Você está na página 1de 27

Agrupamento de Escolas de Cascais

170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

Prof.: José Jorge McCall

Problemática
Reflexão sobre a Dimensão política/social/legal no humano - natural ou construída? A

constituição do Estado.

Aristóteles: (em grego antigo: Ἀριστοτέλης, transl. Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. — Atenas,

322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus

escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do

drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente

com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da

filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com 13

anos de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre

assume o trono e Aristóteles volta para Atenas, onde funda o Liceu (lyceum) em 335 a.C.).

1
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

« Observamos que toda a cidade é uma certa forma de comunidade e que toda a comunidade é

constituída em vista de algum bem. É que, em todas as suas acções, todos os homens visam o

que pensam ser o bem. É , então manifesto que, na medida em que todas as comunidades

visam algum bem, a comunidade mais elevada de todas e que engloba todas as outras visará o

maior de todos os bens. Esta comunidade é chamada “ cidade “, aquela que toma a forma de

uma comunidade de cidadãos.» ( Aristóteles, Política, § 1252a ).

“A cidade, enfim, é uma comunidade completa, formada a partir de várias aldeias e que, por

assim dizer, atinge o máximo de auto-suficiência. Formada a princípio para preservar a vida, a

cidade subsiste para assegurar a vida boa. É por isso que toda a cidade existe por natureza, se

as comunidades primeiras assim o foram. A cidade é o fim destas, e a natureza de uma coisa é

o seu fim, já que, sempre que o processo de génese de uma coisa se encontre completo, é a

isso que chamamos a sua natureza, seja de um homem, de um cavalo, ou de um casa. Além

disso, a causa final, o fim de uma coisa, é o seu melhor bem, e a auto-suficiência é,

simultaneamente, um fim e o melhor dos bens.” (Aristóteles, Política, § 1253a ).

A filosofia política não consiste num conjunto de respostas ou propostas que se

apresentam no sentido de solucionar directamente os problemas do humano

subjacentes à vivência em comum, nem se confunde com questões moralistas

sobre o que deve ser a política, mas corresponde essencialmente à reflexão sobre

o que é a política, o que é o Estado, a que é que corresponde a sociedade, o facto

dos indivíduos socializarem, o que é o direito, a justiça etc.. O humano vive em

sociedade, este dado, levanta a questão sobre a origem da sociedade humana, a

2
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

origem do estado, qual o sentido subjacente à organização social, porque é que o

homem se organiza em instituições. Aristóteles perspectiva a organização política

como causa final dos indivíduos, quer dizer, a cidade (Cidade Estado) existe antes

dos indivíduos, o fim existe antes dos indivíduos (antes no sentido ontológico, não

no sentido temporal) na medida em que na definição de algo está contemplada a

sua finalidade, ora a finalidade intrínseca aos indivíduos é a sua junção social, é da

natureza dos indivíduos a aglomeração organizada, o estado político. Assim, o fito

projectado, dá-se naturalmente, dá-se potencialmente e tende à actualização na

Cidade/Estado. A cidade é um conjunto de indivíduos, todavia não é um simples e

linear conjunto, trata-se de uma peculiar organização. Também, o interior da

cidade é composto por diferentes conjuntos de humanos. Para se conhecer o

elemento fundamental da cidade deve-se conhecer o elemento mais simples, o

conjunto mais simples que se apresenta como a primeira estrutura da cidade. O

elemento mais simples na cidade corresponde à família. A junção dos indivíduos, a

junção do homem e da mulher corresponde a uma união biológica não a uma

união que vise a satisfação de necessidades. A família, por sua vez, no dizer de

Aristóteles, é uma comunidade formada de acordo com a natureza para satisfazer

as necessidades quotidianas. Diferentes deste tipo de união são os aglomerados

populacionais, circunscrições no interior da própria cidade formadas por força das

circunstâncias históricas, formadas por uma causa de necessidade assente na

3
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

defesa das pessoas e bens, nos tipos de actividade laboral, económica etc. Os

conjuntos humanos têm algo em comum, caracterizam-se por relações

hierárquicas, havendo quem mande, oriente e quem seja ordenado e orientado. Os

diferentes agrupamentos na cidade distinguem-se uns dos outros, as relações

entre os elementos dos diversos grupos que compõem a cidade não são, todavia,

as mesmas, ser pai, dono de escravos ou governante não corresponde à mesma

autoridade, nem corresponde a um tipo de poder político. Só o governante é

verdadeiramente político (o que não significa que todos os humanos tenham

naturalmente uma dimensão social e política).

