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SISTEMA IMUNOLÓGICO:

Células de defesa
e órgãos linfoides

Profa. Ana Paula Horn


Objetivos da aula
• Conhecer as principais células de defesa do nosso
organismo;

• Compreender a distribuição e organização do sistema


imunológico em seres humanos;
• Conhecer a arquitetura dos órgãos linfáticos – tonsilas,
linfonodos, baço e timo.
Sistema Imunológico
Principal função: defender o organismo contra
microorganismos, células e moléculas estranhas ao nosso
corpo.

As células do sistema de defesa fazem tanto a


identificação quanto a destruição do invasor.

É formado por estruturas individualizadas (nódulos


linfáticos presentes em alguns órgãos, linfonodos, baço,
tonsilas e timo) e por células isoladas circulantes (sangue
e linfa) ou residentes nos tecidos.
Localização
dos principais
órgãos
linfoides

Tonsilas
Linfonodos
Baço
Timo
Junqueira e Carneiro, 2008
Para iniciarmos, alguns conceitos
importantes:
• Imunógeno: qualquer molécula estranha que provoque
uma resposta imunitária, que pode ser celular ou humoral
(que envolve anticorpos).

• Antígeno: é uma molécula que reage com um anticorpo,


mesmo que não seja capaz de desencadear uma
resposta imunitária. Geralmente os imunógenos também
são antígenos.

• Anticorpos (ou imunoglobulinas): são glicoproteínas


produzidas pelos plasmócitos e que interagem
especificamente com o antígeno que estimulou a sua
formação.
Resposta (defesa) inata X adaptativa
• Inata (está sempre pronta): RESPOSTA
– Barreira física (ex. pele) INFLAMATÓRIA
– Defesas químicas (ex. baixo pH)
– Substâncias secretoras (ex. lisozima)
– Células fagocitárias (ex. macrófagos, neutrófilos)
– Células destruidoras (ex. linfócitos NK)
– Mastócitos (histamina)

• Adaptativa (fazemos ao longo dos dias):


– Linfócito B (resposta humoral)
RESPOSTA
– Linfócito T (resposta celular) ESPECÍFICA
Células do sistema imunológico Medula óssea

Você se
lembra das
funções de
cada uma
dessas
células de
defesa,
vistas na
aula de
sangue?

IL: interleucina; CSF: fator estimulador da formação de colônias; G: granulócitos; M: macrófagos


Células da imunidade inata

Você se lembra dessa célula presente no tecido


conjuntivo frouxo? Ela é responsável principalmente
pelas respostas alérgicas, liberando histamina.
Tipos de células que são importantes na imunidade e
estão presentes nos órgãos que você verá mais adiante

1. Linfócitos B

● originados, nos mamíferos, na medula óssea.


● migram para diferentes tecidos, incluindo os órgãos linfoides,
exceto o timo.
● Tipos:
► Linfócitos B (que quando ativados realizam mitoses – processo chamado
de expansão clonal): transformam-se em PLASMÓCITOS que sintetizam
anticorpos – resposta imunitária humoral,
► Linfócitos B da memória imunitária, também realizam a expansão
clonal, mas não se diferenciam em plasmócitos. Ficam no corpo como
linfócitos circulantes e já reconhecem o antígeno para o qual foram um dia
produzidos.
APC = célula
apresentadora
de antígeno

Antígeno X Anticorpo

O linfócito B, após contato com o antígeno que lhe é apresentado pelo macrófago, se diferencia
em plasmócito e passa a liberar os anticorpos produzidos. Esses anticorpos ligam nos antígenos
presentes na bactéria e esse complexo é encaminhado à destruição.
2. Linfócitos T

● originados de células-tronco vindas da medula óssea


para o Timo, durante toda a vida (apesar da involução
desse órgão com a idade, como apresentado mais adiante).

● tornam-se imunocompetentes (diferenciados ou


maduros) somente no Timo.

