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Laura Susana Santos Silva Garrido

Plano de desenvolvimento turístico para Vila do Conde


Imagem: Arquivo Municipal de Vila do Conde

Trabalho desenvolvido no âmbito da Unidade


Curricular Geografia do Desenvolvimento e
Turismo, sob orientação do Prof. Doutor João
Pedro Mendonça
Índice

Abreviaturas.................................................................................................................. 3
1. Introdução .............................................................................................................. 4
2. Nota metodológica................................................................................................. 5
3. Vila do Conde ........................................................................................................ 7
3.1. Caraterização territorial .................................................................................. 7
3.2 História e cultura ............................................................................................ 9
3.3 Geografia e clima ......................................................................................... 13
3.4 Demografia, economia e sociedade .............................................................. 14
4. Enquadramento do contexto turístico à escala regional ...................................... 21
5. Análise SWOT: Vila do Conde ............................................................................ 34
6. Objetivos gerais e metas do plano de ação .......................................................... 36
7. Conclusão e cenário prospetivo ........................................................................... 39
Bibliografia ................................................................................................................. 41
Anexos ........................................................................................................................ 44

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Abreviaturas

AL – Alojamento Local
AMP – Área Metropolitana do Porto
CMVC – Câmara Municipal de Vila do Conde
EN – Estrada Nacional
ETR – Entidade de Turismo Regional
INE – Instituto Nacional de Estatística
ITP – Instituto do Turismo de Portugal
LIT – Loja Interativa de Turismo
NUT - Nomenclatura das Unidades Territoriais
PNP – Porto e Norte de Portugal
PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo
PIB – Produto Interno Bruto
TER – Turismo em Espaço Rural
TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação
UE – União Europeia
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)

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1. Introdução
O presente trabalho constitui uma proposta de um plano de desenvolvimento estratégico para Vila
do Conde, a nível turístico, enquadrando-o na linha de orientação do Plano Estratégico Nacional
de Turismo (PENT) e, particularmente, na estratégia de marketing turístico do Porto e Norte de
Portugal (PNP), à luz das principais orientações do “Turismo 2020”.

Para o estabelecimento de um plano de desenvolvimento estratégico é fundamental conhecer as


caraterísticas do território em análise, bem como as atividades que aí se desenvolvem, traçando,
assim, a sua identidade. Com base neste pressuposto, iniciaremos o nosso trabalho com a
apresentação do território de Vila do Conde, concelho geograficamente localizado no norte litoral
de Portugal, sobre o qual abordaremos as suas características territoriais, o seu clima, a sua riqueza
patrimonial e cultural, assim como os seus recursos naturais.

Procuraremos ainda traçar um quadro que caracterize o concelho de Vila do Conde do ponto de
vista económico e demográfico, permitindo-nos dotar o estudo de elementos que, posteriormente,
nos auxiliarão na realização da análise SWOT.

Será, igualmente, enriquecedor estabelecer uma análise comparativa com outros concelhos - Pó-
voa de Varzim, Matosinhos, Espinho e Caminha - escolhidos por apresentarem um conjunto de
características semelhantes a Vila do Conde e que consideramos concorrentes (breve descrição
de cada um destes territórios em anexo) com características semelhantes, procurando compreen-
der o posicionamento de Vila do Conde, a nível turístico, num ranking face a destinos com ofertas
turísticas equivalentes na região.

Seguidamente, elaboraremos uma análise SWOT, procurando identificar os pontos fortes e pontos
fracos, as oportunidades e ameaças inerentes ao território vila-condense, assim como procurar
conhecer os seus principais concorrentes diretos.

Por último, abordaremos os objetivos gerais do plano de ação que se consubstanciarão no


estabelecimento de uma missão: promover a marca Vila do Conde, melhorando a sua atratividade,
apresentando-a como um produto diferenciado, tornando-a num destino de excelência.

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2. Nota metodológica

O desenvolvimento deste trabalho partirá de uma análise de Vila do Conde, o que nos leva, por
um lado para uma revisão bibliográfica que nos permita uma caracterização do território em causa,
dando-nos conta das suas características, da sua evolução, da sua individualidade na região do
Grande Porto, e por outro lado, que possibilite a identificação de pontos de convergência ao nível
dos produtos estratégicos definidos pela Entidade de Turismo Regional (ETR) do Porto e Norte.

Os dados estatísticos provenientes do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam-se


fundamentais para um enquadramento demográfico e socioeconómico de Vila do Conde,
permitindo uma comparação de registos dos três últimos Censos, com o objetivo de se
compreender a evolução do número de residentes no concelho de Vila do Conde, a sua divisão da
população por faixas etárias, a população residente ativa e a sua distribuição por setores de
atividade económica, entre outros.

No que concerne a esta análise, importa referir a opção de agrupar os dados relativos às freguesias
que, em 2013, por via da Lei 11-A/2013, passaram a constituir uniões de freguesia, por forma a
efetuarmos uma análise adequada à presente realidade administrativa1.

Por forma a compreendermos os fluxos turísticos no concelho, procederemos a uma análise


quantitativa no que concerne a dados estatísticos relativos a visitantes, em Vila do Conde,
nomeadamente, o número de entradas na Loja de Interativa de Turismo (LIT) e nos museus de
Vila do Conde nos últimos 4 anos, provenientes da Câmara Municipal de Vila do Conde (CMVC),
recorrendo, ainda, aos dados disponíveis na página web do INE, para a analisar a informação
relativa ao número de quartos das unidades hoteleiras existentes em Vila do Conde, a sua
ocupação média em termos de dormidas, o número de hóspedes, entre outros dados, que
permitirão caracterizar a oferta disponível no setor hoteleiro vila-condense, assim como e o seu
comportamento.

Procuraremos, ainda, estabelecer, em determinados momentos, uma análise comparativa entre

1
Com a reforma administrativa consubstanciada pela Lei 11-A/2013, de 28 de janeiro, 16 freguesias do
concelho de Vila do Conde deram lugar à constituição de 7 uniões de freguesia, a saber: As freguesias de
Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada deram lugar à União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro
Maior e Parada. As freguesias de Fornelo e Vairão deram origem à União de Freguesias de Fornelo e Vairão.
As freguesias de Malta e Canidelo deram origem à União de Freguesias de Malta e Canidelo. As freguesias
de Retorta e Tougues deram lugar à União de Freguesias de Retorta e Tougues. As freguesias de Rio Mau
e Arcos organizaram-se administrativamente na União de Freguesias de Rio Mau e Arcos. As freguesias de
Touguinha e Touguinhó deram origem à União de Freguesias de Touguinha e Touguinhó. Por último, as
freguesias de Vilar e Mosteiró passaram a constituir a União de Freguesias de Vilar e Mosteiró.

5
Vila do Conde e 4 concelhos da região norte de Portugal, 3 deles da AMP, de forma a compreender
e posicionar o comportamento turístico de Vila do Conde na região. Póvoa de Varzim,
Matosinhos, Espinho e Caminha (breve descrição dos concelhos em anexo), são os concelhos
selecionados para a realização desta análise comparativa. Todos localizados no litoral norte e
integrados na Região Turística do Porto e Norte de Portugal, com oferta de “sol e mar”, cidades /
vilas de dimensão semelhante, com características climatéricas análogas, dotadas de vias de
circulação e acessibilidade idênticas, destacando-se a particularidade de Caminha se distanciar do
Porto e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, comparativamente aos restantes concelhos.

Torna-se indispensável, para o estudo e análise proposta, conhecer o conjunto de documentos


publicados pelo Estado Português e Instituto do Turismo de Portugal (ITP), designadamente, a
legislação portuguesa que estabelece e revê o PENT, no qual se “considera o turismo um setor
prioritário para a estratégia de desenvolvimento do país” (Resolução do Conselho de Ministros
nº24 de 16 de abril, da Presidência do Conselho de Ministros, (2013), bem como o documento
“Turismo 2020 – Cinco Princípios para Uma Ambição” do ITP. Importa ainda referir que está já
em discussão pública a Estratégia de Turismo para 2027.

De forma complementar, iremos analisar a Estratégia de Marketing Turístico do Porto e Norte de


Portugal, por forma a conhecer as linhas de orientação para a região em que Vila do Conde se
insere, visto ser competência desta ERT a “valorização turística e […] o aproveitamento susten-
tado dos recursos turísticos das respetivas áreas” (Madeira, 2010, p. 45).

Por último, é apresentada a caracterização do território vila-condense no enquadramento da região


turística que integra – PNP – assim como é exposta a análise SWOT para Vila do Conde. Seria
fundamental o desenvolvimento e a aplicação de um inquérito aos vários stakeholders no setor
do turismo. No entanto, face ao âmbito do projeto, bem como ao período temporal em que ele
decorre, não nos é possível recorrer a esse método, pelo que nos socorremos do conhecimento
empírico da realidade concelhia, dado o nosso enquadramento profissional no Município de Vila
do Conde, que nos potencia um conhecimento objetivo da cidade e do concelho, bem como uma
consciência operativa sobre os seus pontos fortes e fracos, amplamente discutidos no grupo de
trabalho que integramos.

