Você está na página 1de 1

HIPÓTESE

Uma triste realidade é que todas crianças e adolescentes podem passar por experiências ou
traumas que os fazem agir como agressores em um esforço equivocado de sentir uma
sensação de poder e controle sobre os outros. Isso acontece e pode ser ainda pior quando
estes jovens são maltratados e não contam para ninguém.

“Você provavelmente já ouviu a expressão ‘pessoas feridas, ferem outras pessoas’ –


aparentemente um clichê, mas verdadeiro”, disse Sameer Hinduja, professor de criminologia
da Florida Atlantic University e co-diretor do Cyberbullying Research Center. “Uma criança foi
vitimada? Eles estão lidando com insegurança? Lutando com o ódio próprio? É importante
chegar ao fundo da questão.”

Profissionais de saúde mental, assistentes sociais e outros especialistas oferecem essas dicas
para ajudar os pais a intervir caso saibam que seus filhos estão se comportando como os
agressores:

 A criança ou o adolescente demonstrar comportamentos arrogantes com os adultos,


colegas e em diferentes ambientes;
 Evitar de demonstrar empatia por situações do dia a dia;
 Frequentes discursos de ódio sobre as diversas situações do seu convívio;
 Começa a falar palavras e ofensas que não são comuns no contexto familiar;
 Resistir para pedir desculpas ou aceitar que estava errado em alguma situação;
 Não demonstrar arrependimento quando faz algo equivocado;
 Se irrita e perde o controle com facilidade e por qualquer motivo;
 Faz comparações do tipo “o meu é melhor”, “fulano é parecido com tal coisa” e entre
outras;
 Se diverte com situações embaraçosas;
 Recorre ao uso da força por qualquer razão e com qualquer pessoa;
 Demonstra preocupação excessiva com a aparência;
 Faz piadas com personagens da televisão;

Segundo Luísa Sugaya, psiquiatra da infância e adolescência e doutoranda pelo


Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, “esse é um transtorno
psiquiátrico que costuma se iniciar na infância, com um padrão frequente e persistente, de
humor irritável, comportamento desafiador e vingativo. Na prática, são crianças que se
irritam com facilidade, com episódios de birra frequentes e intensos, e diante de frustrações
costumam se descontrolar, choram, gritam, quebram objetos, batem portas e apresentam
comportamento agressivo”. Mas essas não são as únicas características. Elas também,
frequentemente, “desobedecem, se recusam a seguir os comandos, questionam, enfrentam
figuras de autoridade como pais e professores, apresentam comportamentos provocativos
que incomodam outras crianças ou quem está ao seu redor” diz Luísa.

Para confirmar que alguém é portador do Transtorno de Oposição Desafiante, é necessário


um diagnóstico médico em que se constate que esse comportamento ocorre por um período
prolongado, em uma frequência e intensidade atípicas para a faixa etária e estar associado a
sofrimento e prejuízo para esse menor, como, por exemplo, em atividades escolares e
práticas esportivas.

Ainda não se sabe tudo quanto às origens do transtorno. “São diversas as causas envolvidas,
que incluem fatores genéticos, cognitivos, funcionamento cerebral e o ambiente em que a
criança vive. Violência doméstica, práticas parentais autoritárias ou inconsistentes,
negligência e maus-tratos são algumas condições associadas à ocorrência desse transtorno”,
conclui Luisa.

Você também pode gostar