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OSCILAÇÕES
4.1 Estabilidade
Os pontos onde a força resultante sobre a partı́cula se anula são chamados de pon-
tos de equilı́brio, denotados por x eq . Podemos classificar os tipos de equilı́brio
de acordo com o comportamento adquirido pela partı́cula quando a deslocamos do
ponto de equilı́brio e a liberamos. Para tanto, precisamos entender a atuação da força
em uma vizinhança, de raio δ, do equilı́brio, ou seja, nos pontos x = x eq + , onde
63
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64 OSCILAÇÕES
0 < || < δ. Se a força nessa vizinhança tende a fazer a partı́cula retornar ao ponto
de equilı́brio, então ela se comporta de maneira restauradora em torno deste ponto.
Mais precisamente, no caso unidimensional, podemos fazer a seguinte definição.
Note que um mesmo campo de força pode ser restaurador em torno de um dado
ponto de equilı́brio e não restaurador em torno de outro. Quanto ao comportamento
da partı́cula, temos que quando esta encontra-se na vizinhança em que a força age
de maneira restauradora, ela é sempre acelerada em direção ao equilı́brio. Conse-
quentemente, a partı́cula é desacelerada sempre que tenta se afastar do equilı́brio.
No equilı́brio instável, não há vizinhança do ponto de equilı́brio em que a partı́cula
é desacelerada sempre que se afastar do equilı́brio. Ela possui uma tendência de se
afastar do equilı́brio. Já no equilı́brio indiferente, existe uma vizinhança em que a
partı́cula não experimenta nenhuma aceleração e, portanto, mantém seu estado de
movimento.
Exemplo 4.1. A chamada força de Morse, usada para descrever a interação inte-
ratômica, é dada por
h i
F (x) = C e−2a(x−x0 ) − e−a(x−x0 ) ,
0
x
x0
Figura 4.1
ESTABILIDADE 65
equilı́brio é x0 , pois neste ponto a força é nula. Também é possı́vel ver diretamente
do gráfico que o equilı́brio é estável, pois a força é restauradora em torno do ponto
de equilı́brio. Em casos onde não temos acesso ao gráfico, ou o mesmo não é sufi-
cientemente claro, mas temos a função, podemos expandi-la em série de Taylor em
torno do equilı́brio e considerar pequenos deslocamentos do equilı́brio. Por exem-
plo, expandindo a força de Morse em torno de x = x0 em primeira ordem, temos
F = −2aC,
dU
(x eq ) = 0,
dx
ou seja, pontos de máximos, mı́nimos ou pontos de inflexão com derivada nula1 .
Se U (x eq ) é um mı́nimo local, então o equilı́brio é estável, sendo a recı́proca
verdadeira. Para ver isso, basta olhar a tangente à curva, o negativo da força, na
vizinhança do ponto de mı́nimo e ver que a força sempre aponta na direção deste.
De maneira análoga, se U (x eq ) é um máximo local, então o equilı́brio é instável,
assim como nos pontos de inflexão com primeira derivada nula. Na Fig. 4.2, x0 é
um ponto de equilı́brio estável, enquanto que x1 é um ponto de equilı́brio instável.
Já na Fig. 4.3 temos um exemplo de ponto de inflexão, x0 , correspondendo a um
ponto de equilı́brio instável. Uma maneira pictórica de visualizar o tipo de equilı́brio
a partir de uma curva de energia potencial é imaginar uma partı́cula, sob ação da
gravidade, podendo deslizar sem atrito sobre um fio rı́gido no formato da curva.
Deslocamos infinitesimalmente a partı́cula da posição de equilı́brio e a liberamos do
repouso. Se, para todo deslocamento infinitesimal, a partı́cula deslizar em direção
ponto de equilı́brio, após ser liberada, então o equilı́brio é estável. Se, para algum
1 Noteque existem pontos de inflexão onde a primeira derivada diverge ou é indefinida. Esses casos não
correspondem a uma força nula.
66 OSCILAÇÕES
U U
x0 x1 x x0 x
d2 U
(x eq ) > 0,
dx2
implica que U (x eq ) é mı́nimo e, portanto, o equilı́brio é estável. No entanto, a
recı́proca não é verdadeira. Existem pontos de equilı́brio estável, ou seja, pontos de
mı́nimo da energia potencial, nos quais a derivada segunda se anula. Por exemplo a
função U = x4 , com equilı́brio em x = 0. Similarmente,
d2 U
(x eq ) < 0,
dx2
implica que U (x eq ) é máximo e, portanto, o equilı́brio é instável. Novamente a
recı́proca não é verdadeira, pois existem pontos de equilı́brio instável, como os pon-
tos de inflexão, os quais não correspondem a um máximo local. Já nos casos em que
a derivada segunda se anula,
d2 U
(x eq ) = 0,
dx2
nada podemos afirmar sobre a estabilidade, com base apenas neste resultado.
