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A variação do comprimento de um trilho em função da variação da temperatura pode ser dada pela seguinte
equação:
∆𝐿=𝑐.𝐿.∆𝑡
ΔL = variação de comprimento
É válido destacar que as fixações elásticas ou retensores são utilizados para impedir que os trilhos com
comprimento elevado sofram dilatação e contração térmica.
A temperatura neutra de referência (TNR) da via é dada pela média das temperaturas mínimas e máximas
históricas do trilho instalado na via mais 5ºC.
Trouxemos o ábaco abaixo para exemplificar como a dilatação se relaciona com a temperatura e o comprimento
do trilho. Com isso, pode-se dizer que, para uma dada temperatura, a dilatação será maior para trilho de maiores
comprimentos.
Variação de comprimento de barra em função de força axial aplicada:
Vimos como o comprimento do trilho pode variar em função da variação de temperatura. A variação do
comprimento do trilho também pode ser descrita em função da força axial, N, como na equação abaixo:
Em que,
Se uma barra impedida de dilatar for aquecida, aparecerá um esforço de compressão que provocaria uma mesma
variação do comprimento que a dilatação impedida:
Substituindo N tem-se:
A zona de respiração
A zona de respiração é a extensão mínima a partir das extremidades do trilho em que o esforço de
retensoramento da fixação equilibra (resiste) a tensão gerada pela variação de temperatura (tração ou
compressão) do trilho. Portanto o comprimento da ZR dependerá da variação de temperatura do trilho, da seção
do trilho, da resistência (força de ancoragem) exercida pela fixação, e finalmente da resistência de ancoragem
fornecida pelo sistema dormente e lastro.
A zona neutra
A zona neutra é a região que, apesar de estar sob tensão, não tem tendência a deslocamentos longitudinais já
que está ancorada em suas extremidades pelas ZR´s.
O comprimento da zona de respiração (b) e da zona neutra (L*) podem ser descritos pelas seguintes equações:
b: zona de respiração
L*: Zona Neutra
L: Comprimento do TLS
A: Área transversal de um trilho (cm²)
O objetivo do Alívio de Tensões Térmicas é evitar a flambagem, minimizando tensões longitudinais. Tal
procedimento é executado em:
Linhas novas
Para isso, alguns métodos são aplicados, e estes variam em função de:
Instalação de linhas novas, após atingir as cotas de nivelamento e alinhamento e decorrido o período de
estabilização de 1.000.000 TBT;
Substituição de trilhos;
Execução de soldas de fechamento de trilhos longos soldados (TLS) para a formação de trilhos contínuos
soldados (TCS);
Quando for verificado que a linha está sofrendo esforços longitudinais extremos que ocasionam a sua
instabilidade geométrica ou estrutural como desalinhamento, desnivelamento, caminhamento
longitudinal de trilhos;
Para aplicação do método da barra única na faixa de temperatura a eito devemos seguir os seguintes passos:
O método usado para temperaturas inferiores à FTN e superiores a 10° consiste na execução mecânica
(artificial) de um alongamento ΔL que o trilho atingiria por dilatação normal se a temperatura variasse de
T para TNR, sendo T=temperatura do trilho no momento de submetê-lo ao alongamento por tração e
TNR, sendo a temperatura neutra de referência.
6. Calcular o alongamento que a barra deverá alcançar por tração pela multiplicação de 0,0115 pelo comprimento
total da barra sem fixação (solta) e pela diferença entre a TNR e aquela medida no trilho (T) no momento do
alívio.
7. Cortar o trilho em B, conforme a nota a
seguir.
Nota1: Determinação do corte total entre as
semi-barras:
𝐶 = ∆𝐿 + 𝐹 − 3 (𝑚𝑚)
Onde,
C = Corte total necessário antes do tracionamento
ΔL = alongamento referente ao comprimento da barra de TLS
F = folga necessária para execução da solda de acordo com o fabricante
3 mm = contração da solda
Nota2: Para facilidade de identificação do ponto de referência Ref 0, o dormente a ele correspondente será
marcado a tinta em sua extremidade e as marcas de referências feitas à punção no patim e no ombro da chapa de
apoio ou ombreira dos dormentes.
10. Tracionar o TLS utilizando o
tracionador hidráulico até que se
alcance o ΔL calculado, deixando a
folga preconizada pelo processo
de soldagem em A e verificando
se as marcas m1, m2, etc. referidas
coincidem com os pontos de
referência respectivas Ref. 1, Ref.
2, etc. Caso contrário vibrar
novamente a barra sobre os
roletes.
Durante o estiramento da barra, ela deverá ser vibrada por meio de batidas de marrão de bronze para que se
tenha alongamento proporcional do TLS ao longo do seu comprimento.
Para o o método da meia barra na faixa de temperatura neutra a eito, deve-se seguir os seguintes passos:
Método da meia barra e abaixo da faixa de temperatura neutra com ATT feito a eito
O método usado para temperaturas inferiores à FTN e superiores a 10° consiste na execução mecânica
(artificial) de um alongamento ΔL que o trilho atingiria por dilatação normal se a temperatura variasse de
T para TNR, sendo T=temperatura do trilho no momento de submetê-lo ao alongamento por tração e
TNR, sendo a temperatura neutra de referência.
Nota 2:
Caso não exista o transpasse das semi-barras, tal como ilustrado na figura abaixo
E a folga gerada entre as semi-barras antes do tracionamento for maior que o valor calculado de C;
Nota 3: Já, se a folga gerada entre as semi-barras antes do tracionamento for menor que o valor calculado para C,
efetuar um corte correspondente à diferença entre C e a folga existente, de modo que o valor residual seja igual a
C.
