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Introdução
As fixações são componentes que garantem a fixação do trilho ao dormente. Estas podem ser rígida, elástica ou
semielástica. Os primeiros modelos eram fixações rígidas, como, o prego de linha, que eram aplicados nos
dormentes com marreta, garantindo que o trilho não tombasse e não se movimentasse transversalmente. A partir
disso, ocorreram várias evoluções buscando retensorar a linha, fazendo com que as fixações também tivessem o
objetivo de ter uma maior contenção do trilho, tanto verticalmente, quanto longitudinalmente.
Outros acessórios relacionados com a linha são: parafusos, retensores, placas de apoio, arruelas, palmilhas.
Fixação rígida
Prego de linha
O prego de linha, mesmo sendo o primeiro a surgir como elemento fixação, ainda é muito utilizado nos EUA e em
linhas secundárias no Brasil, devido à facilidade de aplicação e baixo custo. Apesar disso, sua aderência no
dormente de madeira é inferior a outros tipo de fixação deste tipo exigindo maiores manutenções. Além disso,
exige um retensoramento complementar, para garantir que o trilho não se movimente longitudinalmente.
Existem dois tipos mais comuns de pregos de linha, os quais são: asa de barata e cabeça de cachorro.
O resultado final de manutenção anual não difere muito dos outros tipos de fixações rígidas existentes
Já as desvantagens são:
Perde facilmente o contato com o trilho devido às vibrações provocadas pelos veículos ferroviários.
Para sua aplicação é necessário uma furação prévia em seguida a aplicação manual ou mecanizada do prego de
linha no dormente ou na placa de apoio.
Aplicação manual do prego de linha
Tirefond
Como evolução do prego de linha temos o tirefond que é um parafuso, ou seja, possui rosca. Por isso, possui
maior fixação no dormente.
Parafuso de linha
Tirefond
Perde facilmente o contato com o trilho devido às vibrações provocadas pelos veículos ferroviários.
A aplicação do tirefond pode ser manual utilizando uma chave de tirefond ou mecanizada utilizando a
tirefonadeira. Muitas vezes já vem lubrificados para melhor penetração.
Tirefonadeira
Fixação elástica
Existem inúmeros sistemas de fixação elástica, com diferentes composições e fixações. No geral, a fixação
elástica é composta por um isolador, um pad e um shoulder. Os isoladores e os pads são para o caso de
dormentes de concreto e de aço, uma vez que há a necessidade de isolar eletricamente um trilho do outro.
O processo produtivo das fixações começa na aquisição de matéria-prima (aço-mola) seguida do corte do
material. Mais adiante, esse material sofre um aquecimento entre 950°C - 1000°C para o seu forjamento em uma
máquina. Após este procedimento ocorre um tratamento térmico para melhorar a resistência e, por último é feita
a inspeção da peça já pronta.
Ensaio de impacto
Ensaio de fadiga
Análise metalográfica
Controle de qualidade
Grampo Deenik
O grampo Deenik, nada mais é que um grampo de aço-mola torcido aplicado no sentido transversal do patim. Por
ser muito difícil de retirar, o grampo é considerado uma peça anti-furto. Este tipo de fixação é aplicado,
principalmente nas ferrovias da VALE, justamente pelo fato de ocorrências de furto nas ferrovias da empresa.
Grampo Deenik
Já as desvantagens são:
Aplicação difícil
Difícil mecanização
Para aplicação do grampo Deenik, é necessário utilizar um alicate para seu posicionamento e em seguida é
utilizado um aplicador para pregação, conhecido como maritaca.
Grampo Pandrol
O grampo pandrol é de aço-mola torcido, aplicado no sentido longitudinal do patim como mostrado na figura
abaixo:
Grampo Pandrol
Fácil aplicação
Fácil mecanização
Já as desvantagens:
Para aplicar o grampo pandrol é necessário posicioná-lo manualmente e em seguida fixá-lo com o pampuller.