A comunidade política não é um conjunto de indivíduos, mas um conjunto de

conjuntos, de agrupamentos. A cidade é da ordem da pluralidade, sendo a

pluralidade mais simples a família. São os conjuntos de famílias que por

necessidade compõem os agregados reunidos não por razões biológicas mas já

com outra ordem de interesses.

O somatório de vários agregados corresponde à cidade, isto é, uma comunidade

com um nível de auto-suficiência - autarkheia- em sentido literal significa poder

próprio, indica neste contexto a capacidade para atingir pelos próprios meios uma

dupla auto-suficiência: administrativa (ao nível da correlação dos poderes) e

económica (ao nível dos recursos) - que garante a sua subsistência ao nível da

defesa e do trabalho. A comunidade política corresponde, portanto, a um conjunto

4
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

de conjuntos auto-suficiente. A finalidade da comunidade traduz a finalidade dos

humanos, viver bem. A cidade é, portanto, o espaço onde decorre a mais

excelente experiência humana de vida em comunidade. A partilha simbólica e

existencial da mesma língua, costumes, cultos e estatutos cívicos, sob um mesmo

regime e em vista de um interesse comum formam a comunidade política. A

comunidade política decorre da conjunção de dois factores constitutivos: um

funcional e um orgânico. O primeiro resulta de laços jurídicos entre os indivíduos

abrangidos pela mesma ordem constitucional, o segundo deriva dos laços de

amizade fundada em critérios de natureza cultural.

Os aglomerados surgem pela necessidade formando uma comunidade, todavia é

da natureza da comunidade preservar e assegurar a vida boa que tem como

finalidade. A expressão vida boa possui um alcance praxeológico. Toda a acção

humana se encontra orientada em vista de fins e finalidades: é em vista do viver

bem que acção política orienta não apenas a aspiração individual para a felicidade

como também a aspiração comunitária para a auto-suficiência. Não sendo a

comunidade uma união da natureza biológica, é, contudo, da natureza da

comunidade asseverar a vida boa. Neste âmbito considera-se o humano

naturalmente político, pois é da sua natureza formar uma instituição, uma

comunidade política. O não político é por natureza um deus ou outro tipo de animal

solitário. Também, não se passa com os humanos o mesmo que noutros animais

5
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

gregários. O humano possui uma linguagem, logos, um discurso, razão, uma

matriz conceptual e moral. Possui racionalidade, é o logos que permite a política.

Ter palavra não é o mesmo que ter voz. A palavra pode manifestar o justo e o

injusto, está para além das sensações, permite a discussão, o cálculo e a decisão.

Na cidade há palavra, há decisão, há política. Todo o humano se insere de modo

natural e radical na cidade, a mais abrangente e superior forma de vida

comunitária. A experiência humana gregária começa por ser familiar e étnica, mas

estas formas de vida só atingem o seu fim natural na experiência da vida da

cidade, quando o humano se constitui participante da cidade, na política, se

constitui cidadão.

Thomas Hobbes: (Malmesbury, 5 de abril de 1588 — Hardwick Hall, 4 de dezembro de 1679) foi

um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor do Leviathan (1651) e Do cidadão (1651).

A dimensão sócio-política no humano é uma evidência, como também é uma

evidência a natureza social de variadíssimas espécies animais. Contudo, o que

aqui se problematiza, é se a dimensão social e política no humano é natural ou se

é construída, portanto, não natural mas um artifício.

É comum assistirmos a situações de caos em países assolados por guerras e

conflitos, nomedamente quando este implodem, ou até nos períodos

imediatamente após catástrofes naturais. Nessas situações de ausência de lei e

6
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

ordem, de direito, de soberania, de Estado, normalmente assiste-se à ruptura -

concomitante ao resto -dos vectores sociais, a um rompimento da organização

social. Quer dizer, a soberania, o direito, fazem parte da estrutura da sociedade, da

matriz social configurada num horizonte de relativa tranquilidade, de segurança e

paz. A inclinação dos humanos para a paz coincide com a inclinação dos humanos

para a dimensão sócio-política.

O desígnio de Hobbes, pela pertinência em que coloca a natureza do Homem e

aponta o medo da morte como causa primeira do que irá ser a construção do

edifício político (frisamos desde já, construção do edifício político, o que por si só,

já aponta uma outra pertinência do filósofo na medida em que indicia o humano

naturalmente não político). Assim, o autor acende a chama do que nos é próprio,

remete-nos para o que de intrínseco mais poder tem, o medo que cada indivíduo

sente perante a possibilidade do sofrimento, da insegurança, da morte no ponto

mais original do processo da construção do Estado, do Soberano.

