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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA


ENGENHARIA INDUSTRIAL E SISTEMAS ELÉCTRICOS

EDGAR LUÍS PAULINO DELGADO

PROTECÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO EM MOTORES ELÉCTRICOS DE


INDUÇÃO

LUANDA
2022
EDGAR LUÍS PAULINO DELGADO - 10814

PROTECÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO EM MOTORES ELÉCTRICOS DE


INDUÇÃO

Monografia apresentada a Faculdade de


Engenharia e Arquitectura da Universidade
Metodista de Angola, como requisito parcial à
obtenção do título de Engenheiro em
Engenharia Industrial de Sistemas Elécticos.
Área de concentração: Protecção de Máquinas
Eléctricas.

Orientador: Prof. Msc. José Inácio.

LUANDA
2022
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Assinatura: ____________________________ Data___/___/___

Delgado, Edgar Luis Paulino


Protecção contra a vibração em motores eléctricos de indução/
Edgar Luis Paulino Delgado. – Luanda, 2022. 54p.

Monografia (Licenciatura) – Universidade Metodista de Angola

Orientador: Prof. Msc. José Inácio.

1. Motores eléctricos. 2. Protecção contra a vibração. I.Título.


EDGAR LUÍS PAULINO DELGADO - 10814

PROTECÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO EM MOTORES ELÉCTRICOS DE


INDUÇÃO

Monografia apresentada a Faculdade de Engenharia e


Arquitectura da Universidade Metodista de Angola, como
requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro em
Engenharia Industrial de Sistemas Elécticos. Área de
concentração: Protecção de Máquinas Eléctricas.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Orientador: Prof. Msc. José Inácio.
Universidade Metodista de Angola (UMA)

_________________________________________
Arguente: Lucas Lima
Universidade Metodista de Angola (UMA)

_________________________________________
2º Vogal
Universidade Metodista de Angola (UMA)

__________________________________________

3º Vogal
Universidade Metodista de Angola (UMA)
AGRADECIMENTOS
Os meus agradecimentos são dirigidos primeiramente a mim, pois é com muita força de
vontade e dedicação que consegui chegar até este momento, quero agradecer a também a minha
família por ter me dado a oportunidade de estudar de acordo com o que sempre acreditei ser o
meu sonho. Agradeço também a UMA por ter disponobilizado conhecimentos que têm sido
muito úteis na minha vida profissonal e dizer que ter escolhido a UMA com instituição para a
minha graduação foi uma escolha acertada.
“Não consegue-se controlar aquilo que não
consegue-se medir – Tom DeMarco”
RESUMO
O presente projecto foca-se na protecção contra vibração de motores eléctricos de indução, com
objectivo de identificar os parámetros que influenciam a vibração de um motor eléctrico de
indução, simular a protecҫão contra vibraҫão através de um protótipo de relê digital usando um
microcontrolador e um sensor de vibraҫão de maneira a se obter um solução compacta capaz
de garantir protecção contra a vibração e também reduzir o tempo de diagnóstico das avarias,
principalmente as causadas pela vibração tendo como referência as normas internacionais e
também as recomendaҫões dos fabricantes. Para proteger é necessário sabermos as causas do
excesso de vibração em uma máquina eléctrica, neste projecto foi possível idnetificar que as vibrações
têm origens mecânicas e eléctricas. Para a protecção identificou-se também que a protecção contra
vibração começa na instalação do motor, desde a fixação até ao alinhamento da carga accionada, notar
também que um bom dimensionamento do motor com relação a carga a accionar reduz os esforços do
motor e consequenemente permite que a máquina trabalhe dentro dos padrões definidos pelo fabricante
e as normas internacionais. Como toda máquina contém peças mecânicas e que sofrem desgastes com o
tempo, a pesquisa identificou os níveis de vibração associados a operação segura dos motores através
das normas ISO e CEI como também os sensores usados para monitoramento e protecção contra
vibração e a sua aplicação tendo em conta ao tamanho e a capacidade do motor eléctrico de indução.
Apesar de existir tecnologia para protecção contra a vibração, decidiu-se criar um relê de vibração
integrando o microcontrolador arduino e o sensor de vibração SW-420 do pacote arduino. A simulação
efectuada com o protótipo desenvolvido foi bem sucedida pois as variáveis relevantes para o operação
tais como a paragem automática do motor, a sinalização sonora e a sinalização luminosa, como também
o reset que permite o reinício após a condições de operação voltarem a normalidade foram testadas com
sucesso e assim permitiu identificar a possibilidade de se desenvolver uma solução compacta e moderna,
com a capacidade para extender para IIOT e assim poder se criar uma solução parte da evolução
industrial.

Palavras-chave: Vibração 1. Arduino 2. Motor 3.


ABSTRACT
The current projects focus on vibration protection of induction electrical motor, with the
objective of identifying all the parameters that influence high vibration on induction electric
motors, simulate the vibration protection by developing a prototype of digital relay using
microcontrollers and vibration sensors to obtain a compact solution with the capability of
vibration protection and reduction of troubleshooting time, mainly those caused by vibration
taking as reference international standards and manufacturers guidance. To protect it is
necessary to know what are de sources of vibration in the electrical machine, in this project was
possible to detect that the vibration as two main sources, that are electrical and mechanical. To
protect the motor was noticed that the protection starts with the installation of the motor, from
fixing to the alignment with the load, note also that a good sizing of the motor according to its
load reduce the effort of the motor allowing the machine to work according to the standard
defined by manufacturer and international standard. All the machines have mechanical parts
that wear and tear with time, the research identified the right sensors for monitoring and
vibration protection taking as reference the motor size and power. Although there’s a
technology for that, it was decided to create a vibration relay by integrating the Arduino
microcontroller and vibration sensor SW-420 from Arduino package. The simulation with the
prototype was successful because all relevant variable such as automatic stop, horn and light
signalization and also the reset function that allows system go back to its initial position when
all the condition for operation is reestablished were tested successfully therefore possibility of
having a modern and compacted solution with the capacity to extend to IIOT which can be a
solution part of the industrial evolution.

Keywords: Vibration 1. Arduino 2. Motor 3.


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Rack Bently Nevada 3500 …………………………………........... 16
Figura 2 – Software de configuração ……………………………………......... 17
Figura 3 – Motor de indução em corte ……………………………………....... 17
Figura 4 – Diagrama de fonte de vibração …………………………………..... 19
Figura 5 – Excentricidade estática ………………………………………….... 20
Figura 6 – Excentricidade dinâmica ………………………………………...... 20
Figura 7 – Desbalanceamento de massa ……………………………………..... 22
Figura 8 – Desalinhamento e empenamento de eixos ……………………........ 22
Figura 9 – Componentes frouxos.…………………………………………....... 23
Figura 10 – Vibração periódica ………………………………………............. 25
Figura 11 – Característica da onda sinusoidal …………………………........... 25
Figura 12 – Sensor de deslocamento ……………………………………......... 27
Figura 13 – Sensor de velocidade …………………………………………..... 28
Figura 14 – Sensor de Aceleração ……..…………………………...……….... 28
Figura 15 – Assinatura da máquina………………………….……...……......... 29
Figura 16 – Níveis de vibração tendo em conta a carcaça ………………......... 30
Figura 17 – Níveis de vibração tendo em conta a classe do motor ………........ 30
Figura 18 – Legenda do código de cores…………………………....……........ 30
Figura 19 – Legenda da classe dos motores...…………………………............. 30
Figura 20 – Pontos de medição da vibração…….…………...……………....... 32
Figura 21 – Orientação dos sensores na instalação.…………………....…........ 33
Figura 22 – Orientação da instalação do motor..………………….………....... 33
Figura 23 – Fixação do motor .................……………………..………...…...... 35
Figura 24 – Folga angular …….......…………………..…………..................... 35
Figura 25 – Folga radial ………….……………….…………........................... 35
Figura 26 – Folga axial ...................................................................................... 35
Figura 27 – Folga em acoplamento directo ………….………......……............. 36
Figura 28 – Acoplamento por polias a correias A …...………………….......... 36
Figura 29 – Acoplamento por polias a correias B …….....………..………....... 36
Figura 30 – Descrição Arduino UNO..............…….….……………...….......... 38
Figura 31 – Sensor de Vibração SW- 420.....……….….…...………………..... 38
Figura 32 – Servo Motor SG90……………………….………………….......... 39
Figura 33 – LCD …………..........…………………………………………...... 39
Figura 34 – Buzina ………………………………….......…………….............. 41
Figura 35 – Botão ……………….…………….................................................. 41
Figura 36a – Operação do botão ………..............................…………….......... 41
Figura 36b – Operação do botão ………..........................…...…………........... 41
Figura 37 – Diagrama de Bloco ………...…………………………..……........ 42
Figura 38 – Fluxuograma…………………………………………...……......... 43
Figura 39 – Circuito de simulação ………………………………………......... 44
Figura 40 – Funcionamento normal………………………………….……....... 46
Figura 41 – Funcionamento anormal vibração detectada ………..……............ 47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 – Desbalanceamento de massa ……………………………........... 22
Tabela 1.2 – Desalinhamento e empenamento de eixos ..………………......... 23
Tabela 2.1 – Definição do pinos …………………………………………....... 38
Tabela 2.2 – Definição do pinos …………...………………………………..... 39
Tabela 3.1 – Orçamento do protótipo................................................................. 48
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


