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PROGRAMA OFICIAL DE POSTGRADO

SISTEMA DE CRÉDITO EUROPEO


MÁSTER OFICIAL – DOCTORADO
DERECHOS HUMANOS,
INTERCULTURALIDAD Y DESARROLLO
(2007-2008)

ALUMNO: RUBEN ROCKENBACH MANENTE


FECHA: 18 de enero de 2008

RESUMEN DE LAS IDEAS Y PROPUESTAS (SEGUNDO MÓDULO)

Tem-se que no decorrer do segundo módulo (composto pelas assinaturas 05, 07


e 08) do presente curso de “Derechos Humanos, Interculturalidad y Desarrollo”
foram extraídas dos textos oferecidos e da exposição apresentada em sala de aula –
de forma sintetizada – as seguintes idéias e propostas:

01) Cooperação internacional; sensibilização; ação social; imigração; educação –


formal e informal – para o desenvolvimento (programa de formação e
investigação). A paz no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento do milênio;

02) Estamos presenciando o fracasso da construção (e manutenção) de um


Estado moderno, democrático, de direito e igualitário. Impossibilidade do plano
econômico e do plano político na contribuição da implementação de medidas,
posturas e ações ativas e afirmativas que possibilitem a redução – e, quiçá a
eliminação – das desigualdades sociais existentes atualmente no mundo;

03) A política neoliberal acarreta: (1) uma maior vulnerabilidade do Estado


(transformando-o em mínimo e excessivamente liberal); (2) a aceleração dos
processos de privatização; (3) na impulsão do setor privado e no crescimento
desregrado da economia; (4) no aumento do nível de desigualdade (ampliação dos
postos de empregos informais, pobreza e fome). Fracasso do plano econômico;

04) A política neoliberal contribui: (1) para que – até os dias atuais – o marco
democrático não tenha logrado o respectivo consenso; (2) na aparição forte e
marcante da sociedade civil nos processos de atuação social; (3) para o déficit de
representatividade dos partidos políticos e no conseqüente surgimento de líderes
populares (denominado de “populismo”). Fracasso do plano político;

05) O poder social de acúmulo de riqueza por uma minoria e a ausência da


respectiva distribuição igualitária desse capital, quando deseja usufruir de certa
estabilidade necessita governar também com a utilização de argumentos, ou seja,
com o “governo das palavras” (criação de uma hegemonia ou senso comum). Os
ricos necessitam de muitos desiguais para financiar a referida desigualdade;

06) O capitalismo é um sistema capaz de condenar três quartos da


humanidade a miséria, de depredar o meio ambiente ao ponto de torná-lo
irrecuperável e de obrigar a um comportamento aonde a vida se converte em um
processo fugaz e sem identidade (líquido corroí o caráter dos sujeitos);

07) Para a redução – e, quiçá a eliminação – das desigualdades sociais existentes


atualmente no mundo seria necessário uma melhora da institucionalidade (maior
eficácia das instituições), a adoção de uma política prática e valente de combate à
pobreza e à desigualdade, um maior controle (freio!) da imigração e a aplicação
de um modelo de Estado baseado essencialmente no consenso;

08) A construção de um sistema de gêneros estabelecidos pela sociedade é um


processo sociocultural, uma vez que as relações de gêneros são (historicamente)
relacionadas às estruturas de poder, hierarquia, dominação e violência (sociedades
patriarcais). A mulher sempre foi considerada como “mãe”, tendo como principal
função gerir e criar os filhos. No entanto, tem-se que a mulher atua decisivamente e
de forma participativa na construção da paz, haja vista seu dom natural de cuidado,
compaixão, paciência e amor. A mulher como agente da paz;

09) A paz positiva (conceito mais amplo de paz) entre homens e mulheres como
construção eficaz de uma paz global, mediante o afastamento e/ou exclusão do
militarismo, da violência, da hierarquia e do patriarcalismo;