Requer-se, primeiramente, uma reflexão sobre a dimensão temporal constitutiva

do humano e da sua matriz patológica. Contributo que se situa sobretudo ao nível

da abordagem que fazemos ao medo enquanto possibilidade. O tempo assume

capital importância de forma a procurarmos fundamentar pontos que estão nas

fundações da filosofia política de Hobbes – medo, aversão, imaginação,

antecipação, cálculo, e construção do Estado – Commonwealth- e soberano. O

7
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

medo como possibilidade, como uma forma disposicional assente na aversão a um

dano que se dá na compreensão na possibilidade, que gera pré-ocupação. O

horizonte temporal irá ser a chave mestra do que procuramos fundamentar e assim

dar alicerces à natureza humana de desejos e paixões, do acontecer connosco,

mas também de imaginação e razão permitindo a manufactura do gigante

Leviathan – Soberano.

Porque é que Thomas Hobbes refere uma paixão na base que serve de motor de

arranque à constituição da paz? Porque é que Hobbes indica um elemento do

domínio patológico e não racional? Porque não uma estrutura complexa na

primeira semente que dá origem aos acordos, às normas de paz, à

Commonwealth, mas o medo da morte? O autor de Leviathan dá-nos a visão dos

seres humanos como iguais por natureza, esta igualdade tem, no entanto, em

conta as diferenças relativas às faculdades do corpo e do espírito. Diferenças

ténues quando sob o ponto de vista do perigo generalizado da morte. Contudo, no

essencial os humanos são semelhantes, nomeadamente nas paixões que geram a

tendência para a paz «As paixões que fazem os homens tender para a paz são o

medo da morte (...). E a razão sugere adequadas normas de paz, em torno dos

quais os homens podem chegar a esse acordo.» (Leviathan, cap. XIII, p.188).

Thomas Hobbes pensa a questão do Estado, da política, da autoridade, do

soberano a partir da suposição (postulado, axioma) da vida dos humanos sem a

8
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

intervenção de um Estado soberano, sem as leis, costumes e instituições que

regulam os humanos, sem Direito, um estado selvagem, por assim dizer, um

estado natureza, onde não havendo Direito, tudo se pode fazer. Ou seja, não

havendo Direito, há paradoxalmente direito a tudo, incluindo direito de uns sobre a

vida dos outros. É neste estado natureza onde todos têm direito a tudo que o

medo, a insegurança mais se acentua. A paixão/afecção -medo- serve de

“despertador”, o que por sua vez possibilita o cálculo da necessidade de segurança

consequentemente a construção da Commonwealth. A autoridade vem do

reconhecimento de uns para outros ou outro. O telos (fito/finalidade) colocado pelo

pensamento, trabalhado pela imaginação, sofre a conjectura da razão.

Este é o poder do humano, a capacidade de avaliação sobre o futuro, ainda que na

possibilidade de cada vez presente. Quer para fazer face ao medo da morte ou dos

ferimentos, quer para fazer face à desconfiança ou à guerra, a pulsão e o desejo

de os superar provém da capacidade de antecipação.

A razão leva, portanto, à constituição do soberano como garante da segurança, o

pensador Thomas Hobbes aponta essa função como uma das fundamentais do

soberano.

A natureza do humano levou à formação da Commonwealth, esta contempla

necessariamente o soberano como resposta última às aversões. O pensador

defende no Leviathan que o prejuízo provocado pela ausência de soberania seria

9
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

pior sem a mesma, ou seja, os súbditos delegam no soberano poder, o que

corresponde a um prejuízo menor comparativamente à anarquia, ainda que por

vezes possa custar aos súbditos, no entanto para bem de todos a instituição deve

prevalecer. Ou seja, se o sujeito no estado natureza tem direito a tudo, inclusive a

matar o outro, isso simultaneamente corresponde a um estado de medo e

insegurança (obviamente o direito de matar é concomitante a ser morto sem

qualquer penalização para o responsável). A construção do Estado traduz-se,

neste âmbito, na abdicação do direito natural e na transferência deste direito para

o soberano. Podemos denominar assim um contrato entre os humanos, que se

tornam subordinados criando um soberano, criando leis. Assim, o poder da

segurança, da paz e da guerra pertence ao soberano. A forma encontrada pelos

humanos de se defenderem individualmente e em grupo está, portanto, na

construção do Estado. A defesa particular e comum encontra na arquitectura da

Commonwealth, do Estado e no soberano a porta de saída da situação precária

em que os homens se encontravam. A segurança é depositada na soberania do

Estado, que se constitui como o representante das pessoas. A alienação da

vontade particular em favor do representante geral, não elimina decerto a natureza,

