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Ilha Pura, Vila Olímpica Rio 2016

Diretrizes de Sustentabilidade
Masterplanning e Edificações

Draft 1 (23/2/2012)

DRAFT
1. Macro planejamento das áreas de lazer públicas e privativas para
criação de Microclimas

1.1 Introdução ao Microclima

Essa seção visa auxiliar a equipe de arquitetura e paisagismo iniciar o projeto das áreas publicas e privativas acontece no plano do pedestre. Determinadas áreas necessitam de radiação solar direta dependendo de
de lazer para a criação de microclimas agradáveis e confortáveis ao usuário. seu uso. Radiação solar direta é geralmente desejável em piscinas, jardins, e determinadas áreas de
descanso. Áreas de circulação, refeições e para estadias mais prolongadas geralmente necessitam de
Geralmente relegados a segundo plano no planejamento de áreas abertas ou semi– abertas como a proposta, a
algum nível de sombreamento. É possível proporcionar sombreamento com pequenas intervenções
percepção térmica e experiência do usuário pode ser otimizada através de iniciativas de projeto arquitetônico
pontuais de arquitetura e paisagismo. No entanto, deve-se procurar garantir que a geometria e
e paisagístico. Ao longo dessa e das próximas etapas de trabalho serão apresentadas diretrizes de projeto que
orientação dos edifícios não bloqueiem o sol em determinadas áreas, situação que seria impossível de
deverão ser exploradas para incorporação no projeto.
ser remediada. Os estudos aqui propostos visam o macro planejamento da arquitetura e paisagismo
Nessa etapa, entende-se que o macro planejamento das áreas públicas e privativas de lazer seja executado de tendo essa questão em mente;
forma a permitir a elaboração dos projetos preliminares e legais. Nas etapas posteriores de projeto, elementos
 Temperatura do ar: A temperatura do ar pode ser controlada no nível do pedestre. Elementos
pontuais de paisagismo serão observados. Esse relatório será dinâmico ao longo das próximas etapas e novas
pontuais de paisagismo, como vegetação podem reduzir temperaturas localizadas em ate 2ºC,
seções serão adicionadas a ele conforme o andamento do projeto.
reduzindo portanto a sensação térmica do pedestre. Materiais de piso como madeira, grama assim
A criação de microclimas urbanos agradáveis e confortáveis ao usuário está relacionada às principais como as cores desses pisos irão também influenciar a sensação térmica dos usuários. Esse efeito está
variáveis climáticas a seguir: relacionado com as chamadas ilhas de calor, geralmente encontradas em centros urbanos ou em
grandes áreas pavimentadas;
 Ventos;
 Umidade Relativa do ar: Determinados climas se beneficiam da manipulação da umidade relativa do
 Radiação solar
ar através de soluções localizadas de paisagismo, como a inserção de água na forma de chafarizes e
 Temperatura do ar; espelhos d’água. O ar cede calor sensível para a água, que evapora, reduzindo assim a temperatura do
mesmo. Quanto mais baixa a umidade relativa do ar, maior é o potencial de resfriamento. O Rio de
 Umidade relativa do ar;
Janeiro possui umidades relativas do ar um tanto quanto altas o que reduz esse potencial. A água no
Os estudos de microclima envolvem a manipulação de elementos arquitetônicos e paisagísticos capazes de entanto é um elemento que pode proporcional resfriamento através do contato com a pele e possui
controlar principalmente a velocidade dos ventos e a radiação solar de maneira benéfica ao projeto. Em enorme apelo visual no que tange a sensação de conforto térmico e portanto deve ser explorada.
segunda instância, procura-se controlar pontualmente a temperatura resultante do ar e a umidade relativa.
Nessa etapa observamos então elementos macro de projeto de forma a influenciar a velocidade dos
As duas primeiras variáveis (ventos e sol) dependem de decisões macro de projeto, sendo que as duas ventos e a radiação solar. Posteriormente iremos observar elementos pontuais de paisagismo e
últimas são geralmente decorrentes de decisões pontuais de paisagismo conforme observado abaixo: arquitetura.

 Ventos: A volumetria e orientação dos edifícios em relação aos ventos predominantes irá influenciar a
velocidade dos ventos no nível do pedestre. Procura-se trabalhar inicialmente com a orientação ideal
dos edifícios de forma a reduzir o risco de formação do ‘efeito Venturi’ (ou efeito ‘túnel’), o
afunilamento do vento entre edifícios muito próximos o que pode ocasionar velocidades muita altas de
vento na região dos pedestres. O vento é importante para o microclima de áreas abertas, principalmente
no Rio de Janeiro pois proporciona sensação de resfriamento, mas não deve ser extremamente forte de
forma a causar desconforto;

 Radiação Solar: Novamente, a orientação, implantação e altura dos edifícios irá influenciar o que

DRAFT
2. Horas de Acesso Solar Verão (período da tarde)
% de horas de sol no
periodo da tarde
Q III-L4
2.1 Áreas privativas de lazer e piscinas (total do periodo 5

O processo de avaliação de horas de acesso solar segue as seguintes etapas:


 Cálculo da posição do sol a cada período (manhã, meio-dia e tarde)

 Para cada período analisado, determina-se, para cada área de piso, se a mesma encontra-se Q III-L3
em sol ou sombra

 Combina-se os resultados e determina-se a porcentagem de horas dentro de cada período em


que a área encontra-se sob o sol

As quatro estações do ano foram analisadas, baseadas no período esperado de ocupação:

 Manhã: período entre 8:00h e 12:00h

 Meio– dia: período entre 12:00h e 13:00h


Q II-L4
 Tarde: período entre 13:00h e 18:00h

Entende-se que áreas de lazer e piscinas com bom acesso solar sejam aquelas que recebem mais de N Q II-L3
80% de horas de sol, o que significa aproximadamente 3.5 horas de sol pela manhã e ao meio-dia e
aproximadamente 4 horas de sol pela tarde. Foco maior foi dado ao verão e primavera, mas observa
-se também a situação no outono em que o uso de piscinas e áreas de lazer pode também ser
desejável dependendo das condições climáticas. O modelo em computador (software Radiance) foi
Primavera (período da tarde) Q III-L4
baseado em desenhos atualizados em Fevereiro de 2012.
% de horas de sol no
Conclusões Gerais (Áreas de lazer e piscinas privativas) periodo da tarde
(total do periodo 5
 Em geral essas áreas possuem bom acesso solar com exceção de 2 áreas na gleba Q III– L3;
uma área na gleba Q III-L4 , uma área na gleba Q II-L4 e uma área na gleba Q II-L3 como Q III-L3
demonstrado ao lado. Foi observado que essas áreas em questão apresentam reduzidas horas
de sol em momentos críticos, especialmente nas tardes de verão, primavera e outono. O
acesso solar no inverno também e deficiente em algumas dessas áreas, mas assume-se que
tais áreas serão pouco utilizadas durante essa estação do ano, portanto não se configurando
um problema;

 A deficiência no acesso solar deve-se à posição dos edifícios em relação a essas áreas,
causando sombreamento por diversas horas;

 Algumas soluções são apresentadas na página seguinte e envolve a re-alocação e/ ou Q II-L4


alteração implantação de certos edifícios dentro de suas próprias glebas.
Q II-L3
 As imagens ao lado ilustram horários críticos. Como apêndice desse relatório, apresentamos
todos os períodos analisados pelo modelo em computador para referência N

DRAFT
2. Horas de Acesso Solar

2.1 Areas de lazer/ piscinas privativas


Visando a melhoria ao acesso solar de determinadas áreas privativas de lazer e piscinas, dois
níveis de intervenção são propostos:

Mudança na posição de certos edifícios. As áreas de lazer e piscinas se encontrariam ao norte


desses edifícios. Mesmo no futuro, após a construção de novos edifícios ao norte, essas áreas
continuariam com bom acesso solar (assumindo-se que os novos edifícios teriam gabarito de
altura semelhante aos propostos)

Mudança na orientação de determinados edifícios de forma a permitir o acesso solar a áreas


de lazer por um maior número de horas, principalmente à tarde.

A sugestão de alteração em implantação está de acordo com recomendações gerais de


implantação solar (apresentadas mais adiante nesse relatório). Uma adequada implantação dos
edifícios visa principalmente a otimização termica e conforto ambiental dos usuários das
unidades de apartamento.

Sugestão para alteração de implantação para otimização de acesso solar nas áreas de lazer e piscinas privativas

Indica o posicionamento ideal para as áreas de lazer e piscinas nos lotes em questão

DRAFT
3. Análise Preliminar de Microclima das áreas públicas

Entende-se que as áreas públicas devem ser projetadas de acordo com as características microclimaticas
que se deseja atingir e de acordo com as atividades que serão propostas em cada área do terreno. Ventos
Entende-se também que os seguintes equipamentos e usos estão previstos no momento para as áreas
publicas:

 Quadras Poliesportivas;  Ventos frequentes sao provenientes das


direções S– SE– SW;
 Quadras de Tênis;  A segunda direção predominante dos
ventos no verão é a N-NW, no entanto, as
 Gazebos, áreas de contemplação, descanso; montanhas próximas ao terreno devem
significativamente reduzir a velocidade
 Musculação ao ar livre dos ventos. Os apartamentos voltados ao
Norte irão no entanto se beneficiar dos
ventos provenientes dessa região;
 Áreas para pic-nic e churrasqueiras  Observamos que existe boa frequencia de
ventos vindos das direções E-NE-SE.
 Playground infantil; Esses são em geral ventos de menor
velocidade;
Outros equipamentos que podem ser incluídos no programa de forma a ativar os espaços públicos e  As rajadas de vento podem ser
tipicamente encontradas proveniente das
incentivar o uso do novo parque incluem: direções S– SW

 Comércio do dia-a-dia/ kiosks como jornaleiro, café, bares, restaurantes, banco, etc

 Comércio especifico: boulevard com lojas e serviços diversos;

 Área aberta para realização de eventos temporárias e perenes, como feiras;

 Anfiteatro ao ar livre / cinema ao ar livre;

Nessa sessão, identificamos as principais características microclimáticas de cada área principal no


terreno do ponto de vista de insolação e ventos, que deverão influenciar a sensação térmica dos
usuários do parque.

Identificamos oportunidades de masterplanning para cada área do terreno. Posteriormente serão


trabalhadas opções pontuais de paisagismo.

As recomendações de projeto são baseadas em simulações em computador para as horas de insolação e  Padrão semelhante é encontrado no
inverno, porém com menor freqüência em
em análise qualitativa de dados de vento para a localidade, conforme demonstrado ao lado.
todas as direções;
 Os ventos Norte continuam freqüentes,
Dados de vento registrados no Aeroporto Santos Dumond e de Jacarepaguá foram utilizados como mas acredita-se que serão de menor
base. Carateristicas do terreno, como proximidade de montanhas ao Norte e Noroeste, foram levadas velocidade devido à proximidade com as
montanhas;
em consideração uma vez que irão afetar o comportamento dos ventos no local.  Ventos S-SE apresentam certa
freqüência, assim como NE
A página a seguir apresenta o mapeamento das áreas públicas no que se refere ao microclima e
sugestões de zoneamento.