IEC International Electrotechnical Commission
ISO International standard Organisation(Organização internacional de padrões)
HP Horse Power
SIL System integrity level
SCADA Supervisory Control and Data Acquisition
CLP Controlador Lógico Programável
IIOT Industrial Internet of Things
RMS Root main square (Valor eficaz)
IN Corrente Nominal
IP Corrente de partida
DC Corrente continua
AC Corrente alterna
LISTA DE SĺMBOLOS

𝑟�𝑝�𝑚� Rotações por minutos


𝑛�𝑠� Velocidade de sincronismo
𝑓� Frequência de alimentação
𝑝� Par de polos
𝑠� Escorregamento
𝑛�𝑟� Velocidade do rotor
𝑓�𝑟� Frequência do rotor
KHz Kilo Hertz
V Volt
A Amper
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................13
PROBLEMÁTICA ............................................................................................................ 14
JUSTIFICATIVA... ........................................................................................................... 14
DELIMITAÇÃO................................................................................................................ 14
OBJECTIVO GERAL ...................................................................................................... 15
OJECTIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 15
Capítulo 1. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................... 16
1.1. O MOTOR DE INDUÇÃO .................................................................................. 17
1.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ................................................................. 18
1.3. ANÁLISE DA VIBRAÇÃO ................................................................................. 18
1.4. EXCENTRICIDADE DO ROTOR ...................................................................... 19
1.5. EXCENTRICIDADE ESTÁTICA ....................................................................... 19
1.6. EXCENTRICIDADE DINÂMICA ...................................................................... 20
1.7. FALHA NO ROTOR ............................................................................................ 20
1.8. FALHA NO ESTATOR ....................................................................................... 21
1.9. DESBALANCEAMENTO DE MASSA .............................................................. 21
1.10. DESALINHAMENTO E EMPENAMENTO DE EIXOS ................................... 22
1.11. COMPONENTES FROUXOS ............................................................................. 23
1.12. ENGRENAGENS ................................................................................................. 23
1.13. MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES – CARACTERIZAÇÃO DE UMA VIBRAÇÃO
PERIÓDICA .................................................................................................................... 24
1.14. PARÂMETROS DE MEDIDA ............................................................................ 26
1.15. MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES – SENSORES DE VIBRAÇÕES ........................ 26
a) Os sensores de deslocamento para medição de vibrações ............................... 26
b) Os sensores de velocidade para medição de vibrações .................................... 27
c) Os sensores de aceleração para medição de vibrações .................................... 28
1.16. PADRÕES E MEDIÇÃO DA VIBRAÇÃO ........................................................ 29
1.17. ESCOLHA DO TIPO DE SENSOR PARA MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES ....... 31
1.18. ESCOLHA DO PONTO DE MEDIDA PARA MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES .. 32
1.19. PROTECÇÃO CONTR A VIBRAÇÃO NA INSTALAÇÃO ............................. 33
1.19.1. Alinhamento/nivelamento ........................................................................... 34
1.19.2. Acoplamentos ............................................................................................... 35
1.19.2.1. Acoplamento directo ................................................................................... 35
1.19.2.2. Acoplamento por meio de polias e correias ............................................... 35
Capítulo 2. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO .................................... 37
2.1.ASPECTOS METODOLÓGICOS ........................................................................... 37
2.2.REQUISITOS DO SISTEMA .................................................................................. 37
2.2.1.Microcontrolador ................................................................................................. 37
2.2.2.Sensor de Vibração SW-420................................................................................ 38
2.2.2.1.LM393 IC........................................................................................................... 38
2.2.2.2.Potenciómetro.................................................................................................... 39
2.2.3.Servo Motor SG90 ............................................................................................... 39
2.2.4.LCD 16x2....... ....................................................................................................... 39
2.2.5.Buzina............ ....................................................................................................... 40
2.2.6.Botões............. ....................................................................................................... 41
2.3.DIAGRAMA DE BLOCO DO SISTEMA ............................................................... 42
2.3.1.Descrição do funcionamento ............................................................................... 42
2.4.DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA .................................................................. 42
2.5.FLUXOGRAMA ...................................................................................................... 43
2.5.1.Descrição do Funcionamento .............................................................................. 43
2.6.CIRCUITO ELÉCTRICO......................................................................................... 44
2.6.1.Descrição do funcionamento ............................................................................... 44
Capítulo 3. RESULTADOS E ANÁLISES ........................................................ 46
3.1. ENSAIOS.............................................................................................................. 46
3.2. VIABILIDADE TÉCNICA .................................................................................. 47
3.3. VIABILIDADE ECONÓMICA ........................................................................... 47
3.4. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 50
APÊNDICE............... ......................................................................................................... 51
ANEXOS................. ........................................................................................................... 54
INTRODUÇÃO

O motor eléctrico é uma máquina destinada a transformar energia eléctrica em energia


mecânica. O motor de indução é o mais usado em relação aos outros tipos de motores, pois
combina as vantagens da utilização de energia eléctrica e baixo custo, facilidade de transporte,
limpeza, simplicidade de comando e com uma construção simples e grande versatilidade de
adaptação as cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos.

Com o presente projecto pretende-se trazer a discussão os efeitos das vibrações nos
motores eléctricos e também apresentar as mais variadas soluções disponíveis para a protecção
de motores eléctricos de indução contra a vibração excessiva da máquina.
Por definição a vibração é a oscilação de um objecto com relação a sua posição de
repouso e pode ser vertical, horizontal ou de trás para frente (axial).
Um dos principais problemas das empresas são as paragens não programadas, pois
acarretam vários custos e pode levar a empresa a fazer o mau uso dos recursos disponíveis, por
isto a necessidade de monitorar as máquinas e manter um agendamento correcto das
manutenções para se evitar paragens inesperadas.
Existem vários tipos de manutenção definidos ao longo dos anos de experiência no
regime industrial e foram classificados em:
 Manutenção Correctiva: A manutenção correctiva é aquela que é executada quando
há um defeito já identificado e assim permite a equipa técnica tomar a acção correctiva.
 Manutenção Preventiva: é a manutenção que tem como objectivo eliminar e/ou
prevenir a manutenção correctiva não programada e paragens não programadas através
de um plano de inspecção em máquinas relevantes para indentificar defeitos e corrigir
aqueles possíveis e programar correcções para aqueles que necessitam da paragem do
equipamento.
 Manutençao Preditiva: é o tipo de manutenção que foca-se em traçar um perfíl de
funcionamento da máquina de modos a se detectar desvio do funcionamento normal
antes de haver defeitos por corrigir, o que não pode ser identificado nas manutenções
anteriores.
A protecção de motores eléctricos contra vibrações cai sobre a alçada da manutenção
preditiva, a protecção contra vibrações em motores electricos normalmente é providenciada por
sistemas de monitoramento de vibraçoes disponíveis no mercado tal como o Bently Nevada
3500 da General Eléctric.
13
PROBLEMÁTICA

A vibração é um dos parámetros importantes para permitir que as máquinas eléctricas


trabalhem dentro dos padrões definidos pelo facbricante, para assim aproveitar o máximo
rendimento da máquina, uma máquina sem protecção contra a vibração abre espaço para
determinados riscos, como:

 Riscos de danos materiais: motores eléctricos normalmente accionam bombas ou


compressores de ar e estes podem danificar por vibração excessiva.
 Riscos ambientais: se o motor estiver conectado a uma linha em que o produto é
perigoso para o ambiente, o excesso de vibração pode diminuir o tempo de vida dos
vedantes como também desapertar partes importantes da linha e causar vazamento ou
mesmo derrames que pode afectar o meio ambiente.
 Riscos de fogo ou incêndio: A vibração excessiva faz com o motor consuma mais
energia o que pode levar ao sobre aquecimento dos enrolamentos e também aumentar o
atrito nos rolamentos, estas condições podem desencadear um curto circuito ou auto-
ignição do óleo lubrificante que normalmente tem como consequencia o fogo e se
atmosfera onde o motor é instalado for considerada uma zona rica da mistura de
combustivel e comburente pode desencadear incêndio.

JUSTIFICATIVA

Os motores que não têm no seu sistema de protecção a componente de protecção contra
a vibração abrem espaço para diagnósticos incorrectos, pois as consequências das vibrações
manifestam-se como fenómenos eléctricos, térmicos e mecânicos. Tendo em conta este factor
as avarias que têm como fonte a vibração passam por despercebido, pois muitas vezes foca-se
na consequência e não na causa o que pode levar a aumentar a quantidade de manutenções
correctivas e muitas vezes causa quebra de stock, ou seja, torna-se difícil fazer uma estimativa
fiável para stock de peças de reposição.

