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“Se você quer a paz, cuide da justiça” - sabedoria antiga.

Conhecimento ≠ sabedoria

Justiça: questão planetária, medida e avaliada por questões planetárias, medida e avaliada por
comparações planetárias ≠ do passado de dois milênios anteriores, por duas razões, segundo
Bauman.

Bauman trata essas questões como uma espécie de mapeamento do mundo, a medida que
tudo se torna visível graças a tecnologia e a globalização dos ultimos séculos. Ele usa até um
termo “mapa mental” que lembra um pouco a construção complexa da realidade que nos da
sociologia tentamos fazer para estimular com questões as escritas/interlocutores, a medida
em que tudo pode ser medido (questionado) por algum senso da construção da razão.

Como apontou Jacques Attali, em La voie humaine,2 metade do comércio mundial e mais da
metade do investimento global beneficiam apenas 22 países que acomodam somente 14% da
população mundial, enquanto os 49 países mais pobres, habitados por 11% dá população
mundial, recebem somente 0,5% do produto global - quase o mesmo que a renda combinada
dos três homens mais ricos do planeta. Noventa por cento da riqueza total do planeta estão
nas mãos de apenas 1% de seus habitantes. E não há quebra-mares à vista capazes de deter a
maré global da polarização da renda - que continua aumentando de maneira ameaçadora.

Mais fácil de provar os sensos de injustiça:

“citando Karl Popper (referente ao termo openness ) “a uma sociedade que admite
francamente sua própria incompletude” [...] “imprevistos” da “globalização
negativa”/globalização seletiva [...] do comércio e do capital, da vigilância e da informação, da
violência e das armas, do crime e do terrorismo: todos unânimes em seu desdém pelo
princípio da soberania territorial e em sua falta de respeito a qualquer fronteira entre Estados.
Uma sociedade "aberta" é uma sociedade exposta aos golpes do "destino"”.

- Não compreendem uma população horrorizada por sua própria vulnerabilidade –

“A justiça, essa condição preliminar de paz duradoura, também não pode ser obtida assim,
muito menos assegura”

“fórmula de Clausewitz foi revertida, de modo que é a vez de a política ser uma continuação da
guerra por outros meios”

“O problema é que essas atividades reafirmam e ajudam a produzir o senso de desordem que
nossas ações buscam evitar”.

Abalos sismicos
“E, como escreveram os editores da HedgehogReview na introdução do número especial
dedicado ao medo: "Na ausência de conforto existencial" as pessoas tendem a se concentrar
"na segurança, ou na sensação de segurança”

Progresso (ja foi a manifestação mais extrema do otimismo radical, uma espécie de promessa
de felicidade universalmente compartilhada e permanente)

“subistitutos sobre os quais possamos descarregar o medo existencial”

Capital do medo: e lucro, comercial ou político.

“Em outras palavras: o deslocamento do medo das fendas e fissuras da condição humana em
que o "destino" é chocado e incubado para áreas da existência amplamente desconectadas da
verdadeira fonte de ansiedade.”

“Permitam-me dizer explicitamente o que antes ficou implícito: o círculo vicioso em questão
foi deslocado/transferido da área da segurança (ou seja, a autoconfiança e a auto-afirmação,
ou a ausência delas) para a da proteção (ou seja, de ser resguardado das ameaças à própria
pessoa e suas extensões, ou de ser exposto a elas).”

"Numa era em que as grandes idéias perderam credibilidade, o medo do inimigo fantasma é
tudo que restou aos políticos para manterem seu poder."

O medo é reconhecidamente o mais sinistro dos demônios que se aninham nas sociedades
abertas de nossa época. Mas é a insegurança do presente e a incerteza do futuro que
produzem e alimentam o medo mais apavorante e menos tolerável (importencia).

Palavras: Globalização, sociedade aberta, globalização negativa/seletiva, justiça, injustiça,


heteronomia civilizacional, guerra e medo, medo existencial, insegurança, medo como
mercadoria, tratamento dado a solidariedade.

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