DRAFT
Faixas de circulação e conexão: Área amarela: Exposta ao sol ao longo de todo o ano e bastante
dever ser sombreadas com exposta aos ventos. Deve ser tratada com elementos pontuais de
elementos de paisagismo. Áreas em laranja indicam locais que estão potencialmente sujeitos a ventos de maior
paisagismo permitindo aos pedestres buscar sombra ou sol
Preferencialmente ativadas com, velocidade. Ventos vindos principalmente do Sul e Sudoeste (de maior velocidade) podem
conforme desejado. Devem-se maximizar as áreas gramadas de atingir a fachada de certos edifícios, descendo a altura do pedestre a velocidades elevadas.
por exemplo, comércio, para forma a reduzir temperaturas. O desenho do lago artificial deve Esse problema pode ser minimizado com a introdução de marquises na parte inferior dos
evitar que sejam vias pouco seguir orientação relativa ao movimento dos pedestres edificios, conforme demonstrado nas imagens abaixo. A imagem da esquerda mostra o
utilizadas pelos moradores. A principalmente das Glebas Q II-L1, Q II– L2 e Q II-L3 em efeito dos ventos ao atingir a fachada do edificio. A imagem da direita demonstra como os
ativação de espaços públicos e direção aos equipamentos comerciais propostos ao norte do ventos podem ser desviados para que não atinjam o nível dos pedestres com tamanha
presença de pessoas também velocidade
tende a tornar os mesmos mais
seguros.
Ventos N– NW potencialmente de Os edifícios em azul demonstram aqueles que podem se beneficiar da colocação de
baixa velocidade devido à marquises
proximidade com as montanhas

Faixa vermelha: Potencial para


exposição ao sol. Atividades que se
beneficiariam de constante
exposição ao sol devem ser
posicionadas nessa faixa. Faixa verde: Estará sombreada por boa
Deve-se projetar, no entanto, parte do ano (menos no verão). Sugere-
elementos pontuais de se que elementos sombreadores sejam
sombreamento de forma a oferecer projetados para essa faixa. Locais
Ventos predominantes vindos do Sul duas opções microclimaticas aos voltados a atividades físicas devem ser
localizados nessa faixa (quadras, Brisas predominantes do Leste,
– Sudoeste de onde as rajadas de usuários. Contato direto com a agua
musculação, etc). Quadras esportivas Sudeste e Noroeste. São
vento tipicamente ocorrem é recomendado acontecer nessa
devem ser projetadas na orientação freqüentes e de baixa velocidade
faixa
Norte-Sul. Elementos pontuais de
paisagismo para sombreamento sao
recomendados. Comércio e atividades
de passeio e exposição prolongada

DRAFT devem ser propostas nessa faixa


4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

4.1 Orientação
As tipologias propostas de planta foram analisadas do ponto de vista de orientação solar e ventos  Uma vez que os apartamentos são espelhados, a contrapartida seria que, enquanto alguns apartamentos
predominantes. As recomendações aqui presentes visam otimizar o desempenho termo energético das são beneficiados com a orientação norte, outros contarão com orientação Sul, caracterizados por
unidades através da orientação dos edifícios. reduzida exposição solar. Do ponto de vista térmico, fachadas com orientação sul no Rio de Janeiro
apresentam bom desempenho. Devido à umidade, atenção especial deve ser dada à ventilação natural
Entende-se que por razões de otimização de planta, preferências de mercado e eficiência de construção, as
para minimizar o risco da formação de mofo. Dormitórios com orientação Sul não é a melhor opção,
plantas tipos acabaram por tomar a configuração presente. No entanto, a configuração atual dos apartamentos
mas não há como evitar essa situação devido à configuração atual das plantas tipo.
e a distribuição interna dos ambientes não é favorável à adequada orientação solar e a ventilação natural.
Essas são as principais características que observamos que dificultam a orientação ideal das plantas:  Uma vez que a preferência é por localizar a maioria dos cômodos para o norte, certos ambientes ficarão
necessariamente expostos ao leste e oeste, sendo este último bastante problemático no que se refere ao
 Apartamentos espelhados: qualquer orientação que se dê as plantas tipo, alguns apartamentos serão
conforto térmico. Tratamento especial de fachada deverá ser dado a tais ambientes;
sempre prejudicados;
 Reavaliar a priorização de vistas em detrimento da performance termo-energética é algo que
 Localização de banheiros e áreas de serviço em fachadas potencialmente “nobres” do ponto de vista
recomendamos como forma de agregar alto valor ao produto. Sabemos que o clima do Rio de Janeiro é
solar;
severamente quente ao longo da maior parte do ano e conforto térmico é certamente uma característica
 Não possibilidade de ventilação cruzada valorizada pelos usuários.

Entende-se que diversos parâmetros de projeto já estejam definidos e que possibilidades de alteração radical A orientação dos edifícios e o tratamento adequado às fachadas devem ser levados em consideração de
na orientação de certos edifícios é no momento limitada. Procura-se no entanto apresentar a orientação ideal maneira integrada sob o risco de perda de qualidade ambiental dos apartamentos. Mais adiante nesse
de cada planta tipo cabendo a equipe de arquitetura a avaliação do potencial de adequação do projeto as relatório, apresentamos oportunidades de intervenção nas fachadas.
recomendações aqui propostas.
Trabalhamos primordialmente com a premissa de que o layout interno dos apartamentos já esta fixo e não
Pretende-se, após a aprovação legal das primeiras glebas, fornecer diretrizes de projeto para permitir um poderá ser alterado e que as possibilidades de intervenção estarão na orientação e nos elementos de fachada.
potencial re-planejamento completo dos demais edifícios sob o ponto de vista climático, de conforto e Portanto entende-se que haverá por parte da equipe de projeto a aceitação de que determinadas unidades e
eficiência energética. Isso estará obviamente sujeito às aspirações da equipe de incorporação do projeto ambientes terão sua performance termo-energetica reduzida em detrimento de outras.
quanto a caracteristicas do produto..
A seguir, apresentamos a orientação recomendada para cada tipologia proposta.
A maior dificuldade em se obter orientação ideal para a maioria dos apartamentos é o caráter de planta
espelhada encontrada nas tipologias propostas. Isso fará com que sejam escolhidas prioridades de orientação.
Alguns apartamentos terão de ser beneficiados em detrimento de outros. Assumindo-se que a disposição
interna dos apartamentos não irá ser alterada no momento, procuramos trabalhar com as seguintes premissas:

 Procura-se evitar que a maioria dos ambientes sociais (salas de estar, jantar e dormitórios) sejam
orientados para o oeste. Áreas sociais voltadas para o oeste não são desejáveis em um clima como o do
Rio de Janeiro e poderia acarretar em excessivo desconforto térmico e utilização do ar condicionado
por praticamente o ano todo;

 Portanto sugerimos maximizar a quantidade de áreas sociais expostos a orientação Norte. Fachadas
Norte são relativamente mais fáceis de serem protegidas contra radiação solar direta devido aos
ângulos solares relativamente mais altos;

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

4.1 Orientação

Dormitório com potencial


orientação norte ao invés de
Pelo menos 6 dormitórios estariam
oeste
virados para norte (maior facilidade de Maioria das áreas
controle solar) sociais voltadas ao
norte,
principalmente
dormitórios

Uma parcela dos


ambientes sociais
ficará voltada a leste
e oeste (geralmente
Uma parcela dos salas e alguns
ambientes sociais dormitórios).
ficará voltada para Tratamento especial
oeste. Tratamento de fachadas deve ser
especial de fachadas dado para evitar o
deve ser dado para superaquecimento
evitar o desses ambientes
Contrapartida: Algumas áreas sociais (porem
superaquecimento em quantidade menor) ficarão expostas ao
desses ambientes Orientação leste é
também indicada Sul o que do ponto de vista térmico não se
para áreas sociais É também sugerido que essa planta seja invertida de forma espelhada configure necessariamente em um problema
contanto que bem (conforme desenho abaixo). Dessa maneira, moveríamos as salas de estar
protegidas contra e alguns dormitórios para o leste e paredes falsas e áreas de serviço para o
radiação solar oeste
direta.

Dormitório com
potencial
orientação leste ao
invés de Sul

Planta espelhada para aumentar o número de dormitórios


para o leste
Contrapartida: Algumas áreas sociais (porém
em quantidade menor) ficarão expostas ao
Sul o que do ponto de vista térmico não se
configura necessariamente em um problema

DRAFT
 Por 22% das horas em um ano típico, os apartamentos tem o potencial de operar apenas com ventilação
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios natural;
 Além desses 22%, por 45% das horas em um ano típico os apartamentos tem o potencial de operar
apenas com ventilação natural e ventiladores de teto
4.2 Elementos de Fachada  Portanto o clima do Rio de Janeiro permite que unidades residenciais, se corretamente projetadas
possam operar por 2/3 do ano sem o uso do ar– condicionado;
Essa seção descreve as estratégias propostas para cada fachada dependendo de sua orientação.  Durante 1/3 do ano, o ar– condicionado provavelmente será necessário. Se bem projetados os edifícios,
a carga e portanto a energia consumida será reduzida quando comparada a um edifício convencional.
Serão apresentadas diretrizes básicas de projeto por orientação de fachada, cabendo a equipe de arquitetura a
adequação do projeto. As estratégias aqui propostas visam permitir com que os edifícios se beneficiem do clima do Rio de Janeiro
para minimizar o uso do ar– condicionado. Trata-se de estratégias de projeto em nível conceitual baseadas
O objetivo é atingir elevados índices de conforto térmico com reduzidas horas de utilização de ar– em cálculos e simulações em computador.
condicionado. O clima do Rio de Janeiro é caracterizado por temperaturas altas o ano todo, incluindo o Entende-se também que a operação dos elementos de fachada e as cargas de calor internas aos apartamentos
inverno, com medias diurnas de aproximadamente 23C. A média diurna no verão é de aproximadamente (que irão influenciar significativamente no desempenho térmico das unidades) não podem ser controlada pela
27ºC. As temperaturas noturnas também são geralmente altas, ficando em geral acima dos 22ºC no verão e equipe de projeto. Portanto não se pode garantir com absoluta certeza qual será a condição térmica de cada
acima dos 17ºC no inverno. ambiente durante essa etapa de projeto. Pode-se no entanto afirmar que as estratégias aqui propostas irão
Tendo em vista as altas temperaturas anuais e variações diurnas, as seguintes estratégias formarão a base contribuir significativamente para que o edifício atinja o potencial de desempenho térmico, trazendo conforto
para as diretrizes de projeto aqui propostas: e economia operacional aos usuários.

