! Não nos unimos apenas ao Messias que andou neste
mundo e permaneceu por algum tempo em posição inferior à
dos anjos. Estamos unidos ao Cristo ressurreto.
Às vezes nos vemos como pecadores nos braços amoro
sos de um Deus que finge não nos ver como de fato somos.
Talvez imaginemos que Deus use um par de “óculos de Je
sus” escondendo de seus olhos nossa real condição. Acha
mos difícil entender a ideia de que ele nos chama de justos
porque so m os ju stos de verdade. Parecemos mais humildes
considerando-nos vermes imundos à espera da metamorfose
em lindas borboletas.
108
Ateando fogo às matrioskas
que são como ele em espírito. O Espírito Santo não reside naqueles
que permanecem mesmo que apenas 1 % maculados pelo pecado.
Todavia, nós fomos perfeitamente limpos. E fomos perfei
tamente justificados até o mais profundo do nosso ser através
de uma cirurgia espiritual. Esse é o único caminho pelo qual
podemos desfrutar um mísero momento de relacionamento
com Jesus Cristo.
A ESSÊNCIA
Alguns veem o cristianismo como um movimento ou uma cam
panha. Observamos as pessoas comportar-se de acordo com de
terminados padrões e influenciar outras a agir da mesma forma.
Em certos sentidos, deixamos de reconhecer que o evangelho
6 V. Mateus 5.20.
109
0 evangelho nu
T ra n s m i ti n do a essência
Colossens es 3.3,4 .
Ateando fogo às matrioskas
É REAL
Aqueles que se entregam a Cristo passam por uma metamorfo
se miraculosa no centro de seu ser. Quem eram em Adão não
existe mais. Eles se transformam em novas pessoas, filhos de
Deus em Cristo.
O acontecimento-chave que provoca essa mudança é a
morte, o sepultamento e a ressurreição com Cristo. Essa tro
ca miraculosa não é figurativa nem simbólica, mas literal e
sicionai
Creioouque
do Romanos
progressivo.
6 , por exemplo, deve ser lido da mes
A BATALHA INTERIOR
Antes de continuarmos, considere uma questão importante: se
encontrarmos uma resposta satisfatória para o porquê de ain-
da lutarmos contra o pecado, poderemos enfim acreditar que
nosso velho homem está morto e enterrado, e que nenhuma
porção dele continua presente dentro de nós? O meu desejo é
levar você a conhecer a pureza de quem é como nova criação, e
ao mesmo tempo, que você seja capaz de explicar a luta contí-
nua contra o pecado. Se internalizarmos essas duas realidades,
estaremos equipados para encarar a vida cotidiana e a tentação
exatamente como Deus sempre pretendeu.
Partiremos da premissa de que conhecer a fonte da tentação
é de grande valor para resistir à tentação. Se você já tentou re-
sistir aos próprios desejos, sabe quanto isso pode ser difícil. Por
exemplo, no esforço para evitar a dor do amor não correspon-
dido, você tenta não amar ninguém. Ainda assim, seu coração
clama por isso. Você não pode fingir que o amor não exista. Ou
então você quer perder peso e tenta resistir à vontade de comer
seu doce favorito.
Se resistir ao pecado significa dizer não ao que desejamos de
verdade, então nossa busca pela vitória sobre a tentação fracas-
sará. Felizmente, porém, não é esse o quadro que Deus pinta
para nós. Antes, ele revela uma entidade chamada carne que
trabalha para nos impedir de fazer o que de fato queremos.
P roblemas d e tradução
Já de início, precisamos distinguir o termo carne da expressão
natureza pecaminosa. A palavra grega usada nos manuscritos
Ateando fogoàs matrioskas
srcinais é sarx , que se traduz lite ralmente por “ car ne” . Sarx
foi traduzida assim pela versão New America n Stan dar d Bible
e várias outras versões em língua inglesa. No entanto, uma
tradução popular, a Neta International Version , usou a expres
I dentidade carnal
2 V. ZPedro 1.4.
! lCo rín tios 1.26, Almeida Revista e Corrigida .
Ateando fogo às matrioskas
euma
religiosidade
identidadeera
realdigno de dó quando comparado a conhecer
em Jesus Cristo.
’ Filipenses 3.4-6.
117
0 evangelho nu
O REVERSO DA MOEDA
Quando pensamos no termo carne , tendemos a imaginar traços
ruins sendo produzidos na vida da pessoa — fofoca, luxúria
e outras manifestações repulsivas de pecado. Embora a Bíblia
considere tais atitudes atos da carne, há o outro lado da ques
tão. É claro que a carne se deleita em nos levar na direção do
mal evidente. Mas ela também se satisfaz da mesma forma ini
ciando uma vida religiosa ou moral admirada pelos outros!
Não acredite, nem por um minuto, que a carne é limitada
em seu campo de abrangência para produzir comportamentos
repulsivos. Ela é capaz de desenvolver qualquer tipo de identi
dade, desde que seja alvo de amor, atenção e aceitação. Leia a
pergunta de Paulo dirigida aos gálatas e veja se você consegue
identificar o “tipo” de carne em operação na vida deles: “Sois
assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais,
agora, vos aperfeiçoando na carneV .5
A carne não tentava gerar comportamentos repugnantes nos
gálatas. Antes, aqueles cristãos vinham empregando esforço
carnal como meio de se aperfeiçoarem (crescerem) em Cristo!
Consideravam a própria inteligência e fortaleza moral um ca
minho para a maturidade espiritual.
Estamos menos fora do curso hoje?
Fomos feitos para crescer do mesmo modo que recebemos Cris
to logo de início — pela dependência dele. Não há substituto para
a obra que Cristo realiza em nossa vida. Um método de autoaper-
feiçoamento baseado na carne pode ser atraente se não estivermos
informados acerca do caminho de Deus para a maturidade. Mas
o caminho de Deus é simples e direto: Jesus e nada mais! Como
Paulo escreve: “Estou convencido de que aquele que começou boa
obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus ” .6
5 Gálatas 3.3, Almeida Revista e Atualizada , grifo nosso.
6 Filipenses 1.6.
118
Ateando fogo às matrioskas
Uma definição
importantes:
A carne não é o
cias se apresentam. velho homem.
S e ja voce mesmo
Você já fingiu ser alguém que não é? Talvez, para impressionar
alguém, você tenha dado a impressão de ser mais do que na
verdade é. Agir de maneira incoerente com quem somos é mais
do que possível. E, normalmente, fazemos isso quando estamos
preocupados com o que os outros vão pensar.
1 19
0 evangelho nu
para andar
Para nas atitudes
o cristão, e ações
em razão quenova
de sua Deusidentidade
já preparou
empara nós.
Cristo,
ser ele mesmo e expressar Cristo é a mesma coisa. Deus plane
jou que assim fosse, de modo que nosso novo eu e nossa união
com seu Espírito fazem-nos desejar o que ele deseja. O mer
cado da satisfação real é monopólio divino. Deus instalou em
nós o desejo intenso e infinito de que encontremos satisfação
expressando sua vida.
Efésios2.10.
120
17
121
0 evangelho nu
Observe que Saulo põe a culpa em algo que não é ele. Uau!
Aqui vemos que os pensamentos pecaminosos tinham srcem
2 Rom anos 7.15-17, grifo nosso.
Ateando fogo às matrioskas
E scravos d e nascença
Então por que Saulo de Tarso não era capaz de fazer o que é
bom? No versículo seguinte, ele revela a causa de seu compor
tamento confuso: “Ora, se faço o que não quero, já não sou eu
quem o faz , mas o pecado que habita em mim ” .45
Sem dúvida, Paulo está transferindo o crédito para outra coi-
sa que não ele. Se você não percebeu essa importante verdade
ainda, reserve alguns minutos para ler a segunda metade de
Romanos 7 com bastante atenção. Observe o que ele enfatiza
duas vezes, tanto no versículo 17 quanto no 2 0 .
