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Flavio Ratzke
José Mourinho é uma lenda viva do futebol. Seu currículo como técnico é
absolutamente impressionante. Foi 3x campeão da Copa dos Campeões da UEFA,
campeão nos três campeonatos mais importantes da Europa (Espanha, Inglaterra e
Itália) e chegou à incrível marca de 20 títulos em 10 anos. Eu sei que a conta é simples,
mas vale a pena ressaltar: foram dois títulos por ano, por durante 10 anos. Isso além de
diversos outros prêmios pessoais, como eleito por diversas vezes técnico do ano pela
FIFA e UEFA, além de ter sido considerado o 3º maior treinador de todos os tempos
pela World Soccer.
Além disso, Mourinho é conhecido por ter treinado alguns dos melhores jogadores de
futebol, e nessa lista podemos obviamente destacar Cristiano Ronaldo. Inclusive foi
José Mourinho que o trocou da posição de Ala para Atacante, justamente numa final
contra o Barcelona em 2011. Ele marcou o único gol da partida, na prorrogação, dando
o título ao Real Madrid. Cristiano Ronaldo se consolida como atacante do Real e o resto
é história.
Temos muito a aprender sobre liderança com José Mourinho. Na série “Playbook –
Estratégias para Vencer” (disponível no Netflix – serie recomendadíssima) ele deixa a
essência do seu pensamento sobre como ser um bom técnico de futebol – e como
consequência, sobre liderança, visto que o que ele aplica nas equipes treinadas por ele é
totalmente aplicável para nossa liderança de equipes no mundo das organizações.
José Mourinho traz um pensamento essencial sobre liderança. Nas palavras dele:
“É muito importante que um técnico entenda que você não vai ensiná-los a jogar
futebol. Você não vai ensinar o Cristiano Ronaldo a bater falta. Você não vai ensinar o
Ibrahimovic a matar a bola no peito. O que você deve fazer é ensiná-los a jogar futebol
naquele time específico.”
Mourinho preocupa-se com o desempenho pessoal de cada jogador? É claro que sim.
Mas mais do que isso, ele preocupa-se na melhor forma com que ele vai contribuir para
a equipe. E nisto podemos tirar duas lições para nós, líderes de equipes no mundo dos
negócios. Uma coisa a parar de fazer, e outra a começar a fazer:
Pare de querer ensinar passo a passo o que cada membro da sua equipe deve fazer. Pare
com o microgerenciamento! Descentralize as decisões. Dê liberdade para que cada um
possa ter uma leitura própria do jogo e assim conseguir contribuir com suas maiores
qualidades.
“Os jogadores têm que entender o jogo, porque durante o jogo eu não posso decidir por
eles. Eles são guiados e descobrem o caminho. Eu não posso dizer “Vire à esquerda e
agora à direita”. Eu não sou o Waze!”
Este é o seu trabalho como líder: contratar os melhores profissionais que estejam dentro
de sua alçada, e assumir para si a responsabilidade de criar um ambiente de alta
performance em que eles saibam trabalhar juntos. Este é o segundo ponto:
Mourinho complementa:
O foco de José Mourinho sempre está na equipe. “Como eu vou fazer o Cristiano
Ronaldo e o Benzema jogarem juntos?” “Como os dois precisam se posicionar para que
o Di Maria e o Marcelo consigam lançar a bola para eles?”
Você não pode esperar que tudo isso aconteça organicamente. Não dependa do bom
senso. Cabe a você como líder criar ações intencionais e proativas para que este
ambiente de alta performance e interdependência aconteça. E é por isso que temos
ouvido tanto falar a respeito de Segurança Psicológica, pois é somente em um ambiente
com Segurança Psicológica que conseguimos gerar as condições para o aprendizado, a
inovação e o crescimento.
Por isso, líder, se você quer entender como criar equipes de alta performance e alto
engajamento, você precisa começar promovendo um ambiente de Segurança Psicológica
em sua equipe.
Por mais “Josés Mourinhos” e menos técnicos “de escolinha” em nossas organizações.