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Tomás Moura Adam 13546

Surgimento e Evolução
da Cartografia Náutica.
Tomás Moura Adam / Âmbito da UC de Navegação 1
Índice
1. APRESENTAÇÃO
1.1. Introdução do trabalho
1.2. Escolha do tema
1.3. Agradecimento
2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
2.1.
2.2. Market trends
2.3. Market size and Growth Projections
2.4. Target Market / Customer Profile
2.5. Competitive Analysis
3. MARKETING PLAN
3.1. Overall Market Strategy
3.2. Positioning
3.3. Product Strategy
3.4. Pricing Strategy
3.5. Distribution Strategy
3.6. Advertising and Promotion
4. PRODUCTION AND MANAGEMENT
4.1. Facilities and Premises
4.2. Equipment and Production
4.3. Value Chain
4.4. Production Processes
5. OPERATIONS PLAN
5.1. Organizational Structure
5.2. Operating Procedures
5.3. Human Resources
5.4. Skills Development
6. RISK ASSESSMENT
7. FINANCIAL PLAN
7.1. Operating Assumptions
7.2. Financial Projections
8. SCHEDULE
9. SHAREHOLDER STRUCTURE

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1. Apresentação
1.1. Introdução
Desde que é conhecida a arte da navegação, é e sempre foi necessária a orientação no mar, sendo hoje
conhecidas várias maneiras de navegar, nos nossos antepassados nem sempre foi assim.
Houve uma grande necessidade de retratar tudo o que os primeiros
marinheiros avistavam nos vastos oceanos, para que, um dia mais tarde fosse
mais fácil a prática da navegação exercida por outrem.
Neste documento estará presente numa sinergia e em simbiose como surgiu a
arte da cartografia, a necessidade da existência da mesma, os longos anos de
estudo que foram necessários para chegar às cartas do nosso “quotidianus1”,
entre outros diversos temas.
IFigura1. Primeira Carta
Náutica

1.2. Escolha do tema


A escolha deste tema baseou-se na curiosidade, uma vez que, ao ler em várias publicações sobre o
assunto de cada um dos temas disponíveis o meu ímpeto conduziu-me a optar por esta via, derivado à
curiosidade sobre os antepassados, ao mistério que ainda ninguém conseguiu resolver (Abordado mais à
frente) e imaginar o futuro da cartografia, será que as cartas vão prevalecer? Serão as cartas digitais mais
úteis, do que os métodos antigos? O que acontecerá num futuro próximo? Sendo os Portugueses os
Pioneiros dos descobrimentos será que algum português está envolvido no estudo das cartas do nosso dia-
dia?
São tudo questões que despertam interesse, e serão abordadas posteriormente.

1.3 Agradecimento
Sendo este documento realizado no âmbito da Unidade Curricular de Navegação Teórica, agradecer ao
Professor Daniel Mestre pela orientação durante a realização do mesmo, assim como, agradecer também
pelo desafio de estudar algo que nunca poderá ser esquecido, mas pelo contrário deverá ser para sempre
relembrado, a história dos nossos antepassados.

1
Quotidianus- Quotidiano

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2. Contextualização histórica
2.1. Evolução histórica
Como é do conhecimento de todos a nossa sociedade Problema Geral da
nem sempre foi como a conhecemos, onde rege hoje o
sedentarismo, já fomos outrora Nómadas, contudo, com o Navegação
desenvolvimento de várias técnicas de sobrevivência,
nomeadamente, o avanço na Agricultura e na área
Pecuária , deu origem a uma estabilidade no que toca a O que é?
necessidades básicas, este equilíbrio permitiu haver uma
expansão a nível do Comércio, mas não só, visto que na O problema geral da navegação é, nada
época surgiram, devido a entidades imperiais assim o mais nada menos que, conseguir
quererem, uma mobilização humana para conquistar conduzir um navio em segurança de
certos territórios. um ponto a outro na superfície da terra.
Para se resolver tal problema, temos
que pensar num determinado número
de processos que nos podem ajudar a
“trazer o navio a bom porto”(Ditado
Popular da Gíria Portuguesa).

