(1) O artigo busca identificar os elementos críticos que motivam os funcionários a participarem de atividades de melhoria contínua. (2) Foi realizado um estudo Delphi com especialistas para identificar 44 elementos agrupados em 10 fatores motivacionais. (3) O modelo ISM desenvolvido mostrou que treinamento, apoio organizacional e facilidade/utilidade de participação são os fatores com maior influência na intenção dos funcionários em participarem.
(1) O artigo busca identificar os elementos críticos que motivam os funcionários a participarem de atividades de melhoria contínua. (2) Foi realizado um estudo Delphi com especialistas para identificar 44 elementos agrupados em 10 fatores motivacionais. (3) O modelo ISM desenvolvido mostrou que treinamento, apoio organizacional e facilidade/utilidade de participação são os fatores com maior influência na intenção dos funcionários em participarem.
(1) O artigo busca identificar os elementos críticos que motivam os funcionários a participarem de atividades de melhoria contínua. (2) Foi realizado um estudo Delphi com especialistas para identificar 44 elementos agrupados em 10 fatores motivacionais. (3) O modelo ISM desenvolvido mostrou que treinamento, apoio organizacional e facilidade/utilidade de participação são os fatores com maior influência na intenção dos funcionários em participarem.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) Disciplina: Melhoria Contínua Docente: Prof. Dr. José Carlos de Toledo Discente: Thaís Moreira Tavares
Resumo do artigo: What motivates employees to participate in continuous improvement
activities?
O principal objetivo do artigo em estudo é identificar um conjunto de elementos
críticos que são relevantes para promover a intenção dos colaboradores em participar nas atividades de Melhoria Contínua (MC) definidas pela sua empresa. O estudo busca um modelo teórico estrutural que mostre uma possível relação entre esses elementos. A motivação ou justificativa para o estudo advém da dificuldade existente em incentivar funcionários a participar de sistemas de melhoria contínua e alcançar níveis mais altos de participação nas organizações. Isto é, ainda é muito difícil implementar e sustentar sistemas de melhoria contínua, principalmente pela dificuldade de engajar as pessoas nessas atividades. O alcance de altos níveis de participação dos funcionários é considerado um fator-chave para o sucesso e a sustentabilidade de um sistema de MC. O artigo dedica uma seção a explanação do conceito de Melhoria Contínua (MC); e a outra à teorização do processo de participação dos funcionários. Nestas seções vemos que uma característica chave da MC é que ela deve ser um sistema focado nas pessoas, cujo principal objetivo é engajar todos na participação contínua em atividades relativamente pequenas do projeto de melhoria. Para que isso aconteça, é preciso entender os motivos pelos quais as pessoas decidem participar, principalmente de atividades relacionadas a projetos de mudança organizacional. Curiosamente, pouca pesquisa é encontrada nesta área em particular. Dessa forma, mais pesquisas são necessárioas, pois entender as razões pelas quais as pessoas decidem participar das diferentes atividades organizacionais é essencial para o bem-estar dos funcionários e das próprias organizações. Para preencher essa lacuna de pesquisa, uma metodologia de pesquisa de três fases foi desenvolvida com base em uma revisão de literatura, um estudo Delphi e uma abordagem ISM. Primeiramente, foi feita uma revisão geral com os principais objetivos de identificar as principais questões e preocupações em relação ao sucesso dos sistemas de MC, bem como identificar uma série de elementos relevantes relacionados à intenção do funcionário em participar da MC. Essas informações foram utilizadas para construir os documentos iniciais do Estudo Delphi. Um estudo Delphi de três rodadas foi realizado com um grupo de especialistas em aplicação de MC na Espanha de outubro a dezembro de 2014, com o objetivo de construir e acordar uma lista de todos os elementos relevantes relacionados aos sistemas de melhoria contínua que poderiam motivar os funcionários a participar nas atividades do MC. A técnica ISM foi usada para desenvolver um modelo que estrutura as relações de todos os fatores encontrados durante o Delphi e três fatores denominados “Intenção de participação dos funcionários”. Na primeira rodada do Delphi, os participantes pontuaram todos os 10 fatores iniciais e decidiram sobre possíveis eliminações, inclusões e comentários. Após as três rodadas, 44 elementos agrupados em 10 fatores foram identificados pelos especialistas como importantes para promover a intenção dos funcionários em participar das atividades de MC. A abordagem de Interpretive Structural Modelling (ISM) foi então usada para mapear a relação estrutural entre os diferentes elementos. Um total de 13 fatores foram levados em consideração para formar o modelo de relacionamento: os 10 fatores discutidos durante o estudo Delphi; o Fator 11 (Facilidade de participar do sistema de MC); o Fator 12 (Utilidade de participar do sistema de IC) e o Fator 13 (Intenção dos funcionários em participar), adaptado do modelo TAM. Todos os 21 especialistas do estudo Delphi foram consultados para identificar a relação contextual entre os 13 fatores. Após remover os links indiretos e substituir os nós pelos nomes dos fatores, o dígrafo é convertido no modelo ISM final. O fator de nível superior está posicionado no topo do modelo, os fatores de segundo nível estão na segunda posição e assim por diante. Neste caso, existiam cinco níveis distintos, sendo a intenção de participação dos Colaboradores o fator mais dependente, e a Formação e Apoio Organizacional os fatores com maior poder motriz. Os resultados da pesquisa mostraram que o treinamento e o Apoio Organizacional são os fatores com maior força motriz, o que significa que estes devem ser alguns dos fatores mais importantes a serem levados em consideração quando da concepção dos sistemas de MC. A sensação de bem-estar no local de trabalho (autoeficácia, empoderamento, satisfação no trabalho aliada a uma boa comunicação) contribui para ter funcionários mais comprometidos e preparados, dispostos a participar das atividades de MC. Outro aspecto interessante do modelo apresentado é o conceito de utilidade de participar do sistema de MC e facilidade de participação no sistema de MC, e sua relação direta com a intenção de participação dos funcionários. Assim como no modelo TAM, se os funcionários sentirem que a participação nas diferentes atividades de MC é fácil (sem esforço extra) e útil para melhorar a eficácia de seu trabalho diário, eles apoiarão mais esses tipos de atividades. Por fim, o modelo também mostra a influência e importância de outras variáveis, como alinhamento do MC, influência social, recompensas e metodologia do MC. O modelo também corrobora os argumentos apresentados em outros trabalhos sobre o impacto das recompensas e o uso de uma metodologia adequada para desenvolver atividades de MC e motivar as pessoas a se comprometerem com a MC. O modelo de relacionamento representa uma ferramenta muito importante para os gestores, pois fornece insights sobre para onde devem ir os recursos limitados que uma empresa aloca em seu sistema de MC para ter funcionários mais engajados. É importante que os gerentes se lembrem de manter uma perspectiva mais ampla, prestando atenção não apenas aos aspectos técnicos de um sistema de MC, mas também ao componente comportamental do MC.