A metodologia a implementar irá potenciar a definição dos objetivos a atingir e as metas a deli-
near, por forma a tornar Vila do Conde um destino competitivo e de excelência, com propostas
diferenciadas, na oferta turística do norte de Portugal.

6
3. Vila do Conde

3.1.Caraterização territorial

Vila do Conde é sede de concelho, composto por 21 freguesias / uniões de freguesia, na sequência
da reorganização administrativa territorial autárquica decretada pela Lei 22/2012 de 30 de maio e
conforme publicação da Lei 11-A/2013, de 28 de janeiro. Localizada no norte litoral, o seu
território estende-se ao longo de cerca de 149 Km2 integrando o distrito do Porto e a NUT III2 da
AMP para fins estatísticos. Apresenta, pois, um território heterogéneo, com freguesias de carácter
mais rural, sobretudo na zona interior, em paralelo com as freguesias mais urbanas, do litoral, que
contemplam 18 km de areal e mar, ao longo do oceano Atlântico.

Figura 1 – Mapa de Portugal Continental, com destaque do distrito do Porto

Fonte: Site Associação Empresarial do Porto (adaptado)

Tem como concelhos vizinhos Póvoa de Varzim, Vila Nova de Famalicão, Trofa, Maia e
Matosinhos.

2
NUTS é a abreviatura de “Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos”, nomenclatura criada pelo
Eurostat no início dos anos 1970. Subdivide-se em 3 níveis (NUTS I, NUTS II, NUTS III), definidos de acordo com
critérios populacionais, administrativos e geográficos. Em 2015 entrou em vigor uma nova divisão regional em Portugal
– NUTS 2013.

7
Figura 2 – Mapa do distrito do Porto com destaque do concelho de Vila do Conde

Fonte: Site CMVC (adaptado)

No que concerne a acessibilidades, Vila do Conde encontra-se a cerca de 20 minutos do Aeroporto


Francisco Sá Carneiro e sensivelmente à mesma distância do Porto de Leixões, o que coloca este
território estrategicamente bem posicionado. Do ponto de vista da circulação rodoviária e
mobilidade, Vila do Conde é servida pela A28 - Porto – Viana do Castelo com ligação à Galiza,
A7 - Vila do Conde – Vila Real, com ligação ao Nordeste Peninsular, e pela EN13 - Porto –
Valença. Quanto a transportes públicos, é atravessada pela linha B (vermelha) do Metro do Porto,
que estabelece a ligação entre o Estádio do Dragão e a cidade da Póvoa de Varzim, ponteada de
várias estações ao longo do concelho, convertendo o antigo canal ferroviário (contruído em 1873)
em metropolitano de superfície, conciliando as vantagens de um transporte interurbano rápido,
limpo e amigo do ambiente, no acesso aos concelhos limítrofes e na própria ligação com as
freguesias do concelho.

8
Figura 3 - Mapa da Área Metropolitana do Porto

Fonte: Site oficial da AMP (adaptado)

A nível local, a rede viária é densa, reflexo de um modelo de povoamento disperso, constituído
sobretudo por estradas e caminhos municipais de características pontualmente rurais, geridos pelo
Município. À Rede Nacional de Estradas compete a gestão do conjunto bem articulado de vias
que se estendem pelo concelho e que assegura ligações longitudinais e transversais a outras vias
que se localizam na envolvente (EN13, E104, EB206, EN309 e EN318).

3.2 História e cultura

Em termos históricos, Vila do Conde encontra as suas origens bem antes da fundação de Portugal,
datando do ano de 953 o primeiro documento escrito que refere Villa de Comite, numa carta de
venda de bens, por Flamula Deo- Vota, ao Mosteiro de Guimarães, embora a sua identidade tenha
vindo a ser construída ao longo de milhares de anos, fruto de toda a informação que nos é
permitido coligir a partir dos achados arqueológicos mais remotos encontrados no concelho de

9
Vila do Conde, como os vários exemplares de utensílios de pedra lascada – bifaces3, da pré-
história antiga. Para uma cronologia com mais de 200 mil anos apontamos os marcos extensíveis
ao longo da pré-história recente, com manifestações fúnebres, como as mamoas e, na proto-
história, os castros, que marcam o mapa de Vila do Conde com mais de uma dezena de
referências.4

A romanização deixa também as suas marcas, chegando-se ao período medieval, onde a existência
de um conjunto de mosteiros, alguns criados ainda antes da fundação de Portugal, caracteriza o
território5.

E é a partir do castro de S. João Baptista, local onde, em 1318, D. Teresa Martins e D. Afonso
Sanches fundariam o mosteiro de Santa Clara, que Vila do Conde viria a desenvolver-se e atingir
o seu apogeu marítimo e comercial, ocupando um lugar de destaque nos descobrimentos
portugueses, com a construção naval, o porto e a alfândega régia a assumirem um papel de enorme
relevância na economia da vila. A passagem de D. Manuel I6 por Vila do Conde, numa
peregrinação a Santiago de Compostela, em 1502, foi também um acontecimento marcante para
o burgo, já que daria a Vila do Conde uma nova centralidade com a construção da Igreja Matriz,
a Praça Nova, os Paços do Concelho e a abertura de novas artérias na malha urbana. De referir
que o concelho de Vila do Conde é atravessado pelos Caminhos de Santiago desde a sua génese.

Até meados do século XIX, Vila do Conde não dispunha do vasto território que hoje detêm:
149.35km2. De facto “Vila do Conde tinha, no século XVI, o estatuto de vila e sede de concelho,
mas de um concelho sem termo, que se confinava à urbe que o sediava e a um termo restrito com
mínimas parcelas de aproveitamento agrícola, grandes franjas de areal […] e metade da freguesia
de Touguinha.” (Polónia, 2013, p. 107).

Durante os séculos XVI e XVII Vila do Conde manteve o seu protagonismo na construção naval,

3
Aos bifaces encontrados no concelho de Vila do Conde é-lhes atribuída a autoria do Homo heidelbergensis,
com uma idade de cerca de 500 mil a 250 mil anos. Este hominídeo habitou diversas regiões europeias e
atualmente está bastante estudado, em face do abundante número de fósseis encontrados.
4
Destaca-se em Vila do Conde, o castro de S. Paio de Labruge, situado junto ao litoral e relacionado com
a exploração de produtos marítimos e que se apresenta como o único caso em Portugal.
5
O mosteiro de Vairão (freguesia que fez parte do concelho da Maia e que viria a integrar o concelho de
Vila do Conde em 1836) foi o primeiro a ser fundado neste território, em meados do século X. Também o
mosteiro da Junqueira (freguesia que integra o concelho de Vila do Conde em 1836) foi fundado em 1069.
Em Rio Mau (integra o concelho em 1853) o mosteiro dá evidências da sua existência em meados do século
XII, tendo chegado até aos nossos dias um dos poucos exemplares do românico do norte de Portugal, a
igreja românica de S. Cristóvão de Rio Mau.
6
O mesmo monarca atribuiria a Vila do Conde a 11 de setembro de 1516 o foral novo, com a tipologia mais
relevante, o que poderia ser indício de uma relação próxima entre o rei e o senhorio, no caso o mosteiro de
Santa Clara.

10
no comércio, na navegação e depois na emigração. O século XIX, um período conturbado em
Portugal motivado sobretudo pelas invasões francesas e pelas lutas entre liberais e absolutistas,
marca Vila do Conde, para além das consequências deste quadro político, com a criação de um
novo mapa concelhio: a anexação da maioria das freguesias que compõem o atual concelho de
Vila do Conde, na sequência da reorganização do mapa territorial7.

Assiste-se ainda, neste período, à construção de vias de comunicação, inseridas no âmbito do


programa governativo saído da Regeneração8e que pretendia dotar o país de uma boa rede viária,
à instalação da Linha do Americano, bem como à ligação com o Porto. Instalam-se fábricas e
empresas e a praia começa a ser frequentada, fruto do seu aconselhamento médico, numa primeira
fase, aliada, posteriormente, ao lazer. De facto, a partir da segunda metade do século XIX, também
em Portugal se escolhe o litoral, sendo apropriado “pelos grupos sociais económica e
culturalmente mais favorecidos” (Miranda, 2016, p. 19). Em 1866 iniciaria, em Vila do Conde, o
processo de urbanização para praia de banhos, com a instalação de um conjunto de equipamentos
para os banhistas e a abertura de uma rua em direção à praia9. Também a promoção de atividades
de lazer, como o teatro ou o casino, e a existência de dois circuitos da linha do americano (um dos
quais para os meses de verão que ligava a estação de caminho-de-ferro à praia) contribuíram para
este processo. Desde então, a praia de Vila do Conde procurou divulgar-se, à semelhança de outras
zonas balneares, em território nacional e também em Espanha, sobretudo na Galiza.