Pampuller
Grampo SKL
O grampo SKL é uma fixação bastante utilizada em dormentes de concreto, principalmente, na Europa. A fixação é
acompanhada de um parafuso que imprime pressão no grampo, fazendo com que haja pontos de contato de
pressão do grampo no patim. Um ponto a ser acrescentado é o fato de o parafuso ter dois modelos: com rosca na
sua parte superior ou na parte inferior. Veja abaixo exemplos de grampo SKL:
Grampo SKL
Fácil aplicação
Alto custo
Grampo RN
O grampo RN é muito utilizado em dormentes de concreto bi-bloco, que, por sua vez, não é muito utilizado no
Brasil. O contato do grampo com o trilho é feito por meio de uma chapa como mostra a figura a seguir:
Grampo RN
A aplicação do grampo RN pode ser feita com a tirefonadeira, tendo o seu parafuso chumbado no dormente bi-
bloco e com uma porca é colocado uma pressão no grampo.
Fácil aplicação
Leveza e simplicidade
Baixo custo
Já as desvantagens:
Alta deformabilidade
Grampo Fastclip
O grampo Fastclip tem sido cada vez mais utilizado no mundo e pode ser utilizado tanto em light rail quanto em
heavy haul. Sua geometria é utilizada para qualquer dormente e placa de apoio, necessitando apenas de uma
ombreira específica para cada dormente. Além disso, o grampo Fastclip possui uma camisa plástica para
isolamento. Seu encaixe no patim é transversal, como mostrado abaixo:
Fastclip
Vantagens do FastClip:
Fácil aplicação
Fácil mecanização
Desvantagens do FastClip:
Alto custo
Fixação Semielástica
KPO
KPO é a fixação semielástica mais conhecida, que, apesar de possuir boa aceitação mundial, é pouco utilizada no
Brasil. Trata-se de um cavalete que é preso à placa de apoio por parafuso e porca. Ademais, para conferir
elasticidade essa fixação é utilizada com uma arruela.
KPO
Vantagens:
Fácil aplicação
Desvantagens:
As placas de apoio são utilizadas para distribuir a carga do trilho para o dormente, uma vez que ela possui uma
área de contato com o dormente maior que a do trilho. Tais placas possuem elevações laterais que servem para
conter o deslocamento transversal do trilho. Além disso, ela permite que diferentes fixações sejam instaladas no
trilho. É interessante que o trilho seja levemente inclinado para dentro e a placa de apoio garante esta inclinação
que geralmente é de 1:20 ou 1:40.
Placa de apoio
Para cada tipo de fixação há diferentes placas de apoio com diferentes configurações de fixação.
Retensores
Os retensores são complementos para fixação rígida para conter o deslocamento e a expansão longitudinal do
trilho. Sendo assim, a fixação elástica não necessita de retensores.
Retensores
Outros componentes
Isoladores
Tem por objetivo corrigir diferença de perfil de trilho e apoio do dormente além de isolar eletricamente o trilho
do restante do sistema.
Isoladores
Ombreira (shoulder)
A ombreira é uma peça chumbada ao dormente de concreto que recebe as fixações travando-a ao dormente.
Ombreira
Placas amortecedoras (PAD)
As placas amortecedoras garantem melhor distribuição de esforços, além de amortecer impactos. Elas também
são responsáveis por reduzir a fadiga de componentes, os ruídos, a vibração estrutural e o desgaste de dormente
de concreto (caseamento). Ademais ela também funciona como isolamento elétrico do trilho.
PAD
Considerações gerais
Deve-se atentar para trincas e empenos das fixações rígidas e elásticas.
Quando não houver arruela de pressão nos tirefonds das placas de apoio, deve-se reapertá-los
regularmente.
Grampos em geral
Componentes trincados ou empenados devem ser descartados. Além disso, os parafusos de fixação RN ou SKL
com rosca danificada devem ser descartados.
Placas de apoio
Devem ser descartadas se houver:
Trincas ou empeno
Furos ovalizados
Shoulder danificados
Trincas ou empeno
Conclusão
Encerramos mais um assunto no nosso blog. Hoje falamos sobre as fixações, onde foi exposto cada tipo de
fixação, como e quando deve ser aplicada. Além disso falamos sobre o reemprego dessas fixações e os cuidados
que devemos ter. Para mais assuntos como este visite nosso Blog pra ficar por dentro de tudo sobre via
permanente.