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Em 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o documento “Diretrizes para o diagnóstico, tratamento e prevenção da
hanseníase”, no qual recomenda um regime único de três medicamentos (rifampicina, clofazimina e dapsona) para todos os pacientes com
hanseníase, com duração de tratamento de 6 meses para hanseníase paucibacilar (PB) e de 12 meses para hanseníase multibacilar (MB).
Essa recomendação simpli ca o tratamento e previne que pacientes com hanseníase MB que foram erroneamente classi cados como PB
sejam tratados com apenas duas drogas, já que todos os pacientes passam o esquema tríplice.(1). Anteriormente o tratamento da
hanseníase PB era realizado apenas com rifampicina e dapsona por 6 meses e o tratamento da hanseníase MB era realizado com
rifampicina, dapsona e clofazimina por 12 meses [2].
De mesma forma, em 2018 a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) do Ministério da Saúde avaliou e
recomendou a ampliação do uso da clofazimina para os pacientes com hanseníase PB, por meio de evidências cientí cas disponíveis sobre
a e cácia, efetividade e segurança [3].
Em 2020, por meio da Nota Técnica nº 4/2020-CGDE/.DCCI/SVS/MS, o Ministério da Saúde passou a recomendar que, a partir de
setembro de 2020, todos os casos novos de PB e deMB passassem a iniciar esquema único de tratamento com 3 drogas (rifampicina,
clofazimina e dapsona), com diferença apenas no tempo de tratamento, conforme descrito no Quadro 1 [4]. Posteriormente o prazo foi
prorrogado para janeiro de 2021, considerando o contexto da pandemia e o atual cenário de atraso na importação das cargas de
poliquimioterapia por parte da OMS [5].
Os pacientes que já iniciaram o esquema anterior deverão nalizar esse tratamento e não deverão mudar para o esquema único. [4]
Dapsona: dose mensal de 50mg (1 comprimido de 50mg) supervisionada e uma dose diária
de 50mg autoadministrada.
Paucibacilar Presença de até 5 lesões localizadas em uma mesma região anatômica e/ou apenas um tronco nervoso
(PB)
comprometido.
Multibacilar Presença de 6 ou mais lesões de pele e/ou presença de lesões em mais de uma região anatômica e/ou presença de
(MB) mais de um tronco nervoso acometido e/ou baciloscopia positiva.
Referências
1. Organização Mundial da Saúde. Diretrizes para diagnóstico, tratamento e prevenção de hanseníase. Nova Deli: Regional Of ce for
South-East Asia; 2017 [citado em 4 Dez 2020]. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/274127/9789290227076-por.pdf?sequence=47&isAllowed=y.
2. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático
sobre a hanseníase. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017 [citado em 4 Dez 2020]. Disponível em:
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf.
3. Ministério da Saúde (Brasil). Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias No SUS. Relatório de recomendação nº 399: Ampliar o
uso da clofazimina para hanseníase paucibacilar. Brasília, DF; Dez 2018 [citado em 4 Dez 2020]. Disponível em:
http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2018/Recomendacao/Relatorio_Clofazimina_HanseniasePaucibacilar.pdf.
4. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis. Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças em Eliminação. Nota Técnica nº 4/2020-
CGDE/.DCCI/SVS/MS. Assunto: Ampliação de uso da clofazimina para hanseníase paucibacilar no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Brasília, DF; 12 Fev 2020 [citado em 4 Dez 2020]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/legislacao/nota-tecnica-no-42020-
cgdedccisvsms.
5. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Ofício Circular nº 128/2020/SVS/MS. Assunto: ampliação do uso de
clofazimina para os pacientes com hanseníase Paucibacilar. Em resposta, solicitamos fazer referência ao processo SEI nº
25000.010732/2020-91. Brasília, DF; 14 Jul 2020 [citado em 11 Dez 2020]. Disponível: http://www.aids.gov.br/pt-
br/legislacao/o cio-circular-no-1282020svsms.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Quais as
principais mudanças implementadas no tratamento da hanseníase? Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS; Dez 2020 [citado em “dia, mês
abreviado e ano da citação”]. Disponível em:https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/quais-as-principais-mudancas-implementadas-no-
tratamento-da-hanseniase/.