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FICHAMENTO
PÓLIS: COMUNIDADE, POLÍTICA E A VIDA EM COMUM NUMA LEITURA
DA POLÍTICA DE ARISTÓTELES.
Araguaína (TO)
2021
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ANDRADE, Marta, 2015. Pólis: Comunidade, Política e a vida em comum numa
leitura da política de Aristóteles. Revista Classica, v. 28, n. 1, p. 95-124. DOI:
10.24277/classica. v.28i1. 249.
“As mulheres comandam as casas, ou, como diz Xenofonte, as tarefas ordenadas no
interior de uma casa (Econômico, VIIX).Independente de se considerar
desdobramentos ou consequências desse modo de ver no pensamento aristotélico,
podemos considerar essa apreensão de uma relação política que compõe uma das
“partes” da casa, primeiro, como uma possibilidade de explorar uma acepção de
“política” que seja menos restrita aos cidadãos; e, segundo, de compreender melhor
o oîkos e como ele faz parte da comunidade política. E então: como outras formas
de comunidade podem se integrar como parte da comunidade política’’. (p.114).
“Parece-me ter ficado claro que essas partes se articulam sobre relações e não
sobre grupos, pessoas, indivíduos; relações de poder – archai”. A casa se produz no
mando do pai sobre os filhos, no senhorio do mestre sobre o escravo, na condução
do marido sobre a esposa; as aldeias formam-se dessas relações e se encontram
sob o comando do mais velho, ou sobre o poder de um déspota ou rei que preserva
laços de consanguinidade com as casas; na cidade, aqueles que conduzem as
casas são condutores e conduzidos, cada um a seu tempo e “lote”. (p.115).
“Compreendendo por oîkos a esfera em que o homem livre cidadão gere seu
patrimônio (Econômico, Livro I-VI), nem todos os membros da “casa”, em primeiro
lugar, são efetivamente cidadãos, no sentido de tomarem assento nas
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archai, as magistraturas da pólis. A dimensão do oîkos é, por isso mesmo, mais
aberta aos encontros com os não cidadãos”. (p.116).
“Na medida em que os autores que escrevem sobre a prática política da politeía são
geralmente os mesmos que se ocupam da ética e da economia / crematística,
podemos imaginar que por trás da amplitude da noção persiste um fundamento
“impensado”. (p.117).