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TEMA I Historia Da Farmacia Baseiado em
TEMA I Historia Da Farmacia Baseiado em
Curso de Farmácia
2015
Nos prendemos em conhecer, sem estarmos a parte da vida. Queremos ser criativos, sem nos
esquecer da saúde: importa estarmos a par do que somos – Farmacêuticos, em breve, senão para
sempre…cuidemos de sê-lo com maior zelo e alegria.
1.1. Objetivos:
Compreender a importância da Farmácia Galénica através dos relatos da sua evolução
histórica e o papel dela para humanidade;
Conhecer a bibliografia usada em Farmácia Galénica para diversas preparações serem
feitas de forma eficaz e com credibilidade;
Conhecer as definições de medicamentos e receitas médicas como instrumentos
imprescindíveis para atividade galénica;
Identificar os diferentes tipos de medicamentos e constituintes da receita médica.
1.2. História e evolução da Farmácia Galénica.
A designação de Farmácia Galénica foi introduzida no século XVI e o conceito que exprimia
era muito mais restrito do que o atual. De facto, o aludido termo foi criado para significar
a Farmácia dos medicamentos complexos, que se pretendeu opor à Farmácia Química ou
ramo farmacêutico que se ocupava da preparação dos medicamentos contendo substâncias
quimicamente definidas.
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CLAUDIUS GALENUS nasceu em Pérgamo, em 131 da nossa era. Depois de ter estudado na Grécia e em Esmirna,
veio fixar-se em Roma no império de MARCO AURÉLIO, que o tinha chamado a fim de compor uma leriaga
contra a peste. A sua oficina encontrava-se na Via Sacra e dela foram clientes dois outros imperadores romanos,
CÓMODO e SKPTÍMIO SEVERO. Entre as suas numerosas obras assinalamos as seguintes: De psitana; de simpliciitm
medicamentorum faculialibus; De antidote; De medicamentorum composiíione secundum.
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Se define droga como todo produto de origem natural que colhido ou separado do seu meio tem uma composição
e umas propriedades tais dentro de sua complexidade que constitui a forma bruta de um medicamento. Assim,
componentes suscetíveis de serem administrados aos enfermos. Se o produto natural,
submetido à mencionada transformação, originava uma substância quimicamente definida, o
medicamento com ela obtido dizia-se medicamento químico.
Se, no entanto, são em elevado número as drogas que não devem ser substituídas pelos
chamados princípios ativos, também não é de negar que são numerosos os exemplos em
contrário.
matéria-prima virá a ser toda droga ou produto de origem natural destinada a extracção de princípios activos ou a
elaboração de preparações complexas ou não, convenientemente preparadas para sua aplicação.
Ao lado dos aspetos que acabámos de referir, são ainda de mencionar as tendências mais
recentes da Farmácia Galénica ao serviço da preparação de medicamentos concebidos e
estudados com o fim de se obter maior eficácia terapêutica e segurança de manejo.
Queremos referir-nos aos dois ramos mais recentes desta ciência — a Biofarmácia,
Biofarmacotécnia ou Biogalénica e a Farmácia Clínica. O primeiro tem como finalidade
determinar as relações entre as propriedades físico-químicas dos fármacos, a sua forma de
administração e os efeitos biológicos observados, constituindo uma ciência de extraordinário
interesse, pois o mesmo fármaco pode ter uma ação mais ou menos potente e eficaz
consoante as propriedades físico-químicas que exibe e o modo como foi transformado em
medicamento. No que diz respeito à Farmácia Clínica, é de salientar a sua importância pois
o aparecimento de novos fármacos, cada vez mais potentes, obriga a cuidados particulares
no que respeita às incompatibilidades físicas, químicas ou biológicas a que pode dar origem.
Problemas complexos do foro toxicológico e da estabilidade medicamentosa são hoje
correntes, devido em grande parte à administração simultânea de diversos medicamentos
ao mesmo doente. Tais situações podem surgir em doentes ambulatórios e hospitalizados,
competindo ao farmacêutico colaborar com o médico para o alertar e auxiliar na sua resolução.
Assim, pode dizer-se que depois da década de sessenta se tem assistido ao nascimento e
desenvolvimento de novos ramos da ciência farmacêutica, o que obriga os profissionais
conscientes a uma preparação curricular mais lata e mais profunda.
É esta, pois, a evolução natural da Farmácia Galénica, que, de arte servindo-se do empirismo,
passou a ciência complexa e multifacetada, começando por todo o mundo a ser encarada e
orientada em bases completamente novas, em que a preparação do medicamento nunca
pode ser apreciada independentemente do fim que dele se pretende. Há ainda muito
caminho a percorrer neste sentido, tornando-se necessário atingir um equilíbrio judicioso
entre as formulações tradicionais e a avalanche de novos dados e teorias que menosprezam a
experiência das gerações passadas. É exemplo disto o aparecimento de formulações galénicas
não tradicionais, tais como as preparações farmacêuticas de ação modificada e os novos
sistemas terapêuticos.
Procuremos situar-nos na época presente, sem, porém, esquecer que em Farmácia Galénica,
como em todas as ciências , é preciso um período de adaptação às novas conceções, que
carecem de ser verificadas prudentemente. Assim, tentaremos conciliar os velhos conceitos
ainda válidos com as novas teorias já suficientemente aceites. Daremos, ainda, importância
a muitas fórmulas consideradas obsoletas em países talvez mais progressivos, sem esquecer
as nossas condições de trabalho local e as limitações a elas inerentes. Do mesmo modo.