Teólogos debatem se Paulo era ou não salvo quando passou
pela experiência de Romanos 7. Penso que Romanos 7 relata a
luta de Paulo como judeu, uma vez que ele se anuncia como es
tando “na carne” e sendo “vendido como escravo ao pecado ” .3
Uma vez salvo, o apóstolo Paulo sabia que morrera para o pe
cado e estava liberto agora.
Determinar se Romanos 7 descreve uma experiência pré
124
Ateando fogo às matrioskas
6 V. informação adicional 6.
Romanos 6.12, grifo nosso.
0 evangelho nu
UM PARASITA
Imagine que você vá passar as férias em um lugar de clima tro
pical. Depois de fazer o cbeck-in no hotel, você calça um par
de sandálias e segue pela trilha até a praia. Mas, no caminho,
um parasita local se prende ao seu pé. Com o tempo, ele vai
cavando
que você cada
nem vez mais que
percebe até ele
se alojar fundo em seu pé — tanto
está ali.
Nos meses seguintes, o parasita começa a crescer, alimen
tando-se da sua vida. Por fim, a devastação que ele provoca
começa a enviar sinais de dor para o cérebro. Com o tempo,
a dor é cada vez mais difícil de suportar. E você pensa: Há
algo errado comigo. Há algo errado com meu pé ” . Sem sab er
o que há dentro do pé, você presume que o problema seja o
pé em si.
Ao longo dos meses e anos seguintes, você consulta inú
meros médicos, mas nenhum detecta a presença do parasita.
Por fim, você conclui que só há uma solução — amputar o pé.
126
Ateando fogo às matrioskas
127
É fácil perceber p o r que costumamos supor que o velho
homem está apenas posicionalmente morto ou morrendo aos
poucos. O velho homem ainda deve estar por perto, pois con
tinuamos tendo incômodos pensamentos pecaminosos. Certo?
As Escrituras, contudo, parecem não deixar espaço algum
para mal-entendidos no que diz respeito à questão do ve
lho homem. Se você está em Cristo, seu velho homem não
se encontra em parte alguma do seu interior na qual seja
possível achá-lo. O velho homem está morto, enterrado, “já
era”. No entanto, agora entendemos por que os que creem
ainda pecam. Pecamos por causa da presença constante de
algo chamado poder do pecado — que nos “fisga” de várias
maneiras pela carne.
Já li incontáveis livros de teologia e vida cristã que começam
com a premissa de que ainda pecamos e então concluem que o
velho homem continua por perto . 1 Decidem que os cristãos têm
dois eus e ainda p recisam “ morrer par a o eu” . E já aconteceu
de base
de me apontarem os seguintes
a uma teologia da morteversículos de V
para o eu: .Efésios para servir
V. informação adicional 7.
128
Ateando fogo às matrioskas
outra razão pela qual ainda pecamos. Optando por essa abor
dagem, os ensinamentos de Paulo sobre a carne e o poder do
pecado dentro de nós fazem muito sentido.
Essa distinção é importante? Com certeza. Eu argumentaria
ser essencial tanto para termos uma autoimagem apropriada
quanto para alcançarmos uma vitória diária sobre a tentação.
Precisamos conscientizar-nos de que dizer não ao pecado não
é dizer não a nós mesmos. Como obra de Deus, nosso eu re
generado não é o problema. O pecado é o problema, e nosso
chamado como nova criação em Cristo consiste em dizer não
ao pecado e sim a quem de fato somos.
N o C OR P O?
ju n to de m im .
130
Ateando fogo às matrioskas
131
0 evangelho nu
QUAL O PROBLEMA?
É libertador constatar que a fonte da tentação é o pecado, não
nosso e u.7 Contudo, esse conhecimento isolad o realmente ajuda
a produzir uma melhoria marcante no modo pelo qual reagimos
à tentação? Bem, com certeza, mal não faz! Existem, porém, al
gumas outras peças do quebra-cabeça para encaixar. Não basta
conhecer a fonte da tentação. Também é importante perceber
que nós temos o poder de resistir a essa fonte.
Os descrentes estão espiritualmente sujeitos às amarras do
poder do pecado. Como um cavalo conduzido por rédeas, os
descrentes são controlados pelo reino do pecado. Quando uma
pessoa se aproxima de Cristo, seu velho homem, até então con
trolado pelo pecado, morre por intermédio da obra da cruz.
Um novo eu é criado pela ressurreição em Cristo. Se estamos
em Cristo, não precisamos nos submeter mais ao pecado. So
mos livres para escolher expressões de vida em vez de sempre
expressar pecado e morte:
V. informação adicional 9.
Romanos 6.6,7.
V. Romanos 6.11.
Ateando fogo às matrioskas
çar muito para crer a fim de tornar nossa morte para o pecado
uma realidade. Não é esse o sentido dos termos reconheça ou
considere. Essas palavras querem dizer “confie no fato” de que
você está morto para o pecado porque Deus o disse (e assim é):
“Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas
vivos para Deus e m Cristo Je su s” .
Somos convidados aqui a viver na realidade. Se estamos vi
vendo segundo o pressuposto de que o pecado é a coisa mais
natural para nós, estamos sendo iludidos. Somos diferentes do
que éramos antes. Agora vivemos para Deus e precisamos acei
tar uma verdade essencial: E mais normal, mais adequado e
mais condizente conosco exibir o fruto do Espírito do que exi-
bir o pecadol
133
0evangelhonu
Deus está dizendo que você agora está 100% de bem com
ele. Deus não se associa espiritualmente a pessoas neutras. Ele
se reserva exclusivamente para santos perfeitos e justos.
A notícia surpreendente é que ele fez de nós exatamente isso!
V u l n e r á v e is !
Muitos de nós já chegamos a extremos em nossa fé. Cremos
que Deus chamou o Universo à existência. Acreditamos que um
dilúvio tragou o que se conhecia por mundo e que um homem
passou três dias dentro de um peixe grande. Ainda por cima,
cremos que Jesus ressuscitou dos mortos e depois subiu aos
céus flutuando no ar, diante de várias testemunhas.
134
Ateando fogo às matrioskas
Deus nos concede um novo coração. Isso quer dizer que nos-
sos desejos íntimos estão mudados agora. Também recebemos
novo espírito. Observe que a palavra espírito aqui está tradu-
zida com um e minúsculo para transmitir a ideia de que o espí-
rito humano
Espírito é que
de Deus foirotrocado.
dent Por fim,muitos
de nós. Embora também recebemos
cr istãos o
tenham
consciência da presença do Es-
pírito Santo em seu interior, 0espíritohumano
talvez não o diferenciemos do équefoitrocado.
espírito humano, que morreu e
foi recriado para ser como Cristo.
As Escrituras são claras quando falam a respeito da nossa
união com Cristo. E fundamental entender não só a presença de
Cristo em nós, mas também quem somos nele. Espero que essa
breve análise em nossa real identidade tenha despertado seu
10
Ezequiel 36.26,27, grifo nosso.
O evangelho nu
da nossaouincapacidade
mente, de explicar
do nosso medo por que
de os outros pecamos
pensarem quecontinua-
alegamos
perfeição impecável em nosso desempenho. Uma vez aceita a
explicação de Deus para o pecado constante, somos revitaliza-
dos para considerar nossa morte e ressurreição espiritual como
um fato que mudará para sempre nossa abordagem da vida:
“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas
antigas já passaram ; eis que surgiram coisa s nov as! ” .12V
.
V. ICoríntios 6.17.
12
ICorínrios 5.17.
T raindo J esus
139
O evangelho nu
tendo
sido purificados uma vez por todas
140
Traindo Jesus
ocupamos
Deus capazdiante dele.mais
de trazer A conclusão é quenossos
perdão sobre não há diálogoNão
pecados. com
4 Hebreus 9.22.
141
0 evangelho nu
142
TraindoJesus
— não conseguem
Discutirei a ideiafazer queda
bíblica mais sangue seja
“confissão” em derramado.
breve, mas, sen
do realista, só temos duas escolhas: (1) aceitar como fato o
perdão completo e incondicional pelo qual Deus pagou com
a crucificação de seu Filho, ou (2) criar nosso próprio sistema
para nos sentirmos melhor com os nossos pecados.