Exemplo 4.3. A interação intermolecular deve ser repulsiva para curtas distâncias,
evitando o colapso da matéria, e atrativa a longas distâncias, de modo a tornar
possı́vel a ligação molecular. Além disso, sua magnitude deve cair com a distância,
ESTABILIDADE 67
U2 U3
U1
Figura 4.4
U x−12
x0
0
x
−
−x−6
Figura 4.5
encontrado de
dU
(x eq ) = 0,
dx
que fornece x eq = x0 . A energia potencial correspondente é U (x0 ) = −.
68 OSCILAÇÕES
dF 72
F (x0 + ∆x) = F (x0 ) + (x0 )∆x + O(∆x2 ) = − 2 ∆x + O(∆x2 ),
dx x0
A razão pela qual sistemas completamente distintos realizam oscilações e são descri-
tos pelas mesmas equações é que em torno de pontos de equilı́brio estável podemos
aproximar uma força restauradora pela Lei de Hooke ou, no caso de força conserva-
tiva, a energia potencial por uma parábola. Essa aproximação é chamada harmônica
ou parabólica. Considere por exemplo uma partı́cula com uma energia potencial ar-
bitrária, a qual possui um ponto de equilı́brio estável, como na figura 4.6. Para uma
E
E0
xa x0 xb x
Figura 4.6
energia E ligeiramente maior que a energia mı́nima E0 vemos que a parábola, dada
pela curva pontilhada, consiste em uma boa aproximação da energia potencial na
região do movimento da partı́cula, x ∈ [xa , xb ]. Para verificar que isso é verdade,
APROXIMAÇÃO HARMÔNICA E MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES 69
dU 1 d2 U
U (x0 + ∆x) = U (x0 ) + (x0 )∆x + (x0 )∆x2 + O(∆x3 ).
dx 2 dx2
Como a derivada primeira de U se anula no ponto de equilı́brio, temos
1
U (x0 + ∆x) = E0 + k∆x2 , (4.1)
2
onde definimos
d2 U
k= (x0 ), (4.2)
dx2
e E0 é o valor da energia potencial no ponto de equilı́brio, o qual pode ser despre-
zado, pois não altera a dinâmica do sistema. Assim, a energia dada pela Eq. (4.1)
corresponde exatamente à energia potencial elástica de um sistema massa-mala, cuja
constante elástica é k. Note, no entanto, que estamos considerando um sistema ar-
bitrário e k deve ser interpretado como uma constante associada à força restauradora,
ou a uma mola efetiva. Além disso, a vizinhança em torno do ponto de equilı́brio
na qual a força é restauradora e a energia potencial pode ser aproximada harmonica-
mente é, em geral, pequena e isso implica que estamos interessados em sistemas que
realizam pequenas oscilações.
Redefinindo a origem, x0 = 0, a força nas proximidades da posição de equilı́brio,
obtida a partir de (4.1), vale
F (x) = −kx,
e assim a equação de movimento fica
d2 x
+ ω02 x = 0, (4.3)
dt2
onde r
k
ω0 ≡
, (4.4)
m
é chamada de frequência natural do oscilador. De fato, veremos na sequência que a
solução da Eq. (4.3) resulta em um movimento oscilatório com frequência angular
ω0 .
A Eq. (4.3) é um exemplo de uma equação diferencial ordinária (EDO). Uma
EDO de segunda ordem é dita linear quando pode ser escrita da forma2
Se b(t) = 0 ela é dita homogênea, caso contrário é dita não-homogênea. Uma EDO
homogênea satisfaz o chamado Princı́pio de Superposição, ou seja, se x1 (t) e x2 (t)
são soluções, então cx1 (t) e x1 (t) + x2 (t) também são, onde c é uma constante
arbitrária. O significado fı́sico deste princı́pio é o mesmo discutido na Seç. 1.7.
Dizemos que um modelo é linear quando as equações de movimento que o descreve
são EDO’s lineares.
Suponha que x1 (t) e x2 (t) sejam soluções da EDO linear homogênea de segunda
ordem, com a0 , a1 , a2 funções reais contı́nuas3 . A teoria geral das equações diferen-
ciais ordinárias mostra que se x1 (t) e x2 (t) são linearmente independentes (LI)4 , ou
seja α1 x1 (t) + α2 x2 (t) = 0 é equivalente a α1 = α2 = 0, então qualquer solução
da EDO homogênea em questão tem a forma geral
3 Vamos nos restringir ao caso real, pois este será suficiente para tratar os exemplos deste livro.
4 Para verificar se um conjunto de soluções {x1 (t), x2 (t)} é linearmente independente ou linearmente
dependente (LD) em um dado intervalo de t, calculamos o Wronskiano, W = x1 ∂x ∂t
2
− x2 ∂x∂t
1
. Se W
é identicamente não nulo nesse intervalo, então o conjunto é LI. A recı́proca não é verdadeira. Na grande
maioria dos casos, W identicamente nulo está associado a um conjunto LD. Há exceções, entretanto,
como o conjunto t2 , t|t| , que é LI, mas com Wronskiano nulo.