reduz, no entanto, consideravelmente a imprevisibilidade, aquela forma

disposicional de permanente ansiedade, medo. A partir da natureza humana,

Thomas Hobbes, constrói o seu pensamento, colocando-nos a pergunta, como é

10
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

que seria o comportamento dos homens sem as instituições, sem as leis, que

natureza é a humana retirada a interligação do que articula a sociedade? O mesmo

autor não vê na natureza dos homens o animal político, o animal social, nem

desejo natural político, desejo natural de Estado. O que é natural são as paixões,

os desejos relacionados com os afectos e a simples pulsão para viver. Ou seja,

Hobbes argumenta que o desejo natural é a vontade de viver, ou seja, nega um

princípio natural político defendendo a vontade de sobrevivência natural. Nesta

natureza é gerado o confronto, o desejo natural de vida colide entre os homens,

naturalmente o estado natureza corresponde como que a um estado de guerra

caótico, de todos contra todos. O estado natureza não produz a Commonwealth, a

natureza não contém em si o gérmen político, esta produz o conflito. Há uma

oposição natural dos indivíduos, um desejo de sobrevivência natural, o medo

legitimado pelo estado natureza, competição, guerra confrontação, autodestruição.

No estado natureza os indivíduos fisiologicamente opõem-se mutuamente, a

política não é gerada pela natureza, i.e., não é natural. A criação do Estado político

surge propiciada pelas faculdades humanas da imaginação e razão de forma a

contrariar a natureza, de forma a evitar a autodestruição, de modo a pôr cobro ao

medo de perder a vida. A fundamentação do medo na génese da Commonwealth

não se pode dar no sentido em que o medo e a Commonwealth têm naturezas

diferentes, ou seja, a Commonwealth não nasce do estado natureza, mas do

11
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

resultado da avaliação e cálculo sobre a precariedade do mesmo. Mas se

considerarmos o que fez despertar a imaginação e a conjectura, não

correspondendo o Estado político a um corolário do estado natureza, tem na sua

génese mais remota o medo que o humano tem de perder a vida. De outra forma,

não é por a política ser uma criação que não tem em conta o estado natureza, pelo

contrário, precisamente por se contemplar o estado natureza é que o Estado, a

Commonwealth é criada.

É neste sentido que fundamos o medo na génese política, tendo em consideração

que o pressuposto estado natureza não tem como efeito directo e natural o, por

assim dizer, cosmos mas o caos. É a visão do caos e o querer contrariá-lo que

criam a organização política, o Estado, a Commonwealth. Na condição natural

todos os homens têm direito a tudo. Enquanto todos tiverem direito a tudo, vigora

o direito natural, de que resulta, o facto de ninguém poder estar em segurança,

pois a sobrevivência de um pode passar pela eliminação de outro. A

autodestruição torna-se um perigo real se verificarmos o uso generalizado da

natureza, se todos usarem o que a sua natureza lhes dita. O cálculo das

consequências, a capacidade de previsão proporciona a inversão da situação. Da

mesma forma que é uma lei natural salvar a própria vida é também a procura de

paz, o acordo. Podemos, por assim dizer, assumir: se todos concordarem, eu

concordo em não fazer uso do meu direito natural. A renúncia ao direito natural e a

12
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

delegação da defesa numa entidade geram o Estado soberano, a Commonwealth.

Ou seja, o soberano não faz um contrato com os súbditos de forma a lhes garantir

a segurança, é o contrato dos súbditos entre súbditos que faz nascer o soberano.

Aqui jaz a força do soberano, força proveniente dos súbditos porque todos e cada

um renunciam ao seu direito natural. O fito do Estado neste âmbito é a segurança

dos homens, de todos e de cada um, pelo que podemos inferir que o Estado é o

garante da segurança particular e também por isso contribui para uma vida mais

agradável,

O caminho da paz radica então na transferência generalizada do direito, ficando

portanto o contrato legitimado porque está subordinado ao telos visado pela

natureza, a sobrevivência.