● 95% dos linfócitos T formados no Timo sofrem apoptose, do


restante, vários migram para outros tecidos linfoides,
ocupando áreas definidas nestes diferentes órgãos.
● Reconhece-se diferentes tipos de linfócitos T, sendo os principais:

►T auxiliares (Linfócitos CD4+, T4, Th ou helper) - são os intermediários


da resposta imunitária, que proliferam após o contato com o antígeno para
ativar outros tipos de células que agirão de maneira mais direta. Estimulam,
por exemplo, a transformação dos linfócitos B em plasmócitos. Existem 2
subtipos conhecidos de linfócitos T auxiliares: Th1 e Th2.
►T supressores - inibem as respostas humoral e de base celular,
apressando o término da resposta imunitária.
►T citotóxicos (Linfócitos CD8+, T8, Tc ou Célula T killer) - atuam sobre
células estranhas, infectadas por vírus e algumas cancerosas, pelo uso de
proteínas PERFORINAS, levando à lise celular, ou por indução de apoptose.
►Células T da memória imunitária
►Células T naive - linfócitos T que ainda não entraram em contato com
nenhum antígeno e só podem ser ativados por células dendríticas (que são
células apresentadoras de antígenos).
3. Linfócito NK (célula natural killer) – Resposta Inata
● originados e tornados imunocompetentes na medula óssea,
migrando após para diferentes tecidos, incluindo os linfoides, exceto
o Timo.
● As células NK são ativadas por citocinas chamadas interferons.
Quando ativadas as células NK liberam grânulos citotóxicos que
destroem as “células hostis”.
● Células NK distinguem células infectadas com vírus e células tumorais
por reconhecimento de alterações nos níveis da molécula de superfície
chamada de MHC - classe I (Complexo principal de histocompatibilidade
classe I).
● Os complexos MHC são característicos de cada indivíduo, sendo os principais
responsáveis pelo evento da rejeição a enxertos e transplantes homólogos
(de mesma espécie) ou heterólogos (de espécies diferentes).
● Dizer que um doador é “compatível” é prever que o sistema imunológico do
receptor não reconhecerá complexos diferentes e aceitará o novo órgão.
O linfócito NK está sempre checando os receptores das nossas células para ver
se tudo está correto. Quando percebe qualquer alteração, essa célula alterada ou
não própria é imediatamente destruída.
Junqueira e Carneiro, 2013
4. Células dendríticas

● originadas de precursores na medula óssea,


possivelmente o mesmo dos monócitos;

● posteriormente migram para diferentes tecidos, incluindo


os linfoides. Quando se depositam na pele são
denominadas células de Langerhans;

● na inflamação migram para os órgãos linfoides,


perdendo a capacidade de captura e processamento e
adquirindo a capacidade estimuladora de outras células.
TECIDO LINFÓIDE (ou LINFÁTICO)

Kierszenbaum, 2012
5. Células reticulares – sustentação nos órgãos linfoides

O que chamamos de “células reticulares”, dependendo do órgão, são


células bem diferentes. Elas possuem duas origens:

● ectodérmica embrionária – originando as células reticulares


epiteliais do Timo, incapazes de sintetizar fibras
reticulares, contribuindo apenas com os seus corpos e projeções
para o arcabouço celular do órgão, que após a involução, com a saída
dos linfócitos T, agregam-se concentricamente nos CORPÚSCULOS
TÍMICOS ou DE HASSAL.

● mesodérmica embrionária – originando as células reticulares


mesenquimatosas dos outros órgãos linfoides (como o linfonodo e
baço), que sintetizam fibras reticulares, contribuindo com
corpos, projeções e fibras reticulares para o arcabouço dos órgãos.
MEDULA ÓSSEA E TIMO
OUTROS ÓRGÃOS
LINFOIDES
Linfonodo, detalhe da região medular, coloração com HE, aumento 400X. Nessa
imagem você observa as células reticulares (setas pretas), que produzem fibras
reticulares, que compõem o arcabouço de sustentação dos linfócitos presentes
nessa região (pontos roxos de coloração intensa).
Cordões
Fibras
medulares
reticulares

Linfonodo, 400X, técnica DRH – impregnação por prata – cora em marrom


as fibras reticulares.
Onde estão todas essas células de defesa que foram
citadas até agora?