Alívio de tensões em
túneis
Quando da execução de alívio de tensão em túneis em
linhas sinalizadas deve-se utilizar qualquer um dos
processos artificiais e levar em consideração as
seguintes instruções:
Quando da execução de alívio de tensão em túneis em linhas não sinalizadas deve-se utilizar qualquer um dos
processos artificiais e levar em consideração as seguintes instruções:
No interior de túneis:
Será submetida a ATT considerando a temperatura média no interior do túnel como Temperatura
Neutra e adotado o processo natural de ATT.
Pontes sem lastro (open deck bridges) em estrutura da linha solidária à ponte
Quando da execução de alívio de tensão em pontes não lastradas (open deck bridges) em estrutura da linha
solidária à ponte, deve-se levar em consideração as seguintes instruções:
Adoção de juntas de expansão a fim de evitar a transmissão de esforços da ponte para a linha e da linha
para a ponte.
O alívio poderá ser executado de maneira idêntica ao da linha corrida, fechando no ponto de instalação
das juntas de expansão que serão instaladas dentro da FTN e devidamente gabaritadas.
Pontes sem lastro (open deck bridges) em estrutura da linha não solidária à ponte
Quando da execução de alívio de tensão em pontes não lastradas (open deck bridges) em estrutura da linha não
solidária à ponte, deve-se levar em consideração as seguintes instruções:
Será imprescindível o uso de chapas de apoio de forma tal que o contratrilho receba fixação elástica. Isto
visa impedir a livre dilatação / contração do trilho da via em caso de fraturas.
Os parafusos de fixação vertical e lateral da grade da linha não tocarão a longarina, de forma que a grade
da linha e ponte resultem em unidade independentes (não sejam solidárias).
O ATT se estenderá a 120 metros além das cabeceiras das pontes. Se a proximidade com outra ponte de
tabuleiro aberto implicar que esta extensão atinja a região de influência desta outra ponte, o alívio se
estenderá a 120 metros além da outra cabeceira.
O ATT em pontes de tabuleiro aberto deve ser efetuado, preferencialmente, na FTN e em acordo com as
norma do ATT; devido à dificuldade de tracionar as barras sobre as pontes de tabuleiro aberto.
a. Neste caso não será necessário efetuar o ATT nas zonas de respiração adjacentes ao ponto de
fechamento do TCS, desde que não existam vestígios de tensões nos trilhos; mas deverá ser efetuado
ATT em todo o TCS.
a. Neste caso deverá ser efetuado o ATT nas zonas de respiração (ZR) adjacentes ao ponto de fechamento
do TCS, pelo método da meia barra.
b. Caso a temperatura do trilho esteja acima do limite superior da faixa neutra, não é recomendado
executar serviços em linhas com TCS; em casos em que os mesmos tornem-se imprescindíveis, é
necessário efetuar o ATT posteriormente.
A extensão mínima a ser aliviada na extremidade de um TLS em serviço de recuperação de juntas, fratura
de trilho, substituição de meia-chave, etc, deve ser de uma ZR (zona de respiração). Utilizar método da
meia barra.
A extensão máxima de um TLS a ser aliviado é função das dificuldades impostas pela geometria da linha
e pela resistência ao deslocamento do trilho (sistema de roletes usados). Neste caso, são normalmente
adotadas as extensões:
Caso o segmento a ser aliviado seja composto por vários e pequenos pedaços de trilho (várias juntas ou
fraturas próximas) é necessário efetuar a soldagem dos pedaços, formando um único segmento maior,
ou a substituição por TLS no segmento para somente depois ser executado o ATT.
O ATT, quando executado a eito, deve ser realizado simultaneamente (na mesma jornada de trabalho) nas
duas fiadas de trilhos (direito e esquerdo).
Deve ser removida qualquer sujeira que possa impedir o livre rolamento da barra.
No caso de curvas, serão utilizados roletes laterais especiais, para impedir o tombamento do trilho.
Nos trabalhos de alívio de tensão deverão ser substituídos todos os grampos sem pressão, sendo que os
grampos novos deverão ser preferencialmente aplicados na ZR para melhorar o retensoramento.
Nos ATT’s em trilhos longos soldados em que permanecerão juntas metálicas, a folga das mesmas será
nula, ou seja, as barras terão que estar topadas após o alívio. Como vantagem, ocorrerão menores
impactos nas juntas, com menor degradação das mesmas.
A substituição de grampos a eito poderá ser efetuada em qualquer temperatura, desde que:
Na ZN, os grampos podem ser retirados, deixando os dormentes ponteados 1 sim, 5 não.
Na ZR os grampos devem ser substituídos um a um de forma que a fixação fique sempre completa.
Nos serviços de substituição de dormentes a eito, deverá ser previsto o ATT após a consolidação da via
(2x105 toneladas trafegadas).
Nos serviços em que houver levante ou rebaixamento da linha com valores superiores a 100mm, deverá
ser previsto o ATT após a consolidação da via (200.000 toneladas trafegadas).
Conclusão
Terminamos mais um assunto no nosso blog, este é o último que se relaciona com a manutenção de trilhos.
Neste post foi visto como a tensão longitudinal de temperatura gera a necessidade de realizar o alívio de tensão
térmica. Foi exposto também qual o melhor método de alívio a ser utilizado e quando ele deve ser utilizado. Para
saber mais sobre isto, inscreva-se no nosso curso on-line sobre Fundamentos de manutenção de via
permanente.