APROXIMAÇÃO HARMÔNICA E MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES 71
Aeiφ /2 e da fórmula de Euler, eiθ = cos θ +isenθ, podemos reescrever solução x(t)
como
x(t) = A cos(ω0 t + φ) = Asen (ω0 t + φ0 ), (4.7)
A, φ ∈ R. Dizemos que x(t) dado por (4.7), a menos de uma constante aditiva,
corresponde a um movimento harmônico simples (MHS) e que todo sistema descrito
por (4.3) é um oscilador harmônico simples (OHS). Note ainda que a solução (4.7)
pode ser reescrita como
com a, b ∈ R.
A solução do MHS, em qualquer uma de suas formas, oscila com frequência
angular ω0 e perı́odo r
2π m
T = = 2π .
ω0 k
Como vemos, o perı́odo e a frequência angular independem da amplitude. Está é uma
das assinaturas do movimento harmônico. Sua origem pode ser entendida a partir da
própria equação de movimento que descreve o sistema. A Eq. (4.3) é invariante
por uma transformação de escala, x → λx, onde λ é um parâmetro de escala ar-
bitrário. Essa simetria implica que qualquer observável temporal, como por exemplo
perı́odo e frequência, são independentes da escala espacial, ou seja, estas variáveis
não podem depender da amplitude do movimento. Note que a variável dinâmica
de interesse não precisa ser a posição, podendo ser, por exemplo, um ângulo, um
volume, um valor de pressão, a componente de um campo elétrico, etc.
O par de constantes arbitrárias na solução, A e φ ou b, podem ser determinadas a
partir das condições iniciais x(0) = x0 e ẋ(0) = v0 , bastando, portanto, resolver um
sistema linear de duas incógnitas. Em particular, |A| nos dá a amplitude de oscilação.
Já a energia mecânica de um oscilador harmônico simples, cujo movimento é dado
por (4.7), é
1 1 1
E = mẋ(t)2 + kx(t)2 = kA2 ,
2 2 2
constante como esperado. A dependência da energia mecânica com o quadrado da
amplitude é outra assinatura do movimento harmônico.
Exemplo 4.4. Uma partı́cula de massa m encontra-se presa a uma mola de cons-
tante elástica k, como mostrado na figura 4.7. O sistema está disposto na vertical e
sujeito à ação da gravidade, cuja magnitude é g. No instante inicial a mola está com
seu comprimento natural l0 e a partı́cula é liberada a partir do repouso. A força
sobre a partı́cula é
F = −k(x − l0 ) + mg,
a qual nos dá a equação de movimento
ẍ + ω02 x = ω02 l0 + g,
72 OSCILAÇÕES
p
com ω0 = k/m. Essa é uma EDO não homogênea e sua solução mais geral é a
soma da solução homogênea, Asen (ω0 t + φ), com uma solução particular. Dado
que o termo não homogêneo da EDO acima é constante, propomos uma solução
do tipo constante e após substituirmos na equação não homogênea encontramos a
solução particular l0 + mg/k. Portanto, a solução mais geral é
mg
x(t) = Asen (ω0 t + φ) + l0 + .
k
Daqui, vemos que um sistema massa-mola na vertical, oscila com a mesma frequência
angular do sistema massa-mola na horizontal. Fazendo uso das constantes iniciais
x(0) = l0 e ẋ(0) = 0 obtemos
mg
x(t) = [1 − cos(ω0 t)] + l0 .
k
l0
Figura 4.7
Na prática, a maioria dos osciladores estão sujeitos a alguma força dissipativa, a qual
é responsável pelo decréscimo da energia mecânica com o passar do tempo. Em
sistemas mecânicos, essas forças dissipativas estão, em geral, associadas à fricção,
como atrito com superfı́cies, forças de arrasto ou forças viscosas. Como há uma
infinidade de termos dissipativos possı́veis, gerando as mais diversas equações di-
ferenciais, não há um método geral para encontrar a solução de osciladores amor-
tecidos. Vamos considerar um exemplo particular, mas que aparece com bastante
frequência nas aplicações práticas. Vamos supor que, além da força elástica, há uma
força dissipativa proporcional a velocidade e contrária ao movimento, ou seja, −bv,
onde a constante b é positiva. Essa é a força resistiva sentida, por exemplo, por um
corpo devido a uma fina camada de um lı́quido sobre uma superfı́cie. A equação de
movimento do sistema será
mẍ + bẋ + kx = 0.