Na verdade, os judeus se sen
tiam melhor (sim, no mundo Sóosangue
real!) devido ao sangue de touros trazperdão.
e bodes derramado em benefício
deles. Nenhuma “ativação’'’ posterior era necessária que fizesse
valer o perdão. O ato do sumo sacerdote de abater o animal era
suficiente para fazer que a nação inteira de Israel proclamasse seu
alívio da culpa no mundo real. A única diferença entre aquela épo
ca e agora é que os sacrifícios do Antigo eram contínuos, ao passo
que o sacrifício de Jesus se deu uma vez por todas.
O que estamos dizendo então sobre o sacrifício de Jesus
quand o insistimos
Basicamente, em quea algo
insultamos obramais se ja feito Estamos
do Calvário. para “ ativá-lo
dando” ?
valor ainda menor ao sacrifício do Filho do que o povo do An
tigo sistema dava aos sacrifícios de animais.
143
I m agi ne a festa d o aniversário de meu filho, Ga-
pri m ei ro
14 4
TraindoJesus
145
0evangelhonu
Você vive consumido por seus pecados quando Deus diz que
ele próprio nem se lembra mais deles? Está disposto a concor-
dar quando digo que o foco deixou de ser seus fracassos? E está
pronto a agradar o Pai por meio da obsessão pelo Filho?
O Filho de Deus concluiu a obra que veio realizar. Ressusci-
tou e está agora assentado nos lugares celestiais. Só há uma res-
posta adequada: todos os olhos devem estar concentrados nele!
repetidas vezes
um a ve z por todas
146
Traindo Jesus
147
0evangelhonu
M AI S QUE EX PI AÇ ÃO
oE Novo.
justo promover algum
Debaixo de tipoos de
ambos comparação
sistemas, entre oproduziu
só o sangue Antigo e
perdão. Mas há uma diferença importante entre os sacrifícios
de sangue debaixo do Antigo e o sacrifício único que inaugura
o Novo. Para começarmos a examiná-la, retornemos à declara
ção de João Batista sobre Jesus como sacrifício: “[...] Vejam! É
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”.3
Conquanto os antigos sacrifícios resultassem na expiação (co
bertura)dedos
sangue pecados,
Jesus o sangue
tirou nossos de JesusSangue
pecados! realizou algo não
animal maior. O
podia
alcançar tanto. Nunca houve sacrifício animal qualificado para
isso. Hebreus chama nossa atenção para essa verdade com o in
tuito de salientar a importância
Acruztratou, da cruz. Ela tratou, completa e
completa e inquestionavelmente, dos nos
inquestionavelmente, sos pecados para sempre.
dos nossos pecados Mesmo tendo sido orde
parasempre. nados por Deus para a nação
3 Jo ão 1.29.
148
Traindo Jesu s
P erdoado , m a s c o m medo ?
Hebreus 10.3,4.
149
0 evangelho nu
p ro p ic ia çã o pelos nosso s p e c a d o s
150
Um a cadeira era peça de mobília proibida no interior do
assen-
touse
151
0 evangelho nu
Hebreus 1.3.
Traindo Jesus
dos? Está ansioso por concordar com Deus quando ele o decla-
ra perdoado? Chegaria ao ponto de concordar com o autor de
Hebreus de que você foi aperfeiçoado para sempre? Qualquer
coisa menor que essas afirmações espantosas não é fé no evan-
gelho. Deus quer que saibamos que o verdadeiro perdão foi
conquistado em nosso benefício. E nosso, para que o desfrute-
mos. A liberdade da culpa é nosso destino diário, na condição
de crentes em Jesus.
P ropostas eternas
não são grande coisa. E pura semântica. Você sabe que está ca
sado de verdade; apenas gosta de pedi-la em casamento mais
e mais vezes.
Um ritual bem estranho, não acha? Sua esposa nunca dei
xaria você seguir em frente com algo tão ridículo. Repetir uma
pergunta como essa tantas vezes poderia até ser considerado
um insulto.
Se eu tentasse isso com minha esposa, ela me pediria para
reavaliar meus processos mentais. “Não se lembra da cerimô
nia? Dos votos? Das testemunhas? Casamos anos atrás. Estou
com o álbum de fotografias bem aqui. Passou. Vivemos em um
6 Hebreus 10. 17, 18.
154
Traindo Jesus
o “voto”
Na feitoalguns
verdade, por Deus de não
foram lembrar mais
testemunhas os pecados
oculares deles.
do sacrifício
definitivo. Não faria sentido insistir para que os leitores pedis-
sem perdão a Deus.
Eram judeus de nascimento. Tinham plena consciência da
matemática divina — só o sangue produz perdão. Na cabeça
deles, pedir perdão equivalería a solicitar a Jesus que pendesse
vezes e mais vezes do madeiro. Sabe como é — uma morte para
os pecados de hoje, outra para os pecados de amanhã e assim
por diante.
Eles sabiam das coisas.
155
22
156
TraindoJesus
3 V. ljoã o 4.3.
4 ljoão 1 .8, grifo n osso.
158
Traindo Jesus
de afirmar que
consideram não têm nenhum
a possibilidade pecado,
de mudar seu por
modoquedevocês não
pensar?
Em vez de afirmar que nunca pecaram, que tal concordar com
De us?” . Ele convida os gnó sticos a repensar seu ponto de vista.
Se admitirem seu caráter pecaminoso, Deus poderá fazer a obra
de salvação em sua vida.
Portanto, ljoão 1.9 é um convite para a conversão ao cris
tianismo que sem duvida continua relevante hoje. Se alguém
afirma estar sem pecado, está errado. Mas existe uma solução
para seu pensamento equivocado. Se estiver disposto a mudar
seu modo de pensar e confessar o oposto (que tem pecados
sim), então há esperança.
160
TraindoJesus
que os cristãos
ridículo, dada apermaneçam perdoados
impossibilidade e purificados.
para qualquer Isso seria
ser humano de
realmente fazer isso!
Pense bem. Você já cometeu Pense bem. Vocêjá
milhares de pecados dos quais comet eu milhares de
se esqueceu. Não é possível re pecadosdosquais
cordar todos a fim de confessá- seesqueceu.
-los e então ser perdoado. Por
isso os cristãos precisam ser purificados de toda injustiça —
uma vez por todas!
Essa interpretação contextualizada do versículo 9 pode ser
nova para aqueles de nós que têm entendido a passagem como
uma receita para os cristãos que acabam de cometer um pecado
isolado, ljoão 1.9 tem sido o “sabonete” que nos mantém pu
ros e em relacionamento com Deus.
Que tragédia! Ao adotar essa visão, deixamos de reconhecer
que só o sangue (não palavras) traz perdão. Falhamos por não
reconhecer o fato de que o sacrifício de sangue de uma vez por
todas de Jesus trouxe purificação para toda a vida. Assim, dia
logamos com Deus para nos sentirmos perdoados e purificados.
Esse sentimento serve de confirmação de que Deus acaba de nos
perdoar. Mas alguns não são capazes de evocar tal sensação e,
por conseguinte, acabam duvidando de seu perdão!
E sclarecendo o significado
d a confissão
161
0evangelhonu
respeito Fomos
satisfaz. à insensatez do pecado.
desenhados desdeSomos seuspara
o início filhos, e só elecom
concordar nos
ele, depender dele e viver a partir dele.
E igualmente importante reconhecer, porém, que não com
pelimos Deus a agir por causa da nossa confissão. Ele não está
à espera para nos conceder perdão ou purificação. Não precisa
mos apresentar-lhe “relatos curtos” dos nossos atos, já que ele
destruiu o livro de registro!