Atualmente, Vila do Conde mantêm o seu desenvolvimento urbanístico, que muito se acentuou
nas últimas décadas do século passado e no início deste. Disso são exemplo as últimas
intervenções que se verificaram nos principais pontos da cidade, como a requalificação da zona
envolvente ao mosteiro de Santa Clara, a intervenção na zona do Cais da Alfândega e zona
ribeirinha, com a construção de um ancoradouro de barcos de recreio, a construção e musealização
de uma réplica de uma nau quinhentista, entre outros, bem como toda a reestruturação da frente
urbana marítima no âmbito do Programa Polis, que procurou requalificar e valorizar este espaço
urbano com vista ao usufruto das condições naturais que a proximidade do mar permite.

7
A reforma administrativa iniciada por Mouzinho da Silveira (1832) levaria a uma reorganização
administrativa do reino, com redefinição do mapa administrativo. Desta forma, ao concelho de Vila do
Conde foram anexadas várias freguesias provenientes dos concelhos vizinhos à época, num processo que
iniciado em 1836, com a anexação da maioria das freguesias, e terminado em 1871 com a anexação da
última freguesia, Labruge, deu origem ao território que hoje se conhece.
8
Regeneração é o período da Monarquia Constitucional portuguesa, que durou cerca de 17 anos, posterior
à revolta militar de 1 de maio de 1851, com a queda de Costa Cabral. A principal figura seria Fontes Pereira
de Melo. Os seus Governos procuraram desenvolver economicamente o nosso país e moderniza-lo, pese
embora as pesadas medidas fiscais instituídas.
9
Artéria que servia uma área residencial afeta, durante mais de um século, quase em exclusivo para as
famílias que aqui procuravam passar os meses de verão.

11
A nível arquitetónico, Vila do Conde oferece um vasto leque de monumentos a visitar, como o
Mosteiro de Santa Clara, a Capela do Socorro, a Igreja Matriz, o Forte de S. João Baptista, a
Ermida da Senhora da Guia, o Aqueduto, casas solarengas, citando apenas alguns exemplos. Por
todo o concelho existem 24 imóveis classificados: 7 como Monumento Nacional (Igreja Matriz
de Vila do Conde, Pelourinho de Vila do Conde Aqueduto de Vila do Conde, Igreja do Mosteiro
de Santa Clara e túmulos dos fundadores, Cividade de Bagunte, Igreja de Azurara, Igreja de São
Cristóvão de Rio Mau) e 17 como Imóvel de Interesse Público (Mosteiro de São Simão da
Junqueira, jardins, fonte e claustro, Azenha Quinhentista no rio Ave, Capela de Nossa Senhora da
Guia, Capela de Nossa Senhora da Graça, Capela de Santa Catarina, Casa da Praça, Solar dos
Vasconcelos / Auditório Municipal de Vila do Conde, Palacete Melo, Convento de Nossa Senhora
dos Anjos, Cruzeiro da Misericórdia de Vila do Conde, Cruzeiro de Azurara, Edifício e Igreja da
Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, Capela de Nossa Senhora do Socorro, Forte de S.
João Baptista, Capela de S. João Baptista da Igreja Paroquial de Vairão, Pelourinho de Azurara,
Ponte de São Miguel de Arcos, Núcleo Urbano da cidade de Vila do Conde / parte antiga de Vila
do Conde e Azurara).

Também num processo de classificação como salvaguarda urgente de património imaterial


encontram-se as “Técnicas de construção e reparação naval em madeira de Vila do Conde”: O
processo, à data da realização deste trabalho, está disponível para consulta pública na plataforma
da Direção Geral do Património Cultural10 e em fase de avaliação pela mesma entidade, a que se
seguirá a candidatura à UNESCO.

No campo das artes e das letras vários são os marcos na história e cultura vila-condense, patente
até aos nossos dias nas ofertas culturais do território, dos quais nomes como Antero de Quental,
Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, José Régio, Julio - Saúl Dias, Sonia e
Robert Delaunay e Ruy Belo são exemplos de artistas que aqui nasceram ou que aqui viveram e
que estão incontornavelmente ligados à história e à cultura do século XIX e XX português. Atu-
almente, Vila do Conde continua a ser berço de nomes como Paulo Praça e Manuela Azevedo, na
música, ou Valter Hugo Mãe nas letras, desempenhando um importante papel na cultura, a nível
nacional e internacional.

Será ainda de ressalvar a presença das rendas de bilros de Vila do Conde, uma marca do artesanato
português, mas que se apresenta como “um produto cultural europeu” (Ramos, 2005, p. 9). Um

10

http://www.matrizpci.dgpc.pt/MatrizPCI.Web/Inventario/InventarioConsultar.aspx?IdReg=501&EntSep=
3#gotoPosition

12
produto datável pelo menos de finais do século XV, que terá iniciado a sua produção em cidades
italianas como Milão ou Veneza, disseminando-se depois pela Europa. Em Vila do Conde as
rendas de bilros terão marcado presença desde o século XVII11. “Em face das relações marítimas
dos portos portugueses com os portos da Liga Hanseática e toda a troca de informação e contactos
que essas mesmas relações significariam, não custa a crer que a origem das rendas de bilros em
Vila do Conde possa residir na capacidade empresarial e no empreendimento de uma destas casas
produtoras da Flandres” (Ramos, 2005, p. 14). Chamamos a esta apresentação as rendas de bilros
de Vila do Conde, por serem consideradas um ex-libris do território e que ainda hoje mantêm a
sua produção artesanal. Recentemente viram o seu processo de certificação aprovado, bem como
em 2015 foram galardoadas com o Record do Guiness Book, com a produção da maior renda de
bilros do mundo, pelas rendilheiras de Vila do Conde.

A par das rendas de bilros, a doçaria conventual, remanescência da forte presença monacal no
concelho de Vila do Conde, sobretudo do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde e do Mosteiro
de Vairão, bem como os tapetes de flores, que acontecem de 4 em 4 anos, por alturas da festa de
Corpus Christi, são manifestações remotas da história de Vila do Conde, profundamente caracte-
rísticas deste território.

Os Caminhos de Santiago, hoje novamente tão em voga com os caminhos Central e da Costa12
devem ser considerados na história do concelho, pela forte tradição de peregrinação que existe
desde a Idade Média neste território, como o atestam as pontes medievais, a paróquia de Labruge,
cujo orago é Santiago, e os mosteiros com tradição de peregrinação e até peregrinações reais – a
de D. Manuel I e a de Filipe II de Portugal. Também os arquivos da Misericórdia de Vila do
Conde referem a presença de peregrinos, assim como os tombos do Mosteiro de S. Simão da
Junqueira.

3.3 Geografia e clima

Localizado no norte litoral de Portugal, o território de Vila do Conde, que se estende ao longo de
149.35km2, é dominado, em termos geológicos, por um vasto conjunto de formações graníticas,
que abrangem as freguesias do concelho a norte do rio Ave e do interior. Na parte sul do concelho

11
O documento mais antigo que comprova a existência das rendas de bilros de Vila do Conde é uma ata de
reunião da Câmara de Vila do Conde de 4 de maio de 1616. Arquivo Municipal de Vila do Conde NI. 26,
fl. 172 verso.
12
Os Caminhos de Santiago têm uma longa história com Vila do Conde: o Caminho Central está ligado às
primeiras peregrinações, mantendo-se até à atualidade, como a principal rota de peregrinação no nosso país.
O Caminho da Costa ganhou dinamismo no início da Idade Moderna, em face do crescimento de núcleos
urbanos próximos do oceano Atlântico.

13
predominam os afloramentos rochosos do período câmbrico que sofreram intensa ação
metamórfica, pela intrusão dos granitos acima referidos.

O relevo do concelho apresenta uma topografia suave que evolui gradualmente, do litoral para o
interior, atingindo cotas que ultrapassam ligeiramente os 200m, como sejam alguns pontos notá-
veis: o monte da Cividade, na freguesia de Bagunte, o monte Marão em Fornelo e Santa Eufémia
em Guilhabreu.

Em termos hidrográficos, Vila do Conde é atravessada por uma densa rede de ribeiras (com um
regime irregular face às condições climatéricas), na maioria tributários do rio Ave ou do rio Este,
seu principal afluente, bem como do rio Onda, que divide, a Sul, os concelhos de Vila do Conde
e Matosinhos.

O clima desta região do norte litoral é temperado marítimo, naturalmente muito influenciado pelo
oceano Atlântico, com temperaturas moderadas. Apresenta baixas amplitudes térmicas anuais e
elevados níveis de pluviosidade, sobretudo no inverno. Os verões são suaves, influenciados pela
brisa marítima característica da costa ocidental de Portugal. Os ventos do quadrante de sudoeste,
provenientes de correntes meridionais do Atlântico são responsáveis por dias de elevada
pluviosidade e temperaturas amenas, no inverno, e os ventos do quadrante noroeste provenientes
da frente polar fria, traduzem-se em dias frios.

A orla costeira com características semelhantes constantes ao longo dos 18km de frente de mar
permitiu à CMVC implementar percursos naturalizados pedonais e cicláveis, vulgo passadiços,
criando condições para a fruição do ambiente e da paisagem, ao longo de toda a Área de Paisagem
Protegida Regional do Litoral Sul do Concelho, promovendo a mobilidade suave e protegendo os
ecossistemas naturais, regulando o pisoteio e o atravessamento dos sistemas dunares e o acesso
às praias.