 A prioridade será sempre a ventilação natural através de grandes aberturas nas fachadas para O diagrama abaixo ilustra o potencial de desempenho térmico dos edifícios baseado nas condições climáticas
compensar a falta de ventilação cruzada; do Rio de Janeiro. O gráfico relaciona a temperatura do ar externo com a quantidade de horas no ano em que
 Para tanto é necessária redução significativa das cargas solares em todas as direções e em todas as há potencial para ventilação natural com ou sem o auxilio de ventiladores de teto. O potencial demonstrado
épocas do ano, inclusive no inverno, quando o angulo solar é mais baixo sendo capaz de elevar abaixo apenas poderá se concretizar mediante a adoção das estratégias de projeto aqui apresentadas.
significativamente as temperaturas internas acima do limite de conforto;
 Quando possível e em segundo plano, vidros com desempenho mais elevado serão propostos, mas
nunca em substituição de elementos sombreadores externos (brises). O desempenho térmico deve
sempre ser proposto em conjunto com baixes, caso contrario o vidro torna-se muito escuro. Uma vez
que a seleção de desempenho de vidros não depende de aprovação legal, iremos explorar
possibilidades em etapas futuras após discussão inicial com a equipe de projeto;
 De forma a minimizar ao máximo o uso do ar– condicionado, sugerimos a instalação de ventiladores
de teto em todos os cômodos sociais (salas de estar e dormitórios). Alternativamente, sugerimos a
entrega de infra- estrutura para futura instalação de ventiladores de teto por parte dos usuários, item 45%
que poderia ser oferecido como extra no ato da compra dos apartamentos no modo pós-jogos. De
qualquer maneira, seria também interessante oferecer esse item aos atletas durante os jogos olímpicos.
Ventiladores de teto são extremamente eficazes na redução da sensação térmica dos usuários e podem

Horas/ ano
ser responsáveis por reduções significativas no consumo de energia.

Horas de ventilação Natural


33%
Assume-se que para a localidade e tipo de projeto, temperaturas internas que não ultrapassem os 26ºC são
consideradas confortáveis. 22%
Assume-se que, em projetos residenciais, ventilação natural pode ser eficiente quando:
Horas de AC
 A temperatura do ar externo não ultrapassar os 22ºC (assumindo que a temperatura interna ficará em
torno dos 25-26ºC devido a cargas solares e cargas de calor internas;
 Quando a temperatura externa esta entre 22ºC e 25ºC, entende-se que a ventilação natural, aliada a
ação de ventiladores de teto serão capazes de manter a sensação térmica dentro dos limites de conforto; Adequada proteção solar + Adequado dimensionamento de janelas
 Quando a temperatura do ar externo ultrapassar os 25ºC, entende-se que o ar-condicionado deverá ser
utilizado com maior freqüência.
Adequada proteção solar + Adequado dimensionamento de janelas + Ventiladores de Teto
Em uma analise preliminar dos dados climáticos de temperatura do Rio de Janeiro, concluiu-se que:
Horas de Ar Condicionado

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Se levado em consideração o fato de que a maioria dos apartamentos tende a ser ocupada mais densamente Fachada Norte
na parte da noite e que a freqüência no uso do ar- condicionado estará quase que sempre relacionada a esse
período, observamos que os benefícios de uma envoltória de alto desempenho térmico tornam-se ainda As estratégias aqui apresentadas aplicam-se às fachadas de todos os ambientes sociais (salas e dormitórios)
maiores. voltados à orientação Norte, incluindo as orientações a 20° do Norte para o Leste ou o Oeste.
O gráfico abaixo apresenta a temperatura do ar externo durante as horas entre 20:00h e 7:00h da manhã. Deve ser observada a orientação final dos edifícios escolhidas pela equipe de arquitetura.
Cada ponto azul no gráfico representa uma hora no ano. Aproximadamente 85% das horas nesse período
estão dentro dos limites de conforto térmico, o que indica imenso potencial para o não uso do ar- Características da fachada Norte:
condicionado e alto desempenho de conforto térmico.
 Radiação solar direta é praticamente inexistente durante os meses de dezembro e janeiro (que irão
incidir em sua maioria na fachada Sul);
 Reduzida intensidade solar direta durante as primeiras horas da manhã e ao entardecer nos meses
tipicamente mais quentes (fevereiro, outubro e novembro);
 Intensidade solar direta moderadamente alta nos meses de março a maio, sendo significativas as cargas
solares que as fachadas estarão sujeitas;
 Alta intensidade solar direta nos meses de inverno, onde as temperaturas são também bastante
elevadas;
Provavel uso do AC (15% das horas noite/ ano)  Identifica-se a necessidade de constante sombreamento das áreas envidraçadas durante praticamente o
ano todo sob pena de superaquecimento dos ambientes. Isso inclui os meses de inverno. Essa estratégia
é condizentes com a arquitetura tradicional brasileira, principalmente nas regiões mais quentes, que se
utiliza brises externos como forma de proteção contra a radiação solar;
 Altas temperaturas anuais indicam a necessidade de grandes aberturas para ventilação natural,
condizentes com a arquitetura tradicional brasileira, possivelmente maiores do que tipicamente são
fornecidas a edifícios dessa natureza nos dias atuais.
Temperatura Externa (C)

Foi efetuada simulação térmica simplificada em computador utilizando-se o software ROOM (Arup) para
testar a eficácia de diferentes estratégias de projeto para a fachada norte.
Foi selecionado o que chamaremos de ‘Caso Base’. Trata-se de um modelo referência que será usado como
base de comparação para a eficácia das estratégias propostas. O Caso Base possui as seguintes
características:
Horas de conforto: Provavel nao- uso do AC (85% das horas noite/ ano)
 Área de aproximadamente 11m2 e 2.7m de altura, simulando portanto a área típica de um dormitório;
 Razão entre área de parede (externa) e vidro de 1:1;
 Área efetiva de ventilação (área livre da janela quando aberta, descontando-se caixilhos) de 5% da área
de piso do ambiente (portanto 0.55m2);
 Vidro simples 6mm (float clear), SHGC 0.8;
 Assume-se que não será instalado isolante térmico nas paredes;
 Assume-se cargas térmicas internas de duas pessoas por ambiente (ocupação das 9 da noite as 7 da
manha);
 Foi utilizado arquivo eletrônico com dados climáticos obtidos pelo site Energy Plus para o Aeroporto
Janeiro Julho Dezembro
Santos Dumont;
 Foram simuladas situações de ventilação natural sem o efeito dos ventos, apenas através da
estratificação do ar de forma que o estudo contemple a situação limite a que os apartamentos estarão
sujeitos;

