Você está na página 1de 2

Biografia: Marsha P.

Johnson

Marsha P. Johnson foi uma ativista negra dos direitos LGBT, que teve extrema importância nas
manifestações conhecidas como "Rebelião de Stonewall" em 1969. Ela lutou pelos direitos de
jovens LGBT, sem teto, afetados pelo HIV e AIDS. O gênero de Marsha ainda é discutido, pois
por muito tempo ela referia a si mesma como Drag queen e travesti que usava os pronomes
femininos, em uma época onde o termo Transgênero não era tão discutido. Mas há registros
dela dizendo que estava passando por uma mudança de gênero.

Infância e adolescência
Marsha nasceu em 24 de agosto de 1945, em Elizabeth, Nova Jersey, nos Estados Unidos. No
seu nascimento foi batizada na igreja católica e recebeu o nome de Malcolm Michaels Jr..Seu
pai, Malcom Michael Sr., era um operário, e sua mãe, Alberta Claiborne, era empregada
doméstica. Ela foi criada por seus pais junto de seus 6 irmãos. Johnson, desde criança gostava
de usar vestidos, mas deixou de usá-los temporariamente pelo preconceito da vizinha. Ela disse
também, ter sido vítima de assédio sexual por um adolescente de 13 anos na infância. Em 1963,
Marsha concluiu seus estudos no ensino médio no Edison High School. Após terminar o ensino
médio, ela se sentiu determinada a sair de casa, com apenas 15 dólares no bolso e com o desejo
de uma nova vida.

Trajetória
Assim, vai para Nova York, trabalhando como garçonete até 1966. É em Greenwich Village, um
bairro de Nova York, que ela entra em contato com o mundo LGBTQIA +. É também durante
esse tempo que se assume como "Gay, travesti e drag queen" e adotou o nome de Marsha P.
Johnson. O p era de "pay it no mind", frase que acabou virando seu lema. Devido a falta de
emprego e preconceito, Marsha precisou recorrer a prostituição para sobreviver. Durante sua
vida ela fez diversas amizades, mas a mais conhecida foi Sylvia Rivera, outra travesti importante
da época. Juntas elas criaram a organização S.T.A.R (Street Transvestite Action
Revolutionaries), que tinha como objetivo acolher os jovens trans sem teto.

Stonewall
Os anos 50 e 60 no EUA foram marcados por uma severa política Anti-Homossexual. Gays e
lésbicas eram até mesmo proibidos de frequentar bares, e travestis podiam ser presas por
usarem roupas femininas. Stonewall inn era um dos únicos bares nova iorquinos que aceitavam
a presença de gays. Depois de travestis serem permitidas no estabelecimento, Marsha P.
Johnson começou a frequentar o local com frequência. Em 28 de junho de 1969, ocorreu uma
batida policial violenta no estabelecimento. Em revolta a essa batida, às 1h30 da mesma noite,
iniciou-se uma rebelião. Marsha estava presente na ocasião e se tornou um grande símbolo de
resistência. Esse evento deu origem a diversas manifestações, que ficaram conhecidas como
Rebelião de Stonewall. Alguns dizem que Marsha tenha dado início às manifestações, mas ela
mesma disse não ter começado a rebelião. De qualquer forma ela foi uma personagem muito
importante na história da libertação dos gays.

Morte

Em 6 de julho de 1992 seu corpo é encontrado sem vida boiando no rio Hudson. Marsha tinha
acabado de completar 47 anos. Na época as autoridades apontaram sua morte como um
suicídio, oque não conveceu seus familiares e amigos, pois Marsha era considerada uma pessoa
muito feliz, sem intenções suicidas. O homem que avistou seu corpo, afirma ter visto um buraco
em sua cabeça. Alguns suspeitaram da ação dos mafiosos italianos, pois ela foi vista entrando
em um carro da máfia antes de morrer, mas o caso foi arquivado e não foi feita nenhuma
investigação a fundo, muito provavelmente devido ao preconceito. Atualmente Marsha P.
Johnson tem um documentário totalmente dedicado a ela na Netflix, chamado "A morte e a vida
de Marsha P. Johson". O documentário também conta com a investigação dos mistérios
relacionados a sua morte, onde seu caso é reaberto, a fim de trazê-la justiça.

Você também pode gostar