DELIMITAÇÃO

Esta pesquisa estará limitada a análise das fontes de vibração de um motor eléctrico de
indução, a influencia da instalação do motor na vibração do motor eléctrico de indução, os
níveis de vibração e recomendaçães das normas CEI e ISO. Tipos de sensores, pontos de

14
medição de vibração em um motor eléctrico de indução e a orientação da instalação dos
sensores. E também a simulação de protecção contra a vibração usando Arduino IDE e sensores
de vibração SW-420 do kit Arduino.

OBJECTIVO GERAL

O presente trabalho tem como objectivo a identificação dos parámetros que influenciam a
vibração de um motor eléctrico de indução, simular a protecҫão contra vibraҫão através de um
protótipo de rele digital usando um microcontrolador e um sensor de vibraҫão de maneira a se
obter um solução compacta capaz de garantir protecção contra a vibração e também reduzir o
tempo de diagnóstico da avarias, principalmente as causadas pela vibração tendo como
referência as normas internacionais e também as recomendaҫões dos fabricantes.

OJECTIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar as fontes de vibração de uma motor eléctrico de indução.


 Identificar os níveis de vibracção aceitáveis para operação segura de um motor eléctrico
de indução.
 Identificar os pontos de medição de vibração para uma leitura mais apurada dos
sensores.
 Desenvolver um protótipo de rele digital de protecção contra vibração para ilustrar
modelo de operação de um sistema de protecção contra vibração.

15
Capítulo 1. REFERENCIAL TEÓRICO

O processo de monitoração e protecção de motores eléctricos contra vibração é uma


ferramenta muito importante para manter a continuidade da produção na indústria, deste modo
várias empresas de tecnologia especializaram-se em produzir equipamentos digitais que
traduzem as vibrações que são fenómenos mecânicos em eléctricos, que por sua vez podem ser
analisados em gráficos para manutenção preditiva, como também servem para proteger as
máquinas em casos de vibrações. Sendo a evolução tecnológica actual um facto, visto que
estamos na geração 4.0 a nível internacional, a General Electric uma empresa líder no ramo
tecnológico industrial tem a tecnologia Bently Nevada 3500 que é uma solução industrial de
fácil uso e muito eficaz.

Figura 1 – Rack Bently Nevada 3500

Fonte: General Electric: 3500 System Product Datasheet manual


O Bentley Nevada 3500 é uma solução que vem em módulos como um CLP
(Controlador Lógico Programável) e montam-se em uma rack que pode ser instalado em um
cabinete, este sistema de controlo tem módulos de comunicação serial Modbus que permite a
integração em um sistema SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) e assim guardar
as suas leituras em um servidor hostirian para análise de tendência (gráfico) em manutenção
preditiva, como também pode estar conectado a um servidor de alarme para capturar os eventos
de alarmes para se identificar motivos de paragem dos motores para as avaliações posteriores.
Também possui um módulo de relês que é configurado tendo em conta o set point de
trip para desligar o motor caso o mesmo tenha uma vibração acima dos valores pré-definidos,
este sinal dos relês é incorporado no o circuito de comando do motor de modo a proteger o
motor.
O Bently Nevada possui um software de configuração que permite configurar o
sistema de acordo com a necessidade da máquina e com a recomendação do fabricante, a
figura abaixo ilustra a interface da máquina.
16
Figura 2 – Software de configuração

Fonte: General Electric: 3500 System Product Datasheet


Para o caso em particular atendendo a quandtidade de sensores necessários para a devida
monitoração e conctrolo o sistema bently nevada tem o módulo 3500/42M que permite
monitorar a vibração radial, vibração axial (thurst), excentricidade do rotor, e expansão
diferencial.

1.1. O MOTOR DE INDUÇÃO

O motor eléctrico para o projecto é um motor de indução, para melhor percepção do


projecto é importante explicar a composição do motor de indução e neste caso vai como
exemplo a descrição do motor de indução de gaiola de esquilo, a figura a baixo explica
principais partes de um motor eléctrico.

Figura 3 – Motor de indução em corte

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação

17
1.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Quando o motor de indução trifásico é alimentado por um sistema trifásico e simétrico


de tensões, os enrolamentos do estator são percorridos por três correntes simétricas, criando um
campo magnético girante na máquina que roda a uma velocidade.

𝑛𝑠 = 60 ∗ 𝑓/ 𝑝 [𝑟𝑝𝑚] (1)
onde ns representa a velocidade de sincronismo, f a frequência de alimentação e p o número de
pares de pólos da máquina.
Este campo induz nos enrolamentos do rotor uma força eletromotriz que vai originar a
circulação de uma corrente no rotor. Assim, o rotor tenderá a rodar no mesmo sentido e à mesma
velocidade que o campo girante do estator, por forma a anular essas correntes. No entanto,
devido a perdas existentes na máquina, a velocidade de rotação será inferior à velocidade de
sincronismo, ou seja, existe um escorregamento do rotor em relação ao campo girante do estator
dado por:
𝑠 = (𝑛𝑠 − 𝑛𝑟 /𝑛𝑠) ∗ 100 [%] (2)
onde s representa o escorregamento, ns a velocidade de sincronismo e nr a velocidade de
rotação da máquina.
Quando o rotor roda a uma velocidade diferente da velocidade de sincronismo, as correntes
rotóricas criam um campo girante rotórico. As correntes do rotor têm uma frequência dada por
onde fr representa a frequência das correntes rotóricas, s é o escorregamento e f a frequência
de alimentação.
𝑓𝑟 = 𝑠 ∗ 𝑓 [𝐻𝑧] (3)
O campo girante rotórico roda em sincronismo com o campo girante estatórico, mas
atrasado de um ângulo (ângulo do binário). O binário produzido pela máquina depende das
forças magnetomotrizes do estator e do rotor e do ângulo que formam entre si. A junção dos
dois campos origina um campo magnético resultante que também é um campo girante e roda à
velocidade de sincronismo. Este campo resultante é o responsável pela força eletromotriz
estatórica e rotórica.

1.3. ANÁLISE DA VIBRAÇÃO

A análise de vibração em motores elétricos consiste em um acompanhamento periódico


que tem como objectivo reduzir os possíveis problemas e elevar a vida útil dos equipamentos.

18
Tal como as partes construtivas do motor é tambem importante saber as principais causas de
vibraçao dos motores antes de desenvolvermos sobre as protecções.

Figura 4 – Diagrama de fonte de vibração

Fonte: Autoria própria

1.4. EXCENTRICIDADE DO ROTOR

A excentricidade é uma desigualdade no entreferro (espaço que existe entre o estator e


o rotor) e origina forças radiais desequilibradas que podem causar contacto entre o estator e o
rotor, provocando danos nos dóis. A excentricidade pode ser estática, dinâmica ou mista (junção
entre a excentricidade estática e a dinâmica).

1.5. EXCENTRICIDADE ESTÁTICA

A excentricidade estática acontece quando o centro geométrico do rotor se encontra


deslocado em relação ao centro geométrico do estator, sendo que o rotor continua a rodar sobre
o seu próprio eixo, ou seja, o entreferro não é igual para todos os pontos do rotor. As causas
típicas da excentricidade estática são o posicionamento incorrecto do rotor ou o estator elíptico,
devido à sua má colocação ou concepção. Em consequência da excentricidade estática é
originada uma atracção magnética desequilibrada entre o rotor e o estator que poderá provocar
uma excentricidade dinâmica.

19
Figura 5 – Excentricidade estática

Fonte: Progress In Electromagnetics Research C, Vol. 15, 117–132, 2010

1.6. EXCENTRICIDADE DINÂMICA

A excentricidade dinâmica é definida como a alteração longitudinal do entreferro, ou


seja, quando o centro do rotor não é o centro de rotação. Isto significa que este tipo de
excentricidade é uma função do tempo e do espaço. As principais causas da excentricidade
dinâmica são o veio empenado, o desgaste dos rolamentos e a expansão assimétrica do rotor
com o aumento de temperatura. Como no caso da excentricidade estática, também a
excentricidade dinâmica provoca uma atração magnética desequilibrada entre o rotor e o estator
que poderá provocar fricção entre o rotor e o estator, causando danos nos enrolamentos ou no
núcleo.

Figura 6 – Excentricidade dinâmica

Fonte: Progress In Electromagnetics Research C, Vol. 15, 117–132, 2010

1.7. FALHA NO ROTOR

As falhas no rotor ocorrem em menor percentual e gira em torno de 10 % segundo um


estudo elaborado pela general electric em 1985, as falhas podem ser ocasionadas por
20
aquecimento excessivo devido a fraca ventiliação, podem ser também defeito de fabrico ou erro
no dimensionamento da carga a accionar.

A consequência directa desta falhas é a quebra das barras do rotor, que tem como defeito
as vibrações e a elevação de demperatura.

1.8. FALHA NO ESTATOR

As falhas relacionadas ao estator, são derivadas de factores, como, problemas térmicos,


mecânicos, eléctricos e do ambiente em que se encontra o motor. Estes factores podem afectar
o isolamento, provocando a fuga de corrente entre as fases ou entra a fase e a terra, que gera
desbalanceamento do campo magnético da região afectada.