2.2. A escolha do Mar como meio. -Planear e realizar um estudo da


Para além dos recursos marítimos ,nomeadamente, viagem, nomeadamente, realizar a
Piscículos o mar apresentou-se como um meio físico escolha das cartas náuticas, cartas
muito poderoso para o transporte marítimo comparado piloto e publicações associadas à
com o meio terrestre . segurança a bordo.

-Verificar se os opúsculos escolhidos,


assim como as cartas e as publicações
de segurança estão atualizados.

-Estudar detalhadamente a área a ser


2.3. Solução (uma das) para o problema navegada.
geral da navegação.
Para bem podermos compreender o porquê de -Traçar a derrota desejada nas cartas
arranjar-mos uma solução para a o Problema geral da náuticas
navegação é necessário primeiro compreender o que é
este tal problema, e porque é que consideramos a
cartografia uma das soluções mais viável para a resposta Sendo estes apenas pequenos tópicos a
ao mesmo. realizar antes de começar a navegar
existem inúmeros outros, quando a
arte da navegação começar a ser
praticada.

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2.4. A importância da Carta Náutica
Agora que sabemos qual o principal Problema da Navegação, é do nosso entender que a existência da
Carta Náutica veio sem dúvida ajudar o Navegador, não só no estudo da sua viagem, como também
durante a mesma, uma vez que, para que se seja cumprida a demanda do problema da navegação vamos
ter que recorrer à nossa Carta de Marear para, por exemplo, determinar a posição do navio no mar, assim
como, prever onde estará o mesmo futuramente. Em suma a carta é um dos nossos fieis “amigos” no que
toca à segurança do navio, assim como, a de todos os tripulantes.

FONTE ( LIVRO THE TRUE STORY OF LONE GENIUOS WHO SOLVED THE GREATEST SCI
PROB)

2.5. O Começo

Cabe-nos a nós iniciantes da Arte da navegação, olhar para a Carta Náutica e saber identificar o básico
da cartografia, contudo apesar de termos vária informação disponível torna-se por vezes difícil lidar com
todas elas, porém, vamos começar pelo básico, Latitude e Longitude.
Será que sempre foram como as conhecemos? Como é que se navegava antes de conhecer a Latitude e a
Longitude?

Apesar de para nós parecer algo tão relevante, este tema não foi de todo algo simples de estudar, chegando
até mesmo a ser uma questão científica premente. (Contudo, os prémios atribuídos seriam apenas para
quem conseguisse resolver o problema da Longitude que vamos ver posteriormente).

Um dos crânios responsável pelo início do debate das coordenadas, podendo mesmo ser chamado de
Pioneiro Das Coordenadas Geográficas, tem de sua graça Eratóstenes.

Segundo consta, Eratóstenes , no Sec. III a.C, foi quem primeiro enunciou um sistema de duas
coordenadas geográficas, criando uma grelha de longitude e uma grelha de latitude, conseguindo a partir
das mesmas determinar qualquer posição na Ecúmena (Parte da terra habitada pelo homem), porém, com
erros bastante significativos.
De Eratóstenes conseguimos aproveitar a ideia da latitude, uma vez que o problema da mesma foi
solucionado , numa sinergia entre a observação do sol (Astrolábio náutico) em conjunto com uma tabela
de declinações. Onde basicamente a latitude representa a soma da distância Zenital do Sol (ângulo desde o
Zenith até ao Astro, ou seja, quando o sol passa no meridiano de lugar) com o valor da declinação.

 = z + 2
2
Formula do cálculo da Latitude (

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Contudo, navegar apenas com a Latitude não respondia à necessidade da época, O problema da
determinação da longitudes estava no cerne dos problemas da navegação no alto mar e, em
consequência, era um problema cuja solução seria decisiva para o desenvolvimento do comércio
internacional. O comércio necessitava de comunicações rápidas e seguras quer para as mercadorias quer
para a informação. 
Sem a riqueza que a navegação e o comércio acumularam na Europa, não teria havido a base material que
permitiu não somente libertar a Humanidade da pobreza extrema, mas também da ignorância de navegar
por “Mares nunca antes Navegados”- CAMÕES, Luís de – Os Lusíadas. 1.ª ed. Lisboa: Rei dos Livros,
2002. ISBN 972-51-0186

Vamos então perceber a complexidade do Problema da Longitude.