- Algumas circulando, no sangue e na linfa; outras no tecido conjuntivo


frouxo de vários órgãos (isoladas ou agrupadas em nódulos linfáticos
ou placas) e outras formando o parênquima dos órgãos linfoides
(linfonodos e baço, por exemplo).

- Perceba que todo o nosso corpo é constantemente monitorado quanto à


presença de antígenos ou células defeituosas. É muito importante
monitorar as “entradas e saídas” dos tubos com acessos externos
(tonsilas na cavidade oral e nasal e nódulos linfáticos em órgãos como
intestino delgado, intestino grosso e brônquios), pois muitos
microorganismos nos invadem exatamente por esses locais. Ainda,
precisamos monitorar nosso sangue (função do baço) e nossa linfa
(linfonodos) para garantir a proteção do organismo como um todo.
ÓRGÃOS LINFOIDES
Órgãos linfoides centrais ou primários (produzem/maturam)

Medula Óssea
Timo (apenas maturação)
Órgãos linfoides periféricos ou secundários (amazenam)

Nódulos linfáticos isolados (presentes nas mucosas dos sistemas


digestório, respiratório e urinário, denominados no seu conjunto de
MALT (mucosa-associated lymphoid tissue)
Apêndice Cecal (no Intestino grosso)
Tonsilas (palatinas, faríngea, linguais)
Linfonodos ou Gânglios Linfáticos
Baço
Localização
dos principais
órgãos
linfoides

Tonsilas
Linfonodos
Baço
Timo
Junqueira e Carneiro, 2008
ÓRGÃOS LINFOIDES
Aumento na complexidade e do tamanho • Não encapsulados
• Nódulos isolados – MALT/BALT/GALT
• Placas de Peyer (Intestino Delgado: íleo)

• Semi-encapsulados
• Tonsilas

• Encapsulados
• Linfonodo
Cápsula: tecido
• Baço
conjuntivo denso que
• Timo
envolve o órgão
Atenção!
• Os órgãos do sistema imunológico (particularmente tonsilas,
linfonodos e baço) são estruturalmente diferentes dos que
você está acostumado a estudar (como um esôfago, um
fígado, um brônquio, um rim, etc.), onde há uma constituição
“fixa” dos tipos celulares e de suas quantidades e localização.

• Os órgãos linfoides alteram muito o seu tamanho e


constituição, dependendo do seu estado de ativação. Quando
um órgão linfoide está fazendo resposta imunológica frente a
algum imunógeno, muitas células de defesa migram para ele
para ajudar nessa resposta. Portanto, a maior parte das
células desses órgãos são consideradas “móveis”.

Se você já teve amigdalite, pense no tamanho que ficaram


as suas tonsilas, dificultando inclusive a deglutição.
Componentes dos órgãos linfoides:

Formado por uma trama tridimensional


de elementos FIXOS:
● Células reticulares (epiteliais ou mesenquimatosas)
● Fibras reticulares (baço e linfonodo)
● Macrófagos fixos

Onde se acomodam os elementos LIVRES :


● Linfócitos T
● Linfócitos B
● Células dendríticas São os que podem sair
● Macrófagos livres do órgão assim que
● Plasmócitos recrutados em outro local
Nódulos linfáticos

Funções:

• Policiam o tecido conjuntivo frouxo e as


cavidades (dos órgãos em geral e tonsilas) ou a
linfa/sangue (linfonodos/baço);

• fornecem linfócitos, macrófagos e anticorpos


para o local do tecido conjuntivo frouxo ou
cavidades invadidas por agente patogênico, ou
para os fluidos (linfa/sangue).
Nódulos linfáticos no brônquio

Observe o acúmulo de
linfócitos no TCF formando o
nódulo linfático. Como você
sabe que são linfócitos?
Lembre que seu núcleo é
Nódulo grande e cora muito bem
linfático com hematoxilina, dando a
ele um aspecto de “ponto
roxo”.

