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A discussão que ronda ultimamente a liderança parece sem fim. Novos perfis
de líderes apareceram no front nas últimas décadas impactando a forma de
enxergarmos aquele que está no degrau acima. Líderes mais carismáticos,
envolventes, “chegados” ou visionários recheiam o mercado trazendo novos
ares e novas perspectivas. Mas, afinal, por que o “jeitão” da liderança impacta
tanto nosso dia a dia? Que tipo de gestor você quer ser hoje ou, em quem você
vai se inspirar para liderar no futuro?
Um dia desses, num evento de Excelência nos Negócios que mediei na Harvard
Business Review Brasil, escutei inúmeras vezes de grandes líderes que a gestão
de pessoas é pilar fundamental para a excelência da liderança. Um líder tem
de buscar compreender o que de fato motiva e inspira seus colaboradores. A
nova métrica diz que a motivação não é mais algo pasteurizado. Jaime Szulc,
presidente para América Latina da Goodyear disse: “A liderança tem de ser
humanista, é preciso ativar pessoas para que façam seu melhor. No fundo,
todos querem contribuir para o mundo que vivem”. E completa afirmando ser
um líder que acredita em motivar pessoas, “mas como pessoas são únicas para
cada uma delas o impulso será diferente”.
“As empresas que buscam pela alta performance têm de saber cuidar da
felicidade de seus colaboradores e entender o que os faz acordar todos os dias
e seguir para o trabalho. A busca por um contexto e um ambiente em que
pessoas possam se desenvolver sentindo-se úteis e reconhecidas é um dos
grandes desafios dos dias de hoje. A verdade é que todos nós queremos nos
sentir competentes no que fazemos”, complementou o professor Soumitra.
Acho que é exatamente isso que torna o estudo mais complexo e, ao mesmo
tempo, mais interessante. Pessoas se motivam por fatores absolutamente
diversos e a compreensão desses fatores é o que está alterando as bases e
ferramentas de motivação. Pessoas querem mais do que remuneração. As
pessoas saíram da caixa. Não somos mais os laranjas mecânicas da Revolução
Industrial. O padrão comportamental passou por grandes mudanças, dando
espaço para que cada um pudesse assumir sua anima; cada qual vibrando
com impulsos diferentes.
A banda Titãs, no final dos anos 1980, foi visionária no que proclamou – de forma
simples, no sucesso “Comida”:
A gente não quer só dinheiro a gente quer inteiro e não pela metade…
A música “Comida” ilustra bem o novo cenário lotado de pessoas que não
querem mais apenas o dinheiro. Querem se sentir inteiras, buscar seu propósito
e muitos anseiam deixar um legado. Querem existir além do café da manhã e
do jantar, preencher o vácuo e fazer valer a existência.
Para esses, o verdadeiro líder vai muito além da “chefia”, aquela figura de chefe
dos seriados antigos e desenhos animados. Aquele que ainda não mudou e
olhou para os olhos de seus colaboradores não vai assegurar por muito tempo
seu lugar ao sol. Os verdadeiros líderes inspiram, são personas que de algum
modo queremos seguir, continuar seus feitos e os acompanhar.