Figura 2- Carta Proposta por Eratóstenes

Z=Dist.Zenital Declinação

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3. O PROBLEMA DA LONGITUDE
3.1. NAVEGAÇÃO APENAS COM LATITUDE
Um dos pontos mais fascinantes da história dos descobrimentos e da expansão marítima dos Séc. XV e
XVI, deve-se ao facto destas marcantes viagens terem sido feitas apenas conhecendo a latitude.
O mundo foi cartografado e descoberto sem conhecer as longitudes dos lugares.
Como foi referido anteriormente, foi nas primeiras viagens do Séc. XV que a latitude começou a ser
medida no mar, com alguns instrumentos astronómicos e tabelas simples relacionadas com a posição dos
astros.

3.2. NAVEGAÇÃO SEM LATITUDE NEM LONGITUDE


Antes das viagens a cima assinaladas, navegava-se e obtinha-se a posição do navio pelo método de
Rumo e Estima.
Onde o Rumo era obtido através da Agulha Magnética (afetada pela declinação magnética), e a estima
era o cálculo mental da distância percorrida ao longo de uma rota, dentro de um intervalo temporal.

3.3. O CAMINHO ATÉ À DESCOBERTA E AS VÁRIAS TENTATIVAS


Derivada à falta de conhecimento da longitude os naufrágios das embarcações ocasionados pela
colisão com ilhas e costas de continentes, em condições hostis, davam origem a percas de vidas humanas,
grandes mercadorias eram perdidas, e muitos navios destruídos, acrescentando ainda que as rotas eram
muito limitadas.
Ao acontecer um grave acidente ao largo de Inglaterra, onde a frota comandada pelo almirante Sir
Clowdisley Shovell acabou por naufragar, custando a vida de 2000 homens e apenas “sobrevivendo” um
dos 5 navios deste maravilhoso quinteto, o problema da longitude foi colocado nas bocas do mundo, sendo
criada em 1714 a Lei Da Longitude, que prometia um prémio de 20.000£ (Vinte mil Libras, o preço do
resgate de um rei) em troca da solução ao calculo da longitude.
Foram então que surgiram, enumeras ideias para solução de tal problema.

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3.4. PROPOSTA DE JOÃO DE LISBOA
João de lisboa, um dos grandes pilotos da época em que viveu, ficou gravado na memória dos
Portugueses por ser o autor de um livro de Marinharia que continha o célebre Contrato da Agulha de
Marear.
Neste mesmo Contrato propôs usar a variação da Declinação Magnética (facilmente medida a bordo),
pois acreditava-se que era proporcional à longitude, porém, D. João de Castro viria a mostrar que esta
hipótese estava errada, tomando como princípio as medições feitas na sua viagem à India.

3.5. PROPOSTA DO P. CRISTÓVÃO BRUNO


Uma das propostas para resolução do problema foi apresentada em Portugal pelo Padre Jesuíta
Cristóvão Bruno, onde o mesmo acreditava que na carta náutica os cruzamentos de paralelos de latitude
com linhas de igual declinação magnética poderiam resolver.
Esta ideia foi mais tarde aproveitada por Halley, contudo, sem muito sucesso, resultando erros com
bastante significância.

3.6. PROPOSTA DE GALILEU


Com a ajuda do telescópio, Galileu propôs, o uso das luas de Júpiter funcionarem como um relógio
universal, contudo, os problemas associados à implementação da ferramenta de observação a bordo
frustrariam o seu uso e prática na navegação.

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3.7. O METODO SOLUCIONÁRIO
O método que, finalmente, poderia vir a resolver o Problema da Longitude seria o da medição do
tempo local e a sua comparação com um tempo de referência.
Vejamos, considerando que a Terra demora aproximadamente 24 horas a fazer uma rotação completa
em torno do seu eixo, e considerando que o tempo em cada lugar deriva da função da posição do Sol nesse
lugar, é então fácil de entender que a diferença entre tempos locais está associada às suas diferenças de
longitudes, ou seja, a cada hora de diferença entre os tempos locais corresponde uma diferença de 15º de
longitude (Quinze graus) (360º/24 = 15º).

