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GRAMÁTICA

Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e


Funções do SE

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE. ..................................................................................4
1. Bloco I: Pronomes Oblíquos e Colocação Pronominal. ............................................................................4
1.1. Pronomes Pessoais.. ................................................................................................................................................5
1.2. Colocação Pronominal...........................................................................................................................................9
1.3. Colocação Pronominal em Locuções Verbais. ........................................................................................13
2. Bloco II – Vozes Verbais e Funções do SE....................................................................................................17
2.1. As Vozes Verbais.. ...................................................................................................................................................17
2.2. A Transposição da Voz Ativa para a Passiva. ........................................................................................19
2.3. A Voz Reflexiva.. .....................................................................................................................................................26
2.4. Outras Funções do SE........................................................................................................................................ 28
Questões de Concurso................................................................................................................................................32
Gabarito................................................................................................................................................................................71
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 72

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

Apresentação
Olá, querido(a)!
Aqui está um dos PDFs mais inusitados que já preparei. A Vunesp é a única banca que
conheço que dá prioridade significativa ao assunto pronomes oblíquos. É o xodó da banca, o
tema garantido em qualquer prova) E ela gosta de explorar a coesão, o emprego, a sintaxe e a
colocação!
Em contrapartida, essa mesma banca explora em menor quantidade as vozes verbais e as
funções do SE. Por esse motivo, resolvi unir esses assuntos (uma vez que o SE a ser tratado
aqui é um pronome oblíquo). Vamos juntos?

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PRONOMES OBLÍQUOS, VOZES VERBAIS


E FUNÇÕES DO SE
1. Bloco I: Pronomes Oblíquos e Colocação Pronominal
Analise comigo o seguinte exemplo:

EXEMPLO
(1) O professor está feliz! O professor tem alunos dedicados!

A sentença acima é perfeitamente compreensível para qualquer pessoa (até demais)! Note
que o professor que está feliz é o mesmo que tem alunos dedicados. Todavia, você há de con-
vir comigo que é uma construção linguisticamente pobre, uma vez que apresenta um mesmo
vocábulo duas vezes. Esse é um mecanismo chamado de coesão por repetição. Consiste em
repetir uma mesma palavra para formar a malha textual. Vale aqui um aviso importante: repetir
palavras não é um erro gramatical, mas é um recurso que, quando adotado desnecessária ou
abusivamente, torna o texto paupérrimo.
Sei que você já está pensando em inúmeras formas de escrever o texto acima. Quero te
apresentar uma possibilidade:

EXEMPLO
(2) O professor está feliz! Ele tem alunos dedicados!

Em vez de repetir uma mesma palavra, optei por usar um pronome substantivo. A coesão
foi estabelecida, mas com vocábulos diferentes. Preciso que você relembre o que é um prono-
me, assunto visto no PDF 1.
Agora, veja comigo essa outra construção:

EXEMPLO
(3) O professor estava em reunião. A diretora chamou o professor.

Mais uma vez, fiz uso da repetição de palavras na construção do texto. Como você já sabe,
o pronome é uma possibilidade que pode resolver essa questão. Mas o que você acha desta?

EXEMPLO
(4) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou ele. *

Sei que essa é uma forma comumente falada em nosso cotidiano. Ela não é, entretanto,
aceita pela norma culta. Meu objetivo não é (e nunca será) mudar o jeito como você fala, mas
te ensinar os padrões previstos para a língua escrita, a fim de que você seja mais assertivo em
provas e redija melhor. Conforme a tradição gramatical, o correto seria:

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EXEMPLO
(5) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou-o.

Agora, você me questiona:

Professor, mas como saberei qual pronome usar? E esse pronome pode ficar antes do
verbo também?

Fique tranquilo! É isso que estudaremos neste PDF!

1.1. Pronomes Pessoais


Você se lembra que, no PDF 2, eu apresentei as pessoas do discurso? Existem, na nossa
gramática, pronomes responsáveis por designar cada uma delas. Esses são os chamados
pronomes pessoais. Eles são assim divididos:

Pronomes pessoais

Do caso oblíquo
Pessoas do
Do caso reto
discurso
átonos (P.O.A.) tônicos (P.O.T.)

1ª p. do singular Eu me a mim, comigo

2ª p. do singular Tu te a ti, contigo

a ele, a ela, a si,


3ª p. do singular Ele o, a, lhe, se
consigo

1ª p. do plural Nós nos a nós, conosco

2ª p. do plural Vós vos a vós, convosco

a eles, a elas, a
3ª p. do plural Eles os, as, lhes, se
sim, consigo

Para você entender bem o que esses pronomes fazem, precisamos voltar um pouco no
tempo e falar sobre o latim. Nesta língua, as funções sintáticas eram chamadas de casos.
Como o português é uma língua derivada do latim, alguns resquícios ficaram na gramática. Em
outras palavras, os pronomes que são classificados em casos já possuem funções sintáticas
pré-definidas! Os pronomes pessoais do caso reto, por exemplo, são usados em posição de
sujeito. Já os pronomes pessoais do caso oblíquo, em geral, ocupam a posição de complementos!

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Isso explica o que ocorre nos exemplos que já foram aqui apresentados. Em 2, o pronome “ele”
ficou adequado porque desempenhava a função de sujeito, mas não ficou bom em 4 porque
estava em função de objeto direto. Por isso, em 5, fiz uso de um pronome oblíquo átono de 3ª
pessoa do singular (“o”) para corrigir o texto. Aqui, algumas perguntas surgem:

Professor, mas pronomes como ele, ela, nós, vós, eles e elas aparecem tanto nos pesso-
ais do caso reto como nos pessoais do caso oblíquo tônico. Como vou diferenciá-los?

Não sei se você percebeu, mas os pronomes oblíquos tônicos são sempre dotados de
preposição! Essa é a diferença! Nem sempre será a preposição “a”, mas sempre haverá uma
preposição!

Professor, os pronomes oblíquos só desempenham a função de complemento verbal?

Não. Eles podem também desempenhar outras funções sintáticas, mas isso é pouco co-
brado em provas.

Elias, então o que cai muito em provas?

Os pronomes oblíquos átonos, principalmente os de 3ª pessoa, desempenhando a função


de complementos verbais (OD ou OI). Eu vou te apresentar outras funções dos pronomes, mas
só ao final do PDF – e de maneira breve! Lembre-se: o seu objetivo aqui é aprender a resolver
questões de gramática! Logo, atacaremos aquilo que é mais frequente em provas!
Como funcionam os pronomes oblíquos átonos?
Amigo(a), vou, em um quadro simples, apresentar a você como se distribuem os P.O.A. nas
funções de complemento verbal:

Funções sintáticas dos P.O.A.

me, te, nos, vos (1ª e 2ª p.v.) OD ou OI

o, a, os, as (3ª p.v.) OD

lhe, lhes (3ª p.v.) OI

estudaremos no PDF “vozes verbais e


se (3ª p.v.)
funções do SE”

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Os pronomes de primeira e segunda pessoas verbais desempenham tanto a função de


objeto direto quanto a de objeto indireto. Isso, claro, vai depender do verbo a que se ligam. Veja
os exemplos:

EXEMPLOS
(6) Ela te encontrou na reunião.
(7) Ela te disse a verdade.

Em 6, o pronome “te” desempenha a função de OD porque quem encontra, encontra al-


guém. Em 7, o mesmo pronome é OI, uma vez que quem diz, diz algo (a verdade=OD) a alguém
(te=OI). Vamos garantir o entendimento por meio de mais um par de orações:

EXEMPLOS
(8) Ela nos viu durante o evento.
(9) Ela nos deu aquele lindo presente.

A situação é semelhante, mas agora com um pronome de primeira pessoa do plural. Em 8,


quem vê, vê alguém (por isso o pronome é OD). Já em 9, quem dá, dá algo a alguém (por isso
o pronome é OI).
Agora, eu vou ser muito sincero com você: são raras as questões de prova que abordam
pronomes oblíquos átonos de primeira ou de segunda pessoas. O grande foco dos examinado-
res são os pronomes de terceira pessoa. Isso ocorre por dois motivos: (a) são mais trabalho-
sos; (b) aparecem mais nos textos adotados nas provas.
Vamos ver então como funcionam os pronomes de terceira pessoa:

EXEMPLO
(10) Ela comunicou o ocorrido aos familiares.

Com a classificação sintática dos termos da oração, podemos determinar quais pronomes
usaremos. “O ocorrido” e “aos familiares” são pessoas de que se fala – por isso, terceira pes-
soa verbal. Como “o ocorrido” é um OD, devemos substituí-lo por “o” (“ocorrido” é masculino e
singular). Por sua vez, “aos familiares” é um OI e pode ser substituído por “lhes” (“familiares”
é singular). Claro que não empregaremos os dois pronomes ao mesmo tempo (essa era uma
possibilidade comum no português arcaico). No português contemporâneo, as construções
possíveis seriam:

EXEMPLOS
(11) Ela comunicou-o aos familiares. (“o”= o ocorrido)
(12) Ela comunicou-lhes o ocorrido. (“lhes” = aos familiares)

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001. (IADES/2014) Em “deu-lhe uma bronca” (linha 6), no lugar do pronome destacado, pode-
ria ser empregado o pronome o.

Note que, na construção, quem dá, dá algo (“uma bronca” = OD) a alguém (lhe = OI). A substi-
tuição sugerida é entre pronomes de funções sintáticas distintas.
Errado.

002. (CESPE/2013) Em busca de mais recursos, Marconi escreveu ao governo italiano, mas
um funcionário descartou a ideia, dizendo que era melhor apresentá-la em um manicômio.
No fragmento II, estaria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inserido, logo após
a forma verbal “dizendo”, o pronome lhe ― dizendo-lhe ―, elemento que exerceria a função de
complemento indireto do verbo, retomando, por coesão, “Marconi”.

Pela semântica textual, é possível entender que o funcionário disse algo a Marconi. Colocar o
pronome lhe diante de “dizendo” significa tornar explícito o objeto indireto do verbo.
Certo.

003. (IBFC/2011) Assinale a alternativa que indica corretamente a substituição do nome des-
tacado pelo pronome.
Não contei a Paulo a verdade.
a) Não contei-lhe a verdade.
b) Não lhe contei a verdade.
c) Não o contei a verdade.
d) Não contei-o a verdade.

Primeiramente, preciso que você tenha certeza de algo: “a Paulo” é o OI do verbo “contei”. Por
isso, o pronome adequado é lhe) Isso nos permite dispensar as alternativas c e d) Mas surge
uma nova dúvida: qual é a posição correta do pronome? Antes ou depois do verbo “contei”? Por
enquanto, eu vou te deixar nessa expectativa!
Letra b.

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1.2. Colocação Pronominal


Em linhas gerais, existem três posições para se colocar um P.O.A.: depois do verbo (ên-
clise), antes do verbo (próclise) ou no meio do verbo (mesóclise). Existem princípios e regras
para o uso de cada uma delas. Vamos conhecê-los:
Princípios (estão acima das regras):
1) Não se usa um pronome oblíquo átono em início de frase ou após pontuação.1
2) Casos facultativos de colocação pronominal (os pronomes podem ser colocados em
duas das três posições previstas):
2.1) Verbos no infinitivo.
2.2) Sujeito explícito anteposto ao verbo.2

004. (IADES/2014)
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
A colocação do pronome em “Me dê um abraço” (linha 3) está correta.

Conforme reza o princípio 1, não se inicia uma frase com um P.O.A.


Errado.

005. (CESPE/2013) O filósofo francês Jacques Rancière critica a ideia de democracia que tem
estruturado nossa vida social — regida por uma ordem policial, segundo ele —, devido ao fato
de ela se distanciar do que seria sua razão de ser.
A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em vez de anteceder, passasse a ocu-
par a posição imediatamente posterior ao verbo: devido ao fato de ela distanciar-se.

Questão simples: você notou que o verbo “distanciar” está no infinitivo? Conforme está em 2.1,
trata-se de um caso facultativo de colocação pronominal. Logo, o pronome pode ser colocado
em próclise ou em ênclise.
Certo.

1
É possível ver P.O.A. Após pontuação quando esta representa uma intercalação na oração. Ex.: O professor chegou atra-
sado; ele, todavia, nos dará aula.
2
Quando há um caso de sujeito explícito anteposto ao verbo interno a uma oração subordinada, só se pode usar a próclise, dei-
xando, portanto, de ser um caso facultativo. Falaremos sobre isso quando chegarmos ao período composto (em outro PDF).

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006. (CESPE/2013) O cenário se repete neste início de 2013, com a redução no nível de água
dos reservatórios.
Em “se repete”, o deslocamento do elemento “se” para depois da forma verbal — repete-se —
preservaria a correção gramatical do trecho.

Esta questão enquadra-se no princípio 2.2. Pergunte ao verbo: quem se repete? “O cenário”,
que é o sujeito da oração. Novamente, estamos diante de mais um caso facultativo!
Certo.

Regras

1. A ênclise é a regra geral! É a colocação em que primeiro devemos pensar! Só que exis-
tem casos em que ela não é aplicável. São eles:
• Quando há fator de atração antes do verbo;
• Quando o verbo estiver no futuro;
• Quando o verbo estiver no particípio.

Para resolver o primeiro caso, usamos a próclise. Para o segundo, a mesóclise. O último
veremos melhor quando estudarmos a colocação pronominal em locuções verbais.
2. A próclise é usada prioritariamente quando há um fator de atração antes do verbo (tam-
bém conhecido como fator de próclise). São algumas palavras que atraem o pronome para
perto delas, o que faz com que este fique antes do verbo. Eis a lista de fatores de atração:
• Palavras negativas (Ex.: Ele não se perdoa pelo ocorrido.)
• Advérbios (Ex.: Ontem me falaram a verdade.)
• Pronomes
− indefinidos (Ex.: Alguém te dará atenção.)
− interrogativos (Ex.: Quem lhe doou os cobertores?)
− relativos (Ex.: O homem que nos abordou era policial.)
• Conjunções subordinativas (Ex.: Ele disse que a ouviu atentamente.)
• Orações exclamativas ou optativas3 (Ex.: Que Jesus te acompanhe!)
• Em+gerúndio (Ex.: Em se tratando de gramática, não tenho dificuldades.)

Algumas dicas importantes sobre os fatores de atração:


a) Nenhum fator de atração é tão cobrado quando o NÃO. Sabemos que ele é um advérbio
de negação, mas prefiro separá-lo dos advérbios, uma vez que é muito mais fácil reconhecê-lo
como palavra negativa.
b) Todo QUE é um fator de atração. Mais tarde, você aprenderá comigo a diferenciar as
classificações dessa palavra. Por enquanto, quero que você saiba apenas que o QUE atrai
os P.O.A..
3
Orações optativas são as que exprimem desejo (quando se deseja algo a alguém).

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c) Os advérbios também são muito cobrados em provas, mas tome um certo cuidado! Se o
advérbio estiver isolado por pontuação, ele perde o valor atrativo!

007. (CESPE/2013) Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia.
Devido à presença do advérbio “apenas” (R.18), o pronome “se” poderia ser deslocado para
imediatamente após a forma verbal “coloca”, da seguinte forma: coloca-se.

Uma palavra só é fator de atração se estiver anteposta ao verbo. Logo, “apenas” não influencia
na colocação pronominal. Além disso, veja que, antes do verbo, há uma palavra negativa.
Errado.

008. (CESPE/2013) Diversidade é a semente inesgotável da autenticidade e da individualida-


de humana, que se expressam na subjetividade da liberdade pessoal.
No trecho “que se expressam na subjetividade da liberdade pessoal”, o emprego do pronome
átono “se” após a forma verbal — expressam-se — prejudicaria a correção gramatical do texto,
dada a presença de fator de próclise na estrutura apresentada.

Conforme eu disse, o QUE é sempre fator de atração. Não quero, agora, que você se preocupe
em identificar a função dele) Agora, preocupe-se apenas com a colocação do pronome.
Certo.

3. Há casos em que nem próclise e nem ênclise são aplicáveis. É aí que entra a mesó-
clise. Veja:

EXEMPLO
(13) Contarei uma história aos meus alunos.

Vou fazer uso do OI – que será substituído por lhes nas minhas construções seguintes.
Veja o resultado:
• Contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não admite ênclise)
• Lhes contarei uma história. (errado, pois fere o primeiro princípio)
• Contar-lhes-ei uma história. (certo)

A mesóclise só é aplicável a verbos no futuro! Vamos testar outras duas possibilidades:

EXEMPLO
(14) Eu contarei uma história aos meus alunos.

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Eu contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não admite ênclise)
Eu lhes contarei uma história. (certo, conforme o segundo princípio – sujeito explícito)
Eu contar-lhes-ei uma história. (certo, conforme o segundo princípio – sujeito explícito)

EXEMPLO
(15) Eu não contarei uma história aos meus alunos.

Eu não contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não admi-
te ênclise)
Eu não lhes contarei uma história. (certo, pois há respeito ao fator de atração)
Eu não contar-lhes-ei uma história. (errado, pois desrespeita a presença do fator de atração)

009. (CESPE/2013) O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a


decisão do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu pedido do im-
petrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta sobre em qual idioma elas
se expressariam melhor, restando incólume a decisão do mesmo juízo de perguntar a cada
testemunha se ela se expressaria em português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o de-
poimento nesse idioma, sem prejuízo do auxílio do intérprete.
A posposição do pronome “se” ao verbo em “colher-se-ia” — colheria-se — comprometeria a
correção gramatical do trecho.

Primeiramente, note que o verbo colheria está no futuro do pretérito, o que já inviabiliza a êncli-
se) No trecho apresentado, a próclise também não é possível, na medida em que há um sinal
de pontuação anteposto ao verbo. A mesóclise é a única opção válida.
Certo.

Viu como é simples? Não há mistério na colocação dos P.O.A.!

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ADENDO: adaptação fonética dos pronomes o, a, os, as


Por uma questão de eufonia – garantir a composição de uma sonoridade harmoniosa –, os
pronome o, a, os, as podem sofrer alterações. Veja o quadro abaixo:

Adaptação fonética (o, a, os, as)

Diante de verbos terminados em Usa-se

R, S ou Z lo, la, los, las

Sons nasais (M ou algo com ~) no, na, nos, nas

Demais verbos o, a, os, as

Vejamos alguns exemplos:


• É hora de deixar o apartamento. = É hora de deixá-lo.
• Fiz as tarefas. = Fi-las.
• Ele quis alguns conselhos. = Ele qui=lo.
• Fecharei minha casa com cadeado. = Fechá-la-ei com cadeado.
• Declamaram minha poesia favorita. = Declamaram-na.
• Ele propõe novas regras. = Ele propõe-nas.
• Encontrei meu filho aos prantos. = Encontrei-o aos prantos.

1.3. Colocação Pronominal em Locuções Verbais


A colocação pronominal em locuções verbais é ainda mais simples do que em um único
verbo! Preciso, primeiramente, que você se lembre de que uma locução verbal é formada por
verbo auxiliar + verbo principal. Vejamos as possibilidades no esquema abaixo:

Nesse caso, pode-se usar o pronome antes do auxiliar, entre o auxiliar e o principal e após o
principal (exceto quando este estiver no particípio). Atenção: cuidado para não ferir o princípio
1. Veja exemplos:

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EXEMPLO
(16) Eu vou encontrar novos caminhos.

Eu os vou encontrar.
Eu vou(-)os encontrar.
Eu vou encontrá-los.

EXEMPLO
(17) Estou construindo uma nova casa.

A estou construindo. (Errado. Princípio 1.)


Estou(-)a construindo.
Estou construindo-a.

EXEMPLO
(18) Ele tinha imprimido o documento.

Ele o tinha imprimido.


Ele tinha(-)o imprimido.
Ele tinha imprimido-o. (Errado. Verbos no particípio não aceitam ênclise.)

 Obs.: Segundo muitos gramáticos, o emprego do hífen quando o pronome está entre o auxi-
liar e o principal é facultativo.

2. Com fator de atração antes da locução verbal:

Neste caso, o pronome deve ser empregado antes do auxiliar ou depois do principal. Aten-
ção: cuidado para não ferir o princípio 1. Veja exemplos:

EXEMPLO
(19) Eu não vou encontrar novos caminhos.

Eu não os vou encontrar.


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EXEMPLO
(20) Já estou construindo uma nova casa.

Já a estou construindo.
Já estou construindo-a.

EXEMPLO
(21) Ele nunca tinha imprimido o documento.

Ele nunca o imprimiu.

ADENDO – Apossínclise
Sempre há um aluno para me perguntar sobre essa quarta forma de colocação pronominal.
Ela é encontrada em registros literários antigos – e, ainda assim, raramente. Ocorre quando
há dois fatores de atração antepostos a um verbo.
O homem que se não respeita pode padecer.
Também seria gramaticalmente correto escrever
O homem que não se respeita pode padecer.
De coração: acrescentei isso por curiosidade de alguns! Não é uma preocupação para provas.

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ADENDO: outras funções sintáticas dos pronomes oblíquos átonos.


Conforme prometi, ao fim da unidade, apresento a você outras funções sintáticas que os
pronomes oblíquos átonos podem desempenhar. São elas: adjunto adnominal, complemen-
to nominal e sujeito.
1. Adjunto adnominal (sempre haverá a semântica de posse)
• Levaram-me a mala. (=Levaram a minha mala.)
• Cheirei-te os cabelos. (=Cheirei os seus cabelos.)
• A fila do banco nos tirou a paciência. (=A fila do banco tirou a nossa paciência.)
• Aquela garota lhe veio ao pensamento. (=Aquela garota veio ao seu pensamento.)
2. Complemento nominal
• Suas ideias sempre me foram agradáveis. (=Suas ideias sempre foram agradáveis a
mim.)
• Eu sempre te serei fiel. (=Eu sempre serei fiel a ti.)
• Eles sempre nos foram próximos. (=Eles sempre foram próximos a nós.)
• A falta de fé não lhe é favorável. (=A falta de fé não é favorável a ele.)
3. Sujeito (quando há um verbo causativo ou sensitivo + infinitivo ou gerúndio)
Os P.O.A. Só se tornam sujeitos na configuração que acima apresentei. Os verbos causativos
são mandar, deixar, fazer e os sensitivos são ver, ouvir, sentir, olhar (verbos sinônimos des-
ses também recebem a mesma classificação). Veja, agora, os exemplos:
• Deixe-me falar de amor! (me é o sujeito do verbo “falar”)
• Mandaram-te comprar um novo par de tênis. (te é o sujeito de “comprar”)
• Ele se deixou levar pela opinião alheia. (se é sujeito de “levar”)
• Sinto-nos levitando pela sala. (nos é sujeito de “levitando”)
• Fizeram-lhes falar a verdade. (lhes é sujeito de “falar”)
• Eu os vi namorando na praça. (os é sujeito de “namorando”)

 Obs.: Esse tipo de sujeito também é conhecido como sujeito acusativo.

Repito: isso pouco aparece em provas.

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2. Bloco II – Vozes Verbais e Funções do SE


Nesta seção, quero tratar de um assunto muito importante mesmo em provas de concur-
sos públicos! Primeiramente, falaremos acerca das vozes verbais. Ao falar desse assunto, ine-
vitavelmente, passaremos pelas funções do pronome oblíquo “SE”. Você se lembra de que, na
seção anterior, eu destaquei que, mais a diante, discutiríamos só o “SE”? Chegou o momento!
Prepare seu material! É hora de aprender!

2.1. As Vozes Verbais


As vozes verbais dizem respeito à forma como o verbo estabelece sua relação com o sujei-
to. A tradição gramatical diz que ocorre voz ativa quando o sujeito pratica a ação verbal (sujeito
agente); a voz passiva, quando o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente); a voz reflexiva,
quando o sujeito pratica e sofre a ação verbal.
Todavia, grande parte dos estudantes de língua portuguesa dão um tratamento errado a
esse conteúdo, por pensar que é uma descrição meramente semântica) Na verdade, o sentido
é fruto de uma estrutura morfossintática) Entenda: para dominar as vozes verbais, você deve
conhecer as estruturas gramaticais que as caracterizam. O sentido é uma mera consequência
dessa estrutura.

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Para facilitar a nossa vida, criei um quadro-resumo, que será detalhado ao longo deste PDF:

Voz verbal Estrutura gramatical Semântica

Locução verbal
SER+PARTICÍPIO
(analítica4)
Passiva Paciente
OU
Verbo-SE (pronome
apassivador) (sintética)

Reflexiva Pronome reflexivo Agente+paciente

Ativa O resto Agente5

A partir dessas informações, vamos analisar as orações abaixo:

EXEMPLOS
(1) O carro foi levado pelos ladrões durante a madrugada.
(2) Encontrou-se uma nova evidência no local do crime.
(3) Aquele rapaz se olhava no espelho.
(4) O professor chegou atrasado.
(5) As crianças sofreram com a perda do avô.

Em 1, note a presença da locução “foi levado”. Ela indica que a frase está na voz passiva
(analítica). Em 2, além do pronome “se”, veja também que, na oração, ninguém praticou a ação
de encontrar – por isso, voz passiva (sintética). Em 3, também há o pronome “se”, todavia po-
demos identificar que alguém pratica a ação verbal de olhar: “aquele rapaz”. O pronome, aliás,
tem a função de revelar que a ação verbal foi praticada e sofrida pelo sujeito, uma vez que
“aquele rapaz” olhava a si mesmo – portanto, voz reflexiva. Agora, olhe com carinho para as
frases 4 e 5. Você está vendo alguma locução verbal? Você está vendo algum pronome para
ser classificado como apassivador ou reflexivo? NÃO, para as duas perguntas. Isso é o sufi-
ciente para afirmar que 4 e 5 são orações na voz ativa.
Tenho certeza de que você não tem dúvidas acerca da classificação da oração 4, mas deve
estar se remoendo com a 5. “Elias, mas as crianças sofreram! Ninguém pratica a ação de so-
frer!” Eu concordo com você, mas preciso que você tenha objetividade: as orações 4 e 5 não
possuem estrutura gramatical de voz passiva ou reflexiva, e isso deve bastar a você. O que
A voz passiva analítica também pode ser formada pela locução verbal ESTAR+PARTICÍPIO.
4

Ex.: O prédio está cercado pela polícia.


Mas peço que você não se prenda a isso. A locução SER+PARTICÍPIO domina as provas de concursos públicos.
Nem sempre, haverá a semântica de agente, conforme explicita Bechara (2008). Você entenderá isso melhor quando eu falar
5

sobre a diferença entre “voz passiva” e “passividade”.

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ocorre em 5 foi explicado na Moderna Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara.


A oração 5 possui semântica de passividade, mas estrutura de voz ativa! Isso porque a voz
passiva, depende, primeiramente, de uma estrutura morfossintática.
Detalhe: não vá pensando que, com essa explicação, você já sabe tudo sobre o assunto!
Eu te garanto que, na frase 2, o “se” é um pronome apassivador, assim como, a frase 3, o “se” é
reflexivo. Mas esse pronome não seria tão famoso se possuísse apenas duas funções, não é
mesmo? Depois das vozes verbais, falaremos das funções do SE!

2.2. A Transposição da Voz Ativa para a Passiva


Agora que você já sabe superficialmente reconhecer as vozes verbais, podemos falar acer-
ca de um assunto MUITO cobrado em qualquer prova de concurso público: a transposição da
voz ativa para a passiva) Primeiramente, preciso que você saiba que nem toda oração da nossa
língua admite isso! Veja as construções abaixo:

EXEMPLOS
(6) As mulheres dominaram a sociedade.
(7) O delegado comunicou as medidas à população.
(8) As crianças gostam de palhaços.
(9) Renato Russo vivia em Brasília.
(10) Os palestrantes permaneceram calados.

Tente, em sua mente, colocar essas cinco construções na voz passiva. Acredito que você
só tenha obtido êxito nos exemplos 6 e 7. Sabe por quê?

COLOCAR UMA ORAÇÃO NA VOZ PASSIVA (OU APASSIVAR UMA ORAÇÃO) SIGNIFICA
TRANSFORMAR O OBJETO DIRETO EM SUJEITO PACIENTE.

Queridos, a condição para que uma frase possa ir à voz passiva é que ela apresente, inicial-
mente, um objeto direto, e só funciona com esse tipo de complemento, uma vez que ele, via de
regra, não é preposicionado. Em 6 e 7, existem objetos diretos (“a sociedade” e “a situação”).
Em 8, o verbo é transitivo indireto; em 9, intransitivo; em 10, de ligação.
Agora, analise comigo como é a transposição da voz ativa (VA) para a voz passiva analí-
tica (VPA):

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Note que a única parte que se preservou foi “a sociedade”. “Dominaram” passou a ser “foi
dominada”, e “as mulheres” passou a ser “pelas mulheres” (agente da passiva, que é quem
pratica a ação verbal na voz passiva). O verbo que, na voz ativa, concordava com “as mulheres”
passou a ser uma locução verbal que concorda com “a sociedade”.

