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ESTIMULANDO

A EMPATIA
EM CRIANÇAS
E ADOLESCENTES
SUMÁRIO
03 Introdução

05 O que são Empatia e Compaixão?

07 Começando por Você

09 Postura

11 Bondade Amorosa

16 Práticas de Gratidão

18 Práticas de Conexão
OLÁ,
Você está recebendo o Ebook “Atividades Baseadas em Mindfulness para Empatia
e Compaixão”. O intuito deste material é auxiliar educadores, psicólogos e pais,
para que, junto com crianças e adolescentes, possam inserir no dia a dia práticas
breves de Empatia e Compaixão, fortalecendo essas habilidades tão importantes
no mundo de hoje.

O que vemos hoje é uma quantidade enorme de crianças e adolescentes, seja em


casa, na escola ou em qualquer outro ambiente de convívio social que, talvez por
não serem estimuladas em outra direção, acabam desenvolvendo características
egocêntricas acentuadas. Nesses casos, falta pensar no outro também como ser
humano, com dores, problemas e dúvidas. Isso sem falar da autocrítica, que muitas
vezes torna as pessoas um tanto quanto cruéis com elas mesmas. A “obrigação” de
estar sempre bem, seja mental ou fisicamente, gera uma carga enorme de estresse
nas pessoas.

Quando falamos em mindfulness, além de foco, atenção, presença e equilíbrio,


estamos falando também de empatia e compaixão, de uma presença compassiva
no mundo, uma forma de experimentar a vida respeitosa e cuidadosa, conosco e
com os outros. Quando estamos conectados aos nossos próprios pensamentos e
emoções, é possível que aumente também o entendimento dos sentimentos dos
outros. Praticar a bondade amorosa ajuda a despertar a consciência de ter um cora-
ção bondoso, de usar as qualidades do coração ao ensinar, ao aprender e ao nos
relacionarmos com os outros.

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Na sala de aula, consultório ou em casa, empatia e compaixão são qualidades
fundamentais, para manter a harmonia e um ambiente de fato propício ao aprendi-
zado. Afinal, quanto maior o suporte mútuo entre adultos, crianças e adolescentes,
mais seguros eles se sentirão. E a tranquilidade que surge ao estar em um ambiente
seguro é fundamental para que o aprendizado se dê de maneira plena.  

Empatia e compaixão também são fundamentais aos professores que desejam


compartilhar seu conhecimento com os alunos, aos profissionais da saúde que
precisam lidar com situações delicadas e aos pais, no ato de educar para a vida. São
essas qualidades que permitem colocar-se no lugar do outro, entender suas dificul-
dades e pensar em saídas criativas para ajudar as crianças e adolescentes a ultrapas-
sarem cada desafio que se dispõe para eles durante a vida.  

Richard Davidson, PhD em neuropsicologia e pesquisador na área de neurociência


afetiva, afirma que “a base de um cérebro saudável é a bondade, e pode-se treinar
isso”. Também segundo ele, “Uma das coisas mais importantes que descobri sobre a
gentileza e a ternura é que se pode treiná-las em qualquer idade. Os estudos nos
dizem que estimular a ternura em crianças e adolescentes, melhora os resultados
acadêmicos, o bem-estar emocional e a saúde deles”, diz.

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O QUE SÃO
EMPATIA E COMPAIXÃO?

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Em primeiro lugar, é importante dizer que empatia não é simpatia, porque não presume “gostar” do
outro. Empatia significa abrir mão da própria visão, por alguns instantes, e se colocar no lugar do
outro, com sua visão de mundo, sendo capaz de sentir o que o outro sentiria em determinada
situação, independente de quem seja essa pessoa. Quanto mais prestamos atenção ao outro, mais
naturalmente a empatia brota, porque percebemos sinceramente as necessidades e dificuldades
de cada um.

Para o outro, a empatia é o alívio de perceber que “alguém sabe pelo que estou passando”. Esse
suporte pode ajudar o outro a fortalecer-se. Empatia é uma qualidade inata, que acessamos em
diferentes graus, em momentos diversos.  Da empatia, pode surgir o amor, quando, para além dela,
nasce o desejo de que o outro seja feliz. 

Já a compaixão é o desejo de aliviar o sofrimento alheio. Sob este aspecto, é um passo além daquilo
que a empatia proporciona, pois a compaixão empodera, nos impulsiona a ajudar e torna-se um
recurso emocional para lidar com emoções difíceis. Com isso, de certa maneira, nos “protege” do
sofrimento e da sensação de impotência perante o sofrimento do outro. A compaixão é o caminho
para a ação. Ela é capaz de transformar a vulnerabilidade em uma postura ativa para contribuir e
ajudar a outra pessoa. É esse sentimento que torna o sofrimento tolerável; que melhora nosso
preparo emocional apara lidar com a dor do outro, porque a compaixão permite que uma pessoa
se abra para outra, diminuindo a dor.