BRÔNQUIO

Bronchial associated
lymphoid tissue

Tecido linfoide associado


ao brônquio - BALT
Junqueira e Carneiro, 2008
Nódulos linfáticos no intestino grosso

Nódulo
linfático

INTESTINO
GROSSO

GALT: Gut
associated
lymphoid tissue

Tecido linfoide
associado ao
intestino
Nódulos linfáticos no apêndice cecal

APÊNDICE CECAL

Perda de controle na
resposta inflamatória no
apêndice cecal

Apendicite

Quando o centro do nódulo fica mais claro


chamamos essa região de Centro
germinativo: há proliferação de linfócitos, o
que significa que está ativado, fazendo
resposta a algum antígeno
Nódulos linfáticos no intestino delgado - íleo

PLACAS DE PEYER - ÍLEO

GALT: Gut associated


lymphoid tissue

Tecido linfoide associado


ao intestino

Os nódulos nessa região


são tantos que se
associam (fundem)
formando grandes placas,
chamadas placas de Peyer

(Kierszenbaum, 2008)
Por que é importante ter tanta proteção nos
intestinos delgado e grosso?
- Nosso intestino possui uma microbiota extremamente rica
e ativa! Alguns organismos estão em harmonia conosco,
porém outros podem estar em desequilíbrio e causar
patologias. Por esse motivo esse local deve ser
constantemente monitorado.

- Sugestão

- https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/
article/viewFile/3629/3073
Tonsilas Tonsila
faríngea (uma)

Tonsila palatina (duas)

Tonsila lingual (várias)


Tonsilas
Monitoram as cavidades
Linguais (várias)
Palatinas (duas) Porções iniciais do trato digestório
Faríngea (uma)
Características:

● o epitélio forma CRIPTAS;


● tecido linfoide arranjado em nódulos (tecido nodular) acompanha o trajeto das
criptas;
● a presença de um septo conjuntivo de conjuntivo denso, junto à base da tonsila,
impede a propagação das células de defesa para o interior do tecido conjuntivo.

Funções:

● as criptas coletam amostras das cavidades e mucosas naso e orofaríngeas,


permitindo ao órgão fiscalizá-las em busca de antígenos ou patógenos presentes
nas cavidades, no alimento ou no ar;
● fornecimento de leucócitos, macrófagos e anticorpos para as criptas e cavidades.
Tonsila palatina (antes chamada de amígdala)

Epitélio estratificado pavimentoso - mucosa oral

O seu aumento
indica intensa
atividade e a
patologia
Septos segue sendo
de TCD chamada de
amigdalite

Cripta
(entradas)
Tecido conjuntivo denso
formando a semi-cápsula (só
existe TCD para um lado,
pois para o outro é o epitélio
(Sobota, 2007)
de revestimento
Tonsilas linguais
Tonsilas linguais

Língua

(Junqueira e Carneiro, 2008)


Tonsila faríngea (antes chamada de adenoide)

Infiltrado linfocitário
no epitélio

Epitélio
Mais conhecida
pseudoestratificado como
colunar ciliado com “adenoide”,
células caliciformes quando aumenta
indica intensa
atividade e
Centro germinativo: muitas vezes é
Proliferação de linfócitos retirada por
obstruir parte da
Coroa ou manto
cavidade nasal

(Gartner e Hiatt, 2010)


Linfonodos

Localizados ao longo
da circulação linfática

Linfonodo
Vasos
linfáticos
(Junqueira e Carneiro, 2008)
Linfonodos
Funções:
• atuam como um “filtro” da linfa, monitorando a sua qualidade e
buscando antígenos ou patógenos circulantes (os macrófagos aqui
presentes removem até 99% das partículas contidas na linfa);

• apresentação de antígenos para a maturação dos linfócitos B em


plasmócitos – feita pelos macrófagos e células dendríticas.

• fornecimento de linfócitos (B e T) e de anticorpos dos plasmócitos para a


linfa - Início da resposta imune humoral e celular.