Deus tirou nossos pecados. Não se lembra mais deles. Como
crentes, para nós perdão e purificação não dependem de memó
ria, confissão ou súplica. Eles acontecem exclusivamente graças
à obra completa de Jesus Cristo.
A "OUTRA” CONFISSÃO
E o que dizer de Tiago 5.16? Tiago insta a que confessemos nos
sos pecados uns aos outros e oremos uns pelos outros. Mas isso
significa que devemos ouvir as lutas uns dos outros, dar conse
lhos quando apropriado e orar uns pelos outros. O contexto da
exortação de Tiago para que confessemos nossos pecados uns
aos outros não tem nada a ver com o fato de Deus nos perdoar
ou purificar.
A confissão a amigos de confiança e a Deus é saudável. E
normal e natural conversar sobre suas lutas com pessoas que se
preocupam com você. A verdade indispensável a ser compreen
dida,nossa
em no entanto,
vida. Já éfomos confissão não
que a purificados “dedáuma
início
vezà por
purificação
todas”
por meio de um sacrifício de sangue ocorrido no passado que
não precisa ser repetido.
162
TraindoJesus
5 V. Joã o 19.30.
163
23
Nas Escrituras,
maneira. a comunhão
Determinada pessoa oucom
estáDeus não é descrita
em comunhão dessa *
com Deus
Hebreus 10.2.
164
TraindoJesus
sempenho recente.
Certamente, continuamos amadurecendo em termos espiri-
tuais. E, quando pecamos, as consequências nos atingem. Não
podemos fugir às leis da Terra, tampouco à reação das outras
pessoas. Se pecamos contra alguém, podemos viver circunstân-
cias difíceis e nos desapontar com nossa escolha. Mas não deve-
mos confundir essas consequências terr enas com o afa stamento
da comunhão com Deus.
Nossa comunhão é estável e certa. O rosto de Deus está sem-
pre voltado para nós. Quando pecamos, ele se faz presente a
cada passo do caminho para nos ajudar a aprender com o erro.
Quão arrogante é presumir que somos capazes de sozinhos fu-
gir ao pecado, passar tempo distante da comunhão, para só
então retornar outra vez!
Se crermos na mentira de Jesusestevefora
que Deus ocupa uma cadeira da comunhão com
giratória, pronto para virar o seu Pai para que
rosto quando pecamos, acredi- isso nunca nos
tamos num Deus de amor e de acontecesse.
comunhão condicionais. Mas
isso é ignorar a obra de Jesu s, que da cruz clamou: “ [...] Meu
Deus! Meu Deus! Por que me aban don aste?” .2 Ele esteve fora
da comunhão com seu Pai para que isso nunca nos acontecesse.
No entanto, lamentar um mau procedimento é normal e até
esperado na vida cristã. Na verdade, eu me preocuparia com
quem não se entristecesse com os próprios pecados! Existe uma
tristeza ou um arrependimento sincero pelos pecados que leva a
2 Mateus 27.46 .
165
0evangelhonu
A oração do S enhor
T ratemos agora Senhor, na qual Jesus ensinou
d a oração do
166
TraindoJesus
Qual a reaçãoSentiram-se
entusiasmados? dos que ouviram
livres Jesus orar desse
de culpa? jeito?provável.
E pouco Ficaram
Jesus mostrava deliberadamente a seus ouvintes judeus a inuti
lidade de buscar perdão completo debaixo do Antigo sistema. A
pessoa que age segundo um sistema religioso condicional só pode
receber o que faz por merecer ou na medida em que dá aos outros.
Como no caso de outros ensinamentos desagradáveis de Je
sus, alguns têm tentado explicar de todas as maneiras possíveis
a severidade da oração do Senhor. Há quem sugira que nós,
cristãos, somos um povo perdoado e, portanto, temos a ten-
dência a perdoar as pessoas como Deus faz. Outros afirmam
que não existe nenhum conflito entre essa oração e as epístolas.
Mas Jesus deixa claro o sentido de suas palavras ao concluir
a oração: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai
celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos
outros , o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas:
Com certeza Jesus não está dizendo: “Como vocês são pes
soas tão perd oado ras...” . Pelo contrário, Jesus explicita uma *V .
167
0 evang el ho nu
UM A VELH A ORAÇÃO
Como já discutimos, o sangue dá início a uma aliança. Quan
do Jesus ensinou os judeus a orar, seu sangue não havia sido
derramado. Portanto, o Novo ainda não começara. A oração
do Senhor é uma das orações da Antiga Aliança, ensinadas aos
judeus antes que o perdão definitivo fosse alcançado.
Mas por que Jesus prescrevería a receita de buscar merecer o
perdão perdoando as pessoas? Talvez devido ao mesmo motivo
pelo qual disse ao homem rico que vendesse suas proprieda
des.89 Ou pela mesma razão segundo a qual disse a seus ouvin
tes judeus que arrancassem os próprios olhos e decepassem as
mãos na luta contra o pec ado.10 Possivelmente, também pela
8 Grif o nosso .
9 V. M ar co s 10.21 .
10 V. Mate us 5.2 9,3 0.
168
TraindoJesus
mesma motivação que o fez rogar aos judeus que fossem perfei
tos como o era o Pai celestial."
Jesus disse essas coisas com o intuito de gerar desespero, não
esperança.
A oração do Senhor
Qual esse
ouvisse seria ensino
sua reação se você
e quisesse é uma das oraç ões
segui-lo de coração? Como o da Antiga Aliança,
homem rico, todos os que fo ensinadasaosjudeus
ram sinceros acerca das pró antes que o perdão
prias possibilidades de alcançar definitivofosse
esse nível de just iça, dedicação e alcançado.
perdão partiram desanimados.
O homem rico que buscava a verdade de todo o coração depa
rou com uma dolorosa realidade. O resultado foi o desalento.
Jesus falava a verdade a cada platéia que encontrava. Nem
todas as suas declarações tinham a intenção de mostrar a deses
perança do Antigo. Ele também profetizava sobre a beleza do
Novo: o Reino de Deus, o papel do Espírito Santo e sua volta,
para citar só alguns. Mas essa oração tinha o intuito de prepa
rar quem estava debaixo do Antigo para o Novo. Jesus esclare
ceu a inutilidade dos esforços do povo em se acertar com Deus.
O melhor método para resgatar quem pensa estar no caminho
certo consiste em enterrá-lo sob padrões demasiado excelentes.
Quando as pessoas se dão conta de que o sistema sob o qual
se encontram exige mais do que podem dar, estão prontas para
algo Novo.
169
24
-sucedidos. Em que
no futuro: Do vez de
os lhes apontar
alunos as falhas,para
necessitariam mantinha o foco
ter sucesso?
Estariam prontos para assumir uma vaga em instituições de
pesquisa de primeira grandeza? Ele se interessava em educá-
-los para o que estava por vir.
Os dois professores eram bastante respeitados no campo em
que atuavam. No entanto, processavam suas interações diárias
com os alunos de maneiras completamente diferentes. Imagine
o que aconteceu à medida que os alunos passaram a conhecê-
-los melhor. Sentiram atração por um e repulsa pelo outro. Ain
da lembro o dia em que nos pediram para escolhermos nossos
orientadores acadêmicos. Inúmeros estudantes afluíram em
170
TraindoJesus
C ondenação o u conselho ?
O livro de Hebreus nos conta que Deus (o Pai) não se lembra
mais dos nossos pecados.1Então o autor reitera o mesmo pon
to, declarando que tampouco o Espírito Santo se lembra.12 Por
que mencionar esse fato duas vezes?
Às vezes distinguimos o gesto de amor divino na cruz da
perspectiva que o Espírito Santo tem dos pecados. Isso carrega
em si a implicação de que Deus e o Espírito Santo não estão em
sintonia. E incrível que consigamos imaginar-nos em paz com
Deus Pai, mas achamos que o Espírito Santo está fazendo-nos
sentir culpados e distantes como castigo por nossos pecados.
Muitos cristãos chamam esse
sentimento de condenação do
Achamos que o
Espírito Santo.