10) Para entender a força do (atual e vigente) projeto neoliberal, precisamos


apreender a lógica do capitalismo cognitivo e as dimensões de trabalho que o
caracterizam. O novo está no fato que a centralidade do trabalho vivo torna a
cidadania uma condição a priori da mobilização produtiva. Isto é, a inclusão (“ter
direito aos direitos”) pode se dar sem a implementação da relação de emprego;

11) Deveras, o capitalismo cognitivo, ao mesmo tempo em que visa a aceleração


da difusão (que aumenta o valor enquanto acumulação privada), precisa
desacelerar e fechar o tempo constituinte da socialização do trabalho vivo (que,
por sua vez, diminui o valor e aumenta a riqueza social);

12) A equação capitalista entre uma difusão cada vez mais rápida diante de uma
socialização que deveria ser cada vez mais lenta se dá a custos incalculáveis. Os
produtos do trabalho imaterial não precisam da relação de emprego para serem
produzidos e não cabem mais dentro do estatuto da propriedade privada, pois eles
coincidem com as próprias relações sociais de cooperação. Para se tornar valor, a
riqueza deve ser difusa (pública), mas não pode ser socializada (comum);

13) Com efeito, a crise dos modelos de crescimento baseados no padrão de


produção industrial e do sistema de proteção social a eles atrelado (o Estado
de Bem Estar) amplificaram os fenômenos de pobreza e exclusão, difundindo-
os no cerne das economias mais avançadas, ao passo que nas “tradicionais”
economias sub-desenvolvidas parece esvair a possibilidade de que esses
fenômenos percam suas características endêmicas e maciças;

14) Vivemos em uma antinomia permanente. É o caminho traçado pelo capitalismo:


o importante são os produtos e as empresas; quem manda e regula é a cotação da
bolsa; não se prioriza o produto e sim as marcas (o que interessa não é o objeto em
si, senão a marca do objeto); as universidades preparam os estudantes tão-somente
para que vendam posteriormente mais cara sua força de trabalho;
15) A globalização – entendida como a radicalização da lógica da relação social do
capital – implica na crescente subsunção das (variadas e complexas) formas de
vida e, via de conseqüência, uma crescente ruptura da atividade social;

16) A miragem do pleno emprego (aquele a ser alcançado por meio de uma
adequada taxa de crescimento econômico e do aprofundamento da industrialização)
nunca deixou de constituir a referência para qualquer projeto de “integração” social.
Dessa forma, o “pleno emprego” (formal, com carteira assinada) continuou (e
continua) sendo a base da retórica de todas as forças políticas;

17) A crise do emprego aparece de maneira ainda mais profunda se colocarmos a


inércia da retórica do “pleno emprego” (seja como objetivo a ser reconstituído, seja
como objetivo a ser enfim alcançado) à prova das dinâmicas sociais de resistência e
de luta dentro dessas novas condições sociais do processo de trabalho;

18) Com a crise do “fordismo” (e do desenvolvimentismo), as lutas sociais


deslocaram-se do âmbito estrito da relação salarial para o âmbito mais geral
da sociedade, passando a ser animadas por novos sujeitos sociais, não mais
internos à relação de emprego. Assim, as lutas sociais passaram da esfera da
produção para a da reprodução, ao passo que os jovens, as mulheres, as minorias
(étnicas e de cor), os moradores de um determinado bairro ou os usuários de um
determinado serviço, conseguiam encontrar formas de organização adequada para
enfrentar a fragmentação que os caracterizava e caracteriza;

19) Desta forma, deslocando-se da esfera da produção para a da reprodução, os


movimentos sociais não realizaram apenas uma “rotação” no espaço do mesmo
conflito que opunha o capital ao trabalho, senão constituem um potente terreno de
inovação social e política que, por um lado, colocou em crise a separação
entre as duas esferas (produção e reprodução) e, pelo outro, transformou as
lutas do terreno negativo para o positivo, das práticas produtivas.