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Fachada Norte
Entende-se que o Caso Base é o que mais se assemelha com o projeto proposto no momento. Entendemos A seguir os resultados para o dia selecionado no mês de junho. Os meses de julho, maio e abril apresentarão
que existem diferenças pontuais entre o Caso Base e o projeto proposto, porém espera-se que o desempenho situação semelhante porem não tão critica. O primeiro gráfico compara a temperatura do ar externo com a do
térmico seja bastante semelhante. ar interno. O segundo gráfico mostra as temperaturas efetivas de cada cenário. A temperatura efetiva nem
sempre coincide com a temperatura do ar e representa a sensação térmica a que o usuário estará sujeito. A
Foram testados 4 canários com diferentes estratégias de projeto. Selecionamos um dia típico no mês de sensação térmica nesse caso é formada pela média entre a temperatura do ar e a temperatura resultante da
junho, quando as temperaturas externas apresentam potencial para ventilação natural. radiação solar direta na fachada. Entende-se que quando há pouca movimentação de ar no ambiente, a
Os ganhos térmicos de fachada devido à radiação solar direta atingirão seu pico para as fachadas norte em temperatura efetiva é um bom indicador de conforto térmico. Simulamos situação sem vento, pois caracteriza
junho, devido ao baixo ângulo de incidência solar. Tratar as fachadas Norte para lidar com a radiação desse situação mais crítica. A temperatura efetiva é a mais adequada indicação de conforto térmico a ser
período automaticamente garante a proteção solar para períodos mais quentes do ano. observada.
Foram testados 4 cenários e comparados ao Caso Base:
45
Caso 1: 40
 Ampliação da área de ventilação natural para 10% da área de piso do ambiente;
35
Caso 2:

Temperatura Efetiva
30 Ext. Temp.
 Ampliação da área de ventilação natural para 10% da área de piso do ambiente;
 Adição de elementos sombreadores externos (brises) especificamente projetados para lidar com 25
Caso Base
ângulos solares de aproximadamente 40° no mês de junho, assim como em horários de pico em outros Caso 1
meses; 20 Caso 2
Caso 3: 15
Caso 3
 Ampliação da área de ventilação natural para 10% da área de piso do ambiente; Temperatura do Ar externo Caso 4
 Adição de elementos sombreadores externos (brises); 10
Zona de conforto
 Vidro com maior desempenho térmico: SHGC 0.6;
5

Caso 4: 0 Hora do dia


 Ampliação da área de ventilação natural para 10% da área de piso do ambiente; 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
 Vidro com maior desempenho térmico: SHGC 0.6;
 Nesse caso excluem-se os brises para que se possa comparar a eficácia dos brises com a eficácia do
40
tipo de vidro
35

30
Ext. Temp.
25 Caso Base

Temperatura do Ar
20 Caso 1
Temperatura do Ar externo Caso 2
15
Temperatura do Ar externo
Caso 3
10
Caso 4
5

0 Hora do dia
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324
Imagns do modelo simplificado

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Diretrizes de Projeto: Fachada Norte


Conclusões:

 A colocação de brises externos demonstrou ser a estratégia mais adequada na redução de temperaturas
e no atendimento aos critérios de conforto térmico
 Durante a maior parte do dia a sensação térmica tem o potencial de ficar dentro da faixa de conforto se
ventiladores de teto forem utilizados;
 A falta de brises externos irá elevar a sensação térmica acima da zona de conforto e o uso do ar-
condicionado será necessário durante a maior parte do ano;
 A fachada Norte, se não tratada com elementos sombreadores será uma fonte excessiva de calor e
estima-se que o ar– condicionado será necessário quase que o ano todo;
 Grandes áreas de ventilação natural são necessárias (10% da área de piso do ambiente servido);
 A razão entre a área de vidro e a parede externa de cada ambiente não deve ultrapassar de 1:1. Ou seja,
para cada metro quadrado de área de fachada de cada dormitório, não se deve fornecer mais do que um
metro quadrado de área de vidro;
 Espera-se performance semelhante nos ambientes de salas de estar e jantar, portanto as conclusões aqui
apresentadas são também aplicadas à esses ambientes;

Diretrizes de Projeto: Brises fachada Norte

 Deve ser capaz de bloquear ângulos de 40° solares conforme os diagramas abaixo. O desenho dos
brises ficara a critério da equipe de arquitetura (exemplos abaixo);
 Alternativamente, pode-se instalar persianas externas capazes de bloquear todos os ângulos solares e
com capacidade de total retração;

40
40 40

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Fachada Sul
As estratégias aqui apresentadas aplicam-se as fachadas de todos os ambientes sociais voltados a orientação Quando orientadas ao Sul em um ângulo entre 10° e 25° para o Oeste (Normal da Fachada)
Sul.
N N
Características da fachada Sul:

 Na latitude do Rio de Janeiro, as fachadas Sul recebem radiação solar direta nas primeiras horas da
manhã e nas últimas horas da tarde para os meses tipicamente mais quentes: fevereiro, março,
novembro e outubro; Normal
 Receberá radiação solar direta durante praticamente o dia todo em janeiro (com exceção do período
Normal 10° 25°
entre 10.30h e 14.00h) e o dia todo em dezembro;
 Durante todo e qualquer período em que a fachada sul estiver exposta ao sol, a mesma estará sujeita a
ângulos solares agudos, o que diminui a transmissão de radiação;
 Elevadas temperatura do ar aliados a radiação solar direta nos meses de janeiro e dezembro podem vir  É indicada a instalação de brises verticais e horizontais. Os brises devem ser capazes de bloquear
a elevar as temperaturas efetivas acima do limite de conforto, mas acreditamos que ventiladores de teto ângulos de 70° solares de altitude e 25° de azimute a oeste conforme os diagramas abaixo. O desenho
terão a capacidade de reduzir a sensação térmica adequadamente; dos brises ficara a critério da equipe de arquitetura (exemplos abaixo);
 Atenção deve ser dada a fachadas sul cuja orientação se aproxima do Oeste, conforme descrito a
seguir.
Planta

25°
Diretrizes de Projeto: Fachada Sul
Quando orientadas ao Sul em um ângulo entre zero e 10° para o Oeste (Normal da Fachada)
N

70°
N N

Normal
Normal
10°

Quando orientadas ao Sul em um angulo entre 10° e 25° para o Oeste (Normal da Fachada)

 Não se observa necessária a inclusão de brises;


 É aconselhável a inclusão de cortinas internas refletivas (com refletividade  Deve-se seguir as diretrizes para fachadas
N Oeste conforme apresentado a seguir;
solar externa de 75%)

Normal
Mais de 25°

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Fachada Oeste e Leste


As estratégias aqui apresentadas aplicam-se as fachadas de todos os ambientes sociais voltados a orientação
Oeste e Leste, incluindo as orientações a 20° para Norte ou Sul.
Deve ser observada a orientação final dos edifícios escolhidas pela equipe de arquitetura.

Características das fachada Oeste e Leste:

 Ambas receberão radiação solar direta durante a manhã (leste) e a tarde (oeste);
 Ambas orientações estão sujeitas a ângulos de altitude solar tanto altos quanto baixos o que torna
difícil a proteção efetiva com elementos fixos sem bloquear a vista do observador;
 A intensidade da radiação, principalmente no inicio da manha e final da tarde ‘e alta, em todas as
estações do ano;
 Se não protegidas, essas fachas estão sujeitas a causar grande desconforto térmico nos usuários e
constant uso do ar– condicionado

Diretrizes de Projeto: Fachada Leste e Oeste

 Elementos operáveis de fachada são indicados para essas orientações, pois podem ser utilizados
durante o período de incidência solar e removidos quando não há sol;
 Devem ser capazes de bloquear uma grande gama de altitudes solares incluindo as mais baixas a cerca
de 15°;
 Elementos como venezianas móveis externas são indicadas, tanto para janelas de dormitórios quanto
para as varandas. Alguns exemplos são dados a seguir;
 Outra opção porém não tão eficaz são as cortinas refletivas externas, conforme também observado ao
lado (refletividade externa mínima de 75%)

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Área de Janela e tipos de abertura Tipo de aberturas


Observou-se nas simulações em computador feitas para a fachada norte, que grandes aberturas de janela são  Janelas que possuem duas aberturas independentes (uma em cima e outra em baixo) serão sempre mais
necessárias para que haja troca de ar suficiente entre o exterior e o interior dos apartamentos de forma a eficientes na remoção de calor em casos onde não haja a possibilidade de ventilação cruzada;
extrair o calor absorvido pelas fachadas e o calor gerado internamente (pelas pessoas, luzes e equipamentos).  A abertura inferior captura o ar mais frio externo, que se mistura com o ar mais quente interno e por
convecção é naturalmente expelido pela abertura superior;
Uma vez que as plantas tipo não permitem ventilação cruzada, três estratégias foram traçadas para auxiliar na  Essa estratégia é particularmente eficiente em situações onde não se observa ventos, o que poderá
remoção de calor através de ventilação natural: ocorrer em determinadas épocas do ano para algumas das fachadas;
 Exemplos são demonstrados a seguir e são altamente recomendados para o projeto;
1. Correto dimensionamento das aberturas;  Quanto mais distantes as aberturas, mais eficiente é a remoção do calor
2. Tipo de abertura;
3. Adição de novas janelas de forma a permitir ventilação “semicruzada” para alguns apartamentos

Dimensionamento das aberturas


 A abertura efetiva de todas as janelas de ambientes sociais deve ser maior ou igual a 10% da área do
piso do ambiente em questão;
 Abertura efetiva é a abertura livre da janela por onde o ar pode passar, descontados caixilhos e áreas
fixas de vidro

Por exemplo:

 O dormitório abaixo possui 13,70 m² de área de piso, portanto a área de abertura efetiva deve ser de
1.37 m² , conforme demonstrado na ilustração a seguir (exemplos apenas)

Fixo Fixo

Area Efetiva

 O calculo de áreas efetivas para janelas basculantes e pivotante é mais detalhado. Caso haja janelas
desse tipo, iremos fornecer metodologia separadamente a esse relatório na forma de anexo

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Adição de novas janelas Desempenho térmico de vidros


 É sugerida também a adição de novas janelas em determinados ambientes para facilitar a ventilação Conforme observado no modelo de simulação computacional apresentado anteriormente, aumentar o
parcialmente cruzada, como demonstrado a seguir; desempenho térmico dos vidros é enormemente menos eficaz do que brises externos. Deve-se sempre utilizar
 Sempre que possível, os ambientes de canto (com acesso a duas fachadas) devem possuir duas o recurso do desempenho de vidro em combinação com brises externos, e nunca como forma única de
aberturas para facilitar a ventilação cruzada. Deve-se priorizar sempre aberturas maiores para o norte tratamento térmico de fachadas.
ou sul em detrimento das leste e oeste;
 A planta abaixo ilustra a estratégia em um exemplo de apartamento. A lógica deve ser seguida nos Depender única e exclusivamente do desempenho de vidros pode acarretar conseqüências indesejadas à
demais pavimentos tipo qualidade arquitetônica e ambiental do projeto. Não há como aumentar o desempenho térmico de vidro sem
escurecê-los. Isso pode alterar drasticamente o aspecto visual da fachada e limitar a quantidade de luz
natural.
Quando lidamos com vidros simples (uma lâmina de vidro) aumentar o desempenho térmico para mais de
20% acima de um vidro transparente comum não é possível sem escurecer consideravelmente o mesmo.

