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RESUMO
O presente trabalho é continuação do estudo já abordado nos artigos “A NOVA QUESTÃO
RELIGIOSA: a chamada Transição Religiosa e a Política Partidária no Brasil recente” e “A
TRANSIÇÃO RELIGIOSA NO BRASIL: contribuição sobre alguns dos aspectos históricos,
sociais e políticos”, todos tentando contribuir para a análise da sociedade brasileira, mormente
na imbricação entre as práticas político-partidárias e profissões religiosas. A metodologia
adotada foi a histórico-dialética, utilizando levantamento bibliográfico e os dados numéricos
relativos ao tema abordado fornecido por diferentes fontes (IBGE, Pew Research, TSE,
Datafolha) para fundamentar a percepção da existência da chamada Transição Religiosa assim
como o incremento permanente dos usos de nomenclaturas de postulantes aos cargos de
Deputados Estaduais e Distritais de orientação religiosa cristã evangélica no curso dos últimos 5
pleitos gerais.
ABSTRACT
This work is a continuation of the study already addressed in the articles “THE NEW
RELIGIOUS QUESTION: the so-called Religious Transition and Party Politics in recent
Brazil” and “THE RELIGIOUS TRANSITION IN BRAZIL: contribution on some of the
historical, social and political aspects” all trying to contribute to the analysis of Brazilian
society, especially in the intertwining between political party practices and religious
professions. The methodology adopted was the historical-dialectical one, using a bibliographical
survey and numerical data related to the topic addressed provided by different sources (IBGE,
Pew Research, TSE, Datafolha) to support the perception of the existence of the so-called
Religious Transition as well as the permanent increase of uses of nomenclatures of candidates
for the positions of State and District Deputies of evangelical Christian religious orientation in
the course of the last 5 general elections.
Key-words: Religious transition. Politics. Religion.
INTRODUÇÃO
1
Para visitar: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/.
2
Mais informações em: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/.
3
A seguir, apresentamos o Capítulo 1, que trata mais especificamente do tema da
Transição Religiosa enquanto fato social.
1. TRANSIÇÃO RELIGIOSA..
3
Correspondente ao rito instituído no Concílio de Trento no séc. XVI onde foi estabelecido o latim
eclesiástico como idioma para profissão da santa missa e outros ofícios católicos romanos, e unificadas
práticas e missais (Nota do Autor); mais informações em Storia dela Chiesa. La Chiesa al tempo del
Concilio di Trento (1545-1563).Tradução italiana do original francês de Alessandro Galuzzi, O.M. Turim,
ed. SAIE, 1977.
4
Mais informações em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-
de-noticias/releases/14244-asi-censo-2010-numero-de-catolicos-cai-e-aumenta-o-de-evangelicos-
espiritas-e-sem-religiao.
4
entre 1º e 31 de agosto de 2010; o terceiro foi trabalho realizado pelo Instituto Pew Research5
ouvindo 2.000 pessoas no Brasil entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014; o quarto,
pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha6 entre 7 e 8 de dezembro de 2016 com 2.828
pessoas maiores de 16 anos; o quinto, nova pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha com
2.948 entrevistados maiores de 16 anos entre 5 e 6 de dezembro de 2019; o sexto e
último, novo levantamento realizado pelo Instituto Datafolha7 entre 30 de agosto e 1º de
setembro de 2022.
Abaixo segue o gráfico correspondente aos números dos levantamentos supra (gráfico
produzido para o trabalho apresentado no XI CONINTER e ainda a ser publicado):
5
Para maiores detalhes, consultar: https://www.pewresearch.org/religion/2014/11/13/religion-in-latin-
america/.
6
Detalhes em: https://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2016/12/1845231-44-dos-
evangelicos-sao-ex-catolicos.shtml.
7
Maiores dados em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/09/datafolha-lula-lidera-com-45-
seguido-por-bolsonaro-32-ciro-9-e-tebet-5.shtml.
5
triplo dos declarados evangélicos. Em 2022 a proporção estava próxima a 1,7 (um
inteiro e sete décimos) como observado alhures (ROCHA 2022).
Ano Pr Ir Ms Ap Bp Ev Pb Lv
2006 149 70 9 0 19 2 2 0
2010 158 65 29 5 18 5 3 0
2014 230 86 25 8 22 4 2 1
2018 272 95 30 7 20 7 1 1
2022 290 71 53 13 33 6 3 0
Tabela 3 – Evolução das Nomenclaturas Evangélicas entre os Candidatos às Câmaras Estaduais e
Distrital/ individualizadas por nome
Fonte: Divulgacand/TSE.
