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Suicídio e automutilação na adolescência

 Apresentação;

Adolescência e sua forma de ser


 Ambos os comportamentos são considerados um grito de dor,
uma maneira de comunicar ao mundo a forma como se sente
nestes momentos. Precisamos lembrar que o comportamento
suicida é um ato de voltar para si uma força que gostaria de
colocar para fora, alguma coisa que não deu conta de trazer ao
mundo e lidar de maneira saudável.

 Buscam mudar a vida e não colocar fim à mesma.

 Pensando nos adolescentes, como tais angústias são presentes


neste momento de sua vida, já que é um processo em que
devem encontrar sua identidade.

 A segurança da infância vai sendo deixada de lado, para iniciar


uma entrada no mundo adulto;

 O adolescente busca e anseia por ser autônomo, mesmo que


ainda dependa dos adultos;

 Ocorre uma desorganização, por conta de todas as mudanças


que passam a acontecer, tanto em seu corpo quanto em sua
personalidade.

 São lhe dadas exigencias de que seja adulto, mas não ainda
direitos e responsabilidades;

 Muitas vezes, o jovem pode criticar o adulto, com julgamentos e


confrontos para com o mesmo (apesar de não ser este um fator
que caracterize ideação suicida por exemplo).

 Estão passando por mudanças físicas, emocionais e de criação


de auto estima, desvinculando-se do ambiente familiar e
entrando em seu auto suporte;
 Já na adolescência normal, o indivíduo precisa sentir-se seguro
em novos grupos, com novas pessoas, para encontrar ali os
pontos de apoio e suporte para criar e identificar este período
de suas vidas.

 Nesse sentido, a adolescência tem sido considerada um


período vulnerável ao comportamento suicida: por conta das
angústias vividas por estes indivíduos e prevalência em diversos
países, como a idade em que mais ocorrem tais comportamentos

Motivadores da tentativa de suicídio e automutilação

 Podem surgir de diversas causas, principalmente considerando


este período de vida onde se desenvolvem muitas necessidades
importantes;

 Alguns dos temas mais percebidos em estudos como causa


destes comportamentos, são:
isolamento social,
abandono,
exposição à violência intrafamiliar,
história de abuso físico ou sexual,
transtornos de humor e personalidade,
doença mental,
impulsividade,
estresse, uso de álcool e outras drogas,
presença de eventos estressores ao longo da vida,
suporte social deficitário,
sentimentos de solidão, desespero e incapacidade,
suicídio de um membro da família, pobreza, decepção
amorosa, homossexualismo,
bullying, locus de controle externo, oposição familiar a
relacionamentos sexuais, condições de saúde desfavoráveis,
baixa autoestima,
rendimento escolar deficiente, dificuldade de aprendizagem,
dentre outros

 Friso aqui o isolamento social, considerando que participar de


grupos possa ser um dos fatores mais importantes neste
período da vida, como explicado anteriormente, para a criação
da identidade e autoestima;

 Muitas vezes o jovem que apresenta tais comportamentos,


sente-se deslocado. Ele pode agir assim por algo específico que
tenha acontecido ou, por situações que vão somando em sua
rotina e lhe fazendo sentir-se desta maneira.

Vida sentimental
 Também pode ser um tema que faça com que o adolescente
tenha dificuldade em lidar, não conseguindo aceitar por
exemplo, uma perda amorosa ou até mesmo algum sentimento
de rejeição;

Sistema familiar

 Ali, podem estar acontecendo algumas questões que trazem tais


sentimentos ao jovem, como: violência, alcoolismo, indiferença
de um dos pais, imaturidade dos pais, falta de comunicação e
apoio, incompreensão, abandono ou rejeição, dificuldade em
negociar obrigações e direitos dos mesmos;

 Sabemos que, muitas vezes pode ser difícil aos pais dar um
acolhimento ao sofrimento do adolescente, pois os mesmos
podem já estar passando por momentos difíceis. Mas é
necessário que tentem buscar auxílio, também neste contexto.

 Muitas vezes, indicamos que os pais não tentem controlar


excessivamento ao jovem, pois isto pode desencorajar sua
independência e auto estima, gerando até mesmo um quadro
depressivo;
 Claro que o oposto também precisa ser cuidado, como deixar
que o jovem tenha ausência de controle, pois ele pode sentir
carência afetiva;

 Os pais também necessitam entender o momento em que


estamos vivenciando: mundo atual tem a presença da
tecnologia. São adolescentes super ativos virtualmente e hiper –
estimulados com gigabits de informações que eles não
conseguem digerir e transformar em conhecimento na mesma
velocidade que as recebem.

 Essa familiaridade com o mundo da alta tecnologia representa o


fim do domínio total dos pais, que vivem um momento de crise.
Os pais vivem momentos de frustração, solidão e angustia por
não dominarem mais a mente e o universo dos seus filhos. Há
uma multiplicidade de opções: falar e interagir com quem
quiser, em qualquer local do mundo, a qualquer hora, para
satisfazer a qualquer desejo.

 Incentivar o adolescente a criar suporte, tanto externo quanto


interno!
 Troca e diálogo sempre! Compreensão e acolhimento.

Sinais e comportamentos:
 Falta de atenção ou concentração;
 Faltas à escola;
 Diminuição do rendimento escolar;
 Não cumpre os deveres;
 Hiperatividade ou lentidão extrema;
 Preocupação com o tema morte;
 Falta de emoção;
 Perda de interesse e prazer nas atividades;
 Retraimento e solidão;
 Mutismo;
 Desvalorização de si mesmo;
 Ruptura no contato com família, amigos e pessoas importantes;
 Tristeza, irritabilidade, choro;
 Transtornos do sono ou apetite;
 Cartas de adeus;
 Doação de objetos que são de valor pessoal;

Frases que podem ser ditas


 De maneira direta: dizer que irá se matar, que não quer mais
viver;
 Comportamentos auto destrutivos;
 Seria melhor se eu morresse;

Como agir nestes momentos?


 Diálogo, inclusive sobre o tema suicídio e depressão. Encorajar o
adolescente a falar o que sente, sem julgamentos, escuta ativa e
acolhedora;
 Evitar diminuir os sentimentos do adolescente ou criança;
 Avaliar a urgência do caso, quão rotineiro são as ideações e
como está seu comportamento;
 Ajudá-lo a se acalmar e procurar ajuda profisisonal;
 Não deixá-lo sozinho até que esteja mais estável;
 Intensificar sua auto estima;
 Encorajá-lo a retomar atividades que gostava;
 Esconder objetos, medicamentos ou qualquer objeto que seja
de perigo para sua vida;
 Evitar os próprios conselhos;
 Evitar promessas que não possa cumprir;
 Mostrar que pode ser um adulto acolhedor;
 A família deverá ser sempre comunicada e estar ao máximo de
contato possível com o adolescente.

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