3.4 Demografia, economia e sociedade

Nos últimos Censos (2011), residiam em Vila do Conde 79 533 indivíduos, sendo 38 469 homens
(48,4%) e 41 064 mulheres (51,6%).

O gráfico que se segue (gráfico 1) apresenta a evolução da população residente no concelho de


Vila do Conde, nos três últimos censos: 1991, 2001 e 2011.

14
Optamos por apresentar os dados já de acordo com a reorganização administrativa de 2013,
contemplando assim as freguesias e uniões de freguesias atualmente existentes. Do gráfico em
análise concluímos que, genericamente, a população aumentou: 15 freguesias / uniões de
freguesia viram elevado o seu número de habitantes entre 1991 e 2011, sendo que apenas 6
freguesias / uniões de freguesias assistiram ao decréscimo do número de habitantes. Vila do Conde
é a freguesia onde se regista um maior aumento populacional.

Gráfico 1- Evolução da população residente no concelho de Vila do Conde, entre 1991 e 2011

30000
27000
24000
21000
18000
15000
12000
9000
6000
3000
0

1991 2001 2011

Fonte: INE / CMVC

A densidade populacional do concelho de Vila do Conde também aumentou, como se pode


constatar pela análise do gráfico 2, ao longo dos 3 momentos censitários, sendo em 1991 de 435
habitantes / Km2, passando em 2011 para 533 habitantes /km2.

15
Gráfico 2 – Evolução da densidade populacional do concelho de Vila do Conde

600

500

400

300

200

100

0
1991 2001 2011

Fonte: INE / CMVC

De acordo com a informação fornecida pelo INE (gráfico 3), mais de metade da população ativa
empregada vila-condense (58%) desenvolve a sua atividade no setor terciário e apenas 8%
trabalham no setor primário.

Gráfico 3 - População residente empregada - distribuição por setores de atividades em 2011

8%

34%
58%

sector primário sector secundário sector terciário

Fonte: INE

16
Gráfico 4 - Distribuição da população residente nas freguesias de Vila do Conde por setores de
atividade

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

sector primário sector secundário sector terciário

Fonte: INE / CMVC

Ao efetuarmos esta análise ao nível das freguesias (gráfico 4), apercebemo-nos que apenas a
União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada, a União de Freguesias de Rio
Mau e Arcos e Vila do Conde apresentam mais de 10% da população ativa no setor primário. As
primeiras por serem freguesias eminentemente mais rurais e no caso de Vila do Conde, a
população aqui representada corresponde à comunidade piscatória de Caxinas.

17
Gráfico 5 - Ocupação profissional da população residente por setor de atividade: comparação
entre 1991 e 2011

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
1991 2001 2011

sector primário sector secundário sector terciário

Fonte: INE

Se compararmos a distribuição da população por setores de atividades entre 1991 e 2011 (gráfico
5), percebemos que o setor primário e o secundário vieram, ao longo destes 20 anos, a perder
expressão, sendo que o setor terciário viu quase duplicada a percentagem de indivíduos que nele
trabalham.

No que concerne ao número de empresas existentes no concelho em 2012, de acordo com os


dados disponíveis no site do INE, o seu número total era de 7580, distribuídas como se pode
observar no gráfico seguinte (gráfico 6): verificamos que a área do comércio por grosso e a retalho
é a mais significativa, concentrando ¼ das empresas não financeiras de Vila do Conde. O aloja-
mento, restauração e similares é a 4ª área da economia vila-condense com maior número de em-
presas, a par da agricultura e das atividades administrativas.

A análise do número de empresas por setor de atividade permite verificar mais uma vez que o
setor terciário é o mais representativo em Vila de Conde, como de resto já se tinha constatado em
gráfico anterior.

18
Gráfico 6 - Distribuição das empresas de Vila do Conde por setor de atividade

Atividades artísticas, de espetáculos, 0%


desportivas e recreativas 0%
5% 8%
2%

7% 7% 0%
0%

6%
9%

8%

9%

Comércio por grosso


2% e a retalho;
reparação de
1% veículos automóveis
e motociclos
2% 25%
Alojamento,
restauração e
similares
8%

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca


Indústrias extrativas
Indústrias transformadoras
Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição
Construção
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos
Transportes e armazenagem
Alojamento, restauração e similares
Atividades de informação e de comunicação
Atividades imobiliárias
Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares
Atividades administrativas e dos serviços de apoio
Educação
Atividades de saúde humana e apoio social
Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas
Outras atividades de serviços

Fonte: INE

No que diz respeito à taxa de emprego e desemprego verificamos que entre os anos de 2001 e
2011 se assiste a uma diminuição da percentagem de ativos empregados e a um aumento da taxa

19
de desempregados (gráfico 7), pese embora o número absoluto de ativos tenha aumentado, entre
2001 e 2011, de 38.326 para 39.981 indivíduos.

Gráfico 7- Comparação das taxas de emprego e desemprego entre 2001 e 2011

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
2001 2011

população ativa empregada população ativa desempregada

Fonte: INE / CMVC

Se analisarmos a população residente em Vila do Conde, nos Censos de 2011 (gráfico 8),
percebemos que mais de 50% da população se encontra entre os 25 e os 64 anos, ou seja,
apresenta-se como população ativa. Quando estabelecemos a comparação com os Censos
anteriores, verificamos que embora tenha aumentado o número total de residentes em Vila do
Conde, isso não se traduz por um aumento de número de indivíduos das faixas etárias 0-14 ou 15-
24, mas antes um aumento populacional nas faixas 25- 64 anos e 65 ou mais anos. Assistimos
assim, a um envelhecimento da população.

Gráfico 8- Distribuição da população residente em Vila do Conde, por faixas etárias


(comparação 2001 / 2011)
90000
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
0-14 anos 15-24 anos 25 - 64 anos 65 ou mais anos total

2001 2011

Fonte: INE Censos 2011

20
4. Enquadramento do contexto turístico à escala regional

Após uma breve análise do território em estudo, é importante concretizar o seu enquadramento
no contexto turístico da região em que se insere - Região Turística do Porto e Norte de Portugal
– assim como é importante também que conheçamos as principais linhas de ação definidas para
a região em estudo.

Em termos governativos a Secretaria de Estado do Turismo é o órgão do Governo com compe-


tências na área do turismo. O PENT, documento estratégico para o turismo nacional, que define
as entidades que têm responsabilidades nessa matéria, bem como quais os produtos em que Por-
tugal deve investir, foi aprovado em pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2007, de 15
de fevereiro. Este documento legal teve como horizonte temporal 2006 – 2015 e foi revisto em
2013. A Resolução considera o turismo um setor prioritário para a estratégia de desenvolvimento
do nosso país, tendo vindo a dar frutos, já que, à data da realização deste trabalho, o INE apresen-
tou os dados relativos ao desempenho da economia portuguesa, tendo-se verificado, no último
trimestre de 2016, um crescimento do PIB de 1.6%, apontando-se o turismo como o impulsiona-
dor deste crescimento.

A par com a Secretaria de Estado do Turismo, o Turismo de Portugal é a autoridade responsável


pela promoção, valorização e divulgação de Portugal.

Paralelemente, o país encontra-se dividido em regiões que, em termos de administrativos, se


consubstanciam nas Entidades Regionais de Turismo, sendo a ETR Porto e Porte a responsável
pela dinamização do turismo dos 81 Municípios que integram esta importante parcela de
território. As Câmaras Municipais são um órgão de administração local com competências
também ao nível da qualificação e desenvolvimento do território, bem como na promoção do seu
concelho. Existe ainda um conjunto de entidades privadas com competências neste setor, como
associações do setor, empresas, etc.

Interessa-nos, pois, analisar qual a visão e as diretivas da ETR Porto e Norte para a região, por
forma a enquadrar a promoção do destino “Vila do Conde”.

Portugal representa, na Europa, em termos de receitas turísticas (9.º lugar na UE a 28), cerca de
2,5% do total das receitas turísticas internacionais e em termos mundiais ocupa o 26.º lugar (cerca
de 1,0% a nível mundial). Integra o TOP 20 dos países mais competitivo do mundo, no World
Economic Forum (WEF) – Travel & Tourism Competitiveness Index.

21
Nos últimos anos, no nosso país, as receitas turísticas internacionais cresceram a uma média anual
superior a 8%, o que ultrapassou a concorrência espanhola (4,5%), mediterrânica e europeia
(5,4%) e mundial (6,5%). Significa, pois, que Portugal se vem a afirmar como um destino em
desenvolvimento e que apresenta produtos complementares, que o podem distinguir, tornando-se
como uma oferta de valor acrescentado a par com outros produtos em desenvolvimento, bem
como os já consolidados. Naturalmente que a realidade altera-se de região para região.