Espírito Santo está
Como podemos usar o ter
mo condenação para cristãos? fazendo-nos sentir
culpadosedistantes
Em um instante, admitimos que
como casti go por
Deus se esqueceu dos nossos
nossos pecados.
pecados. Dizemos que ele não
os leva em consideração. Pode
mos até concordar com a afirmação do autor de Hebreus de
que o próprio Espírito Santo também os esqueceu. No minuto
seguinte, todavia, anunciamos convictos que o Espírito Santo
7ios condejia por nossos pecados.
1 V. Hebreus 8.12.
2 V. Hebreus 10.17.
171
0evangelhonu
convencerá o mundo
porq ue os hom ens não creem
em mim.4
N ovas expectativas
nossa
Masidentidade como filhos
como aperfeiçoar de Deus/
nos
-
so comportamento? Por esses E inexato dizerque
mesmos meios! Como podemos o Espíri to Santo
não acreditar que o conselho do condena os crentes.
Espírito Santo é suficiente para
produzir transformação genuína em nossa vida? Em vez de nos
ficar relembrando do passado, o Espírito nos prepara para o fu
turo. Em vez de nos tratar como condenados, ele nos reconhece
como santos consagrados. Quando ocorrem comportamentos
pecaminosos em nossa vida, o Espírito nos lembra da obra de
Jesus na cruz. Precisamos saber que somos puros e criados para
as boas obras, não para os pecados. O mundo com certeza não
nos ensinará isso!
A obra do Espírito Santo não encontra paralelo neste mun
do. Não temos nenhum outro relacionamento para o qual olhar
como exemplo de seu conselho e sua direção. Por que não?
Porque nenhum mentor humano é capaz de sustentar a men
talidade do perdão total, considerar-nos perfeitos e, ao mesmo
tempo, educar-nos no que diz respeito a atitudes e ações.
Isso tudo não passa de detalhe? Claro que não. Uma quan
tidade enorme de cristãos sucumbe ao Acusador atribuindo
equivocadamente seus ataques à condenação do Espírito Santo.
Não há melhor tática para Satanás do que primeiro tentar-nos
e em seguida inundar-nos de culpa, disfarçando-se de Espírito
V. João 16.13.
6 V. Romanos 8.26 .
V. Romanos 8.16.
173
0evangelhonu
174
25
O econceito
total, de todos
a ideia de julgamento finalpecados
os nossos parece serem
contrariar o perdão
projetados em
uma tela de cinema para o Deus todo-poderoso rever nos enche
de insegurança. Sendo assim, como podemos reconciliar a cer
teza bíblica de um julgamento do “grande trono branco” com
nosso perdão definitivo?1
A GRANDE VERDADE
Os acontecimentos envolvendo o grande trono branco são re
latados em Apocalipse 20 e 21. Apocalipse 2 0.1 1-1 5 informaV.
V. Apoc alipse 20.1 1 e informaç ão adicional 10.
0evangelhonu
E steira rolante
176
Trai ndo Jesus
177
0 evan gel ho nu
alicerce
Je su s Cris to .
M ercadoria celestial
178
TraindoJesus
C a ç a d o r d e recompensas
O próprio Jesus, no entanto, não nos diz para acumularmos te
souros no céu?5Sim, mas tesouros não são recompensas. Tesou
ros são descobertos. Não há como se fazer por merecê-los. Uma
vez descoberto, um tesouro pode ser abandonado ou guardado
em algum lugar.
Quando Deus diz que podemos acumular tesouros no céu,
V. Filipenses 3.8.
5 V. Ma teus 6 .20.
179
0 evan gel ho nu
IS O
NÃO NOS
CASAMOS COM
GENTE MORTA
Se você confiar em Cristo, não só na morte que ele
sofreu a fim de redimi-lo, mas também na vida que
ele vive e espera viver através de você, o próximo
passo que você dará será na energia e no poder do
próprio Deus.
Majo r W. Ian Thom as (1914-20 07)
26
abrir um
vista escritório
Consumer de consultoria
Reports me passoupara consumidores,
a perna mas a re-
e saiu na frente.
M A RC A DE VIDA?
As Escrituras se esforçam para transmitir a ideia de que nos é
oferecida uma vida ao mesmo tempo confiável e garantida. Em
resumo, está longe de ser “gato por lebre”. É uma vida da me-
lhor qualidade, com a maior garantia disponível no mercado.
A palavra eterno costuma ser usada para expressar a dura-
ção da vida que temos em Jesus. Muitos equiparam vida eter-
na a vida infinita, mas as duas expressões não têm o mesmo
0evangelhonu
C o n h e c im e n t o l iv r e s c o ?
184
Nãonoscasamoscomgentemorta
Bíblia. Masconhecer
Livro sem devemoso ter o cuidado
Autor. O que para nãoimporta
de fato dominarmos o
se formos
eruditos no estudo da Bíblia e não soubermos nada sobre mani-
festar a verdadeira vida? Jesus adverte para não nos envaidecer-
mos do conhecimento livresco em questões espirituais:
, porque
Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras
pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escri-
turas que testemunham a meu respeito; contudo,vocês
não querem vir a mim para terem vida.1
Como no tempo
der o que de Jesus,
as Escrituras aqueles
dizem (nãoque se envaidecem
o que de enten-
querem dizer!) são os
que mais resistem ao conselho do Espírito Santo.
O “TESTEMUNHO" DO PAI
— Não sei o que dizer! — meu pai murmurou enquanto se le-
vantava para falar ao povo todo da igreja.
— Você pensará em alguma coisa — respondeu minha mãe.
Ela era cristã fazia pouco tempo, mas meu pai ainda não
estava em Cristo. Independentemente disso, o pastor da igreja
186
Nãonoscasamoscomgentemorta
P intor d a vida
18 8
Nãonoscasamoscomgentemorta
V. lCoríntios 15.12-19.
27
190
Nãonoscasamoscomgentemorta
191
0evangelhonu
pe rtencerem a
outro, àquele que ressuscitou dos mortos,
ou Então
apenasnão estamos
com casados apenasEstamos
seus ensinamentos. com uma parteem
unidos de Cristo,
espírito
ao Cristo todo. Jesus não se precipita do céu em ocasiões espe-
ciais para nos aconselhar. Antes, a totalidade do próprio Cristo
se junta a nós vinte e quatro horas por dia, sete dias por sema-
na, ininterruptamente.
P l e n it ude
192
Nãonoscasamoscomgentemorta
R ealização
Às vezes tentamos viver uma vida religiosa na esperança de ob
ter recompensas no céu. Mas é muito difícil, se não comple
tamente irrealista, viver na dependência de algo tão distante
no futuro.
possa Emborapor
soar prática a ideia
uma de conquistarnatural,
perspectiva recompensas
não temfuturas
raiz
na Palavra de Deus. A motivação para o viver diário dentro do
Novo Testamento gira em torno de agir como a pesso a que você
de fato é, beneficiando-se da vida de Cristo aqui e agora.
Paulo insta os crentes a que andem de maneira digna de
sua v oca ção .5 Em Rom anos, ele chama a atenção p ara o ensi
namento de que não há nenhum benefício no pecado, o qual
acab a resultando em morte.6 Ninguém nos diz em momento *V .
ZPedro 1.3.
V. Efésios 4.1.
V. Romanos 6.21-23.
193
0evangelhonu
UMAHISTÓRIAANTIGA
E possível ouvir um enunciado com tanta frequência que aca
bamos não dando o devido valor às palavras que o compõem
e seu significado subjacente. A expressão nascido de novo tem
sido usada e, às vezes, abusada a ponto de muitos se tornarem
insensíveis para o que ela de fato significa. Todavia, há uma
verdade valiosa a ser descoberta aqui. Afinal, são palavras do
próprio Jesus!
Segue uma antiga conversa entre Jesus e um especialista lo
cal na Lei:
Jono 3.3-6.