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COMEÇANDO
POR VOCÊ

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A prática de mindfulness nos ajuda a fortalecer a habilidade de notar, ou seja, tomar consciência
do que está acontecendo enquanto está acontecendo. Quando nos sentamos para praticar a medi-
tação, escolhemos um objeto de foco para nele apoiar a atenção. Mais cedo ou mais tarde e, em
geral, mais cedo que mais tarde, nossa mente se distrairá. No entanto, como nos propusemos a
prestar atenção, temos uma chance maior de notar a distração, soltá-la, deixá-la ir e, com gentileza,
retornar o foco ao objeto. É um treino. Um treino da mente. Para propor atividades baseadas em
mindfulness para crianças e adolescentes, é importante que nós mesmos tenhamos alguma fami-
liaridade com as práticas de meditação. Você pode começar com leituras, cursos e práticas em
grupo.

Áudio meditação atenção plena respiração:


https://soundcloud.com/daniela-degani/atencao-plena-a-respiracao

Prática de Bondade Amorosa para adultos


https://soundcloud.com/daniela-degani/bondade-amorosa

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POSTURA

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Existem várias posturas possíveis durante a prática da meditação. Para começar, devemos explicar
aos alunos sobre a importância da postura para as práticas e para a vida. Tendo isso em vista, foca-
mos na posição sentada, no chão, sobre uma almofada, ou em uma cadeira, de modo que eles con-
sigam tocar o chão com os pés. Em ambas as formas, é importante que estejam bem apoiados no
chão, com a coluna ereta, braços ao longo do tronco, com as mãos apoiadas na coxa ou no joelho.
Peça para colocarem os ombros para trás, para facilitar a entrada do ar, com a cabeça alinhada à
coluna e o queixo paralelo ao chão. Os olhos podem permanecer fechados ou, se preferirem, aber-
tos, com o olhar suavemente repousando em um ponto à frente, mais ou menos a 45 graus.
Quando nos sentamos assim, estamos cultivando algumas qualidades como:

.
- Firmeza e solidez: sentindo as sensações nas regiões de contato, como os pés no chão, o quadril
no apoio (almofada ou cadeira), etc.

.
- Alinhamento da coluna: favorecido ao deixar nosso tronco ereto (mas sem rigidez). A cabeça
alinhada à coluna vertebral ajuda a permanecer alerta e promover clareza da mente.

- Abertura: ao colocar os ombros levemente para trás, estamos favorecendo a abertura do tronco,

.
mas, também, uma postura de abertura para a vida.

- Relaxamento: faremos tudo isso experimentando a quietude de corpo ao mesmo tempo em que

.
cultivamos o relaxamento, especialmente dos músculos da face, ao redor dos olhos, mandíbulas,
ombros, abdômen.

- Imobilidade: com o corpo mais tranquilo, estamos praticando a qualidade da não reatividade.

.
Caso sintam desconforto e acabem se movimentando, isso será feito de maneira intencional, cons-
ciente, em contraposição ao movimento no impulso.

Explicação em vídeo, acesse:


https://www.youtube.com/watch?v=VM_uGUZzD0E

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BONDADE
AMOROSA

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BONDADE AMOROSA

Vídeo Bondade Amorosa para crianças:


https://www.youtube.com/watch?v=lw4mk86UoGk

Vídeo Bondade Amorosa para adolescentes:


https://www.youtube.com/watch?v=lzJWZXP4DYo

PENSAR EM ALGUÉM

A prática consiste em trazer à mente uma pessoa com quem você, a criança ou adolescente, tenha
uma relação positiva. É importante que esta seja uma relação recíproca, que envolva admiração e
carinho. O ideal é eleger alguém do convívio diário, alguém com quem falamos todos os dias ou
quase todo dia.

A sugestão é que seja escolhido alguém da família, um amigo, professor ou profissional que em
algum momento tenha feito algo por você, pela criança ou adolescente, que também pode escol-
her um animal de estimação para aquele momento. 

1 - Encontre uma posição confortável, com a coluna alinhada e os ombros levemente voltados
para trás. 

2 - Traga a atenção à respiração. 

3 - Pense em uma pessoa de quem goste muito. 

4 - Imagine-se dizendo a essa pessoa: “que você esteja bem, saudável e em paz”. 