Os linfonodos ou gânglios linfáticos, quando ativados e em


intensa resposta inflamatória, aumentam seu tamanho e são
popularmente chamados de “ínguas”
Linfonodos – aspecto geral
Vários vasos linfáticos
aferentes desembocam a
linfa na cápsula do órgão

(Sobota, 2007)
Hilo: local onde chegam e saem os vasos sanguíneos e onde sai um
único vaso linfático eferente, que coleta a linfa que passou pelo órgão –
são uma forma de “juntar” os vários vasos linfáticos que chegam
Linfonodos
Características histológicas:
● a cápsula forma longos septos (ou trabéculas) que
segmentam a zona cortical e alcançam a zona medular, onde
se ramificam;

● presença de hilo, onde artérias e veias chegam e saem e


ode observamos a saída do vaso linfático eferente;
Linfonodos
Divididos em 3 regiões:
• região cortical, com tecido linfoide nodular – nódulos
linfáticos (predomínio de linfócitos B). Ausente na zona do
hilo.

• região paracortical, tecido linfoide denso não nodular com


predomínio de linfócitos T. Ausente na zona do hilo.

• região medular, com tecido linfoide denso em cordões –


cordões medulares, intercalados com tecido linfoide frouxo,
onde as projeções das células geram amplos espaços para o
trânsito da linfa – seios medulares. Região rica em linfócitos
B e plasmócitos. Contínua com o hilo.
Linfonodos
Septo Hilo

Nódulo linfóide

Cordões
medulares

Medular

Cortical

Cápsula Centro germinativo

Seio subcapsular HE, 40X


Seio subcapsular

VL

CORTICAL

Centro
germinativo

Seio
subcapsular

MEDULAR

Corante azano, 400X


(Piezzi, 2008) (Kühnel, 2010)
Linfonodos

Células sustentadas por


fibras reticulares
Centro germinativo

Cordões medulares

Linfonodo, 400X, técnica de DRH –


impregnação por prata (mostra as fibras
reticulares, que sustentam as células de
defesa formando uma rede para acomodá-las)
Linfonodos
Importante:
FLUXO UNIDIRECIONAL DA LINFA NO LINFONODO

Vasos linfáticos Aferentes chegam até a cápsula trazendo linfa e


fundem-se com ela,

A linfa entra no parênquima do órgão e percorre:

seios (cavidades, espaços entre as células) subcapsulares


seios peritrabeculares (laterais das trabéculas ou septos)
seios medulares (espaços mais claros na medula)

Após é coletada na zona do hilo para o vaso linfático Eferente.

Durante o trajeto a linfa entra em contato com as células do


sistema imunológico presentes no parênquima do linfonodo e é
monitorada quanto à presença de antígenos.
Baço

Funções:

• atua como “filtro” do sangue, monitorando a sua qualidade e


buscando antígenos ou patógenos circulantes;

• fornece leucócitos e anticorpos para o sangue;

• remove hemácias envelhecidas do sangue (processo denominado


hemocaterese);

• é um órgão grande e extremamente vascularizado. Apesar de


possuir uma cápsula bastante espessa, as células aqui são móveis e
não possuem adesão umas às outras, o que faz com que seja um
órgão “frágil”. Em caso de impactos muito fortes ele pode romper e
causar uma hemorragia que pode ser fatal.
Baço
É o único interposto no trajeto da circulação sanguínea

Características:
● cápsula com septos curtos (trabéculas) e hilo;
● parênquima, no órgão a fresco, apresenta duas áreas distintas:
POLPA BRANCA - tecido linfoide nodular, nódulos linfáticos
abraçam uma arteríola central (disposta excentricamente no nódulo)
logo que esta abandona os septos e mergulha no parênquima do órgão
POLPA VERMELHA - tecido linfoide denso disposto em cordões
celulares – cordões esplênicos (antes chamados de Billroth), que
intercalam os capilares sinusoides e/ou lacunas vasculares
● alguns de seus capilares sinusoides se abrem diretamente no
parênquima, permitindo amplo contato do sangue com as células do órgão
– poderia ser considerada uma circulação “aberta”
Cada nódulo
linfático é
considerado uma
região de POLPA
BRANCA e cada
região de cordões
esplênicos+capilares
sinusoides é uma
região de POLPA
VERMELHA