De acordo com os dados apresentados no documento “Turismo 2020 - cinco princípios para uma
ambição”, da Secretaria de Estado do Turismo (2015) a região norte apresenta um aumento per-
centual no número de dormidas entre 2007 e 2014, só ultrapassado pela região de Lisboa. Ainda
segundo a mesma fonte, verificou-se uma taxa de crescimento médio anual das dormidas de 2,6%,
o que significou um aumento acima da média nacional (2.2%). Apresenta também uma sazonali-
dade menos significativa face à média do país (36% da região versus 39% do país), e a nível
internacional, a região apresenta uma crescente procura: em 2007 a procura do mercado externo
situava-se nos 41,6% e, em 2014 fixa-se nos 51,7%, ou seja, aumenta mais de 10 pontos percen-
tuais em apenas 7 anos.

No âmbito do QREN 2007-2013 a NUTT II “Norte” foi a região que mais investiu no Turismo, a
nível privado, em Portugal.

O Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal, do Turismo de Portugal,


defende, para a região norte, a “Valorização de recursos culturais e intensivos em território, apro-
veitando as capacidades científicas e tecnológicas, nomeadamente nas áreas da gestão, marketing
e TIC, e a oferta turística relevante, promovendo percursos e itinerâncias como forma de aprovei-
tamento das principais infraestruturas de entrada de visitantes”.

Esta região é considerada um destino de excelência, histórica e culturalmente rica e autêntica,


com Património da Humanidade classificado pela UNESCO. É o primeiro destino a nível de eco-
turístico nacional, com relevância internacional, tendo como base a cultura do vinho e da vinha,
primeiro destino de turismo da natureza e rural do país e primeiro destino de turismo de saúde e
bem-estar nacional, com base num elemento único e diferenciador – a água mineral natural – e a
inovação na rede de estâncias termais.

No supra mencionado plano de ação são definidos como objetivos estratégicos para a região
norte:
“• Qualificar e valorizar os recursos turísticos e criar as infraestruturas de suporte ao turismo re-
gional.

22
• Desenvolver a oferta de alojamento e animação assente em padrões de qualidade e sustentabi-
lidade.
• Promover a qualificação e formação dos recursos humanos.
• Projetar e promover a oferta turística da região Norte.
• Promover um processo de dinamização, acompanhamento e informação do turismo regional”
(Plano de ação para o desenvolvimento do turismo em Portugal, 2016, p. 64).

No entanto, previamente ao estabelecimento de objetivos e metas, é indispensável que se proceda


a um estudo de mercado, com vista ao conhecimento da realidade interna, os pontos fortes, os
pontos fracos, as oportunidades e as ameaças que o destino turístico “Porto e Norte” apresenta
para, posteriormente, passarmos à realidade de Vila do Conde, o objeto do nosso estudo. Ainda
no mesmo plano de ação é apresentada a análise SWOT (tabela 1) para o destino “Porto e Norte”
(Plano de ação para o desenvolvimento do turismo em Portugal, 2016, p. 62).

Segundo Nuno Madeira, uma análise SWOT apresenta uma metodologia simples e de fácil
aplicação. A análise interna “tem por objetivo principal permitir aos agentes económicos
identificar o tipo de vantagem concorrencial que detêm, as suas forças face à concorrência […],
trunfos e qualidades distintivas valorizadas pelo mercado ou consumidores […]. Quanto às
fraquezas, são pontos que deve corrigir” (Madeira, 2010, p. 33). Esta análise deverá efetuar-se
com os concorrentes sempre em mente. A análise externa – oportunidades e ameaças – procura
estudar as tendências mais importantes.

23
Tabela 1- análise SWOT “Porto e Norte”
Pontos Fortes Pontos Fracos
•Riqueza de recursos endógenos enquanto fatores estratégicos de •Incapacidade de fixação de visitantes na Região (refletindo-se nas baixas
diferenciação, com dimensão nacional e internacional (ex. vinhos). taxas de ocupação e estadias médias).
•Vasto e rico património histórico-cultural e arqueológico, conferido nos 4 •Défice de imagem e de notoriedade nos mercados internacionais
sítios classificados com o estatuto de Património Mundial – UNESCO. •Ausência ou má sinalização turística.
•Cultura popular manifestada na boa hospitalidade, no artesanato e em •Necessidade de recursos humanos qualificados no setor, tendo implicações a
eventos de carácter tradicional. vários níveis, designadamente, na engenharia e conceção do produto turístico,
•Douro – Região vitivinícola demarcada e regulamentada mais antiga do na prestação de serviços de informação turística, hotelaria e restauração.
mundo. •Atividade de Incoming / Recetivo ainda pouco desenvolvida.
•Região do País com maior oferta de TER e de Estâncias Termais. •Dificuldades de coordenação entre os vários agentes que operam no mercado
•Boas acessibilidades inter-regionais Norte/ Sul. turístico.
•Capacidade do Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro.
Oportunidades Ameaças
•De acordo com a OMT prevê-se um crescimento sustentado para a indústria •Fragilidades concorrenciais do destino associáveis à dificuldade de afirmar a
turística nos próximos 20 anos. Região do Norte nos principais mercados internacionais.
•Emergência de novos padrões de consumo e motivações, privilegiando •A necessidade da atuação em rede e de escala, não é compatível com a
destinos que ofereçam experiências diversificadas e com elevado grau de debilidade da concertação estratégica regional e com a pulverização de
autenticidade e qualidade ambiental (Cultura, Património, Natureza, atuações.
Gastronomia, Desporto...). •Perda de oportunidades na atração de promotores e investimentos turísticos
•Acréscimo de competitividade do negócio turístico na região decorrente do a favor de outras regiões, em parte devido à persistência dos obstáculos de
crescimento da oferta de viagens low-cost. natureza burocrática e jurídico-formal na aprovação e no licenciamento.
•Terminal de Cruzeiros Turísticos.
Fonte: “Plano de ação para o desenvolvimento do turismo em Portugal”

24
Com base nesta análise, bem como observando ainda os produtos identificados para a região
“Porto e Norte” (tabela 2) como consolidados e em desenvolvimento, poderemos depois partir
para a análise do destino “Vila do Conde”.

Tabela 2 - Produtos estratégicos e produtos a desenvolver


Produtos estratégicos Tipologia
Natureza Passivo (contemplação)
Ativo / aventura / especialista / desportos
Touring cultural e paisagístico Genérico
Temático
Saúde e bem-estar Descanso e relaxamento
Tratamentos específicos
City e short breaks Genérico
Temático
Turismo religioso Genérico
Temático
Gastronomia e vinhos Descobrimento
Aprofundamento / aprendizagem
Negócios

Produtos a desenvolver Tipologia


Turismo náutico Ativo
Passivo
Golfe
Sol e mar
Fonte: Turismo do Porto e Norte

De acordo com o “Turismo Porto e Norte” a importância desta região tem vindo a evoluir de
forma positiva, pese embora este desempenho positivo do turismo se concentre essencialmente
na área do Grande Porto.

Em 2013, de acordo com os dados fornecidos pelo INE, Vila do Conde teve 50 897 dormidas,
sendo que o Norte obteve 2.777.22913 dormidas no período homólogo, representando assim,
1.83% das dormidas totais na região. Se compararmos com os concelhos vizinhos de Póvoa de
Varzim e Matosinhos, verificamos que obtiveram cerca de 5% e 10% respetivamente. Os

13
Estes valores integram, para além dos estabelecimentos hoteleiros, os valores do TER e novas unidades
de AL.

25
concelhos de Caminha e Espinho captaram cerca de 1.7% e 2.9% das dormidas, respetivamente.

De acordo com Estratégia de Marketing Turístico do Porto e Norte de Portugal para o Horizonte
2015 - 2020 o “Porto e Norte” tem vários destinos como concorrentes diretos, pelo que é
necessário apresentar-se como um produto diferenciado, procurando “estruturar de forma clara os
seus produtos turísticos, evidenciando as suas valências e singularidades diferenciadoras, e
colocá-los, comunicá-los e distribuí-los estrategicamente junto dos mercados com maior
predisposição ao seu consumo, de modo a aumentar o nível de interesse e intenção de visita”
(Turismo do Porto e Norte, 2016, p. 10).

Ainda segundo a mesma fonte, esta região atrai uma elevada quota de mercado no segmento da
visita a familiares e amigos, assim como, devido turismo de negócios. Nesta perspetiva, estes
segmentos contrariam uma elevada taxa de sazonalidade. Para o segmento de lazer, também
relevante (mais de um terço da procura total), os números apontam para short breaks, descanso e
relaxamento, fruição da natureza e cultura (incluindo city breaks, gastronomia e vinhos).

A beleza da paisagem, a localização e o alojamento são os principais motivos para a escolha da


região. Os visitantes, durante a sua estada, procuram obter experiencias gastronómicas, fazer
compras, fazer passeios de carro, contemplar a paisagem e aproveitar a animação noturna. No
regresso a casa, o visitante sente-se muito satisfeito e tenciona recomendar a familiares e amigos.

Quando analisamos as dormidas em Vila do Conde para o ano de 2013, estabelecemos a compa-
ração com 4 concelhos: Póvoa de Varzim, Matosinhos, Espinho e Caminha. Estes concelhos fo-
ram escolhidos por apresentarem um conjunto de características semelhantes a Vila do Conde e
que consideramos concorrentes: A localização geográfica junto ao oceano Atlântico, a proximi-
dade da cidade do Porto, bem como do aeroporto Francisco Sá Carneiro e do Porto de Leixões
(neste caso penalizando Caminha, mais distante), a riqueza patrimonial e a oferta gastronómica
(peixe do Atlântico), a oferta de sol e mar, a semelhança climática, são aspetos muito presentes
nos 4 concelhos.