O factor temperatura tem como referência que o aumento de 10 % ocasiona a redução


pela metade da vida útil do isolamento. O desbalancemento entre as fases, o que por regra uma
variação da tensão 3,5 % irá acarrectar um aumento de 25 % na fase com maior corrente. O
arranque do motor afecta directamente o isolamento dos enrolamentos, tendo em conta que a
corrente de arranque varia entre 5,5 x IN < IP < 7,00 x IN da corrente nominal segunda a ANBT.

1.9. DESBALANCEAMENTO DE MASSA

As principais causas para o desbalanceamentos são: Balanceamento executado de


maneira inadequada, “deixando” o desbalanceamento residual; Perda de parte do rotor por
qualquer razão; depósito de material estranho em alguma das pás do rotor, desbalanceado as
massas; empeno permanente ou temporário; excentricidade entre os componentes acoplados e
outros. A vibração resultando de um desbalanceamento puro é reproduzida através de um sinal
de forma senoidal na própria frequência (ordem x1), de rotação da máquina em questão. Como
demonstra a figura 7.
Figura 7 – Desbalanceamento de massa

Fonte: Filho, Luis Felipe Salomao (2013, p.32)

21
Tabela 1.1 - Desbalanceamento de massa
Desbalanceamento
Frequência de Característica do
Fonte de vibração Plano de Acção Amplitude
Excitação Espectro
Estático 1X Radial Estável Faixa estreita
Geralmente,
Dinámico 1X Radial - Harmónicas na
ordem 1X
No acoplamento 1X Radia e Axial -
Motor em balanço 1X Radia e Axial -
Fonte: Filho, Luis Felipe Salomao (2013, p.32)

1.10. DESALINHAMENTO E EMPENAMENTO DE EIXOS

A vibração associada ao desalinhamento tem uma característica peculiar, pois o


acoplamento do eixo possui a capacidade de absorver o desalinhamento e devido a isso, a
vibração só se manifesta quando as forças provocadas pelo desalinhamento são transmitidas ao
rotor e chumaceiras sob a forma de pré-carga. Os principais problemas sob o aspecto de pré-
carga em máquinas rotativas são: desalinhamento angular, paralelo ou ambos; acoplamento
defeituoso; desalinhamento entre chumaceiras ou engrenagens entre outros.
O desalinhamento é reproduzido no espectro principalmente na componente de segunda
ordem X2, especialmente em casos onde o acoplamento é realizado via engrenagens, podendo
ser observada uma elevação da componente relacionada a frequência da máquina, X1. Essa
elevação na primeira ordem, em alguns casos pode levar a dúvida quanto a fonte de vibração,
ou desalinhamento ou desbalanceamento.
Figura 8 – Desalinhamento e empenamento de eixos

Fonte: Filho, Luis Felipe Salomao (2013, p.34)

22
Tabela 1.2 – Desalinhamento e empenamento de eixos
Desbalanceamento
Frequência de Característica do
Fonte de vibração Plano de Acção Amplitude
Excitação Espectro
Angular 1X, 2X Axial Estável Faixa estreita
Paralelo 1X, 2X Radial Estável Faixa estreita
Combinado 1X, 2X Radia e Axial Estável Faixa estreita
Radia, Axial e
Chumaceiras 2X Alta, Estável Faixa estreita
Tangencial
Fonte: Filho, Luis Felipe Salomao (2013, p.32)

1.11. COMPONENTES FROUXOS

É a vibração provocada pela existência de folga entre componentes que deveriam


permanecer estáticos, os casos mais comum de ocorrência são: folga entre a caixa das
chumaceiras e a carcaça da máquina. Reprodução obrigatória da componente de ½ ordem
podendo também provocar a geração de grande quantidades de harmônicos. Dependendo da
severidade do problema, a freqüência crítica ou a de whirl podem também ocorrer.

Figura 9 – Componentes frouxos

Fonte: Filho, Luis Felipe Salomao (2013, p.34)

1.12. ENGRENAGENS

São originados pela necessidade de interação entre os eixos que compõe as prórprias
engrenagens. Os principais problemas em engrenagens estão associados:

 Excentricidade das Engrenagens: Centro de giração não coincide com o centro do


círculo formado pela pitch line. Níveis elevados de vibração síncrona no plano dos
eixos.

23
 Operação com baixa carga: Geralmente detectada em grandes caixas de engrenagem
operando com a carga abaixo do que foi definido no projecto, sobrecarregando as
chumaceiras. Isso deve-se ao facto de que o equilíbrio entre o torque transmitido e peso
dos eixos, existir apenas durante ou próximo da carga nominal.
 Defeitos de Fabricação ou fadiga dos dentes: Além de observar os níveis absolutos
de vibração, é de grande importância acompanhar a evolução das componentes no
espectro de vibração. Harmônicos e bandas laterais da frequência de engrenamento em
níveis significativos indicam forte tendência do problema, outro bom indicativo para
detecção de folga elevada entre os dentes é o aparecimento de picos acompanhados de
bandas laterais.

1.13. MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES – CARACTERIZAÇÃO DE UMA


VIBRAÇÃO PERIÓDICA

Existem basicamente três tipos de vibrações:

• Aleatórias
• Transientes
• Periódicas
As vibrações aleatórias raramente ocorrem em máquinas. Os fenómenos nas máquinas
que podem dar origem a vibrações quase aleatórias são por exemplo a cavitação em bombas ou
fenómenos aerodinâmicos em ventiladores.

Vibrações transientes só ocorrem durante arranques e paragens ou quando muda uma


condição processual de funcionamento. Não têm assim muita importância para caracterizar o
estado da máquina.

São as vibrações periódicas as que efectivamente são importantes para caracterizar o


estado das máquinas. A cada ciclo de rotação dá-se uma repetição da ocorrência dos fenómenos
na máquina, originando assim, o seu funcionamento, vibrações periódicas.
O número de vezes que um ciclo completo tem lugar durante um determinado intervalo
de tempo é chamado de Frequência. Normalmente, no caso das máquinas fala-se no número de
rotações por minuto, RPM. Quando se fala em número de ciclos por segundo a unidade (1 ciclo
por segundo) é chamada “Hertz”.

24
Figura 10 – Vibração periódica

Fonte: Carlos, Aroeira: Mediçao de Vibração (16 de Julho 2019) disponível em: Análise de vibrações em
motores elétricos - DMC

Nas máquinas, o que é mais comum, são as vibrações que ocorrerem em muitas
frequências ao mesmo tempo de modo que olhando para um osciloscópio não se consegue
distinguir a amplitude de vibrações a cada frequência.

Isto pode-se saber num equipamento que apresente a amplitude das vibrações às
diversas frequências. Por isto utiliza-se a Análise em Frequência é uma ferramenta muito
importante para o diagnóstico das avarias nas máquinas. Quando se faz uma Análise em
Frequência normalmente encontram-se picos predominantes, que estão directamente
relacionados com os movimentos das diversas partes das máquinas. Assim, com este tipo de
análise pode-se determinar quais as componentes das máquinas que dão origem às vibrações.

A amplitude da vibração, que é a característica que descreve a sua severidade, pode ser
medida de diversas maneiras. Na figura a seguir apresentada, pode-se ver a relação entre a
Amplitude Pico-Pico, o Pico, a Média e o Nível Eficaz (RMS).

Figura 11 – Característica da onda sinusoidal

Fonte: Carlos, Aroeira: Mediçao de Vibração (16 de Julho 2019) disponível em: Análise de vibrações em
motores elétricos - DMC

25
O valor Pico-Pico é importante na medida em que indica a máxima amplitude da
vibração, o que é um parâmetro importante quando se trata de saber por exemplo,
deslocamentos máximos em máquinas ferramentas ou em medidas efectuadas com transdutores
de deslocamento.

1.14. PARÂMETROS DE MEDIDA

A relação entre a amplitude do deslocamento, da velocidade e da aceleração de uma


vibração sinusoidal são parámetros importantes para definir o modelo de monitoramento e
prenvenção contra a vibração dos motores de indução.

Existe uma relação entre o Deslocamento, a Velocidade e a Aceleração onde a


Velocidade é igual ao Deslocamento vezes a Frequência, e a Aceleração é igual ao
Deslocamento vezes o quadrado da Frequência. O que nos informa que nas altas frequências
sejam onde aparecem as vibrações com maior aceleração.

Quando se quer controlar com um Medidor de Vibrações fenómenos que se manifestam


a altas frequências, como os primeiros indícios de avarias em rolamentos, o parâmetro de
medida a utilizar é a aceleração.

Com os medidores baseados no uso de acelerómetro, permite escolher o parâmetro de


medida, o deslocamento, a velocidade ou a aceleração. Como há várias opções de medidas
normalmente existe vários procedimentos de medida bastante diferentes que variam conforme
o objectivo da medida.