Decorrente da transferência do direito natural, o poder soberano é absoluto, é

ordem, organização. Poder, por definição remete para o absoluto e não para

capacidades parciais. (Absoluto difere de absolutista, é absoluto porque concentra

o poder de todos. Os diversos tipos de regime e as respectivas legitimidades

ultrapassam o que aqui está em causa, pois situamo-nos a um nível, podemos

dizê-lo, mais original, ou seja, procuramos ver a génese radical do Direito e do

Estado). O filósofo pensa a política como algo não inscrito na natureza dos

indivíduos na medida em que o Estado resulta das convenções, artifícios pensados

pelos homens (independentemente da forma em que o poder soberano é

13
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

adquirido). Mas é a partir da natureza dos indivíduos que Thomas Hobbes pensa o

Estado, ou seja, é por a natureza dos indivíduos ser como é que a visão da

necessidade de abdicar do direito natural se dá. Thomas hobbes não caracteriza

os humanos como animais políticos, mas naturezas que desejam, desejos que

assumem diferentes formas, paixões diversas que surgem de forma diferente, e

que ao constitutivamente assim se darem, concluímos a colisão entre as diversas

singularidades. A filosofia deste pensador não coloca um postulado da sociedade

mais original e originária assente na junção do homem e da mulher, e a partir desta

união biológica demarcar a família como a primeira comunidade, seguindo uma

ordem lógica de, por assim dizer, circunscrições (família, aglomerado, aldeia,

cidade etc.), até à ideia de Estado como o desenvolvimento natural e gradual de

organizações mais pequenas. O filósofo, na análise que faz da natureza humana,

capta pistas suficientes que permitem a consideração dos humanos na sua

natureza, isentos de organização política, esta é fabricada dado o cálculo racional

que gera a ponte entre o estado natureza e a Commonwealth.

Aristóteles na obra   , (A Politica), fala da família como a

comunidade que se constitui naturalmente, com vista à geração, também refere as

localidades onde pertencem as famílias como sendo de outro tipo de comunidades,

entidades que já contemplam outra ordem de interesses para além das

necessidades mais elementares e finalmente fala da “cidade Estado”, como o

14
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

conjunto dos aglomerados e com um nível de auto-suficiência. Ao considerar o

telos (finalidade) do humano, ao considerar que os homens visam o que pensam

ser o bem, (adequado), visam o que vai ao encontro dos seus objectivos, visam a

sua satisfação, a vida boa, a felicidade, também necessariamente toda a

comunidade constituída visa um bem. Neste sentido, a constituição da comunidade

é intrinsecamente natural, pois, tal como os humanos em si considerados, visam

naturalmente a sua felicidade. A comunidade que se forma contém em si

naturalmente o desejo da maioria, formando-se assim o Direito dado que pertence

à natureza do humano o estatuto intrinsecamente social.

Este pequeno parágrafo, pode-nos fazer levantar a pergunta; poderemos nós

pensar o homem sem ser em comunidades, é viável a existência humana

considerada individualmente? Como poderia pretender sobreviver o homem

isolado, e assim acumular e concentrar um enorme medo dos outros?

Todos nós, temos necessariamente um pai e uma mãe, Thomas Hobbes nunca

poderia apodicticamente fugir desta realidade, contudo não radica na comunidade

– família - a origem de todo o processo político. Parece ser natural o amor e a

confiança no seio da família, não obstante, por exemplo, os arquétipos do desvio

de Eva, o fratricídio cometido por Caim, ou os conflitos no rei Édipo.

Em todo o caso pensamos que Thomas Hobbes se situa a montante da família,

não no sentido em que possamos crescer ou não rodeados de harmonia familiar,

15
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

mas independentemente dessas determinações, independentemente dos laços

familiares ou outros, o filósofo remete-nos para algo que diremos mais íntimo, nós

próprios na nossa singularidade, situamo-nos ao nível particular, dos desejos, das

paixões, do medo. É no acontecer connosco que se posiciona a possibilidade da

morte e a paixão ganha legitimidade, o medo torna-se genuíno e autêntico porque

somos nós que estamos em causa no mais profundo do nosso ser. Somos

remetidos para um bem central, a necessidade de estar vivo. Não é só o corpo que

está em causa, é a unidade vida, um bem que queremos preservar e temos medo

de que nos seja roubado. Assumimos de cada vez diferentes posturas na vida,

necessariamente nessa unidade a que chamamos vida, também necessariamente

toda a fuga à dor, à aversão ou perseguição do prazer radicam nessa unidade

vital. O Direito, o Estado apresenta-se assim como um azimute atractivo, um

pacificador.