Primeiramente, perceba que “as medidas” deixou de ser objeto direto e passou a ser sujeito
paciente) “Comunicou” passou a ser “foram comunicadas”, e “o delegado” passou a ser “pelo
delegado”. Nada ocorreu com “à população”, uma vez que o objeto indireto não participa da
formação da voz passiva.
E se colocarmos os trechos acima na voz passiva sintética (VPS)? Qual será o resultado?

Inicialmente, note o aparecimento da partícula “se”. Ela é responsável por transformar o


objeto direto em sujeito paciente) Por esse motivo, é conhecida como pronome apassivador,
ou partícula apassivadora (PA). Na VPS, não é permitida a presença do agente da passiva.
Vou listar aqui alguns cuidados que você deve ter acerca desse assunto:
• Em qualquer voz passiva, o que seria o objeto direto é transformado em sujeito paciente,
sempre.
• Em qualquer transposição de vozes, esteja atento(a) ao tempo e ao modo verbal. Eles
precisam ser preservados. Se, na voz ativa, o verbo estiver no presente do indicativo, ele
deve permanecer no presente do indicativo, tanto na VPA quanto na VPS.
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• Na voz passiva analítica, tome muito cuidado com a concordância verbal. O verbo auxi-
liar (verbo “ser”) concorda em número com o sujeito; o verbo principal (verbo no particí-
pio) concorda em gênero e número com o sujeito. Na VPA, pode aparecer o agente da
passiva.
• Na voz passiva sintética, é preciso ter muito cuidado com a concordância (apenas em
número) entre o sujeito paciente e o verbo. Na VPS, não há agente da passiva.

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ADENDO: COMO DIFERENCIAR O PRONOME APASSIVADOR DO ÍNDICE DE INDETERMINA-


ÇÃO DO SUJEITO?
Vamos fazer um retorno aos exemplos de 6 a 10:

Orações na voz ativa Orações com a partícula SE

As mulheres dominaram a sociedade.


Dominou-se a sociedade.

O delegado comunicou as medidas à


Comunicaram-se as medidas à
população.
população.

As crianças gostam de palhaços.


Gosta-se de palhaços.

Renato Russo vivia em Brasília.


Vive-se em Brasília.

Os palestrantes permaneceram
calados. Permanece-se calado.

O que quero que você entenda: nem todas as cinco orações admitem a voz passiva, mas
todas admitem uma reescritura com o pronome “se”! As duas primeiras, por aceitarem a voz
passiva, possuem pronome apassivador. As três últimas, que não podem ser apassivadas,
apresentam índice de indeterminação do sujeito (IIS).
Vamos sistematizar a análise das cinco construções com o pronome “se”:
• Entre as cinco orações possuem algo em comum: em nenhuma delas, é possível
identificar quem pratica a ação verbal6.
• A partícula apassivadora serve para transformar objetos diretos (não preposiciona-
dos7) em sujeitos pacientes (que também não são preposicionados). Nesses casos,
como há sujeito, o verbo deve concordar com ele. A PA só ocorre com VTD ou VTDI.
• O índice de indeterminação só aparece quando não é possível apassivar. Isso ocorre
com o VTI, VI e VL. Nesses casos, como não há sujeito, o verbo deve ficar sempre no
singular.

6
Existe uma diferença entre identificar quem pratica a ação verbal e identificar o sujeito da oração. Identificar quem pratica
a ação verbal é completamente semântico (e nem sempre será o sujeito); identificar o sujeito da oração é sintático (e nem
sempre será quem pratica a ação verbal), pois sujeito é o termo com quem o verbo estabelece concordância.
7
Na língua portuguesa, existem os chamados “objetos diretos preposicionados”. Nesses casos, o verbo não é responsável
pela presença da preposição. Ela aparece para garantir algum efeito semântico ou para conferir ênfase. Veja:
Ex.: O aniversariante comeu do bolo. (A preposição só aparece para dar a ideia de que o aniversariante comeu apenas uma
parte do bolo.)

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010. (2003/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS) Na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a


el-rei D. Manuel, observam-se melhor as obsessões dos portugueses.
No texto, a estrutura da voz passiva em “observam-se” equivale a foram observados.

Primeiramente, nome que, no texto, não há quem pratica a ação de observar. Como o verbo
está no plural, sabemos que o pronome “se” é uma partícula apassivadora) O sujeito paciente
é a expressão “as obsessões dos portugueses”. Como o núcleo do sujeito é feminino e plural,
e o verbo está no presente do indicativo, a correta transposição para a voz passiva analítica
seria “são observadas as obsessões dos portugueses”. “Foram observados” está no pretérito
perfeito do indicativo, e o verbo no particípio está no masculino.
Errado.

011. (2013/CESPE/ANS) A avaliação das operadoras de planos de saúde em relação às ga-


rantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de acordo com dois critérios.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “é realizada” por realiza-se.

No texto, a forma “é realizada” está na voz passiva analítica, e o sujeito paciente tem como
núcleo o vocábulo “avaliação”. Para transpor para a voz passiva sintética, além da presença do
pronome apassivador, é necessário observar a concordância, o tempo e o modo verbal. Ambas
as construções estão no singular e no presente do indicativo. Portanto, não haveria prejuízo à
correção gramatical.
Errado.

012. (2013/CESPE/PCDF) Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos de sequestro-


-relâmpago em todo o DF, o que representa redução de 32% do número de ocorrências dessa
natureza criminal em relação ao mesmo mês de 2012.

Ex.: Eu não vejo a ele desde o Natal. (Os pronomes oblíquos tônicos são sempre preposicionados.)
Ex.: O pai ama ao filho. (A preposição aparece para conferir ênfase, para garantir o entendimento de quem pratica e quem
recebe a ação de amar.)
Aí vem um detalhe: essas construções não podem ser apassivadas. Portanto, uma oração como “comeu-se do bolo” possui
um índice de indeterminação do sujeito, e não uma partícula apassivadora. Veja, novamente, como a voz passiva está com-
pletamente ligada à estrutura morfossintática. A ausência de um objeto direto sem preposição impede a possibilidade de
formação da voz passiva.
Observação importante: esse assunto praticamente não aparece em provas!

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A correção gramatical e o sentido da oração “Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos
de sequestro-relâmpago em todo o DF” seriam preservados caso se substituísse a locução
verbal “foram registrados” por registrou-se.

A locução verbal “foram registrados” está no plural para concordar com o núcleo do sujeito “ca-
sos”. Coloque uma ideia em sua cabeça: o que é sujeito para a voz passiva analítica também
é sujeito para a voz passiva sintética! Portanto, não há motivos para que o verbo “registrou-se”
seja empregado, uma vez que está no singular. O correto seria registraram-se.
Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontáveis animais mortos por
onde passam as rodovias sertanejas.
Errado.

013. (2013/CESPE/MI) Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontá-
veis animais mortos por onde passam as rodovias sertanejas.
Em “espalham-se”, o termo “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado.

Primeiramente, lembre-se de que o “se” só será índice de indeterminação do sujeito com ver-
bos no singular (o que já é suficiente para julgar o item). O verbo possui um sujeito paciente,
que é “os efeitos da seca”. O pronome é PA.
Errado.

014. (2013/IBFC/EBSERH) Considere as orações abaixo.


I – Prescreveu-se vários medicamentos.
II – Trata-se de doenças graves.
A concordância está correta em
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

Em I, a expressão “vários medicamentos” é sujeito paciente (uma vez que o “se” é PA). Por-
tanto, o correto seria “prescreveram-se”. Em contrapartida, a II está correta, pois “de doenças
graves” é um objeto indireto. O pronome é um IIS, e o verbo deve permanecer no singular.
Letra b.

015. (2013/IBFC/IDECI) Considere a oração e as afirmativas a seguir.


Precisa-se de funcionário com experiência.

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I – A oração encontra-se na voz passiva.


II – O sujeito é indeterminado.
Está correto o que se afirma em
a) I
b) II
c) I e II
d) nenhuma

A forma verbal “precisa” é transitiva indireta, a expressão “de funcionário com experiência” é
o OI, e o pronome é IIS. Nesse caso, a frase está na voz ativa (só seria voz passiva se o “se”
fosse PA).
Letra b.

016. (2013/IBFC/PGE-SP) Assinale a alternativa em que a oração não está na voz passiva.
a) Necessita-se de funcionários capacitados.
b) Comentou-se o caso do sequestro.
c) O aluno foi reprovado no exame.
d) As ruas foram cercadas pela polícia.
e) Alugam-se salas.

Na letra a, a forma verbal “necessita” é transitiva indireta, e a expressão “de funcionários capa-
citados” é o objeto indireto. O pronome funciona como um índice de indeterminação do sujeito.
Detalhe importantíssimo: quando o “se” é IIS, a oração está na voz ativa! Nas alternativas b e e,
há a voz passiva sintética) Nas alternativas c e d, voz passiva analítica.
Letra a.

017. (2013/IBFC/ILSL) Considere as orações abaixo.


I – Devem-se pensar em todos os aspectos do problema.
II – Devem-se analisar todos os aspectos do problema.
A concordância está correta em
a) somente I.
b) somente II.
c) I e II.
d) nenhuma.

Agora, estamos falando de casos em que o pronome “se” está associado a locuções verbais.
O procedimento será:
• buscar a transitividade no verbo principal;
• verificar a concordância no verbo auxiliar.

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Em I, o verbo “pensar” é transitivo indireto, a expressão “em todos os aspectos do problema” é


o OI. Portanto, o “se” é IIS, e o verbo auxiliar deveria estar no singular. Em II, o verbo “analisar” é
transitivo direto, e a expressão “todos os aspectos do problema” é o sujeito paciente, uma vez
que o “se” é PA (e o verbo auxiliar está em concordância com o sujeito). Detalhe: as locuções
verbais apresentadas na questão são formadas pelo verbo auxiliar DEVER e pelo verbo princi-
pal no INFINITIVO. Nada de pensar em voz passiva analítica, ok?
Letra b.

2.3. A Voz Reflexiva


Antes de iniciarmos a terceira seção, quero fazer um comentário importante: até aqui, vi-
mos a parte da matéria que cai em 90% das questões sobre funções do SE (e esse percentual
ainda pode ser maior)! A verdade é que PA e IIS dominam as provas de concursos!
Compare comigo as seguintes orações:

EXEMPLOS
(11) Vendem-se casas de praia.
(12) Não se depende de novas políticas públicas.
(13) Maria olhou-se no espelho.
(14) João se deu um carro novo.

Há algo em comum entre 11 e 12: não é possível identificar quem pratica a ação verbal.
Há algo em comum entre 13 e 14: é possível identificar quem pratica a ação verbal. Esse é o
primeiro passo que você deve dar sempre que for analisar as funções do “se”! Veja este quadro
e grave-o na sua memória:

SITUAÇÃO RESULTADO

Quando não é possível identificar


O pronome “se” ou é PA ou é IIS.
quem pratica a ação verbal.

Quando é possível identificar quem O pronome “se” possui qualquer outra


pratica a ação verbal. função diferente de PA ou IIS.

Isso vai mudar a sua vida para sempre! Você precisa ter essa consciência antes de tentar
identificar a função do pronome! Sabemos agora que 11 e 12 possuem ou PA ou IIS, assim
como sabemos que 13 e 14 não podem apresentar PA ou IIS.
Em 11, temos PA, pois “casas de praia” é sujeito paciente. Em 12, temos IIS, pois “de novas
políticas públicas” é objeto indireto.

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Já em 13 e 14, note que a ação verbal que é praticada pelo sujeito recai sobre o próprio
sujeito! Maria poderia olhar outra pessoa, mas olhou a si mesma. João poderia dar algo a outra
pessoa, mas deu a si mesmo. Estamos diante da chamada voz reflexiva8, também conhecida
como voz medial. Nesses casos, o “se” é classificado como pronome reflexivo, e pode assumir
a função de objeto direto (como ocorre em 13) ou de objeto indireto (como ocorre em 14).

018. (2011/CESPE/CFO-BM) Acorriam todos os aguadeiros com suas pipas, e também os po-
pulares, que faziam longas filas até o chafariz mais próximo, transportando de mão em mão os
baldes de água, ao mesmo tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar
salvamentos, retirando-se os moradores, antes que eles se atirassem das janelas dos sobrados.
As partículas “se” destacadas exercem a mesma função sintática em ambas as ocorrências.

Note: pela estrutura textual, não é possível identificar quem praticou a ação de retirar, mas é
possível identificar quem praticou a ação de atirar (eles = os moradores). O primeiro “se” é uma
partícula apassivadora, ao passo que o segundo é um pronome reflexivo.
Errado.

019. (2011/CESPE/CORREIOS) Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due, na


Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do que à filosofia e à religião.
Na Universidade de Oxford, terminou os estudos da língua grega — idioma dominado apenas
por eruditos. A partir de então, conheceu o filósofo Juan Colet, que lhe apresentou a primeira
versão da Bíblia) O acesso ao livro foi decisivo para Erasmo se afastar da filosofia escolástica.
As formas verbais “dedicou-se” e “se afastar” estão na voz reflexiva.

Primeiramente, é possível identificar quem pratica a ação verbal, nos dois casos. Erasmo dedi-
cou a si mesmo. Erasmo afastou a si mesmo.
Certo.

020. (2013/CESPE/MPU) Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a edição de bio-


grafias à autorização do biografado ou descendentes. As consequências da norma são ne-
gativas. Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar para a posteridade a vida de
personagens importantes na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
O termo se, em “se registrar”, é utilizado para indicar reflexividade.
8
A voz reflexiva também pode ser praticada com outros pronomes oblíquos. Tudo depende da pessoa verbal.
Ex.: Nós nos olhamos no espelho.
Ex.: Eu me dei um carro novo.
Todavia, em provas, esse assunto sempre aparece vinculado ao pronome “se”.

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É fácil dizer que o “se” não é reflexivo, pois, no texto, não é possível identificar quem pratica a
ação de registrar. O pronome é PA.
Errado.

ADENDO: Pronome recíproco?


Compare as seguintes construções:
• O garoto se machucou na cozinha.
• As amigas se abraçaram com carinho.
Há uma pequena diferença de sentido entre as duas construções. Na primeira, o garoto abra-
çou a si mesmo, ao passo que, na segunda, as amigas abraçaram umas às outras. A prono-
me “se” pode ser chamado de reflexivo nos dois casos, mas, no segundo, é possível também
atribuir uma outra nomenclatura: pronome recíproco ou pronome reflexivo recíproco!

2.4. Outras Funções do SE


Agora que você já conhece a partícula apassivadora, o índice de indeterminação do sujeito
e o pronome reflexivo, posso afirmar que você já sabe 99% da matéria! O pronome “se” possui,
na língua portuguesa, outras funções, mas são pouco exploradas em provas. Mas não pode-
mos deixar de falar sobre elas, não é mesmo?

2.4.1. Parte Integrante do Verbo

Compare comigo as seguintes construções:

EXEMPLOS
(15) Kurt se matou.
(16) Kurt se suicidou.

Semanticamente, as duas construções são semelhantes, pois ambas indicam que alguém
tirou a própria vida) Todavia, gramaticalmente, as duas construções são diferentes, pois os
verbos apresentam entendimentos diferentes. O verbo “matar” significa “tirar a vida”, que pode
ser a vida de alguém ou a do próprio sujeito que pratica ação. Portanto, podemos afirmar que a
reflexividade da oração 15 é de inteira responsabilidade do pronome, pois é ele quem faz com
que a ação recaia sobre o sujeito.
Já o verbo “suicidar-se” significa “tirar a própria vida”. É inconcebível a ideia de que “alguém
suicida outra pessoa”. Isso mostra que a reflexividade não está no pronome, mas no próprio

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verbo. Vou ser ainda mais explícito: na língua portuguesa, não existe o verbo “suicidar”, mas
apenas “suicidar-se”. Ele só existe com o pronome! Por isso, o “se” é conhecido como parte
integrante do verbo, e o verbo que possui esse tipo de estrutura é conhecido como verbo
pronominal.
A parte integrante do verbo acompanha apenas verbos intransitivos ou transitivos indire-
tos. Eles podem indicar sentimentos (arrepender-se, queixar-se, lembrar-se, esquecer-se, or-
gulhar-se, alegrar-se, admirar-se) ou ações do ser que são praticadas em relação a si próprio
(suicidar-se, concentrar-se, precaver-se).

EXEMPLOS
A samaritana se arrependeu dos pecados cometidos.
A aluna se concentrou antes da prova.

 Obs.: os verbos pronominais se conjugam sempre com o pronome.

2.4.2. Pronome Expletivo

Também conhecido como partícula expletiva ou partícula de realce) É um elemento com-


pletamente dispensável na estrutura oracional. Sua presença (ou ausência) não altera o senti-
do ou a morfossintaxe da sentença) Ocorre, geralmente, com verbos intransitivos.

EXEMPLOS
Ela se riu da situação. → Ele riu da situação.
Ele se tremeu durante o assalto. → Ele tremeu durante o assalto.
O show se acabou. → O show acabou.
Ele se foi sem dizer nada. →Ele foi sem dizer nada.

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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

ADENDO: lembrar X lembrar-se / esquecer X esquecer-se


Inicialmente, ao ver que as formas verbais acima apresentadas podem existir com ou sem o
pronome, pensamos que o pronome “se” se classifica como partícula expletiva. No entanto,
esse pensamento é incorreto. Veja o porquê:
• Ela lembrou o seu nome. (lembrar=VTD)
• Ela se lembrou do seu nome. (lembrar-se=VTI)
• Ele esqueceu o seu aniversário. (esquecer=VTD)
• Ele se esqueceu do seu aniversário. (esquecer-se=VTI)
Em resumo: as formas verbais lembrar e esquecer (sem o pronome) são transitivas diretas,
ao passo que lembrar-se e esquecer-se (com o pronome) são transitivas indiretas. Uma
partícula expletiva pode ser colocada ou retirada sem causar qualquer alteração na senten-
ça. E, para a nossa gramática, construções como
• Ela lembrou do seu nome.
• Ela se lembrou o seu nome.
• Ele esqueceu do seu aniversário.
• Ele se esqueceu o seu aniversário.
São consideradas agramaticais.
Verbos como lembrar-se e esquecer-se são classificados como acidentalmente pronomi-
nais, e a função do “se”, nesses casos, é parte integrante do verbo.
Fiz questão de fazer este adendo porque esses verbos são muito cobrados em prova. Os
examinadores não costumam perguntar sobre a função do “se” nesses casos, mas sobre a
regência desses verbos!

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

O que cai, Elias?

Sobre o bloco I: TUDO é importante para a Vunesp, mas peço que você dê importância aos
pronomes oblíquos como complementos verbais (OD e OI), colocação pronominal (devore)
e adaptações fonéticas (lo, la, los, las/no, na, nos, nas). Só houve uma questão recente que
explorou o pronome “lhe” como adjunto adnominal. Além disso, não queira resolver colocação
pronominal com base naquilo que é aceitável pelos seus ouvidos. Assim, suas chances de er-
rar aumentam exponencialmente.
Sobre o bloco II: as bancas gostam mesmo é de concordância! Por esse motivo, dê muita
atenção às implicações da partícula apassivadora e do índice de indeterminação do sujeito
para a relação entre sujeito e verbo. Você também verá nas questões que outras funções do SE
foram exploradas (como pronome reflexivo/recíproco ou pronome expletivo), mas com baixa
recorrência.

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-
NESP/2022/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)
A sardinha plebeia deixou o nobre salmão para trás
O nobre das águas gélidas está sendo desbancado pelo mais plebeu dos espécimes
que habitam os oceanos. A virada do jogo tem a ver com a poluição ambiental. O salmão, até
pelo porte, é um peixe que come outros peixes. Já a sardinha, que caberia na palma da mão,
não tem tamanho para comer de tudo – é totalmente vegana.
É preciso desmistificar a ideia de que o alimento mais saudável é sempre o mais caro.
Preço salgado e qualidade nutricional não andam necessariamente lado a lado. Alguns itens
pouco prestigiados estão justamente entre os mais nutritivos. É o caso do amendoim, que,
sendo o primo pobre das castanhas, é o mais rico em proteínas.
Considere, portanto, se não é hora de puxar a sardinha para a sua brasa)
(Veja, 10 de novembro de 2021. Adaptado)

A frase – … é um peixe que come outros peixes. – equivale, de acordo com a norma-padrão do
emprego e da colocação pronominal, a:
a) … é um peixe que os come.
b) … é um peixe que come-os.
c) … é um peixe que lhes come.
d) … é um peixe que come-los.
e) … é um peixe que come-lhes.

002. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2022/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/NUTRICIONISTA)
Ainda me lembro de meu pai. Era um homem alto e bonito, com uns olhos grandes e um
bigode preto. Sempre que estava comigo, era a me beijar, a me contar histórias, a me fazer os
gostos. Tudo dele era para mim. Eu mexia nos seus livros, sujava as suas roupas, e meu pai
não se importava) Às vezes, porém, ele entrava em casa calado. Sentava-se numa cadeira ou
passeava pelo corredor com as mãos para trás, e discutia muito com minha mãe) Gritava, dizia
tanta coisa, ficava com uma cara de raiva que me fazia medo. E minha mãe saía para o quarto
aos soluços. Eu não sabia compreender o porquê de toda aquela discussão. Sei que, com um
pouco mais, lá estava ele com a minha mãe aos beijos. E o resto da noite, até ir me deitar, era
só com ela que ele estava, com os olhos vermelhos de ter chorado também.
Eu o amava porque o que eu queria fazer ele consentia, e brincava comigo no chão
como um menino da minha idade) Depois é que vim a saber muita coisa a seu respeito: que era
um temperamento excitado, um nervoso, para quem a vida só tivera o seu lado amargo. A sua
história, que mais tarde conheci, era a de um arrebatado pelas paixões, a de um coração sensível

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demais às suas mágoas. Coitado do meu pai! Parece que ainda o vejo quando saía de casa le-
vado pelos soldados, no dia de seu crime) Que ar de desespero ele levava, no rosto de moço! E
o abraço doloroso que me deu nessa ocasião! Vim a compreender, com o tempo, porque tinha
se deixado levar ao desespero. O amor que tinha pela esposa era o amor de um louco.
(José Lins do Rego, Menino de Engenho. 94 ed) Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. Excerto adaptado)

Assinale a alternativa em que, com a alteração da posição do pronome destacado, conforme


indicado nos parênteses, a redação permanece em conformidade com a norma-padrão.
a) Ainda me lembro de meu pai. (Ainda lembro-me) [1º parágrafo]
b) … meu pai não se importava) (não importava-se) [1º parágrafo]
c) Sentava-se numa cadeira ou passeava… (Se sentava) [1º parágrafo]
d) Eu o amava porque o que eu queria fazer ele consentia… (Eu amava-o) [2º parágrafo]
e) E o abraço doloroso que me deu nessa ocasião! (que deu-me) [2º parágrafo]

003. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ARAÇARIGUAMA – SP/PROFESSOR/ÁREA: EDU-
CAÇÃO INFANTIL)
Da calma e do silêncio
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
Quando meu olhar
se perder no nada,
por favor,
não me despertem,
quero reter,
no adentro da íris,
a menor sombra,
do ínfimo movimento.
Quando meus pés
abrandarem na marcha,
por favor,

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não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.
(Conceição Evaristo. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017)

Assinale a alternativa em que o verso do poema está corretamente reescrito, no que se refere
à norma-padrão de colocação pronominal.
a) Quero rasgá-los para assim versejar.
b) Não apressem-me, por favor.
c) Os quero mascar entre os dentes.
d) O silêncio atinge mundos submersos, os penetrando.
e) Por que deixas-me caminhar?

004. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TJ SP – SP/ESCREVENTE TÉCNICO
JUDICIÁRIO)
Vida ao natural
Pois no Rio tinha um lugar com uma lareira) E quando ela percebeu que, além do frio,
chovia nas árvores, não pôde acreditar que tanto lhe fosse dado. O acordo do mundo com aqui-
lo que ela nem sequer sabia que precisava como numa fome) Chovia, chovia) O fogo aceso
pisca para ela e para o homem. Ele, o homem, se ocupa do que ela nem sequer lhe agradece;
ele atiça o fogo na lareira, o que não lhe é senão dever de nascimento. E ela – que é sempre
inquieta, fazedora de coisas e experimentadora de curiosidades – pois ela nem lembra sequer
de atiçar o fogo; não é seu papel, pois se tem o seu homem para isso. Não sendo donzela, que
o homem então cumpra a sua missão. O mais que ela faz é às vezes instigá-lo: “aquela acha*”,
diz-lhe, “aquela ainda não pegou”. E ele, um instante antes que ela acabe a frase que o esclare-
ceria, ele por ele mesmo já notara a acha, homem seu que é, e já está atiçando a acha) Não a
comando seu, que é a mulher de um homem e que perderia seu estado se lhe desse ordem. A
outra mão dele, a livre, está ao alcance dela) Ela sabe, e não a toma) Quer a mão dele, sabe que
quer, e não a toma) Tem exatamente o que precisa: pode ter.
Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se
referindo ao fogo, refere-se ao que sente) O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e

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pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce
arde, arde, flameja) Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao
prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja)
(Clarice Lispector, Os melhores contos [seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)

* pequeno pedaço de madeira usado para lenha


Assinale a alternativa em que a reescrita de informações textuais atende à norma-padrão de
colocação pronominal.
a) Antes que ela esclareça onde está a acha, ele por ele mesmo já tinha notado-a, homem
seu que é.
b) Ela às vezes instiga o homem, dizendo-lhe: “aquela acha ainda não pegou e você não
atiçou-a”.
c) Como ela esquece de atiçar o fogo, pois não é seu papel, o seu homem dedica-se a
essa missão.
d) Ela acha que aquilo vai acabar. Não é ao fogo que refere-se, certamente refere-se ao que sente.
e) Se apercebendo de que chovia nas árvores, ela não pôde acreditar que tanto lhe fosse dado.

005. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE GUARULHOS PREFEITURA – SP/BIBLIOTECÁRIO)
A busca por um sentido
“Os dois dias mais importantes da sua vida são aqueles em que você nasceu e aquele
em que descobre o porquê.” A máxima atribuída ao escritor americano Mark Twain (1835-
1910), autor de clássicos como As Aventuras de Tom Sawyer (1876), resume com precisão o
valor de encontrar um propósito para a própria existência) Naturalmente, nunca é demais su-
blinhar, a busca por um sentido para estar vivo se confunde com o humano – ou, melhor ainda,
com “ser” humano.
Há cerca de 50 000 anos, quando, segundo achados recentes, o Homo Sapiens come-
çou a pintar nas paredes das cavernas, desenhávamos figuras místicas, como caçadores do-
tados de superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a situar a si mesmos
em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma
razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.
Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor
Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem
acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida) Mas, para aque-
les que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra)
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.
No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço
de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no perió-
dico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do

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ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena) O veredito do estudo: aqueles que
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de
saúde, tanto psicológica como física) Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca) Esses apresentavam, com maior frequência,
problemas de saúde)
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho destacado está substituído, nos colchetes, de acordo
com a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
a) … desenhávamos figuras místicas… [lhes desenhávamos]
b) … pareciam auxiliar os homens daquela época… [auxiliar-lhes]
c) … chegar a uma razão única que justifique o viver… [justifique-o]
d) … aqueles que revelavam ter descoberto sentido… [tê-lo descoberto]
e) … para aqueles que não aceitam a fórmula de Deus… [aceitam-na]

006. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE GUARULHOS PREFEITURA – SP/PROFESSOR DE EDUCA-
ÇÃO INFANTIL)
Separadas por uma tela, as pessoas na sociedade virtual não alcançam o outro, motivo
pelo qual não conseguem se colocar em seu lugar. Estamos vivendo o maior individualismo da
história humana.
A falta da empatia, do toque físico, do acolhimento, do contato ocular e da presença
física faz com que a pessoa não veja o outro, não o perceba, não note a presença do outro e,
consequentemente, não se coloque no lugar dele.
A necessidade da felicidade como objetivo e não como consequência provoca a criação
de um mundo irreal em que, para o outro, você é feliz, mas não para si mesmo. Esse mundo per-
feito exposto na mídia social gera uma concorrência, uma competição que resulta em duelo, e
isso cria um individualismo que, com o tempo, passa a ficar impregnado no indivíduo.
O individualismo está ligado também à falta da verdade, ou seja, não quero que o outro
saiba minha azeda verdade, já que o que projeto na mídia social não é real, não é de verdade.
Ama-se tanto a si mesmo e promove-se tanto o amor próprio que esquecemos o outro e torna-
mos o egoísmo um hábito.
Não admitimos que somos apenas humanos. Temos vidas fictícias fragmentadas em
momentos e apenas nos alegra o impacto que isso causa no outro.
(Fabiano de Abreu – A geração que não consegue se colocar no lugar do outro. www.deabreu.pt/artigo – acesso
em 11.12.2019. Adaptado)

A alternativa que apresenta o emprego do pronome e a colocação pronominal corretos, de


acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
a) Os individualistas criam um mundo irreal, em que não consegue-se viver plenamente.