1.15. MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES – SENSORES DE VIBRAÇÕES

Normalmente na indústria encontram-se três tipos de transdutores:

• Deslocamento (mícron)
• Velocidade (mm/s)
• Aceleração (mm/s²)
a) Os sensores de deslocamento para medição de vibrações

Os Sensores de Deslocamento (também conhecidos por sensores de proximidade ou


proximitors) mais frequentes na indústria medem as variações do campo magnético e
funcionam como comparadores sem contacto. As suas vantagens e limitações advêm deste
facto.
26
Figura 12 – Sensor de deslocamento

Fonte: Análise de vibração da empresa Abreu e Oliveira [s.d] disponível em:


https://pt.slideshare.net/evaldoniki/1-analise-de-vibrao-definies-tcnicas

Vantagens
 Medem as vibrações directamente nos veios.
 Em máquinas com chumaceiras de película de óleo, tem lugar um grande amortecimento
das vibrações. Assim as vibrações medidas no veio são frequentemente muito maiores
que as vibrações medidas nas chumaceiras. Neste tipo de máquinas têm por vezes lugar
fenómenos que só se detectam medindo as vibrações directamente nos veios.
 Medem vibrações até DC ( 0 RPM).
 Devido ao facto de funcionarem como comparadores sem contacto medem vibrações
praticamente até 0 RPM.
 Quando instaladas aos pares, por chumaceira, permitem determinar a posição do centro
do veio.
Desvantagens
 As medidas são influenciadas pelo acabamento dos veios.
 As irregularidades e ovalizações são medidas como vibrações.
 Só medem vibrações até 1 KHz.
 A frequências superiores a 1 KHz a amplitude dos deslocamentos provocados pelos
fenómenos físicos nos materiais é tão pequeno que se confundem com as irregularidades
nas superfícies dos veios.
 São sensores instalados em permanência.
 Por este facto tornam-se num investimento mais vultuoso que só se justifica nas
máquinas maiores.
b) Os sensores de velocidade para medição de vibrações
Os sensores de Velocidade são constituídos por uma bobine e um íman. A tensão
gerada na bobine é proporcional à velocidade relativa dos dois.

27
Figura 13 – Sensor de velocidade

Fonte: Análise de vibração da empresa Abreu e Oliveira [s.d] disponível em:


https://pt.slideshare.net/evaldoniki/1-analise-de-vibrao-definies-tcnicas

Vantagens
 São auto geradores.
 Não precisam de condicionamneto de sinal
Desvantagens
 Frequência de limite inferior elevada 10 kHz
 Frequência de limite superior reduzida 1000 kHz.
 Contém partes móveis.
 Sensibilidade lateral elevada
c) Os sensores de aceleração para medição de vibrações
Os acelerómetros mais frequentes são do tipo piezoeléctrico. Neles a carga eléctrica
gerada é proporcional à aceleração a que estão sujeitos.
Figura 14 – Sensor de Aceleração

Fonte: Análise de vibração da empresa Abreu e Oliveira [s.d] disponível em:


https://pt.slideshare.net/evaldoniki/1-analise-de-vibrao-definies-tcnicas

Vantagens
 Medem altas frequências.
 Normalmente a frequência limite superior de medida é imposta pela montagem do
acelerómetro e pode ir até algumas dezenas de KHz
 Medem baixas frequências.
 A frequência limite inferior é imposta pelo amplificador onde está no acelerómetro, e
pode ir até centésimos de Hertz
 Medem grandes e pequenos níveis de vibrações.

28
 São muito robustos.
 São insensíveis a vibrações laterais.
Desvantagens
 Necessita condicionamento do sinal

1.16. PADRÕES E MEDIÇÃO DA VIBRAÇÃO

O monitoramento preditivo de motores elétricos, através da análise de vibração, pode


identificar alguns problemas que podem ser fatais e altamente prejudiciais para a eficiência da
produção e para a segurança dos profissionais que manuseiam os equipamentos.

As vibrações são indicadoras das condições de funcionamento das máquinas. Enquanto


as forças geradas nas máquinas em funcionamento forem mais ou menos constantes, os níveis
de vibrações vão também permanecer sensivelmente constantes. Para além disso, na maioria
das máquinas, o Nível de Vibrações tem um valor normal, e quando a máquina se encontra em
boas condições, o seu Espectro de Frequência tem um aspecto característico. O Espectro de
Frequência, obtido quando a máquina se encontra em boas condições de funcionamento, é
chamado de “Assinatura” da máquina, e é obtido através da Análise em Frequência das
vibrações. Quando os defeitos se começam a desenvolver, as vibrações começam a subir e
aumenta a amplitude de algumas componentes do espectro.

Por isto a medição de vibrações é muito utilizada em manutenção. Todavia também no


desenvolvimento de uma máquina, no seu fabrico e controlo de qualidade se utiliza
frequentemente a medição e análise de vibrações.

Figura 15 – Assinatura da máquina

Fonte: Análise de vibração da empresa Abreu e Oliveira [s.d] disponível em:


https://pt.slideshare.net/evaldoniki/1-analise-de-vibrao-definies-tcnicas

29
É importante ter em conta as normas internacionais como a IEC 60034-14, que nos garante os
limites operacionais de vibração tendo em conta o tamanho da carcaça do motor, como mostra
a figura a baixo e assim nos permite operar a máquina dentro dos limites seguros de operação.
Figura 16 – Níveis devibração tendo em conta a carcaça

Fonte: Welkon, Vibration-Electrical Motors


A nível industrial medição da vibração tornou-se mais eficaz pois mostra que a
velocidade é o parâmetro mais adequado para controlar a maioria dos defeitos nas máquinas
(desequilíbrios, desalinhamentos, folgas, desapertos, etc.).
Os limites de severidade de vibração medidos através da velocidade são baseados na
ISO 10816-1 como mostra a figura abaixo.
Figura 17 – Níveis de vibração tendo em conta a classe do motor

Fonte: Welkon, Vibration-Electrical Motors


Figura 18 – Legenda do código de cores

Fonte: Welkon, Vibration-Electrical Motors

Com esta informação podemos assim definir os níveis de alarme para o sistema de
controlo, tendo em conta os códigos de cores e os valores padronizados, podemos interpretar
que os motores devem trabalhar na faixa cinzenta e verde, quando este chegar a faixa amarela

30
um alarme deve indicar que o máquinas está com vibração alta, a partir daí as pode-se programar
uma manutenção correctiva para se aferir a origem da vibração e solucionar sem que tenhamos
paragem bruscas de produção e perca de lucros não estimados. Se a vibração estiver na faixa
vermelha então a máquina deve parar logo para evitar danos posteriores.

Os motores estão definidos em classes tendo em conta a potências dos mesmos como
sugere a figura abaixo:
Figura 19 – Legenda da classe dos motores

Fonte: Welkon, Vibration-Electrical Motors


No entanto existe uma excepção na detecção de avaria através da medição de vibração
por meio da velocidade que é a avaria em rolamentos, que geram impulsos, que são mais fáceis
de detectar em aceleração.

1.17. ESCOLHA DO TIPO DE SENSOR PARA MEDIÇÃO DE


VIBRAÇÕES

Como referiu-se acima existe classes de motores que influenciam naquilo que é a
assinatura da máquina e passa a requerer mais sensibilidade para alguns casos e associado a
relação custo/benefício da protecção contra vibração existem factores que ajudam a selecionar
a melhor opção para determinda aplicação, pois sabe-se que com a monitoração dos níveis de
vibração de uma máquina é possível detectar avarias interprentando os dados disponíveis, tal
que, para selecionar o melhor sensor deve-se:
 Ter em conta a rotação da máquina (RPM) ou ciclos
 A potência da máquina em Watts ou HP
 O tipo de chumaceiras do motor
 E ter em conta a recomendação do fabricante

31
1.18. ESCOLHA DO PONTO DE MEDIDA PARA MEDIÇÃO DE
VIBRAÇÕES

O ponto de medida de vibração deve ser o caminho mais curto entre a fonte das
vibrações (normalmente o rotor) e um ponto onde se possa efectuar as medidas. Normalmente
isto resulta que se efectuam as medidas nas caixas das chumaceiras ou em qualquer estrutura
rígida a elas ligada. Outra questão que se coloca com frequência é a direcção em que se deve
medir. É impossível dar uma regra geral, mas é frequente, medir nas três direcções; vertical,
horizontal e axial.

Figura 20 – Pontos de medição da vibração

Fonte: Ferreira, Ivaldo: Monitoramento e Análise de Vibrações via Zigbee (10 de Março de 2013)
O comportamento vibratório das máquinas, especialmente nas altas frequências, é
bastante complexo. Daí que mesmo em pontos muito juntos os níveis de vibração sejam
diferentes.
A orientação dos sensores é uma questão relevante para detectar as vibrações e em
sistemas sensíveis deve-se ter em conta a redundância, pois além da protecção também
queremos a máquina disponível, os padrões IEC 61508 e IEC 61511 para os Níveis de
Intergidade e Segurança (SIL) recomendam a redundâcia como boas práticas industriais daí
que, ao medir a vibração é importamente ter mais de um sensor nos pontos de medida para que
tenhamos a confirmação de que a vibração é verdadeira e assim diminuir o impacto de leituras
erradas por falha do equipamento. Assim a orientção dos sensores são importantes para
aumentar a exactidão da medida e assim disponibilizar dados credíveis para o sistema, a figura
representa a um exemplo correcto de como deve-se orientar os sensores.