Também a segurança é uma questão que pesa no momento da escolha. Analisamos os dados es-
tatísticos disponíveis no INE para 2013 (gráfico 9):

26
Gráfico 9 - análise comparativa da taxa de criminalidade em 2014
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Vila do conde Póvoa de Varzim Matosinhos Caminha Espinho

Crimes contra a integridade física /1000 hab.


Furto/roubo por esticão e na via pública /1000 hab.
Furto de veículo e em veículo motorizado /1000 hab.

Fonte: INE

Vila do Conde apresenta menor índice de criminalidade do que o concelho da Póvoa de Varzim
e Matosinhos quanto a furto, por esticão, sendo que o concelho que apresenta maior índice de
criminalidade no que concerne a crimes contra a integridade física, furto na via pública e em
veículos é Matosinhos. Já no que diz respeito a furtos de veículo e em veículos, Vila do Conde
apenas é ultrapassada por Matosinhos. É ainda a que apresenta a menor taxa quanto a crimes
contra a integridade física, traduzindo-se pois num fator positivo adicional no momento da esco-
lha do potencial visitante.

Analisemos agora (gráfico 10) a comparação entre o número de dormidas por cada 100 habitantes
nos 4 concelhos que elencamos, com Vila do Conde, bem como com o Grande Porto e com o
Norte de Portugal, em 2008 e 2014:

27
Gráfico 10 - Comparação do número de dormidas verificadas por cada 100 habitantes, nos
anos de 2008 e 2014

350
300
250
200
150
100
50
0
Vila do Póvoa Matosinhos Espinho Caminha Grande Porto norte
Conde Varzim / AMP
(designações
diferentes de
acordo com a
alteração das
NUTS)

Dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico por 100 habitantes (nº) 2008


Dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico por 100 habitantes (nº) 2014

Fonte: INE

Como podemos constatar, Vila do Conde segue a tendência do aumento do número de dormidas
em alojamento turístico por cada 100 habitantes, verificada no Grande Porto e no Norte, tal como
em Matosinhos. Já os concelhos de Póvoa de Varzim, Espinho e Caminha apresentam uma ten-
dência contrária, ainda que pouco significativa. Não obstante o crescimento verificado, Vila do
Conde não apresenta um crescimento exponencial, como é o verificado no Grande Porto.

Estes dados analisados a partir da informação disponibilizada pelo INE permitem-nos estruturar
o desempenho do turismo em Vila do Conde. Assim, analisamos a evolução do número de hós-
pedes, número de dormidas e estada média nos estabelecimentos de alojamento do concelho.

Como podemos observar no gráfico seguinte (gráfico 11), o número de hóspedes conseguido nos
estabelecimentos de alojamento de Vila Conde cresceu de 16,9 mil para 27,4 mil, entre 2008 e
2014. No entanto, esta tendência não foi constante ao longo do período em análise. Os anos 2009
e 2010 registaram crescimentos positivos significativos. Já em 2011 os números estagnaram,
caindo mesmo em 2012. Os anos de 2013 e 2014 entram novamente numa fase ascendente, ainda
que menos significativa que os anos de 2008 a 2010.

28
Gráfico 11 - Evolução do número de hóspedes e da capacidade de alojamento, em Vila do
Conde, entre 2008 e 2014

450 30000
capacidade de alojamento (número de camas)

400
25000
350

número de hóspedes
300 20000

250
15000
200

150 10000

100
5000
50

0 0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Título do Eixo

capacidade de alojamento hóspedes

Fonte: INE

Quando analisamos o número de camas verifica-se que também tem aumentado desde 2008. De
290 camas em 2008, Vila do Conde passou a disponibilizar de uma oferta de 382 em 2014, pese
embora se tenha verificado uma diminuição da capacidade em 2009, recuperando logo no ano
seguinte. Também se destaca o crescimento significativo de 2012 para 2013 que, todavia, deverá
estar relacionado com a alteração da legislação que regula o alojamento (passou a contabilizar-se
as unidades de Turismo em Espaço Rural e de Alojamento Local).

Comparativamente, em termos evolutivos, a situação em Vila do Conde é semelhante à verificada


no Grande Porto, quando comparado o número de dormidas por cada 100 habitantes, como se
pode analisar no gráfico seguinte (gráfico 12). Verifica-se, desde 2008 um aumento do número
de dormidas, para em 2012 se constatar uma diminuição, no caso de Vila do Conde e uma estag-
nação no Grande Porto. No ano de 2013 verifica-se o aumento do número de dormidas (em ambos
os casos), para em 2014 se registar nova diminuição das mesmas.

29
Gráfico 12 - Evolução do número de dormidas entre 2008 e 2014 em Vila do Conde e no
Grande Porto (por 100 habitantes)

70 300
Dormidas em Vila do Conde /100 habitantes

Dormidas no Grande Porto / habitantes


60 250

50
200
40
150
30
100
20

10 50

0 0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Título do Eixo

Vila do Conde Grande Porto

Fonte: INE

Gráfico 13- Estada média de hóspedes (nº de noites)

2,05

1,95

1,9

1,85

1,8

1,75

1,7
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Vila do Conde Grande Porto

Fonte: INE

Quanto à estada média nas unidades de alojamento de Vila Conde (gráfico 13), o valor caiu de 2
noites em 2008 para 1,8 noites em 2011. À exceção do aumento 2012, nos restantes anos verifi-
cou-se uma queda consecutiva no número médio de noites no destino. Se até 2013 a estada média
em Vila do Conde superior à do Grande Porto (exceto o ano de 2011), em 2014 a situação passou

30
a ser semelhante. Já os hóspedes estrangeiros (gráfico 14) ficam, em média, mais noites nas uni-
dades de Vila do Conde, embora esse número também tenha decaído: de 2,5 em 2008 passam
para 2 noites em 2014. A tendência no Grande Porto manteve-se ao longo destes anos, embora
seja inferior à média inicial em Vila do Conde: 2 noites.

Gráfico 14- Estada média de hóspedes estrangeiras/os (nº de noites)

2,5

1,5

0,5

0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Vila do Conde Grande Porto

Fonte: INE

Gráfico 15- Proporção de dormidas entre julho e setembro - comparação entre 2008 e 2014

60 54,4
50 44,9 46,5
39,4
40 35,1 33,9 36,4
32,3
30
20
10
0

Proporção de dormidas entre julho-setembro (%) 2008


Proporção de dormidas entre julho-setembro (%) 2014

Fonte: INE

31
Analisamos ainda o comportamento da taxa de sazonalidade (gráfico 15): constatamos que no
concelho de Vila do Conde se verifica uma descida, ainda que não seja muito acentuada, entre os
anos de 2008 e 2014. Quando comparada com outros concelhos como Póvoa de Varzim, Espinho,
Caminha e Matosinhos, a taxa é inferior a todos os concelhos com exceção de Matosinhos, sendo
Caminha a que apresenta a maior taxa de sazonalidade. Apesar da taxa do Grande Porto ser infe-
rior à apresentada em Vila do Conde no ano de 2014 (33.9% e 35.1% respetivamente), ressalva-
mos o aspeto de em Vila do Conde se verificar uma tendência de descida, o que é positivo e
contrário não só à tendência do Grande Porto, como também a tendência do país.

Por último procuramos verificar, quantitativamente, o reflexo dos turistas no acesso aos equipa-
mentos culturais de responsabilidade municipal, a saber: Alfândega Régia / Museu da Construção
Naval e réplica da nau quinhentista, Centro de Memória de Vila do Conde, Casa José Régio,
Museu de Rendas de Bilros e Loja Interativa de Turismo (LIT) de Vila do Conde14.

Gráfico 16 - Visitas a equipamentos municipais de Vila do Conde entre 2012 e 2015

35000

30000
número de visitantes

25000

20000

15000
10000

5000

0
Centro de Alfândega e Casa José Régio Museu de LIT Obs:
Memória nau rendas Inaugurada a
17 de maio de
2013

2012 2013 2014 2015

Fonte: CMVC

Pela análise do gráfico acima (gráfico 16), constatamos que o equipamento mais visitado é a
Alfândega Régia / Museu da Construção Naval e a réplica da nau quinhentista. A segunda posição
cabe ao Centro de Memória, mas com uma significativa diferença entre eles. Observa-se ainda

14
A LIT foi inaugurada a 17 de maio de 2013, pelo que os dados referentes a este período correspondem
apenas a 7 meses.

32
que, genericamente, os anos de 2012 a 2014 apresentam uma descida significativa no número de
visitas, para depois inverter a tendência em 2015, facto que atribuímos sobretudo ao período da
crise económica e financeira que o país atravessou e que agora parece dar sinais de recuperação.
Se tivermos em conta que estes números contabilizam visitas em grupos e individuais, bem como
públicos escolares, percebemos que do número de turistas que Vila do Conde recebe, apenas uma
pequena parte visita os equipamentos culturais que a cidade disponibiliza.