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b) Se conhece o individualista, hoje em dia, por meio das redes sociais.


c) O individualista sofre, por isso precisamos lhe ajudar.
d) Os individualistas querem a felicidade, só conseguindo encontrá-la nas redes sociais.
e) O mundo virtual gera vidas fictícias, mas as pessoas têm usado-o constantemente.

007. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/AGENTE DE TRÂNSITO)
Pegar o bonde andando
Expressão antiga) Literalmente, era tomar o veículo em movimento, com cuidado para
não levar um espetacular tombo e perder uma perna nessa travessura) Em sentido não literal,
significa “pegar uma conversa pela metade, entrar num assunto sem saber direito do que se
trata”. Mas falemos do bonde propriamente dito. Se você é jovem, não deve tê-lo conhecido.
Portanto, é bom saber que, durante décadas, ele foi figurinha fácil na paisagem urbana das
maiores cidades brasileiras.
O berço do vocábulo é curioso. O dinheiro que financiou os primeiros desses veículos
que circularam entre nós no século 19 veio de um empréstimo negociado com a Grã-Bretanha)
Para garanti-lo, foram emitidos bonds (títulos a receber). Esses bonds, usados pelos passagei-
ros, exibiam a figura do veículo. O nome pegou e o povo passou a chamar de “bonde” não só o
bilhete, mas o próprio veículo.
O bonde deixou saudade) Gente da terceira e até da quinta idade ainda se lembra da
popular figura do “almofadinha”. Como os bancos dos bondes eram de madeira, sem muito
conforto, esses sujeitos levavam almofadas onde se sentavam durante a viagem e, vento no
rosto, iam cultivando seus sonhos.
Enquanto isso, o cobrador, pendurado no estribo, ia cobrando a passagem, e, às vezes,
era obrigado a ouvir os mais gozadores assim cantarolando: “Din din din din, dois pra Light e
um pra mim” (Light era a concessionária que prestava o serviço).
(Márcio Cotrim. Revista Língua Portuguesa, fevereiro de 2014. Adaptado)

Considere as frases elaboradas a partir do texto.


Tombos espetaculares eram comuns, e pegar o bonde em movimento exigia cuidado para evi-
tar esses tombos.
A imagem dos bondes tornava-se popular, especialmente pelas passagens que traziam a ima-
gem dos veículos impressa no papel.
Atendendo ao emprego e à colocação dos pronomes determinados pela norma-padrão, as ex-
pressões destacadas podem ser substituídas por:
a) evitá-los; traziam-na
b) evitá-los; a traziam
c) evitar-lhes; a traziam
d) evitar-lhes; lhe traziam
e) evitar-lhes; traziam-na

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008. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/SERVIÇO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE PIRACICABA SEMAE – SP/PRO-
GRAMADOR JÚNIOR)
O mundo é dos românticos
O que querem as mulheres? Freud, que era Freud, não conseguiu responder à pergunta)
Mas o “Wall Street Journal” incendiou as sensibilidades com um cenário aterrador.
O mérito pertence a Gerard Baker. Escreveu o editorialista que, nos EUA, as mulheres já
representam 57% dos graduados com curso superior. Na pós-graduação, o número sobe para
59%. O futuro será delas, não deles.
Todavia esse triunfo, embora positivo para uma sociedade mais igualitária, traz um pro-
blema inusitado. Se existem três homens graduados para quatro mulheres na mesma situa-
ção, com quem vão se casar as mulheres?
Explico melhor. Para um homem, o estatuto social ou profissional de uma mulher não
é uma prioridade) E alguns, mais inseguros, até preferem parceiras que estejam um degrau
abaixo das suas habilitações acadêmicas ou contas bancárias.
Com as mulheres, é a situação inversa) As donzelas valorizam o estatuto social ou
profissional do homem de uma forma mais seletiva) É fazer as contas: não haverá doutores
suficientes para tantas doutoras exigentes.
Quando li o editorial, ri e me perguntei: de onde saiu esse dinossauro? Mas depois, com
o riso a apagar-se, dei por mim a pensar nas minhas amigas. Com quem casaram elas, afinal?
Na esmagadora maioria, casaram no interior da mesma classe) Em teoria, algumas delas, mé-
dicas ou jornalistas, poderiam se apaixonar pelo encanador. Na prática, isso só acontece nos
filmes de Hollywood) E se o leitor desconfia do meu universo pessoal, há sempre estudos
impessoais para esclarecer estas matérias. Um deles foi realizado pela Universidade de Swa-
nsea, no Reino Unido.
Os pesquisadores entrevistaram 2.700 alunos de cinco países (Singapura, Malásia, Aus-
trália, Noruega e Reino Unido) com uma pergunta fundamental: o que mais valoriza num poten-
cial parceiro? Na lista de opções, estas oito características: beleza, finanças, gentileza, humor,
castidade, religiosidade, criatividade, desejo de ter filhos.
Os resultados, partilhados pela revista “Time”, não mentem: os homens valorizam mais
a beleza; as mulheres valorizam mais as finanças. O mundo é um lugar cruel?
Não, porque o mesmo estudo coloca no primeiro lugar para cada um dos sexos a mes-
ma virtude imaterial: a gentileza) Antes da beleza (para eles) ou do dinheiro (para elas), parece
que essa formosura da alma é o artigo mais cobiçado. A Ocidente e a Oriente.
Será que todo mundo realmente diz a verdade nessas pesquisas?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo. Https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/
2019/10/o-mundo-e-dosromanticos.shtml. Adaptado)

Considere as frases elaboradas a partir do texto.

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O editorial foi publicado pelo “Wall Street Journal”, e quando li esse editorial, comecei a rir.
Gerard Baker escreveu sobre um tema provocativo, e o mérito dessa escolha pertence a Ge-
rard Baker.
Quem desconfia das informações dadas pelo autor pode recorrer a estudos que esclarecem
essas informações.
De acordo com o emprego e a colocação dos pronomes estabelecidos pela norma-padrão, os
trechos destacados podem ser substituídos por:
a) li-o; o pertence; esclarecem-nas.
b) li-o; pertence-lhe; as esclarecem.
c) o li; o pertence; lhes esclarecem.
d) o li; pertence-lhe; esclarecem-nas.
e) o li; pertence-lhe; as esclarecem.

009. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO – SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)
Escritório Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São
Francisco da Penitência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de mi-
nha particular devoção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cum-
prir fielmente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por
exemplo, colocar pregos que danifiquem as paredes.
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha quali-
dade de bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio,
esteja ainda bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de
ser inesperadamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação,
sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida,
iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita) Além do mais, eu
não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
Fica sendo então escritório, tão-somente) Nem mesmo de literatura: apenas um local
onde possa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o con-
domínio) desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo
como São Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina
de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas
vozes de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção
de mim mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras
feitas de ar e imaginação.
(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta emprego e colocação dos pronomes átonos de acordo
com a norma-padrão.
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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

a) Quanto a pregos que danifiquem as paredes, nunca coloco-os.


b) Busco um local com um fogão, para lhe acender e fazer meu pão.
c) Prego? Coloquem-no na parede somente se for permitido.
d) São clientes que entram pela janela, sem que eu possa impedir-lhes.
e) São vozes que talvez façam-se ouvir no escritório.

010. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/SERVIÇO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE PIRACICABA SEMAE – SP/
ALMOXARIFE)
Pacote americano
Avança, no Congresso dos Estados Unidos, um monumental pacote de gastos públicos
no esforço da guerra, à falta de melhor expressão, contra a epidemia de Covid-19.
O texto final do plano ainda não é conhecido, mas trata-se de gastos ou oferta de gastos
na casa dos US$ 2 trilhões – o equivalente a mais de 40% do gasto anual do governo federal
dos EUA, ou cerca de 9% do Produto Interno Bruto da maior economia global.
O programa complementa a renda de americanos mais pobres, desempregados e sem
renda) Serão transferidos US$ 1.200 para cada cidadão que recebe menos de US$ 75 mil por
ano, o dobro para casais, mais US$ 500 por criança.
O plano eleva ainda o valor do seguro-desemprego em US$ 600 por semana, quase o do-
bro do salário-mínimo nacional, o que provocou ameaça de obstrução por parte de senadores
republicanos. O auxílio será concedido inclusive para trabalhadores em empregos precários.
Para esses dois programas, haverá mais de US$ 500 bilhões.
Serão ofertados empréstimos para pequenas empresas, por meio de um fundo banca-
do pelo governo com mais de US$ 350 bilhões. Caso as beneficiadas não demitam pessoal, a
dívida será perdoada.
Grandes empresas em dificuldades financeiras contarão com outro fundo, de cerca de
US$ 500 bilhões, voltado especialmente para setores de início mais afetados pela crise do
novo coronavírus, como o das companhias aéreas.
Haverá dinheiro para serviços de saúde (mais de US$ 100 bilhões), ventiladores respira-
tórios e outros equipamentos hospitalares, remédios e vigilância sanitária) Estados e cidades
terão US$ 150 bilhões.
O programa, portanto, tenta proteger os empregos em pequenas empresas, oferece ren-
da mínima para os mais pobres e a classe média, providencia crédito corporativo, verbas para a
saúde e governos regionais. Parcela significativa dos recursos será concedida a fundo perdido
– em princípio, pouco mais da metade.
Trata-se de alento que, dada a dimensão do PIB americano, tem repercussão mundial.
Como outros líderes populistas, Donald Trump relutou em aceitar a necessidade de providên-
cias drásticas contra a pandemia, mas, ainda que tardiamente, rendeu-se à realidade)
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.03.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão quanto à colocação pronominal.


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a) Se disponibilizará dinheiro para serviços de saúde, ventiladores respiratórios e outros equi-


pamentos hospitalares, remédios e vigilância sanitária.
b) Com o programa que avança no Congresso dos Estados Unidos, pretende-se complementar
a renda de americanos mais pobres, desempregados e sem renda.
c) Ainda não conhece-se o texto final do plano, mas trata-se de gastos ou oferta de gastos
equivalentes a mais de 40% do gasto anual do governo federal dos EUA.
d) É sabido que concederá-se parcela significativa dos recursos a fundo perdido – em princí-
pio, pouco mais da metade.
e) Grandes empresas, como o das companhias aéreas, tendo prejudicado-se com a pandemia,
contarão um fundo de cerca de US$ 500 bilhões.

011. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE FERRAZ DE VASCONCELOS – SP/ASSISTENTE SOCIAL/ÁREA:
ASSISTÊNCIA SOCIAL)
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na
areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retiran-
tes e por ali não existia sinal de comida) A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos
do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhan-
tes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a
ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação che-
gava) Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro
de rês perdida na caatinga) Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas
segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam:
festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspe-
ro, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa
atitude ridícula) Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a
si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo… Ordinariamente a família
falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras
curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
Num cotovelo do caminho, Fabiano avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança
de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha) Calou-se para não
estragar força)
(Graciliano Ramos, Vidas Secas. 1996. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho reescrito do texto está em conformidade com a norma
padrão de colocação pronominal.
a) A fome apertara demais os retirantes e por ali não se via sinal de comida.
b) Agora, Baleia estranhava não ver a gaiola em que mal equilibrava-se a ave.
c) Sinha Vitória tinha justificado-se declarando que o papagaio era mudo e inútil.

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d) E depois daquele desastre, raramente comunicavam-se com palavras curtas.


e) Fabiano sentiu desejo de cantar. Lhe saiu rouca e medonha a voz e, então, se calou.

012. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/FUNDAÇÃO PARAIBANA DE GESTÃO EM SAÚDE PB SAUDE – PB/ANALISTA/
ÁREA: DEPARTAMENTO PESSOAL)
O último censo da educação superior brasileira deixa claro que o sistema de ensino su-
perior está com dificuldades que ___________ se arrastando ao longo dos últimos anos.
Com a crise sanitária da Covid-19, os problemas ficaram mais ___________ e foram
__________ pela aceleração na queda do número de alunos matriculados e pelos altos índices
de evasão, criando uma situação ___________ para grande parcela de instituições, principalmen-
te às de pequeno porte do setor privado. Certamente o momento atual se apresenta como uma
boa oportunidade para o início de grandes projetos de transformação institucional.
(Oscar Hipólito. Redes de colaboração: uma estratégia para o ensino superior. Folha de S.Paulo, Caderno Opi-
nião. 07.04.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, na redação escrita a partir do texto, a colocação do pronome


atende à norma-padrão da língua portuguesa.
a) Se arrastam nos últimos anos as dificuldades enfrentadas pelo sistema de ensino superior.
b) Com a crise sanitária, acentuaram-se as dificuldades enfrentadas pelas universidades.
c) A queda nas matrículas no ensino superior não restringe-se mais a poucas instituições.
d) A situação atual já revela-se uma oportunidade de transformação das instituições.
e) Algumas instituições têm mostrado-se melhor preparadas para lidar com a atual crise.

013. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/CÂMARA DE POTIM – SP/AGENTE LEGISLATIVO)
Atenção ao sábado
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao
vento, e alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana;
sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel,
aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o
quintal vai estar cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra) Foi num
sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca
e pirão; nós já tínhamos tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de
cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana) Se chovia só eu sabia que era sábado;
uma rosa molhada, não? No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com
grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes
do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde) Tem sido sábado, mas já
não me perguntam mais. Então eu não digo nada, aparentemente submissa) Mas já peguei as
minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a rosa da semana)
Não é propriamente rosa que eu quero dizer.
(Clarice Lispector, “Atenção ao sábado”. Os melhores contos [seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)

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Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a norma-padrão de coloca-


ção pronominal.
a) O sábado é a rosa da semana e nada tira-lhe esse seu título.
b) Se abre em rosa a semana, quando se pensa que ela vai morrer.
c) Ninguém mais tem perguntado-me se ainda tem sido sábado.
d) Certamente nos encontraríamos com outras abelhas farejando mel.
e) Ainda que pinte-se de rosa, o domingo não é propriamente rosa.

014. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE OSASCO – SP/TÉCNICO DE ENFERMAGEM INTERVENCIO-
NISTA – SAMU)
Perdendo o sono
Nos últimos anos, caí numa rotina de dormir entre cinco e seis horas por noite) Achava
que estava bem adaptado a esse regime, até ler “Por Que Nós Dormimos”, do neurocientista
Matthew Walker (Universidade da Califórnia, Berkeley). Ele me deu um susto.
A tese principal de Walker é simples. Todos os animais até hoje estudados dormem. Até
mamíferos aquáticos, que não conseguiriam respirar caso parassem de nadar, desenvolveram
um modo de dormir com metade do cérebro de cada vez e assim manter-se em movimento.
Daí dá para concluir que o sono tem um papel evolucionário bastante significativo.
Walker põe-se então a destrinchar as diferentes fases do sono e suas múltiplas funções.
O sono REM (sigla inglesa para “movimento rápido dos olhos”, aquele em que sonhamos) é
importante para trabalharmos nossas emoções negativas, aprimorarmos habilidades sociais
e para a criatividade e solução de problemas. Já o sono NREM (mais profundo, sem sonhos) é
crucial na consolidação das memórias e de habilidades motoras, sem mencionar a regulação
de processos fisiológicos.
Walker é também um militante) Ele está convencido de que a modernidade nos lançou
numa epidemia de falta de sono com consequências tão graves como obesidade ou tabagis-
mo. Munido de um estoque quase inesgotável de estudos, ele liga o sono subótimo* a proble-
mas cardíacos, câncer, diabetes, obesidade, demência e até aos mais inocentes resfriados.
No plano psicológico, relaciona dormir pouco a piora do desempenho cognitivo, irritabilidade,
cansaço e, por decorrência, a boa parte dos acidentes automobilísticos.
Para Walker, as pessoas que acham que podem dormir pouco estão tão enganadas que
nem sequer conseguem perceber os prejuízos que já sofrem com o sono insuficiente) Segundo
o autor, a quase totalidade dos seres humanos precisa dormir oito horas por dia – e, de prefe-
rência, fazer também uma “siesta”.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 10.03.2019. Adaptado)
*subótimo: que não atinge a mais alta qualidade.

Considere as frases.

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Muitas pessoas querem saber mais a respeito das etapas pelas quais passamos enquanto
dormimos, e, em seu livro, o neurocientista __________ de forma detalhada para os leitores.
O hábito de dormir poucas horas é apontado como uma das causas dos acidentes automobi-
lísticos, portanto, os motoristas que __________ deveriam repensar suas atitudes.
Considerando o emprego e a colocação de pronomes estabelecidos pela norma-padrão, as
lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) descreve-lhes; o têm
b) descreve-lhes; lhe têm
c) as descreve; têm-no
d) descreve-as; têm-lhe
e) descreve-as; o têm

015. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE OSASCO – SP/ENFERMEIRO INTERVENCIONISTA/SAMU)
Alexandre Ventura Soares tinha seus vinte e cinco anos, bacharel em ciências físicas e
naturais, era preparador do Museu de História Natural. Tal cargo, obtido em concurso, lhe dera
direito a uma viagem à Europa, nos tempos em que as subvenções para isso largamente se
distribuíam, razão pela qual eram equitativa e sabiamente feitas. De volta, por acaso, viera a
morar defronte de um homem de idade, venerável, que vivia, pelo jardim de sua vasta casa, a
catar pedrinhas no chão. Pôs-se a observar o homem, curioso com os seus trejeitos, a fim de
descobrir o que significavam. Visou a Ásia e encontrou no caminho a América) El Levante por
el Poniente… A filha do ancião, muito naturalmente, pouco afeita a curiosidades sobre o seu
jardim que não tivessem a ela por objeto, supôs que o doutor estivesse apaixonado por ela)
Nenê, era o seu apelido familiar, sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; que pertencia
ao museu; que o tratavam de doutor; logo não se podia tratar senão de um médico.
A nossa mentecapta inteligência nacional, de que não fazem parte só as mulheres, não
admite que tratem de botânica senão os médicos; e de matemática os engenheiros; quando,
em geral, nem uns nem outros se preocupam em tais coisas.
Ela, porém, vivendo em círculo restrito, não tendo estudos especiais, convivências ou-
tras que não essa da sociedade, fossilizadas de cérebro e com receitas de formulário na ca-
beça, não podia ter outra opinião que a geral na nossa terra, de cima a baixo. Aquele moço
era por força doutor em medicina ou, no mínimo, estudante) Quando soube que não, teve uma
ponta de despeito; e custou-lhe a crer que fosse tão formado como outro qualquer doutor. Foi
o próprio pai quem a convenceu.
(Lima Barreto. Contos completos de Lima Barreto. Companhia das Letras, 2010. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado teve sua posição alterada em relação ao
trecho original, mantendo-se a correção da norma-padrão de colocação pronominal da língua
portuguesa:

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a) Tal cargo, obtido em concurso, dera-lhe direito a uma viagem à Europa…


b) … nos tempos em que as subvenções para isso largamente distribuíam-se…
c) Se pôs a observar o homem, curioso com os seus trejeitos…
d) … sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; … que tratavam-no de doutor…
e) Foi o próprio pai quem convenceu-a.

016. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DE SÃO PAULO TJM SP – SP/ANALISTA EM CO-
MUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO (ANALISTA DE REDES))
Será uma boa ideia ter armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos automati-
camente? Um robô capaz de selecionar contratados em uma empresa seria confiável? Como
garantir que a tecnologia faça bem ao ser humano? Essas são algumas perguntas presentes
no debate ético em torno da IA (inteligência artificial). O crescimento da área é acelerado e
muitas vezes incorre em aplicações questionáveis.
Diversos países correm para dominar a tecnologia visando benefícios comerciais e mi-
litares. Para isso, criam políticas nacionais a fim de fomentar a pesquisa e a criação de empre-
sas especializadas na área) EUA, China e União Europeia são destaques nesse mundo.
O caso chinês é o mais emblemático, com startups sendo incentivadas a desenvolver
sistemas sofisticados de reconhecimento facial. O governo usa a tecnologia para rastrear algu-
mas minorias, como os uigures, população majoritariamente muçulmana) Câmeras nas ruas e
aplicativos nos celulares monitoram os passos dos cidadãos. A justificativa chinesa é pautada
na segurança nacional: o objetivo é coibir ataques extremistas. O sistema de vigilância já foi
vendido a governos na África, como o do Zimbábue.
A discussão sobre ética no ocidente tenta impor limites à inteligência artificial para ten-
tar impedir que a coisa fuja do controle) Outras ferramentas poderosas já precisaram do mes-
mo tratamento. A bioética, que ajuda a estabelecer as regras para pesquisas em áreas como a
genética, é frequentemente citada como exemplo a ser seguido. Uma boa forma de lidar com
os riscos de grandes avanços sem impedir o progresso da ciência é por meio de consensos de
especialistas, em congressos. Eles podem suspender alguma atividade no mundo todo por um
período determinado – uma moratória – para retomar a discussão no futuro, com a tecnologia
mais avançada.
Essa ideia de pé no freio aparece na inteligência artificial. Um rascunho de documento
da União Europeia obtido pelo site “Politico”, em janeiro, mostra que o grupo considera banir o
reconhecimento facial em áreas públicas por um período de três a cinco anos. Nesse tempo,
regras mais robustas devem ser criadas.
(Raphael Hernandes. Inteligência artificial enfrenta questões éticas para ter evolução responsável. Disponível
em: https://temas.folha.uol.com.br. Acesso em: 25.02.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a construção entre colchetes substitui a original, de acordo com
a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.

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Elias Santana

a) O governo usa a tecnologia para rastrear algumas minorias [lhes rastrear]


b) … ter armas que definem seus alvos [definem-nos]
c) … armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos [disparam-nos]
d) … criam políticas nacionais [criam-as]
e) … para retomar a discussão no futuro [retomar-lhe]

017. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE MARÍLIA PREFEITURA – SP/TELEFONISTA) Assinale a al-
ternativa em que a colocação dos pronomes está de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.
a) Quando as crianças trazem perguntas difíceis, não sabe-se bem o que dizer a elas.
b) O pai já disse-lhes que certas questões não devem ser trazidas para pessoas estranhas
à família.
c) É importante que se esteja atento ao comportamento das crianças e se procure responder
às curiosidades delas.
d) Muitos pais ficam acanhados diante de determinadas perguntas que uma criança faz e pa-
recem nunca acostumarem-se a elas.
e) Agora sabe-se que a curiosidade infantil não é ruim, e o importante é dar a elas boas respostas

018. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DE NOVA ODESSA CODEN – SP/ASSIS-
TENTE SOCIAL)
Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger
e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa)
Sully virou herói e a lenda estava criada.
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para
contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão
Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava) Mas foi mesmo necessário
pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando exis-
tiam opções mais sensatas?
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationa-
lism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se
a mais influente moda intelectual da Europa) Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na
razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana) Para o racionalista, o co-
nhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida) O conhecimento
é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido
em livros ou doutrinas.

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Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conheci-


mento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresenta-
dos com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana) Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

Atendendo ao emprego e à colocação dos pronomes determinados pela norma-padrão, a ex-


pressão destacada pode ser substituída pela expressão entre parênteses na alternativa:
a) Para algumas pessoas, Sully deveria pousar o avião em LaGuardia ou Teterboro. (deve-
ria pousá-lo)
b) O filme de Eastwood motivou o jornalista a reler um ensaio filosófico que o marcou.
(motivou-lhe)
c) Oakeshott está entre os filósofos que estudaram tendências intelectuais do Renascimento.
(estudaram-nas)
d) O pouso do avião sobre o rio Hudson salvou 155 passageiros. (salvou-lhes)
e) Para os investigadores, o gesto do piloto provavelmente configurava imprudência crimino-
sa) (configurava-a)

019. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/PREFEITURA DE SUZANO – SP/ASSISTENTE SOCIAL)
Paisagem com figuras
Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorenti-
na, no Leme, com seus colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos
como ele) Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que
estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando.

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“Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê,


muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso
por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta
estava por fora do que acontecia por aqui.
E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João
Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os
cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em
Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os
piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer bara-
ta) Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.
Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao pas-
sar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente) Então, abriu os braços e exclamou:
“Cabral!!!”.
O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levan-
tou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral
de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no
Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se
reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil.
(Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018)

O pronome que, no contexto, contribui para apresentar o agente da ação verbal como indefini-
do está destacado em:
a) … ouviu-se um rumor na varanda… (1º parágrafo)
b) … famoso por não se interessar por música… (2º parágrafo)
c) Levantou-se no ato… (4º parágrafo)
d) … não se viam havia mais de 30 anos… (5º parágrafo)
e) … tinham acabado de se reencontrar… (5º parágrafo)

020. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/PREFEITURA DE SOROCABA – SP/FISCAL)
Mais um desastre
Ainda demorará um tanto até que o impacto humano e ambiental do rompimento da bar-
ragem em Brumadinho (MG) possa ser propriamente avaliado. Algumas lições preliminares,
entretanto, já podem ser extraídas desse lamentável desastre.
A primeira deriva do fato acabrunhante de que não se trata de tragédia inédita no gêne-
ro. Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível devastação
desencadeadas pelo colapso de uma barragem da Samarco, que varreu do mapa a localidade
de Bento Rodrigues (MG).

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Pouco ou quase nada se fez desde então. A não ser, por óbvio, as suspeitas medidas
usuais: instalaram-se comissões para tratar do assunto. Resultado? Nenhum.
Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao menos 45 barragens estão vulneráveis
no país. Rachaduras, infiltrações e ausência de documentos que comprovem a segurança são
algumas das irregularidades identificadas.
Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional. Autoridades estaduais e federais
não atuaram como deveriam, e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência – a mi-
neradora foi corresponsável pela tragédia da Samarco.
Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a Vale – a conferir se a penali-
dade será paga –, enquanto a Justiça determinou o bloqueio de bilhões de reais para garantir
reparação de danos. Ao mesmo tempo, Polícia Federal e Ministério Público mostram-se empe-
nhados em investigar as causas e identificar os culpados.
Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. Elas precisam
ser efetivas e exemplares, pois só assim ajudarão a impedir um terceiro desastre.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 28.01.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o vocábulo “se” tem o mesmo emprego que no trecho: “Pouco ou
quase nada se fez desde então.” (3º parágrafo).
a) … não se trata de tragédia inédita no gênero.
b) Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes…
c) Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional.
d) … e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência…
e) … o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga…

021. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TJ SP – SP/CONTADOR JUDICIÁRIO)
Transpostas para a voz passiva, as passagens “O próximo governo não encontrará um ambien-
te econômico internacional sereno.” (1º parágrafo) e “Se até o início deste ano EUA, Europa e
China davam sinais de vigor…” (4º parágrafo) assumem a seguinte redação:
a) Um ambiente econômico internacional sereno não poderá ser encontrado pelo próximo go-
verno. / Se sinais de vigor deram EUA, Europa e China até o início deste ano…
b) O próximo governo não terá encontrado um ambiente econômico internacional sereno. / Se
foram dados sinais de vigor por EUA, Europa e China até o início deste ano…
c) Um ambiente econômico internacional sereno não terá sido encontrado pelo próximo gover-
no. / Se se deram sinais de vigor, até o início deste ano, por EUA, Europa e China…
d) Não será encontrado um ambiente econômico internacional sereno pelo próximo governo. /
Se sinais de vigor eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano…
e) Não se encontrará um ambiente econômico internacional sereno no próximo governo. / Se
EUA, Europa e China tinham dado sinais de vigor até o início deste ano…

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022. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TJ SP – SP/ENFERMEIRO JUDICIÁ-
RIO) Observe as passagens do texto:
Um estudo realizado por pesquisadores do Porto concluiu que a intervenção de enfermeiros
especialistas em saúde mental… (1º parágrafo)
Os resultados indicam um “efeito positivo da intervenção psicoterapêutica da enfermagem”,
realizada por um enfermeiro especialista em saúde mental, registrando- -se uma clara diminui-
ção dos níveis de ansiedade… (3º parágrafo)
Transpondo-se as orações destacadas para a voz ativa, obtêm-se, correta e respectivamente,
as seguintes reescritas:
a) Pesquisadores do Porto realizaram um estudo que… /… e registram uma clara diminuição
dos níveis de ansiedade…
b) Pesquisadores do Porto tinham realizado um estudo que… /… e tem sido registrado uma
clara diminuição dos níveis de ansiedade…
c) Um estudo, que foi realizado por pesquisadores do Porto que… /… e registra uma clara dimi-
nuição dos níveis de ansiedade…
d) Pelos pesquisadores do Porto realizaram um estudo que… /… e tem sido registrada uma
clara diminuição dos níveis de ansiedade…
e) Realizou-se por pesquisadores do Porto um estudo que… /… e registram-se uma clara dimi-
nuição dos níveis de ansiedade…

023. (PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE SÃO ROQUE (SP)


VUNESP/2020)
Como controlar as brigas de casal?
Todo casal briga) Às vezes, por uma questão de momento, um dos dois está estressado
e acaba descontando no parceiro. Ou então, os dois estão nervosos e a situação piora ainda
mais. Só que, quando essas brigas acontecem a todo momento e são graves a ponto de atra-
palhar a vida de casal, é sinal de que algo não vai bem no relacionamento.
Existem vários tipos de casais. Aqueles que brigam a cada cinco minutos, mas são
pequenas discussões leves e tudo volta ao normal rapidamente) E há aqueles que, quando bri-
gam, é por algo mais sério, gerando uma grande batalha entre argumentos e pontos de vista)
O que não é saudável para um relacionamento é quando as brigas se tornam momentos de
agressão e xingamentos, quando as opiniões se tornam uma chuva de desaforos. Isso mostra
que o respeito e a tolerância já não fazem mais parte do relacionamento.
Brigar com frequência também acaba gerando um desgaste na relação. Justamente por
isso, é bom evitar essa situação se realmente não for um motivo válido. E, mesmo que seja, é
preciso aprender a ter uma discussão respeitosa e que renda bons frutos.
(Disponível em: http://www.psicologosberrini.com.br. Acesso em: 06.10.2019. Adaptado)

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No trecho –… é bom evitar essa situação se realmente não for um motivo válido. – a palavra
destacada estabelece sentido de
a) condição.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) tempo.

024. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE ILHABELA – SP/ANALISTA/ÁREA ECONOMIA)
Beijos proibidos
Manier Sael, um imigrante haitiano em São Paulo, por meio de tocante entrevista ao
jornal, contou que, ao chegar ao Brasil, e ao começar a namorar a brasileira que se tornaria sua
mulher e mãe de sua filha, disse-lhe que tinha um desejo: beijá-la em público, na rua) “No Haiti,
isso não existe”, ele explicou. “É uma coisa que eu nunca tinha visto na vida real, só na televi-
são. Ela falou que tudo bem. Como eu me senti nessa hora [ao beijá-la]? Me senti brasileiro”.
É interessante como, às vezes, precisamos de que alguém de fora venha nos revelar
quem somos ou como somos. Haverá coisa mais corriqueira no Brasil do que beijar em públi-
co? Pelo menos, é o que pensamos e – considerando quantas vezes fizemos isso sem o me-
nor problema – será preciso um exercício intelectual para nos lembrar de que pode ter havido
exceções à regra.
Duas cidades do interior de São Paulo já tiveram juízes que proibiram beijos em praça
pública) E isso não foi no século 19, mas nos anos loucos de 1980 e 1981. Até a proibição ser
revogada por ridícula, vários casais foram parar na cadeia.
Um dos restaurantes mais antigos do Rio, a Adega Flor de Coimbra, até hoje ostenta na
parede um quadro dos velhos tempos: “Proibido beijos ousados”. O quadro continua lá pelo fol-
clore, claro – mesmo porque, tendo pedido sua farta e deliciosa feijoada à Souza Pinto, quem
pensará em dar beijos, mesmo ousados?
E uma querida senhora que conheci, ao ver um casal se beijando na novela da TV, deu
um profundo suspiro e, do alto de seus 90 anos, exclamou, talvez sem se dar conta de que
todos na sala podiam escutá-la: “Eu nunca fui beijada!”. Ali, naquele momento, todos nos cons-
cientizamos da nossa tremenda fragilidade)
(www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/10/beijos-proibidos.shtml Publicado em 28.10.2019. Adap-
tado)

Atendendo à norma-padrão de emprego e de colocação dos pronomes, assinale a alternativa


em que a expressão destacada na frase pode ser substituída pela expressão entre parênteses.
a) Para o repórter, Manier Sael concedeu ao repórter uma entrevista tocante) (o concedeu)
b) Para a futura esposa, ele timidamente confessou à futura esposa o desejo de dar um beijo
em público. (confessou-lhe)

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c) Cenas de beijos, somente pela televisão é que Manier havia visto cenas de beijos. (ha-
via visto-as)
d) Exceções à regra, precisamos de um exercício intelectual para recordar exceções à regra)
(recordar-lhes)
e) Quanto ao pedido de Manier, a namorada, que nada viu de constrangedor na situação, acei-
tou o pedido de Manier. (aceitou-o)

025. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES/EBSERH EBSERH – BR/
ASSISTENTE SOCIAL)
Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados. Naquela faixa-zumbi
que vai em slow motion, desde sair da cama, abrir janelas, avaliar o tempo e calçar chinelos até
o primeiro jato da torneira – feito fios fora de lugar, emaranham-se, encrespam-se, tomam di-
reções inesperadas. Com água, pão, pente, você disciplina cabelos. E pensamentos? Que nem
são exatamente pensamentos, mas memórias, farrapos de sonho, um rosto, premonições, fan-
tasias, um nome) E às vezes também não há água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de
domá-los. Acumulando-se cotidianas, as brutalidades nossas de cada dia fazem pouco a pou-
co alguns recuar – acuados, rejeitados – para as remotas regiões de onde chegaram. Outros,
como cabelos rebeldes, renegam-se a voltar ao lugar que (com que direito) determinamos para
eles. Feito certas crianças, não se deixam engambelar assim por doce ou figurinha.
Pensamentos matinais, desgrenhados, são frágeis como cabelos finos demais que co-
meçam a cair. Você passa a mão, e ele já não está ali – o fio. No travesseiro sempre restam
alguns, melhor não olhar para trás: vira-se estátua de cinza) Compacta, mas cinza) Basta um
sopro. Pensamentos matinais, cuidado, são alterados feito um organismo mudando de fuso
horário. Não deveria estar ali naquela hora, mas está. Não deveria sentir fome às três da tarde,
mas sente) Não deveria sentir sono ao meio-dia, mas. Pensamentos matinais são um abrupto
mas com ponto-final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há o risco de não continuar de-
pois do que deveria ser curva amena, mas tornou-se abismo.
(Caio Fernando Abreu, “Lição para pentear cabelos matinais”. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado) 32.
[Q1694449]

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de colocação pronominal.


a) Às vezes não há como domar os pensamentos, mas as brutalidades fazem-nos recuar.
b) E às vezes também não tem-se água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de domá-los.
c) Os pensamentos, tendo emaranhado-se e encrespado-se, tomam direções inesperadas. D)
Se renegam alguns pensamentos a voltar ao lugar que determinamos para eles.
e) Como disciplinam-se pensamentos, sem água, mão, pente, gel ou xampu capazes
de domá-los?

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026. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/CÂMARA DE MOGI MIRIM CÂMARA DE MOGI MIRIM – SP/JORNALISTA)
Estônia tem governo quase 100% digital
A menor das três repúblicas bálticas, a Estônia é hoje considerada um dos grandes
laboratórios do mundo em matéria de digitalização e transparência de dados. Lá, apenas três
serviços ligados ao governo ainda demandam a presença física de seus cidadãos. Casamen-
tos, divórcios e transferências de titularidade de um imóvel ainda requerem uma testemunha
juramentada) Todo o resto pode ser feito pela internet, incluindo criar uma conta em banco,
abrir uma empresa ou até mesmo escolher representantes políticos.
Dos 1,3 milhão de estonianos, 99% possuem uma espécie de RG digital, um documento
com um chip que lhes garante acesso a mais 500 serviços do governo, incluindo acesso ao
sistema de saúde e ao transporte público.
Primeiro a vantagem. O sistema, de fato, torna todos os processos públicos muito mais
rápidos. Na Estônia, é possível abrir uma empresa em impressionantes 15 minutos. Uma conta
em banco leva um pouco mais de tempo: 24 horas. Sem contar o acesso ao amplo sistema de
benefícios estatais. A saúde é pública, o transporte é grátis e, com o documento digital, o go-
verno subsidia até a compra de medicamentos na farmácia – o benefício pode chegar a 50%.
Agora, a desvantagem. Todas as vezes que um estoniano saca seu RG digital para um
serviço, ele registra a movimentação na rede estatal, que passa a ter a posse da informação.
Além disso, em tese, qualquer cidadão pode consultar os dados de outro estoniano, mediante
solicitação prévia e intermediação do governo.
O Estado* acompanhou a consulta no perfil do primeiro ministro da Estônia, Jüri Ratas.
Viu seus três imóveis, onde estão e quanto custam. “Está tudo aqui, é só consultar”, afirma a
funcionária do governo digital da Estônia, Harle Pihlak. Assunto polêmico? Não para os locais.
Segundo o cientista de computação Edilson Osorio, que mora há dois anos naquele país, os es-
tonianos não se preocupam com a privacidade, mas “os estrangeiros ficam ressabiados com
tanta exposição”.
(Renato Jakitas. O Estado de S. Paulo, 01.03.2020. Adaptado) * Jornal o Estado de S.Paulo

Considere a frase elaborada a partir das ideias do texto.


Entre as diversas facilidades com que os estonianos podem contar, o país oferece aos esto-
nianos transporte gratuito. Quanto a tratamento médico, o governo tem incluído tratamen-
to médico entre os benefícios disponíveis para a população e, tratando-se de quase 50% de
economia, geralmente garante a economia de quase 50% para quem precisa de remédios. De
acordo com as regras de emprego e de colocação dos pronomes estabelecidos pela norma
padrão, as expressões destacadas na frase podem ser substituídas por
a) oferece-lhes… tem incluído-o… a garante
b) oferece-lhes… o tem incluído… a garante
c) oferece-lhes… o tem incluído… lhes garante
d) os oferece… tem incluído-o… lhes garante
e) os oferece… o tem incluído… garante-lhes

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027. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE MORRO AGUDO – SP/AGENTE DE LICITAÇÕES E CONTRATOS)
Rotulo, logo existo
Nosso cérebro é uma complexa estrutura forjada por milhões de anos de evolução. Por
outro lado, é também primitivo e foi lapidado para seres trogloditas que viveram há milhares
de anos. É curioso pensar que o mais refinado, erudito e urbano dos moradores deste planeta
tenha o mesmo hardware que um caçador coletor que passou a vida errando em uma pequena
área de algum lugar em busca de comer, aquecer-se e garantir a reprodução.
Desenvolvida para uma chave amigo-inimigo, nossa mente tende a rotular tudo o que
vê, julgando a novidade de acordo com seu conhecimento prévio. Isso garantiu nossa vida por
muitas gerações: se eu comer algo que me faz mal, toda vez que olhar para algo semelhante,
sentirei repulsa) Nosso cérebro rotula de acordo com a percepção de nossos sentidos. Isso
pode ser bom para evitar perigos, porém cria problemas para nossa atualidade.
Encerrar em caixas herméticas dá segurança) Começamos com a minha tribo e a do ou-
tro. Se é da minha, diminuem as chances de ataque) Classificar é a primeira forma de dominar
e de se defender. O vício entrou em nós. Da tribo, passamos a gostos musicais e sexuais ou
escolas artísticas. Classificar não é ruim ou errado. Supor que algo esteja controlado mental-
mente por estar etiquetado é, no fundo, estupidez.
Tudo pede que você classifique continuamente) Resistir à tentação é um desafio. Pen-
sar em aprofundar, dar uma segunda olhada, fugir do rótulo: parecem ser atitudes que exigem
o desafio da vontade férrea) Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção sem
julgar e engavetar de imediato é um ato de resistência) Abrir espaço para complexidades é boa
meta) O resto? O remarema de frases superficiais, senso comum e a celebração da boçalida-
de) Talvez, um dia, descubram que se trata de uma bactéria específica transmitida pela digita-
ção. O remédio continua sendo ler com atenção, duvidar como método, analisar possibilidades
fora do que está posto e nunca ser o representante da verdade na Terra) Ah, e ajuda abandonar
redes sociais por pelo menos uma hora por dia) É preciso ter esperança)
(Leandro Karnal. Acesso em 09.11.2019. Adaptado) 34. [Q1597037]

Assinale a alternativa em que a expressão entre colchetes substitui a destacada, de acordo


com a norma-padrão de emprego e colocação de pronome.
a) … parecem ser atitudes que exigem o desafio da vontade férrea [exigem-no]
b) Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção [invadam-na]
c) … um caçador coletor que passou a vida errando em uma pequena área [passou ela]
d) … analisar possibilidades fora do que está posto [analisar-lhes]
e) Resistir à tentação é um desafio. [Resisti-la]

028. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/FUNDAÇÃO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE OSASCO FITO – SP/TÉCNICO EM GES-
TÃO/ÁREA: RECURSOS HUMANOS)
No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a via-
gem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão.

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Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake ori-


ginal”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.
Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados
Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promes-
sa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.
O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especia-
lidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses
que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama- se tomate.
Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos
o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante
escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que
está diante de um alimento completamente diferente.
Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de
água nele contida) Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior pre-
sença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade) Os agriculto-
res, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos
pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas
características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos
da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.
Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar
água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever
de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir
às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os
pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é
curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta)
(Antonio Prata) Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)

Encontra-se em conformidade com a norma-padrão da língua quanto à colocação dos prono-


mes a seguinte frase:
a) … uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não encontramos-a por aqui.
b) … o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente mescla-se ao sal em
sua língua.
c) … manipulando suas características até que transformaram- nos nesse tímido vegetal… d)
Me dou conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país…
e) A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para a deixar mais doce…

029. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE CANANEIA – SP/AUXILIAR FEMININO DA CASA DA CRIAN-
ÇA E DO ADOLESCENTE) Assinale a alternativa em que a colocação e o emprego dos prono-
mes estão de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

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a) Nos comunicaram que não há intenção de colocar-lhes numa casa de repouso.


b) Já sabe-se que lhe convidaram para a festa de 77 anos do avô dele, no próximo sábado. C)
Nunca lhe telefonaram para oferecer uma ajuda para os remédios do pai e da sogra.
d) Aqui trata-se bem o idoso, principalmente na hora de oferecê-los os alimentos e a medicação.
e) Não deve-se discriminar os idosos, mas sim aceitar-lhes como nossos grandes educadores.

030. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE CANANEIA – SP/AGENTE DE CONTROLE DE VETORES) Assi-
nale a alternativa que apresenta o emprego do pronome e a colocação pronominal corretos de
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Os membros de uma família bem estruturada nunca se preocupam com as possíveis alte-
rações sociais.
b) É possível dizer que nos dias de hoje a família passa por forte reestruturação, mesmo assim
precisamos preservar-lhe.
c) Se fala pouco sobre a adoção de crianças, porque as famílias ainda preferem insistir em ter
filhos biológicos.
d) Quando sabe-se que pais e filhos são felizes, todos felicitam-los.
e) A inclusão da mulher no mercado de trabalho causou-a transtornos, pois ela não dedica-se
mais exclusivamente aos afazeres domésticos.

031. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/AGENTE ADMINIS-


TRATIVO) Há normas que orientam para o correto uso dos pronomes pessoais em frases e
textos. Eles podem ser usados antes, no meio ou após o verbo da oração. A este respeito, as-
sinale a alternativa correta.
a) Segue-se a norma da Ênclise quando a oração estiver na negativa) Exemplo: “Não se inco-
mode demais”.
b) Segue-se a norma da Próclise quando a oração for iniciada por verbo. Exemplo: “Cortou-se
sem querer”.
c) Segue-se a norma da Próclise quando o verbo estiver no gerúndio. Exemplo: “Correu ao seu
encontro, abraçando-o fortemente”.
d) Segue-se a norma da Mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente e não houver
palavras que exijam o uso da Próclise) Exemplo: “Encontrar-te-ei mais tarde”.

032. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/ADMINISTRADOR)


Em relação às regras de colocação pronominal, segundo a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa correta.
a) Elas tinham avisado-me sobre as faltas excessivas.
b) Se apresentaram muito bem no recital as suas filhas.
c) Hoje nos preocupamos muito mais com as expressões que usamos.
d) Os alunos que mantiveram-se em silêncio durante a aula aprenderam.

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033. (2021/IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISA-GESTÃO) Para responder à questão, leia


o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.
Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma
intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com
as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa
e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e
a família, de bom grado, recebia) Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como
ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele
tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos
extras que isso acarretaria) Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem
viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concre-
tizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia) Contudo, Gregor
pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal.
Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele es-
cutava as conversas, colado à porta) De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se,
apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que
qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando
alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta) Passado algum
tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si.
Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja por-
que há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –,
e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam
sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últi-
mos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor
entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a
pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o pro-
cedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro
poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele
constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.
(KAFKA, Franz. A Metamorfose) Trad) Lourival Holt Albuquerque) São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)

Na frase “Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemen-
te na noite de Natal” (1º§), ocorrem dois pronomes. Sobre eles, é correto afirmar que:
a) possuem a mesma classificação morfológica.
b) o primeiro antecipa uma ideia inédita e o segundo a resgata.
c) ambos faz em referência a algo já dito no texto.
d) fazem referência à segunda pessoa do discurso.
e) o segundo está em posição proclítica em relação ao verbo.

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034. (2020/IBFC/TRE-PA/OPERAÇÃO DE COMPUTADORES) A respeito das normas de Colo-


cação Pronominal, assinale a alternativa incorreta.
a) A mesóclise é o uso do pronome no interior do verbo em frases no presente do indicativo
b) A próclise é o uso do pronome antes do verbo, quando houver conjunções subordinativas.
c) A ênclise é o uso do pronome depois do verbo em frases iniciadas por verbo.
d) A próclise é o uso do pronome antes do verbo em frases que possuam advérbios ou outras
palavras atrativas.

035. (2020/IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Leia atentamente o


texto abaixo para responder à questão.
Sem direito e Poesia
Eis me aqui, iniludível. Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os
com as palavras que lhes atribuem significado. Às vezes dá vontade ser assim, hermético.
Talvez, porque eu sinta que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe har-
monicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fazer entender. É que, talvez, a
vida seja mesmo um mal entendido.
Portanto, despiciendo as opiniões e me faço prolixo. Suasório para o intento de escrever
em uma língua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto
cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento. Dizem-me que as palavras
devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do
mundo nada entendo, por que razão deveria me fazer entender?
Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio
desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um
desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá
estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o recreio em espírito. Na reali-
dade) Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla) Teto alto. Prateleiras rústicas com
farta literatura e filosofia) Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo.
Uma poltrona aveludada) Frio. Lareira acesa) Vinho tinto seco, Malbec.
O amor? O entregar-se? Não!
Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega) Apenas eu. Apenas eu e o tempo.
Cerrado na sala cerrada) Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imarcescível seria
tal momento. Mas a vida) A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a criatura
humana é botão de rosa, matéria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo… Soerguendo-
-me… Sobrevivo…
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018 – JUS Brasil)

Observe a construção verbal do enunciado a seguir: “Tratar-se-ia apenas de amor próprio.´


Quanto à norma de colocação pronominal utilizada, assinale a alternativa correta.
a) Mesóclise – uso do pronome no interior do verbo no futuro do pretérito.

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b) Mesóclise – uso do pronome no interior do verbo no futuro mais-que-perfeito.


c) Próclise – uso do pronome no interior do verbo no futuro do presente.
d) Mesóclise – uso do pronome no interior do verbo no pretérito imperfeito.

036. (2019/IBFC/CBM-BA) Leia o texto abaixo para responder a seguinte questão.


Inspeções de segurança geram benefícios para empresas e trabalhadores
Por Paulo Ribeiro Neres

Uma das atividades mais comuns entre os profissionais de saúde e segurança do traba-
lho são as inspeções de segurança) Estas podem ser específicas, como por exemplo, em equi-
pamentos de combate a incêndio ou gerais como: ordem, arrumação e limpeza) Normalmente,
alguns de seus objetivos são: reconhecer e antecipar as condições ou procedimentos que se
encontram abaixo dos padrões de segurança estabelecidos, ou ainda detectar situações peri-
gosas que possam acarretar perdas materiais ou pessoais no ambiente ocupacional.
Seja qual for o propósito ou tipo das inspeções, de rotina ou periódica, é de extrema
relevância que o próprio trabalhador, “aquele que põe a mão na massa”, participe dessas ativi-
dades e que sua opinião seja considerada e avaliada no momento da conclusão. Desta forma,
espera-se aumentar o interesse e motivação dos trabalhadores com as questões de saúde e
segurança no ambiente de trabalho e, paralelo a isso, desenvolver uma cultura que promova a
ideia de que a prevenção de perdas seja de interesse de todos e não apenas uma responsabi-
lidade do Departamento de Segurança, como é comum em diversas organizações. […]
O melhor e mais vantajoso de tudo isso é que podemos usar o conhecimento e experi-
ência prática de quem realmente sabe onde estão as condições perigosas e desvios que mais
ocorrem naquele ambiente de trabalho. Geralmente, as inspeções de segurança são realizadas
sem a participação dos trabalhadores do chão de fábrica) Precisamos quebrar esse paradig-
ma) […] Não será demérito para os profissionais do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) adicionar os trabalhadores nas suas inspeções
de segurança) Para isso, será necessário capacitá-los, treiná- los e orientá-los para que sejam
capazes de auxiliar na identificação e avaliação dos perigos. […]
Se realizarmos inspeções com o auxílio dos próprios trabalhadores, é bem provável que
as medidas de controle, que serão sugeridas para mitigar os riscos detectados, sejam mais co-
erentes e próximas da realidade do dia a dia) Assim, o bom resultado prático virá pela união do
conhecimento técnico do profissional da segurança com a opinião e visão de quem realmente
fica exposto, que são os trabalhadores.
(http://revistacipa.com.br/inspecoes-de-seguranca-geram-beneficios- para-empresas-e-trabalhadores/ acesso
em 14/11/2019. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à regra utilizada para a colocação pronominal destacada
no enunciado a seguir: “Para isso, será necessário capacitá-los, treiná-los e orientá-los”.
a) Ênclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.

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b) Mesóclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.


c) Próclise – uso do pronome oblíquo após o verbo em frases afirmativas.
d) Próclise – uso do pronome oblíquo após o verbo em frases no futuro do presente.
e) Mesóclise- uso do pronome oblíquo após uma sílaba tônica.

037. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/TÉCNICO EM SANE-


AMENTO) Observe o enunciado abaixo.
Vou-me embora pra Pasárgada,
lá sou amigo do Rei”.
(M.Bandeira)

Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale a alternativa correta.


a) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou pretérito afirmativo, o pronome
oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
b) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou pretérito afirmativo, o pronome
oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
c) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou pretérito afirmativo, o pronome
oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
d) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo afirmativo, o pronome oblíquo
deve ser usado posposto ao verbo.

038. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/


ANALISTA DE SISTEMAS)
Texto 1
“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.”
Carlos Drummond de Andrade

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Texto 2

Observe: “Nunca me esquecerei desse acontecimento”. Assinale a alternativa que apresenta a


correta regra de colocação pronominal utilizada no enunciado.
a) Próclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com sentido negativo.
b) Ênclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com sentido negativo.
c) Mesóclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com sentido negativo.
d) Ênclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com advérbios de negação.

039. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/PROFISSIONAL NÍVEL MÉDIO/OFICIAL


ADMINISTRATIVO) Leia o texto para responder à questão.
Coisas Antigas
[…] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um
canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor con-
tra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber
qual a origem desse carinho.
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o
guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quaren-
tão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva) De
máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso muda-
ram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram. […]
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores
desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda) Ele permaneceu auste-
ro, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão
ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. […]”
Rubem Braga

Leia o trecho: “pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo”. Assinale a alter-


nativa que apresenta a regra correta que justifica o uso da expressão pronominal em destaque.
a) Próclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no pretérito imperfeito.
b) Ênclise – uso do pronome após o verbo no infinitivo impessoal regido por preposição.

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c) Mesóclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no presente do


indicativo.
d) Próclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no pretérito perfeito.

040. (2019/IBFC/MGS/ADVOGADO)
João Cruz e Sousa (1861 – 1898), lançador do Simbolismo no Brasil, é situado, por
alguns estudiosos, junto de Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do
mundo, formando a “grande tríade harmoniosa”.
Além de ter uma boa apresentação física, era um homem extremamente culto e elogia-
do por seus mestres. Mas nada disso, para as pessoas da época, superava o fato de ser negro,
o que lhe causou sérios problemas.
Em vida, sofreu muito e não conheceu o sucesso. Mudou-se de Santa Catarina (seu es-
tado natal) para o Rio de Janeiro e, com muito empenho, chegou a ser arquivista da Central do
Brasil, cargo que lhe garantia subsistência e não valorizava sequer um décimo de sua capaci-
dade intelectual. Terminou atacado pela “doença dos poetas”, a tuberculose, que matou, junto
com ele, toda sua família.
É nesse ambiente de dor que nasce sua incrível obra, onde transparecem a melancolia e
a revolta, porém com versos magicamente ricos e sonoros. Arte é a palavra-chave) Arte liber-
tária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe e a musicalidade)
Cruz e Sousa é, sem dúvida, um dos maiores expoentes da poesia brasileira) Entre suas obras
estão Missal, Broquéis, Os Faróis e Últimos Sonetos, todos livros de poesia.
(brasilescola.uol.com.br/biografa/joao-cruz-sousa)

A expressão sublinhada do texto apresenta um pronome enclítico. De acordo com a norma


gramatical de seu uso, a ênclise ocorre:
a) nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), isto porque na
linguagem padrão da língua não é apropriado iniciar frase com pronome oblíquo.
b) nas orações iniciadas por verbos acompanhados de pronome refexivo seguido de preposição.
c) somente em frases afirmativas no pretérito perfeito.
d) quando há a partícula apassivadora “se” porque na linguagem culta essa formação é grama-
ticalmente correta.

041. (2017/IBFC/SEDUC-MT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO EDUCACIONAL)


Quando era novo, em Pringles, havia donos de automóveis que se gabavam, sem mentir,
de tê-los desmontado “até o último parafuso” e depois montá-los novamente) Era uma proeza
bem comum, e tal como eram os carros, então, bastante necessária para manter uma relação
boa e confiável com o veículo. Numa viagem longa era preciso levantar o capô várias vezes,
sempre que o carro falhava, para ver o que estava errado. Antes, na era heroica do automobilis-
mo, ao lado do piloto ia mecânico, depois rebaixado a copiloto. […]

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Na realidade, os bricoleurs* de vila ou de bairro não se limitavam aos carros, trabalha-


vam com qualquer tipo de máquinas: relógios, rádios, bombas d´água, cofres. […] Desnecessá-
rio dizer, assim, que desde que os carros vêm com circuitos eletrônicos, o famoso “até o último
parafuso” perdeu vigência.
Houve um momento, neste último meio século, em que a humanidade deixou de saber
como funcionavam as máquinas que utiliza) De forma parcial e fragmentária, sabem apenas
alguns engenheiros dos laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento de algumas grandes em-
presas, mas o cidadão comum, por mais hábil e entendido que seja, perdeu a pista há muito.
Hoje em dia usamos os artefatos tal como as damas de antigamente usavam os automóveis:
como “caixas-pretas”, com um Input (apertar um botão) e um Output (desliga-se o motor), na
mais completa ignorância do que acontece entre esses dois polos.
O exemplo do carro não é por acaso, acredito ter sido a máquina de maior complexida-
de até onde chegou o saber do cidadão comum. Até a década de 1950, antes do grande salto,
quando ainda se desmontavam carros e geladeiras no pátio, circulava uma profusa bibliografia
com tentativas patéticas de seguir o rastro do progresso. […]
Hoje vivemos num mundo de caixas-pretas. Ninguém se assusta por não saber o que
acontece dentro do mais simples dos aparelhos de que nos servimos para viver. […]
O que aconteceu com as máquinas é apenas um indício concreto do que aconteceu
com tudo. A sociedade inteira virou uma caixa-preta) A complicação da economia, os desloca-
mentos populacionais, os fluxos de informação traçando caprichosas espirais num mundo de
estatísticas contraditórias, acabaram por produzir uma cegueira resignada cuja única moral é
a de que ninguém sabe “o que pode acontecer”; ninguém acerta os prognósticos, ou acerta só
por casualidade) Antes isso acontecia apenas com o clima, mas à imprevisibilidade do clima
o homem respondeu com civilização. Agora a própria civilização, dando toda a volta, se tornou
imprevisível.
(César Aira) In: Marco M. Chaga, org. Pequeno manual de procedimentos. Tradução: Eduardo Marquardt. Cuuri-
tiba: Arte & Letra, 2007, p.49-51)

* bricoleur: aquele que faz qualquer espécie de trabalho


Dentre as ocorrências do emprego do pronome oblíquo átono abaixo, destacadas do texto,
assinale a alternativa incorreta de colocação considerando a Norma Culta.
a) “havia donos de automóveis que se gabavam” (1º§).
b) “até o último parafuso’ e depois montá-los” (1º§).
c) “os bricoleurs* de vila ou de bairro não se limitavam” (2º§).
d) “Ninguém se assusta por não saber o que acontece” (5º§).
e) “dando toda a volta, se tornou imprevisível.” (6º§).