O pensador parte do ponto privado, e esse, ainda que nos constituamos na

alteridade, remete para nós mesmos, nós que estamos em causa, que colocamos

a nossa vida na perantidade e que nesse desdobramento de nós mesmos – nós e

a nossa vida, procuramos a fuga à dor e a perseguição do prazer, procuramos a

sobrevivência, a salvaguarda da vida, da vida que é nossa. Assim, cria o postulado

estado natureza e conclui que procuramos paz, segurança, e estas por sua vez

estão para além da comunidade familiar e local, simplesmente queremos sentirmo-

16
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

nos em segurança, queremos paz. Lembremo-nos das palavras do autor, « as

paixões/afecções que inclinam os homens para a paz são medo da morte...». Esta

inclinação parece-nos independente da estrutura familiar, inclinação, que por

definição ao constituir-se uma paixão inere no humano aquém dos laços familiares,

ou seja, as primeiras paixões são despertas pelos outros, pela família, mas estas

assumem a singularidade em nós, i.e., somos para nós próprios porque os outros

passam por nós, a consciência que por definição é sempre consciente de algo, é

para si por causa do algo, mas esta alteridade radica sempre precisamente na

consciência que está em jogo. Cremos que Hobbes se refere por isso aos

humanos nas suas singularidades naturais e que nessas singularidades há um

sentido comum, exactamente o cariz natural do humano que o faz igual por

natureza. Daqui, não concluímos que os homens individualmente considerados

têm na sua natureza avidez para se constituírem em comunidades políticas, nem

mesmo se considerarmos as famílias como comunidades naturais vemos nelas

uma apetência natural pela comunidade política. Esta surge criada pelos homens e

não como uma determinação natural. É da análise da natureza humana que o

filósofo começa por determinar a sua tese reenviando-nos para o que se apresenta

de mais radical nos humanos. Nesta essência humana, o conceito de mãe e pai

acabam por ser ultrapassados para se contemplar os humanos, diferentes, mas

iguais por natureza na busca da vida muito para além do processo espiral mãe,

17
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

pai, família, vizinhos, localidade, cidade, Estado. Parece-nos que este pensador de

filosofia política quer tocar as duas extremidades da problemática, o humano

considerado na sua natureza e a comunidade onde poderá encontrar o mínimo de

tranquilidade. A pertinência de Hobbes, passa justamente por constituir uma

filosofia radical, como que quer partir dum terreno virgem, varrer os pressupostos,

familiares , sociais, culturais para encetar os actos e os artifícios dos homens

partindo rigorosamente dos próprios homens e da sua natureza. Thomas Hobbes

não pretende senão mais do que compreender a política no pêndulo entre as duas

extremidades, a ausência do direito constituído, uma nudez absoluta relativa às

instituições, e a abdicação total do direito natural, espontâneo, em favor do

contrato, em favor da entidade promotora da segurança geral.

Concebendo o Estado da forma que Hobbes o faz, concluímos que o acesso que

temos ao estado natureza e ao contrato, também é ele imaginado e calculado.

Esta verificação que nos surge vedada, não traduz nem acarreta um cariz faccioso

pois não se enraizando na história, não radicando em determinações temporais,

assenta na análise dos sujeitos enquanto primariamente motivados naturalmente

por paixões, desejos, emoções.

Podemos então dizer que o estado natureza corresponde a um postulado, axioma

que por si só, não resulta no contrato. Mas é da análise que se exerce sobre os

homens, sobre a natureza dos homens, sobre a sua espontaneidade, sobre o

18
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

direito natural, que se infere a sua igualdade e o consequente temor. Repartido por

todos, este medo faz negar a guerra de todos contra todos. Evidentemente como

reconhece Hobbes o Estado não termina com o medo mas funciona como um

mecanismo inibidor do medo da morte causada por outro homem.

Concluímos que o problema que se pode dar e não ser superado pelo Estado,

reside precisamente na natureza humana, que se por um lado abdica do direito

natural, refreia as paixões, por outro, os homens não deixam de ser homens, não

deixam de procurar o que entendem ser o melhor para si, e como tal, seres de

desejo e paixão. Refere Hobbes: « porque o desejo é geral, o risco perpetua-se, as

oposições, os conflitos, as guerras acontecem».

Nada invalida, porém, a posição assumida por Thomas Hobbes, o poder do

soberano como gerador de maior segurança.

«Do mesmo modo que a prudência é uma suposição do futuro tirada da

experiência dos tempos passados, também há uma suposição das coisas

passadas tirada de outras coisas , não futuras» (Lev., cap. III, p. 98.)