Aumento % Pr Ir Ms Ap Bp Ev Pb Lv
2006/22 94 1,4 489 1.200* 73 200 50 0
Tabela 4 – Evolução proporcional das Nomenclaturas Evangélicas entre os Candidatos às Câmaras
Estaduais e Distrital
Fonte: Divulgacand/TSE.
6
A despeito da evolução em 7 das 8 nomenclaturas aqui apontadas, é importante
verificar que o crescimento, apesar de nítido, não é absolutamente contínuo e linear
entre todas as denominações, o que não obsta a tendência geral ao crescimento contínuo
e que se verificou acima.
A tabela nº 5 traz as variações nos crescimentos dentro do período considerado
entre as 8 denominações de credo cristão-evangélico consideradas (em porcentagem:
Relação Pr Ir Ms Ap Bp Ev Pb Lv
2006/10 6 -7,2 222,22 X* -5,27 150 50 0
2010/14 45,56 32,3 -13,8 60 22,22 -20 -33,33 X*
2014/18 18,26 10,46 20 -22,5 -9,1 75 -50 0
2018/22 6,61 - 25,3 76,67 85,71 65 -14,29 200 -100
Tabela 5 – Evolução Proporcional das Nomenclaturas Evangélicas entre os Candidatos às Câmaras
Estaduais e Distrital nos Períodos Indicados
Fonte: Divulgacand/TSE
* Não se aplica em virtude do número inicial zero.
7
2014 378 33,56%
2018 439 16,13%
2022 469 6,83%
Incremento total (2022/2006) 86,85%
Tabela 7 Evolução no Número Total e Evolução Proporcional das Nomenclaturas de Matriz Cristã
Evangélica entre os Candidatos às Câmara Estaduais e Distrital nos Períodos Indicados/ geral
Fonte: Divulgacand/TSE.
8
Tabela 10 Evolução do Número Total e Respectiva Proporção no Número de Candidaturas às
Câmaras Estaduais e Distrital nos Períodos Indicados
Fonte: Divulgacand/TSE.
9
UF Pr Ms Bp Ir Ap Ev Pb Lv
SP 130 21 10 17 3 4 1 0
MG 79 5 6 8 0 2 1 1
RJ 136 15 13 16 0 3 0 1
BA 59 12 12 31 3 0 1 0
RS 27 7 3 4 0 1 0 0
PR 36 5 5 3 1 1 0 0
PE 46 11 3 54 1 0 3 0
CE 37 3 3 21 5 0 1 0
PA 43 1 1 20 0 1 0 0
SC 10 2 3 1 1 0 0 0
GO 51 4 8 13 4 0 1 0
MA 30 3 1 41 0 0 0 0
PB 25 3 0 18 0 0 0 0
ES 51 8 3 4 0 3 0 0
PI 14 6 0 13 0 0 0 0
RN 9 5 2 16 0 0 0 0
AM 30 8 0 8 0 1 0 0
MT 20 1 2 3 0 1 1 0
AL 19 2 3 14 1 0 0 0
DF 57 6 20 7 2 0 0 0
MS 19 1 2 1 1 0 0 0
SE 20 2 9 9 1 0 0 0
RO 22 0 1 12 0 1 0 0
TO 26 0 2 12 0 1 0 0
AC 41 9 0 6 9 0 0 0
AP 36 3 0 9 1 0 0 0
RR 26 3 0 26 0 1 2 0
Tabela 13 Número total de candidatos às Câmaras Estaduais e Distrital utilizando-se de
denominações religiosas cristãs evangélicas no período indicado por UF separados por
denominação nos 5 pleitos eleitorais considerados
Fonte: Divulgacand/TSE.
A tabela nº 14 abaixo apresenta o número total de candidaturas com
denominações de orientação cristã evangélica consideradas no período analisado em
relação ao número total de candidaturas por UF:
10
MG 102 1,665
RJ 184 1,927
BA 118 3,362
RS 42 1,183
PR 51 1,364
PE 118 4,177
CE 70 2,328
PA 66 2,041
SC 17 0,748
GO 81 2,152
MA 75 2,926
PB 46 2,423
ES 69 2,714
PI 33 2,967
RN 32 2,448
AM 47 1,809
MT 28 1,833
AL 39 2,588
DF 92 2,204
MS 24 1,452
SE 41 3,433
RO 36 1,676
TO 41 2,865
AC 65 3,057
AP 49 2,657
RR 58 2,67
Tabela 14 Número total de candidatos às Câmaras Estaduais e Distrital utilizando-se de
denominações religiosas cristãs evangélicas no período indicado por UF no período e proporção
sobre o total de candidatos nos 5 pleitos por UF
Fonte: Divulgacand/TSE.