Concluímos então que, sabendo a diferença horária entre dois locais, saberemos a diferença de
longitude entre si.

O pioneiro desta ideia foi Gemma Frisius.

Contudo, ainda há um desafio, determinar a hora exata local.


O método não recorria a nenhuma ideia extremamente engenhosa, mas sim da capacidade de fabricar
um relógio suficientemente exato.

Figura 3- Gemma Frisius fonte:Wikipedia


Figura 4- Livro de Gemma Frisus

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3.8. O METODO SOLUCIONÁRIO (CONTINUAÇÃO)

Vejamos, desde muito cedo e como anteriormente vimos, o problema das longitudes tinha sido ligado
ao problema da diferença entre o tempo local e o tempo no meridiano zero. (Ideia apresentada pela
primeira vez por Gemma Frisius, matemático e astrólogo).

Sendo relativamente fácil a determinação da hora local verdadeira, em particular, a determinação do


meio dia solar, se houver conhecimento da hora verdadeira no meridiano zero então está determinada a
longitude, como vimos anteriormente.
 Portanto, um programa possível para o problema das longitudes consistiu na invenção de uma
máquina transportável capaz de conservar a hora do meridiano zero, um time-keeper como se diz em
inglês mais apropriadamente, um conservador do tempo. Esta máquina terá que ter um movimento regular
e a capacidade de conservar esta regularidade mesmo durante o transporte no alto mar. 

A primeira invenção deste tipo deveu-se a Huygens, um cientista holandês que viveu entre 1629 e
1695 e que continuou os estudos de Galileu mas que é anterior a Newton (1642 - 1727) e à lei da
gravitação e às fluxões.

Huygens usou o pêndulo como marcador do fluxo contínuo do tempo, mas o pêndulo simples suscita
problemas devidos ao facto de, sendo a gravidade que provoca o seu movimento, no movimento do navio,
a aceleração a que o pêndulo está sujeito pode ser muito variável. Apesar disso, estes problemas puderam
ser atenuados com o uso do pêndulo triangular representado na figura 5.
Contudo, a sua solução não convenceu os seus contemporâneos que continuavam determinados em
solucionar o problema da longitude pela via astronómica.

Foi então que surgiu na corrida pelo tão esperado prémio John Harrison, relojoeiro de profissão
decidiu resolver o problema diretamente, projetando elaborar um relógio capaz de aguentar em ambientes
hostis e que não fosse afetado por variações de temperatura, pressão e humidade, em conformidade com
uma precisão elevada.
E assim foi, após muita persistência e a remar contra a maré, visto que, até uma das mentes mais
brilhantes do mundo como foi Isaac Newton, revelou que nenhum relógio poderia vir a trabalhar com
precisão em ambiente marítimo, Harrison conseguiu realmente desvendar o mistério do séc.

Sabendo que o Board of Longiutde (Comité da longitude) foi criado pelo governo britânico e nele
estavam contido os melhores matemáticos, historiadores e pensadores da história, assim como a elite da
astrologia, o prémio não poderia ser atribuído a um “Simples” relojoeiro, como tal John Harrison apesar
de durante 20 anos ter construído 4 relógios e cada um melhor que o anterior, sempre que apresentava uma
ideia a este mesmo comité surgiam novas regras, sendo o comité incapaz de reconhecer o mérito que teve
Harrison, que mesmo quando as provas eram concludentes a favor desta solução o comité arranjava
sempre um novo “mas”, uma vez que, todos as mentes brilhantes acreditavam que a solução estava nos
astros e não num “simples” relógio.
No final de contas, verificou-se que também é possível medir a longitude a partir dos corpos celestes
(descobriu-se mais tarde, após o método de John já ser funcional), contudo, O cronómetro naval de
Harrison não só provou que era mais fácil para a determinação da longitude, como foi possível fabricá-lo
em termos economicamente aceitáveis.