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042. (2017/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA/ASSISTENTE TÉCNICO


LEGISLATIVO)

A oração “Vou me aposentar amanhã” tem seu sentido preservado sem transgressão à norma
padrão no que diz respeito à colocação pronominal com a seguinte reescritura:
a) Vou me aposentando amanhã.
b) Me aposentaria amanhã.
c) Me aposentava amanhã.
d) Aposentar-me-ei amanhã.

043. (2016/IBFC/EBSERH/ASSISTENTE SOCIAL)


A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma –
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:
medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não
ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma) Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o
sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), […] a alegria, de tanta
tensão, nos escapa) […]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? […] Treze anos e ainda não ficou?
[…] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres
reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza) Ter opiniões próprias,

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amadurecer ajuda) Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas no fundo
desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda) Descobrir o que que-
remos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o Himalaia
social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente e ter pro-
jetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna) Sem cumprir tantas
obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura,
desorientada, em crise) Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos de fora, mas
de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão pouco
tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver conosco, más-
caras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o que a gente
gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya) Veja, 25/03/09, adaptado)

Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2º§), ao observar a posição do pronome oblíquo em


destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo “tanto”.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio “nunca”.

044. (2016/IBFC/EBSERH/ADVOGADO/HU-FURG) Observando o padrão culto da língua, as-


sinale a alternativa cujo fragmento transcrito do texto represente um emprego INCORRETO de
colocação pronominal:
a) “Me conquistou.” (1º§)
b) “E já estão me confundindo com Artur da Távola?” (2 °§)
c) “Disse que me lia sempre (…) (3º§)
d) “(…)sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo… só não me lembro (…)” (4 °§)
e) “(…)nunca escrevi às sextas, mas ela me interrompeu (…)” (4 °§)

045. (2016/IBFC/COMLURB/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO) Das opções abai-


xo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome.
a) Esqueci de te contar que vi ele na rua.
b) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se.
c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais.
d) Precisa-se de bons funcionários.

046. (2021/IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/GESTÃO) Para responder à questão,


considere o texto abaixo.
A roda dos não ausentes
O nada e o não,

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ausência alguma,
borda em mim o empecilho.
Há tempos treino
o equilíbrio sobre
esse alquebrado corpo,
e, se inteira fui,
cada pedaço que guardo de mim
tem na memória o anelar
de outros pedaços.
E da história que me resta
estilhaçados sons esculpem
partes de uma música inteira.
Traço então a nossa roda gira-gira
em que os de ontem, os de hoje,
e os de amanhã se reconhecem
nos pedaços uns dos outros.
Inteiros.
(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)

Considere o verso “e os de amanhã se reconhecem” (v.16) e o contexto em que está inserido.


A construção em destaque ilustra:
a) um verbo pronominal.
b) a noção de reciprocidade.
c) a voz passiva sintética.
d) a indeterminação do sujeito.
e) uma construção passiva analítica.

047. (2014/IBFC/PC-RJ/PAPILOSCOPISTA POLICIAL DE 3ª CLASSE)


Corrida contra o ebola
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África Ocidental despertou a atenção da
comunidade internacional, mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para refrear
o avanço da doença tenham sido eficazes.
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da enfermida-
de) A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA,
Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições sa-
nitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente expressivo de pro-
fissionais para atuar nessas localidades afetadas.

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Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financeiros. Só
20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos países-membros – o
restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para comparação,
o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6 bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais ên-
fase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes.O de-
partamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e integrado a outros. Muitos
profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade da
situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de Genebra,
cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África Oci-
dental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo Esta-
dos Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné,
respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido
conta a favor da doença.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-ebola.shtml:
Acesso em: 08/09/2014)

Na frase “Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financei-
ros. “(4º§), a construção em destaque ilustra:
a) a voz passiva analítica.
b) um caso de sujeito indeterminado.
c) a voz reflexiva.
d) uma oração sem sujeito.
e) a voz passiva sintética.

048. (2020/IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Leia atentamente o


texto abaixo para responder à questão.
Eis me aqui, iniludível. Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os
com as palavras que lhes atribuem significado. Às vezes dá vontade ser assim, hermético.
Talvez, porque eu sinta que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe har-
monicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fazer entender. É que, talvez, a
vida seja mesmo um mal entendido.

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em uma língua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto
cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento. Dizem-me que as palavras
devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do
mundo nada entendo, por que razão deveria me fazer entender?
Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio
desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um
desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá
estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o recreio em espírito. Na reali-
dade) Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla) Teto alto. Prateleiras rústicas com
farta literatura e filosofia) Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo.
Uma poltrona aveludada) Frio. Lareira acesa) Vinho tinto seco, Malbec.
O amor? O entregar-se? Não!
Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega) Apenas eu. Apenas eu e o tempo. Cerrado na
sala cerrada) Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imarcescível seria tal momento.
Mas a vida) A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a criatura humana é botão
de rosa, matéria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo… Soerguendo-me… Sobrevivo…
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018 – JUS Brasil)

Com relação ao emprego de elementos de referência, substituição, funcionalidade e repetição


de conectores e de outros elementos da sequência textual, analise as afirmativas abaixo.
I – “Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os com as palavras que lhes
atribuem significado”. O pronome em destaque faz referência ao vocábulo “sentimentos”.
II – “Suasório para o intento de escrever em uma língua indecifrável ao homem comum”. O vo-
cábulo em destaque é uma conjunção subordinativa com função explicativa.
III – “Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave
do entendimento”. O vocábulo em destaque faz referência à palavra “vocabulário”.
IV – “Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-
-se entender”. A partícula “se” transforma os vocábulos em destaque em verbos pronominais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
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049. (2017/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/AGENTE ADMINISTRATIVO)

O pronome “se” presente em “O homem que se cuida” deve ser classificado, em função do pa-
pel que exerce como:
a) pronome apassivador.
b) parte integrante do verbo.
c) pronome reflexivo.
d) índice de indeterminação do sujeito.

050. (2019/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO-SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II-CI-


ÊNCIAS) Para responder à questão, leia atentamente o fragmento do poema “Ismália” do poe-
ta parnasiano Alphonsus de Guimaraens.
Ismália
Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,


Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…

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[…]
As asas que Deus lhe deu
Rufaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
De acordo com a leitura atenta do poema “Ismália” e com a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “ver” na primeira estrofe está conjugado no pretérito perfeito indicando uma certeza,
enquanto o verbo “querer” na segunda estrofe está conjugado no pretérito imperfeito e expres-
sa um desejo da personagem.
b) As vírgulas presentes nos primeiros versos da primeira e da segunda estrofes são utilizadas
de acordo com a mesma regra gramatical.
c) Na expressão “Na torre pôs-se a cantar…”, a palavra “se” é classificada como partícula
apassivadora.
d) No verso “As asas que Deus lhe deu” a expressão destacada é uma Oração Subordinada
Adjetiva Restritiva.

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GABARITO
1. a 37. a
2. d 38. a
3. a 39. b
4. c 40. a
5. d 41. e
6. d 42. d
7. b 43. e
8. e 44. a
9. c 45. d
10. b 46. b
11. a 47. e
12. b 48. b
13. d 49. c
14. e 50. c
15. a
16. c
17. c
18. a
19. a
20. d
21. d
22. a
23. a
24. e
25. a
26. b
27. b
28. e
29. c
30. a
31. d
32. c
33. c
34. a
35. a
36. a

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GABARITO COMENTADO
001. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-
NESP/2022/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)
A sardinha plebeia deixou o nobre salmão para trás
O nobre das águas gélidas está sendo desbancado pelo mais plebeu dos espécimes
que habitam os oceanos. A virada do jogo tem a ver com a poluição ambiental. O salmão, até
pelo porte, é um peixe que come outros peixes. Já a sardinha, que caberia na palma da mão,
não tem tamanho para comer de tudo – é totalmente vegana.
É preciso desmistificar a ideia de que o alimento mais saudável é sempre o mais caro.
Preço salgado e qualidade nutricional não andam necessariamente lado a lado. Alguns itens
pouco prestigiados estão justamente entre os mais nutritivos. É o caso do amendoim, que,
sendo o primo pobre das castanhas, é o mais rico em proteínas.
Considere, portanto, se não é hora de puxar a sardinha para a sua brasa)
(Veja, 10 de novembro de 2021. Adaptado)

A frase – … é um peixe que come outros peixes. – equivale, de acordo com a norma-padrão do
emprego e da colocação pronominal, a:
a) … é um peixe que os come.
b) … é um peixe que come-os.
c) … é um peixe que lhes come.
d) … é um peixe que come-los.
e) … é um peixe que come-lhes.

Na alternativa “A”, a colocação pronominal foi corretamente empregada, uma vez que o prono-
me relativo “que” é fator de atração, exigindo o emprego da próclise (pronome antes do verbo).
Como o verbo “comer” é transitivo direto, o pronome “os” foi empregado de forma correta.
b) Errada. A colocação pronominal está errada, devido à presença do pronome relativo “que”,
fator de próclise.
c) Errada. A colocação do pronome está correta) Entretanto, o pronome “lhes” não pode ser
usado, uma vez que o verbo “comer” é transitivo direto.
d) Errada. O erro foi apenas de acentuação gráfica, pois faltou o acento circunflexo na vogal “e”
do verbo (oxítona terminada em “e”). Devido ao fato de o verbo “comer” estar no infinitivo (comer
+ os = comê-los), o pronome poderia ter sido usado antes ou depois do verbo, colocação prono-
minal facultativa) O pronome escolhido também está correto, respeitando a regência verbal.
e) Errada. O pronome escolhido (“lhes”) está errado, uma vez que o verbo é transitivo direto. Como
regra, aquele pronome é utilizado para representar objetos indiretos, os quais exigem preposição.
Letra a.

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002. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2022/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/NUTRICIONISTA)
Ainda me lembro de meu pai. Era um homem alto e bonito, com uns olhos grandes e um
bigode preto. Sempre que estava comigo, era a me beijar, a me contar histórias, a me fazer os
gostos. Tudo dele era para mim. Eu mexia nos seus livros, sujava as suas roupas, e meu pai
não se importava) Às vezes, porém, ele entrava em casa calado. Sentava-se numa cadeira ou
passeava pelo corredor com as mãos para trás, e discutia muito com minha mãe) Gritava, dizia
tanta coisa, ficava com uma cara de raiva que me fazia medo. E minha mãe saía para o quarto
aos soluços. Eu não sabia compreender o porquê de toda aquela discussão. Sei que, com um
pouco mais, lá estava ele com a minha mãe aos beijos. E o resto da noite, até ir me deitar, era
só com ela que ele estava, com os olhos vermelhos de ter chorado também.
Eu o amava porque o que eu queria fazer ele consentia, e brincava comigo no chão
como um menino da minha idade) Depois é que vim a saber muita coisa a seu respeito: que era
um temperamento excitado, um nervoso, para quem a vida só tivera o seu lado amargo. A sua
história, que mais tarde conheci, era a de um arrebatado pelas paixões, a de um coração sensí-
vel demais às suas mágoas. Coitado do meu pai! Parece que ainda o vejo quando saía de casa
levado pelos soldados, no dia de seu crime) Que ar de desespero ele levava, no rosto de moço!
E o abraço doloroso que me deu nessa ocasião! Vim a compreender, com o tempo, porque
tinha se deixado levar ao desespero. O amor que tinha pela esposa era o amor de um louco.
(José Lins do Rego, Menino de Engenho. 94 ed) Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. Excerto adaptado)

Assinale a alternativa em que, com a alteração da posição do pronome destacado, conforme


indicado nos parênteses, a redação permanece em conformidade com a norma-padrão.
a) Ainda me lembro de meu pai. (Ainda lembro-me) [1º parágrafo]
b) … meu pai não se importava) (não importava-se) [1º parágrafo]
c) Sentava-se numa cadeira ou passeava… (Se sentava) [1º parágrafo]
d) Eu o amava porque o que eu queria fazer ele consentia… (Eu amava-o) [2º parágrafo]
e) E o abraço doloroso que me deu nessa ocasião! (que deu-me) [2º parágrafo]

Trata-se de caso facultativo de colocação pronominal. Poderia ser utilizada a próclise (frase
original) ou a ênclise (alteração), uma vez que não há fator de atração e o sujeito está explícito.
a) Errada. Só pode ser empregada a próclise, devido ao advérbio “Ainda” (fator de atração).
b) Errada. Somente a próclise pode ser utilizada, tendo em vista a presença do advérbio de
negação “não”. Palavras negativas são fatores de atração.
c) Errada. A colocação pronominal está errada, pois não se pode começar um período com
pronomes oblíquos átonos.
e) Errada. Só poderia ter sido usada a próclise, uma vez que o pronome relativo “que” é fator
de atração.
Letra d.

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003. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ARAÇARIGUAMA – SP/PROFESSOR/ÁREA: EDU-
CAÇÃO INFANTIL)
Da calma e do silêncio
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
Quando meu olhar
se perder no nada,
por favor,
não me despertem,
quero reter,
no adentro da íris,
a menor sombra,
do ínfimo movimento.
Quando meus pés
abrandarem na marcha,
por favor,
não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.
(Conceição Evaristo. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017)

Assinale a alternativa em que o verso do poema está corretamente reescrito, no que se refere
à norma-padrão de colocação pronominal.

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a) Quero rasgá-los para assim versejar.


b) Não apressem-me, por favor.
c) Os quero mascar entre os dentes.
d) O silêncio atinge mundos submersos, os penetrando.
e) Por que deixas-me caminhar?

Verbos no infinitivo sempre admitem o uso da ênclise) Na alternativa “A”, também poderia ser
usada a próclise: “Quero os rasgar para assim versejar”.
b) Errada. O advérbio de negação “não” atrai o pronome) Portanto, deveria ter sido utilizada
a próclise.
c) Errada. Começa-se o período com um pronome oblíquo átono (“os”), o que é vedado pela
norma culta da gramática.
d) Errada. Emprega-se o pronome “os”, após pontuação, o que não é permitido, salvo se houver
uma intercalação.
e) Errada. A próclise deveria ter sido utilizada, devido à presença do pronome interrogativo
“que”. Ressalta-se que, tendo em vista que o verbo está no infinitivo, a ênclise também esta-
ria correta.
Letra a.

004. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TJ SP – SP/ESCREVENTE TÉCNICO
JUDICIÁRIO)
Vida ao natural
Pois no Rio tinha um lugar com uma lareira) E quando ela percebeu que, além do frio,
chovia nas árvores, não pôde acreditar que tanto lhe fosse dado. O acordo do mundo com aqui-
lo que ela nem sequer sabia que precisava como numa fome) Chovia, chovia) O fogo aceso
pisca para ela e para o homem. Ele, o homem, se ocupa do que ela nem sequer lhe agradece;
ele atiça o fogo na lareira, o que não lhe é senão dever de nascimento. E ela – que é sempre
inquieta, fazedora de coisas e experimentadora de curiosidades – pois ela nem lembra sequer
de atiçar o fogo; não é seu papel, pois se tem o seu homem para isso. Não sendo donzela, que
o homem então cumpra a sua missão. O mais que ela faz é às vezes instigá-lo: “aquela acha*”,
diz-lhe, “aquela ainda não pegou”. E ele, um instante antes que ela acabe a frase que o esclare-
ceria, ele por ele mesmo já notara a acha, homem seu que é, e já está atiçando a acha) Não a
comando seu, que é a mulher de um homem e que perderia seu estado se lhe desse ordem. A
outra mão dele, a livre, está ao alcance dela) Ela sabe, e não a toma) Quer a mão dele, sabe que
quer, e não a toma) Tem exatamente o que precisa: pode ter.
Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se
referindo ao fogo, refere-se ao que sente) O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e

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pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce
arde, arde, flameja) Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao
prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja)
(Clarice Lispector, Os melhores contos [seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)

* pequeno pedaço de madeira usado para lenha


Assinale a alternativa em que a reescrita de informações textuais atende à norma-padrão de
colocação pronominal.
a) Antes que ela esclareça onde está a acha, ele por ele mesmo já tinha notado-a, homem
seu que é.
b) Ela às vezes instiga o homem, dizendo-lhe: “aquela acha ainda não pegou e você não
atiçou-a”.
c) Como ela esquece de atiçar o fogo, pois não é seu papel, o seu homem dedica-se a
essa missão.
d) Ela acha que aquilo vai acabar. Não é ao fogo que refere-se, certamente refere-se ao que sente.
e) Se apercebendo de que chovia nas árvores, ela não pôde acreditar que tanto lhe fosse dado.

O pronome “se” foi corretamente empregado, uma vez que o sujeito está explícito e não há
fator de atração. Poderia também ter sido usada a próclise.
a) Errada. Foi empregado o pronome após o verbo no particípio, o que é proibido. Não se usa
ênclise com verbos no particípio.
b) Errada. Deveria ter sido empregada a próclise, devido à presença do advérbio de ne-
gação “não”.
d) Errada. Há dois erros. O primeiro pronome “se” deveria estar antes do verbo, por causa do
pronome relativo “que” (fator de atração). O segundo pronome “se” também tinha de estar em
próclise, pela presença do advérbio “certamente” (fator de atração).
e) Errada. Iniciou-se a frase com um pronome oblíquo átono, o que é vedado pela norma culta
da gramática.
Letra c.

005. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE GUARULHOS PREFEITURA – SP/BIBLIOTECÁRIO)
A busca por um sentido
“Os dois dias mais importantes da sua vida são aqueles em que você nasceu e aquele
em que descobre o porquê.” A máxima atribuída ao escritor americano Mark Twain (1835-
1910), autor de clássicos como As Aventuras de Tom Sawyer (1876), resume com precisão o
valor de encontrar um propósito para a própria existência) Naturalmente, nunca é demais su-
blinhar, a busca por um sentido para estar vivo se confunde com o humano – ou, melhor ainda,
com “ser” humano.

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Há cerca de 50 000 anos, quando, segundo achados recentes, o Homo Sapiens come-
çou a pintar nas paredes das cavernas, desenhávamos figuras místicas, como caçadores do-
tados de superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a situar a si mesmos
em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma
razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.
Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor
Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem
acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida) Mas, para aque-
les que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra)
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.
No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço
de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no perió-
dico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do
ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena) O veredito do estudo: aqueles que
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de
saúde, tanto psicológica como física) Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca) Esses apresentavam, com maior frequência,
problemas de saúde)
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho destacado está substituído, nos colchetes, de acordo
com a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
a) … desenhávamos figuras místicas… [lhes desenhávamos]
b) … pareciam auxiliar os homens daquela época… [auxiliar-lhes]
c) … chegar a uma razão única que justifique o viver… [justifique-o]
d) … aqueles que revelavam ter descoberto sentido… [tê-lo descoberto]
e) … para aqueles que não aceitam a fórmula de Deus… [aceitam-na]

A ênclise foi corretamente empregada, devido ao verbo estar no infinitivo (ter + os = tê-los).
Quando o verbo termina em “r”, “s” ou “z”, ocorre a retirada dessas consoantes. Além disso, os
pronomes passam a ser acrescidos da letra “l”: lo, la, los, las.
a) Errada. O verbo é transitivo direto. Logo, não poderia ter sido usado o pronome “lhes”.
b) Errada. O verbo “auxiliar” também é transitivo direto. Dessa forma, o pronome “lhes” não
poderia ter sido empregado.
c) Errada. Há a presença do pronome relativo “que” (fator de atração). Portanto, deveria ter sido
usada a próclise.
e) Errada. A próclise deveria ter sido empregada, devido à presença do advérbio de negação
“não” (fator de atração).
Letra d.

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006. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE GUARULHOS PREFEITURA – SP/PROFESSOR DE EDUCA-
ÇÃO INFANTIL)
Separadas por uma tela, as pessoas na sociedade virtual não alcançam o outro, motivo
pelo qual não conseguem se colocar em seu lugar. Estamos vivendo o maior individualismo da
história humana.
A falta da empatia, do toque físico, do acolhimento, do contato ocular e da presença
física faz com que a pessoa não veja o outro, não o perceba, não note a presença do outro e,
consequentemente, não se coloque no lugar dele.
A necessidade da felicidade como objetivo e não como consequência provoca a criação
de um mundo irreal em que, para o outro, você é feliz, mas não para si mesmo. Esse mundo per-
feito exposto na mídia social gera uma concorrência, uma competição que resulta em duelo, e
isso cria um individualismo que, com o tempo, passa a ficar impregnado no indivíduo.
O individualismo está ligado também à falta da verdade, ou seja, não quero que o outro
saiba minha azeda verdade, já que o que projeto na mídia social não é real, não é de verdade.
Ama-se tanto a si mesmo e promove-se tanto o amor próprio que esquecemos o outro e torna-
mos o egoísmo um hábito.
Não admitimos que somos apenas humanos. Temos vidas fictícias fragmentadas em
momentos e apenas nos alegra o impacto que isso causa no outro.
(Fabiano de Abreu – A geração que não consegue se colocar no lugar do outro. www.deabreu.pt/artigo – acesso
em 11.12.2019. Adaptado)

A alternativa que apresenta o emprego do pronome e a colocação pronominal corretos, de


acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
a) Os individualistas criam um mundo irreal, em que não consegue-se viver plenamente.
b) Se conhece o individualista, hoje em dia, por meio das redes sociais.
c) O individualista sofre, por isso precisamos lhe ajudar.
d) Os individualistas querem a felicidade, só conseguindo encontrá-la nas redes sociais.
e) O mundo virtual gera vidas fictícias, mas as pessoas têm usado-o constantemente.

A ênclise foi corretamente empregada, uma vez que o verbo se encontra no infinitivo.
a) Errada. O advérbio de negação “não” exige o uso da próclise.
b) Errada. O período foi iniciado pelo pronome “se”, o que é vedado pela norma culta da
gramática.
c) Errada. O pronome “lhe” não deveria ter sido empregado, uma vez que o verbo “ajudar” é
transitivo direto. Na assertiva, poderia ter sido usada a próclise ou a ênclise, tendo em vista
que o verbo está no infinitivo.
e) Errada. Foi usada a ênclise com o verbo no particípio, o que não é permitido pela norma culta
da gramática.
Letra d.

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007. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/AGENTE DE TRÂNSITO)
Pegar o bonde andando
Expressão antiga) Literalmente, era tomar o veículo em movimento, com cuidado para
não levar um espetacular tombo e perder uma perna nessa travessura) Em sentido não literal,
significa “pegar uma conversa pela metade, entrar num assunto sem saber direito do que se
trata”. Mas falemos do bonde propriamente dito. Se você é jovem, não deve tê-lo conhecido.
Portanto, é bom saber que, durante décadas, ele foi figurinha fácil na paisagem urbana das
maiores cidades brasileiras.
O berço do vocábulo é curioso. O dinheiro que financiou os primeiros desses veículos
que circularam entre nós no século 19 veio de um empréstimo negociado com a Grã-Bretanha)
Para garanti-lo, foram emitidos bonds (títulos a receber). Esses bonds, usados pelos passagei-
ros, exibiam a figura do veículo. O nome pegou e o povo passou a chamar de “bonde” não só o
bilhete, mas o próprio veículo.
O bonde deixou saudade) Gente da terceira e até da quinta idade ainda se lembra da
popular figura do “almofadinha”. Como os bancos dos bondes eram de madeira, sem muito
conforto, esses sujeitos levavam almofadas onde se sentavam durante a viagem e, vento no
rosto, iam cultivando seus sonhos.
Enquanto isso, o cobrador, pendurado no estribo, ia cobrando a passagem, e, às vezes,
era obrigado a ouvir os mais gozadores assim cantarolando: “Din din din din, dois pra Light e
um pra mim” (Light era a concessionária que prestava o serviço).
(Márcio Cotrim. Revista Língua Portuguesa, fevereiro de 2014. Adaptado)

Considere as frases elaboradas a partir do texto.


Tombos espetaculares eram comuns, e pegar o bonde em movimento exigia cuidado para evi-
tar esses tombos.
A imagem dos bondes tornava-se popular, especialmente pelas passagens que traziam a ima-
gem dos veículos impressa no papel.
Atendendo ao emprego e à colocação dos pronomes determinados pela norma-padrão, as ex-
pressões destacadas podem ser substituídas por:
a) evitá-los; traziam-na
b) evitá-los; a traziam
c) evitar-lhes; a traziam
d) evitar-lhes; lhe traziam
e) evitar-lhes; traziam-na

Na primeira frase, o verbo “evitar” é transitivo direto, logo exige um complemento direto. Tendo
em vista que o objeto direto é masculino e plural (“esses tombos”), deve-se utilizar o pronome
“os”. Como o verbo está no infinitivo, a ênclise fica correta (evitar + os = evitá-los).

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Elias Santana

Na segunda frase, deve-se empregar a próclise, devido à presença do pronome relativo “que” (fa-
tor de atração). O verbo “trazer” é transitivo direto, portanto exige um objeto direto. Como o seu
complemento é feminino e singular (“a imagem dos veículos”), deve-se utilizar o pronome “a”.
Nas letras “C”, “D” e “E”, a primeira troca está errada, pois o pronome “lhes” não poderia ter sido
escolhido.
c) Errada. A segunda troca está correta, por respeitar a escolha do pronome e a colocação.
d) Errada. A segunda troca está equivocada por dois motivos: escolha do pronome e sua
colocação.
e) Errada. A segunda troca está incorreta, por não respeitar a exigência da próclise.
Letra b.

008. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/SERVIÇO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE PIRACICABA SEMAE – SP/PRO-
GRAMADOR JÚNIOR)
O mundo é dos românticos
O que querem as mulheres? Freud, que era Freud, não conseguiu responder à pergunta)
Mas o “Wall Street Journal” incendiou as sensibilidades com um cenário aterrador.
O mérito pertence a Gerard Baker. Escreveu o editorialista que, nos EUA, as mulheres já
representam 57% dos graduados com curso superior. Na pós-graduação, o número sobe para
59%. O futuro será delas, não deles.
Todavia esse triunfo, embora positivo para uma sociedade mais igualitária, traz um pro-
blema inusitado. Se existem três homens graduados para quatro mulheres na mesma situa-
ção, com quem vão se casar as mulheres?
Explico melhor. Para um homem, o estatuto social ou profissional de uma mulher não
é uma prioridade) E alguns, mais inseguros, até preferem parceiras que estejam um degrau
abaixo das suas habilitações acadêmicas ou contas bancárias.
Com as mulheres, é a situação inversa) As donzelas valorizam o estatuto social ou
profissional do homem de uma forma mais seletiva) É fazer as contas: não haverá doutores
suficientes para tantas doutoras exigentes.
Quando li o editorial, ri e me perguntei: de onde saiu esse dinossauro? Mas depois, com
o riso a apagar-se, dei por mim a pensar nas minhas amigas. Com quem casaram elas, afinal?
Na esmagadora maioria, casaram no interior da mesma classe) Em teoria, algumas de-
las, médicas ou jornalistas, poderiam se apaixonar pelo encanador. Na prática, isso só acon-
tece nos filmes de Hollywood) E se o leitor desconfia do meu universo pessoal, há sempre
estudos impessoais para esclarecer estas matérias. Um deles foi realizado pela Universidade
de Swansea, no Reino Unido.
Os pesquisadores entrevistaram 2.700 alunos de cinco países (Singapura, Malásia, Aus-
trália, Noruega e Reino Unido) com uma pergunta fundamental: o que mais valoriza num

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potencial parceiro? Na lista de opções, estas oito características: beleza, finanças, gentileza,
humor, castidade, religiosidade, criatividade, desejo de ter filhos.
Os resultados, partilhados pela revista “Time”, não mentem: os homens valorizam mais
a beleza; as mulheres valorizam mais as finanças. O mundo é um lugar cruel?
Não, porque o mesmo estudo coloca no primeiro lugar para cada um dos sexos a mes-
ma virtude imaterial: a gentileza) Antes da beleza (para eles) ou do dinheiro (para elas), parece
que essa formosura da alma é o artigo mais cobiçado. A Ocidente e a Oriente.
Será que todo mundo realmente diz a verdade nessas pesquisas?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo. Https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/
2019/10/o-mundo-e-dosromanticos.shtml. Adaptado)

Considere as frases elaboradas a partir do texto.