32
Figura 21 – Orientação dos sensores na instalação

Fonte: Análise de vibração da empresa Abreu e Oliveira [s.d] disponível em:


https://pt.slideshare.net/evaldoniki/1-analise-de-vibrao-definies-tcnicas

1.19. PROTECÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO NA INSTALAÇÃO

Máquinas elétricas devem ser instaladas em locais que permitam fácil acesso para
inspeção e manutenção, principalmente no que se refere as chumaceiras (relubrificação) e
inspecção das escovas. A orientaçao da instalaçao do motor deve seguir a recomendação do
fabricante quanto aos códigos de instalação segundo as normas na figura abaixo:
Figura 22 – Orientação da instalação do motor

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação


A fundação onde irá instalar-se o motor deve ser plana e isenta de vibrações sempre que
for possível. Recomenda-se, portanto, uma fundação de concreto. A natureza do solo influência
no tipo de fundação a escolher devendo-se assim ter em atenção esta recomendação. No
dimensionamento da fundação do motor, deve ser considerado o facto de que o motor pode,
ocasionalmente, ser submetido a um torque maior do que torque nominal. Se este
dimensionamento não for criteriosamente executado poderá ocasionar sérios problemas de
vibração do conjunto fundação, motor e máquina acionada.
OBS: Na base de concreto deverá ser prevista uma placa metálica para apoio do parafuso de
nivelamento.
Blocos de ferro ou de aço, placas com superfícies planas e com dispositivos de
ancoragem, poderão ser fundidos no concreto para receber e fixar as patas do motor. Importa

33
ressaltar que todos os equipamentos da estrutura deverão ser adequados para transmitir as forças
e torques que ocorrem durante a operação.
Figura 23 – Fixação do motor

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação

1.19.1. Alinhamento/nivelamento

A máquina elétrica deverá estar perfeitamente alinhada com a máquina accionada,


especialmente em casos de acoplamento directo. Um alinhamento incorrecto pode causar
defeito nos rolamentos, vibrações e mesmo, ruptura do eixo.
Para alinhamento correcto o uso de relógios comparadores é recomendável, colocando
um em cada semi-luva, um apontado radialmente e outro axialmente. Assim é possível verificar
simultaneamente o desvio de paralelismo(folga angular), e o desvio de concentricidade (folga
radial), ao dar-se uma volta completa nos eixos.
Figura 24 – Folga angular (Manual Weg) Figura 25 – Folga radial (Manual Weg)

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação
Figura 26 – Folga axial (Manual Weg)

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação


Experiência suficiente para conseguir condições de alinhamento com um calibrador de
folgas e uma recomendação importante. Os mostradores não devem ultrapassar a leitura de 0,05
mm. Uma medição em 4 diferentes pontos de circunferência não poderá apresentar uma
diferença maior que 0,03mm.

34
Durante alinhamento/nivelamento dever-se-à considerar o efeito da temperatura sobre
o motor e a máquina acionada. As diferentes dilatações das máquinas acopladas podem
significar uma alteração no alinhamento/nivelamento durante o funcionamento da máquina.
Após o alinhamento do conjunto e verificação do perfeito alinhamento (tanto a frio como a
quente) deve-se fazer a pinagem do motor. Existem instrumentos que realizam o alinhamento
utilizando raio laser visível e computador próprio com programas específicos que conferem alta
confiabilidade e precisão no alinhamento de máquinas.
1.19.2. Acoplamentos
1.19.2.1. Acoplamento directo

Deve-se preferir sempre o acoplamento directo, devido ao menor custo, reduzido espaço
ocupado, ausência de deslizamento (correias) e maior segurança contra acidentes. No caso de
transmissão com relação de velocidade, é usual também o acoplamento directo através de
redutores. Recomenda-se alinhar cuidadosamente as pontas de eixos, usando acoplamento
flexível, sempre que possível.

Figura 27 - Folga em acoplamento directo

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação


1.19.2.2. Acoplamento por meio de polias e correias

Deve-se evitar esforços radiais desnecessários nas chumaceiras, situando os eixos


paralelos entre si e as polias perfeitamente alinhadas. Correias que trabalham lateralmente
enviesadas transmitem batidas de sentido alternante ao rotor, e poderão danificar os encostos
da chumaceira.
Figura 28 - Acoplamento por polias a correias A Figura 29 - Acoplamento por polias a correias B

Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação Fonte: Weg: Motores Eléctricos, Guia de Especificação

35
Correia com excesso de tensão aumenta o esforço na ponta de eixo, causando vibração e
fadiga, podendo chegar até a fratura do eixo. Deve ser evitado o uso de polias
demasiadamente pequenas; estas provocam flexões no motor devido ao fato que a tracção na
correia aumenta à medida que diminui o diâmetro da polia.
Sempre utilizar rolamentos e polias com base na recomendaçao do fabricante com furos
concêntricos e equidistantes. Evitar em todos os casos, sobras de chavetas pois estas
representam um aumento da massa de desbalanceamento. Caso estas observações não forem
seguidas, ocorrerá um aumento nos índices de vibração.

36
Capítulo 2. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
2.1. ASPECTOS METODOLÓGICOS
A metodolgia aplicada no presente projecto do ponto de vista da finalidade classificou-
se como Básica Estratégica visto que as investigações permitiram desenvolver um protótipo
que pode ser melhorado para aplicação real.
Quanto a abordagem o presente projecto classifica-se como Qualitativa pois crusou-se
referências sobre as normas ISO, IEC e ABNT relativas a protecção contra a vibração e também
crusou-se referências de livros e artigos relacionados as técnicas de diagnóniticos que serviu
como base para interpretar os limites de vibração para uma operação segura da máquina e
também para reduzir os erros de diagnósticos.
Com as bases estabelecida pela investigação não foi necssário estabelecer cáculos de
dimensionamento por ser um protótipo de integração e também por ter uma tensão de operação
de 5V e que é disponibilizada pela placa do microcontrolador, foi escolhido o microcontrolador
Arduino que foi usado para controlar o funcionamento do relê, foi o usado o sensor SW-420
que é um sensor que facilmente pode ser integrado com o microcontrolador e finalmente o usou-
se os Softwares Proteus para elaboração do circuito eléctrico de simulação e o Software Arduino
IDE 1.8 para desenvolver o programa de controlo o que classifica o método utilizado como
Hipotético Dedutivo.

2.2. REQUISITOS DO SISTEMA


2.2.1. Microcontrolador
A placa Arduino UNO usou-se para programar circuito todo, através da aplicação
Arduino IDE, Arduino Uno é uma placa microcontroladora baseada no ATmega328P .
Constituido por 14 pinos de entrada / saída digital (dos quais 6 podem ser usados como saídas
PWM), 6 entradas analógicas, um ressonador de cerâmica de 16 MHz (CSTCE16M0V53-R0),
uma conexão USB, um conector de alimentação, um conector ICSP e um botão de reset . Por
ser um microcontrolador de baixo custo e de interação muito simples para o usuário serviu
como a melhor solução para implementar o protótipo.

37
Figura 30 – Descrição Arduino UNO

Fonte: www.pinterest.com/pin/30117829389389604/
2.2.2. Sensor de Vibração SW-420
O interruptor de vibração reconhece a amplitude da vibração à qual está exposto. A
resposta da chave pode ser fechamento de contacto eléctrico ou abertura de contacto. Este
módulo do sensor de vibração consiste em um sensor de vibração SW-420, resistores, capacitor,
potenciômetro, comparador LM393 IC, alimentação e LED de status em um circuito integrado
LM393 IC.
Figura 31 – Sensor de Vibração SW- 420

Fonte: www.filipeflop.com/produto/sensor-de-vibraçao-sw-420/

Tabela 3 – Definição do pinos


Pin Descrição
VCC Vcc pino para alimentação +5V
GND Pino Negativo
DO Saída digital
Fonte: Autoria própria
2.2.2.1. LM393 IC
LM393 Comparador IC é usado como um comparador de tensão neste módulo sensor
de vibração. O pino 2 do LM393 está conectado ao Preset (Pot 10KΩ) enquanto o pino 3 está
conectado ao sensor de vibração. O comparador IC irá comparar a tensão limite definida usando
o pré-ajuste (pino 2) e o pino do sensor de vibração (pino 3).

38
2.2.2.2. Potenciómetro
Permite ajustar a sensibilidade do sensor de modo a se definir o nível de vibração desejado
para o funcionamento do sistema.
2.2.3. Servo Motor SG90
O Servo Motor SG90 é um módulo que apresenta movimentos proporcionais aos
comandos indicados, controlando o girar e a posição, diferente da maioria dos motores. Possui
um ângulo de rotação de 180 graus e acompanha um cabo de 3 pinos referente à
alimentação/controlo e diversos acessórios (3 tipos de braços + parafusos). Usou-se para
simular o motor eléctrico de indução no protótipo.