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Esta invenção revelou-se então a solução para a navegação até à construção de uma rede de
radiofaróis (é um conjunto de faróis que transmitem sinais de radiofrequência para ajudar os navegadores
a determinar a sua posição. Esses sinais são emitidos em intervalos regulares e podem ser captados por
navios e aviões equipados com recetores de radiofarol. Fonte:
https://www.ondascurtas.com/artigos/ndb-radiofarol/), já no nosso século.

Figura 5- Pendulo de Huygens (http://www.mat.uc.pt/) Figura 6- Cronómetro H1. Fonte: Royal


Museums Greenwich

Figura 8: Cronómetro H3. Fonte:


Wikipedia
Figura 7- Cronómetro H2. Fonte:
Royal Museums Greenwich

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Esta foi a ultima versão que John
Harrison apresentou do cronómetro
Marítimo, foi sem dúvida um ex-libris
do mundo da engenharia, pela sua
complexidade, e pelo bom
desempenho.

Figura 9- Cronómetro H4. Fonte: Wikipedia

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4. EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA

4.1. QUAL A PRIMEIRA CARTA NÁUTICA.

Bem este foi um mistério desvendado há muito pouco tempo em Lisboa, num evento realizado no
Museu da Marinha que juntou quase todos os maiores especialistas em cartografia medieval, onde o
objetivo era compreender qual o primeiro Mapa Náutico e a sua origem.

Surgiram no final do Sec. XIII os Portulanos, que crê-se serem os primeiros registos de uma Carta
Marítima.
Chamam-se portulanos, termo que tem origem no adjetivo italiano portolano, que significa “relativo a
portos” ou “coleção de direções de navegação”. São as primeiras cartas náuticas objetivas, baseadas nas
direções dadas pelas agulhas e nas distâncias estimadas observadas pelos pilotos e marinheiros, e não na
imaginação e no simbolismo dos eruditos medievais.

Neste género de Comício no museu da Marinha, foi debatida a hipótese dos Portulanos serem de
origem italiana o diretor de investigação do Museu de História de Barcelona, defendeu que a cartografia
náutica medieval nasceu na cidade de Génova (Itália). E que foi a partir deste porto mediterrânico “que se
difundiram os padrões cartográficos dos portulanos e a técnica de reprodução destas cartas náuticas,
desenvolvida por artesãos profissionais em ateliês especializados não apenas na sua reprodução como no
seu marketing”. Foi por isso “que os portulanos se tornaram relativamente baratos, muito difundidos por
várias camadas sociais e tecnicamente homogéneos no século XIV”. E surgiram certamente para apoiar o
comércio marítimo.

A famosa ‘Carta Pisana’ do Mediterrâneo é considerada o portulano conhecido mais antigo, mas não
se sabe ao certo a data em que foi desenhada nem o seu autor.
Foi encontrada na cidade de Pisa (Itália),e de momento encontra-se em França.

Vale apena salientar que as cartas Portulanas foram as primeiras a usar a Rosa Dos Ventos, destinada
à orientação dos navegantes.

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5. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

5.1. Cartografia na antiguidade clássica.

A história relata que, num estágio mais elementar que se possa imaginar, a cartografia deve ter sua génese
no período do nomadismo, representada por mapas itinerários. Ao longo da história, têm sido descobertos
novos mapas de civilizações remotas. São mapas com detalhes topográficos, onde é representado além do
relevo e da hidrografia, também aspetos da organização social, como áreas de moradia, caça e cultivo
agrícola. Estes mapas possuem, de forma generalizada, grande escala.

Existem historiadores que acreditam, com base nos seus estudos, que a cartografia nesta época surge como
forma de contacto entre povos, e que surge antes da escrita.
Na figura 10 está representado o documento mais antigo do mundo, trata-se de um mapa da época de 2400
a.C feito em argila seca. Todavia, não é considerado uma Carta.

Contudo, nesta período começou-se a pensar na esfericidade da terra, claro subjetivamente, sendo que
surgiu também um sistema de coordenadas geográficas, estando assim no caminho certo do progresso da
geografia e da geodesia.

