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É UM DOCENTE PROFISSIONAL OU
UM PROFISSIONAL DOCENTE?

Como toda profissão, à docência também tem uma trajetória construída historicamente a
determinar sua atual conformação. No Brasil, à docência como profissão sempre esteve atrelada
a outros interesses sociais e políticos que não guardam relação com os ideais de profissionalização.

A docência inicia-se com os Jesuítas com a finalidade de catequização a determinar


suas práticas pelos religiosos que ensinavam como currículo os valores ditos cristãos e
para isto não precisavam de formação específica além da que já detinham como
religiosos.

é na “Lei das Escolas de Primeiras Letras, promulgada em 15 de outubro de 1827”,


que a preocupação com a formação docente teve lugar pela primeira vez na história do
Brasil.

Comênius (1592/1670) e La Salle (1651/1718), também, o empregavam ou o


aconselhavam. O principal elemento que definia e caracterizava o Método Mútuo
era o uso de monitores no ensino.

. No Brasil, a profissão docente ficou relegada às mulheres das classes mais


abastadas que queriam ocupar o seu tempo em algo útil e referendado pela sociedade
patriarcal da época. Razão pela qual a profissão surge com um alto teor de
voluntariado e sem os ditames da profissionalização e adequada remuneração.
No final dos anos de 1930 surgem os primeiros esforços de
formação profissional, a partir da formação de bacharéis nas
poucas universidades então existentes, ao se estipular uma
formação acrescida em um ano com disciplinas da área de
educação para a obtenção da possibilidade da licenciatura
para o “ensino secundário”.....

(formação que veio a ser conhecida pelo formato “3 + 1”). Foi


este modelo de formação que foi regulamentado em 1939 para
o curso de Pedagogia destinado a formar bacharéis
especialistas em educação e, complementarmente,
professores para as Escolas Normais em nível médio

A partir de 1930, surge uma Faculdade de Educação que


promove a formação dos Institutos de Educação (o primeiro
no Distrito Federal e o segundo em São Paulo) inspirados no
pensamento ideário da Escola Nova, com isso abandonou-se
a ideia dos cursos oferecidos pelas Escolas Normais e
passou-se a pensar em Escola de Professores

Para isso, incluíram-se no currículo, já no primeiro ano,


disciplinas de cunho pedagógico, ou seja, disciplinas
especificamente voltadas para a prática docente

Historicamente, nos cursos formadores de professores


esteve desde sempre colocada a separação formativa
entre professor polivalente – educação infantil e
primeiros anos do ensino fundamental – e professor
especialista de disciplina, como também para estes
ficou consagrado o seu confinamento e dependência
aos bacharelados disciplinares.

Com a publicação da Lei n. 9.294/96 – Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional – em dezembro de 1996, alterações são
propostas tanto para as instituições formadoras como para os cursos
de formação de professores, tendo sido definido período de
transição para efetivação de sua implantação.

Em 2002, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação


de Professores são promulgadas e, nos anos subsequentes, as
Diretrizes Curriculares para cada curso de licenciatura passam a ser
aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação.

De qualquer modo, o que se verifica é que a formação de


professores para a educação básica é feita, em todos os tipos de
licenciatura, de modo fragmentado entre as áreas disciplinares e
níveis de ensino.

O Brasil, não conta nas instituições de ensino superior, com uma


faculdade ou instituto próprio, formador desses profissionais, com
uma base comum formativa, como observado em outros países, onde
há centros de formação de professores englobando todas as
especialidades, com estudos, pesquisas e extensão relativos à
atividade didática e às reflexões e teorias a ela associadas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB


9394/96, quando de sua aprovação, estabelecia no Título VI – Dos
profissionais da educação, no......
Art. 61 que a formação de profissionais da educação deveria
ter como fundamentos para atender aos objetivos dos diferentes
níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do
desenvolvimento do educando nos inciso “I – a associação entre
teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço”
(BRASIL, 1996, Art. 61) ....

e “II – aproveitamento da formação e experiências anteriores


em instituições de ensino e outras atividades” (BRASIL, 1996, Art.
61).

No Art. 62 inferia que para atuar na educação básica os


professores deveriam ser formados “[…] em nível superior, em curso
de licenciatura, de graduação plena, admitindo-se como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas
quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível
médio, na modalidade Normal” (BRASIL, 1996, Art. 62).

Com a nova redação deste artigo, A formação de docentes


para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso
de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos
superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco)
primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na
modalidade normal.

no ano de 2002 foi promulgado as Diretrizes Curriculares


Nacionais Para a Formação de Professores, e posteriormente, as
Diretrizes Curriculares para cada curso de licenciatura.
a profissionalidade é o conjunto de características de uma
profissão que enfeixam a racionalização dos conhecimentos e
habilidades necessárias ao exercício profissional, e que a
profissionalização de professores implica a obtenção de um espaço
autônomo, próprio à sua profissionalidade, com valor claramente
reconhecido pela sociedade

. Não há consistência em uma profissionalização sem a


constituição de uma base sólida de conhecimentos e formas de ação.
Com estas conceituações, estamos saindo do improviso, da ideia do
professor missionário, do professor quebra-galho, do professor
artesão, ou tutor, do professor meramente técnico, para adentrar a
concepção de um profissional que tem condições de confrontar-se
com problemas complexos e variados, estando capacitado para
construir soluções em sua ação, mobilizando seus recursos cognitivos
e afetivos.

“A profissionalização é acompanhada por uma autonomia


crescente, por elevação do nível de qualificação, uma vez que a
aplicação de regras exige menos competência do que a construção
de estratégias”

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