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A GEOMETRIA DA INSOLAÇÃO é estudada na arquitetura pois ela

permite a definição das estratégias mais adequadas para obter o


conforto térmico e lumínico no ambiente construído.
Para simplificar o entendimento da relação entre a terra e o sol
adota-se o conceito de trajetória aparente. Na trajetória aparente
considera-se que a terra está fixa e que o sol percorre diariamente
uma trajetória na abóboda celeste.
Para a definição da CARTA SOLAR (também chamada de diagrama
solar) o conceito de trajetória aparente é utilizado, sendo que esta
trajetória sofre uma projeção estereográfica ficando portanto
planificada.
Devido ao movimento de rotação da Terra temos os dias e as noites e
devido ao movimento de translação, juntamente com o eixo inclinado da
Terra temos as estações do ano.
A figura abaixo (LAMBERTS, 2000) demonstra essa situação.
As estações do ano são definidas pelas datas apresentadas
abaixo:
21/3 – equinócio
22/6 – solstício de inverno
24/9 – equinócio
22/12 – solstício de verão
Com isso, teremos uma variação da trajetória aparente do sol ao longo
do ano.
Para caracterizar a localização do sol na abóboda celeste contamos
com dois ângulos: o Azimute (ângulo na horizontal em relação ao norte)
e a Altura que é o ângulo vertical entre o sol e o plano que contém o
observador.
As diferentes latitudes apresentam trajetórias solares diferentes.
A carta solar representa a trajetória aparente do sol em sua projeção estereográfica. Através
dela e do transferidor é possível medir os ângulos de incidência do sol nas diversas regiões do
globo terrestre.
Para cada Latitude haverá uma carta solar específica.

Trajetória em
determinada data
do ano

Horário
α

γ
Vários elementos da edificação e de seu entorno funcionam como
elementos de sombreamento. Todavia, quando desenvolvemos
elementos para cumprir a função de sombreamento devemos em um
primeiro momento identificar os períodos do dia em que é desejável o
sombreamento, bem como qual época do ano requer o sombreamento.
Existem inúmeros tipos de elementos de sombreamento:
Brise soleil horizontal
Brise soleil vertical
Brise soleil combinado
Cobogós
Beirais, marquises...
Toldos
Prateleiras de Luz
O brise soleil de Le Corbusier
1929 / 1930: obras como a VILLA SAVOYE e o PAVILHÃO SUÍÇO voltadas para o Sul –
equivalente a nossa orientação Norte – ocasionando sérios problemas térmicos

PAVLHÃO SUÍÇO -1930


Villa Savoye - 1929
apresenta uma fachada em
vidro que cobre três pisos
1929- Exército da salvação – Le Corbusier
O Exército da Salvação,
projetado em 1929. A proposta
original era de um edifício
hermeticamente fechado por
um envoltório de vidro
abrangendo uma área de mil
metros quadrados com
condicionamento artificial de ar
em seu interior. Este ar seria
aquecido ou resfriado
mecanicamente, conforme a
necessidade. O sistema
apresentou deficiências
ambientais no interior do
prédio, observadas
principalmente na época do
verão. Le Corbusier sofreu
inúmeras críticas, e relutou por
mais de um ano em rever seu
projeto. Anos mais tarde, o
edifício do Exército da
Salvação recebeu a instalação
dos brises
Fachada original do edifício do Exército da Salvação
1929- Exército da salvação – Le Corbusier

A partir de 1930, Le Corbusier passou a


perceber os grandes problemas ambientais
causados pela abolição das paredes
portantes. Com isso, teve que encontrar
soluções alternativas para recuperar esses
fechamentos, como
engrossar as membranas de vidro com
protetores externos. Dessa forma surgiu o
brise-soleil, como uma resposta às
limitações e dificuldades causadas pelo
uso da tecnologia e uma maior
preocupação com o conforto ambiental.
1936: MEC – RIO
Le Corbuiser X Clima Tropical

Primeira utilização do brise-soleil em


um grande edifício – sistema
combinado de placas verticais fixas
com placas horizontais móveis
Grande Hotel Ouro Preto
COBOGÓ – ELEMENTO VAZADO
O nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três
engenheiros, que no século XX trabalhavam no Recife e
conjuntamente o idealizaram: Amadeu Oliveira
Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de
Góis.
COBOGÓ
Residência Mattos
Criciúma - SC
1964

Centro Digital do Ensino


Fundamental, São Caetano do Sul
Sino-Italian Ecological and Energy
Efficient Building - Pequim
LIGHT SHELF – REFLEXÃO POR
ELEMENTO ARQUITETÔNICO

BANDEJA DE LUZ
BRISES HORIZONTAIS
BRISES VERTICAIS
BRISES EM GRELHA
Brises compostos
O primeiro passo para calcular o brise-soleil é definir o período do
ano em que se deseja o sombreamento na carta solar.
Após é necessário identificar os ângulos através do transferidor
auxiliar.
O ângulo pode ser diretamente transferido para o desenho para
definir graficamente o brise ou pode-se calcular as dimensões por
triangulação.

tanα = A / B
A Como a tangente do ângulo é um valor
conhecido e o tamanho da janela (A)
B também, é possível achar o tamanho do
brise horizontal (B)
Os brises horizontais impedem a entrada dos raios solares através
da abertura a partir do ângulo de altitude solar. O traçado do
mascaramento proporcionado por este brise é determinado em
função do ângulo α e é apresentado na figura a seguir:
Os brises verticais impedem a entrada dos raios solares através da
abertura a partir do ângulo de azimute solar. O traçado do
mascaramento proporcionado por este brise é determinado em
função do ângulo b e é apresentado na figura a seguir:
Este tipo de brise tem a sua eficiência limitada pois a sua projeção
lateral é limitada pelos ângulos g, como mostra a figura a seguir:
Para o brise vertical o sombreamento produzido pelos ângulos b
será limitado pelos ângulos g, como mostra a figura a seguir:
Através do mascaramento produzido pelos quatro tipos básicos de
brises apresentados anteriormente pode-se determinar o
mascaramento para qualquer tipo de brise com diferentes
combinações de brises horizontais e verticais, conforme mostra a
figura acima.

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