11
SP 12 3 0,148
MG 10 0 0,163
RJ 2 2 0,042
BA 2 1 0,085
RS 1 8 0,253
PR 7 0 0,187
PE 2 0 0,071
CE 2 2 0,133
PA 1 0 0,031
SC 6 0 0,264
GO 10 0 0,265
MA 1 0 0,039
PB 6 0 0,316
ES 4 0 0,157
PI 1 0 0,09
RN 0 0 0
AM 1 2 0,115
MT 1 0 0,065
AL 1 0 0,066
DF 2 2 0,096
MS 0 0 0
SE 2 0 0,167
RO 0 1 0,046
TO 1 0 0,069
AC 0 0 0
AP 0 0 0
RR 1 1 0,092
Tabela 15 Número total de candidatos às Câmaras Estaduais e Distrital utilizando-se de
denominações religiosas cristãs católicas e de matriz africana no período indicado por UF e
proporção sobre o total de candidatos nos 5 pleitos por UF
Fonte: Divulgacand/TSE.
12
UF Total Evangélicas Proporção
SP 201 186 92,53
MG 112 102 91,07
RJ 186 184 98,92
BA 120 118 98,33
RS 43 42 97,67
PR 58 51 87,93
PE 120 118 98,33
CE 72 70 97,22
PA 67 66 98,51
SC 23 17 73,91
GO 91 81 89,01
MA 76 75 98,68
PB 52 46 88,46
ES 73 69 94,52
PI 34 33 97,05
RN 32 32 100
AM 48 47 97,91
MT 29 28 96,55
AL 40 39 97,5
DF 94 92 97,87
MS 24 24 100
SE 43 41 95,34
RO 36 36 100
TO 42 41 97,62
AC 65 65 100
AP 49 49 100
RR 59 58 98,3
Tabela 16 Número total de candidatos às Câmaras Estaduais e Distrital utilizando-se de quaisquer
denominações religiosas; número de candidatos utilizando-se de denominações cristãs evangélicas e
proporção entre os dois número por UF e no total dos 5 pleitos analisados.
Fonte: Divulgacand/TSE.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
13
O presente trabalho busca discutir e problematizar o que entendemos ser um
movimento orquestrado, consciente e desejado de atuação político-partidária por parte
de professantes de credos cristãos evangélicos no Brasil.
Necessário, portanto, tecer concisas ponderações de cunho metodológico para
que seja possível à comunidade científica em geral verificar e confrontar os pontos
percorridos e o ponto de observação adotado para averiguar a proficuidade (ou não) dos
resultados e discussões aqui propostos.
Conforme já expusemos à Introdução, partimos do ponto de vista de ser a
sociedade constituída por diferentes classes sociais que lutam entre si pelo domínio dos
bens sociais escassos. Esses bens são, de modo geral, fruto do trabalho humano e
possuem como função precípua a produção e reprodução do modo de vida daquela
comunidade humana dentro de um dado espaço-tempo considerados, principalmente,
sua cultura e desenvolvimento tecnológico.
Nesse sentido, utilizamos como pressuposto a certeza da existência também de
lutas nas classes que se dividem também de acordo com os interesses de cada indivíduo
ou grupo de indivíduos posto que, como preceitua Giorgy Plekhanov, a atuação da
pessoa individual flexionada com a conjuntura histórica ajuda a construir a realidade. O
mesmo autor explica, também, que uma determinada luta pode ser encarada segundo
diferentes pontos-de-vista e, consequentemente, o que pode significar para uma classe
social ou fração da classe uma luta de libertação pode significar, para outra, a supressão
de um privilégio – abrindo, consequentemente, espaço para materialização patente do
método materialista dialético marxista que tentamos utilizar em nosso estudo.
Respectivamente ao fenômeno da Transição Religiosa propriamente dita, e
utilizando a metodologia que propomos no presente, compreendemos ser um fenômeno
que está, atualmente, dentro do escopo político-partidário e eleitoral abordado no
presente trabalho, embasado e desfrutando da liberdade conferida pela Constituição
Federal que pretende proporcionar um Estado Democrático de Direito com a
participação o mais ampla possível e com maior liberdade possível de expressão.
Noutro giro, quadros político-partidários de orientação manifestamente cristã-
evangélica como do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro com respeito à
indicação de um nome “terrivelmente evangélico” para uma vaga no Supremo Tribunal
Federal8910, e a indicação do ministro André Mendonça, além dos fatos recentes
8
Conforme apurado em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/10/bolsonaro-diz-que-vai-
indicar-ministro-terrivelmente-evangelico-para-o-stf.ghtml.