5 - Imagine essa pessoa recebendo esses bons pensamentos

6 - Perceba como você se sente dizendo isso a essa pessoa

7 - Imagine essa pessoa dizendo a você esses mesmos desejos bondosos de felicidade, paz e
saúde. 

8 - Envie esses desejos positivos a você mesmo. 

9 – Retorne a atenção ao seu corpo e à respiração. 

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BRINCAR DE “DETETIVE EMOCIONAL”

Ao assistir um desenho animado, ler uma história ou ver a foto de alguém numa revista, pergunte
para à criança: “o que este personagem/esta pessoa deve estar sentindo? Vamos investigar?” Deste
modo, ao ler as expressões faciais ou imaginar o que sentiria alguém passando por uma determi-
nada situação, estamos estimulando a empatia, o sentir pelo outro - além de ser um campo rico
para uma conversa entre pais e filhos.

O que você faria?

Convide a criança para imaginar-se em situações hipotéticas, por exemplo, “sua professora está
chegando na sala de aula, segurando uma pilha de livros pesados. O que você faria?” Muitos dizem
que se ofereceriam para ajudar a carregar alguns livros, outros que abririam a porta para profes-
sora poder entrar na sala de aula etc. Depois do relato, dê um retorno do tipo: “acho que sua
professora iria se sentir muito feliz com sua ajuda!” E instigue: “E você, como se sentiria ao ajudar?”
As respostas em geral são: bem, legal, feliz comigo mesmo, contente por poder ajudar. Essa é a
mágica de quando ajudamos aos outros: nós também ficamos felizes!
DIÁRIO DAS BOAS AÇÕES

Infelizmente, os noticiários são repletos de crimes e violência. As crianças muitas vezes se sentem
impotentes frente a estas notícias. Proponha para a criança uma atividade diferente: sempre que
vocês verem alguém ajudando outra pessoa ou ouvirem uma notícia positiva, contem um ao outro
e anotem num diário. Desde coisas simples como “vi um moço ajudando uma senhora a carregar
as sacolas do supermercado” até imagens de bombeiros ajudando as vítimas de uma enchente.

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HISTÓRIA DA PRINCESINHA DÓCIL E BONDOSA

(Livro “Meditação em Ação para crianças”, de Susan Kaiser Greenland)

Era uma vez uma princesinha que morava em um reino mágico. Nesse reino mágico, o costume
era que as famílias reais mandassem seus filhos para internatos. Quando a princesa atingiu a
idade de ir para o internato, ela arrumou sua mala, despediu-se dos seus pais, e caminhou sozinha
por uma estrada de terra sinuosa para a Academia da Sabedoria.

A Academia da Sabedoria era uma escola muito especial, sábios professores de todos os reinos
iam para lá ensinar os mais variados assuntos. Quando davam suas aulas, sentavam num trono
flutuante adornado de joias, e os alunos se sentavam no gramado abaixo, que era a grama mais
verde que você já viu na vida. A Academia era famosa por estas aulas ao ar livre, e muitas pessoas
dos vilarejos vizinhos e das cidades viajavam para lá para ouvir as preciosas palavras desses
mestres.

A princesinha estava muito animada quando chegou na escola. Mas logo ela percebeu que ela não
era exatamente como as demais crianças que estavam lá. Ela não fazia o que as outras crianças
faziam, e ela não falava o que as outras crianças falavam. Seus professores e amigos pensavam
que ela passava o dia viajando, sonhando acordada. Seus professores se preocupavam porque
nunca viam a princesinha estudando, a princesinha só observava, eles não sabiam o que fazer com
ela. 

Então, eles decidiram testar seus conhecimentos. Disseram à princesinha que ela se sentaria no
trono flutuante e daria uma aula. Fizeram isso na esperança que ela finalmente estudasse, por
medo de passar vergonha na frente de seus amigos. A princesinha concordou. Mas nem assim
estudou. No dia da aula, na sua vez de falar, a  princesinha subiu ao trono, que era reservado aos
mestres. As pessoas começaram a reunir-se no gramado para ouvir o que ela dizia. Do alto do
trono, a princesinha então contou a todos da promessa que ela havia feito a ela mesma de ajudar
a todos a serem felizes.