OSCILADOR HARMÔNICO AMORTECIDO 73
b
γ≡ ,
2m
podemos escrever a equação de movimento como
ẍ + 2γ ẋ + ω02 x = 0, (4.8)
4.3.1 Subamortecimento
Nesse caso,
γ < ω0 ,
e a equação (4.9) possui duas raı́zes distintas,
λ = −γ ± iω1 ,
onde definimos q
ω1 ≡ ω02 − γ 2 .
Assim a solução mais geral para o oscilador subamortecido é
0
t
Figura 4.8
kA2 −2γt
hU i = he cos2 (ω1 t + φ)i,
2
mA2 −2γt 2
hKi = he [−γ cos(ω1 t + φ) − ω1 sen (ω1 t + φ)] i.
2
Vamos considerar um oscilador subamortecido tal que
γ ω0 ' ω1 .
Assim,
kA2 −2γt
hU i = e ,
4
e
mA2 ω02 −2γt
hKi = e ,
4
onde assumimos que e−2γt é aproximadamente constante no perı́odo. Desta forma,
o valor médio da energia mecânica deste oscilador é aproximadamente
kA2 −2γt ω0 t
hEi = e = E0 e− Q .
2
OSCILADOR HARMÔNICO AMORTECIDO 75
4.3.2 Superamortecimento
γ > ω0 .
λ = −γ ± ω2 ,
com q
ω2 ≡ γ 2 − ω02 .
A solução mais geral para x real é
x0 = C 1 + C 2 ,
v0 = C1 (ω2 − γ) − C2 (ω2 + γ),
x x
0 0
t t
γ = ω0 .
C1 = x0 , C2 = v0 + γx0 .
Na prática a grande maioria dos sistemas fı́sicos possuem algum termo dissipativo.
Se quisermos que uma oscilação, com amortecimento, não decaia a zero, é necessário
uma força periódica fornecendo energia ao sistema.
Considere, por exemplo, um ponto oscilando sobre uma reta horizontal de acordo
com R cos(Ωt) a partir do ponto central da trajetória. Uma mola de constante elástica
k possui uma extremidade fixa a esse ponto e a outra presa a uma partı́cula de massa
m. Vamos assumir que a partı́cula, a qual move-se sobre a reta, sofre uma força
resistiva do tipo −bv, onde b > 0, e vamos definir a origem do eixo x como a posição
da partı́cula quando o ponto oscilante está na metade de seu curso e a mola em seu
comprimento natural. Assim, a equação de movimento deste oscilador harmônico
amortecido forçado é
F0
ẍ + 2γ ẋ + ω02 x = cos(Ωt), (4.13)
m
onde γ = b/2m e definimos F0 ≡ kR. Essa EDO é linear, de segunda ordem e não
homogênea. O termo F0 cos(Ωt) é chamado de fonte ou termo forçado. A solução
geral de uma EDO não homogênea consiste em
a0 ẍh + a1 ẋh + a2 xh = 0,
onde,
F0 (ω02 − Ω2 ) F0 2γΩ
E(Ω) ≡ , A(Ω) ≡ .
m [(ω02 − Ω2 )2 + 4γ 2 Ω2 ] m [(ω02 − Ω2 )2 + 4γ 2 Ω2 ]
com
F0 /m
B(Ω) ≡ q , (4.17)
2 2
(ω0 − Ω2 ) + 4γ 2 Ω2
e
2γΩ
ϕ ≡ arctan . (4.18)
Ω2 − ω02
Como a solução da equação homogênea vai a zero quando t → ∞, chamamos este
termo de transiente. Já a solução da equação não homogênea, (4.16), oscila indefi-
nidamente no tempo e é chamada de solução estacionária. Dizemos que estamos no
regime estacionário quando o termo transiente torna-se desprezı́vel e, assim,
ϕ
0
−π/2 ω0
Ω
−π
Figura 4.11
4.4.1 Batimentos
Queremos agora tomar o limite em que o amortecimento vai a zero na solução dada
pela Eq. (4.16) para obter a solução de um oscilador forçado e não amortecido
descrito pela equação de movimento
F0
ẍ + ω02 x = cos (Ωt), (4.19)
m
tal que a frequência da fonte é diferente da frequência natural.5 Notando que
(
0, Ω > ω0 ,
lim ϕ =
γ→0 π, Ω < ω0 ,
5O caso em que as duas frequências são iguais é deixado como exercı́cio ao leitor.