14
acontecidos em 08 de janeiro de 2023, comprovam não ser o respeito à diversidade
democrática em si um valor primordial justamente para esse grupo numeroso e
significativo que faz da liberdade para manifestação política a aleivosia desse princípio
constitucionalmente garantido.
Alexandre Brasil Fonseca (FONSECA 2020), mostra a articulação político-eleitoral
cristã evangélica no Brasil ao uso intensivo da tecnologia da informação – WhatsApp,
Facebook ou quaisquer outros meios disponíveis – num ambiente fragmentado e com uma
multiplicidade de ideias articulada por valores básicos defendidos universalmente:
“O foco é individual, e a religiosidade ocupa importante lugar de conforto
mútuo e entretenimento. Esse discurso dá origem à Nova Direita Cristã e
assume a defesa de valores conservadores como parte do seu pacote. Ser
cristão passa a implicar obrigatoriamente na afirmação da liberdade
individual e do liberalismo econômico, junto à ‘defesa da família’, que na
prática reúne um conjunto de valores morais tradicionais relacionados à
cultura branca, masculina, evangélica e heterossexual americana.”
9
Mais informações em: https://www.metropoles.com/brasil/bolsonaro-diz-ter-nome-terrivelmente-
evangelico-para-o-stf.
10
Mais detalhes em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2021/07/bolsonaro-decide-
indicar-andre-mendonca-para-vaga-de-marco-aurelio-no-stf-ckqsa9xfn005u013bkke3hl78.html.
15
abandonada à própria sorte desde sempre como a brasileira (SOUZA 2009), e que,
conforme Christina Vital da Cunha:
“A Retórica da Perda pode ser considerada como uma tática discursiva
articulada por diferentes lideranças sociais e políticas (dentre elas, religiosas)
baseada em um imperativo: o retorno da ordem, da previsibilidade, da
segurança e da unidade. É um discurso que se contrapõe a mudanças sociais
experimentadas socialmente no mundo e que a literatura sociológica detectou
de modo significativo a partir dos anos 1990 e, no Brasil, especialmente, a
partir de meados dos anos 2000.
4. RESULTADOS ALCANÇADOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
11
Mais informações em: https://olb.org.br/atuacao-da-frente-parlamentar-evangelica-na-camara-dos-
deputados/.
18
de Deus, traduzido em saúde física e psicológica associada à prosperidade, e a visão
individual da busca pelas bênçãos (traduzidas nas graças supra) corresponde à exigência
do comportamento íntegro em todas as áreas, fundamentando assim racionalmente a
escolha dos candidatos indicados ou “abençoados” aos cargos políticos públicos através
do processo eleitoral.
A presença de “Pastores” e “Irmãos” indica os 2 polos (pregadores e audiência)
unidos na busca de ocupar o espaço político com “virtuosos” oriundos desses
movimentos religiosos que, conforme aponta o estudo do OLB supra, postulam diversos
temas para buscar votos e legitimidade não apenas perante o público eleitor cristão
evangélico em si, mas numa parcela mais substancial da sociedade que se poderia
chamar mais conservadora e que se vê representada por temas como proteção à
propriedade privada via intensificação das atividades e investimentos em segurança
pública e legalização do porte e posse de armas de fogo, repúdio ao aborto sob o prisma
da proteção da vida, denúncia e repúdio às práticas políticas consideradas corruptas,
enfim, inúmeras pautas que não são exclusivas do movimento religioso protestante, e
algumas delas (como a anticorrupção) abrangendo da esquerda à direita do espectro
político nacional.
Verificamos, assim, concordando com outro trabalho anteriormente relacionado
(ainda a ser publicado e apresentado no XI CONINTER), haver um aumento contínuo
levando à sobrerrepresentação que, por sua vez, alimenta o fenômeno da transição
religiosa enquanto amplia a base de apoio às pautas que defendem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, José Eustáquio Diniz; CAVENAGHI, Suzana Marta e BARROS, Luiz Felipe
Walter. A transição religiosa brasileira e o processo de difusão das filiações
evangélicas no Rio de Janeiro. In: Horizonte (edição eletrônica), v. 12, n. 36, p.
1055/1085. Belo Horizonte, ed. PUC/MG, 2014.
ROCHA, Luiz Sérgio Cordeiro da. A Nova “Questão Religiosa”: a chamada Transição
Religiosa e a política partidária no Brasil recente. In: Humanidades, políticas públicas
e desigualdades. Orgs. Wilson Madeira Filho e Luiza Chaves. Rio de Janeiro, ed.
Autografia, 2021.
SOUZA, Jessé. Introdução. In: Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte,
Ed. UFMG, 2009.
20