O editorial foi publicado pelo “Wall Street Journal”, e quando li esse editorial, comecei a rir.
Gerard Baker escreveu sobre um tema provocativo, e o mérito dessa escolha pertence a Ge-
rard Baker.
Quem desconfia das informações dadas pelo autor pode recorrer a estudos que esclarecem
essas informações.
De acordo com o emprego e a colocação dos pronomes estabelecidos pela norma-padrão, os
trechos destacados podem ser substituídos por:
a) li-o; o pertence; esclarecem-nas.
b) li-o; pertence-lhe; as esclarecem.
c) o li; o pertence; lhes esclarecem.
d) o li; pertence-lhe; esclarecem-nas.
e) o li; pertence-lhe; as esclarecem.

Na primeira frase, repete-se a palavra editorial. A fim de evitar essa repetição, poderia ter sido
escolhido o pronome “o”, uma vez que o verbo “ler” é transitivo direto. Devido à presença da
conjunção subordinativa “quando”, a próclise deve ser utilizada) Portanto, eliminam-se as alter-
nativas “A” e “B”.
Na segunda frase, o substantivo próprio “Gerard Baker” se repete) Para que essa repetição não
ocorresse, poderia ser usado o pronome “lhe”, uma vez que o verbo “pertence” é transitivo in-
direto (“o mérito da escolha pertence a ele ou pertence-lhe”). A colocação pronominal poderia
ser a próclise ou a ênclise, pois o sujeito está explícito e não há fator de atração. Descarta-se,
portanto, a letra “C”.
Na terceira frase, a palavra “informações” está repetida) A fim de evitar isso, poderia ser usa-
do o pronome “as”, uma vez que o verbo “esclarecer” é transitivo direto. Quanto à colocação
pronominal, somente a próclise poderia ter sido empregada, devido à presença do pronome
relativo “que” (fator de atração). Dessa forma, elimina-se a letra “D”, por ter usado a ênclise.
Letra e.

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009. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO – SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)
Escritório
Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular
devoção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cum-
prir fielmente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por
exemplo, colocar pregos que danifiquem as paredes.
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha quali-
dade de bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio,
esteja ainda bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de
ser inesperadamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação,
sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida,
iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita) Além do mais, eu
não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
Fica sendo então escritório, tão-somente) Nem mesmo de literatura: apenas um local
onde possa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o con-
domínio) desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo
como São Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina
de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas
vozes de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção
de mim mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras
feitas de ar e imaginação. (Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado)
Assinale a alternativa que apresenta emprego e colocação dos pronomes átonos de acordo
com a norma-padrão.
a) Quanto a pregos que danifiquem as paredes, nunca coloco-os.
b) Busco um local com um fogão, para lhe acender e fazer meu pão.
c) Prego? Coloquem-no na parede somente se for permitido.
d) São clientes que entram pela janela, sem que eu possa impedir-lhes.
e) São vozes que talvez façam-se ouvir no escritório.

Foi empregado, na assertiva “C”, o pronome “o” de forma correta, uma vez que o verbo é transi-
tivo direto e seu referente é a palavra “prego” (masculino e singular). A próclise não poderia ter
sido utilizada, devido à presença da pontuação. A ênclise foi escolhida corretamente) Houve
a flexão do pronome, tendo em vista que o verbo termina com som nasal (“-em”). Nesse caso,
acrescenta-se a letra “n”, antes do pronome (“no”, “na”, “nos”, “nas”).
a) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, devido à presença do advérbio “nunca” (fator
de atração).
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b) Errada. O pronome escolhido está errado, uma vez que o verbo “acender” é transitivo direto.
Deveria ter sido usado o pronome “o”, para concordar com o referente “fogão”.
A colocação pronominal poderia ser a próclise (“para o acender”) ou a ênclise (“para acendê-lo’’).
d) Errada. O pronome selecionado também está incorreto. O verbo “impedir” é transitivo direto.
Deveria ter sido escolhido o pronome “os”, uma vez que o referente é a palavra “clientes”. A co-
locação pronominal poderia ser a próclise (“sem que eu os possa impedir”) ou a ênclise (“sem
que eu possa impedi-los”).
e) Errada. Há a presença do advérbio “talvez” (fator de atração). Portanto, deveria ter sido usa-
da a próclise.
Letra c.

010. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/SERVIÇO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE PIRACICABA SEMAE – SP/
ALMOXARIFE)
Pacote americano
Avança, no Congresso dos Estados Unidos, um monumental pacote de gastos públicos
no esforço da guerra, à falta de melhor expressão, contra a epidemia de Covid-19.
O texto final do plano ainda não é conhecido, mas trata-se de gastos ou oferta de gastos
na casa dos US$ 2 trilhões – o equivalente a mais de 40% do gasto anual do governo federal
dos EUA, ou cerca de 9% do Produto Interno Bruto da maior economia global.
O programa complementa a renda de americanos mais pobres, desempregados e sem
renda) Serão transferidos US$ 1.200 para cada cidadão que recebe menos de US$ 75 mil por
ano, o dobro para casais, mais US$ 500 por criança.
O plano eleva ainda o valor do seguro-desemprego em US$ 600 por semana, quase o do-
bro do salário-mínimo nacional, o que provocou ameaça de obstrução por parte de senadores
republicanos. O auxílio será concedido inclusive para trabalhadores em empregos precários.
Para esses dois programas, haverá mais de US$ 500 bilhões.
Serão ofertados empréstimos para pequenas empresas, por meio de um fundo banca-
do pelo governo com mais de US$ 350 bilhões. Caso as beneficiadas não demitam pessoal, a
dívida será perdoada.
Grandes empresas em dificuldades financeiras contarão com outro fundo, de cerca de
US$ 500 bilhões, voltado especialmente para setores de início mais afetados pela crise do
novo coronavírus, como o das companhias aéreas.
Haverá dinheiro para serviços de saúde (mais de US$ 100 bilhões), ventiladores respira-
tórios e outros equipamentos hospitalares, remédios e vigilância sanitária) Estados e cidades
terão US$ 150 bilhões.
O programa, portanto, tenta proteger os empregos em pequenas empresas, oferece ren-
da mínima para os mais pobres e a classe média, providencia crédito corporativo, verbas para a
saúde e governos regionais. Parcela significativa dos recursos será concedida a fundo perdido
– em princípio, pouco mais da metade.

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Trata-se de alento que, dada a dimensão do PIB americano, tem repercussão mundial.
Como outros líderes populistas, Donald Trump relutou em aceitar a necessidade de providên-
cias drásticas contra a pandemia, mas, ainda que tardiamente, rendeu-se à realidade)
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.03.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão quanto à colocação pronominal.


a) Se disponibilizará dinheiro para serviços de saúde, ventiladores respiratórios e outros equi-
pamentos hospitalares, remédios e vigilância sanitária.
b) Com o programa que avança no Congresso dos Estados Unidos, pretende-se complementar
a renda de americanos mais pobres, desempregados e sem renda.
c) Ainda não conhece-se o texto final do plano, mas trata-se de gastos ou oferta de gastos
equivalentes a mais de 40% do gasto anual do governo federal dos EUA.
d) É sabido que concederá-se parcela significativa dos recursos a fundo perdido – em princí-
pio, pouco mais da metade.
e) Grandes empresas, como o das companhias aéreas, tendo prejudicado-se com a pandemia,
contarão um fundo de cerca de US$ 500 bilhões.

Foi usada a ênclise de forma correta, na alternativa “B”, uma vez que, antes do verbo, há uma
vírgula, sem que exista uma intercalação. Logo, somente a ênclise poderia ter sido utilizada.
a) Errada. O erro se encontra logo no início. Não se pode começar uma frase com o pronome
“se”. Deveria ter sido usada a mesóclise (disponibilizar-se-á), uma vez que o verbo está no fu-
turo e não há fator de atração.
c) Errada. A presença do advérbio “Ainda” (fator de atração) exige o uso da próclise.
d) Errada. O verbo está no futuro. Logo, a ênclise não poderia ter sido empregada) Tendo em
vista que há fator de atração (“que”), também não se poderia utilizar da mesóclise) Somente
caberia a próclise, nesse caso.
e) Errada. Foi empregada a ênclise com o verbo no particípio, o que é vedado pela norma
gramatical.
Letra b.

011. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE FERRAZ DE VASCONCELOS – SP/ASSISTENTE SOCIAL/ÁREA:
ASSISTÊNCIA SOCIAL)
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na
areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retiran-
tes e por ali não existia sinal de comida) A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos
do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhan-
tes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a
ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação che-
gava) Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro

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de rês perdida na caatinga) Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas
segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam:
festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspe-
ro, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa
atitude ridícula) Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a
si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo… Ordinariamente a família
falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras
curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
Num cotovelo do caminho, Fabiano avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança
de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha) Calou-se para não
estragar força)
(Graciliano Ramos, Vidas Secas. 1996. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho reescrito do texto está em conformidade com a norma
padrão de colocação pronominal.
a) A fome apertara demais os retirantes e por ali não se via sinal de comida.
b) Agora, Baleia estranhava não ver a gaiola em que mal equilibrava-se a ave.
c) Sinha Vitória tinha justificado-se declarando que o papagaio era mudo e inútil.
d) E depois daquele desastre, raramente comunicavam-se com palavras curtas.
e) Fabiano sentiu desejo de cantar. Lhe saiu rouca e medonha a voz e, então, se calou.

O pronome “se” foi empregado (próclise) corretamente, tendo em vista a presença do advérbio
“não” (fator de atração).
b) Errada. O pronome “se” deveria estar em próclise, por causa do advérbio “mal” (fator
de atração).
c) Errada. Foi usada a ênclise com o verbo no particípio, o que é vedado pela norma gramatical.
d) Errada. A presença do advérbio “raramente” (fator de atração) exige o uso da próclise.
e) Errada. O pronome “Lhe” não poderia ter sido utilizado no início do período.
Letra a.

012. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/FUNDAÇÃO PARAIBANA DE GESTÃO EM SAÚDE PB SAUDE – PB/ANALISTA/
ÁREA: DEPARTAMENTO PESSOAL)
O último censo da educação superior brasileira deixa claro que o sistema de ensino su-
perior está com dificuldades que ___________ se arrastando ao longo dos últimos anos.
Com a crise sanitária da Covid-19, os problemas ficaram mais ___________ e foram
__________ pela aceleração na queda do número de alunos matriculados e pelos altos índices
de evasão, criando uma situação ___________ para grande parcela de instituições, principalmen-

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te às de pequeno porte do setor privado. Certamente o momento atual se apresenta como uma
boa oportunidade para o início de grandes projetos de transformação institucional.
(Oscar Hipólito. Redes de colaboração: uma estratégia para o ensino superior. Folha de S.Paulo, Caderno Opi-
nião. 07.04.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, na redação escrita a partir do texto, a colocação do pronome


atende à norma-padrão da língua portuguesa.
a) Se arrastam nos últimos anos as dificuldades enfrentadas pelo sistema de ensino superior.
b) Com a crise sanitária, acentuaram-se as dificuldades enfrentadas pelas universidades.
c) A queda nas matrículas no ensino superior não restringe-se mais a poucas instituições.
d) A situação atual já revela-se uma oportunidade de transformação das instituições.
e) Algumas instituições têm mostrado-se melhor preparadas para lidar com a atual crise.

A ênclise foi empregada corretamente na letra “B”, uma vez que há pontuação antes do verbo,
sem que exista uma intercalação.
a) Errada. Iniciou-se o período com um pronome (“Se”), o que é vedado pela norma gramatical.
c) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, por causa da presença do advérbio de negação
“não” (fator de atração).
d) Errada. O advérbio “já” (fator de atração) exige o uso da próclise.
e) Errada. O pronome foi empregado após o verbo no particípio. Nesse caso, a ênclise não é
admitida pela Gramática.
Letra b.

013. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/CÂMARA DE POTIM – SP/AGENTE LEGISLATIVO)
Atenção ao sábado
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao
vento, e alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana;
sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel,
aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o
quintal vai estar cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra) Foi num
sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca
e pirão; nós já tínhamos tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de
cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana) Se chovia só eu sabia que era sábado;
uma rosa molhada, não? No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com
grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes
do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde) Tem sido sábado, mas já
não me perguntam mais. Então eu não digo nada, aparentemente submissa) Mas já peguei as
minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a rosa da semana)
Não é propriamente rosa que eu quero dizer.
(Clarice Lispector, “Atenção ao sábado”. Os melhores contos [seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)

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Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a norma-padrão de coloca-


ção pronominal.
a) O sábado é a rosa da semana e nada tira-lhe esse seu título.
b) Se abre em rosa a semana, quando se pensa que ela vai morrer.
c) Ninguém mais tem perguntado-me se ainda tem sido sábado.
d) Certamente nos encontraríamos com outras abelhas farejando mel.
e) Ainda que pinte-se de rosa, o domingo não é propriamente rosa.

O advérbio “Certamente” (fator de atração) exige o uso da próclise) Sendo assim, a assertiva
está correta.
a) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, tendo em vista a presença do pronome indefinido
(fator de atração) “nada”.
b) Errada. Iniciou-se o período com o pronome “Se”, o que não é permitido pela Gramática.
c) Errada. Foi usada a ênclise com o verbo no particípio, o que não é permitido. Nesta assertiva,
somente a próclise poderia ter sido utilizada, tendo em vista a presença do pronome indefinido
“Ninguém” (fator de atração). Em locuções verbais, se houver fator de atração, e o verbo princi-
pal estiver no particípio, como na alternativa, somente será permitida a próclise.
e) Errada. A conjunção subordinativa concessiva “Ainda que” (fator de atração) exige que o
pronome seja colocado antes do verbo (próclise).
Letra d.

014. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE OSASCO – SP/TÉCNICO DE ENFERMAGEM INTERVENCIO-
NISTA – SAMU)
Perdendo o sono
Nos últimos anos, caí numa rotina de dormir entre cinco e seis horas por noite) Achava
que estava bem adaptado a esse regime, até ler “Por Que Nós Dormimos”, do neurocientista
Matthew Walker (Universidade da Califórnia, Berkeley). Ele me deu um susto.
A tese principal de Walker é simples. Todos os animais até hoje estudados dormem. Até
mamíferos aquáticos, que não conseguiriam respirar caso parassem de nadar, desenvolveram
um modo de dormir com metade do cérebro de cada vez e assim manter-se em movimento.
Daí dá para concluir que o sono tem um papel evolucionário bastante significativo.
Walker põe-se então a destrinchar as diferentes fases do sono e suas múltiplas funções.
O sono REM (sigla inglesa para “movimento rápido dos olhos”, aquele em que sonhamos) é
importante para trabalharmos nossas emoções negativas, aprimorarmos habilidades sociais
e para a criatividade e solução de problemas. Já o sono NREM (mais profundo, sem sonhos) é
crucial na consolidação das memórias e de habilidades motoras, sem mencionar a regulação
de processos fisiológicos.

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Walker é também um militante) Ele está convencido de que a modernidade nos lançou
numa epidemia de falta de sono com consequências tão graves como obesidade ou tabagis-
mo. Munido de um estoque quase inesgotável de estudos, ele liga o sono subótimo* a proble-
mas cardíacos, câncer, diabetes, obesidade, demência e até aos mais inocentes resfriados.
No plano psicológico, relaciona dormir pouco a piora do desempenho cognitivo, irritabilidade,
cansaço e, por decorrência, a boa parte dos acidentes automobilísticos.
Para Walker, as pessoas que acham que podem dormir pouco estão tão enganadas que
nem sequer conseguem perceber os prejuízos que já sofrem com o sono insuficiente) Segundo
o autor, a quase totalidade dos seres humanos precisa dormir oito horas por dia – e, de prefe-
rência, fazer também uma “siesta”.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 10.03.2019. Adaptado)
*subótimo: que não atinge a mais alta qualidade.

Considere as frases.
Muitas pessoas querem saber mais a respeito das etapas pelas quais passamos enquanto
dormimos, e, em seu livro, o neurocientista __________ de forma detalhada para os leitores.
O hábito de dormir poucas horas é apontado como uma das causas dos acidentes automobi-
lísticos, portanto, os motoristas que __________ deveriam repensar suas atitudes.
Considerando o emprego e a colocação de pronomes estabelecidos pela norma-padrão, as
lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) descreve-lhes; o têm
b) descreve-lhes; lhe têm
c) as descreve; têm-no
d) descreve-as; têm-lhe
e) descreve-as; o têm

Na primeira frase, deve-se usar o pronome “as”, a fim de substituir “as etapas”, tendo em vista
que o verbo “descrever” é transitivo direto. A colocação pronominal poderia ser a próclise ou
a ênclise, pois não há fator de atração e o sujeito está explícito (“o neurocientista”). Portanto,
eliminam-se as letras “A” e “B”.
Na segunda frase, deve-se usar o pronome “o”, uma vez que o verbo “ter” é transitivo direto,
substituindo a palavra “hábito”. Tendo em vista o pronome relativo “que” (fator de atração),
deve-se usar a próclise) Logo, eliminam-se as letras “C” e “D”.
Letra e.

015. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE OSASCO – SP/ENFERMEIRO INTERVENCIONISTA/SAMU)
Alexandre Ventura Soares tinha seus vinte e cinco anos, bacharel em ciências físicas e
naturais, era preparador do Museu de História Natural. Tal cargo, obtido em concurso, lhe dera

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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

direito a uma viagem à Europa, nos tempos em que as subvenções para isso largamente se
distribuíam, razão pela qual eram equitativa e sabiamente feitas. De volta, por acaso, viera a
morar defronte de um homem de idade, venerável, que vivia, pelo jardim de sua vasta casa, a
catar pedrinhas no chão. Pôs-se a observar o homem, curioso com os seus trejeitos, a fim de
descobrir o que significavam. Visou a Ásia e encontrou no caminho a América) El Levante por
el Poniente… A filha do ancião, muito naturalmente, pouco afeita a curiosidades sobre o seu
jardim que não tivessem a ela por objeto, supôs que o doutor estivesse apaixonado por ela)
Nenê, era o seu apelido familiar, sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; que pertencia
ao museu; que o tratavam de doutor; logo não se podia tratar senão de um médico.
A nossa mentecapta inteligência nacional, de que não fazem parte só as mulheres, não
admite que tratem de botânica senão os médicos; e de matemática os engenheiros; quando,
em geral, nem uns nem outros se preocupam em tais coisas.
Ela, porém, vivendo em círculo restrito, não tendo estudos especiais, convivências ou-
tras que não essa da sociedade, fossilizadas de cérebro e com receitas de formulário na ca-
beça, não podia ter outra opinião que a geral na nossa terra, de cima a baixo. Aquele moço
era por força doutor em medicina ou, no mínimo, estudante) Quando soube que não, teve uma
ponta de despeito; e custou-lhe a crer que fosse tão formado como outro qualquer doutor. Foi
o próprio pai quem a convenceu.
(Lima Barreto. Contos completos de Lima Barreto. Companhia das Letras, 2010. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado teve sua posição alterada em relação ao
trecho original, mantendo-se a correção da norma-padrão de colocação pronominal da língua
portuguesa:
a) Tal cargo, obtido em concurso, dera-lhe direito a uma viagem à Europa…
b) … nos tempos em que as subvenções para isso largamente distribuíam-se…
c) Se pôs a observar o homem, curioso com os seus trejeitos…
d) … sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; … que tratavam-no de doutor…
e) Foi o próprio pai quem convenceu-a.

O pronome “lhe” foi empregado corretamente, uma vez que exerce a função de objeto indireto.
O verbo “dar” é transitivo direto e indireto. A ênclise foi empregada corretamente) Ressalta–
se que a próclise também poderia ser utilizada) Apesar da presença de uma vírgula antes do
verbo, há um termo intercalado (“obtido em concurso”). Logo, o pronome poderia ficar após a
pontuação.
b) Errada. O advérbio “largamente” (fator de atração) exige o uso da próclise.
c) Errada. Iniciou-se a frase com um pronome “se”, o que é vedado pela norma culta da
gramática.
d) Errada. A conjunção integrante “que” (fator de atração) exige o uso da próclise.

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e) Errada. Deveria ter sido utilizada a próclise, tendo em vista a presença do pronome “quem”
(fator de atração).
Letra a.

016. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DE SÃO PAULO TJM SP – SP/ANALISTA EM CO-
MUNICAÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO (ANALISTA DE REDES))
Será uma boa ideia ter armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos automati-
camente? Um robô capaz de selecionar contratados em uma empresa seria confiável? Como
garantir que a tecnologia faça bem ao ser humano? Essas são algumas perguntas presentes
no debate ético em torno da IA (inteligência artificial). O crescimento da área é acelerado e
muitas vezes incorre em aplicações questionáveis.
Diversos países correm para dominar a tecnologia visando benefícios comerciais e mi-
litares. Para isso, criam políticas nacionais a fim de fomentar a pesquisa e a criação de empre-
sas especializadas na área) EUA, China e União Europeia são destaques nesse mundo.
O caso chinês é o mais emblemático, com startups sendo incentivadas a desenvolver
sistemas sofisticados de reconhecimento facial. O governo usa a tecnologia para rastrear algu-
mas minorias, como os uigures, população majoritariamente muçulmana) Câmeras nas ruas e
aplicativos nos celulares monitoram os passos dos cidadãos. A justificativa chinesa é pautada
na segurança nacional: o objetivo é coibir ataques extremistas. O sistema de vigilância já foi
vendido a governos na África, como o do Zimbábue.
A discussão sobre ética no ocidente tenta impor limites à inteligência artificial para ten-
tar impedir que a coisa fuja do controle) Outras ferramentas poderosas já precisaram do mes-
mo tratamento. A bioética, que ajuda a estabelecer as regras para pesquisas em áreas como a
genética, é frequentemente citada como exemplo a ser seguido. Uma boa forma de lidar com
os riscos de grandes avanços sem impedir o progresso da ciência é por meio de consensos de
especialistas, em congressos. Eles podem suspender alguma atividade no mundo todo por um
período determinado – uma moratória – para retomar a discussão no futuro, com a tecnologia
mais avançada.
Essa ideia de pé no freio aparece na inteligência artificial. Um rascunho de documento
da União Europeia obtido pelo site “Politico”, em janeiro, mostra que o grupo considera banir o
reconhecimento facial em áreas públicas por um período de três a cinco anos. Nesse tempo,
regras mais robustas devem ser criadas.
(Raphael Hernandes. Inteligência artificial enfrenta questões éticas para ter evolução responsável. Disponível
em: https://temas.folha.uol.com.br. Acesso em: 25.02.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a construção entre colchetes substitui a original, de acordo com
a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
a) O governo usa a tecnologia para rastrear algumas minorias [lhes rastrear]

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b) … ter armas que definem seus alvos [definem-nos]


c) … armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos [disparam-nos]
d) … criam políticas nacionais [criam-as]
e) … para retomar a discussão no futuro [retomar-lhe]

O pronome “nos” está corretamente empregado, substituindo o termo “os gatilhos”. Como o
verbo termina em som nasal (“am”, “em”), acrescenta-se a letra “n” ao pronome) A ênclise tam-
bém está correta, uma vez que não há fator de atração. Ressalta-se que a próclise poderia ser
utilizada.
a) Errada. Deveria ser usado o pronome “as”, para substituir “algumas minorias”, uma vez que
o verbo “rastrear” é transitivo direto. Como o verbo está no infinitivo, tanto a ênclise (“rastreá-
-las”) quanto a próclise (“as rastrear”) ficam corretas, mesmo que a oração seja subordinada
(fator de atração).
b) Errada. A próclise deveria ter sido escolhida, devido à presença do pronome relativo “que”
(fator de atração).
d) Errada. Faltou acrescentar a letra “n” ao pronome (“criam-nas”), uma vez que o verbo termina
com som nasal (“am”), o que exige o referido ajuste.
e) Errada. A colocação pronominal é facultativa (próclise ou ênclise), como na letra “A”. Porém,
houve erro na escolha do pronome) Deveria ser usado o pronome “a”, para substituir a palavra
“discussão”, uma vez que o verbo “retomar” é transitivo direto.
Letra c.

017. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/PREFEITURA DE MARÍLIA PREFEITURA – SP/TELEFONISTA) Assinale a al-
ternativa em que a colocação dos pronomes está de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.
a) Quando as crianças trazem perguntas difíceis, não sabe-se bem o que dizer a elas.
b) O pai já disse-lhes que certas questões não devem ser trazidas para pessoas estranhas
à família.
c) É importante que se esteja atento ao comportamento das crianças e se procure responder
às curiosidades delas.
d) Muitos pais ficam acanhados diante de determinadas perguntas que uma criança faz e pa-
recem nunca acostumarem-se a elas.
e) Agora sabe-se que a curiosidade infantil não é ruim, e o importante é dar a elas boas respostas

O pronome “se” foi corretamente empregado na posição proclítica, tendo em vista a presença
da conjunção integrante “que” (fator de atração).

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

a) Errada. O advérbio de negação “não” exige o emprego da próclise.


b) Errada. A presença do advérbio “já” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
d) Errada. O advérbio “nunca” atrai o pronome para antes do verbo (próclise).
e) Errada. A presença do advérbio “agora” exige o emprego da próclise.
Letra c.

018. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2021/COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DE NOVA ODESSA CODEN – SP/ASSIS-
TENTE SOCIAL)
Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger
e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa)
Sully virou herói e a lenda estava criada.
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para
contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão
Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava) Mas foi mesmo necessário
pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando exis-
tiam opções mais sensatas?
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationa-
lism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se
a mais influente moda intelectual da Europa) Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na
razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana) Para o racionalista, o co-
nhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida) O conhecimento
é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido
em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conheci-
mento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresenta-
dos com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.

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As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana) Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

Atendendo ao emprego e à colocação dos pronomes determinados pela norma-padrão, a ex-


pressão destacada pode ser substituída pela expressão entre parênteses na alternativa:
a) Para algumas pessoas, Sully deveria pousar o avião em LaGuardia ou Teterboro. (deve-
ria pousá-lo)
b) O filme de Eastwood motivou o jornalista a reler um ensaio filosófico que o marcou.
(motivou-lhe)
c) Oakeshott está entre os filósofos que estudaram tendências intelectuais do Renascimento.
(estudaram-nas)
d) O pouso do avião sobre o rio Hudson salvou 155 passageiros. (salvou-lhes)
e) Para os investigadores, o gesto do piloto provavelmente configurava imprudência crimino-
sa) (configurava-a)

O pronome “o” foi corretamente empregado, substituindo “o avião”, uma vez que o verbo é tran-
sitivo direto. Como o verbo “pousar” termina em “r”, deve-se retirar esta letra e acrescentar a
letra “L” ao pronome (pousá-lo). A colocação pronominal (ênclise) está correta, uma vez que o
verbo está no infinitivo.
b) Errada. Deveria ter sido escolhido o pronome “o”, uma vez que o verbo é transitivo direto,
substituindo “o jornalista”. A colocação pronominal é facultativa (próclise ou ênclise), pois não
há fator de atração e o sujeito está explícito (“O filme de Eastwood”).
c) Errada. A presença do pronome relativo “que” exige o uso da próclise.
d) Errada. O verbo “salvar” é transitivo direto. Logo, deveria ter sido usado o pronome “os”,
substituindo “155 passageiros”. Como não há fator de atração e o sujeito está explícito (“O
pouso do avião sobre o rio Hudson”), poderia ser usada a próclise ou a ênclise.
e) Errada. O advérbio “provavelmente” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
Letra a.

019. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/PREFEITURA DE SUZANO – SP/ASSISTENTE SOCIAL)
Paisagem com figuras
Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorenti-
na, no Leme, com seus colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos

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Elias Santana

como ele) Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que
estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando.
“Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê,
muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso
por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta
estava por fora do que acontecia por aqui.
E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João
Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os
cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em
Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os
piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer bara-
ta) Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.
Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao pas-
sar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente) Então, abriu os braços e exclamou:
“Cabral!!!”.
O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levan-
tou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral
de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no
Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se
reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil.
(Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018)

O pronome que, no contexto, contribui para apresentar o agente da ação verbal como indefini-
do está destacado em:
a) … ouviu-se um rumor na varanda… (1º parágrafo)
b) … famoso por não se interessar por música… (2º parágrafo)
c) Levantou-se no ato… (4º parágrafo)
d) … não se viam havia mais de 30 anos… (5º parágrafo)
e) … tinham acabado de se reencontrar… (5º parágrafo)

O agente da ação verbal encontra-se indefinido, quando se tem o “se” como partícula apassiva-
dora (voz passiva sintética) ou como índice de indeterminação do sujeito.
Nas alternativas, não há índice de indeterminação do sujeito, mas há partícula apassivadora na
alternativa “A”. Não é possível saber quem “ouviu um rumor na varanda”.
Para que o “se” seja considerado uma partícula apassivadora, o verbo precisa ser transitivo
direto (VTD) ou direto e indireto (VTDI). O verbo “ouvir” é VTD. Nesse caso, o “se” transforma o
objeto direto em sujeito (“um rumor na varanda”).
Para confirmar essa classificação, transforma-se a voz passiva sintética em analítica: “um ru-
mor foi ouvido”.