80 OSCILAÇÕES
também é uma solução particular da Eq. (4.19). A solução geral é dada pela soma
da solução homogênea com a solução particular,
F0
x(t) = A cos(ω0 t + φ) + [cos(Ωt) + cos(ω0 t)] ,
m(Ω2 − ω02 )
Quando as frequências são próximas, mas não iguais, podemos interpretar essa solução
como uma oscilação com amplitude modulada,
Ω + ω0
f (t) = C(t) cos t ,
2
pois a amplitude
2F0 Ω − ω0
C(t) = cos t ,
m(Ω2 − ω02 ) 2
oscila lentamente, fornecendo uma modulação para a oscilação rápida, cuja frequência
angular é (Ω + ω0 )/2. O fenômeno, ilustrado nas Figs. 4.12 a 4.15, é chamado de
batimento. Nas Figs. 4.12 e 4.13 plotamos a solução particular e a solução geral,
respectivamente, com diferença entre as frequências sendo um quinto da frequência
média e a amplitude da solução homogênea sendo um quinto da amplitude da solução
particular. Nas Figs. 4.14 e 4.15 temos os mesmos parâmetros de amplitude, mas
a diferença entre as frequências foi reduzida à metade e a frequência média dobrou,
em relação ao caso anterior. Observe como a modulação da amplitude ficou mais
lenta e a oscilação interna à modulação ficou mais rápida. Todos os gráficos estão na
mesma escala. Note como a solução geral segue o mesmo padrão de batimentos da
solução particular.
Os batimentos são bastante comuns e relevantes em fenômenos ondulatórios, pois
esses fenômenos são normalmente gerados a partir de oscilações. Podem ser fa-
OSCILADOR HARMÔNICO AMORTECIDO FORÇADO 81
f x
0 0
t t
f x
0 0
t t
6 AM de “amplitude modulada”.
82 OSCILAÇÕES
dB
(Ωa ) = 0,
dΩ
cuja solução é q
Ωa = ω02 − 2γ 2 ,
e que resulta na amplitude
F
Bmax = B(Ωa ) = p0 .
2γm ω02 − γ 2
B hP i
0 ω0 0
Ω ω0 Ω
A potência entregue pela fonte e, portanto, absorvida pelo oscilador é dada pela
taxa de variação do trabalho da fonte, ou seja,
dW dx
P = = F0 cos(Ωt) .
dt dt
No regime estacionário, o exemplo em questão nos dá
O termo multiplicando A(Ω) é sempre positivo e isso significa que essa contribuição
para a potência dissipada pela fonte é sempre positiva. Em outras palavras, o oscila-
dor está sempre absorvendo energia da fonte através deste termo. Por isso, A(Ω) é
chamada de amplitude absortiva. Já o termo multiplicando E(Ω) possui valor médio
nulo no perı́odo, ou seja, toda energia associada a este termo é, hora absorvida, hora
devolvida pelo oscilador. Além disso, devido a frequência angular do seno ser 2Ω, o
dobro da frequência angular da oscilação, o sentindo da energia muda quatro vezes
por ciclo. Note a semelhança com um sistema massa-mola em movimento harmônico
simples. Nele, a força elástica da mola fornece energia nas duas etapas, de um quarto
de perı́odo cada, em que acelera a partı́cula e retira energia nas duas etapas em que
desacelera. Daı́ a origem do nome amplitude elástica para E(Ω).
Dizemos que o oscilador está em ressonância de energia quando ele absorve ener-
gia da fonte durante todo o ciclo, ou seja, o oscilador nunca realiza trabalho sobre a
fonte. Isso implica que a potência calculada acima é positiva para todo t durante a
ressonância de energia, ocorrendo se e somente se
Ω = ω0 ≡ Ωe ,
F02
hP (Ωe )i = ,
4mγ
84 OSCILAÇÕES
F0 ΩA F02 γΩ2
hP i = =
2 m [(ω02 − Ω2 )2 + 4γ 2 Ω2 ]
F02 γ
= 2 ,
ω02 2
m Ω − Ω + 4γ
é solução particular quando ambas as fontes estão ligadas. Sendo assim, a solução
geral de
1
ẍ + 2γ ẋ + ω02 x = [F1 cos(Ω1 t) + F2 cos(Ω2 t)] ,
m
é
x(t) = xh (t) + B(F1 , Ω1 ) cos [Ω1 t + ϕ(Ω1 )] + B(F2 , Ω2 ) cos [Ω2 t + ϕ(Ω2 )] ,
Se F (t) e Ḟ (t) são contı́nuas por partes7 e F (t) é periódica, com perı́odo T , então
a função pode ser escrita como uma série trigonométrica
∞
a0 X 2πnt 2πnt
F (t) = + an cos + bn sen ,
2 n=1
T T
7 Uma função é dita contı́nua por partes se, em qualquer intervalo finito, ela é descontı́nua em, no máximo,
Fn (t)
ẍn + 2γ ẋn + ω02 xn = ,
m
onde o termo não homogêneo Fn (t) é do tipo cos(2πnt/T
P ) ou sen (2πnt/T ). A
solução particular será a combinação linear x = n cn xn e cada xn é um modo
de oscilação. No nosso caso, onde fazemos uma decomposição de Fourier, eles são
chamados de modos de Fourier.