Figura 32 – Servo Motor SG90

Fonte: Servomotor SG90 RC 9g - UNIT Electronics Arduino Micro Servo (uelectronics.com)


Tabela 4 – Definição do pinos

Numeração dos Cabos Descrição


Cor dos Cabos
1 Castanho Negativo
2 Vermelho Posetivo
3 Laranja Sinal de Controlo em PWM
Fonte: Autoria própria
2.2.4. LCD 16x2
Na parte superior do Display, existem 16 orifícios onde podem ser soldados pinos ou
cabos de comunicação e alimentação.
Figura 33 - LCD

Fonte: www.filipeflop.com/produto/display-lcd-16x2-backlight-azul
39
 pino 1 – VSS – Pino de alimentação (zero volts – GND)
 pino 2 – VDD – Pino de alimentação de +5V
 pino 3 – VO – Pino de ajuste do contraste do LCD – depende da tensão aplicada
(ajustável)
 pino 4 – RS – Seleção de Comandos (nível 0) ou Dados (nível 1)
 pino 5 – R/W – Read(leitura – nível 1) / Write (escrita – nível 0)
 pino 6 – E – Enable (Ativa o display com nível 1 ou Desativa com nível 0)
 pino 7 – D0 – data bit 0 (usado na interface de 8 bits)
 pino 8 – D1 – data bit 1 (usado na interface de 8 bits)
 pino 9 – D2 – data bit 2 (usado na interface de 8 bits)
 pino 10 – D3 – data bit 3 (usado na interface de 8 bits)
 pino 11 – D4 – data bit 4 (usado na interface de 4 e 8 bits)
 pino 12 – D5 – data bit 5 (usado na interface de 4 e 8 bits)
 pino 13 – D6 – data bit 6 (usado na interface de 4 e 8 bits)
 pino 14 – D7 – data bit 7 (usado na interface de 4 e 8 bits)
 pino 15 – A – Anodo do LED de iluminação (+5V CC)
 pino 16 – K – Catodo do LED de iluminação (GND)

A iluminação do LCD é feita por LED. O pino 15 (Anodo do LED) foi conectado
directamente a +5 V e o pino 16 (catodo do LED) foi conectado no terra (GND). Dessa forma
o LED consome aproximadamente 22 mA. O consumo total de corrente (LCD + LED) do LCD
16×2 Azul é de aproximadamente 23 mA. Usou-se um resistor de 220 ohms em série com o
Ánodo para reduzir o consumo do LCD.

Para ajuste do contraste do LCD, a tensão no pino 3 (VO) deve ser ajustada. Usou-se
um potenciômetro de 10K ohms. Nas extremidades do POT conectou-se o +5V e o GND. O
pino central conectou-se no pino 3 do LCD.

2.2.5. Buzina

É um transdutor piezoeléctrico encapsulado em uma proteção plástica. Quando lhe


inserido uma diferença de tensão no cristal, o cristal transforma energia elétrica em energia
mecânica. Desta ao alimentá-lo com uma tensão variável, obtemos o som. Sabendo que o som
é a propagação de uma vibração entre 20 Hz e 20 kHz, as propriedades do transdutor piezo

40
elétrico são usadas sendo-lhe aplicada uma tensão eléctrica e gera som. Ao selecionar uma onda
de tensão na faixa de frequência audível, o transdutor vibrará na mesma frequência, emitindo
som.
Figura 34 – Buzina

Fonte: https://sriparnaiot.wordpress.com/nodemcu-piezo-buzzer-on-arduino-ide/

2.2.6. Botões
A chave push-button funciona como um contacto que abre e fecha, sabendo que uma
chave possui dois valores, 0 ou 1, aberto ou fechado. Conectando a chave a uma porta do Arduino
podemos ler o valor 0 ou 1 da chave e assim executar uma ação.
Para o projecto o botão terá a função de fazer o reset do programa. Utilizou-se uma das
portas digitais da placa.
Figura 35 - Botão

Fonte: www.filipeflop.com/universidade/kit-maker-arduino/projetp-5-interruptor-de-luz/

O botão, quando pressionado, faz contacto entre um lado e outro dele. Quando esse
contacto é fechado, essa corrente eléctrica “entra” na placa e ela percebe que o botão foi
pressionado.
Figura 36a– Operação do botão Figura 36b – Operação do botão

Fonte: www.filipeflop.com/universidade/kit-maker-arduino/projetp-5-interruptor-de-luz/

41
2.3. DIAGRAMA DE BLOCO DO SISTEMA
Figura 37 - Diagrama de Bloco

Fonte: Autoria própria

2.3.1. Descrição do funcionamento


O sistema é composto por duas entradas relactivamente o Reset que é o botão para
reiniciar o sistema depois de uma paragem por alta vibração e Sensor de Vibração que nos
permite medir a vibração em tempo real no Servo Motor que é uma das cinco saídas do
microcontrolador, o servo motor representa o motor de indução para fins de teste. Das quatro
saídas restantes temos duas leds que indicam o funcionamento do motor, a verde para quando
está em funcionamento e a vermelha para quando a máquina está parada. A buzina é a quarta
saída que dá a indicação sonora para despertar o operador em caso de distração e por fim o LCD
onde é apresentada a informação do funcionamento do motor com mensagens. Arduino Uno é
o microcontrolador onde está código de funcionamento do relê.

2.4. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA

O sistema está dimensionado para operar a 5V em DC que é providenciado pelo módulo


do microcontrolador, o consumo da corrente do LCD e do Servo motor por serem alto as
baterias de 9V nao conseguem alimentar o sistema com fiabilidade, para solucionar esta questão
uso-se uma base conversora AC/DC que tem uma alimentação de entrada a 220V AC e uma
alimentação de saída de 5V em DC e uma corrente de 1A, que serviu como a fonte primária de
alimentação do sistema e substituindo assim o uso da bateria de 9V o que permitiu uma
alimentação mais fiável para o sistema.
42
2.5. FLUXOGRAMA
Figura 38 – Fluxuograma

Fonte: Autoria própria

2.5.1. Descrição do Funcionamento


O sistema arranca com o motor em funcionamento como condição inicial, o sistema vai
verificando constantemente o sinal do sensor de vibração SW-420, enquanto o valor detectado
na porta for menor que 2.8mm/s o sistema funciona norlmamente, a LED vermelha de indicação
de paragem mantém-se apagada e a LED verde de arranque acende, no LCD é apresentada a
mensagem “Em funcionamento, Vibração Normal” e a buzina mantém-se desactivada. Quando
o sistema detectar um valor maior que 2.8 mm/s, o sistema para o servor motor, apaga a LED
verde e acende a LED vermelha, activa a buzina e no LCD é a apresentada a informação “ Maq
Parada, Alta Vibração”. Quando o valor de vibração volta ao estado normal e precionado o
botão de reset e o sistema apaga a LED vermelha, desactiva a buzina e reinicia o sistema para
as suas condições normais.

43
2.6. CIRCUITO ELÉCTRICO

Figura 39 – Circuito de simulação

Fonte: Autoria própria

2.6.1. Descrição do funcionamento


O sensor de Vibração é conectado a porta analógica A5, notar que apesar de a saída do
sensor ser digital a necessidade de conectar o sensor de vibração a porta analógica foi necessaria
para quantificar a vibração e poder assim definir o limite de vibração para o funcionamento do
sistema. O botão reset é connectado a porta digital d6 configurada como entrada para poder
reiniciar o sistema em caso de paragem, pois se uma máquina parar por vibração o operador
deverá ir até ao local e observar as condições da máquina antes de voltar arrancá-la e para tal
terá de pressionar o reset para ter autorização do sistema para arrancar. As duas LEDs a verde
e a vermelha conectadas as portas digitais 8 e 9 que foram configuradas como portas de saídas
reperesentam o estado de funcionamento do servo motor ou seja são a indicação luminosa que
informam ao operador o estado da máquina, a LED verde representa o funcionamento e a
vermlha represnta a paragem. A buzina conectada a porta digital d7 configurada como porta de

44
saída é a indicação sonora da pragem do motor, isto quer dizer que sempre que o motor parar a
buzina é activada a fim de indicar a paragem. O Servo motor connectado a porta digital d10 que
através da configuraçao PWM (Pulse Width Modulation) é configurada o seu funcionamento
de 30º à 270º rodando no sentido horário e anti horário. O LCD conectado a as portas d13, d12,
d4, d5, d6, d7 respectivamente está configurada para fazer o display informando o estado de
funcionamento do motor.

45
Capítulo 3. RESULTADOS E ANÁLISES
3.1. ENSAIOS

A idéia inicial era desenvolver um protótipo com a capacidade de conexão a internet


através do módulo ESP822 e usar o thingSpeak da Mathworks como servidor de histórico das
mediçoes através de um gráfico de modo a se obter a tendência para fins de análise de
manutenção preditiva. Devido as limitções de obtenção do módulo ESP8226 com qualidade,
anulou-se a possibilidade de transformar o projecto em um relê IIOT. Logo não foi possível
produzir um relê com a possibilidade de conexão a internet, apesar que a idéia original era
apresentar uma solução mais moderna seguindo os desafios tecnológicos.