«O medo dos poderes invisíveis, inventados pelo espírito ou imaginados a partir de

relatos publicamente permitidos, chama-se religião, quando esses não são

19
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

permitidos, chama-se superstição. Quando o poder imaginado é realmente como o

imaginamos chama-se verdadeira religião. O medo sem se saber porquê ou de

quê chama-se terror, pânico. (Nome que lhe vem das fábulas qe faziam de Pan o

seu autor). Na verdade, existe sempre em quem primeiro sente esse medo uma

certa compreensão da causa, embora os restantes fujam devido ao exemplo, cada

supondo que o seu companheiro sabe porquê. Portanto esta paixão só ocorre

numa turba ou multidão de pessoas.» ( Lev., cap. VI, p. 124.).

« A cadeia de pensamentos regulados é de duas espécies: uma, quando, a partir

de um efeito imaginado, procuramos as causas ou meios que o produziram, e esta

espécie é comum ao homem e aos outros animais; a outra é quando, imaginando

seja o que for, procuramos todos os possíveis efeitos, que podem ser por essa

coisa produzidos, ou por outras palavras, imaginamos o que podemos fazer com

ela quando a tivermos.» (Lev. cap. III, p. 96.)

«O uso e finalidade da razão não é descobrir a soma , e a verdade de uma ou mais

consequências, afastadas das primeiras definições, e das estabelecidas

significações de nomes, mas começar por estas e seguir de uma consequência

para outra. (Pois não pode haver certeza da última conclusão sem a certeza de

20
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

todas aquelas afirmações e negações nas quais se baseou e das quais foi

inferida).» (Lev., cap. V, p. 112.)

« Commonwealth ou State, ou em latim, Civitas » «Estado»

(Lev., cap. XVII, p. 227.).

« O poder de um homem ( universalmente considerado ) consiste nos meios de

que presentemente dispõe para obter qualquer visível bem futuro. Pode ser original

ou instrumental »(Lev., cap. X, p. 150.)

« O desejo de conforto e deleite sensual predispõe os homens para a obediência

ao poder comum, pois com tais desejos se abandona a protecção que poderia

esperar-se do esforço e do trabalho próprios. O medo da morte e dos ferimentos

produz a mesma tendência, e pela mesma razão. » Lev.,cap. XI, p. 161.)

« E contra esta desconfiança de uns em relação aos outros nenhuma maneira de

se garantir é tão razoável como a antecipação » Lev., cap. XIII, p. 184.).

21
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

« A função do soberano (...) consiste no fim para o qual lhe foi confiado o soberano

poder, nomeadamente a obtenção da segurança do povo » (Lev., cap. XXX, p.

376).

« Que a condição de simples natureza, isto é, de absoluta liberdade, como é a

daqueles que não são súbditos nem soberanos, é anarquia e condição de guerra;

que os preceitos pelos quais os homens são levados a evitar tal condição, são as

leis da natureza; que um estado sem poder soberano não passa de uma palavra

sem substância e não pode subsistir »(Lev., cap. XXXI, p. 395.)

« Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam

e pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou

assembleia de homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de representar

a pessoa de todos eles (ou seja de ser seu representante), todos sem excepção,

tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão

autorizar todos os actos e decisões desse homem ou assembleia de homens, tal

como se fossem os seus próprios actos e decisões, a fim de viverem em paz uns

com os outros e serem protegidos dos restantes homens. (…) Ora, o poder é

sempre o mesmo sob todas as formas, se estas forem suficientemente perfeitas

para proteger os súbditos. E isto sem levar em conta que a condição do homem

22
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

nunca pode deixar de ter uma ou outra incomodidade, e que a maior que é

possível cair sobre o povo em geral, em qualquer forma de governo, é de pouca

monta quando comparada com as misérias e horríveis calamidades que

acompanham a guerra civil, ou aquela condição dissoluta de homens sem

soberano, sem sujeição às leis e a um poder coercivo capaz de atar as suas mãos,

impedindo a rapina e a vingança. (…) Porque todos os homens são dotados por

natureza de grandes lentes de aumento, ou seja, as paixões e o amor de si,

através das quais todo o pequeno pagamento aparece como um imenso fardo;

mas são destituídos daquelas lentes prospectivas, (a saber, a ciência moral e civil)

que permitem ver de longe as misérias que os ameaçam, e que sem tais

pagamentos não podem ser evitadas » ».( Lev., cap. XVIII, p. 228.).