OSCILADOR HARMÔNICO AMORTECIDO FORÇADO 87
1 π 2F0 π
Z Z
2F0
bn = F (t)sen (nt)dt = sen (nt)dt = [1 − (−1)n ] .
π −π π 0 nπ
Note que os coeficientes pares se anulam8 e, portanto, os únicos não nulos são
4F0
b2k+1 = ,
(2k + 1)π
eint
z̈n + 2γ żn + ω02 zn = ,
m
com zn = yn + ixn . Substituindo zn = z0,n eint encontramos
1 ω02 − n2 − i2γn
z0,n = = Bn ei(nt+ϕn ) ,
m (ω02 − n2 )2 + 4γ 2 n2
com
1
Bn = q ,
2
m (ω02 − n2 ) + 4γ 2 n2
e
2γn
ϕn = arctan .
n2 − ω02
8 é esperado, uma vez que sen (2mt) é ı́mpar em torno de de t = π/2, anulando a integral
RIsso
π
0 sen (2mt)dt.
88 OSCILAÇÕES
sen (nt + ϕn )
xn (t) = q ,
2
m (ω02 − n2 ) + 4γ 2 n2
ou ainda,9
Z t Z θ(t)
dθ
dt = ± q .
2g
0 θ(0)
L (cos θ − cos θ0 )
Notando que o perı́odo é igual a quatro vezes o intervalo de tempo que o pêndulo
leva para se deslocar do equilı́brio até o ângulo máximo, temos
Z θ0 √
2T0 θ0
Z
dθ dθ
T =4 q = √ ,
0 2g
(cos θ − cos θ ) π 0 cos θ − cos θ0
L 0
θ e θ0 . Depois fazemos a mudança de variável sen (θ/2) = sen (θ0 /2)sen u. Dessa
maneira,
2T0 π/2
Z
du
T = √ ,
π 0 1 − k 2 sen 2 u
com k ≡ sen (θ0 /2). A integral acima é chamada de integral elı́ptica completa de
primeira espécie. Seu resultado não pode ser dado em termos de funções elementa-
res, sendo escrito em termos de uma série infinita, que diverge rapidamente quando
k tende a um. Substituindo o valor desta integral chegamos no perı́odo
∞ 2
X (2n)!k n
T = T0 ,
n=0
22n (n!)2
1 9
= T0 1 + sen 2 (θ0 /2) + sen 4 (θ0 /2) + . . . . (4.22)
4 256
Daqui fica claro que o perı́odo aumenta com a amplitude. O fato da série divergir
para k = 1 é consistente com o fato de que o perı́odo do pêndulo tende a infinito
quando a amplitude tende a π. O pêndulo liberado, do repouso, do ponto mais alto,
não se mexe, ou seja, leva um intervalo infinito de tempo para realizar uma oscilação
completa.
Queremos resolver, de maneira aproximada, equações diferenciais não lineares
utilizando uma técnica chamada teoria de perturbação. Com o intuito de entender
o método, vamos, inicialmente, aplicá-lo a um sistema não oscilatório. Considere
o lançamento vertical para cima, com velocidade inicial v(0) de uma partı́cula de
massa m sob arrasto quadrático. Durante a subida a equação de movimento é
dv
m = −mg − bv 2 ,
dt
a qual é não linear devido ao termo bv 2 . Se esse termo for pequeno, dizemos que ele
é uma perturbação, em relação a equação sem o arrasto. A ideia central da teoria de
perturbação é escrever a solução da EDO como uma série infinita de potências em
um parâmetro λ associado à perturbação. Para que essa série convirja, no entanto, é
necessário que este parâmetro seja pequeno e a melhor maneira de se verificar isso
é encrevendo-o como um parâmetro adimensional e comparando com o número um.
A teoria de perturbação só fará sentido se λ < 1. Dividindo a equação de movimento
por mg vemos que o termo bv 2 /mg é adimensional, mas o parâmetro que caracteriza
a perturbação, b/mg, continua com dimensão de velocidade ao quadrado. Fazendo
a mudança de variável v = v(0)u obtemos
v(0) du
= −1 − λu2 ,
g dt
onde o parâmetro perturbativo
bv(0)2
λ= ,
mg
OSCILAÇÕES NÃO LINEARES E TEORIA DE PERTURBAÇÃO 91
u = u0 + λu1 + λ2 u2 + . . . ,
v(0) 2
u̇0 + λu̇1 + λ2 u̇2 . . . = −1 − λ u0 + λu1 + λ2 u2 + . . . ,
g
v(0)
u̇0 = −1,
g
u0 (0) = 1,
Cuja solução é
gt
u0 = 1 − ,
v0
ou, voltando para a variável v,
v0 = v(0) − gt.