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b) Errada. O pronome “se” exerce a função de parte integrante do verbo “interessar”.


c) Errada. O “se” foi empregado como pronome expletivo.
d/e) Erradas. O “se” foi empregado como pronome reflexivo recíproco (uns aos outros).
Letra a.

020. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/PREFEITURA DE SOROCABA – SP/FISCAL)
Mais um desastre
Ainda demorará um tanto até que o impacto humano e ambiental do rompimento da bar-
ragem em Brumadinho (MG) possa ser propriamente avaliado. Algumas lições preliminares,
entretanto, já podem ser extraídas desse lamentável desastre.
A primeira deriva do fato acabrunhante de que não se trata de tragédia inédita no gêne-
ro. Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível devastação
desencadeadas pelo colapso de uma barragem da Samarco, que varreu do mapa a localidade
de Bento Rodrigues (MG).
Pouco ou quase nada se fez desde então. A não ser, por óbvio, as suspeitas medidas
usuais: instalaram-se comissões para tratar do assunto. Resultado? Nenhum.
Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao menos 45 barragens estão vulnerá-
veis no país. Rachaduras, infiltrações e ausência de documentos que comprovem a segurança
são algumas das irregularidades identificadas.
Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional. Autoridades estaduais e federais
não atuaram como deveriam, e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência – a mi-
neradora foi corresponsável pela tragédia da Samarco.
Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a Vale – a conferir se a penali-
dade será paga –, enquanto a Justiça determinou o bloqueio de bilhões de reais para garantir
reparação de danos. Ao mesmo tempo, Polícia Federal e Ministério Público mostram-se empe-
nhados em investigar as causas e identificar os culpados.
Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. Elas precisam
ser efetivas e exemplares, pois só assim ajudarão a impedir um terceiro desastre.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 28.01.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o vocábulo “se” tem o mesmo emprego que no trecho: “Pouco ou
quase nada se fez desde então.” (3º parágrafo).
a) … não se trata de tragédia inédita no gênero.
b) Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes…
c) Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional.
d) … e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência…
e) … o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga…

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Elias Santana

No enunciado, o pronome “se” foi empregado como partícula apassivadora) Transformando-se


para a voz passiva analítica, a frase seria escrita desta forma: “Pouco ou quase nada foi feito
desde então”.
A única alternativa que também apresenta uma partícula apassivadora é a letra “D” (“e o mes-
mo se diga da Vale” = “e o mesmo seja dito da Vale”).
a) Errada. Tem-se um índice de indeterminação do sujeito.
b) Errada. O “se” foi usado como pronome reflexivo.
c) Errada. O pronome “se” é parte integrante do verbo, uma vez que o verbo “tornar-se” é essen-
cialmente pronominal, ou seja, exige a presença do pronome em suas conjugações.
e) Errada. O “se” representa uma conjunção subordinativa condicional.
Letra d.

021. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TJ SP – SP/CONTADOR JUDICIÁRIO)
Transpostas para a voz passiva, as passagens “O próximo governo não encontrará um ambien-
te econômico internacional sereno.” (1º parágrafo) e “Se até o início deste ano EUA, Europa e
China davam sinais de vigor…” (4º parágrafo) assumem a seguinte redação:
a) Um ambiente econômico internacional sereno não poderá ser encontrado pelo próximo go-
verno. / Se sinais de vigor deram EUA, Europa e China até o início deste ano…
b) O próximo governo não terá encontrado um ambiente econômico internacional sereno. / Se
foram dados sinais de vigor por EUA, Europa e China até o início deste ano…
c) Um ambiente econômico internacional sereno não terá sido encontrado pelo próximo gover-
no. / Se se deram sinais de vigor, até o início deste ano, por EUA, Europa e China…
d) Não será encontrado um ambiente econômico internacional sereno pelo próximo governo. /
Se sinais de vigor eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano…
e) Não se encontrará um ambiente econômico internacional sereno no próximo governo. / Se
EUA, Europa e China tinham dado sinais de vigor até o início deste ano…

Na transposição para a voz passiva, o objeto direto vira sujeito. Este é transformado em agente
da passiva.
Na primeira frase, “um ambiente econômico internacional sereno” (objeto direto do verbo “en-
contrar”) passará a ser o sujeito. “O próximo governo” se transformará em agente da passiva)
A nova frase ficará desta forma: “Não será encontrado um ambiente econômico internacional
sereno pelo próximo governo”.
Na segunda frase, “sinais de vigor” (objeto direto do verbo “dar”) será transformado em sujeito.
“EUA, Europa e China” passarão a ser agentes da passiva) A nova frase deve ser reescrita desta
maneira: “Se sinais de vigor eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano”.

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a) Errada. A primeira frase está errada, pois foi acrescentado o verbo “poderá”. Na segunda,
“EUA, Europa e China” continuam como sujeito composto da oração.
b) Errada. Foi empregado o verbo “ter” + particípio, porém a voz passiva analítica é represen-
tada pela locução verbal “ser” + particípio. Na segunda frase, não foi mantido o tempo verbal.
c) Errada. A primeira frase está errada, pois foi incluído o verbo “ter”. Na segunda, o verbo foi
empregado em um tempo diverso da frase original. Além disso, não deveria ser usado o agente
da passiva, porque foi empregada a partícula apassivadora.
e) Errada. A primeira frase está correta) A segunda, incorreta, pois “EUA, Europa e China” per-
maneceram como sujeito composto da oração.
Letra d.

022. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2019/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TJ SP – SP/ENFERMEIRO JUDICIÁ-
RIO) Observe as passagens do texto:
Um estudo realizado por pesquisadores do Porto concluiu que a intervenção de enfermeiros
especialistas em saúde mental… (1º parágrafo)
Os resultados indicam um “efeito positivo da intervenção psicoterapêutica da enfermagem”,
realizada por um enfermeiro especialista em saúde mental, registrando- -se uma clara diminui-
ção dos níveis de ansiedade… (3º parágrafo)
Transpondo-se as orações destacadas para a voz ativa, obtêm-se, correta e respectivamente,
as seguintes reescritas:
a) Pesquisadores do Porto realizaram um estudo que… /… e registram uma clara diminuição
dos níveis de ansiedade…
b) Pesquisadores do Porto tinham realizado um estudo que… /… e tem sido registrado uma
clara diminuição dos níveis de ansiedade…
c) Um estudo, que foi realizado por pesquisadores do Porto que… /… e registra uma clara dimi-
nuição dos níveis de ansiedade…
d) Pelos pesquisadores do Porto realizaram um estudo que… /… e tem sido registrada uma
clara diminuição dos níveis de ansiedade…
e) Realizou-se por pesquisadores do Porto um estudo que… /… e registram-se uma clara dimi-
nuição dos níveis de ansiedade…

Na primeira frase, o termo “Pesquisadores do Porto” (agente da passiva) se transforma em


sujeito do verbo “realizar”, para que haja a transposição para a voz ativa: “Pesquisadores do
Porto realizaram um estudo”.
Ocorre o caminho inverso ao da transformação para a voz passiva.
No segundo fragmento, é empregada uma partícula apassivadora ao final (“registrando-se uma
clara diminuição…”). O termo “clara diminuição dos níveis de ansiedade” exerce a função de

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

sujeito. Para que haja a transposição para a voz ativa, esse termo deve se tornar objeto direto
do verbo “registrar”, como disposto na alternativa “A”: “…e registram uma clara diminuição dos
níveis de ansiedade…”).
As outras alternativas apresentam transformações incorretas.
Letra a.

023. (PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE SÃO ROQUE (SP)


VUNESP/2020)
Como controlar as brigas de casal?
Todo casal briga) Às vezes, por uma questão de momento, um dos dois está estressado
e acaba descontando no parceiro. Ou então, os dois estão nervosos e a situação piora ainda
mais. Só que, quando essas brigas acontecem a todo momento e são graves a ponto de atra-
palhar a vida de casal, é sinal de que algo não vai bem no relacionamento.
Existem vários tipos de casais. Aqueles que brigam a cada cinco minutos, mas são
pequenas discussões leves e tudo volta ao normal rapidamente) E há aqueles que, quando bri-
gam, é por algo mais sério, gerando uma grande batalha entre argumentos e pontos de vista)
O que não é saudável para um relacionamento é quando as brigas se tornam momentos de
agressão e xingamentos, quando as opiniões se tornam uma chuva de desaforos. Isso mostra
que o respeito e a tolerância já não fazem mais parte do relacionamento.
Brigar com frequência também acaba gerando um desgaste na relação. Justamente por
isso, é bom evitar essa situação se realmente não for um motivo válido. E, mesmo que seja, é
preciso aprender a ter uma discussão respeitosa e que renda bons frutos.
(Disponível em: http://www.psicologosberrini.com.br. Acesso em: 06.10.2019. Adaptado)

No trecho –… é bom evitar essa situação se realmente não for um motivo válido. – a palavra
destacada estabelece sentido de
a) condição.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) tempo.

O “se” foi empregado no texto do enunciado com o sentido de condição. Trata-se de uma con-
junção subordinativa) Entende-se, de acordo com o texto, que brigar com frequência deve ser
evitado, caso realmente não haja um motivo válido.
Os outros sentidos não podem ser atribuídos à conjunção “se”.
Letra a.

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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

024. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE ILHABELA – SP/ANALISTA/ÁREA ECONOMIA)
Beijos proibidos
Manier Sael, um imigrante haitiano em São Paulo, por meio de tocante entrevista ao
jornal, contou que, ao chegar ao Brasil, e ao começar a namorar a brasileira que se tornaria sua
mulher e mãe de sua filha, disse-lhe que tinha um desejo: beijá-la em público, na rua) “No Haiti,
isso não existe”, ele explicou. “É uma coisa que eu nunca tinha visto na vida real, só na televi-
são. Ela falou que tudo bem. Como eu me senti nessa hora [ao beijá-la]? Me senti brasileiro”.
É interessante como, às vezes, precisamos de que alguém de fora venha nos revelar
quem somos ou como somos. Haverá coisa mais corriqueira no Brasil do que beijar em públi-
co? Pelo menos, é o que pensamos e – considerando quantas vezes fizemos isso sem o me-
nor problema – será preciso um exercício intelectual para nos lembrar de que pode ter havido
exceções à regra.
Duas cidades do interior de São Paulo já tiveram juízes que proibiram beijos em praça
pública) E isso não foi no século 19, mas nos anos loucos de 1980 e 1981. Até a proibição ser
revogada por ridícula, vários casais foram parar na cadeia.
Um dos restaurantes mais antigos do Rio, a Adega Flor de Coimbra, até hoje ostenta na
parede um quadro dos velhos tempos: “Proibido beijos ousados”. O quadro continua lá pelo fol-
clore, claro – mesmo porque, tendo pedido sua farta e deliciosa feijoada à Souza Pinto, quem
pensará em dar beijos, mesmo ousados?
E uma querida senhora que conheci, ao ver um casal se beijando na novela da TV, deu
um profundo suspiro e, do alto de seus 90 anos, exclamou, talvez sem se dar conta de que
todos na sala podiam escutá-la: “Eu nunca fui beijada!”. Ali, naquele momento, todos nos cons-
cientizamos da nossa tremenda fragilidade)
(www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/10/beijos-proibidos.shtml Publicado em 28.10.2019. Adap-
tado)

Atendendo à norma-padrão de emprego e de colocação dos pronomes, assinale a alternativa


em que a expressão destacada na frase pode ser substituída pela expressão entre parênteses.
a) Para o repórter, Manier Sael concedeu ao repórter uma entrevista tocante) (o concedeu)
b) Para a futura esposa, ele timidamente confessou à futura esposa o desejo de dar um beijo
em público. (confessou-lhe)
c) Cenas de beijos, somente pela televisão é que Manier havia visto cenas de beijos. (ha-
via visto-as)
d) Exceções à regra, precisamos de um exercício intelectual para recordar exceções à regra)
(recordar-lhes)
e) Quanto ao pedido de Manier, a namorada, que nada viu de constrangedor na situação, acei-
tou o pedido de Manier. (aceitou-o)

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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

O pronome “o” foi escolhido corretamente, substituindo “o pedido de Manier”, uma vez que o
verbo “aceitar” é transitivo direto. A colocação pronominal (ênclise) também está correta, pois
não há fator de atração e o sujeito está explícito. Ressalta-se que a próclise poderia ter sido
usada, mesmo após a vírgula, devido à presença de uma oração intercalada (“que nada viu de
constrangedor na situação’’).
a) Errada. Deveria ter sido usado o pronome “lhe”, pois este substituiria o objeto indireto “ao
repórter”. A colocação pronominal está correta) Também poderia ser empregada a ênclise
(“concedeu-lhe”), uma vez que não há fator de atração.
b) Errada. O pronome foi escolhido corretamente) Entretanto, a ênclise não deveria ser usada,
tendo em vista a presença do advérbio “timidamente” (fator de atração).
c) Errada. O pronome está correto. Contudo, não se pode utilizar ênclise com o verbo no
particípio.
d) Errada. Deveria ter sido usado o pronome “as’’, uma vez que o verbo “recordar” é transitivo
direto. Poderia ter sido empregada a próclise ou a ênclise, pois o verbo está no infinitivo.
Letra e.

025. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES/EBSERH EBSERH – BR/
ASSISTENTE SOCIAL)
Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados. Naquela faixa-zumbi
que vai em slow motion, desde sair da cama, abrir janelas, avaliar o tempo e calçar chinelos até
o primeiro jato da torneira – feito fios fora de lugar, emaranham-se, encrespam-se, tomam di-
reções inesperadas. Com água, pão, pente, você disciplina cabelos. E pensamentos? Que nem
são exatamente pensamentos, mas memórias, farrapos de sonho, um rosto, premonições, fan-
tasias, um nome) E às vezes também não há água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de
domá-los. Acumulando-se cotidianas, as brutalidades nossas de cada dia fazem pouco a pou-
co alguns recuar – acuados, rejeitados – para as remotas regiões de onde chegaram. Outros,
como cabelos rebeldes, renegam-se a voltar ao lugar que (com que direito) determinamos para
eles. Feito certas crianças, não se deixam engambelar assim por doce ou figurinha.
Pensamentos matinais, desgrenhados, são frágeis como cabelos finos demais que co-
meçam a cair. Você passa a mão, e ele já não está ali – o fio. No travesseiro sempre restam
alguns, melhor não olhar para trás: vira-se estátua de cinza) Compacta, mas cinza) Basta um
sopro. Pensamentos matinais, cuidado, são alterados feito um organismo mudando de fuso
horário. Não deveria estar ali naquela hora, mas está. Não deveria sentir fome às três da tarde,
mas sente) Não deveria sentir sono ao meio-dia, mas. Pensamentos matinais são um abrupto

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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
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mas com ponto-final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há o risco de não continuar de-
pois do que deveria ser curva amena, mas tornou-se abismo.
(Caio Fernando Abreu, “Lição para pentear cabelos matinais”. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado) 32.
[Q1694449]

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de colocação pronominal.


a) Às vezes não há como domar os pensamentos, mas as brutalidades fazem-nos recuar.
b) E às vezes também não tem-se água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de domá-los.
c) Os pensamentos, tendo emaranhado-se e encrespado-se, tomam direções inesperadas. D)
Se renegam alguns pensamentos a voltar ao lugar que determinamos para eles.
e) Como disciplinam-se pensamentos, sem água, mão, pente, gel ou xampu capazes
de domá-los?

O pronome “nos” foi empregado de forma correta, uma vez que o verbo “fazem” é transitivo
direto. Como ele termina em som nasal (“em”), acrescenta-se o “n” ao pronome (fazem + os =
fazem-nos. A colocação está correta) Poderia também ser utilizada a próclise.
b) Errada. O advérbio “não” (fator de atração) exige o uso da próclise.
c) Errada. Os pronomes foram empregados após verbos no particípio, o que é proibido pela
norma gramatical.
d) Errada. A frase foi iniciada pelo pronome “Se”, o que não é permitido pela norma culta.
e) Errada. O pronome interrogativo “Como” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
Letra a.

026. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/CÂMARA DE MOGI MIRIM CÂMARA DE MOGI MIRIM – SP/JORNALISTA)
Estônia tem governo quase 100% digital
A menor das três repúblicas bálticas, a Estônia é hoje considerada um dos grandes
laboratórios do mundo em matéria de digitalização e transparência de dados. Lá, apenas três
serviços ligados ao governo ainda demandam a presença física de seus cidadãos. Casamen-
tos, divórcios e transferências de titularidade de um imóvel ainda requerem uma testemunha
juramentada) Todo o resto pode ser feito pela internet, incluindo criar uma conta em banco,
abrir uma empresa ou até mesmo escolher representantes políticos.
Dos 1,3 milhão de estonianos, 99% possuem uma espécie de RG digital, um documento
com um chip que lhes garante acesso a mais 500 serviços do governo, incluindo acesso ao
sistema de saúde e ao transporte público.
Primeiro a vantagem. O sistema, de fato, torna todos os processos públicos muito mais
rápidos. Na Estônia, é possível abrir uma empresa em impressionantes 15 minutos. Uma conta
em banco leva um pouco mais de tempo: 24 horas. Sem contar o acesso ao amplo sistema de

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benefícios estatais. A saúde é pública, o transporte é grátis e, com o documento digital, o go-
verno subsidia até a compra de medicamentos na farmácia – o benefício pode chegar a 50%.
Agora, a desvantagem. Todas as vezes que um estoniano saca seu RG digital para um serviço,
ele registra a movimentação na rede estatal, que passa a ter a posse da informação. Além
disso, em tese, qualquer cidadão pode consultar os dados de outro estoniano, mediante solici-
tação prévia e intermediação do governo.
O Estado* acompanhou a consulta no perfil do primeiro ministro da Estônia, Jüri Ratas.
Viu seus três imóveis, onde estão e quanto custam. “Está tudo aqui, é só consultar”, afirma a
funcionária do governo digital da Estônia, Harle Pihlak. Assunto polêmico? Não para os locais.
Segundo o cientista de computação Edilson Osorio, que mora há dois anos naquele país, os es-
tonianos não se preocupam com a privacidade, mas “os estrangeiros ficam ressabiados com
tanta exposição”.
(Renato Jakitas. O Estado de S. Paulo, 01.03.2020. Adaptado) * Jornal o Estado de S.Paulo

Considere a frase elaborada a partir das ideias do texto.


Entre as diversas facilidades com que os estonianos podem contar, o país oferece aos esto-
nianos transporte gratuito. Quanto a tratamento médico, o governo tem incluído tratamen-
to médico entre os benefícios disponíveis para a população e, tratando-se de quase 50% de
economia, geralmente garante a economia de quase 50% para quem precisa de remédios. De
acordo com as regras de emprego e de colocação dos pronomes estabelecidos pela norma
padrão, as expressões destacadas na frase podem ser substituídas por
a) oferece-lhes… tem incluído-o… a garante
b) oferece-lhes… o tem incluído… a garante
c) oferece-lhes… o tem incluído… lhes garante
d) os oferece… tem incluído-o… lhes garante
e) os oferece… o tem incluído… garante-lhes

O verbo “oferecer” é transitivo direto e indireto. Como foi marcado o objeto indireto (“aos es-
tonianos”), deve-se usar o pronome “lhes”. A colocação pronominal é facultativa (próclise ou
ênclise), pois não há fator de atração. Logo, eliminam-se as letras “D” e “E”.
O verbo “incluir” é transitivo direto. O pronome “o” foi corretamente selecionado, para substituir
“tratamento médico”. A colocação pronominal está correta) Poderia também ser usada a ên-
clise em relação ao verbo “ter” (“tem-no incluído”), pois não há fator de atração. Somente não
poderia ser empregado o pronome, após o verbo “incluído”, pois ele está no particípio. Portan-
to, elimina-se a assertiva “A”.
O verbo “garantir” é transitivo direto. Deveria ser usado o pronome “a”, a fim de substituir “a eco-
nomia de quase 50%”. Devido à presença do advérbio “geralmente”, somente a próclise poderia
ter sido empregada) Sendo assim, elimina-se a letra “C”.
Letra b.

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027. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE MORRO AGUDO – SP/AGENTE DE LICITAÇÕES E CONTRATOS)
Rotulo, logo existo
Nosso cérebro é uma complexa estrutura forjada por milhões de anos de evolução. Por
outro lado, é também primitivo e foi lapidado para seres trogloditas que viveram há milhares
de anos. É curioso pensar que o mais refinado, erudito e urbano dos moradores deste planeta
tenha o mesmo hardware que um caçador coletor que passou a vida errando em uma pequena
área de algum lugar em busca de comer, aquecer-se e garantir a reprodução.
Desenvolvida para uma chave amigo-inimigo, nossa mente tende a rotular tudo o que
vê, julgando a novidade de acordo com seu conhecimento prévio. Isso garantiu nossa vida por
muitas gerações: se eu comer algo que me faz mal, toda vez que olhar para algo semelhante,
sentirei repulsa) Nosso cérebro rotula de acordo com a percepção de nossos sentidos. Isso
pode ser bom para evitar perigos, porém cria problemas para nossa atualidade.
Encerrar em caixas herméticas dá segurança) Começamos com a minha tribo e a do ou-
tro. Se é da minha, diminuem as chances de ataque) Classificar é a primeira forma de dominar
e de se defender. O vício entrou em nós. Da tribo, passamos a gostos musicais e sexuais ou
escolas artísticas. Classificar não é ruim ou errado. Supor que algo esteja controlado mental-
mente por estar etiquetado é, no fundo, estupidez.
Tudo pede que você classifique continuamente) Resistir à tentação é um desafio. Pen-
sar em aprofundar, dar uma segunda olhada, fugir do rótulo: parecem ser atitudes que exigem
o desafio da vontade férrea) Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção sem
julgar e engavetar de imediato é um ato de resistência) Abrir espaço para complexidades é boa
meta) O resto? O remarema de frases superficiais, senso comum e a celebração da boçalida-
de) Talvez, um dia, descubram que se trata de uma bactéria específica transmitida pela digita-
ção. O remédio continua sendo ler com atenção, duvidar como método, analisar possibilidades
fora do que está posto e nunca ser o representante da verdade na Terra) Ah, e ajuda abandonar
redes sociais por pelo menos uma hora por dia) É preciso ter esperança)
(Leandro Karnal. Acesso em 09.11.2019. Adaptado) 34. [Q1597037]

Assinale a alternativa em que a expressão entre colchetes substitui a destacada, de acordo


com a norma-padrão de emprego e colocação de pronome.
a) … parecem ser atitudes que exigem o desafio da vontade férrea [exigem-no]
b) Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção [invadam-na]
c) … um caçador coletor que passou a vida errando em uma pequena área [passou ela]
d) … analisar possibilidades fora do que está posto [analisar-lhes]
e) Resistir à tentação é um desafio. [Resisti-la]

Foi escolhido de forma correta o pronome “a”, tendo em vista que o verbo “invadir” é transitivo
direto. Acrescentou-se a letra “n” ao pronome, pois o verbo termina em som nasal (“am”). A

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colocação pronominal foi considerada correta) Ressalta-se, porém, que a próclise seria mais
adequada, tendo em vista que o pronome integra uma oração subordinada (fator de atração
para alguns autores).
a) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, devido à presença do pronome relativo “que” (fator
de atração). Nesse caso, seria empregado só o pronome “o” (“…que o exigem”).
c) Errada. Usou-se o pronome “ela” no lugar da expressão “a vida” (objeto direto), o que é equi-
vocado. Pronomes pessoais do caso reto somente podem ser empregados como sujeito.
d) Errada. Deveria ter sido usado o pronome “as”, uma vez que o verbo é transitivo direto.
A colocação pronominal está correta, pois a ênclise sempre pode ser usada com verbos no
infinitivo.
e) Errada. O verbo “resistir” é transitivo indireto. Portanto, deveria ter sido usado o pronome
“a ela” ou o “lhe”. A colocação pronominal está correta, pois a ênclise sempre pode ser usada
com verbos no infinitivo.
Letra b.

028. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/FUNDAÇÃO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE OSASCO FITO – SP/TÉCNICO EM GES-
TÃO/ÁREA: RECURSOS HUMANOS)
No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a via-
gem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão.
Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake ori-
ginal”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.
Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados
Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promes-
sa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.
O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especia-
lidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses
que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama- se tomate.
Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos
o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante
escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que
está diante de um alimento completamente diferente.
Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de
água nele contida) Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior pre-
sença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade) Os agriculto-
res, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos
pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas
características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos
da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.

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Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar
água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever
de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir
às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os
pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é
curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta)
(Antonio Prata) Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)

Encontra-se em conformidade com a norma-padrão da língua quanto à colocação dos prono-


mes a seguinte frase:
a) … uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não encontramos-a por aqui.
b) … o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente mescla-se ao sal em
sua língua.
c) … manipulando suas características até que transformaram- nos nesse tímido vegetal… d)
Me dou conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país…
e) A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para a deixar mais doce…

O pronome “a” foi empregado corretamente, substituindo a palavra “vida”, uma vez que o verbo
“deixar” é transitivo direto. A próclise está correta, pois o pronome se encontra em uma oração
subordinada (fator de atração). Como o verbo está no infinitivo, a ênclise poderia também ser
empregada.
a) Errada. Deveria ter sido usado a próclise, por causa da presença do advérbio “não” (fator
de atração).
b) Errada. O advérbio “naturalmente” exige o uso da próclise.
c) Errada. O “que” (fator de atração) exige que a próclise seja utilizada.
d) Errada. A frase foi iniciada com um pronome oblíquo átono (“Me”), o que não é admitido pela
norma culta.
Letra e.

029. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE CANANEIA – SP/AUXILIAR FEMININO DA CASA DA CRIAN-
ÇA E DO ADOLESCENTE) Assinale a alternativa em que a colocação e o emprego dos prono-
mes estão de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Nos comunicaram que não há intenção de colocar-lhes numa casa de repouso.
b) Já sabe-se que lhe convidaram para a festa de 77 anos do avô dele, no próximo sábado. C)
Nunca lhe telefonaram para oferecer uma ajuda para os remédios do pai e da sogra.
d) Aqui trata-se bem o idoso, principalmente na hora de oferecê-los os alimentos e a medicação.
e) Não deve-se discriminar os idosos, mas sim aceitar-lhes como nossos grandes educadores.

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Elias Santana

O pronome “lhe” foi empregado corretamente em próclise, por causa do advérbio “Nunca” (fator
de atração). A escolha do pronome também está correta, pois quem telefona o faz para alguém.
a) Errada. O primeiro pronome (“Nos”) foi empregado incorretamente, uma vez que não se
pode iniciar uma frase com pronomes oblíquos átonos.
b) Errada. O advérbio “já” exige o uso da próclise) Além disso, o pronome “lhe” foi incorretamen-
te empregado, pois o verbo “convidar” é transitivo direto. Deveriam ter sido usados um destes
pronomes: o, a, os, as.
d) Errada. Há dois erros. O “se” deveria ter sido colocado antes do verbo (próclise), devido à
presença do advérbio “Aqui”. O pronome “los” está incorreto, pois representa o objeto indireto
do verbo “oferecer”. Logo, deveria ter sido empregado um destes pronomes: lhe, lhes.
e) Errada. Há também dois erros. O “se” deveria ter sido colocado em posição proclítica, por
causa do advérbio “não”. O pronome “lhes” está incorreto, pois o verbo “aceitar” é transitivo
direto. Deveria ter sido empregado o pronome “los”, para substituir “os idosos”.
Letra c.

030. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-


NESP/2020/PREFEITURA DE CANANEIA – SP/AGENTE DE CONTROLE DE VETORES) Assi-
nale a alternativa que apresenta o emprego do pronome e a colocação pronominal corretos de
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Os membros de uma família bem estruturada nunca se preocupam com as possíveis alte-
rações sociais.
b) É possível dizer que nos dias de hoje a família passa por forte reestruturação, mesmo assim
precisamos preservar-lhe.
c) Se fala pouco sobre a adoção de crianças, porque as famílias ainda preferem insistir em ter
filhos biológicos.
d) Quando sabe-se que pais e filhos são felizes, todos felicitam-los.
e) A inclusão da mulher no mercado de trabalho causou-a transtornos, pois ela não dedica-se
mais exclusivamente aos afazeres domésticos.