A seleção do vidro deve ser feita em função da existência ou não de brises e de suas dimensões finais.
Entendemos que no momento, a equipe de projeto irá avaliar a inserção de brises nos edifícios para a
produção do projeto legal das primeiras glebas. Dependendo do projeto final, iremos investigar quais vidros
serão mais apropriados para determinadas fachadas.
Uma vez que a seleção do vidro não faz parte do projeto legal para aprovação na prefeitura, entendemos que
essa decisão poderá ser tomada posteriormente.

Materiais construtivos associados ao conforto térmico

As seguintes premissas de projeto são sugeridas:

 Utilização de “pisos frios” nos apartamentos (exemplo: porcelanato, pisos cerâmicos, concreto
aparente, etc). Esse tipo de piso caracteriza-se por possuir alta capacidade térmica e são capazes de
absorver do ambiente o calor durante o dia, armazenando esse calor durante diversas horas. Dessa
forma, esses pisos tendem a auxiliar na redução das temperaturas diurnas. No período da noite, o calor
armazenado será irradiado de volta ao ar interno. Através da ventilação natural, esse calor deverá ser
expelido a noite. Pisos de carpete e madeira não são recomendados sob a perspectiva da performance
térmica. Esses acabamentos irão minar o potencial de armazenamento de calor que as lajes de concreto
possuem podendo elevar a temperatura interna de 1ºC a 2ºC;
 Cores externas: deve-se dar prioridade as cores claras como forma de reduzir a absorção de calor.
Revestimentos de cor preta, cinza escuro ou semelhantes devem ser evitadas;
 Isolante térmico: considerações sobre isolamento térmico serão avaliadas e posteriormente discutidas
Locais sugeridos para adição de novas janelas
Iluminação Natural

Oportunidades para iluminação natural para os apartamentos tipo atualmente propostos serão avaliadas e
posteriormente discutidas em etapas seguintes

DRAFT
4. Eficiência termo– energética da envoltória dos edifícios

Operação dos apartamentos


O desempenho térmico dos apartamentos depende não apenas das características de projeto, como também da operação dos elementos de fachada por parte dos usuários.
Para projetos com um diferencial como o proposto (alto desempenho térmico de fachadas) costuma-se comunicar os usuários de como se pode tirar máximo proveito dos atributos do edifício.

A seguir demonstramos a operação ideal dos edifícios

 Durante o dia quando em geral os apartamentos não estarão ocupados, os brises externos aliados a cortinas internas refletivas irão bloquear grande parte da radiação solar;
 As janelas se mantidas fechadas irão evitar que grandes quantidades de ar quente externo entrem nas unidades;
 Materiais de piso de alta capacidade térmica (exemplo: pisos cerâmicos) irão absorver boa parte do calor, mantendo temperaturas internas mais amenas;
 Durante a noite, o movimento de ar é utilizado para remover o calor absorvido durante o dia. Apartamentos com potencial para ventilação cruzada obterão maior benefício se portas internas forem mantidas abertas
durante a noite. Outros apartamentos dependerão da ventilação simples, o que será facilitada pelo tipo de abertura da janela (duas aberturas com alturas diferentes);
 Ventiladores de teto serão acionados quando a temperatura do ar externo subir acima dos 22ºC ou 24ºC dependendo da percepção térmica individual do ocupante

Dia

Potencial uso de ventilador

Noite

Portas abertas

Cortes esquematicos

DRAFT
Resumo das intervenções sugeridas

DRAFT
Etapas Posteriores
Os seguintes itens serao investigados posteriormente

Elaboração de diretrizes de projeto para plantas tipo

Entende-se que por razões de otimização de planta, preferências de mercado e eficiência de construção, as
plantas tipos acabaram por tomar a configuração presente. Como discutido anteriormente, a configuração
atual dos apartamentos e a distribuição interna dos ambientes não é favorável à adequada orientação solar e a
ventilação

Pretendemos, após a aprovação legal das primeiras glebas, fornecer diretrizes de projeto para permitir um
potencial re-planejamento das plantas tipo dos demais edifícios sob o ponto de vista climático, de conforto e
eficiência energética.

Serão observados aspectos como:

 Maximização do potencial para ventilação cruzada;


 Melhor aproveitamento de iluminação natural
 Planejamento do layout interno para orientação solar otimizada;
 Exploração de oportunidades para a criação de espaços de convivência comunitária nos diversos
pavimentos;

Tecnologias Sustentaveis
Serão exploradas opções para tecnologias sustentáveis que podem ser incorporadas às edificações.
Oportunidades serão observadas de maneira que os edifícios sejam projetados hoje tendo em vista
tecnologias futuras.

Benchmarking

Avaliaremos o projeto sob a ótica da sustentabilidade internacional e buscaremos oportunidades para que o
empreendimento receba atributos comparáveis com cases internacionais com alto caráter sustentável.

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Apêndice– Horas de acesso solar
Primavera Verão Outono Inverno
Manhã (8am-12pm)
Meio-dia (12pm-1pm)
Tarde (1pm-6pm)

DRAFT

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