33
5. Análise SWOT: Vila do Conde

A análise SWOT que iremos apresentar (tabela 3) procura analisar os pontos fortes e fracos de Vila do Conde no que concerne à atividades turística, bem como
procura identificar as oportunidades e ameaças que poderão contribuir para o seu desenvolvimento.

Tabela 3 - Análise SWOT para Vila do Conde


Pontos Fortes Pontos Fracos
•Riqueza de recursos patrimoniais (imóveis classificados) •Incapacidade de fixação de visitantes no concelho (refletindo-se nas baixas
•Equipamentos culturais de elevada qualidade (Museus, Centro de Memória taxas de ocupação e estadias médias)
e Teatro Municipal) •Défice de imagem e de notoriedade / estratégia de promoção
•Património natural (rio, mar, paisagem protegida) •Ausência ou má sinalização turística
•Praias de qualidade com Bandeira Azul •Presença residual on-line
•Eventos culturais e desportivos •Necessidade de recursos humanos qualificados no setor
•Proximidade a grandes centros turísticos •Ausência de uma unidade hoteleira de referência
•Boas acessibilidades inter-regionais Norte/ Sul e Nascente / Poente
•Proximidade do Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro
•Existência de um outlet de referência internacional
•Limpeza
•Segurança
•Caminhos de Santiago
Oportunidades Ameaças
•Potencial do turismo cultural e religioso •Fragilidades concorrenciais do destino face aos concelhos com

34
Oportunidades Ameaças

•Potencial do turismo natureza características semelhantes e que captam mais turistas


•Potencial do turismo náutico •Perda de oportunidades na atração de promotores e investimentos turísticos
•Potencial do turismo de aventura a favor de outras regiões, em parte devido à persistência dos obstáculos de
•Potencial do turismo rural natureza burocrática e jurídico-formal na aprovação e no licenciamento (a
•Potencial da gastronomia nível nacional).
•Crescimento da afluência em função da previsão de crescimento no •Crise económica e financeira
Aeroporto Francisco Sá Carneiro e Terminal de Cruzeiros de Leixões •Falta de sensibilização da população para a importância do turismo
•Importância da oferta de qualidade
•Imagem de segurança do destino Portugal e do Concelho

Face a esta nossa proposta no que concerne aos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças do que nos parece ser um quadro aproximado da realidade do
turismo em Vila do Conde, entendemos que a aposta passa pela riqueza do património histórico e cultural, bem como do património natural (a qualidade das
praias com galardão “Bandeira Azul”, os passadiços ao longo de toda a costa, o turismo náutico, entre outros). É determinante a sua inclusão em roteiros artísticos
e culturais de operadores turísticos. Não obstante, é importante que a capacidade hoteleira bem como a sua qualidade esteja ajustada aos fluxos turísticos
associados ao património oferecido e os demais recursos e potencialidades (não existe nenhuma unidade 5 estrelas no concelho). Entendemos também que é
importante definir uma estratégia de promoção do destino que considere os polos de atração do The Style Outlet Vila do Conde e dos Caminhos de Santiago (já
existem 4 albergues para peregrinos no concelho). O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro poderão conduzir a novas
oportunidades para o setor turístico de Vila do Conde, face ao expectável aumento do fluxo de chegadas. Contudo, a crise financeira económica, poderá, limitar
o desenvolvimento do setor, assim como a existência de destinos concorrentes mais competitivos.

35
6. Objetivos gerais e metas do plano de ação
No documento Turismo 2020, cinco princípios para uma ambição, podemos ler que Portugal
procura assumir-se como um destino de excelência, mas também, que se apresenta como um fator
diferenciador: “É também esta a questão estratégica principal que se coloca ao turismo em
Portugal. Definir um fator diferenciador relevante e criar as condições para que ele possa evoluir
e manter-se relevante, ao longo do tempo face à concorrência”. (Secretaria de Estado do Turismo,
2016, p. 12)

É esta, também, a nossa visão face ao objetivo geral que pretendemos para Vila do Conde. Após
a análise do enquadramento turístico que tivemos oportunidade de desenvolver, bem como o
desenho da análise SWOT que apresentamos, podemos agora definir um objetivo geral para o
território em estudo em termos turísticos: Fazer de Vila do Conde, cidade e concelho, um destino
de excelência, melhorando a sua atratividade e promovendo a marca “Vila do Conde”:
A) - Melhorar a atratividade de Vila do Conde como destino turístico;
B) - Dinamizar a exploração dos conceitos: “sol e mar”; turismo cultural; citybreaks; turismo
natureza (rio e mar).

Parece-nos claro que Vila do Conde tem potencialidades para captar o interesse turístico. Os seus
principais pontos fortes, como a riqueza de recursos patrimoniais, o património natural (rio, mar
e a área de paisagem protegida regional do litoral sul do concelho, onde se integra a Reserva
Ornitológica de Mindelo), as praias acessíveis e com bandeira azul a existência de equipamentos
culturais de elevada qualidade e interesse e o número de eventos culturais e desportivos (alguns
de destaque internacional ou nacional como o Festival Internacional de Curtas Metragens, a Feira
Nacional de Artesanato, a Feira de Gastronomia, o Portugal Rural, o Encontro Nacional de
Palhaços, etc.), a proximidade a grandes centros urbanos e turísticos como o Porto, a existência
de boas acessibilidades inter-regionais Norte/ Sul e Nascente /Poente, a proximidade do Aeroporto
Internacional Francisco Sá Carneiro, a existência de um outlet de referência internacional, os
Caminhos de Santigo que atravessam o concelho e despertam interesse internacional, a limpeza e
a segurança do concelho, concorrem fortemente para despertar o interesse e a importância de Vila
do Conde no norte de Portugal, ao que acrescentamos as oportunidades que este território potencia
com turismo religioso e cultural, turismo natureza, náutico, de aventura e rural. A gastronomia
tem também o seu papel, bem como a expectativa de crescimento da afluência em função da
previsão de crescimento no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e Terminal de Cruzeiros do Porto de
Leixões.

Estamos, no entanto, conscientes do conjunto de fragilidades e ameaças que é necessário debelar

36
para conseguir atingir as metas a que nos propomos: o défice de imagem e de notoriedade,
sobretudo na internet, cuja presença é residual, com um site do Município mais vocacionado para
quem vive no concelho do que propriamente para quem o visita, pese embora a existência de
informação turística, a deficiente estratégia de promoção, a insuficiência dos recursos humanos
qualificados no setor, a par com a ausência de uma unidade hoteleira de referência, a falta de
sensibilização da população para a importância do turismo, refletem baixas taxas de ocupação,
sobretudo quando comparadas com concelhos vizinhos com características semelhantes. É pois
necessário corrigir estes pontos fracos e minimizar as ameaças através de um plano estratégico de
marketing que permita atingir as metas que delineamos:

Metas do plano de ação


 Aumentar o número de hóspedes para 30 000 num horizonte temporal de 3 anos;
O crescimento médio expectável para Portugal é de cerca de 2,4%. Se pensarmos numa taxa de
crescimento médio para Vila do Conde de 2%, esta meta é perfeitamente alcançável.
 Diminuir a sazonalidade, aumentando a procura nos meses de outono/ inverno;
Pese embora a taxa de sazonalidade em Vila do Conde ter vindo a descer (gráfico11), passando
de 36,9% em 2008, para 35,1% em 2014, encontra-se acima da taxa para o Grande Porto (33,9%
em 2014), pelo que há um conjunto de pontos fortes em Vila do Conde como o turismo cultural,
religioso, natureza e gastronómico que podem ser trabalhados para potenciar essa descida.
 Aumentar e melhorar a oferta, em termos quantitativos e qualitativos, de unidades
hoteleiras;
A capacidade de alojamento turístico em Vila do Conde, segundo o INE, aponta para 3
estabelecimentos hoteleiros, 3 unidades de alojamento local e 3 unidades de turismo em espaço
rural / turismo de habitação (2014)15. No entanto, em termos qualitativos, existem dois
empreendimentos 4 estrelas. Sabemos que existe um processo de licenciamento aprovado para a
construção de uma unidade hoteleira 5 estrelas, com fatores de diferenciação ao nível de saúde e
bem- estar, com oferta de tratamentos de talassoterapia. Seria muito importante a concretização
deste projeto, bem como a instalação de outro tipo de alojamento direcionado para outros
segmentos de mercado, por forma a cobrir vários nichos de mercado.
 Aumentar em cerca de 10% o número de visitas aos equipamentos culturais de Vila
do Conde
Em articulação com as metas anteriormente definidas parece-nos possível trabalhar no sentido de

15
Existem ainda 2 parques de campismo e 4 albergues para peregrinos dos Caminhos de Santigo: o primeiro
foi aberto em 2013 em Vairão e o mais recente, em março de 2016, em Vila do Conde. O número de
dormidas não é contabilizado nos dados estatísticos disponibilizados pelo INE. Esta é, no entanto, uma
referência importante. A título de exemplo, o albergue de Vila do Conde, em outubro do mesmo ano, já
tinha ultrapassado os 2500 peregrinos (fonte: CMVC).