O pronome “se” foi corretamente empregado em próclise, pois a presença do advérbio “nun-
ca” a exige.
b) Errada. Deveria ter-se empregado o pronome “la”, substituindo “a família”, uma vez que o
verbo “preservar” é transitivo direto.
c) Errada. Começou-se a frase com um pronome, o que é vedado pela norma culta.
d) Errada. Há dois erros. O pronome “se” deveria ter sido empregado em próclise, devido à pre-
sença da conjunção subordinativa “Quando”. O pronome “los” está incorreto. Deveria ter sido
utilizada a próclise (“todos os felicitam”), uma vez que o pronome indefinido “todos” a exige.

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e) Errada. também há dois erros. O pronome “a” está incorreto, pois representa o objeto indireto
do verbo “causar”. Deveria ter sido usado o pronome “lhe” ou “a ela”. A colocação está correta,
pois não há fator de atração. O pronome “se” está incorreto, tendo em vista a presença do ad-
vérbio “não”, exigindo-se a próclise.
Letra a.

031. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/AGENTE ADMINIS-


TRATIVO) Há normas que orientam para o correto uso dos pronomes pessoais em frases e
textos. Eles podem ser usados antes, no meio ou após o verbo da oração. A este respeito, as-
sinale a alternativa correta.
a) Segue-se a norma da Ênclise quando a oração estiver na negativa) Exemplo: “Não se inco-
mode demais”.
b) Segue-se a norma da Próclise quando a oração for iniciada por verbo. Exemplo: “Cortou-se
sem querer”.
c) Segue-se a norma da Próclise quando o verbo estiver no gerúndio. Exemplo: “Correu ao seu
encontro, abraçando-o fortemente”.
d) Segue-se a norma da Mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente e não houver
palavras que exijam o uso da Próclise) Exemplo: “Encontrar-te-ei mais tarde”.

Próclise é quando o pronome aparece antes do verbo.


Ênclise é quando o pronome aparece depois do verbo.
Mesóclise é quando o pronome aparece no meio do verbo.
a) Errada. Na frase, o pronome está antes do verbo e segue a regra da próclise) No caso, a pa-
lavra negativa funciona como fator de atração.
b) Errada. Na frase, o pronome está depois do verbo e segue a regra da ênclise) No caso, não
se deve iniciar frases com pronomes oblíquo átono.
c) Errada. Na frase, o pronome está depois do verbo e segue a regra da ênclise.
d) Certa. O pronome está no meio do verbo e segue a regra da mesóclise) A mesóclise aconte-
ce com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito do modo indicativo
Letra d.

032. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/ADMINISTRADOR)


Em relação às regras de colocação pronominal, segundo a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa correta.
a) Elas tinham avisado-me sobre as faltas excessivas.
b) Se apresentaram muito bem no recital as suas filhas.

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
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c) Hoje nos preocupamos muito mais com as expressões que usamos.


d) Os alunos que mantiveram-se em silêncio durante a aula aprenderam.

a) Não se usa ênclise em construções com o verbo no particípio. Lembre-se: após o particípio,
não se usa pronome oblíquo.
b) Não se deve iniciar frases com pronomes oblíquos átonos.
c) Hoje é um advérbio de tempo e funciona como fator de atração na colocação pronominal.
d) O que é um pronome relativo e funciona como fator de atração na colocação pronominal.
Letra c.

033. (2021/IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISA-GESTÃO) Para responder à questão, leia


o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de Franz Kafka.
Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma
intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com
as necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa
e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e
a família, de bom grado, recebia) Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como
ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele
tinha planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos
extras que isso acarretaria) Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem
viajar, sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concre-
tizar), enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia) Contudo, Gregor
pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal.
Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele es-
cutava as conversas, colado à porta) De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se,
apoiando pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que
qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando
alguma coisa”, dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta) Passado algum
tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si.
Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja por-
que há tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –,
e Gregor, com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam
sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últi-
mos anos por conta dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor
entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a
pouco ampliava o montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o pro-
cedimento, contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro

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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
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poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele
constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.
(KAFKA, Franz. A Metamorfose) Trad) Lourival Holt Albuquerque) São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)

Na frase “Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemen-
te na noite de Natal” (1º§), ocorrem dois pronomes. Sobre eles, é correto afirmar que:
a) possuem a mesma classificação morfológica.
b) o primeiro antecipa uma ideia inédita e o segundo a resgata.
c) ambos faz em referência a algo já dito no texto.
d) fazem referência à segunda pessoa do discurso.
e) o segundo está em posição proclítica em relação ao verbo.

a) Os dois pronomes são: nisso e lo. Nisso é um pronome demonstrativo formado pela contra-
ção da preposição em + o pronome isso; lo é um pronome oblíquo.
b) Os dois pronomes fazem referência ao mesmo elemento do texto: projeto.
Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o
projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demons-
travam não aprovar nem um pouco a ideia) Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e
pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal.
c) Exato. Os dois pronomes fazem referência a projeto.
d) Os dois elementos fazem uso da terceira pessoa do discurso (ele, o projeto).
e) O segundo pronome (lo) está em posição enclítica, ou seja, após o verbo.
Letra c.

034. (2020/IBFC/TRE-PA/OPERAÇÃO DE COMPUTADORES) A respeito das normas de Colo-


cação Pronominal, assinale a alternativa incorreta.
a) A mesóclise é o uso do pronome no interior do verbo em frases no presente do indicativo
b) A próclise é o uso do pronome antes do verbo, quando houver conjunções subordinativas.
c) A ênclise é o uso do pronome depois do verbo em frases iniciadas por verbo.
d) A próclise é o uso do pronome antes do verbo em frases que possuam advérbios ou outras
palavras atrativas.

a) Errada. A mesóclise é o uso do pronome no meio do verbo quando este está no futuro do
presente ou no futuro do pretérito.
b) Certa. A próclise é o uso do pronome antes do verbo. Uma das regras obrigatórias para a
próclise é quando há conjunções subordinativas.

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c) Certa. Quando a frase começar com verbo, deve-se usar a ênclise, ou seja, o pronome
após o verbo.
d) Certa. A próclise é o uso do pronome antes do verbo em frases que possuam advérbios ou
outras palavras atrativas.
Relembrando quais são os fatores de atração na próclise: palavras negativas; advérbios; pro-
nomes relativos; pronomes indefinidos; conjunções subordinativas.
Letra a.

035. (2020/IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Leia atentamente o


texto abaixo para responder à questão.
Sem direito e Poesia
Eis me aqui, iniludível. Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os
com as palavras que lhes atribuem significado. Às vezes dá vontade ser assim, hermético.
Talvez, porque eu sinta que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe har-
monicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fazer entender. É que, talvez, a
vida seja mesmo um mal entendido.
Portanto, despiciendo as opiniões e me faço prolixo. Suasório para o intento de escrever
em uma língua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto
cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento. Dizem-me que as palavras
devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do
mundo nada entendo, por que razão deveria me fazer entender?
Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio
desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um
desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá
estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o recreio em espírito. Na reali-
dade) Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla) Teto alto. Prateleiras rústicas com
farta literatura e filosofia) Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo.
Uma poltrona aveludada) Frio. Lareira acesa) Vinho tinto seco, Malbec.
O amor? O entregar-se? Não!
Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega) Apenas eu. Apenas eu e o tempo.
Cerrado na sala cerrada) Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imarcescível seria
tal momento. Mas a vida) A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a criatura
humana é botão de rosa, matéria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo… Soerguendo-
-me… Sobrevivo…
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018 – JUS Brasil)

Observe a construção verbal do enunciado a seguir: “Tratar-se-ia apenas de amor próprio.´


Quanto à norma de colocação pronominal utilizada, assinale a alternativa correta.
a) Mesóclise – uso do pronome no interior do verbo no futuro do pretérito.

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b) Mesóclise – uso do pronome no interior do verbo no futuro mais-que-perfeito.


c) Próclise – uso do pronome no interior do verbo no futuro do presente.
d) Mesóclise – uso do pronome no interior do verbo no pretérito imperfeito.

A mesóclise é uma construção pouco usual e ocorre quando o pronome está no meio do verbo.
A mesóclise é obrigatória quando dois fatores são combinados:
- verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito
e
- ausência de fator atrativo da próclise.
Quando há alguns dos fatores atrativos da próclise, esta prevalece sobre a mesóclise.
Letra a.

036. 3(2019/IBFC/CBM-BA) Leia o texto abaixo para responder a seguinte questão.


Inspeções de segurança geram benefícios para empresas e trabalhadores
Por Paulo Ribeiro Neres

Uma das atividades mais comuns entre os profissionais de saúde e segurança do traba-
lho são as inspeções de segurança) Estas podem ser específicas, como por exemplo, em equi-
pamentos de combate a incêndio ou gerais como: ordem, arrumação e limpeza) Normalmente,
alguns de seus objetivos são: reconhecer e antecipar as condições ou procedimentos que se
encontram abaixo dos padrões de segurança estabelecidos, ou ainda detectar situações peri-
gosas que possam acarretar perdas materiais ou pessoais no ambiente ocupacional.
Seja qual for o propósito ou tipo das inspeções, de rotina ou periódica, é de extrema
relevância que o próprio trabalhador, “aquele que põe a mão na massa”, participe dessas ativi-
dades e que sua opinião seja considerada e avaliada no momento da conclusão. Desta forma,
espera-se aumentar o interesse e motivação dos trabalhadores com as questões de saúde e
segurança no ambiente de trabalho e, paralelo a isso, desenvolver uma cultura que promova a
ideia de que a prevenção de perdas seja de interesse de todos e não apenas uma responsabi-
lidade do Departamento de Segurança, como é comum em diversas organizações. […]
O melhor e mais vantajoso de tudo isso é que podemos usar o conhecimento e experi-
ência prática de quem realmente sabe onde estão as condições perigosas e desvios que mais
ocorrem naquele ambiente de trabalho. Geralmente, as inspeções de segurança são realizadas
sem a participação dos trabalhadores do chão de fábrica) Precisamos quebrar esse paradig-
ma) […] Não será demérito para os profissionais do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) adicionar os trabalhadores nas suas inspeções
de segurança) Para isso, será necessário capacitá-los, treiná- los e orientá-los para que sejam
capazes de auxiliar na identificação e avaliação dos perigos. […]

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Se realizarmos inspeções com o auxílio dos próprios trabalhadores, é bem provável que
as medidas de controle, que serão sugeridas para mitigar os riscos detectados, sejam mais co-
erentes e próximas da realidade do dia a dia) Assim, o bom resultado prático virá pela união do
conhecimento técnico do profissional da segurança com a opinião e visão de quem realmente
fica exposto, que são os trabalhadores.
(http://revistacipa.com.br/inspecoes-de-seguranca-geram-beneficios- para-empresas-e-trabalhadores/ acesso
em 14/11/2019. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à regra utilizada para a colocação pronominal destacada
no enunciado a seguir: “Para isso, será necessário capacitá-los, treiná-los e orientá-los”.
a) Ênclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.
b) Mesóclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.
c) Próclise – uso do pronome oblíquo após o verbo em frases afirmativas.
d) Próclise – uso do pronome oblíquo após o verbo em frases no futuro do presente.
e) Mesóclise- uso do pronome oblíquo após uma sílaba tônica.

A ênclise ocorre quando o pronome aparece após o verbo.


Letra a.

037. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/TÉCNICO EM SANE-


AMENTO) Observe o enunciado abaixo.
Vou-me embora pra Pasárgada,
lá sou amigo do Rei”.
(M.Bandeira)

Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale a alternativa correta.


a) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou pretérito afirmativo, o pronome
oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
b) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou pretérito afirmativo, o pronome
oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
c) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou pretérito afirmativo, o pronome
oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
d) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo afirmativo, o pronome oblíquo
deve ser usado posposto ao verbo.

Lembre-se que não se deve iniciar frases com pronome oblíquo. Por isso, o pronome deve ser
posposto ao verbo, caracterizando uma ênclise.

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Observação: se o verbo do início da oração estiver no futuro (do presente ou do pretérito), pre-
valecerá a mesóclise.
Letra a.

038. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO-


-ANALISTA DE SISTEMAS)
Texto 1
“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.”
Carlos Drummond de Andrade
Texto 2

Observe: “Nunca me esquecerei desse acontecimento”. Assinale a alternativa que apresenta a


correta regra de colocação pronominal utilizada no enunciado.
a) Próclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com sentido negativo.
b) Ênclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com sentido negativo.
c) Mesóclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com sentido negativo.
d) Ênclise – uso de pronome antes do verbo em enunciados com advérbios de negação.

A próclise é o uso do pronome a antes do verbo. Em alguns casos, temos os chamados “fa-
tores de atração”, que tornam o uso da próclise obrigatória) Palavras negativas, como nunca,
nada, não, são exemplos de fatores que atraem o pronome para antes do verbo.

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Relembrando quais são os fatores de atração da próclise:


• palavras negativas
• advérbios
• pronomes relativos
• pronomes indefinidos
• conjunções subordinativas
Letra a.

039. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/PROFISSIONAL NÍVEL MÉDIO/OFICIAL


ADMINISTRATIVO) Leia o texto para responder à questão.
Coisas Antigas
[…] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um
canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor con-
tra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber
qual a origem desse carinho.
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o
guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quaren-
tão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva) De
máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso muda-
ram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram. […]
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores
desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda) Ele permaneceu auste-
ro, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão
ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. […]”
Rubem Braga

Leia o trecho: “pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo”. Assinale a alter-


nativa que apresenta a regra correta que justifica o uso da expressão pronominal em destaque.
a) Próclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no pretérito imperfeito.
b) Ênclise – uso do pronome após o verbo no infinitivo impessoal regido por preposição.
c) Mesóclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no presente do
indicativo.
d) Próclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no pretérito perfeito.

Lembre-se:
• próclise: ocorre antes do verbo
• mesóclise: ocorre no meio do verbo
• ênclise: ocorre após o verbo
Letra b.
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040. (2019/IBFC/MGS/ADVOGADO)
João Cruz e Sousa (1861 – 1898), lançador do Simbolismo no Brasil, é situado, por
alguns estudiosos, junto de Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do
mundo, formando a “grande tríade harmoniosa”.
Além de ter uma boa apresentação física, era um homem extremamente culto e elogia-
do por seus mestres. Mas nada disso, para as pessoas da época, superava o fato de ser negro,
o que lhe causou sérios problemas.
Em vida, sofreu muito e não conheceu o sucesso. Mudou-se de Santa Catarina (seu es-
tado natal) para o Rio de Janeiro e, com muito empenho, chegou a ser arquivista da Central do
Brasil, cargo que lhe garantia subsistência e não valorizava sequer um décimo de sua capaci-
dade intelectual. Terminou atacado pela “doença dos poetas”, a tuberculose, que matou, junto
com ele, toda sua família.
É nesse ambiente de dor que nasce sua incrível obra, onde transparecem a melancolia e
a revolta, porém com versos magicamente ricos e sonoros. Arte é a palavra-chave) Arte liber-
tária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe e a musicalidade)
Cruz e Sousa é, sem dúvida, um dos maiores expoentes da poesia brasileira) Entre suas obras
estão Missal, Broquéis, Os Faróis e Últimos Sonetos, todos livros de poesia.
(brasilescola.uol.com.br/biografa/joao-cruz-sousa)

A expressão sublinhada do texto apresenta um pronome enclítico. De acordo com a norma


gramatical de seu uso, a ênclise ocorre:
a) nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), isto porque na
linguagem padrão da língua não é apropriado iniciar frase com pronome oblíquo.
b) nas orações iniciadas por verbos acompanhados de pronome refexivo seguido de preposição.
c) somente em frases afirmativas no pretérito perfeito.
d) quando há a partícula apassivadora “se” porque na linguagem culta essa formação é grama-
ticalmente correta.

Não é permitido iniciar frases com pronomes; por isso, deve-se usar a ênclise.
Lembre-se: se o verbo estiver no futuro do presente ou do pretérito, a mesóclise prevalece so-
bre a ênclise.
Letra a.

041. (2017/IBFC/SEDUC-MT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO EDUCACIONAL)


Quando era novo, em Pringles, havia donos de automóveis que se gabavam, sem mentir,
de tê-los desmontado “até o último parafuso” e depois montá-los novamente) Era uma proeza
bem comum, e tal como eram os carros, então, bastante necessária para manter uma relação
boa e confiável com o veículo. Numa viagem longa era preciso levantar o capô várias vezes,
sempre que o carro falhava, para ver o que estava errado. Antes, na era heroica do automobilis-
mo, ao lado do piloto ia mecânico, depois rebaixado a copiloto. […]

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Na realidade, os bricoleurs* de vila ou de bairro não se limitavam aos carros, trabalha-


vam com qualquer tipo de máquinas: relógios, rádios, bombas d´água, cofres. […] Desnecessá-
rio dizer, assim, que desde que os carros vêm com circuitos eletrônicos, o famoso “até o último
parafuso” perdeu vigência.
Houve um momento, neste último meio século, em que a humanidade deixou de saber
como funcionavam as máquinas que utiliza) De forma parcial e fragmentária, sabem apenas
alguns engenheiros dos laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento de algumas grandes em-
presas, mas o cidadão comum, por mais hábil e entendido que seja, perdeu a pista há muito.
Hoje em dia usamos os artefatos tal como as damas de antigamente usavam os automóveis:
como “caixas-pretas”, com um Input (apertar um botão) e um Output (desliga-se o motor), na
mais completa ignorância do que acontece entre esses dois polos.
O exemplo do carro não é por acaso, acredito ter sido a máquina de maior complexida-
de até onde chegou o saber do cidadão comum. Até a década de 1950, antes do grande salto,
quando ainda se desmontavam carros e geladeiras no pátio, circulava uma profusa bibliografia
com tentativas patéticas de seguir o rastro do progresso. […]
Hoje vivemos num mundo de caixas-pretas. Ninguém se assusta por não saber o que
acontece dentro do mais simples dos aparelhos de que nos servimos para viver. […]
O que aconteceu com as máquinas é apenas um indício concreto do que aconteceu
com tudo. A sociedade inteira virou uma caixa-preta) A complicação da economia, os desloca-
mentos populacionais, os fluxos de informação traçando caprichosas espirais num mundo de
estatísticas contraditórias, acabaram por produzir uma cegueira resignada cuja única moral é
a de que ninguém sabe “o que pode acontecer”; ninguém acerta os prognósticos, ou acerta só
por casualidade) Antes isso acontecia apenas com o clima, mas à imprevisibilidade do clima
o homem respondeu com civilização. Agora a própria civilização, dando toda a volta, se tornou
imprevisível.
(César Aira) In: Marco M. Chaga, org. Pequeno manual de procedimentos. Tradução: Eduardo Marquardt. Cuuri-
tiba: Arte & Letra, 2007, p.49-51)

* bricoleur: aquele que faz qualquer espécie de trabalho


Dentre as ocorrências do emprego do pronome oblíquo átono abaixo, destacadas do texto,
assinale a alternativa incorreta de colocação considerando a Norma Culta.
a) “havia donos de automóveis que se gabavam” (1º§).
b) “até o último parafuso’ e depois montá-los” (1º§).
c) “os bricoleurs* de vila ou de bairro não se limitavam” (2º§).
d) “Ninguém se assusta por não saber o que acontece” (5º§).
e) “dando toda a volta, se tornou imprevisível.” (6º§).

a) O pronome relativo que funciona como fator de atração na próclise.


b) Pode-se usar próclise ou ênclise.

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c) O não é um fator de atração na próclise.


d) Ninguém é fator de atração na próclise.
e) A ênclise é obrigatória quando for precedida por um sinal de pontuação. O correto seria:
“dando toda a volta, tornou-se imprevisível.
Letra e.

042. (2017/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA/ASSISTENTE TÉCNICO


LEGISLATIVO)

A oração “Vou me aposentar amanhã” tem seu sentido preservado sem transgressão à norma
padrão no que diz respeito à colocação pronominal com a seguinte reescritura:
a) Vou me aposentando amanhã.
b) Me aposentaria amanhã.
c) Me aposentava amanhã.
d) Aposentar-me-ei amanhã.

A mesóclise é pouco usual no dia a dia) Ela só é obrigatória quando há a combinação de dois
requisitos:
1º) o verbo precisa estar no futuro do presente ou do pretérito e iniciar a oração
e
2º) não pode haver fator de atração da próclise.
Letra d.

043. (2016/IBFC/EBSERH/ASSISTENTE SOCIAL)


A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma –
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:
medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não
ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.

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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana

Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma) Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o
sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), […] a alegria, de tanta
tensão, nos escapa) […]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? […] Treze anos e ainda não ficou?
[…] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza) Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda) Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda) Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna) Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise) Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya) Veja, 25/03/09, adaptado)
Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2º§), ao observar a posição do pronome oblíquo em
destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo “tanto”.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio “nunca”.

A próclise ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Na maioria dos casos, é possível
usar a próclise) Ela é proibida em dois casos:
- não é permitido iniciar frases com pronomes oblíquos;
- não se deve usar a próclise quando o verbo aparecer no início da oração ou quando houver
uma pausa antes dele (marcada por um sinal de pontuação, por exemplo).
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Em alguns casos, a próclise é obrigatória) Relembrando quais são os casos:


• palavras negativas;
• advérbios;
• pronome relativos;
• pronomes indefinidos;
• conjunções subordinativas.
Letra e.

044. (2016/IBFC/EBSERH/ADVOGADGO/HU-FURG) Observando o padrão culto da língua,


assinale a alternativa cujo fragmento transcrito do texto represente um emprego INCORRETO
de colocação pronominal:
a) “Me conquistou.” (1º§)
b) “E já estão me confundindo com Artur da Távola?” (2 °§)
c) “Disse que me lia sempre (…) (3º§)
d) “(…)sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo… só não me lembro (…)” (4 °§)
e) “(…)nunca escrevi às sextas, mas ela me interrompeu (…)” (4 °§)

Na Língua Portuguesa, não se admite iniciar frases com pronomes átonos.


Letra a.

045. (2016/IBFC/COMLURB/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO) Das opções abai-


xo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome.
a) Esqueci de te contar que vi ele na rua.
b) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se.
c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais.
d) Precisa-se de bons funcionários.

a) O correto seria: “Esqueci-me de te contar que o vi na rua”. O pronome relativo que funciona
como fator de atração na colocação pronominal.
b) Nunca e não sãos palavras negativas e funcionam como fatores de atração da próclise) O
correto seria: “Nunca se pode falar mal de quem não se conhece.”.
c) Não existe a construção se-refere) Não existe hífen na próclise.
d) O pronome está na posição correta, já que ele não poderia iniciar a oração.
Letra d.

046. (2021/IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/GESTÃO) Para responder à questão,


considere o texto abaixo.
A roda dos não ausentes
O nada e o não,
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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
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ausência alguma,
borda em mim o empecilho.
Há tempos treino
o equilíbrio sobre
esse alquebrado corpo,
e, se inteira fui,
cada pedaço que guardo de mim
tem na memória o anelar
de outros pedaços.
E da história que me resta
estilhaçados sons esculpem
partes de uma música inteira.
Traço então a nossa roda gira-gira
em que os de ontem, os de hoje,
e os de amanhã se reconhecem
nos pedaços uns dos outros.
Inteiros.
(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)

Considere o verso “e os de amanhã se reconhecem” (v.16) e o contexto em que está inserido.


A construção em destaque ilustra:
a) um verbo pronominal.
b) a noção de reciprocidade.
c) a voz passiva sintética.
d) a indeterminação do sujeito.
e) uma construção passiva analítica.

A reciprocidade está presente na voz reflexiva, que ocorre quando o sujeito é agente e paciente
da ação praticada.
Letra b.

047. 2014/IBFC/PC-RJ/PAPILOSCOPISTA POLICIAL DE 3ª CLASSE)


Corrida contra o ebola
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África Ocidental despertou a atenção da
comunidade internacional, mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para refrear
o avanço da doença tenham sido eficazes.

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Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da enfermida-
de) A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA,
Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições sa-
nitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente expressivo de pro-
fissionais para atuar nessas localidades afetadas.
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financeiros.
Só 20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos países-membros – o
restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para comparação,
o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6 bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais ên-
fase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes.O de-
partamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e integrado a outros. Muitos
profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade da
situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de Genebra,
cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África Oci-
dental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo Esta-
dos Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné,
respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido
conta a favor da doença.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-ebola.shtml:
Acesso em: 08/09/2014)

Na frase “Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financei-
ros. “(4º§), a construção em destaque ilustra:
a) a voz passiva analítica.
b) um caso de sujeito indeterminado.
c) a voz reflexiva.
d) uma oração sem sujeito.
e) a voz passiva sintética.

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“Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financeiros.”
No caso, o verbo explicar não pede preposição, sendo, portanto, verbo transitivo direto. Quan-
do temos VTD + se, este é considerado partícula apassivadora, caracterizando a voz passiva
sintética.
Letra e.

048. (2020/IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Leia atentamente o


texto abaixo para responder à questão.
Eis me aqui, iniludível. Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os
com as palavras que lhes atribuem significado. Às vezes dá vontade ser assim, hermético.
Talvez, porque eu sinta que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe har-
monicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fazer entender. É que, talvez, a
vida seja mesmo um mal entendido.
Portanto, despiciendo as opiniões e me faço prolixo. Suasório para o intento de escrever
em uma língua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto
cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento. Dizem-me que as palavras
devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do
mundo nada entendo, por que razão deveria me fazer entender?
Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio
desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um
desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá
estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o recreio em espírito. Na reali-
dade) Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla) Teto alto. Prateleiras rústicas com
farta literatura e filosofia) Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo.
Uma poltrona aveludada) Frio. Lareira acesa) Vinho tinto seco, Malbec.
O amor? O entregar-se? Não!
Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega) Apenas eu. Apenas eu e o tempo.
Cerrado na sala cerrada) Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imarcescível seria
tal momento. Mas a vida) A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a criatura
humana é botão de rosa, matéria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo… Soerguendo-
-me… Sobrevivo…
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018 – JUS Brasil)

Com relação ao emprego de elementos de referência, substituição, funcionalidade e repetição


de conectores e de outros elementos da sequência textual, analise as afirmativas abaixo.
I – “Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os com as palavras que lhes
atribuem significado”. O pronome em destaque faz referência ao vocábulo “sentimentos”.

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II – “Suasório para o intento de escrever em uma língua indecifrável ao homem comum”. O vo-
cábulo em destaque é uma conjunção subordinativa com função explicativa.
III – “Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave
do entendimento”. O vocábulo em destaque faz referência à palavra “vocabulário”.
IV – “Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-
-se entender”. A partícula “se” transforma os vocábulos em destaque em verbos pronominais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

I – O pronome oblíquo os faz referência a sentimentos a fim de evitar a repetição de uma mes-
ma palavra na frase.
II – O para indica finalidade.
III – O nele faz referência a quarto.
IV – Verbos pronominais são aqueles acompanhados por pronome oblíquo.
Letra b.

049. (2017/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/AGENTE ADMINISTRATIVO)

O pronome “se” presente em “O homem que se cuida” deve ser classificado, em função do pa-
pel que exerce como:
a) pronome apassivador.
b) parte integrante do verbo.
c) pronome reflexivo.
d) índice de indeterminação do sujeito.

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Na voz reflexiva, o sujeito é agente e paciente da ação praticada.


Letra c.

050. (2019/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO-SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II-CI-


ÊNCIAS) Para responder à questão, leia atentamente o fragmento do poema “Ismália” do poe-
ta parnasiano Alphonsus de Guimaraens.
Ismália
Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,


Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
[…]
As asas que Deus lhe deu
Rufaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
De acordo com a leitura atenta do poema “Ismália” e com a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “ver” na primeira estrofe está conjugado no pretérito perfeito indicando uma certeza,
enquanto o verbo “querer” na segunda estrofe está conjugado no pretérito imperfeito e expres-
sa um desejo da personagem.
b) As vírgulas presentes nos primeiros versos da primeira e da segunda estrofes são utilizadas
de acordo com a mesma regra gramatical.
c) Na expressão “Na torre pôs-se a cantar…”, a palavra “se” é classificada como partícula
apassivadora.
d) No verso “As asas que Deus lhe deu” a expressão destacada é uma Oração Subordinada
Adjetiva Restritiva.

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Na letra c, o correto é dizer que o se é classificado como partícula reflexiva.


Letra c.

Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro­fessor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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