194
Não nos casamos comgente morta
em Oque
parto é um acontecimento
testemunhei o nascimentoincrível. Jamais
de Gavin, esquecerei
nosso filho. O omais
dia
incrível foi que ele pareceu sur
gir do nada. Um ser humano em Deus literalmente
toda sua complexidade se for nos deu à luz
mou de esperma e óvulo dentro através de seu
de uma esfera com água durante Espírito.
um período de nove meses.
Lembro de tudo pelo que minha esposa passou — os enjoos
matinais, as dores do parto e a alegria que irrompeu no nasci
mento de Gavin. Experimentar isso em primeira mão conferiu-
-me novo entendimento do Espírito Santo “ dando-nos à luz” em
0 evangelho nu
O PARADOXO DA LUZ
Na virada do século, os físicos estudavam a luz com o intui
to de determinar-lhe a natureza. Alguns publicaram provas de
que se tratava de uma partícula , enquanto outros fizeram vá
rias experiências e determinaram que era uma onda. Quando
a luz brilha através de frestas estreitas, por exemplo, produz
desenhos como de ondas, semelhantes ao que vemos na água
do mar. Mas, quando a luz brilha em prótons e elétrons, colide
com essas partículas e quica feito uma bola de bilhar. Portanto,
comporta-se como uma partícula.
Apesar dessas descobertas conflitantes, fico feliz em esclare
cer você acerca da natureza da luz. Ela é uma partícula ou uma
onda? A resposta, definitiva, é sim. A luz é sim uma partícula
e uma onda. De alguma forma, consegue ser as duas coisas ao
mesmo tempo. Por um ângulo, parece uma partícula. Ao mes
mo tempo, um exame mais acurado revela que é uma onda.
Como o mistério da luz, os efeitos da nossa vida espiritual
podem ser igualmente desconcertantes. Devo supor que resul
tam de Cristo em mim, operando por meu intermédio? Ou sou
eu — que estou em Cristo — que exercito minha vida diária? A
resposta, de novo, é sim.
Tal qual a luz é tanto partícula quanto onda, tanto é Cristo
em nós quanto nosso eu que vive a vida cristã. Erra quem diz que
é tudo Cristo e que agimos como tubos ocos. Também é inade
quado imaginar a vida cristã como um foco apenas na identidade
— ou seja, que operamos as coisas por conta própria. Trata-se,
196
Não nos casamos com gente morta
197
28
198
Não noscasamos com gente morta
D o COMEÇOAOFIM
natural de Deus
alternativos para o crescimentoMas
de “amadurecimento”. e se otornam presas
caminho de meios
genuíno do
crescimento é bastante claro: “Portanto, assim como vocês re-
ceberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele”.3
Afinal, como recebemos Cristo Jesus? Ouvindo a verdade e
crendo nela. Então como crescemos nele? De novo, por meio da
exposição à verdade e mantendo a mente sempre na verdade.
Simples, não é? Então por que essas coisas são negligencia-
das tão frequentemente como caminho para o crescimento?
Talvez por serem simples demais. Quase dois mil anos atrás,
o apóstolo Paulo estava preo-
cupado com que os crentes se A mensagem de
afastassem da simplicidade da "Je sus e mais
mensagem e se voltassem na nada” do início ao
direção de outro evangelho — fim costuma ser
algo que na verdade não seria excessivamente
evangelho nenhum. A mesma humilhante para
preocupação o incomodaria engoiirmos.
hoje com relação à igreja.
199
0 evangelho nu
EM MEMÓRIA
O crescimento não acontece porque nos esforçamos. Não acon
tece por uma abordagem tipo “dois passos para frente e um
para tr ás” . O crescimento genuíno acontece quando abso rve
mos a verdade acerca do que já somos e já possuímos em Cristo.
Os cristãos não devem ficar sentados passivamente, aguar
dando para receber algo novo — mais purificação, mais Es
pírito Santo, ou mais do que seja lá o que for que o ensino
popular diga estar faltando em nós. Possuímos tudo aquilo de
que necessitamos para uma vida cristã verdadeira. Temos um
Reino inabalável, uma aliança eterna e todas as bênçãos espiri
tuais. Somos completos, nada nos falta. A única reação lógica
é passarmos a vida lembrando uns aos outros essas verdades
extraordinárias e dando graças ao nosso Deus.
Pedir e possuir são opostos extremos. A partir do momento
em que uma pessoa está em Cristo, ela tem quem a possua,
não alguém que lhe pede coisas. Vemos essa questão ilustrada
na ceia do Senhor. Não devemos tomar parte na celebração a
fim de obter algo. Antes, devemos celebrar a ceia do Senhor em
memória de Jesus Cristo. Assim como essa celebração se baseia
4 V. Colossenses 3.4.
5 Filipenses 1.21
6 Gálatas 2 .20.
201
0evangelhonu
VIOLÃOCLÁSSICO
Quando me matriculei no último semestre da faculdade, falta
vam poucos créditos para eu me formar. A fim de impressionar
a garota com quem eu estava saindo, resolvi inscrever-me em
um curso de violão clássico. Evidentemente, se há uma coisa
que não sou é músico.
Não pode ser tão difícil assim , pensei. Bem, eu estava pres
tes a me surpreender!
incumbência Minha —
para o semestre professora de violão me
tocar a introdução deu uma
de “Dust in
the Wind” . Seria meu exame final, de modo que ensaiei a música
202
Não nos casamoscom gente morta
203
0evangelhonu
o MI STÉ RI O
Se você está espiritualmente unido a Cristo, significa que pene
trou um mistério. O mistério da plenitude do evangelho. Qual
quer mensagem que deixa de transmitir esse mistério fracassa
em relação ao evangelho. Esse mistério permaneceu desconhe
cido durante milhares de anos debaixo do Antigo, mas tem sido
revelado no Novo:
204
Não noscasamos com gente morta
205
29
Sa b e r
Se você recebeu a Cristo, ele vive em você e ponto final. Quer
ele viva ou não por seu intermédio em determinado momento,
206
Naonoscasamoscomgentemorta
IGUALAVOCÊ
20 7
O evangelho nu
20 S
Não nos casamoscom gente morta
Q ue re r e realizar
Deus não nos obrigará a fazer coisas que não queremos. Pelo
contrário, a Bíblia ensina que Deus opera em nós para desejar
mos (querermos) e agirmos a fim de cumprirmos seu bom pro
pósito.2 Isso significa que desejaremos de verdade o que Deus
quer. Se algo não foi colocado em nosso coração, não é dele.
Deus opera no nosso coração e na nossa mente para induzir-
-nos a andar em seus caminhos. Não nos pede para levarmos
uma vida que não desejamos viver. Pelo contrário, ele põe os
desejos de Cristo em nós, de modo que só nos damos por felizes
quando os satisfazemos. Tenhamos consciência disso ou não,
nosso
Às maior
vezes, desejo
quandoé asexpressar Cristo ao cada
pessoas ouvem verboinstante.
entregar-se, ima
ginam que seu sucesso depende da decisão de ir ou não para o
campo missionário. Essa ideia é enganosa, uma vez que a maio
ria dos crentes precisa conhecer Cristo nas circunstâncias atuais
da vida, em vez de tentar alterá-las. Embora alguns possam aca
bar mudando de profissão ou de residência, a maioria dos filhos
de Deus é feita para um cenário que já conhece.
Vocêprecisa
Cristo está aberto
mudarpara
suasCristo viver na vida
circunstâncias atual
a fim de diária? Ou
que você
2 V. Filipenses 2.13.
209
0 evangelho nu
Em busca d e evidências ?
Claro, a ideia de ter Jesus vivendo por meio de sua persona
lidade pode levar a uma espécie de medição. As vezes as pes
soas se tornam introspectivas com relação a isso tudo: “Estou
dependendo o suficiente? Jesus está de fato vivendo por meu
intermédio? Tenho obras suficientes que demonstrem isso?’'.