37
incrementar um aumento de visitas aos equipamentos culturais do concelho aproximando-as das
suas potencialidades e programações, através de um reforço na colaboração institucional com
operadores turísticos e unidades hoteleiras, desenvolvimento de processos de comunicação
institucional, entre outros.

38
7. Conclusão e cenário prospetivo
Vila do Conde tem potencialidades para se tornar um destino de excelência e de referência no
norte de Portugal.

Este primeiro trabalho, de recolha dos principais dados disponíveis e relevantes para a análise
solicitada, poderá ser objeto de um desenvolvimento mais aprofundado, procurando estudar um
conjunto mais vasto de informações que poderão complementar e enriquecer um trabalho desta
natureza. Para se consolidarem informações e recolher opiniões, sobretudo dos stakeholders, seria
fundamental a aplicação de questionários de forma a auscultarem-se opiniões, para,
posteriormente, desenvolver um estudo transversal ao universo de todos os envolvidos no trade
turístico.

Este trabalho é, igualmente, um ponto de partida que deverá ser alvo, numa fase ulterior e caso se
pretenda levar esta análise para uma aplicação prática, da concretização de um plano de marketing
que nos conduzirá às linhas estratégicas a seguir para a concretização dos objetivos gerais,
atingindo, para tal as metas propostas.

O envolvimento da comunidade, que deverá entender o turismo como uma fonte de


desenvolvimento económico para Vila do Conde, que capta investimento, que fomenta os serviços
e que aumenta, invariavelmente, o número de postos de trabalho é fundamental. O turismo deverá,
igualmente, ser entendido como uma forma de reconhecimento das potencialidades que o
concelho tem para oferecer ao nível da sua história, da cultura, da riqueza patrimonial, dos
costumes, da genuinidade das suas gentes, da beleza e qualidade das praias, da qualidade do peixe
e gastronomia, da segurança, do clima ameno, entre outros aspetos que urge promover e dar a
conhecer de forma a sensibilizar, por um lado, a comunidade para esta questão, e, por outro lado,
a desenvolver uma estratégia concertada de comunicação.

A atração de investimento, sobretudo a nível de hotelaria seria determinante para o


desenvolvimento turístico de Vila do Conde, sendo necessário apresentar o destino a investidores,
ajudando a captar esse investimento, construindo assim uma unidade hoteleira de referência em
Vila do Conde, com oferta de serviços de qualidade e diferenciados, orientada para a saúde e bem-
estar.

Por fim, este plano deverá ser alvo de um processo de monitorização que visa não só acompanhar
a implementação do projeto, assim como, procurar corrigir aspetos que se revelem necessários,
bem como monitorizar o destino, os turistas e a sua satisfação, de forma a assegurar que regressam

39
e que as boas experiências obtidas se traduzam num canal de comunicação informal, mas efetivo.

Se pensarmos que num ranking global de 141 países Portugal se posiciona no 15º lugar, no Índice
de Competitividade em Viagens e Turismo, elaborado pelo Fórum Económico Mundial, percebe-
mos que as políticas públicas para a competitividade do sector produzem os seus efeitos. Pre-
vendo-se um cenário prospetivo de expansão moderada do turismo no entre 2015-2020, espera-
se para Portugal um crescimento médio anual de 2,4% nas dormidas na hotelaria nos próximos
cinco anos, para um total de mais de 50 milhões de dormidas, bem como um crescimento médio
anual de 3,6% das receitas turísticas internacionais, para um total de cerca de 13,4 mil milhões de
euros.

Nesta medida, e se pensarmos num crescimento médio de 2% ano para Vila do Conde, colocando
a expectativa um pouco abaixo da taxa média prevista para o crescimento nas dormidas na hote-
laria em Portugal, chegaríamos a 2020 com cerca de 30 900 dormidas, ultrapassando assim uma
das metas definidas neste plano.

À autarquia de Vila do Conde compete-lhe liderar o processo de aglutinar todos os elementos


deste processo (comunidade, parceiros, agentes, investidores), com vista ao incremento de um
projeto que poderá tornar Vila do Conde um destino de grande projeção e de primeira escolha no
norte de Portugal.

40
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41
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Instituto Nacional de Estatística. (20 de novembro de 2016). Anuário Estatístico da Região


Norte 2011. Obtido de Instituto Nacional de Estatística:
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Spub_boui=130330978&PUBLICACOEStema=00&PUBLICACOESmodo=2

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Norte 2012. Obtido de Instituto Nacional de Estatística:
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42
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43
Anexos

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Figura 4 - Mapa da Região de Turismo de Porto e Norte de Portugal

Fonte: Site do Turismo PNP (adaptado)


Póvoa de Varzim
Póvoa de Varzim é uma cidade e sede de
concelho, localizada no distrito do Porto e
faz fronteira a sul com Vila do Conde. Si-
tua-se numa numa planície costeira are-
nosa, com 82,21 Km² de área e com 63 408
habitantes (Censos 2011). A Póvoa de Var-
zim (sobretudo a cidade) é uma reconhe-
Fonte: site Câmara Municipal da Póvoa de Varzim cida zona balnear, culturalmente ativa,

45
com um conjunto de eventos que se destacam no norte de Portugal, como as “Correntes de Es-
crita”. Tem um casino, um museu municipal e dois imóveis classificados como Monumento Na-
cional (Igreja Românica de S. Pedro de Rates e Pelourinho da Póvoa de Varzim). Dispõe, segundo
o INE de 10 unidades hoteleiras e 3 unidades de alojamento local.

Matosinhos
Matosinhos é cidade e sede de concelho
pertencente ao distrito do Porto e à Área
Metropolitana do Porto e à Região do
Norte. Tem 62,42 km² e 175 478 habitan-
tes (Censos 2011) e 4 freguesias. O muni-
cípio é limitado a norte por Vila do Conde
e a sul pelo Porto. A oeste é banhado pelo

Fonte: site Câmara Municipal de Matosinhos oceano Atlântico. No litoral da cidade si-
tua-se o porto de Leixões e parte do aero-
porto internacional Francisco Sá Carneiro localiza-se neste território. Tem 6 imóveis classificados
como Monumento Nacional (Casa de Chá da Boa Nova, cruzeiro de Leça do Balio, mosteiro de
Leça do Balio, padrão do Bom Jesus de Matosinhos, piscinas de marés de Leça da Palmeira e os
tanques escavados nos rochedos da praia de Angeiras) e 2 imóveis de Interesse Público (Edifício
da Real Companhia Vinícola e o Mercado Municipal de Matosinhos). Possui 12 museus e núcleos
museológicos. Dispõe de 11 hotéis, 8 unidades de alojamento local e 2 unidades de turismo em
espaço rural / turismo de habitação. Destacam-se, na gastronomia, os peixes e mariscos, e no
traçado da cidade, a arquitetura urbana de prestigiados arquitetos como Siza Vieira, Fernando
Távora ou Souto Moura.

Espinho
Fonte: site Câmara Municipal de Espinho Cidade pertencente ao distrito de Aveiro e à
Área Metropolitana do Porto é sede de con-
celho com 21,06 km² e 31 786 habitantes
(Censos 2011), constituído por 4 freguesias.
Faz fronteira com Vila Nova de Gaia
(norte), Santa Maria da Feira (este), Ovar
(sul) e é banhado pelo oceano Atlântico. É
próxima do Porto e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Possui 8Km de praias, procuradas também para a prática de desportos aquáticos, como o surf ou
bodyboard. Tem 1 museu municipal e 1 casino, 4 hotéis e 2 unidades de alojamento local.

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Caminha
Caminha é uma vila do distrito de Viana
do Castelo e sede de município com
136,52 km² de área e 16 684 habitantes
(Censos 2011), que compreende 14 fre-
guesias. Tem como limites, a nordeste
Vila Nova de Cerveira, a sudeste Ponte
de Lima, a sul Viana do Castelo, a norte
o rio Minho e a oeste o Oceano Atlân-
Fonte: site Câmara Municipal de Caminha
tico. É servida pela EN 13 e pela A28,
que liga ao Porto e a Valença. A paisagem é marcada pela serra e ainda pela foz do rio Minho, que
pode ser atravessado em direção à Galiza pelo terminal fluvial de barcos. Continua a ser um local
de referência como destino de férias e de fins-de-semana, sobretudo a conhecida praia de Moledo.
O artesanato, a cultura, a gastronomia, a animação são características desta Vila, que conta com
8 edifícios classificados como Monumento Nacional (Anta da Barrosa, Chafariz da Praça Muni-
cipal de Caminha, Forte da Ínsua, Fortificações de Caminha, Igreja Paroquial de Caminha, Lage
das Fogaças na Chã das Castanheiras, Mosteiro de São João de Arga, Ponte de Vilar de Mouros)
e um Museu Municipal. Em termos hoteleiros dispõe de 4 unidades hoteleiras, 4 unidades de
alojamento local e 3 unidades de turismo em espaço rural / turismo de habitação.

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