20) O acréscimo de intervenção em matéria penal ocorre em dois níveis: (a)


ampliação dos horizontes de criminalização (criminalização primária), através da
densificação da punibilidade mediante a criação de novos tipos penais
incriminadores com o objetivo de proteção dos novos valores e dos novos interesses
alçados à categoria de bens jurídico-penais e (b) alteração dos fundamentos do ius
puniendi (direito de punir, criminalização secundária), passando a ser norteado
pela idéia de prevenção especial positiva, consolidando as teorias de
ressocialização, recuperação e regeneração do criminoso elaboradas pela
criminologia positivista (paradigma etiológico-causal);

21) Nos dois âmbitos de intervenção referidos (criminalização primária e


secundária), pode ser verificada a inversão ideológica do discurso dos direitos
humanos, entendendo-se por reversibilidade “a condição do direito de ser
interpretado e aplicado em um ou outro sentido, inclusive contraditórios entre si”;

22) O grande equívoco levado a efeito quando se universaliza e hierarquiza os


direitos humanos decorre do fato de perceber os direitos e as garantias
individuais como de natureza privada, de caráter egoístico, e de tutela e
propriedade exclusiva do sujeito que postula seu reconhecimento e respeito
(quando, ao contrário, a marca comum caracterizadora dos direitos humanos é a
dimensão pública), outrossim, se estabelecem critérios de prevalência entre a
“segunda”, “terceira” e “quarta” gerações de direitos em detrimento da
primeira (reduzindo, assim, a qualidade e quantidade os direitos individuais);

23) As garantias jurídicas e as políticas públicas não podem ser uniformes e sequer
tratar os titulares de direitos como meros objetos de intervenção, mas sim, ao
contrário, devem se adequar as reais e concretas situações (contextualização);

24) Destarte, a partir de uma análise crítica e contextualizada, inexiste conclusão


diversa senão a da impossibilidade (total!) de hierarquização ou confronto
entre direitos individuais, coletivos e/ou transindividuais, ou ainda da
prevalência dos direitos das instituições sobre os demais. Assim, o pressuposto ético
da teoria crítica dos direitos humanos, principalmente no âmbito das práticas
punitivas, é o reconhecimento de todos os seres humanos como humanos, para
além dos ideais de pureza e das falsas dicotomias (bem versus mal; belo versus
feio; verdadeiro versus falso; justo versus injusto);

25) A idéia de direitos humanos, portanto, desprega-se das instituições, constituindo-


se patrimônio da humanidade conquistado no processo histórico de afirmação da
dignidade de toda pessoa humana. Os direitos humanos, longe de poder serem
vistos como regalos, existem independentemente do seu reconhecimento
formal, visto que, em grande medida, legitimam ações (políticas, sociais,
econômicas, culturais e, inclusive, jurídicas), contra as instituições mesmas;

26) A teoria do garantismo penal, apesar de marcada pelo ideário iluminista e


conseqüentemente pela pretensão universalista típica dos paradigmas científicos,
apresenta no contexto global de violações aos direitos humanos, interessante
mecanismo de fomento à minimização dos poderes punitivos. Desta maneira,
visualiza a otimização dos direitos fundamentais desde a perspectiva crítica da
dogmática jurídico-penal, ou seja, percebe o sistema normativo como instrumental
eminentemente prático que deve ser pensado e desenvolvido para a resistência ao
inquisitorialismo nas práticas judiciais e administrativas cotidianas;

27) Estamos em uma época de desconstrução e reformulação do Estado de


Direito em razão da globalização neoliberal. Neste contexto, a ameaça do
terrorismo internacional as “sociedades abertas” é um lugar comum que justifica
agora a intenção de moldagem do Estado Constitucional;

28) Nas últimas décadas estão se substituindo as referências aos interesses gerais
e as promessas de uma sociedade para todos, para o anúncio e a celebração de um
modelo de sociedade aonde o valor-guia é a competitividade. Mudança do
“liberalismo utópico” para o “capitalismo cínico”.