A plateia escutou atentamente a princesinha dizer que ela gostaria de preencher todos lares com
músicas calmas, que ela gostaria que o céu sempre mandasse chuva quando as flores do jardim
precisassem de água. Que ela gostaria de ser um guarda-costas para manter as famílias protegi-
das de todos os perigos. Que ela gostaria de ser um barco a motor para ajudar seus amigos cruza-
rem rios caudalosos, uma cama macia e quentinha para que seus amigos pudessem deitar quando
se sentissem cansados, uma lanterna para aqueles que tem medo do escuro. A pequena princesin-
ha gostaria de ser um médico para curar os doentes e uma lâmpada mágica que realiza os desejos
das pessoas. Esses são apenas alguns dos desejos bondosos e pensamentos positivos que a
princesa contou aos alunos que estavam no gramado naquele dia. 

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Pensamos também em algum animalzinho, pode ser seu, do seu amigo, da rua, do zoológico ou da
selva. Escolhemos um e mandamos um desejo como os da princesinha. Terminamos fazendo um
desejo coletivo, desejando: que eu seja feliz, que eu tenha saúde, viva bem e em paz com minha
família, meus amigos e os animaizinhos e todos que eu amo.

CARTÕES DE BONDADE AMOROSA

Outra atividade interessante que pode ser feita é a utilização de cartões com desenhos de pensa-
mentos positivos, que podem ser enviados a outras pessoas. Cada estudante pode ainda direcio-
nar pensamentos positivos a si mesmo, para praticar a autocompaixão.

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PRÁTICAS
DE GRATIDÃO

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As práticas de gratidão fazem parte das práticas de empatia porque aquecem o coração, colocam
quem medita em um estado de espírito mais elevado e ajudam a mente a perceber o lado positivo. 

GRATIDÃO PELAS PESSOAS

Gratidão pelas pessoas

1 - Imagine estar em um lugar do qual você gosta, em que se sente bem. 

2- Pense nas pessoas pelas quais você é feliz por ter na vida. 

3- Pare por um momento e sinta gratidão por ter essas pessoas na sua vida. 

4- Imagine coisas materiais que trazem felicidade a você (brinquedos, roupas). Sinta-se grato por
isso. 

5- Imagine coisas que fazem você feliz, mas não dependem de dinheiro. Aquelas que, mesmo se
você quisesse comprar, não conseguiria: um dia de sol, a grama verde. 

6- Imagine-se nesse lugar em que você se sente bem, rodeado por coisas materiais que aprecia,
perceba como você se sente. 

Ao final da prática, o professor pode estimular os alunos a darem seus depoimentos, estimulando

POTE DA GRATIDÃO

Esta dinâmica é muito interessante para engajar alunos das mais diferentes idades. Ela consiste
em incentivá-los a colocar, diariamente, dentro de um recipiente, papeis com palavras ou desen-
hos que representam coisas pelas quais os alunos são gratos. Ao final da semana, o recipiente é

Veja abaixo um vídeo de meditação com prática de gratidão para adolescentes:


https://www.youtube.com/watch?v=ydYZi73Pw3M

E também, um vídeo para crianças:


https://www.youtube.com/watch?v=_QsrLeeN88w&t=84s

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PRÁTICAS
DE CONEXÃO

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São práticas que auxiliam a criar uma sensação coletiva de bem-estar, aquecendo o coração de
todos. As práticas de conexão são muito interessantes para o início de cada dia, porque criam elos

OI, SEUS OLHOS PARECEM...

(Livro: Meditação em Ação, de Susan Kaiser Greenland)

1- Coloque as crianças sentadas em círculos

2- Explique que a prática consistirá em prestar atenção aos olhos do amigo ao lado

3- Incentive as crianças a expressarem suas opiniões: “Oi, seus olhos parecem ser verdes”

4- Incentive as crianças a se moverem pela roda, repetindo a experiência com outros colegas. 

Esta é uma prática para que elas se sintam seguras em estabelecer contato visual com outras

DAR AS MÃOS

Esta prática de conexão consiste em experimentar o toque do outro. 

1- Posicione as crianças de costas umas para as outras.

2- O professor escolherá uma criança para dar a mão à outra que está de costas e esta deve
descobrir quem é a criança que está lhe dando a mão. 

COPO DE ÁGUA

Entre as crianças maiores, uma variação da prática anterior é a do copo de água. 

1- Ofereça às crianças um copo cheio de água. 

2- Passe o copo entre os alunos, com o objetivo de não deixar a água derrubar. 

3- Vá dificultando a atividade para que eles prestem cada vez mais atenção à prática: primeiro
passar o copo com ambas as mãos, depois apenas com uma, depois de olhos fechados. 

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FINALIZAÇÃO

Agradecemos por ter baixado nosso e-book, ele foi feito com muito carinho e nós realmente esperamos que
este material seja muito útil para você, crianças e adolescentes com quem convive.

Um abraço,

Equipe MindKids
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