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Paripiranga
2021
JOSÉ NELSON DE MENEZES ANDRADE
Paripiranga
2021
Andrade, José Nelson de Menezes, 1990
Patologias na Construção Civil: análises e causas das
principais manifestações patológicas em residências do
município de Paripiranga-BA/ José Nelson de Menezes Andrade.
– Paripiranga, 2021.
71 f.: il.
BANCA EXAMINADORA
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 13
2.1 Contexto Histórico, a Demanda sobre Novos Métodos Construtivos e o
Surgimento de Patologias ................................................................................. 13
2.2 Definição e Contexto Envolvendo Patologia na Construção Civil ................... 13
2.3 Tipos de Patologias Causadas pela Presença de Umidade............................ 14
2.3.1 Patologias relacionadas à aparição de umidade e seus respectivos tipos
........................................................................................................................ 14
2.3.2 Umidade de infiltração ........................................................................... 15
2.3.3 Umidade ascensional............................................................................. 16
2.3.4 Umidade por condensação .................................................................... 17
2.3.5 Umidade de obra ................................................................................... 17
2.3.6 Umidade acidental ................................................................................. 18
2.3.7 Umidade por capilaridade ...................................................................... 20
2.4 Patologias em Componentes Estruturas ......................................................... 23
2.4.1 Fissuras ................................................................................................. 24
2.4.2 Patologias resultantes da falta de cobrimento das armaduras .............. 26
2.4.3 Patologia decorrente de problemas na infraestrutura ............................ 29
2.5 Patologias nos Revestimentos ........................................................................ 32
2.5.1 Problemas relacionados ao despreparo da mão de obra ...................... 32
2.5.2 Presença de patologias devido à presença de umidade na parte interna
dos revestimentos ........................................................................................... 33
2.5.3 Patologias devido ao desconhecimento dos insumos utilizados ............ 34
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 38
3.1 Ambiente da Pesquisa .................................................................................... 38
3.2 Mecanismos Utilizados para a Realização deste Trabalho ............................. 40
3.2.1 Elaboração de Questionário .................................................................. 40
3.2.2 Representações fotográficas ................................................................. 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42
4.1 Discussão das Análises Propostas de Acordo com Cada Tipo de Anomalia,
suas Possíveis Causas e Soluções ............................................................... 42
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 61
APÊNDICES ............................................................................................................. 65
ANEXOS ................................................................................................................... 66
10
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Lersch (2003) diz que esse tipo de umidade está relacionado com o tempo de
exposição à umidade que os componentes estruturais estão expostos durante o
processo executivo da obra. O mesmo afirma também que não é possível destacar
os possíveis problemas gerados por essa exposição. Ainda seguindo essa linha de
pensamento, é difícil avaliar os problemas decorrentes desse tipo de infiltração em
edificações antigas, pois a umidade de mão de obra, de acordo com a Figura 3,
tende a desaparecer pouco tempo depois do término da execução.
De acordo com Carvalho Júnior (2015), 75% das patologias das construções
são referentes à problemas relacionados ao sistema hidráulico, o mesmo ainda
afirma que isso se deve pela negligência das empresas em não levarem em
consideração os projetos hidráulicos dos edifícios. Essas falhas são oriundas do uso
inapropriado dos componentes do sistema, por meio do despreparo, materiais de
baixa qualidade, falta de fiscalização, decorrentes da operação e manutenção.
Com base na ABNT NBR 5626 (2020), os componentes do sistema hidráulico
de distribuição de águas devem estar protegidos e abrigados de fontes de calor
interna e externa do edifício a que compõe e livre da exposição direta com a
radiação solar, visto que sua eficácia e funcionamento correto sem o surgimento das
20
2.4.1 Fissuras
A vida útil de uma construção deve estar de acordo com a ABNT NBR 6118
(2014), que estabelece que a durabilidade da estrutura depende da sua concepção,
isto é, se foram levados em consideração os fatores correspondentes a classe de
agressividade da região, e os respectivos cobrimentos das armaduras, visando
cumprir o ciclo de vida útil previsto no projeto.
Toda edificação deve possuir um critério de durabilidade, de acordo com a
ABNT NBR 6118 (2014), as estruturas de concreto armado devem possuir
atribuições que promovam o desempenho e durabilidade das estruturas através de
27
Figura 10: Patologia oriunda da falta de cobrimento das armaduras, provocando expansão devido à
oxidação.
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
Figura 11: Patologia resultante da falta de cobrimento das armaduras, ocasionando expansão devido
à oxidação.