Note que esta é a solução do problema não perturbado. Seguindo adiante, em pri-
meira ordem temos
v(0)
u̇1 = −u20 .
g
Substituindo a solução encontrada para u0 , temos a equação
v(0) 2gt g 2 t2
u̇1 = −1 + − ,
g v(0) v(0)2
u1 (0) = 0.
gt g 2 t2 g 3 t3
u1 = − + − ,
v(0) v(0)2 3v(0)3
92 OSCILAÇÕES
ou
g 2 t2 g 3 t3
v1 = −gt + − .
v(0) 3v(0)2
Devemos seguir resolvendo ordem a ordem até a ordem desejada e quanto menor
for o parâmetro perturbativo mais cedo poderemos truncar a série. Neste exemplo, o
resultado até primeira ordem em λ é
bv(0)2 g 2 t2 g 3 t3
gt gt
u=1− + − + − ,
v(0) mg v(0) v(0)2 3v(0)3
ou
g 2 t3
b 2
v = 1 − gt + −v(0)t + gt − .
m 3v(0)
Duas caracterı́sticas são notáveis neste exemplo. Primeiro, para resolver a n-ésima
ordem, precisamos conhecer as soluções das ordens anteriores. Em particular é ne-
cessário sabermos a solução do problema não perturbado. Segundo, mesmo que a
equação original seja não linear, as equações em todas as ordens perturbativas são li-
neares. Em princı́pio, isso nos possibilita encontrar uma solução mesmo que, a cada
ordem, as equações fiquem cada vez mais complicadas. Essas duas caracterı́sticas
são, na verdade, gerais da teoria de perturbação.
Quando aplicado a sistemas oscilatórios, o método da teoria de perturbação re-
quer um pouco mais de cuidado. Vamos aplicar, de maneira ingênua, o procedi-
mento recém exposto a um oscilador harmônico simples. A ideia é identificar onde
o método falha para depois podermos corrigi-lo. Considere um oscilador harmônico
simples de massa M e frequência natural ω0 , o qual é levemente perturbado. Por
exemplo, uma pequena massa λM é adicionada ao sistema massa-mola original.
Após expandir até primeira ordem em Taylor a função (1 + λ)−1 , a equação de
movimento pode ser escrita como
ẍ + ω02 x − λω02 x = 0,
x = x0 + λx1 + λ2 x2 + . . . . (4.23)
ẍ0 + ω02 x0 = 0,
λAω0 t
x = A cos(ω0 t) + sin(ω0 t) + O(λ2 ).
2
Essa solução, no entanto, não é aceitável fisicamente, devido ao segundo termo do
lado direito, chamado de termo secular10 , que cresce linearmente com o tempo.
Como não podemos simplesmente desprezar esse termo, devemos alterar o método.
O método recém exposto, também chamado de teoria de perturbação regular, não
funcionou porque não consideramos correções √ na frequência. Já sabemos que a
solução do oscilador em questão vale ω = 1 − λω0 = (1 − λ/2)ω0 + O(λ2 )
o que nos dá um correção proporcional a λ para a frequência11 . Assim, a fonte na
equação para x1 está em ressonância com o oscilador, gerando uma amplitude di-
vergente. A próxima tentativa, teoria de perturbação singular, consiste simplesmente
em expandir a frequência perturbativamente
ω = ω0 + λω1 + λ2 ω2 + . . . , (4.24)
e repetir o cálculo acima para ẍ+ω 2 x = 0. A correção é proporcional a ω1 tsen (ω0 t),
em primeira ordem, e termos análogos em ordens superiores. Tais termos seculares
serão nulos apenas se ωi = 0, mas isso implicaria em ω = ω0 , o que é incorreto.
Esse problema pode ser resolvido com uma simples mudança de variável, s = ωt.
10 Este nome tem origem na mecânica celeste, onde a teoria de perturbação foi desenvolvida. Os termos
seculares, originários de perturbações a movimentos planetários, apresentam contribuições ilimitadas, em
contraste com contribuições periódicas, e que tornam-se relevantes para intervalos de tempos em escala
astronômica, como séculos.
11 Note que um termo secular também aparece se, ingenuamente, expandirmos em Taylor a solução exata
√
x = A cos(ω0 1 − λt). Esta expansão é valida apenas para tempos pequenos.
94 OSCILAÇÕES
Ao impor que a nova variável temporal da equação diferencial serja ωt, forçamos
que suas soluções sejam funções do argumento ωt, ou seja, as eventuais soluções
periódicas no tempo terão frequência ω e não mais ω0 . Ilustraremos tal método, no
nosso exemplo de interesse.