Observe que nos


nódulos linfáticos do
baço há sempre a
presença de uma ou
mais arteríolas
Baço

Vasos nas trabéculas


Baço

Junqueira e Carneiro, 2008


Timo
Funções:

• No período embrionário, em maior número, e ao longo de toda a vida,


recebe células-tronco da medula óssea, e que lá vão se multiplicar e
maturar em linfócitos T. Até o final da puberdade distribui estes
linfócitos T em grande quantidade para os demais órgãos linfoides.

• Após a puberdade começa lentamente a sofrer involução; a


redução dos lóbulos é compensada pelo espessamento da cápsula e
septos, com acúmulo de tecido adiposo unilocular. Ao longo da vida o
órgão vai diminuindo a sua capacidade.

• Linfócitos maduros saem do timo pela região medular, atravessando a


parede das vênulas e caindo na corrente sanguínea.

• Produz timopoetina, timulina e fator tímico humoral.


Timo
Matura linfócitos T

Características:
● localizado no mediastino, atrás do esterno
● origem embriológica dupla: mesodérmica e endodérmica
● sem hilo; artérias e veias chegam e saem pela cápsula (TCD)
● cápsula com septos profundos que segmentam o órgão em porções
indivudualizadas – visualização dos lóbulos tímicos
● Cada lóbulo possui uma zona cortical contínua, tecido linfoide
denso não nodular e uma zona medular (central)
● Possui linfócitos T (em diferentes estágios de maturação),
macrófagos e células reticulares epiteliais (que não produzem fibras
reticulares) e que na involução do órgão formam os
CORPÚSCULOS TÍMICOS (DE HASSAL)
Timo

Junqueira e Carneiro, 2008


Timo

A região
cortical
aparece mais
corada em
uma lâmina
com HE, pois
possui muitos
linfócitos T
agrupados.
Na região
medular há
menos
células, por
Kierszenbaum, 2008

isso ela
aparece mais
clara na
lâmina.
Na região medular: restos de células reticulares epiteliais que calcificam e morrem,
não sendo removidas por macrófagos – Corpúsculos tímicos
Timo

Involução e acúmulo de tecido adiposo com a idade – perde-se a


estrutura histológica típica e visualizam-se muitos adipócitos
Barreira hematotímica
• Os capilares aqui são do tipo contínuo e com lâmina basal
muito espessa. São envolvidos por células reticulares
epiteliais, que fazem uma barreira na volta desses capilares,
o que contribui para a formação da barreira hematotímica.

• A barreira hematotímica ocorre somente na região cortical


(onde está ocorrendo a maturação dos linfócitos T), e serve
para impedir a penetração de imunógenos presentes no
sangue e o reconhecimento desses como não-próprios.

Fundamental para impedir doenças auto-imunes


Ross e Pawlina, 2012
Ross, 2016
Bibliografia utilizada:

1- Junqueira, L.C.U. & Carneiro, J. Histologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan – 13ª ed., 2017.

2- Gartner, L.P. & Hiatt, J.L. Tratado de Histologia. Rio de Janeiro: Elsevier – 3ª ed., 2007.

3- Kierszenbaum, A.L. Histologia e Biologia Celular – uma introdução à patologia. Elsevier - 4ª ed., 2016.

4- Ross, M.H. & Pawlina, W. Histologia Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan – 7ª ed., 2016.

5- Sobotta J. Atlas de histologia: citologia, histologia e anatomia microscópica. Rio de Janeiro: Guanabara-
Koogan – 1ª ed., 2007.

Sugestões de leitura:

Mebius RE e Kraal G. Structure and function of the spleen. Nature reviews in Immunology. Vol. 5, 606-616,
2005.

Zdrojewicz Z et al. The Thymus: a forgotten, but very importante organ. Adv Clin Exp Med. Vol. 25, 369–
375, 2016.

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