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
autores, para a prevenção desse tipo de patologia, deve ser levado em consideração
o cobrimento necessário que deve existir sobre as armaduras e conhecer os índices
de agressividade de cada região.
Marcelli (2007), em seu livro Sinistros na Construção Civil, informa que a
parte fundamental para existir a proteção adequada das armaduras, são estudos
relacionados ao tipo de concreto utilizado em cada estrutura e também o tipo de
agressividade ambiente a que os componentes estruturais estão expostos. Para
tanto, segundo o autor, são através destes estudos que se permite desenvolver o
cobrimento adequado das armaduras e promover um meio alcalino evitando
fissuração e desplacamento dos componentes estruturais em função da expansão
resultante da oxidação das armaduras.
Figura 14: Problema relacionado ao despreparo da mão de obra, podendo ser fonte de
futura patologia.
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
33
Outro fator que pode comprometer a vida útil dos revestimentos é a variação
de temperatura. Fiorito (2003) enfatiza que o revestimento cerâmico deve possuir
juntas entre as peças, a fim de mitigar possíveis problemas em virtude das tensões
térmicas. Portanto, sem o devido distanciamento entre as peças, ao serem
submetidas às variações de temperaturas ou a outros carregamentos externos, pode
ocorrer desplacamento das peças.
Como citado nos tópicos anteriores por alguns autores, a umidade também
gera problemas nos revestimentos, principalmente, quando está presente na parte
interna de algumas peças, como representado na Figura 15. Os revestimentos
cerâmicos não possuem função de impedir a percolação de água no seu sentido
inverso, isto é, da fundação para superfície, para estes fins existem outras etapas de
execução que possibilitam a impermeabilização do local onde serão aplicados os
revestimentos, promovendo o bem-estar de seus usuários (FIORITO, 2003).
Figura 17: Presença de eflorescência em fachada devido à falta de impermeabilização da base dos
revestimentos.
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
37
3 METODOLOGIA
Este trabalho teve como caráter inicial para seu desenvolvimento pesquisas
bibliográficas através de livros e artigos científicos, teses de mestrado e doutorado,
de modo a possuir caráter explicativo, incluindo conhecer e identificar as principais
manifestações patológicas da cidade estudada. Diante das identificações, poder
desenvolver e elaborar métodos que possam classificar as patologias presente nas
residências, quais os tipos mais comuns e suas possíveis causas.
De acordo com Barros e Lehfeld (2001), a pesquisa bibliográfica caracteriza-
se por ser de documentação direta através da pesquisa em campo, em que o
pesquisador possui o papel observador e exploratório a fim de coletar dados e
informações necessárias para realização de sua pesquisa diretamente no local onde
ocorrem os fenômenos.
Esta pesquisa possui caráter exploratório, que consoante Gil (2007), o estudo
realizado possui finalidade de identificar e designar os tipos de manifestações
patológicas encontradas em campo, familiarizando estes problemas com os estudos
bibliográficos de modo a torná-los mais explícitos e sucintos, podendo desenvolver
técnicas e métodos que possam sanar a presença destas anomalias.
O presente trabalho pressupõe uma pesquisa quali-quantitativa. Esse método
de pesquisa, conforme Lakatos (2003), consiste em unir as abordagens
bibliográficas com os dados obtidos em campo. Desse modo, devem ser analisados
todos os dados de forma crítica, com intuito de identificá-los de forma sucinta a fim
de interpretar e desenvolver meios através das observações realizadas, que diante
dos questionários e abordagens promovam soluções cabíveis para cada problema.
Adustina e a norte com a cidade Cel. João Sá, a 364 Km da sua capital Salvador,
conforme a Figura 18.
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
0%
Desplacamento 13%
Umidade 87%
Fissuras 35%
13%
87%
deve-se também estarem inclusas nos números pertinentes aos dados que
representam as incidências das manifestações patológicas de Paripiranga.
As causas destas anomalias, segundo Bauer (2008), correspondem à falta de
conhecimento e empregabilidade dos materiais na obra e ao desconhecimento por
parte dos profissionais de como utilizá-los corretamente, a falta de qualificação e
prática no manuseio dos mesmos. Bauer (2008) ainda afirma que estes problemas
podem ser do uso inadequado ou em excesso de argamassas de cal não hidratadas
que auxiliadas por material de baixa qualidade podem multiplicar as chances de
problemas com desplacamento de peças dos revestimentos.