Considere a chamada equação de Duffing, sem amortecimento e sem termo forçado,
ÿ + ω02 y + y 3 = 0, (4.25)
ω 2 00
x (s) + x(s) + λx3 (s) = 0,
ω02
e essa mudança de variável nos dará liberdade para eliminarmos frequências res-
sonantes de maneira não trivial. Substituindo as séries perturbativas para x(s) e ω
na equação acima e separando as potências de λ obtemos uma série de equações
diferenciais lineares. Para a ordem λ0 temos
x000 + x0 = 0,
Como a solução homogênea já contém uma solução do tipo cos s, propomos uma
solução linearmente independente, x1a = assens. Substituindo na equação para
x1a obtemos
ω1 3
x1a = − ssen s.
ω0 8
Para evitar que esse termo secular apareça na solução, devemos ter
3
ω1 = ω0 .
8
O termo forçado por cos(3s) resulta na equação
1
x001b + x1b = − cos(3s),
4
cuja solução é
1
x1b = cos(3s).
32
Somando a solução homogênea e x1b obtemos
1
x1 = c1 cos s + c2 sen s + cos(3s),
32
e, após aplicarmos as condições iniciais chegamos a
1
x1 = [cos(3s) − cos s] .
32
Assim, até primeira ordem em teoria de perturbação, a solução para x(s) é
λ
x = cos s + [cos(3s) − cos s] .
32
96 OSCILAÇÕES
ω02 3
θ̈ + ω02 θ − θ = 0. (4.29)
6
Comparando com (4.25) temos = −ω02 /6 ou ainda λ = −θ02 /6, onde θ0 é a am-
plitude do movimento. Para o pêndulo liberado do repouso, as soluções em primeira
ordem em λ são, de acordo com (4.27) e (4.28),
θ02 θ2
θ(t) = 1 + θ0 cos(ωt) − 0 θ0 cos(3ωt) + O(θ04 ),
172 172
e
θ02
ω= 1− ω0 + O(θ04 ).
16
Já o perı́odo do pêndulo é
θ2
T = 1+ 0 T0 + O(θ04 ).
16
θ02 37θ04
6
T = T0 1 + − + O(θ0 ) ,
16 12.288
podemos compará-la com o resultado obtido acima. Vemos que a correção em pri-
meira ordem advinda da teoria de perturbação coincide com o primeiro termo não
trivial da série correspondente ao resultado exato.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 97
É claro que a teoria de perturbação aplicada ao pêndulo possui uma relação custo
x benefı́cio inferior à resolução exata do problema. Entretanto, nem sempre seremos
capazes de resolver uma equação diferencial não linear de maneira exata. Grande
parte dos resultados teóricos obtidos na fı́sica das interações fundamentais provém
exclusivamente de cálculos perturbativos. Os parâmetros perturbativos nesses ca-
sos correspondem às chamadas constantes de acoplamento, as quais caracterizam a
intensidade da interação. Atualmente, a melhor concordância entre teoria e experi-
mento em fı́sica está no valor do momento de dipolo magnético do elétron. O valor
teórico, obtido em quarta ordem em teoria de perturbação, concorda com o valor
medido até o limite do erro experimental, o qual está na décima segunda casa após a
vı́rgula. Por outro lado nem sempre a teoria apresenta uma constante de acoplamento
pequena. É o caso da interação nuclear forte em baixas energias. Nesse caso, não é
possı́vel aplicar a teoria de perturbação.
Referências Bibliográficas
[2] A. P. Arya, Introduction to Classical Mechanics. Prentice Hall, 2nd ed., 1998.
[3] A. French, Vibrations and Waves. M.I.T. introductory physics series, Taylor &
Francis, 1971.
Exercı́cios e problemas
no começo do capı́tulo.
a) Obtenha a energia potencial associada, mostrando que ela pode ser escrita como
2
U (r) = D 1 − e−a(x−x0 ) , onde D, x0 e a são parâmetros positivos.
3 - Uma conta de massa m, enfiada em um aro vertical de raio R, desliza sem atrito
em torno do ponto mais baixo do aro, sem atrito e sob efeito da gravidade. Seja θ o
ângulo que a reta entre a conta e centro do aro faz com a vertical,
a) Desenhe o diagrama de energia do sistema.
b) Mostre que para pequenas oscilações o movimento descrito por θ é harmônico e
g
calcule sua frequência angular. R: θ̈ + R θ = 0.
4 - Uma conta de massa m, desliza, sem atrito e sob efeito da gravidade, sobre um
arame com a forma da parábola y = x2 /R, onde y é a direção
vertical.
Mostre que a
2 2g
equação de movimento para a coordenada x da conta é 1 + 4x
R2
4x 2
ẍ+ R 2 ẋ + R x =
0, que no limite de p
pequenas oscilações recai em movimento harmônico simples de
frequência angular 2g/R.
5 - Mostre que as condições C1 /C2 < 0 e |C1 | < |C2 | implicam em v0 /x0 <
−(γ + ω2 ) para o oscilador superamortecido e C1 /C2 < 0 implica em v0 /x0 < −γ
para o oscilador criticamente amortecido.
l P m
R
x
Figura 4.18