Talvez nenhuma outra passagem alimente essa introspecção
mais do que Tiago 2. Por isso, devemos considerar o verdadeiro
contexto do capítulo bíblico sobre as obras da fé. Tiago está
mesmo dizendo para analisarmos o registro histórico da nossa
21 0
Não noscasamos comgente morta
211
0 evangelho nu
212
Não nos casamo s comgente morta
* Tiago 2.14.
213
A taque ao ego
D.sentação
Martynda doutrina da salvação.
Lloyd-Jones (1899-1981)
30
217
0 evangelho nu
L i m po s pelo resto d a v i d a
estar maisconscientes
estarmos distante dadoverdade. O próprio
estado limpo Deus declarou
é o caminho que
para que
aconteça a mudança no nosso
Alguns temem comportamento. Na verdade,
que o ensino da qualquer outra coisa que não
Nova Aliança leve essa motivação para a vida reta
dealgumaforma não é o evangelho em ação.
aspessoasa A seguir há duas passagens
bíblicas que relacionam dire-
cometer em mais tamente o conhecimento que
pecad os. Nada
poderia esta r mais temos sobre perdão e nova
distantedaverdade identidade com nossas escolhas
218
Ataque ao ego
instante de cadaincondicional
de sua presença dia, aconteça vem
o queo acontecer. Comnão
poder de dizer a consciência
ao pecado.
219
0 evangelho nu
aque
fazer a mesma
temos coisa
feito, ou repetidas vezes.
esquecermos Se nuncanosso
por completo percebermos
pecado, o
ele ainda assim nos perdoará.
Nosso perdão não está condicionado à nossa memória,
ao nosso sofrimento ou pedido de perdão. Depende exclusi
vamente do que foi realizado no Calvário. Esse é o perdão
incrível que Deus escolheu para nós por intermédio da obra
acabada do Filho.
A luz desse perdão que tudo abrange, Paulo insiste co
nosco a que permitamos que nosso coração amoleça e faça
a mesma de claração aos outros: “ Você se livrou d ess a!” .
Podemos escolher libertar os outros assim como Deus nos
libertou, mesmo que eles nun-
Permitamos que ca percebam o que fizeram,
nossocoração ou se o fizerem de novo. Você
amoleça e faça a vê como o entendimento do
mesma decl aração perdão “ uma vez por to d as” é
aos outros: “Você essencial para libertar as pes
se livrou dessa!” . soas sem condicionantes?
3 Eíésios 4.32.
220
Ataque ao ego
AQUESTÃO DO EU
Mas não é só nosso perdão que conduz ao bom comportamen
to. Paulo também faz uma conexão direta entre identidade e
comportamento:
Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se
despiram do velho homem com suas práticas e se reves
tiram do novo, o qual está sendo renovado em conheci
mento, à imagem do seu Criador.4
contam mentirasautoedifi
outros motivos para se proteger ou para
cantes. Com umaadiar a dor —inabalável
identidade ou por
e todas as nossas necessidades satisfeitas em Cristo, não fomos
projetados para viver com medo. Portanto, vemos aqui uma
pequena porção da lógica divina aplicada à questão do com
portamento: “Não mintam, porque vocês são nova criaç ão ” .
Eis outro exemplo. Estes versículos nos dão discernimento
sobre o que deve motivar nossas expressões de perdão e graça
para com os outros:
4 Colossenses 3.9,10 .
Colosse nses 3.12,13 .
221
0evangelhonu
Celebrem o Novo!
Descubram quem vocês são de verdade!
E então sejam vocês mesmos e mais nada!
F iquei petrificado ante a ideia de me casar. Katharine e eu
fomos amigos durante quatro anos e depois namoramos por
um ano e meio. Ela era bonita, inteligente e sincera em seu de
sejo de conhecer a Deus mais profundamente. Divertíamo-nos
muito juntos também!
Minhas restrições na verdade nada tinham a ver com
Katharine. Eu sentia tanto medo de cometer um erro que
mal conseguia avançar no relacionamento. Uma noite, no
entanto, reuni coragem para pedir-lhe em casamento e
ficamos noivos.
O dia do nosso casamento foi o pior possível. Meu nível
de ansiedade estava tão alto que quase dei meia-volta e saí
correndo da igreja. Queria casar com Katharine, porém mal
conseguia respirar!
Após a cerimônia, não sabia muito bem como me sentia.
Mas, na manhã seguinte, acordei e experimentei uma estra
nha paz. De repente, as emoções tão fortes e negativas do
224
Ataque ao ego
A VONTADE DE DEUS
Então, por que toda a ansiedade e estresse antes do casamen
to? De novo, nada disso teve a ver com Katharine. Saber se eu
estava ou não na vontade de Deus ocupava tanto meu coração
que eu mal conseguia agir. Na verdade, isso acontecera repeti
das vezes com vários namoros no início da minha vida adulta.
Eu ficava paralisado e não sabia o que fazer. Orava pedindo
respostas, mas Deus nunca parecia dizer nada.
Minha criação incluiu forte ênfase na descoberta da vontade
divina. Fui ensinado que Deus tem uma vontade perfeita e ou
tra, permissiva. A vontade perfeita de Deus é como um ponto
negro no centro de um alvo, ao passo que sua vontade permissi
va se assemelha aos anéis externos ao alvo. Acertar na vontade
permissiva me garantiría uma experiência de segunda catego
ria. Nosso objetivo é acertar na mosca — a vontade perfeita de
Deus. Como fazemos isso? Bem, basta seguirmos sua direção.
Como saberemos o que ele quer que façamos? Basta ouvir. E, se
você não conseguir ouvi-lo, significa que não está esforçando-
-se o suficiente. Ou você talvez esteja surdo para a voz de Deus
devido aos pecados em sua vida.
É desnecessário dizer que
essa visão da vontade de Deus Essa visão da
paralisa quem a adota, pois vont ade de Deus
Deus não está interessado em paralisa.
controlar cada mínimo movi-
mento nosso. Tampouco nos envia mensagens secretas sobre
quais decisões tomar, se nos esforçarmos o suficiente para ouvir.
Por ter caído vítima de erro em relação à vontade de Deus, eu
era como um cervo iluminado pelos faróis de um carro quando
chegou a hora de tomar uma das decisões mais importantes da
minha vida — o casamento.
0 evangelho nu
226
Ataque ao ego
MEDO DA LIBERDADE
A liberdade de escolha pode ser algo assustador. Significa que
ficar passivo enquanto espero Deus decidir por mim não faz o
menor sentido. Significa ser responsável e aprender com as con
sequências. Mais importante ainda, significa passar pela vida
sem mensagens secretas que levam a escolhas seguras e bem-su
cedidas o tempo todo. Em última análise, significa que o futuro
está envolto em certo ar de mistério. Embora a visão inexata da
vontade de Deus seja atraente para a carne, não há nada como
viver e crescer debaixo da liberdade de escolha.
Enquanto eu analisava o estresse experimentado com meu
casamento, observei que o próprio apóstolo Paulo expressou
sua liberdade relativa ao mesmo tema, declarando o seguinte
acerca de si e de seus colegas apóstolos: “Não temos nós o di
reito de levar conosco uma esposa crente [...]?” .1E mbora Paulo
fosse livre para escolher uma mulher crente, sabemos qual foi
sua decisão final. Depois de examinar todas as possibilidades,
ele resolveu que era melhor permanecer solteiro, provavelmente
por causa da situação difícil da igreja primitiva. Afinal de con
tas, é um ato de amor casar com uma mulher quando a pessoa
sabe ser bem possível que esteja a ponto de ser martirizada?
Portanto, embora tivesse liberdade para casar com uma mu
lher crente, Paulo usou do bom
senso dado por Deus e resolveu Muitoscristãos
não fazê-lo. ficam parali sados
A tese que defendo é que enquantoesperam
muitos cristãos ficam para que Deus lhes diga
lisados enquanto esperam quecarrocomprar,
que Deus lhes diga que carro quecasaadquirir
comprar, que casa adquirir ou ou com quem casar.
1 1Coríntios 9.5.