No entanto os testes feitos com o protótipo actual foram satisfatórios para fins de
observação da operação do protótipo, as figuras abaixo mostram o funcionamento do relê, a
figura nº40 mostra o momento em que o rele está funcionar sem ter detectado alto nível de
vibração e pode-se ver no display LCD a informação a descrever o estado da vibração e a led
verde acesa. A figura nº41 apresenta a anormalidade, que é a detecção da avaria por parte do
sensor e consequentemente o comando para a paragem da máquina e pode-se notar no display
LCD as informações “ Maq Parada” e “Alta vibraçao”, esta preocupação de realçar a causa
surge a fim de ajudar no diagnóstico de modos a reduzir o tempo de diagnóstico e os erros de
diagnósticos, de ressaltar o facto de ser testado no ensaio a sinalização sonora da paragem
através da buzina e também o botão reset em cor vermelha nas duas figuras, a importância deste
botão reside no facto de não permitir o arranque do motor de forma remota sem que se tenha
feito primeiro uma observação dos estado da máquina no local a fim de se evitar danos
materiais e/ou ambientais.
Figura 40 – Funcionamento normal

Fonte: Autoria própria


46
Figura 41 – Funcionamento anormal vibração detectada

Fonte: Autoria própia

3.2. VIABILIDADE TÉCNICA


A tecnologia necessária para a implementação é de fácil aquisição e está disponível no
mercado, o conhecimento necessário para a execução exigido neste protótipo é de fácil acesso
apesar de requerer algum discernimento, experiência em programção e comandos eléctricos.

O protótipo deste projecto é uma demonstração da possibilidade de soluções compactas


para o sistema de protecção eléctrico. A solução apresentada neste projecto produziu resultados
satisfatório pois trouxe a luz a possibilidades de produção de relês de vibração de forma
compacta com a capacidade de expandir para a tecnologia IIOT que representa o futuro da
indústria.

No entanto o protótipo deste projecto é funcional para fins ilustrativos e educacionais,


mas abre a possibilidade de ser desenvolvido e melhorado tornando-o numa proposta viável
para protecção contra vibração em motores eléctricos de indução de modo a ser comercializável,
pois é uma solução económica.

3.3. VIABILIDADE ECONÓMICA

O presente projecto representa um custo viável tendo em conta que a solução escolhida
para a elaboração do protótipo que é o kit arduino o que representa uma tecnologia muito
eficiente para projectos electrónicos, esta marca possui uma vasta gama de produtos a preços

47
acessíveis o que torna fácil a sua obtenção como também a aplicação, de realçar também que o
software de programação para microcontroladores arduino está disponível gratuitamente na
internet.

Para a sua aplicação real também representa uma solução económicamente viável pois
os pricipais elementos necessário para a sua produção são de baixo custo, pois basear-ia em um
microcontrolador e sensores de vibração que apesar de não se fazer uma estimativa de preços,
estes materiais são classificados como materias de baixo custo em regimes industriais e a sua
aplicação ajudaria a melhorar o controlo de stock de peças de reposição, também melhorar o
agendamento das manutenções, a redução do tempo de diagnóstico e a redução de paragens
inesperadas, logo os custos de manutenção das máquinas seriam definitivamente menores
durante o tempo de operação das máquinas o que permite a indústria focar os seu investimentos
noutros pontos importantes.
Assim pode-se assegurar que este solução é atractiva e economicamente viável.
Tabela 3.1 Orçamento do protótipo

Produtos Preços
Kit Arduino UNO 37800 AOA
SW-420 6500 AOA
Bateria 9V 1500 AOA
Total 46400 AOA
Fonte: Autoria própria

3.4. CONCLUSÃO

Conclui-se que a base fundamental de protecção contra vibração em motores de indução


são as normas e as recomendações dos fabricantes, pois estas definem o limite seguro de
operação do motores.

A análise referente a protecção de motores eléctricos de indução explicada neste


projecto foi relevante para determinar a possibilidade de encontrar uma solução compacta capaz
de ser integrado num sistema de controlo e de proteção de motores, tendo em conta os riscos
que as vibrações acarrectam, foi importante perceber que normas devem ser cumpridas de modo
a garantir segurança.
Assim foi possível desenvolver um projecto que permitiu atingir os resultados
predefinidos pois as normas internacionais estabelecidas providenciam informação suficiente
para garantir uma boa protecção. Com a tecnologia escolhida permitiu concluir que existe a
48
possibilidade de uma solução compacta para protecção contra a vibração em motores de
indução que pode com alguma facilidade ser integrada aos circuitos de comando e protecção
do motor de indução e ainda através do display LCD perimite informar aos técnicos a causa da
paragem caso esta seja por vibração o que ajudaria a diminuir os casos de diagnósticos errados.
Portanto, independemente da tecnologia a ser usada é importante que a instalação do
motor siga os padrões definidos, pois uma instalação mal feita torna-se uma fonte de vibração
que torna perigosa a operação da máquina e ainda que tivermos um sistema de protecção teria
um fucionamento deficiente.

49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Acesso em: 30 de Ago de 2021
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disponível em: Análise de vibrações em motores elétricos - DMC. Acesso em: 20 de Set 2021
British Standards Institution. BS ISO 10816-3:2009: Mechanical Vibration: Evaluation of
Machine Vibration by measurement on non-rotating Parts. Switzerland: 2009.
Cornelius S, Girdhar P: Pratical Machinary Vibration Analysis and Predictive Maintenance.
[S.I]: Newnes; 2004.
Ferreira I. Monitoramento e Análise de Vibrações via Zigbee. Drilling club wordpress
[Internet] 10 de Mar de 2013 disponível em:
https://drillingclub.wordpress.com/2013/3/10/monitoramento-e-analise-de-vibracoes-sav-via-
zigbee/amp/ Acesso em: 20 de Set 2021
FilepeFlop componentes electrónicos [Internet] Florianópolis/SC; [actualizado 2021; citado
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General Electric: 3500 System Product Datasheet [S.I]: [s.n.]: 2017

Grupo WEG. Unidade Motores Jaragua do Sul - SC – Brasil: Motores Eléctricos, Guia de
Especificação, 2015

Salomão Filho LF. Manutenção por Análise de Vibrações: uma valiosa ferramenta para gestão
de ativos. 2013. 57 f. Projecto de Graduação (Graduação em Engenharia Naval e Oceânica).
Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
Slideshare [Internet]. [S.I]: Análise de vibração da empresa Abreu e Oliveira [s.d] disponível
em: https://pt.slideshare.net/evaldoniki/1-analise-de-vibrao-definies-tcnicas .
Randall, RB: Vibration-based Condition Monitoring: Industrial, aerospace and automotive ap-
plications. United Kingdom: John Wiley and Sons Ltd; 2011
Welkon Limited. Vibration-Electrical Motors [Internet], disponível em: vibration.cdr (wel-
kon.net). Acesso em: 19 de Set de 2021

50
APÊNDICE
Código fonte do projecto
#include <Servo.h>
#include <LiquidCrystal.h>
int LED_Red = 8;
int LED_Green = 9;
int Reset = 6;
int Buzzer_Pin = 7;
int Estado_Reset = 0;
int vibr_Pin = A0;
int servoPin=10;
const int rs = 13, en = 12, d4 = 2, d5 = 3, d6 = 4, d7 = 5;
LiquidCrystal lcd(rs, en, d4, d5, d6, d7);
Servo Servo1;
void setup(){
lcd.begin(16, 2);
lcd.setCursor(4, 0);
lcd.print("Vibracao");
delay (1000);
pinMode(LED_Green, OUTPUT);
pinMode(LED_Red, OUTPUT);
pinMode(Reset, INPUT_PULLUP);
pinMode(Buzzer_Pin, OUTPUT);
pinMode(vibr_Pin, INPUT); //set vibr_Pin input for measurment
Serial.begin(9600); //init serial 9600
Serial.println("----------------------Vibration demo------------------------");
Servo1.attach(servoPin);
}
void loop(){
long measurement =TP_init();
delay(50);
Serial.println(measurement); // Serial.print("measurment = ");
if (measurement > 1000 ){

51
digitalWrite(LED_Red, HIGH);
digitalWrite(Buzzer_Pin, HIGH);
digitalWrite(LED_Green, LOW);
Servo1.write (0);
lcd.setCursor(0, 0);
lcd.print("---Maq parada---");
lcd.setCursor(1, 1);
lcd.print("-Alta Vibracao-");
Estado_Reset= 1;
}
else if (digitalRead(Reset) == LOW) // Se o botão for pressionado
{
Estado_Reset=0 ; // troca o estado
}
if ( Estado_Reset == 0 && measurement <1000 ){
lcd.setCursor(0, 0);
lcd.print("Em Funcionamento");
lcd.setCursor(1, 1);
lcd.print("Vibracao Normal");
digitalWrite(LED_Red, LOW);
digitalWrite(Buzzer_Pin, LOW);
digitalWrite(LED_Green, HIGH);
Servo1.write (30);
delay(150);
Servo1.write (270);
delay(150);
}
}
long TP_init(){
delay(10);
long measurement=pulseIn (vibr_Pin, HIGH);
return measurement;
}

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Protótipo

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ANEXOS

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