Houve uma grande evolução quando foi criada uma escola na Grécia denominada de Escola De
Alexandria, onde surgiram muitos avanços no que toca ao estudo da Terra. Nomeadamente, Eratóstenes
calculou a circunferência terrestre ajudando também Hiparco a criar um sistema de coordenadas
geográficas.

Contudo na era seguinte houve um grande regresso nestes desenvolvimentos com o surgimento dos terra
planistas.

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Figura 11- Planisfério (Marco dos avanços)

Figura 10- MAPA DE 2400 a.C (Fonte: CASTELLAR, S. 2001)

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5.2. Cartografia no Período Medieval.

Esta época da idade média foi sem duvida, um momento de trevas no que toca ao desenvolvimento
da ciência, uma vez que, todas as conquistas apresentadas na época anterior, foram como que esquecidas
dando enfase à possibilidade de a terra ser um disco, sendo que vários matemáticos ligados à igreja e ao
clero (na época, dominavam o mundo) acreditavam na teoria dos terra planistas, então a terra passou a ser
vista como um Anel que simbolizava a aliança com Deus.
Nesta época foram criados alguns mapas com esta teoria em baixo apresentados.

Apenas no Sec.XII tornou a haver progresso no que toca à cartografia, uma vez que, em terras Árabes
tornou-se a salientar os feitos da época Clássica , representando o conhecimento geográfico islâmico da
idade média.
Como consequência do comércio na região do Mar Mediterrâneo e da expansão árabe no
continente europeu, evidenciaram-se os contatos do mundo cristão com o mundo árabe. Esta nova
conjuntura constituiu no avanço e progresso cartográfico, o que resultou nas cartas portulanas
anteriormente faladas.

Figura 12- Mapa de Terra planismo Fonte (Wikipédia) Figura 13- Mapa Islâmico Fonte: Livro “The Maps”

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5.2. Cartografia na Época Moderna.

Nesta época, aconteceu o tão famoso Renascimento. Que só veio ajudar no estudo do mundo, e
veio conduzir à liberdade de expressão e de ter novas ideias.
Surgiu a imprensa que impulsionou bastante os trabalhos cartográficos, ajudando no fabrico dos
mesmos.

Surgiu no nosso País, a Escola Sagres criada pelo Infante D. Henrique com o intuito de ajudar na
progressão dos estudos da navegação e da cartografia.
Nesta escola, a mando do Infante estavam os melhores técnicos da época, que em conjunto com os
equipamentos disponíveis na Escola Sagres estimaram que a Oeste havia a possibilidade de haver outro
continente.

Contudo, um dos pontos que vinha a demarcar a “cambalhota” na arte de cartografar, foi a obra
escrita pelo matemático e cartógrafo Português Pedro Nunes.

Em 1537 Pedro Nunes pública uma obra de grande importância para a Navegação, com resultados
surpreendentes, que abriram perspetivas no que toca à arte de navegar.
Discutia pela primeira vez a complexidade das propriedades geométricas das cartas náuticas e fez
propostas matemáticas relacionadas com as navegações de longa distância.
Em concreto, enunciou que a distância mais curta entre dois pontos à superfície da terra, não era feito
com o rumo constante como era a prática da época, mas sim numa estranha e nova curva em forma de
espirar em direção ao polo Norte. Nunes denominou-a de “linha de rumo”.

Porém, era necessário projetar a terra- que na altura já se conhecia que não era uma esfera perfeita
mas sim um elipsoide de revolução- com mais rigor, sabendo que era impossível eliminar as distorções
polares, mas era possível minimiza-las.

Na mesma época surge Gerhard Kremer, conhecido por Mercator.


Nasceu na Bélgica em 1512, e é conhecido como o pai da Cartografia, através do seu conhecimento,
houve um grande desenvolvimento nas Projeções.
Mercator, anunciou a Projeção cilíndrica ou Projeção de Mercator, que se refere à representação
da superfície esférica da Terra em um plano utilizando como base um cilindro que envolve todo o globo.
Nessa projeção as coordenadas geográficas (paralelos e meridianos) são representadas por linhas retas que
se encontram em ângulos retos.

Há nela conservação da forma, direções e ângulos, mas a proporção da superfície é distorcida nos polos.

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