«(…) uma pessoa de cujos os actos uma grande multidão, mediante pactos

recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a

ela poder usar a força e os recurso de todos, da maneira que considerar

conveniente, para assegurar a paz e defesa comum. (…) Este poder soberano

pode ser adquirido de duas maneiras. Uma delas é a força natural, (…) . A outra é

quando os homens concordam entre si em se submeterem a um homem ou a uma

assembleia de homens.(…) Este último pode ser chamado um Estado político ou

23
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

Estado por instituição, ao primeiro por Estado por aquisição.» (Lev., cap. XVII, p.

228).

« A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de os defender das

invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim

uma segurança suficiente para que, mediante o seu próprio labor (…) é conferir

toda a sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que

possa reduzir as suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só

vontade: o que equivale a dizer, designar um homem ou uma ssembleia de

homens como representantes das suas pessoas. » (Lev., cap. XVII, p. 227.).

« E dado que a condição do homem (...) é uma condição de guerra de todos contra

todos, sendo neste caso cada um governado pela sua própria razão, e não

havendo nada de que possa lançar mão que não lhe possa servir de ajuda para a

preservação da sua vida contra os seus inimigos , segue-se daqui que numa tal

condição todo o homem tem direito a todas as coisas, incluindo os corpos uns dos

outros. Portanto, enquanto perdurar este direito de cada homem a todas as

coisas, não poderá haver para nenhum homem, por mais forte e sábio que seja, a

segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens

viver. Consequentemente, é um preceito ou regra geral da razão: Que todo o

homem se deve esforçar pela paz, na medida em que tenha esperança de a

24
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

conseguir, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens

da guerra. A primeira parte desta regra encerra a lei primeira e fundamental da

natureza, isto é, procurar a paz, e segui-la. A segunda encerra a súmula do direito

de natureza, isto é, por todos os meios que pudermos, defendermo-nos a nós

mesmos.»( Lev., cap. XIV, p. 189.).

«O fim último, causa final e desígnio dos homens (que naturalmente amam a

liberdade e o domínio sobre outros), ao introduzir aquela restrição sobre si

mesmos, sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria

conservação e uma vida mais satisfeita.»( Lev., cap. XVII, p. 223.)

«E ao homem é impossível viver quando os seus desejos chegam ao fim, tal como

os seus sentidos e imaginação ficam paralisados. A felicidade é um contínuo

progresso do desejo, de um objecto para outro, não sendo a obtenção do primeiro

outra coisa senão o caminho para conseguir o segundo. Sendo a causa disto que o

objecto do desejo do homem não é gozar apenas uma vez, e só por um momento,

mas garantir para sempre os caminhos do seu desejo futuro. Portanto, as acções

voluntárias e as inclinações dos homens não tendem apenas para conseguir, mas

25
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

também para garantir uma vida satisfeita, e diferem apenas quanto ao modo como

surgem, em parte da diversidade das paixões em pessoas diversas, e em parte

das diferenças no conhecimento e opinião que cada um tem das causas que

produzem os efeitos desejados.» (Lev., cap. XI, p. 160 ).

«Poderá parecer estranho a alguém que não tenha considerado bem estas coisas

que a natureza tenha assim dissociado os homens, tornando-os capazes de se

atacarem e destruírem uns aos outros, e poderá , portanto, talvez desejar , não

confiando nesta inferência feita a partir das paixões, que a mesma seja confirmada

pela experiência».(Lev., cap. XIII, p. 86).

« O sucesso contínuo na obtenção daquelas coisas que de tempos a tempos os

homens desejam, quer dizer, o prosperar constante, é aquilo a que os homens

chamam felicidade; refiro-me à felicidade nesta vida. Pois não existe uma completa

uma perpétua tranquilidade de espírito enquanto aqui vivemos, porque a própria

vida não passa de movimento, e jamais pode deixar de haver desejo, ou medo, tal

como não pode deixar de haver sensação». (Lev., cap. VI, 129.)

Bibliografia:

26
Agrupamento de Escolas de Cascais
170732
Sede: Escola Secundária de Cascais

Aristote, Politique,  Paris, ed. Belles-Lettres, 1989.

Hegel, Philosophy of Right, trad. ing., T. M. Knox, Oxford University Press, New York, 1998.

Henry Gleitman, Alan J. Fridlund, Daniel Reisberg, Psychology, W.W. Norton&Company, New

York, 1991.

Hobbes, Thomas, Leviathan, C.B. Macpherson, Penguin Books, London, 1982.

N.B.: No caso de ter interesse em aprofundar a leitura destes pensadores, deixo a informação

que existem traduções em português do Leviathan, de Thomas Hobbes nas edições da Imprensa

Nacional Casa da Moeda e da Política de Aristóteles na Editora Vega.

27

Você também pode gostar