Outra forma que proporcione resolver estes problemas relacionados ao
desplacamento e promover o ciclo de vida destes revestimentos é, consoante Fiorito
(2003), que antes receber os revestimentos, as bases sejam aprumadas “paredes”
e/ou corretamente niveladas “pisos”, respeitando o período mínimo de cura de 8 dias
destas bases e para uma aplicação adequada deve ser elaborado um estudo da
capacidade de produção de cada profissional, visando desenvolver cursos
profissionalizantes em busca de uma mão de obra qualificada em busca de
promover os melhores resultados na aplicação dos revestimentos, e até erradicar os
possíveis problemas referentes ao despreparo dos profissionais nesta etapa de
execução da obra.
Dando seguimento a pesquisa, foi perguntado aos proprietários ou pessoas
que ali residiam, se as suas casas possuíam problemas relacionado à infiltração.
Desse modo, em um total de residências representado pela análise de 23 casas, foi
possível descrever os resultados, a partir do Gráfico 4, que esboça que 20 das 23
casas possuem problemas referentes à infiltração, sendo assim já era evidente que
diversos problemas nas obras da cidade eram referentes à presença de umidade.
48
13%
87%
(2003), a umidade por condensação ocorre junto à superfície dos materiais, quando
estas superfícies atingem temperatura inferior à temperatura do orvalho. A umidade
por mão de obra ocorre mediante a saturação dos materiais devido ao tempo de
contato ou exposição com fontes de umidade durante o período de construção.
Também é importante ressaltar o possível surgimento de problemas advindos
da umidade causada acidentalmente. Perez (1985) destaca que este tipo de
acontecimento ocorre em decorrência do tempo de uso das edificações, em que ha
um desgaste natural dos componentes que fazem parte dos sistemas coletores das
águas pluviais ou sanitárias, principalmente, em obras antigas sem presença de
algum tipo de manutenção. Desse modo, o despreparo dos profissionais durante a
execução da obra, em virtude da má qualificação, com o auxílio de materiais de
segunda linha, e possíveis manuseios de forma inadequada. Diante das diversas
possibilidades do surgimento das principais patologias pela presença de umidade,
nota-se que a última hipótese, está relacionada com as anomalias encontradas na
cidade de Paripiranga.
Seguindo a linha de pensamento de Perez (1985), foi possível compreender,
durante a pesquisa realizada neste município, diversos pontos fundamentais para
chegar neste resultado, ou seja, em suma maioria, as patologias referentes à
presença de umidade são resultantes da falta de conhecimento ou negligência dos
profissionais que atuam diretamente neste setor, falta de manutenção, reparos, entre
outros.
Diante dos aspectos abordados e as possíveis causas descritas nos
parágrafos anteriores, pode ser levado em consideração algumas etapas no
decorrer da construção que poderiam ter mitigado e erradicado todos estes
problemas encontrados nas residências do centro da cidade. A solução proposta
seria a elaboração de projetos de impermeabilização das residências, tanto da parte
estrutural quanto partes que concebem os acabamentos finais, como revestimentos,
dando mais atenção para as áreas úmidas, coberturas, em especial, para a
existência de rufos, entre outros, seguindo os critérios de impermeabilização
descritos por (VEDACITE, 2010).
Para se desenvolver um projeto de impermeabilização devem ser atendidos
alguns critérios para este fim, ou seja, tipo e finalidade de obra, condições das áreas
que serão expostas às intempéries, quais as possíveis interferências que podem ser
deferidas ao determinado projeto, tempo e custo para execução deste procedimento
50
35%
Apresentam fissuras
Figura 21: Fissuras devido à expansão dos materiais pela capacidade de absolvição de umidade.
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
13%
Possui acompanhamento
87%
13%
Possuem projetos
Não possuem projetos
87%
Gráfico 7: Percentual de residências que possuíam algum tipo de projetos para a execução de suas
obras.
Fonte: Criação do autor (produzido em 2021).
Obras sem
acompanhamento de
100%
resposável técnico para suas
manuteções
Obras com ou sem
acompanhamento
18%
Foram realizadas algum tipo de
manutenção
Não ocorreu manutenção
82%
Gráfico 10: Percentual de residências que possuíam algum tipo de manifestações patológicas.
Fonte: Criação do autor (produzido em 2021).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
PINTO, Carlos Sousa. Curso Básico de Mecânica dos solos: 3ª Edição. São
Paulo, oficina de textos 2006
VERÇOZA, Ênio José. Patologia das Edificações. Porto Alegre: Editora Sagra,
1991.172p.