Procuraremos não olvidar os estudos galénicos que hoje se impõem como conducentes à
preparação dos mais aperfeiçoados medicamentos.
Notemos que no domínio dos assuntos que serão abordados nesta disciplina seremos obrigados
a recorrer outras literaturas (como da farmacologia, da anatomia e da histologia, dentre outras
ciências) que tratem de assuntos pertinentes.
1.4. Medicamento
Neste subtema estaremos a defender, através das definições apresentadas, a ideia de que o
medicamento não pode ser confundido com qualquer outra coisa, pois medicamento é
medicamento.
Define-se medicamento como a substancia medicinal e suas associações ou combinações
destinadas a ser utilizadas em pessoas ou animais, que tenha propriedades para prevenir,
diagnosticar, tratar, aliviar ou curar enfermidades, ou para modificar funções fisiológicas, quer
dizer, o medicamento é o princípio ativo (ou o conjunto deles) elaborado pela técnica farmacêutica
para uso medicinal.
Já nos referimos anteriormente que a droga é parte ou toda matéria-prima bruta. Agora definimos
fármaco como todas as drogas utilizadas em farmácia e dotadas de ação farmacológica ou, pelo
menos, de interesse médico. Quer isto dizer que o conceito de droga abrange o de fármaco,
ou que o fármaco é um tipo especial de droga.
De acordo com a ideia expressa, não se devem considerar como fármacos as drogas inertes
empregadas em Farmácia, como os excipientes e os adjuvantes duma dada preparação.
A palavra remédio é empregada num sentido amplo e geral, sendo aplicada a todos os
meios usados com o fim de prevenir ou de curar as doenças. Deste modo, são remédios
não só os medicamentos, mas também os agentes de natureza física ou psíquica a que se
recorre na terapêutica. A ideia de remédio não está, portanto, obrigatoriamente ligada à
composição farmacêutica que constitui o medicamento.
Há um outro assunto que pode nos confundir: a diferença que existe entre alimento, veneno e
medicamento. Do ponto de vista bromatológico, alimento tem sido definido como «toda a
substância que se ingere para manter o equilíbrio orgânico e para atenuar a fome». Do
ponto de vista galênico, somos levados a concluir que alguns alimentos podem utilizar-se como
excipientes ou veículos que facilitam a administração dos fármacos (sacarose no xarope, por
exemplo).
Em determinadas condições, um dado alimento pode transformar-se na parte ativa do
Medicamento e, certos medicamentos são empregados apenas como alimentos em doentes
muito debilitados ou naqueles que se não podem alimentar pelas vias de ingestão naturais.
Ao falarmos de veneno nos recordamos das palavras de VALERI PAOLI, autor de Glosas
Galenicas: «Um erro na pesagem dos medicamentos pode pôr em perigo uma vida. Na
balança pode estar a Saúde ou a Morte». Isto quer dizer que todas as substâncias
medicamentosas se podem tornar tóxicas consoante a quantidade administrada, a via de
administração, as condições do paciente, etc. Assim somos obrigados a conhecer qual a dose
de medicamento capaz de induzir o aparecimento de fenómenos tóxicos, ou, por outras palavras,
qual a dose máxima de fármaco que o organismo humano é capaz de suportar, consoante a
via de administração, sem que se observem efeitos perniciosos.
a) Classificação dos medicamentos. São várias as classificações que podem se dar aos
medicamentos, eis alguns: de acordo com a sua composição (simples e compostos), de
acordo com a forma de aplicar ou usar (interno e externo). A terceira classificação que nos
prenderemos a explicar é oficinais, especializados e magistrais. (1) Oficinais são os que se
encontram oficializados nas monografias da Farmacopeia. São, normalmente,
preparações dotadas de boa conservação, que o farmacêutico pode manipular e
guardar até ao momento do emprego. Há, porém, algumas exceções a esta regra, como a
maioria das limonadas, a emulsão comum, etc., que se alteram rapidamente após
preparação. (2) Especialidade são preparações farmacêuticas apresentadas no mercado
em embalagem própria, destinada a ser entregue ao consumidor e com uma
designação ou marca privativa. E (3) Magistrais os que não estão inscritos na Farmacopeia
e que são preparados pelo farmacêutico na sua oficina segundo as indicações
expressas numa receita médica, os quais apresentam, muitas vezes, má conservação,
pois o clínico formula de acordo com as necessidades do momento, não se interessando
na conservação do produto por período mais ou menos longo. Finalmente, os
medicamentos genéricos são preparações idênticas a especialidades, que podem ser
produzidos em série, mas que não têm outra designação que não o nome ou nomes
do fármaco ou fármacos constituintes. Naturalmente que um similar de uma dada
especialidade deve apresentar uma biodisponibilidade idêntica ou muito próxima da
especialidade que pretende reproduzir. Deve, pois, ser bioequivalente com ela. O
seu interesse é preferencialmente de natureza económica, visto serem dispensados
a um preço inferior ao do medicamento original.
1.5. Receita médica
Por receita (do latim, recipe, tome) entende-se um conjunto de indicações escritas, dadas
pelo médico ou veterinário ao farmacêutico, para a preparação e entrega de um medicamento.
Usualmente, comporta também instruções para o doente quanto ao modo de administração
ou uso do medicamento prescrito.
Numa receita médica podemos distinguir várias partes fundamentais: nome do doente;
fármacos utilizados e suas quantidades; forma farmacêutica pretendida; indicações quanto à
administração do medicamento; nome, morada e assinatura do médico.