VALORACIÓN CRÍTICA (SEGUNDO MÓDULO)

Em sede de valoração crítica do segundo módulo (composto pelas assinaturas


05, 07 e 08) do presente curso de “Derechos Humanos, Interculturalidad y
Desarrollo” (2007-2008), tem-se que as idéias e as propostas extraídas dos textos
oferecidos, da exposição apresentada em sala de aula e da participação no
seminário “A paz no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento do milênio”
lograram (com excelência) êxito em desenvolver e aprofundar acerca de uma
teoria crítica dos Direitos Humanos, especialmente no que se refere aos textos
“Crisis del Estado de Derecho”, “Trabalho e Cidadania” e “Criminologia, Garantismo
e Teoria Crítica dos Direitos Humanos”. No entanto, deixa-se registrado a dificuldade
do professor Salo de Carvalho em ministrar suas aulas no idioma Espanhol, o que,
de fato, prejudicou (um pouco) a exposição de suas idéias.

REFLEXIÓN ACERCA DE LOS CONTENIDOS VERTIDOS Y LO PRE-


PROYECTO DE INVESTIGACIÓN (SEGUNDO MÓDULO)

As principais reflexões, idéias e propostas (extraídas dos textos oferecidos e da


exposição de argumentos apresentada em sala de aula) do segundo módulo
(composto pelas assinaturas 05, 07 e 08) do presente curso de “Derechos
Humanos, Interculturalidad y Desarrollo” (2007-2008) serão utilizadas no
desenvolvimento da tese – Em busca da efetividade dos Direitos Fundamentais e
Humanos: A postura dos operadores do Direito em busca da concretização do
núcleo político da Constituição – no sentido de que:

01) é imperiosa e urgente a necessidade de reconstrução de uma ordem econômica,


social e cultural racionalmente mais solidária e justa, lutando contra os
devassadores efeitos da globalização, do neoliberalismo e do livre comércio
(violência estrutural e excludente) e, ademais, se não reconsiderarmos o conceito de
direitos humanos neste mundo tão cruelmente dividido em um quinto de
privilegiados e quatro quintos de excluídos e explorados, a que ferro candente
poderemos nos aferrar para impedir que referida brecha siga se aprofundando a
cada dia mais (medidas, posturas e ações ativas que possibilitem a redução – e,
quiçá a eliminação – das desigualdades sociais existentes no Brasil). Devemos
pensar criticamente os direitos humanos;

02) não obstante exista no Brasil e no mundo uma multiplicidade de linhas de


exclusão, inferiorização e discriminação (étnicas, de cor, de gênero, regionais, de
nacionalidade, de propriedade, de estatutos, entre outras) que desempenham um
(triste e lamentável) papel de fragmentação social e naturalização da desigualdade,
é imperioso (e urgente) enfrentar a pobreza e a desigualdade com eficácia em
face dos mecanismos que as produzem e reproduzem, no objetivo de reduzir –
e, quiçá eliminar – as desigualdades sociais existentes no Brasil e no mundo.

03) os valores morais sustentados pelas correntes metafísicas que produzem falsas
dualidades e que objetificam o sujeito (criminalizado) acabam por realizar verdadeiro
“seqüestro da realidade”, excluindo da cultura e da civilização tudo que possa ser
impuro, contaminado, mesclado ou plural. No entanto, sendo o homem (demasiado)
humano, produto e habitante da terra (húmus), a pureza não lhe é acessível, não se
tratando de experiência que possa realizar neste mundo. Desta forma, “sólo lo
impuro puede ser objeto de nuestro conocimiento”; “sólo lo impuro es cognoscible,
en tanto que se halla situado en un espacio, en un contexto” e, ademais, se não
reconsiderarmos o conceito de direitos humanos neste mundo tão cruelmente
dividido em um quinto de privilegiados e quatro quintos de excluídos e explorados, a
que ferro candente poderemos nos aferrar para impedir que referida brecha siga se
aprofundando a cada dia mais (medidas, posturas e ações ativas e afirmativas que
possibilitem a redução – e, quiçá a eliminação – das desigualdades sociais
existentes no Brasil). Devemos pensar criticamente os direitos humanos.

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