227
0 evangelho nu
D o C OR AÇ ÃO
Quando constatamos que som os nova criação, dotados de novo
coração e nova mente, podemos viver como Deus deseja. Con
seguimos acordar cada manhã e perguntar: “O que eu quero
fazer?” e “O que faz mais sentido?”. Somos capazes de confiar
que, se algo não for motivado por apetites carnais, é santificado
pelo fato de que uma nova criação o está realizando. Somos li
vres para viver nossos desejos, uma vez que com nosso coração,
nossa mente, nossos hobbies e nossos interesses, somos agora
separados em tudo o que fazemos.
Isso é liberdade! Assustador? Talvez. Mas estamos em po
sição muito melhor se vivermos com base no que é bíblico de
:ato, em vez do que sentimos ser Deus. À medida que nos move-
nos em direção à maturidade e agradecemos a Deus por poder-
nos aprender com as opções passadas, experimentamos Jesus,
jue jamais nos deixará nem desamparará.
Então, o que você faz depois de ter meditado e até orado
>edindo sabedoria, mas Deus não decide por você? O mais
mportante em relação a decisões difíceis é aprender sua nova
dentidade em Cristo, viver de acordo com seu coração e sua
nente e desfrutar a vida!
Você não tem de sucumbir à paralisia da análise. Cristo está
m você, e você está em Cristo.
Então Deus está por trás de cada porta!
228
32
229
0 evangelho nu
23 0
Ataque ao ego
“A c a b ou "
232
Ataque ao ego
233
0evangelhonu
Vivo DE NOVO!
“Minha Bíblia ganhou novamente vida para mim. As palavras
saltam da página como nunca antes, e consigo compreender de
verdade o que estou lendo pela primeira vez.” Ao longo dos anos,
:enho ouvido declarações como essa inúmeras vezes. E não é dis
so mesmo que o cristianismo trata? Ser aconselhado por nosso
Consolador pessoal enquanto mergulhamos profundamente em
;ua Palavra? E, uma vez que nos conscientizamos da realidade da
'"Jova Aliança, as coisas se tornam muito mais claras.
Então, você foi despertado para quanto é bom o que temos
lo lado de cá da cruz?
Em caso positivo, só existe uma coisa sensata a fazer.
Agradecer a Deus.
23 4
Parte 1: Transtorno do
cristianismo obsessivo
Há áreasao
chegado emfundo
sua vida nas quais
do poço? você
Em caso sente que
positivo, pode
o que ter
Deus
pode estar tentando dizer a você, se é que ele está tentan-
do dizer alguma coisa?
Por que você acha que tantos frequentadores de igreja expe-
rientes estão estagnados? Em sua opinião, o que lhes falta?
Parte 2: Religião é dor
de cabeça
• tação
O quedesse
Deusconceito pode afetar
está tentando sua vida
dizer-lhe hojediária?
com o fato de
que Jesus nasceu na tribo de Judá e não da linhagem sa
cerdotal de Levi e Arão, como mandava a Lei?
• Quando você pensa em Hebre us 7.18, como a ideia de
viver baseado na Lei se mostra “ fraca e inútil” em sua
vida? Existem circunstâncias em que você precisa concor
dar com o fato de que a Lei foi “ revo gada” ?
• O Novo é simples e direto, mas até a igreja primitiva lu ta
va contra o acréscimo de condições a ele. Como fazemos
isso hoje?
• Um equívoco comum diz que Deus escreve a Lei de M oi
sés no coração dos crentes. O que há de errado com essa
visão? Como você esclarecería essa questão para alguém?
• Se um amigo dissesse a você: “ Sei que não estou deb aixo
da Lei, mas continuamos precisando de regras e princí
pios cristãos para guiar nosso comportamento”, como
você reagiría?
• Qu ais são suas hesitações em relação a ab an do na r “ a
Lei” como sistema e confiar plenamente no novo cami
nho de Deus?
238
Parte 3: Cruzando
fronteiras
239
Parte 4: Ateando fogo
às matrioskas
240
Parte 5: Traindo Jesus
• conselho?
Em sua percepção,
Saber essaqual a diferença
diferença entre condenação
ajuda alguém que se sentee
atormentado pela culpa e por pensamentos condenató-
rios? Em que sentido?
241
Parte 6: Não nos casamos
com gente morta
• Por que você considera importante ent ender o significado
da morte de Jesus e de sua ressurreição?
• Como o fato de saber que você tem tudo aquilo de que ne-
cessita para a vida que honra o Senhor afeta sua vida diária?
• messe,
O que entregar
você diriaa vida
a alguém
diáriaque hesitasse, ou mesmo te-
a Cristo?
• A Bíblia diz para continu armos a viver nossa vida em
Cristo do mesmo modo que recebemos Cristo como Se-
nhor (Colossenses 2.6). Qual foi sua atitude ao receber
Cristo como Senhor? Em que ela se assemelha à atitude
que você pode ter enquanto vive sua vida nele?
242
Parte 7: Ataque ao ego
2 43
Informações adicionais
1 V. G aiatas 3.25.
2 Gálatas 5.18.
0 evangelho nu
mos
uma com
coisa:moralidade
a vida que emanifestamos
ética. Adão eéEva só precisavam
a vida saber de
de Deus. Deviam ter-
-se dado por satisfeitos com isso. Mas a história da queda diz que
eles não estavam satisfeitos. Foram tentados a se contentar com
um substituto, algo que hoje denominamos moralidade e ética.
O que temos a ver com isso tudo? Cristo vive em nós pelo
mesmo motivo que Deus concedeu vida a Adão — para que
possamos depender dele sem levar em consideração nenhum
outro meioPaulo
o apóstolo de vida. Assim também
declarou, como Adão disse um dizer
nós podemos dia, eagora:
como
“ [...] Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim [...]” .3
Se recebemos vida do Espírito, não fomos projetados para
viver pela Lei judaica, segundo regras religiosas, códigos morais
ou mesmo “princípios” cristãos. Receber e transmitir a vida de
Cristo é superior a tudo isso.
246
Informaçõesadicionais
247
0 evangelho nu
nenhuma aliança
As faíscas anterior.da igreja primitiva eram algo especial de
que voavam
ser contemplado. Esperá-las com a mesma intensidade hoje com
certeza resultará em decepção. Aquele nível de manifestação não
é necessário. Hoje temos o registro escrito da Palavra de Deus,
traduzido para diversas línguas. A mensagem é agora difundida
praticamente no mundo inteiro. Em muitos lugares (embora não
todos), os mestres do evangelho são recebidos de braços abertos.
Com certeza não era o caso da igreja do primeiro século.
Não estou afirmando a extinção de nenhum dom espiritual.
Quero apenas deixar claro que não se devem criar doutrinas
amplamente aplicáveis a todos os cristãos com base nos acon
tecimentos históricos de Atos.
248
Informaçõesadicionais
de Assim
transmitir
como mensagens para nós.
Jesus foi tentado com pensamentos, o mundo e
o próprio pecado nos atraem apelando para os cinco sentidos.
Receber idéias pecaminosas de uma terceira pessoa não serve
249
0 evangelho nu
25 0
Informaçõesadicionais
eia e pecaminosa,
istucioso, nóse não
desonesto somos. Embora
pecaminoso, nós nãoo somos.
poder do pecado
Somos seja
puros,
; nosso coração anseia por aquilo que Deus deseja para nós.
’ Hebreu s 10.39.
252
Agradecimentos
253
Jesus e nada mais. 100% natural. Sem aditivos nem conservantes.
A verdade que talvez você nunca ouça na igreja. Capítulo a capítulo,
O evangelho nu é um enfrentamento direto ao jargão e ao discurso
ambíguo da igreja pós-moderna. Apresenta uma mensagem simples,
mas capaz de transformar vidas. Com uma nova abordagem às
Escrituras e um estilo livre de apologias, O
evangelho nu desafiará
você a repensar tudo o que conhecia.
ISBN-13:978-85-383-0217-9
V
Vida
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