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Capítulo XIV

O capitalismo, entretanto, implica em capital. O dinheiro só é capital quando é usado para


adquirir mais dinheiro, para alcançar lucros. Assim ele precisa circular por entre vários setores
da sociedade, ou pelo menos, nos setores onde se tenha dinheiro suficiente para comprar e
vender, onde haja acumulo de riqueza. Todavia, essa riqueza, esse dinheiro, provinha de
fontes as mais terríveis que se possa imaginar. Todo o movimento da indústria hoje, os
grandes capitais, fincaram suas bases mediante o acumulo de dinheiro conseguido com os
saques durante várias guerras e com um dos mais lucrativos comércios do velho mundo, o
tráfico de homens africanos para trabalho forçado na Europa e nas Américas. Eis a fonte suja
do dinheiro necessário para pôr em funcionamento o capitalismo com sua indústria, e a prova
são os países que se desenvolveram mais cedo e rapidamente, estes foram justamente os
exploraram, como Holanda, Espanha e Inglaterra. Dentre todos esses meios, o pior sem que
mais dúvida foi a compra e venda de homens. No entanto, durante o auge desse negócio
lucrativo, era trabalho comum capturar escravos, tanto que tal atividade recebia incentivo de
reis e rainhas. Havia também aqueles achavam indigna tal atitude, mas esses, em menor
quantidade, claro, eram suprimidos pela maioria, haja vista que as pessoas mais poderosas dos
países apoiavam esse comércio. A própria rainha Elizabeth, ambiciosa pelos lucros desse
negócio, ofereceu navios de empréstimo para os capturadores de escravos, que depois da caça
bem sucedida honrava-os com o titulo de cavalheiros. Outro ponto que leva o homem a
vender sua força de trabalho é o fato de ele não dispor das ferramentas de trabalho. Com a
reforma protestante inicia-se o processo de desligamento do trabalhador para com sua
ferramenta. Tal processo é também fundamental para poder dar inicia e sustentar o
capitalismo com sua indústria

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